ARTICULAÇÃO ENTRE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO A...

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111 ARTICULAÇÃO ENTRE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO A PARTIR DE UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Aline Reis - Licenciada em Pedagogia pelo Centro Universitário Estácio Uniseb. Elizabete David Novaes - Doutora em Sociologia pela Unesp, docente do Centro Universitário Estácio Uniseb. Resumo O presente trabalho apresenta, por meio de um relato de experiência, como o letramento pode auxiliar na alfabetização, mesmo daqueles alunos que apresentam dificuldade de aprendizado. Junto com o conceito de alfabetização, coloca-se o letramento como conceitos indissociáveis e interdependentes, dado que alfabetizar só faz sentido quando ensinado por meio de práticas sociais, ou seja com atividades de letramento, o que permite que o indivíduo desenvolva plenamente suas capacidades de leitura e escrita na sociedade. Foi realizada uma experiência empírica de letramento, por meio da qual foi acompanhada uma criança do 4º ano do ensino fundamental, que apresentava dificuldade de aprendizado, durante quatro meses. O acompanhamento foi realizado nos finais de semana, dedicando-se uma hora no sábado e uma hora no domingo. Constatou-se que, mesmo tendo dificuldade de aprendizado durante sua vida escolar, em pouco tempo, a criança mostrou grande avanço no aprendizado, evidenciando que o letramento trouxe significado para o seu aprendizado. Palavras-chave: Letramento, alfabetização, indissociabilidade de alfabetização e letramento. 1. Introdução No Brasil, durante toda a sua história, nota-se um enorme esforço pela erradicação do analfabetismo, que, embora tenha diminuído bastante, ainda se encontra como um problema longe de ser solucionado. Ferraro (2011) destaca as constantes mudanças em Censos realizados no Brasil quanto à alfabetização, pois até o ano de 1950, era considerado alfabetizado o integrante da família que simplesmente conseguisse assinar o próprio nome. A partir daí, por uma recomendação da UNESCO, passou-se a considerar alfabetizado o sujeito que escrevesse sem problema um bilhete simples. Contudo, enfatiza o autor que não é possível verificar a veracidade das informações levantadas, pois sendo o analfabetismo tão estigmatizado no Brasil, sempre foi natural que as pessoas tentassem esconder os fatos ao responder a pesquisa. Contudo, apesar disto, nota-se em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística) que em 2010,

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ARTICULAÇÃO ENTRE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO A

PARTIR DE UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Aline Reis - Licenciada em Pedagogia pelo Centro Universitário Estácio Uniseb.

Elizabete David Novaes - Doutora em Sociologia pela Unesp, docente do Centro Universitário

Estácio Uniseb.

Resumo

O presente trabalho apresenta, por meio de um relato de experiência, como o letramento pode

auxiliar na alfabetização, mesmo daqueles alunos que apresentam dificuldade de aprendizado.

Junto com o conceito de alfabetização, coloca-se o letramento como conceitos indissociáveis e

interdependentes, dado que alfabetizar só faz sentido quando ensinado por meio de práticas

sociais, ou seja com atividades de letramento, o que permite que o indivíduo desenvolva

plenamente suas capacidades de leitura e escrita na sociedade. Foi realizada uma experiência

empírica de letramento, por meio da qual foi acompanhada uma criança do 4º ano do ensino

fundamental, que apresentava dificuldade de aprendizado, durante quatro meses. O

acompanhamento foi realizado nos finais de semana, dedicando-se uma hora no sábado e uma

hora no domingo. Constatou-se que, mesmo tendo dificuldade de aprendizado durante sua vida

escolar, em pouco tempo, a criança mostrou grande avanço no aprendizado, evidenciando que

o letramento trouxe significado para o seu aprendizado.

Palavras-chave: Letramento, alfabetização, indissociabilidade de alfabetização e letramento.

1. Introdução

No Brasil, durante toda a sua história, nota-se um enorme esforço pela erradicação do

analfabetismo, que, embora tenha diminuído bastante, ainda se encontra como um problema

longe de ser solucionado.

