EfolioA_Alexandre_1004628

download EfolioA_Alexandre_1004628

of 3

Transcript of EfolioA_Alexandre_1004628

  • 8/7/2019 EfolioA_Alexandre_1004628

    1/3

    11042 Gesto de Conflitos na Escola: e-flio A 2010/11

    Ficha de Leitura

    Identificao da obra: Villas-Boas, Maria. A. (n.d.). A relao Escola-Famlia-

    Comunidade inserida na Problemtica da Formao de Professores,[online].

    Recuperado em 10 de Outubro, 2010. Universidade de Lisboa,Http://www.educ.fc.ul.pt/recentes/mpfip/pdfs/adelinavillasboas.pdf

    Resumo

    A descontinuidade cultural entre a escola e a famlia tem vindo a ser apontada como um

    factor relevante do insucesso escolar. Muitos estudos, desenvolvidos em diversos

    pases e tambm em Portugal, tm demonstrado as vantagens de uma mais estreita

    colaborao da escola com as famlias e com as comunidades. Apesar da legislao

    vigente incentivar o envolvimento da famlia e desta temtica ser discutida no mbito

    da formao contnua de professores, as dificuldades na implementao destas prticas

    no so ultrapassadas. Algumas dificuldades derivam do paradigma educativo que no

    admite a formao de parcerias para a aprendizagem. Outras relacionam-se com a

    insuficiente preparao dos professores para tal tarefa (Vilas-Boas, p. 1).

    Vrios autores defendem que a iniciativa de aproximao famlia deve partir da

    escola por esta se encontrar em melhor posio para o fazer (Harry, 1992, Shen et al.,

    1994, in Villas-Boas, sd, p.2) reconhecendo que esta aproximao influencia

    positivamente as aprendizagens dos alunos. O professor deve, segundo um estudo

    realizado no Canad por Coleman e Tabin (1992), permitir o envolvimento parental

    tendo em conta os seguintes passos: assumir e compreender que da sua iniciativa e do

    seu convite que essa colaborao se torna possvel; legitimar essa colaborao tendo

    em conta os direitos e responsabilidades dos diversos actores; facilitar com encontros

    que facultem aos pais indicaes sobre o curriculum e a metodologia aplicada;

    desenvolver actividades para pais e filhos encorajando os pais a participar e assumindo

    um papel de mediador; reconhecer os resultados do desempenho divulgando-os

    atempadamente. A maioria das vezes este processo no operacionalizado optnado os

    professores por desenvolver apenas uma boa realo com os alunos (Vilas-Boas, sd,

    p.2-3). Montandon (1993) identifica quatro tipos de professores no que respeita

    diversidade de contactos: polivalentes (47%), minimalistas (25%), informais (12%) e

    tradicionalistas (16%). Recorrendo os polivalentes a contactos formais e informais, os

    informais utilizando mais este tipo de contacto, os minimalistas limitando os contactos

    ao exigido por lei e os tradicionalistas que no discutem questes de mtodo com os

    pais s os chamando para individualmente discutirem o progresso do aluno. O

    http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/file.php/19761/Documentos/efolios/adelinavillasboas.pdfhttp://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/file.php/19761/Documentos/efolios/adelinavillasboas.pdfhttp://www.educ.fc.ul.pt/recentes/mpfip/pdfs/adelinavillasboas.pdfhttp://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/file.php/19761/Documentos/efolios/adelinavillasboas.pdfhttp://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/file.php/19761/Documentos/efolios/adelinavillasboas.pdfhttp://www.educ.fc.ul.pt/recentes/mpfip/pdfs/adelinavillasboas.pdf
  • 8/7/2019 EfolioA_Alexandre_1004628

    2/3

    11042 Gesto de Conflitos na Escola: e-flio A 2010/11

    professor ergue barreiras a esta relao actuando sem o devido cuidado de anlise do

    ambiente da comunidade e da famlia do aluno. Muitas vezes por falta de preparao e

    outras por preconceitos e receios que a colaborao dos pais possa interferir

    negativamente no seu trabalho. Alguns estudos parecem indicar que os professores tmuma falsa noo de que os contactos com os encarregados de educao so frequentes,

    quando a maioria das vezes s tomam a iniciativa de contactar os pais em situaes

    graves de indisciplina ou de fraco rendimento escolar criando assim a associao da ida

    dos pais escola a uma situao desagradvel. O professor teme ainda ser posto em

    causa como profissional, ao abrir-se demasiado a escola participao dos pais, para tal

    usam como defesa uma linguagem que dificulta ou impossibilita a comunicao. Com

    um esteretipo de aluno (rapaz, portugus, branco, urbano, catlico e da classe mdia)os professores deixam de lado a oportunidade de explorar positivamente a diversidade

    cultural que a escola (Davies et al., 1989, p. 116, in Vilas-Boas, sd, p.8). Uma soluo

    apontada pela autora para eliminao destas barreiras a formao dos professores (p.

