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    Educao em Sade

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    As relaes entre socializao, cultura e educao esuas implicaes no campo da educao em sade

    INDIVDUO, SUJEITO, PESSOA, ATOR: NS E A SOCIEDADE

    Indivduo uma noo fundamentalmente biolgica. Podemos entend-Iocomo um ser vivo de qualquer espcie. Destaca-se, nessa noo, a unidade eo aspecto orgnico do ser.

    O ser humano mais complexo do que os indivduos de outras espciesanimais ou vegetais, porque, alm de um organismo biolgico, o homem tambm um ser sociale torna-se pessoa atravs do processo de socializao.

    O Homo sapienssapiens participa, portanto, de um trplice modo de ser:

    biolgico, social e psquico. Essas trs instncias nem sempre coexistemem perfeito equilbrio.

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    As trs instncias do modo de ser humano, em bases sociolgicas sonomeadas com os termos a seguir:

    1) Indivduo- noo biolgica e estatstica;

    2) Ator social - conceito especificamente sociolgico, que expressa os papissociais demandados pela sociedade para serem representados em momentosespecficos: pai, cnjuge, filho, professor, aluno, esportista, participante de umafesta e outros;

    Os papis sociais so aprendidos na vida social. No so inatos, dependem daeducao;

    3) Pessoa - conceito psicolgico (e tambm filosfico). Pessoa o serauto-consciente(dotado de conscincia de si mesmo, capaz de tomar-se

    como objeto de seu prprio conhecimento e auto-analisar-se) e, por isso,apto a efetuar decises sobre sua prpria vida. Todo ser humano pessoa em sentido latente. Mas, s alcana a autoconscincia, que odefine como pessoa de fato, a partir de um estgio mais profundo doprocesso educacional.

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    Processo pelo qual o homem d sentido a si e a tudo que o rodeia. Esse

    sentido dado coletivamente.(C. Levi-Strauss) tudo o que produzido pela inteligncia humana. a naturezatraduzida pela inteligncia humana.

    Cultura:

    A cultura a capacidade humana e s humana a de dar sentido a si mesmo, anatureza e ao outro (diferente de si).

    O homem difere do animal porque se define pela funo simblica, que tornapossvel pensar a cultura como um conjunto de sistemas simblicos:

    linguagem, parentesco, religio, mito, arte, economia etc., que estabelecem acomunicao entre os homens em diferentes nveis.

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    O conjunto de cdigos, smbolos, conhecimentos, que denominamos cultura,organiza:

    1. A relao dos homens entre si e, portanto, a prpria sociedade.

    A cultura regula nosso comportamento, delimita modos de agir, por meio deregras de etiqueta, valores morais, normas de conduta, sanes sociais, etc.

    2. A relao do homem com o mundo que o cerca:A culturatorna o mundo compreensvel ao homem, imprimindo idias, valores e

    representaes natureza, regulando a ao do homem sobre o meioambiente.

    O comportamento humano (valores, regras, normas, princpios)

    adquirido por meio de um processo de aprendizagem, tambm chamadode endoculturao ou socializao, imposto ao indivduo desde aprimeira infncia.

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    Nenhum indivduo nasce homem, mas constitui-se e se produz como tal, dentro

    do projeto de humanidade do seu grupo social, num processo contnuo depassagem da natureza para cultura, ou seja, cada indivduo, ao nascer, vai

    sendo construdo e vai se construindo enquanto ser humano.

    Projeto de humanidade

    A ordem social surge pelas mos do prprio homem e s pode ser experimentada num

    mundo criado por ele: a cultura.

    O homem s se humaniza atravs de processos culturais, j que a humanidade uma

    inveno da cultura.

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    resultante da maneira como pensamos, sentirmos emoes variadas egarantirmos nossas condies materiais de existncia.Resultam de experincias e relaes impostasno decorrer de nossavida social

    estruturao cultural

    A ordem humana tem por principio e fundamento as regras que produzimos e aliceramosa condio de humanos.

    Sem regras seriamos incapazes de produzir ordem e sentido para nossas aes epensamentos.

    O ser humano o criador de sua realidade e das regras que impe e segue.

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    Os fenmenos culturais surgem por necessidade.O homem inventa a partir de elementospreexistentes naturais e/ou culturais.

    Inveno:Procura de um bem adequado a satisfazeruma necessidade, at encontr-lo.