Ferraro (2011) destaca as constantes mudanças em Censos realizados no Brasil quanto

à alfabetização, pois até o ano de 1950, era considerado alfabetizado o integrante da família que

simplesmente conseguisse assinar o próprio nome. A partir daí, por uma recomendação da

UNESCO, passou-se a considerar alfabetizado o sujeito que escrevesse sem problema um

bilhete simples. Contudo, enfatiza o autor que não é possível verificar a veracidade das

informações levantadas, pois sendo o analfabetismo tão estigmatizado no Brasil, sempre foi

natural que as pessoas tentassem esconder os fatos ao responder a pesquisa. Contudo, apesar

disto, nota-se em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística) que em 2010,

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o Brasil ainda apresentava 9% da população com mais de dez anos de idade, na condição de

analfabetos, perfazendo um total de 18 milhões de brasileiros.

Diante desta situação buscou-se apresentar neste trabalho um resgate histórico da

alfabetização no mundo, mas principalmente no Brasil, procurando destacar as inúmeras

tentativas de resolução do problema, evidenciando como, durante toda a história do país, um

método vem sempre em detrimento de outro, buscando novas formas de alfabetizar, muitas

vezes causando uma divisão entre professores defensores de métodos anteriores e atuais.

Complementarmente, procurou-se mostrar o letramento como um novo conceito viável

para a alfabetização, pois prioriza as práticas sociais de leitura e escrita, como forma de

aprendizagem significativa. Contudo, não foi descartado nenhum método nem defendida

alguma metodologia específica, pois se buscou evidenciar que todos os métodos são valiosos

para a aquisição da alfabetização, desde que concebidos de forma significativa para o aluno,

que deve reconhecer na escola práticas cotidianas de leitura e escrita.

A fim de mostrar na prática estas concepções pesquisadas, realizou-se uma experiência

empírica com uma criança, escolhida de forma conveniente, que apresentava dificuldade de

aprendizado. Buscou-se utilizar diversas formas de práticas sociais de leitura e escrita, mas não

deixando de lado exercícios que dessem conta especialmente das principais dificuldades da

criança.

Ao final ficou perceptível que, embora o tempo de estudo tenha sido pequeno, houve

um significativo avanço da criança, evidenciando o letramento como alternativa viável para

alfabetização, porém ficou clara também a necessidade da continuidade do trabalho, que

principalmente por ter sido feito de forma particular com a criança, colaborou imensamente

para seu avanço nas questões referentes à alfabetização.

2. Alfabetização e Letramento

Segundo Soares (2004), Letramento é uma palavra com conceito bastante recente, que

surge pela necessidade de enquadrar comportamentos e práticas sociais da leitura e da escrita,

levando-se em conta não apenas do domínio do sistema ortográfico alfabético, mas também

outros elementos que envolvem leitura e escrita. Assim, à medida que a vida social e

profissional foi se tornando cada vez mais dependente da língua escrita, ficou claro que apenas

alfabetizar no sentido tradicional não é suficiente. Passou-se então por diversos termos como

“alfabetização funcional” ou a ideia de que “alfabetizar não é apenas ensinar a ler e a escrever”,

até que surgiu o termo letramento como forma de elucidar o uso da leitura e escrita em práticas

sociais.

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Como elucida Frade (2003), os professores encontram dificuldades para concretizar a

utilização dos diversos métodos, e isso pouco aparece em pesquisas. Há um questionamento se

os professores egressos dos cursos de formação saem prontos para alfabetizar. Ressalta a autora

que no decorrer da história, antes de existirem os livros didáticos, os professores utilizavam-se

de métodos não prescritos, ao começar a existir um livro para alfabetizar inicia-se a

preocupação com o método. Daí a tendência dos professores escolherem livros “menos

recomendáveis”, por talvez ali encontrarem métodos que eles já estão familiarizados.

Por antagonismo, Ângela Kleiman (2005) aponta aquilo que não é letramento, para

tentar explicar finalmente do que se trata. O letramento não é um método, embora em seu início

tenha sido interpretado erroneamente como tal, assim como tudo o que aparece de novo no

âmbito da alfabetização. A autora deixa claro que não se trata disso, que o letramento é uma

forma de imersão da criança e do jovem no mundo letrado, deixando claro que em todos os

lugares em que vivemos em sociedade há grande uso de leitura e escrita, seja em placas,

panfletos, muros etc. Desta forma, o professor deve levar o aluno a entrar em contato com essas

práticas levando em conta o que ele já sabe sobre isso, o que traz de bagagem, pois sabemos

que alguns trazem mais, outros menos. Não é alfabetização, pois esta se trata de uma prática,

que inclui saberes e agentes, por exemplo, o professor que conhece os códigos de leitura e

escrita e seus diversos usos, ensina seus alunos. Não é uma habilidade, pois não é possível, ao

contrário do que muitos pensam, ensinar o letramento, o que seria praticamente impossível,

pois trata-se de colocar o aluno em contato com o mundo letrado.

