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Bem vindo(a), LADERLEI LUIZ MARANGONI Por Josette Goulart | De São Paulo 30/11/2010 Texto: Compartilhar Leo Pinheiro/Valor (http://static.valoronline.c om.br/sites/default/files /imagecache /media_library_bigimage //gn/10/11/foto30sa- 101-muniz-d1.jpg) José Antonio Muniz, presidente da Eletrobras: companhia tem que ter papel de empresa e de agente de Estado Criticado por acionistas minoritários, presidente da Eletrobras diz que cada um tem seu próprio conceito de gestão. "É como o amor." Governança sob medida O que é governança, afinal? Para o presidente da Eletrobras, José Antonio Muniz, "é um conceito como felicidade ou amor, para cada um é diferente". Em um momento em que a bilionária empresa que comanda é questionada por seus acionistas minoritários justamente pela governança, ou a falta dela, e a dificuldade em se obter informações das subsidiárias do grupo, Muniz pondera: "Queria ver qual ser humano seria capaz de ler todas as informações que são geradas aqui". Ele diz que como presidente do sistema o importante é ter informações dos pontos principais. Afinal, cada empresa do grupo tem seu próprio conselho de administração. A disputa pelo poder na Eletrobras tem sido acirrada nesta transição de governo. São nove presidências em jogo e algumas dezenas de cargos em diretoria, além dos próprios cargos em conselhos de administração. Nem o próprio Muniz, indicado pelo PMDB, é nome confirmado no comando da empresa. Ele mesmo diz com certa frequência "se eu estiver aqui em janeiro" ao falar sobre seu futuro próximo. Sob sua batuta, entretanto, Muniz é defensor de uma Eletrobras que continue sendo parte empresa e parte agente de Estado. Governança sob medida | Valor Online http://www.valoronline.com.br/impresso/cemig/1890/344205/governanca-sob-medida 1 de 3 1/12/2010 15:43

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Bem vindo(a), LADERLEI LUIZ MARANGONI

Por Josette Goulart | De SãoPaulo30/11/2010

Texto: Compartilhar

Leo Pinheiro/Valor

(http://static.valoronline.com.br/sites/default/files/imagecache/media_library_bigimage//gn/10/11/foto30sa-101-muniz-d1.jpg)José Antonio Muniz,presidente daEletrobras: companhiatem que ter papel deempresa e de agentede Estado

Criticado por acionistas minoritários, presidente da Eletrobras diz que cada um tem seu

próprio conceito de gestão. "É como o amor."

Governança sob medida

O que é governança, afinal? Para o presidente da Eletrobras, JoséAntonio Muniz, "é um conceito como felicidade ou amor, paracada um é diferente".

Em um momento em que a bilionária empresa que comanda équestionada por seus acionistas minoritários justamente pelagovernança, ou a falta dela, e a dificuldade em se obterinformações das subsidiárias do grupo, Muniz pondera: "Queria verqual ser humano seria capaz de ler todas as informações que sãogeradas aqui".

Ele diz que como presidente do sistema o importante é terinformações dos pontos principais. Afinal, cada empresa do grupotem seu próprio conselho de administração.

A disputa pelo poder na Eletrobras tem sido acirrada nestatransição de governo. São nove presidências em jogo e algumasdezenas de cargos em diretoria, além dos próprios cargos emconselhos de administração. Nem o próprio Muniz, indicado peloPMDB, é nome confirmado no comando da empresa. Ele mesmo dizcom certa frequência "se eu estiver aqui em janeiro" ao falar sobreseu futuro próximo. Sob sua batuta, entretanto, Muniz é defensor de uma Eletrobras quecontinue sendo parte empresa e parte agente de Estado.

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A governança da empresa e a atuação do próprio conselho de administração, presididopelo ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, foram duramente criticadas ementrevista recente concedida ao Valor pelo representante dos acionistas minoritários noconselho, Arlindo Magno. Magno falou de assuntos que considera "intocáveis" naEletrobras e que, segundo ele, deveriam ser enfrentados pelo novo governo federal. "OArlindo [Magno] quer a diretoria de participações e comitês de assessoramento aoconselho", diz Muniz. "E nós vamos chegar lá".

Mas as propostas do representante dos minoritários vão além. Ele sugere um conselhomais forte, sem que seja presidido pelo ministro de Minas e Energia. "O presidente nãopode [constranger] os demais conselheiros", disse Magno. "Nós precisamos de umconselho mais independente". Muniz entende que o fato de ter um diretor do BNDES, umrepresentante do Tesouro, um conselheiro independente e um representante da CasaCivil fortalece o conselho da Eletrobras.

Além das atividades de distribuição, geração e transmissão, a Eletrobras é responsávelpela gestão de fundos setoriais e programas de governo como o Luz para Todos. MasMuniz acredita que a Eletrobras não pode perder seu papel de agente de Estado, eadministrar esses fundos faz parte desse papel. Desde que o resultado não seja negativo,segundo Muniz, ficar no zero (na gestão dos fundos) já é bom.

Muniz também é totalmente contra a privatização das distribuidoras da Eletrobras, apesarde não serem o negócio principal da empresa e passarem por grandes dificuldades. "Masnós vamos recuperar essas empresas", diz.

Desde 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva traçou uma meta para a Eletrobras, dese tornar a "Petrobras do setor elétrico". De lá para cá, a gestão da companhia foiunificada, os planos de cargos e salários devem seguir o mesmo caminho até o ano quevem, o logotipo das empresas tiveram o "Eletrobras" acrescentado a seus nomes originais.As empresas do grupo tiveram suas dívidas com a holding transformadas em capital, umaoperação de R$ 10 bilhões.

Mesmo assim alguns incidentes trouxeram à tona a dificuldade de se unir empresas comculturas tão diferentes sob uma mesma gestão.

A subsidiária Furnas, por exemplo, desobedeceu uma decisão estratégica da empresa paraparticipação no leilão da usina hidrelétrica de Teles Pires.

A unificação da marca foi o estopim para que os funcionários da Chesf criassemdesconforto com o que consideraram a tentativa de se tirar a companhia do povopernambucano. Os casos, segundo Muniz, foram isolados e ele mesmo justifica que não sepode querer mudar a cultura das empresas. "A Chesf e Furnas foram criadas antes da

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30/11/2010 - 00:00 - Contexto (/impresso/investimentos/119/344209/contexto)

Eletrobras e sempre foram muito independentes", diz Muniz. "Estamos passando por umprocesso de transformação."

Na bolsa de valores, os papéis da empresa refletem o descontentamento dos investidores.Enquanto o índice do setor de energia sobe 9% no ano, as ações com direito a voto daEletrobras caem mais de 14%. As preferenciais, que são beneficiadas por dividendosgarantidos, caem quase o mesmo. Os números operacionais da empresa, comparados comseus pares no setor, também desapontam. Relatórios de bancos de investimento mostramque os índices das empresas do sistema Eletrobras são piores inclusive que seus paresestatais, como a Cemig.

No cronograma da Eletrobras, o próximo grande evento de interesse de seus acionistasdeverá ser a capitalização de cerca de R$ 5 bilhões a ser feito pelo governo federal. Alémdisso, a empresa continua pagando os dividendos que ficaram parados anos na empresa.Uma vitória para os minoritários, segundo o próprio representante deles no conselho,Arlindo Magno.

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