    Difuso:Transmisso do bem encontrado, passandoo conhecimento do referido bem a fazer

    parte do cabedal cultural do grupo.

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    O processo de difuso cultural

    realiza-se por meio de:Educao

    Imitao

    Coero

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    Imitao o inferior imita o superior, o exterior

    imita o interior e o presente imita o passado.

    Educao processo de aprendizagem;

    Coero o grupo parcial e/ou a sociedade global exercempresso difusa e institucionalizada) sobre os membros, levando-osa participar do complexo cultural focal, polarizador.

    O processo socializador da educao desenvolve-se por imitao ecoero.

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    VALORES CULTURAIS:As formas de pensar e agir, ou seja, os costumes de grupos diferentesdevem ser considerados e avaliados dentro da configurao cultural a que

    pertencem.

    Etnocentrismo Postura que privilegia os valores e a cultura doobservador, em detrimento da cultura e dos valores do observado.

    H modos de vida bons para um grupo e que jamais serviro paraoutro.

    As culturas no so superiores ou inferiores, mas diferentes, commaiores ou menores recursos, com tecnologia mais desenvolvida ou

    menos.

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    Folclore: conjunto de manifestaes decarter popular de um povo, ou seja o

    conjunto de elementos artsticos feitos dopovo para o povo, sempre ressaltando ocarter de tradicional destas representaes,sempre transmitidas de uma gerao para

    outra atravs da prtica(os pais ensinam aos filhos, que desdepequeninos j praticam).

    Estilhaos de cultura:

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    CULTURA

    Idias, crenas, representaes

    Aes, comportamentos, atitudes

    Regula a relao dos homens entre si e com o mundo

    Conjunto de conhecimentos acumulados por uma

    sociedade e transmitidos, de gerao em gerao, pormeio do aprendizado (educao).

    A transmisso do conhecimento adquirido, faz-se por

    meio da linguagem.

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    Ao chegar escola, somos o resultado deum processo educativo amplo, que

    ocorre no cotidiano das relaes sociais.

    Nele, os indivduos fazem-se uns aosoutros, com os elementos culturais a que

    tm acesso, num dilogo constante com

    os elementos e com as estruturas sociais

    onde se inserem e a suas contradies.

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    Apesar da aparncia dehomogeneidade, os indivduosexpressam a diversidade cultural.

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    A educao e seus processosdeve ser compreendidaancorando-se nas relaes

    sociais: so as relaes sociaisque formam, produzem os

    indivduos em suas realidadessingulares e mais profundas.

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    Em que implicam asconsideraes a respeito da

    diversidade cultural?

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    Reconhecer a diferena (alteridade):

    a descoberta do sentimento que se arma dossmbolos da cultura para dizer que nem tudo o queeu sou, nem todos so como eu sou. Homem emulher, branco e negro, senhor e servo, civilizado e

    ndio...

    O outro um diferente epor isso atrai e atemoriza.

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    Conceitos:

    aprendizagem e Cultura

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    APRENDIZAGEM E COMPORTAMENTO

    A aprendizagem constitui mudana de

    comportamento ou de conduta,resultante da experincia. Assumevrias caractersticas e uma resposta

    modificada, estvel e durvel,interiorizada e consolidada pelossujeitos.

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    Algumas teorias sobre a aprendizagem

    APRENDIZAGEM HUMANA E APRENDIZAGEMANIMAL

    A aprendizagem humana evidentementediferente da aprendizagem animal.

    A aprendizagem animal ditada por um repertriorestrito de comportamentos.

    Nenhum animal, por mais inteligente que seja,pode transmitir novos comportamentos para outroselementos da mesma espcie ou para as suasnovas geraes.

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    No ser humano, a aprendizagem o

    reflexo da assimilao econservao do conhecimento,controle e transformao do meio,

    que foi acumulado pela experinciada humanidade atravs dos sculos.

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    O homem eminentemente oanimal da aprendizagem.

    1.Livre arbtrio: escolhe uma entre vrias hiptesespossveis e compara formas para alcanar um fimou um resultado.

    2.Planeja, executa e avalia os resultados obtidos.3.Examina as possibilidades e as condies e

    estabelece seqencialmente os comportamentos

    necessrios para alcanar um objetivo.4.Descobre a soluo antes de aplicar, utilizandopara o efeito uma planificao antecipada dasaes exigidas pelas tarefas.