2.1. A Indissociabilidade entre Alfabetização e Letramento

Magda Soares (2004) explica que embora os termos alfabetização e letramento sejam

constantemente confundidos, os dois têm algumas particularidades, sendo o termo

“alfabetização” entendido como aquisição do sistema de convencional de escrita e o termo

“letramento” percebido como o desenvolvimento das habilidades de uso competente de leitura

e escrita nas práticas sociais. Trata-se, contudo, de conceitos indissociáveis e interdependentes,

dado que alfabetizar só faz sentido quando ensinado por meio de práticas sociais, ou seja com

atividades de letramento.

Nos anos 80, sobretudo pela obra de Emilia Ferreiro (SOARES, 2004), houve uma

mudança na forma de encarar a alfabetização, pois através do conceito do construtivismo,

Emilia Ferreiro mostrou que a criança deve, desde o início, ter contato com as práticas reais de

leitura e escrita.

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Entretanto, como o construtivismo não evidenciou claramente um método de ensino

enquanto deu clara ênfase à importância da criança ter contato com a leitura desde cedo, ocorreu

por consequência que muitos professores foram erroneamente levados a crer que apenas isso

seria suficiente para o aprendizado, que as crianças apenas por esse contato aprenderiam de

forma espontânea. Este fato tem gerado várias críticas ao construtivismo, além de diversas

manifestações para a volta do método fônico para a alfabetização.

Como mostra Frade (2003) os professores mais experientes parecem buscar em antigos

métodos um respaldo para ensinar as crianças a se apropriarem do sistema de leitura e escrita,

porém para os alfabetizadores com menos experiências faltam respaldo para isso tanto em sua

memória quanto nos livros didáticos. Historicamente, parece que pelos processos de um método

sempre precisar romper com outro, há uma crença de que existirá um método milagroso que

acabará com o problema da alfabetização.

A este respeito, Soares (2004) afirma que o momento não é de voltar ao passado com

um método já superado, e também não se pode ignorar as críticas construtivas que o novo pode

ter, mas deve-se “procurar caminhos e evitar descaminhos” nesta trajetória.

Para dar conta dessa questão, a temática da aprendizagem da leitura e escrita tem sido

estudada por diversas ciências nas últimas décadas, com cada qual privilegiando uma

particularidade dessa aprendizagem e com cada qual defendendo um método diferente.

No entanto, é importante considerar que privilegiar algumas facetas e subestimar outras

é um equívoco, e o procedimento ideal seria a articulação de conhecimentos e métodos

fundamentados em diferentes ciências.

Frade (2003) defende que discutir sobre métodos não deve ser considerado um

retrocesso e sim uma forma de tentativa de compreensão do como fazer. Questiona que talvez

a resistência de alguns professores em abandonar determinados métodos pode não ser apenas

teimosia, mas uma vivência suficiente para saber que aquele funciona.

Assim, como alternativa viável, Soares (2004) defende que criança aprenda o sistema

tradicional de leitura e escrita, através do letramento, com materiais reais de utilização, porém,

que seja inserida também nesse meio através da aprendizagem do sistema ortográfico. Trata-se

assim de um processo que pode ser entendido como “alfabetizar letrando” ou “letrar

alfabetizando”, de modo a utilizar as diversas facetas da aprendizagem sem que se esteja

escolhendo esta ou outra faceta da aprendizagem.

Fontes (2012) da mesma maneira, também defende que a criança deve ser considerada

um sujeito pensante na alfabetização, podendo opinar, participar e questionar. Para a autora,

alfabetização e letramento deve ocorrer simultaneamente, visto que o aluno deve aprender os

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códigos alfabéticos, desenvolver a capacidade de ler e escrever, mas, além disso, tornar-se

capaz de utilizar a língua escrita em diversos contextos sociais.

3. Relato de Experiência

Para a realização do presente artigo, foi feita uma experiência empírica com uma

criança, utilizando-se a metodologia de estudo de caso, numa abordagem qualitativa (ANDRE,

2005). Nesta pesquisa, o uso do estudo de caso se justificou pelo fato desta metodologia permitir

a análise aprofundada de uma unidade específica/individual, por meio de um intensivo

acompanhamento que permitiu captar linguagens e significados fornecidos pelo sujeito

investigado.

