Défice de atenção e hiperactividade

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Escola Secundária/3º C.E.B. de Bocage Actividades Pedagógica em crianças com NEE (APC) Docente : Tânia 08/11/2010

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Escola Secundária/3º C.E.B. de Bocage

Actividades Pedagógica em crianças com NEE (APC)

Docente:Tânia Silva 08/11/2010

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Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção - PHDA

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Definição

Hiperquinésia

Disfunção cerebral mínima

Síndrome hiperquinético

Problemas de comportamento

Dificuldades de

Aprendizagem

Problemas de atenção

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Critérios de Diagnóstico

Falta de Atenção

Hiperactividade

Impulsividade

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Critérios de Diagnóstico Falta de atenção:a) Com frequência não presta atenção suficiente aos pormenores ou comete erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou noutras actividades;b) Com frequência tem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou actividades;c) Com frequência parece não ouvir quando se lhe fala directamente;d) Com frequência não segue as instruções e não termina os trabalhos escolares, encargos ou deveres no local de trabalho;e) Com frequência tem dificuldades em organizar tarefas e actividades;

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Critérios de Diagnóstico

f) Com frequência evita, sente repugnância ou está relutante em envolver-se em tarefas que requeiram um esforço mental mantido;g) Com frequência perde objectos necessários a tarefas ou actividades (por exemplo, brinquedos, exercícios escolares, lápis, livros ou ferramentas);h) Com frequência distrai-se facilmente com estímulos irrelevantes;i) Esquece-se com frequência das actividades quotidianas.

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Critérios de Diagnóstico Hiperactividadea) Com frequência movimenta excessivamente as mãos e os pés, move-se quando está sentado;b) Com frequência levanta-se na sala de aula ou noutras situações em que se espera que esteja sentado;c) Com frequência corre ou salta excessivamente em situações que é inadequado fazê-lo (em adolescentes ou adultos pode limitar-se a sentimentos subjectivos de impaciência)d) Com frequência tem dificuldades em jogar ou dedicar-se tranquilamente a actividades de ócio;e) Com frequência «anda» ou só actua como se estivesse «ligado a um motor»;f) Com frequência fala em excesso;

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Critérios de Diagnóstico Impulsividade:a) Com frequência precipita as respostas antes que as perguntas tenham acabado;b) Com frequência tem dificuldade em esperar pela sua vez;c) Com frequência interrompe ou interfere nas actividades dos outros (por exemplo, intromete-se nas conversas ou jogos);

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Critérios de Diagnóstico

-Alguns sintomas de hiperactividade-impulsividade ou de falta de atenção que causam défices surgem antes dos 7 anos de idade.

-Alguns défices provocados pelos sintomas estão presentes em 2 ou mais contextos (por exemplo escola ou trabalho e em casa).

- Devem existir provas claras de um défice clinicamente significativo do funcionamento social, académico ou laboral.

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Perturbação Neurobiológica

Crianças com PHDA apresentam diferenças no cérebro, principalmente no módulo cerebral que é responsável pelas funções executivas: Organizar, Planificar, Estabelecer um nível apropriado de alerta, Ter uma memória de trabalho adequada e Regular os estados emocionais em função de um desempenho adequado da tarefa principal do córtex pré-frontal e dos núcleos ligados a ele na base do cérebro.

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Principais características

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• Não presta atenção a detalhes e erra por descuido

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• Tem dificuldade de manter a concentração nas actividades

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• Não ouve quando lhe falam directamente ("cabeça no mundo da lua")

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• É desorganizado

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• Distrai-se facilmente

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• Irrequieto com as mãos e os pés quando sentado

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- Não termina o que começa e tem dificuldade de seguir instruções.- Perde frequentemente os objectos necessários para as actividades.- É esquecido

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• Não pára sentado

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• Tem dificuldade de esperar a sua vez

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• Está sempre agitado, parece "eléctrico", "a mil por hora".