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    A linguagem surge como meio de

    transmisso de aprendizagens para asnovas geraes.

    Assimilando-a e compreendendo-a, as novas

    geraes foram e vo tomando contato comsistemas de significao, que resultaram eresultam da experincia social das geraes

    passadas.

    A linguagem

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    Regras: cercam, regulam, e limitam a

    atividade humana, mas tambm ordename do sentido a ela.

    A liberdade de expresso tambm

    subordinada regras.

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    Cultura

    Emissor: formular, organizar e verbalizar seus

    pensamentos e suas emoes atravs da

    lngua, que dever ser a mesma do receptor.

    Receptor: ter de entender as palavras, os

    pensamentos e as emoes atravs dodomnio que tem da lnguacomum a ambos.

    Emissor Mensagem Receptor

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    A lngua conjunto de regras quegarante a produo de sentido pela

    sua ordem lgica e gramatical,

    permite que se produzam e

    ordenem pensamentos, emoes eexpresses.

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    A lngua um dos elementos maiscaractersticos das culturas e

    fundamental para a identidade dos

    diversos agrupamentos humanos.

    Tem relao intrnseca com as formas

    de vida e pensamentos culturais.

    O f t d l d d

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    O fato da lngua ser ordenada por

    regras, revela que as culturas como um

    todo tambm so ordenadas a partir deregras.

    Culturas so linguagem que produzem

    sentido e ordem atuao dos seres

    humanos e s realidades que eles

    produzem para si.A regra o princpio da cultura.

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    A aprendizagem visa a uma

    adaptao a situaes novas,inditas, imprevisveis.

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    Educao em sade: campo para oqual convergem concepes dasreas tanto da educao, quanto dasade.

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    Entende-se por educao em sade

    quaisquer combinaes deexperincias de aprendizagemdelineadas com vistas a facilitar aes

    voluntrias conducentes sade.

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    Variveis da Educao em Sade:

    1.a aprendizagem sobre as doenas,como evit-las, seus efeitos sobre asade e como restabelec-la.

    2.caracterizada como promoo dasade pela Organizao Mundial daSade, inclui os fatores sociais que

    afetam a sade, abordando oscaminhos pelos quais diferentesestados de sade e bem-estar so

    construdos socialmente.

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    Ao conceito de educao em sade sesobrepe o conceito de promoo dasade, como uma definio mais amplade um processo que abrange aparticipao de toda a populao no

    contexto de sua vida cotidiana e noapenas das pessoas sob risco deadoecer.

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    Noo baseada num conceito de sadeampliado, considerado como:

    um estado positivo e dinmico de buscade bem-estar, que integra os aspectos

    fsico e mental(ausncia de doena),ambiental(ajustamento ao ambiente),

    pessoal/emocional (auto-realizao pessoal eafetiva)e

    scio-ecolgico (comprometimento com a

    igualdade social e com a preservao da natureza).

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    MODELOS E PARADIGMAS, ou,

    REPRESENTAES SOCIAIS SOBRE AEDUCAO EM SADE, HOJE:

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    Prticas educativas em sade:

    Conjunto de medidas quepretendem induzir os indivduos aadotarem atitudes vistas como

    desejveis para a promoo dasade individual e/ou coletiva e apreveno das doenas.

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    Para a sade pblica, preveno aao antecipada, que tem por objetivointerceptar ou anular a evoluo de

    uma doena.

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    Adotando uma abordagem pedaggica

    denominada por Paulo FREIRE educaobancria,parte-se do pressuposto de que oprofissional de sade aquele que detm o

    conhecimento, enquanto os grupos sociaiscom os quais interage so dele ignorantes.Esta postura profissional consiste em (..)

    enfiar o saber-de-quem-sabe no supostovazio de quem no sabe. (BRANDO,1982:21)

    Etapas do processo educativo em sade:

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    Etapasdoprocesso educativo em sade:

    1. parte do dilogo com a populao,

    informando as pessoas, para a adoo de umaatitude, que deve gerar um comportamento;

    2. este comportamento deve ser introjetado soba forma de um hbitoque, disseminado, evolui

    para o costume, incorporado prpria cultura.