Para tanto, a criança foi escolhida por conveniência, pois além de já se conhecer sua

família, sabia-se que a criança tem apresentado, durante sua vida escolar, dificuldades de

aprendizagem dos conteúdos escolares. Em contato com os pais, lhes foi feita uma proposta de

acompanhamento à criança, como se fossem aulas de reforço1.

A criança em estudo tem 10 anos, está atualmente cursando o 4º ano do Ensino

Fundamental I, em uma escola municipal que atende crianças até o 5º ano.

A criança ficou retida no 3º ano no ano de 2013, pois de acordo com a professora não

tinha condições ainda para avançar a série. A esse respeito, de acordo com a mãe, as professoras

anteriores relatavam que apesar dos inúmeros esforços, a criança não consegue acompanhar os

demais. Em 2011, foi encaminhado a uma psicopedagoga, sendo que após esse

acompanhamento apresentou uma pequena melhora. Contudo, a criança perdeu a vaga, que era

fornecida pelo governo, por ter faltado 3 vezes seguidas sem justificativas, sendo que a mãe diz

ter perdido a vaga por falta de tempo de levá-la. A mãe também informa que o filho tem

demonstrado resistência em ir para a escola. Segundo a mãe: “Todos os dias é uma briga, ele

não quer ir à escola, tenho que forçar”.

A criança diz não querer ir à escola por não conseguir acompanhar: “A professora passa

lição com letra de mão e eu não consigo copiar, tenho que pegar caderno emprestado e depois

não entendo”. Além do mais, isto tem gerado na criança um sentimento de frustração, e

dificuldade em várias outras disciplinas, inclusive em matemática, que de acordo com a mãe,

antes era sua disciplina favorita, porém com o passar do tempo, com a exigência de

1 Foram explicados aos pais quais eram os objetivos da experiência empírica e do trabalho proposto. Feitas as

devidas elucidações, a mãe assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, tendo ainda a informação de

que nem a criança nem os pais teriam suas identidades divulgadas. Deste modo, em nenhum momento do trabalho

foi feita a identificação da criança, não mencionando seu nome nem dados pessoais.

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compreensão de enunciados cada vez mais complexo, a dificuldade vem sendo cada vez mais

evidente.

Apesar dos relatos, a criança apresenta uma hipótese de escrita, ora silábica – alfabética,

ora com características alfabéticas, nas sílabas mais simples já demonstra um domínio na escrita

(como em BOLA, CASA, BONECA). Apresenta maior dificuldade com sílabas mais

complexas, e com palavras monossílabas (quando uma sílaba tem mais de duas letras, a criança

parece não entender como funciona, porém quando levada a pensar, consegue problematizar a

falta de alguma letra, mesmo não sabendo direito qual é). Ainda não consegue fazer leitura de

frases completas, apenas de palavras isoladas.

O acompanhamento foi realizado aos finais de semana, sendo dedicada uma hora no

sábado e uma hora no domingo. A seguir são apresentadas as atividades realizadas no decorrer

do acompanhamento.

1º dia de atividade:

Atividade: Ditado de algumas palavras, para diagnóstico. Esse dia foi apenas combinada

a forma de trabalho, e o ditado feito apenas para verificar o nível de escrita da criança.

Figura 1- Ditado de palavras

Observou-se que nessas palavras a criança apresenta a hipótese silábico-alfabética, pois

ainda está em transição entre uma hipótese e outra.

2.º dia de atividade:

Atividade: Escrita de nomes familiares. Foi solicitado que a criança escrevesse com o

alfabeto móvel uma lista de nomes de seus familiares.

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Figura 2 – Nomes dos Familiares

LUCIA

MARCOS

ADRIANO

MARIA

ALINE

GERALDO

JUNIOR

Nos nomes mais simples como: Aline, Lucia e Maria, a criança não apresentou

dificuldades, escreveu corretamente, embora para separar as sílabas ainda tivesse dificuldade

com o fato de algumas sílabas terem apenas uma letra.

Para os nomes com sílabas complexas a escrita foi a seguinte: Para Marco = MA – CO;

Geraldo = GE – RA – DO. Observam-se outras a seguir, com o nome Junior e Adrianao.