    8). Um modelo metodolgico de formao desenvolvido por Monnier e Pourtois (1987)

    e aplicado em Frana a professores no ano de induo resultou numa maior abertura

    dos alunos relao dos seus pais com a escola (Villas-Boas, p.8). portanto

    necessrio que a formao contnua de professores tenha em conta esta problemtica

    afim de mudar alguns preconceitos enraizados nos professores mais velhos. Um estudo

    (Villas-Boas et al., 2000) conduzido ao longo de trs anos pretendeu compreender os

    factores que condicionam e dificultam a construo de parcerias escola-famlia-

    comunidade e identificar estratgias que contribuam para o desenvolvimento dessas

    parcerias. Das vinte e cinco escolas seleccionadas para o estudo apenas em dezanove

    completaram o tempo de interveno previsto (Villas-Boas, sd, p.10). Durante dois

    anos lectivos facilitadores colocados nas escolas trabalharam com os professores,

    frequentaram formaes em conjunto com os pais e em alguns casos com membros da

    autarquia, no sentido de identificar e implementar as estratgias mais adequadas a cada

    caso. Verificou-se uma melhoria generalizada neste campo. E no s se verificou uma

    melhoria no processo de ensino como uma avaliao externa indicou tambm uma

    melhoria significativa das aprendizagens. Concluindo que h ainda muito trabalho

    ainda por fazer neste campo, a autora aponta algumas orientaes para desbloquear

    algumas das barreiras identificadas, como a formao contnua de professores e a

    presena de mediadores nestes processos.Comentrio [

  • 8/7/2019 EfolioA_Alexandre_1004628

    3/3

    11042 Gesto de Conflitos na Escola: e-flio A 2010/11

    Numa abordagem actual o paradigma da escola como empresa de servios detentora de

    um saber substantivo e inquestionvel que se fecha em si no faz qualquer sentido

    (Gonalves, 2003). A nossa sociedade tem evoludo no sentido de nos mostrar uma

    necessidade de formao permanente, um novo paradigma escolar de uma educao aolongo da vida apontada para a realidade ecolgica do individuo e para o

    desenvolvimento de competncias que em conjunto contribuam para um

    desenvolvimento sustentvel. A educao cada vez mais um campo ilimitado de

    saberes no s cientficos mas tambm tecnolgicos, sociais e ambientais. O papel do

    professor no processo educativo evoluiu assim como os alunos se modificaram nas

    ltimas dcadas, a diversidade cultural deve ser vista como uma mais-valia (Davies et

    al.,1989) e no como um obstculo aprendizagem. importante que os professorestomem conscincia plena do seu papel neste novo cenrio. J no como especialistas e

    detentores de saberes que procuram transmitir, mas como actores que participam num

    processo conjunto de construo de conhecimento onde os alunos mobilizam as suas

    tradies familiares e as suas vivncias comunitrias. A democratizao do ensino foi

    confundida com uma massificao uniforme do ensino falhando na resposta a

    realidades diversas das comunidades em que a escola est inserida. A resposta

    necessidade de um ensino mais prximo da realidade que resolva problemas concretos

    s possvel com a participao activa da sociedade em geral e, fundamentalmente, dos

    pais em particular. Conclui-se que a formao inicial de professores deve comtemplar

    esta temtica, mas apenas a formao continua e a existncia de entidade mediadora

    pode assegurar a sustentabilidade sistmica deste processo. No deve, portanto,

    entender-se a escola como um perodo finito de formao inicial, mas parte dum

    processo permanente de aprendizagem, centrada no individuo que desenvolve

    competncias e as aplica na sua comunidade. E onde o professor simultaneamente

    fonte e receptor de conhecimento e mobilizador de saberes.Outras obras consultadas: Gonalves,C.M.(2003).Escola e Famlia: Uma relaonecessria e conflitual. Em Costa,M.E.(coord.). in Gesto de Conflitos na Escola(pp.98- 142).Lisboa:Universidade AbertaAlexandre Manuel Azevedo de Oliveira, Turma 8, n 1004628