    Mas essa transformao deve ser acompanhadapela transformao dos servios de sade, que

    precisam, tambm eles, ser educados paramelhor servir populao.(SCLIAR, 1987:93)

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    SCLIAR indica trs pontos relevantes.

    1.a prtica educativa em sade objetiva mudana

    de comportamento.2.esta mudana de comportamento toma como

    referncia modelos tidos como saudveis, a partirda tica da cultura de outro grupo (o saber dequem sabe).

    3.esse processo se caracteriza como unilateral,como um monlogo e no como dilogo. Em

    outras palavras, alm de desconsiderardiferenas, no se percebe nem o educadorsanitrio, nem o sistema, como sujeito domesmo processo educativo e, portanto, tambm

    passvel de mudanas.

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    A prtica da educao em sade,exercita o etnocentrismoe no leva em

    conta que,para os integrantes de um mesmogrupo social, seus modos de vida

    aparecem como saudveis, oumelhor dizendo, naturais.

    Na avaliao dos modos de vida de

    outros grupos sociais devem sempre serconsideradas as condies de surgimentoe reproduo de sua cultura.

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    Estas prticas educativas, alm de notomarem como referncia a diversidadecultural e social, desconsideram asrepresentaes sociais de sade e

    doena, ou,o repertrio de doenas e as estratgiasde diagnstico e cura utilizadas porgrupos populacionais especficos.

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    A prtica tradicional de educao emsade no reconhece, nem o saberpopular, ou os caminhos trilhados pelos

    indivduos para sua produo, porconsider-lo no-cientfico.

    Como reflexo desta postura

    cientificizada, a populao respondecom seu ceticismo e passividade, nelaocultando sua resistncia a tais

    inculcaes.

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    O educador em sade (desconhecendo as

    diferentes vises de mundo que o separa dosgrupos populacionais), no consegue perceberque o conhecimento produzido tanto por

    aquele que ensina quanto por aquele queaprende.

    Ele nasce e se desenvolve na medida em que

    as pessoas pensam e refletem sobre aexperincia vivida em todas as prticas.(FREIRE, 1981:33)

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    O interesse pelas aes preventivas e depromoo sade justifica-se pelo fato de queas causas da morbi-mortalidade soconseqncia do comportamento individual, doestilo de vida ou dos riscos sade existentesno local de trabalho e no meio ambiente, e

    tambm magnitude dos gastos com a sade eao aumento assistncia mdico curativa.(STOLZ, 1993:17)

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    A prtica adotada, mesmo quando

    deslocada para a preveno, reflexo daprtica mdica, ou seja, um ramo damedicina preventiva.

    A submisso da educao (preventiva) emsade a um modelo mdico ou biomdico mostra que a questo muito maiscomplexa (remete s questes do saber

    verdadeiro).

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    As bases filosficas subjacentes medicina,compreendem:

    a) o homem como manipulador da natureza, comdireito a manipul-la em seu prprio proveito;

    b) o homem separado do seu meio ambiente eelevado a objeto exclusivo de investigao mdica;

    c) uma viso mecanicista do homem que exigeenfoque manipulador de engenharia para restaurar asade e que enfatiza o papel das cincias naturais no

    estudo do homem e suas doenas;

    d) o conceito ontolgico da doena que fundamenta oestudo das doenas sem ter em conta os fatores

    relacionados com o hospedeiro.(STOLZ, 1993:18)

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    Neste modelo, "os problemas sodefinidos do ponto de vista mdico e osdiagnsticos proporcionam o ponto de

    partida.

    As atividades de educao sanitria soafins a esse padro de problemasmedicamente definidos que

    freqentemente terminam emprogramas e campanhas fragmentadas efocalizadas em um problema apenas.

    (VUORI in STOLZ: 1993, 18)

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    A educao sanitria orientando-se no modelomdico, tem na prtica, uma linha

    assistencialista, com predomnio de sub-programas isolados, como a assistnciamdica, odontolgica, oftalmolgica e

    psicolgica.Os programas de sade escolar reproduzem o

    paradigma de carter assistencialista da

    ateno em sade em geral, que prioriza oindivduo e partes dele em detrimento dacoletividade e do todo. (WESCHLER in

    RICOTTA, 1991:22)

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    A educao sanitria tambm associa padres

    comportamentais e fatores de riscocomportamentais a padres de doena e buscaestimular ou persuadir as pessoas a modificar

    tais padres, substituindo-os por estilos de vidamais saudveis.