Figura 3- Sílabas complexas

Após ter deixado a criança escrever os nomes e separar as sílabas conforme achava

correto, foi feita uma intervenção. No nome Marco solicitou-se que a criança fizesse a leitura

das sílabas separadas, sendo que ela lia “MAR” onde estava escrito apenas “MA”. Tirou-se

então a sílaba “CO” de perto e pediu-se que lesse novamente apenas aquela sílaba. Assim a

criança entendeu que na verdade ali não estava escrito “MAR”. Então lhe foi explicado: “esta

sílaba tem na verdade 3 letras, está faltando o R”; a criança então perguntou: “Mar é igual que

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a gente nada?” Quando foi-lhe dito que sim ele comemorou. O mesmo foi feito com o nome

GERALDO, e a criança demonstrou ter entendido.

Com o nome JUNIOR, a criança escreveu “JUNIO”. Ao ser questionada sobre a falta

de uma letra na última sílaba a criança repetiu a sílaba e falou: “Falta o R”. Assentindo-lhe

afirmativamente, ele inseriu o R antes do O conforme a figura, formando a palavra JUNIRO.

Foi pedido que lesse as sílabas separadamente, fazendo com que notasse que dessa forma o

nome não faria sentido, então foi mostrado o nome correto e solicitado que a criança registrasse

corretamente no caderno.

3º dia de atividade:

No terceiro encontro, a criança estava aguardando com um caderno na mão tentando

reescrever os nomes do outro dia, ainda tinha errado alguns, mas mostrou um avanço no nome

ADRIANO.

Figura 4- Exercício

No nome ADRIANO, mostrou ter entendido as sílabas, porém, colocou o P no lugar do

D. Em MARCOS e JUNIOR é possível notar também um avanço, pois já inseriu o R e o S,

embora ainda não tenha escrito a palavra completa. Em MARIA trocou o R pelo M. Bastante

significativo, contudo, é o fato de que quando foi pedido que a criança lesse as palavras, em

todas elas, logo ela notou o erro e as corrigiu.

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Para prosseguir com a atividade, foi solicitado que a criança colocasse os nomes em

ordem alfabética e separasse as sílabas. Nessa atividade não houve dificuldade, somente no

nome GERALDO que ela separou incorretamente como GE-RA-LDO, mas ao pedir que lesse,

a criança já disse: “O L está no lugar errado” e corrigiu o erro.

Foi pedido que a criança formasse palavras a partir das sílabas dos nomes. Ela

apresentou dificuldades na atividade, juntou algumas letras que não faziam sentido, e quando

formou a palavra LUA, pediu para usar outras letras para tentar formar palavras novas, mas a

criança confunde a leitura dessas palavras.

Figura 5- Formação de palavras

4º dia de atividade

Foi feita a leitura do livro “E o dente ainda doía” de Ana Terra. Ao fazer a leitura foi

proposto à criança que olhasse o texto para que acompanhasse a leitura palavra por palavra.

Em seguida foi solicitado à criança que procurasse no texto palavras com as escritas

como em DENTE e circulasse. Foram encontradas as seguintes palavras:

Figura 6- palavras encontradas

COM, AGUENTAR, DOENTE, SEGUNDO, AINDA, ENTRARAM, CINCO, TENTAR,

FRENTE, REPENTE, NINGUÉM, FUNCIONOU.

Foi realizada a leitura das palavras junto com a criança e mostrado a família de sílabas:

A N, E N, IN, ON, U N.

Com auxílio do alfabeto móvel, foi solicitado que a criança escrevesse algumas palavras

com essas mesmas sílabas, como mostram os exemplos a seguir.

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Figura 7- Usando o Alfabeto Móvel

Ao terminar este dia de atividade notou-se que a criança ainda apresentava dificuldades

para a leitura e escrita dessa classe de palavras, e foi então combinado com a criança que ainda

nos próximos dois encontros seriam feitas atividades de fixação.

5º dia de Atividades

Foi realizada a leitura de uma lista de palavras com a mesma forma de escrita, solicitado

que a criança dividisse as palavras pela a escrita uma lista com A N, outra com E N etc, depois

se solicitou que a criança formasse frases com uma palavra de cada lista. A criança formou as

frases e fez a leitura corretamente, como mostram as frases a seguir.

Figura 8- Formação de frases

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As frases foram redigidas pela criança, porém na palavra “PADRINHO” houve um

auxílio devido às dificuldades apresentadas. A criança escreveu PADIO; foi mostrada a palavra

correta à criança, visto que a mesma apresenta duas sílabas complexas: “DRI”, “NHO”. Após

a escrita a criança leu as frases corretamente, parando novamente na palavra PADRINHO.

Após essa atividade, foi dada a criança um caça-palavras, ela leu e encontrou as dez

palavras propostas (bengala, fazenda, injeção, nunca, gancho, redondo, ponto, cinco, tinta,

imundo).

6º dia de Atividades

Foram dados à criança, vinte envelopes contendo uma palavra dividida em sílabas cada

um, para que ela montasse a palavra e as registrasse no caderno em seguida.

Figura 9- Montagem de palavras

Algumas palavras a criança montava corretamente, em outras era feita a montagem

incorreta, porém ao solicitar-se a leitura, a criança logo notava e tentava até montar

corretamente, por exemplo em “PERGUNTA” ela escreveu: “GUN-TA-PER” ao ler ela logo

exclamou: “Está errado”, em seguida montou: “PER-TA-GUN” e disse “Não é assim”, quando

montou corretamente ela exclamou “Ah pergunta!”. As palavras são vistas na imagem a seguir.

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Figura 10 – Palavras escritas

Após a leitura das palavras foi solicitado à criança que criasse frases com pelo menos

três delas. As frases foram respectivamente: “NUNCA FAÇA ISSO”; “EU ERREI UMA

PERGUNTA DA PROVA” e “EU ESTAVA ANDANDO E VI UM PONTO DE ÔNIBUS”.

Figura 11- Formando frases

Para finalizar realizou-se um ditado em que a criança errou apenas duas palavras que

foram corrigidas pela mesma através do alfabeto móvel. Foram entregues à criança apenas as

letras que compunham a palavra, em pente a mesma questionou: “Não tem a A?” quando se

respondeu que não, a criança disse: “Então é com E?” ao ser informado que sim a criança

escreveu corretamente. Em mundo a criança disse: “Acho que esqueci o N”, foi então que foi

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dito a criança: “Você trocou o M de lugar também”, ao receber as letras a criança exclamou:

“Ah escrevi Undo” e sorriu, em seguida escreveu a palavra corretamente e registrou-as no

caderno.

Figura 12 - Ditado

7º dia de Atividades

A partir do nome ADRIANO, o qual a criança mostrou dificuldade ao entender a questão

das 3 letras em uma única sílaba, foram dadas à ela várias figuras e nomes recortados de forma

aleatória. Solicitou-se à criança que fizesse a correspondência entre os nomes e as figuras. Para

que isso fosse possível era necessário que a criança conhecesse todas as figuras, ao questioná-

la sobre os nomes, a mesma apenas não reconheceu a figura do hidrante disse: “não lembro

como chama”, foi então questionado se já havia visto “Sim é aquele negócio que o bombeiro

usa para apagar o fogo”. Após dizer o nome solicitou-se que a criança locasse as figuras com

os nomes embaixo, e após isso ela os colocaria em seu caderno.

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Figura 13 – Palavras com figuras

Após a atividade mostrou-se à criança, a partir de uma revista, que em língua portuguesa

existem sílabas formadas com uma, duas três ou mais letras. A criança respondeu que já sabia,

porém, que não consegue escrever com mais de duas letras “Eu não sei escrever com três

letras”. Foi-lhe dito então que seria melhor trabalhado esse tipo de sílaba.

8º dia de Atividades

Ainda a exemplo de sílabas complexas, realizou-se uma leitura junto com a criança de

uma receita de brigadeiro, chamando sempre sua atenção para os dígrafos “Br”. Antes de

começar a atividade, questionou-se a criança sobre que tipo de texto era aquele, e ela respondeu

“É pra aprender a fazer brigadeiro”. Questionou-se então que nome era dado a este tipo de

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texto, e ela disse “receita, usa para saber cozinhar”. Mostrou-se então a estrutura do texto e

iniciou-se a leitura.

Figura 14 – Leitura de texto

Durante a leitura a criança já não demonstrou dificuldade para ler palavras trabalhadas

anteriormente como “enrolar” “unte” “manteiga”, porém, ainda não conseguia ler frases

completas, o que dificultou o entendimento geral do texto. Após a leitura solicitou-se que a

criança enumerasse o passo a passo da receita de acordo com o que foi lido, o que fez sem

maiores problemas.