    Toma, porm, como referncia para sua

    definio de estilos de vida saudveis ospadres e valores dos grupos que elaboram oprograma, negando a existncia da diversidadecultural.

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    Tomando como referncia a corrente

    comportamentalista, os programas depreveno pautam-se pela teoria do reforo.

    Deste modo, entendem os planejadores que,

    como sustenta Skinner,o comportamento controlado por suasconseqncias e as pessoas tendem a se

    comportar de modo a obterem recompensas eevitar punies.

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    O modelo de mudana de comportamento

    aplicado rea de sade sugere medidas depreveno dentro de uma concepobiomdica da sade e da doena. Taismedidas podem se dar em trs nveis:

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    Primria: encoraja o comportamento de

    promoo da sade na populao em geral,dando prioridade informao para evitaradoecer;

    Secundria: estimula a deteco precoce e otratamento da doena e promove informaesde como a sade pode ser restabelecida;

    Terc iria: dirige-se mais diretamente spessoas que tem doenas crnicas outerminais, tentando ampliar o seu potencial

    para viver.

    A d it i d t t t i

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    A educao sanitria adota como estratgia aculpabilizao da vtima: individualizar aculpa, ou, responsabilizar individualmente

    pessoas por seus problemas de sade,quando estes poderiam e deveriam serexplicados a partir da anlise deindicadores sociais, econmicos, culturaisque determinam a doena.

    Esta estratgia tambm tem sido responsvelpela construo de imagens como a de que o

    trabalhador sem qualificao profissional bruto, carente, nulo, ou ainda aquelaque afirma que famlia pobre igual adoena. (VALLA, 1993: 100)

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    Os programas oficiais no setor so sempreprovisrios e muito apressados.

    ... se do bem com perodos eleitorais ou temposem que o governo autoritrio acha bom aparecercomo popular.

    Como o interesse o envolv imento sem aconsc inc iae o da partic ipao sem o con tro lepopular, no existe ali uma preocupao em se

    colocar, por exemplo, a questo de sua sadepara a comunidade... Os programas chegamfechadosna cabea dos agen tes de trabalho

    na comunidade. (BRANDO, 1982: p.124)

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    A educao sanitria, pautando-se pelalgica de que a doena e a desnutrio esto

    sempre associadas a causas naturais e faltade cuidados e conhecimentos da populao,se propunha, como afirma BRANDO, a

    reduzir o conhecimento do assunto a regrasprticas de higiene e puericultura, de nutrioe poupana: como fazer penico de lata de leiteem p e como fazer sopa de casca de batata.(op. cit. p. 125)

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    A lgica que orienta a prtica mdico-sanitria, opta pelo discurso que privilegia

    o social, mas, por desconhecimento decausa, no interage com eleadequadamente.

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    Na verdade, o modelo adotado pela

    educao sanitria, ao contrrio doesperado, ou seja,

    estabelecer dilogo de conscincias e

    conhecimentos, sempre acaba porimpor um conhecimento tido como verdadeiro- oficial e cientfico - o qual, como se pode

    observar, funda-se em bases tericas de umamedicina preventiva nitidamente positivista.

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    Promoo em Sade

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    A educao em sade constitui apenas uma

    frao das atividades tcnicas voltadas para asade, prendendo-se especificamente habilidade de organizar logicamente ocomponente educativo de programas que

    se desenvolvem em quatro diferentesambientes: a escola, o local de trabalho, oambiente clnico, em seus diferentes nveis deatuao, e a comunidade.

    Por constituir apenas uma parte de umconjunto de atividades, bvio tratar-se deuma atividade-meio.

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    Uma educao em sade ampliada

    inclui polticas pblicas, ambientesapropriados e reorientao dos serviosde sade para alm dos tratamentos

    clnicos e curativos, assim comopropostas pedaggicas libertadoras,comprometidas com o desenvolvimentoda solidariedade e da cidadania,orientando-se para aes cuja essnciaest na melhoria da qualidade de vida ena 'promoo do homem'.

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    Define-se promoo em sade como

    uma combinao de apoioseducacionais e ambientais que visam aatingir aes e condies de vidaconducentes sade.