9º dia de Atividades

Mostrou-se à criança uma lista de palavras escritas com o dígrafo “Br” trabalhado

anteriormente. Ao iniciar a leitura não lembrava como era feita. Lia “Setembo”, depois

“Setembor”. Após ler para a mesma, ela passou a ler corretamente as demais.

Após isso se solicitou à criança que tentasse lembrar de palavras que tivessem outros

dígrafos como: Br, Cr, Dr etc, escolhesse 5 delas e formasse frases. Para formar as frases a

criança não conseguia escrever muitas palavras e pediu auxílio, foi dado e informado que em

uma próxima vez ela deveria escrever sozinha.

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Figura 15- Formando Frases com escolha de palavras

10º dia de Atividades

Solicitou-se à criança que escrevesse novamente uma lista de nomes com o alfabeto

móvel e depois registrasse no caderno. Desta vez conseguiu realizar quase todos, por esta razão

questionou-se à criança quais outros nomes ela gostaria de escrever, e assim formou-se uma

lista maior com o nome de vários de seus familiares.

Figura 16- Nomes de pessoas

Foram montados alguns nomes com pequenos erros, como se observa.

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Figura 17 – Nomes com Alfabeto Móvel

Em MARCOS, faltou o S, porém na família da criança as pessoas pronunciam MARCO,

e por isso o erro é normal. Foi dito novamente à criança o nome em voz alta, e ela afirmou: “Tá

Faltando o S”.

Figura 18 – Nomes com Alfabeto Móvel

Em GERALDO, primeiramente escreveu GARAUDO. Ao solicitar a leitura a criança

disse “Tá errado, aqui é E”. Ao trocar a letra fez a leitura do nome dizendo “Agora está certo”,

então informou-se a criança que ali estava escrito a palavra, mas que em português algumas

palavras com som de U são na verdade escritas com L e assim foi realizada a correção e feito o

registro no caderno.

Figura 19 – Nomes com Alfabeto Móvel

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Para o nome ROBERTO, também ao realizar a leitura, a criança mesma percebeu que

algo estava errado, lendo sílaba por sílaba afirmou: “Falta o R”, mas após inseri-lo ainda não

conseguiu ler a palavra, então se questionou à criança: “Existe sílaba sem vogal?”. Ela

informou que não, assim perguntou-se: “Então que vogal você acha que está faltando nessa

sílaba”. Ela respondeu corretamente que era a E, e registrou igualmente o nome.

11º dia de Atividade

Neste dia foram realizadas junto com a criança algumas atividades que ela não havia

conseguido realizar em sala de aula: uma de matemática, e uma de português em que a palavra

estava escrita ao contrário e a criança deveria escrevê-la corretamente.

Ao questionar o porquê não havia realizado a tarefa a criança informou que não entendeu

o que fazer. Quando questionado por que não pediu à professora, respondeu: “A tia disse que

era fácil e já tinha explicado”.

Com o auxílio do alfabeto móvel foi mostrado à criança como era a atividade, solicitou-

se que ela colocasse as letras do mesmo modo que estava na atividade, e depois que invertesse

a posição das letras uma por uma. Ela observou: “Então é só escrever de trás pra frente?”. Ao

informar-lhe que sim, ela conseguiu realizar a tarefa sem problemas.

12º dia de Atividades

Neste dia propôs-se a criança que escrevesse novamente as palavras do primeiro dia de

atividades para ser feito um novo diagnóstico. Notou-se que a criança já conseguia escrever

GOL de forma correta; a palavra CAMPO a criança ainda não escreveu corretamente, mas já

se percebeu a tentativa, e nesse caso o erro cometido foi apenas na grafia, pois a

correspondência da escrita com a fala já foi realizada corretamente, assim como em FUTEBOL

que anteriormente foi escrito com V no lugar do F, a palavra CAMIZETA foi escrita da mesma

maneira.

Após isso se realizou a leitura de um pequeno livro trazido pela criança, em sua leitura,

notou-se que muitas palavras já puderam ser lidas tranquilamente, e embora ainda tenha

engasgado nas palavras com sílabas complexas, foi possível notar que a criança já conseguia

compreender boa parte do texto mesmo lendo com dificuldades.

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Figura 20 – Escrita de palavras

13º dia de Atividades

A criança trouxe para esse encontro um Gibi da Turma da Mônica que a mesma havia

comprado e informou que gostaria de ler. Realizou-se a leitura junto à criança e depois solicitou-

se que a mesma escrevesse algumas palavras do gibi Posteriormente, com a ajuda do alfabeto

móvel propôs-se a criança a correção das palavras.