    Promoo em Sade

    Assumir-se como agente de preveno

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    conhecer-se e reconhecer-se como pessoa, aoinvs de simplesmente identificar-se commodelos prontos oferecidos pela sociedade de

    consumo, tornando-se capaz de criar e recriarseus prprios modelos, evitando possveis ciladasprovocadas pela busca de uma identidade que

    est no outro e no em si (SIQUEIRA, in INEM, 1993)

    Assumir-se como agente de prevenoimplica em

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    CONFERNCIAS

    SURGIMENTO DA EDUCAO

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    SURGIMENTO DA EDUCAOEM SADE

    Vrias conferncias sobrepromoo da sade foramrealizadas, edesenvolveram as basesda promoo da sade.

    I CONFER NCIA

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    I CONFER NCIAINTERNACIONAL SOBRE

    CUIDADOS PRIMRIOS SADE - Alma-Ata, 1978

    Enfocava a Sade para

    todos no ano 2000, atravsde adoo de oito

    elementos essenciais:1.educao dirigida aos problemas de

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    1.educao dirigida aos problemas desade prevalentes;

    2.promoo do suprimento dealimentos e nutrio adequada;3.abastecimento de gua e

    saneamento bsico apropriados;4.ateno materno-infantil, incluindo o

    planejamento familiar;

    5.imunizao contra as principaisdoenas infecciosas;

    6 preveno e controle de doenas

    INTERNACIONAL SOBRE

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    INTERNACIONAL SOBREPROMOO DA SADE

    Ottawa, Canad, 1986Os requisitos para a sade so: paz,

    educao, habitao, alimentao, renda, ecossistema estvel,

    recursos sustentveisO documento prope campos

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    O documento prope camposcentrais de ao:

    elaborao e implementaode polticas pblicas

    saudveis; criao de ambientes

    favorveis sade; reforo da ao comunitria;

    desenvolvimento de

    C O SO

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    INTERNACIONAL SOBRE

    PROMOO DA SADEAdelaide, Austrlia, 1988Teve destaque a idia deresponsabilizao do setorpblico, no s pelas polticas

    sociais que formula eimplementa, mas tambm pelas

    conseqncias quando deixa de

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    I CONFERNCIA MUNDIAL

    SOBRE PROMOO DASADE

    EIII CONFERNCIA

    INTERNACIONAL SOBREPROMOO DA SADE :

    AMBIENTES FAVORVEIS

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    Refere-se a um ambiente

    totalmente inadequado eameaador sade.

    Prope que o caminho tornar os ambientes(fsico, social, econmico,poltico) mais favorveis

    A C f i bli h t

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    A Conferncia sublinha quatro

    aspectos:

    Dimenso social: inclui asmaneiras pelas quaisnormas, costumes eprocessos sociais afetam asade;

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    Dimenso econmica:

    requer o reescalonamentodos recursos para o

    atendimento da Sade ParaTodos;

    A necessidade dereconhecer e utilizar acapacidade e o

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    INTERNACIONAL

    SOBRE PROMOODA SADE

    Jacarta, Indonsia,

    1997

    Os pr requisitos para a sade so:

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    Os pr-requisitos para a sade so:paz,

    abrigo,instruo,segurana , relaes sociais,alimento,renda,

    direito de voz das mulheres,ecossistema estvel,uso sustentvel dos recursos,

    ustia social

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    Para o progresso da

    promoo da sademundial, necessrio:

    aumento da sensibilizaosobre a mudana dosdeterminantes da sade;

    mobilizao de recursos para

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    mobilizao de recursos para

    a promoo da sade; facilitao do aprendizado

    compartilhado; promoo de solidariedade;

    promoo da transparncia eda responsabilidade pblica

    de prestao de contas emo verdadeiro compromisso, que sempre

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    solidrio, no pode reduzir-se jamais agestos de falsa generosidade, nem

    tampouco ser um ato unilateral, no qualquem se compromete o sujeito ativo dotrabalho comprometido e aquele com que secompromete, a incidncia de seu

    compromisso.(FREIRE, 1981:19)

    Quando se fala emconstruo, est se

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    ,falando de um processocoletivo, que exige aparticipao de todos,com igualdade dedireitos e deveres.

    Ns podemos juntosmoldar o barro, masmuitas vezes, alguns dens insiste em ser onico oleiro.

    Preveno , sobretudo,uma prtica deMULTI E