Figura 21 – Escrita de palavras

Para a maioria das palavras, ao pegar o alfabeto móvel a criança já sabia de imediato

que estava faltando alguma letra. No caso de plano a criança disse que não conseguia “Eu não

sei escrever”. Então, foram entregues apenas as letras que a palavra continha. A criança

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questionou “O L é antes ou depois do A?”. Sugeriu-se que colocasse e realizasse a leitura, e ao

fazer isso a criança imediatamente escreveu corretamente a palavra.

Nos demais dias de atividades, buscou-se realizar algumas leituras em voz alta e

silenciosa com a criança, quando se notou a dificuldade de interpretação da criança, que muitas

vezes conseguiu realizar sem problemas a leitura dos textos, porém quando se faz perguntas

referentes ao conteúdo da leitura, a criança demonstra ter pouca compreensão daquilo que leu,

evidenciando a necessidade de um trabalho maior no que tange a leitura da criança.

Última Avaliação

Na última avaliação realizada durante o trabalho, solicitou-se que a criança escrevesse

as palavras escritas na primeira avaliação, e foi possível notar que a criança evoluiu muito na

escrita:

Figura 22 – Escrita de palavras

Solicitou-se que formasse frases com as palavras.

Figura 23 – Formando frases

Nessas frases percebe-se que a criança ainda possui uma escrita limitada, pois não

consegue formar frases muito diferentes uma da outra, porém nota-se a evolução de sua escrita.

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4. Considerações Finais

Neste trabalho, mostrou-se que o letramento, vem questionar uma visão equivocada, de

que ao alfabetizar, seria necessária a utilização de textos sem sentido, fazendo com que o aluno

repita várias vezes até que decore, como se o alfabetizando não tivesse nenhum tipo de

conhecimento sobre leitura e escrita, como se apenas na escola, ele fosse apresentado de forma

mágica ao mundo letrado.

Evidencia-se portanto, que também na escola é necessário utilizar os recursos que o

aluno traz, a fim de facilitar seu aprendizado, visto que este aluno muito antes de entrar na

escola, já tem contato com diversas formas de escritas no seu dia a dia, seja por meio de

pequenos bilhetes, rótulos, cartazes, propagandas, etc.

Corroborando com tal perspectiva, foi realizada uma experiência empírica de

letramento, por meio da qual foi acompanhada uma criança do 4º ano do ensino fundamental

durante quatro meses. A criança em estudo ficou retida no 3º ano, em 2013, pois de acordo com

a professora não apresentava condições para avançar a série.

A esse respeito, de acordo com a mãe, as professoras anteriores relatavam que apesar

dos inúmeros esforços, a criança não conseguia acompanhar os demais. Em 2011, a criança foi

encaminhada a uma psicopedagoga, sendo que após esse acompanhamento apresentou uma

pequena melhora. Contudo, a criança perdeu a vaga, que era fornecida pelo governo, por ter

faltado 3 vezes seguidas sem justificativas. O acompanhamento foi realizado nos finais de

semana, dedicando-se uma hora no sábado e uma hora no domingo.

Constatou-se que, mesmo tendo dificuldade de aprendizado durante sua vida escolar,

em pouco tempo, a criança mostrou grande avanço no aprendizado, evidenciando que o

letramento trouxe significado para o seu aprendizado.

Porém, fazem-se necessárias algumas considerações. Constatou-se que a criança ainda

não atingiu ao nível esperado de aprendizado, pois ainda não apresenta compreensão total de

textos que lê, e ainda escreve frases e textos com visível dificuldade.

Quanto tempo seria ainda necessário para que a criança apresentasse novos avanços?

Que trabalhos faltam ser realizados? A criança necessitaria de algum tipo de auxílio especial

além daquele que foi realizado?

O questionamento maior que se coloca aqui, num momento de balanço final do trabalho

realizado, volta-se para o fato de que inúmeras crianças vivenciam realidades semelhantes a

esta que aqui foi descrita e que não encontram solução para suas dificuldades pela

impossibilidade de acompanhamento específico para suas demandas particulares. Afinal, será

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possível que a educação massificada realize procedimentos efetivos de letramento que

permitam a superação das dificuldades enfrentadas pelas crianças?

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