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• Tem uma sensação de inquietude ("bicho carpinteiro") • É barulhento para jogar ou se divertir • Responde mesmo antes que a pergunta tenha sido concluída

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Principais características

Nível ComportamentalNível Emocional Nível Escolar

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Principais característica A NÍVEL COMPORTAMENTAL

1. Hiperactividade, entendida como movimento corporal constante, é a perturbação mais evidente. Esta mobilidade quase permanente é manifestada pela criança desde muito cedo. Em consequência, pode apresentar:Hiperactividade verbal (falar muito, mas sem conseguir manter o

fio condutor do discurso).Destruição. Agressividade.

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Principais características

2. Défice de atenção e controlo. É outra das características fundamentais do síndrome. Parece que a criança se vê forçada a reagir perante estímulos, mostrando-se atraída por pormenores irrelevantes e, por falta de capacidade para os organizar hierarquicamente.

3. Impulsividade. A criança actua sem medir as consequências dos seus actos, dá impressão que não pode inibir os seus impulsos.

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Principais característica

A NÍVEL EMOCIONAL Irritabilidade Dado que a criança tem Muito pouco controlo sobre os seus comportamentos, torna-se imprevisível, gerando situações de tensão e consequentes birras, convulsões ou ataques fingidos, devido à sua escassa tolerância à frustração. Labilidade afectivaA criança apresenta uma deficiente auto-estima e dificuldade para se relacionar com os colegas.

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Principais características

A NÍVEL ESCOLAR  A criança apresenta dificuldades de aprendizagem. Estas dificuldades manifestam-se fundamentalmente na aritmética, leitura/escrita e memória, grafismo e orientação espacial.

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Principais características

De uma forma geral:-Mexe as mãos ou os pés com frequência ou contorce-se na cadeira- Tem dificuldade em permanecer sentado- Distrai-se facilmente- Tem dificuldade em esperar pela sua vez;- Dá respostas irreflectidas a perguntas incompletas;- Tem dificuldade em seguir as instruções;- Tem dificuldade em fixar a atenção nas tarefas ou nas actividades;- Muda frequentemente de uma actividade incompleta para outra;- Tem dificuldade em brincar em silêncio.

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Principais características

De uma forma geral:- Fala excessivamente;-Interrompe frequentemente os outros;-Não parece ouvir o que lhe é dito;-Perde o material necessário na escola ou em casa;-Envolve-se em actividades físicas perigosas, sem considerar as consequências.

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Quais são os subtipos da PHDA?

Aceitam-se, principalmente, três subtipos conforme a importância dos sintomas de défice de atenção e hiperactividade.

Tipo Descrição

Predominantemente Desatento Seis ou mais indicadores de défice de atenção e menos de seis de hiperactividade-impulsividade

Predominantemente Hiperactivo-Impulsivo

Seis ou mais indicadores de hiperactividade-impulsividade e menos de seis de falta de atenção.

Combinado Seis ou mais indicadores de hiperactividade-impulsividade e seis ou mais indicadores de défice de atenção

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Prevalência

Prevalência por sexo e por subtipos:

Raparigas Rapazes Total

PHDA subtipo combinado 1,48 3,01 2,24

PHDA subtipo predominantemente desatento 1,24 2,01 1,74

PHDA subtipo predominantemente hiperactivo 1,20 1,50 1,37

Total (todos os subtipos) 3,97 6,53 5,24

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Prevalência Em termos gerais:

• A prevalência da perturbação de hiperactividade com défice de atenção está estimada em 3% a 7% das crianças em idade escolar. • Padrão familiar: A perturbação de hiperactividade com défice de atenção tem sido encontrada mais frequentemente nos familiares biológicos em primeiro grau das crianças com perturbação de hiperactividade com défice de atenção do que na população em geral. Evidências consideráveis demonstram a forte influência de factores genéticos nos níveis de hiperactividade, impulsividade e desatenção medidos dimensionalmente. Contudo, a influência familiar, escolar e dos companheiros é também da maior importância para determinar a extensão dos défices e da co-morbilidade

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Etiologia

Várias causas confluem para que uma muito pequena parte do cérebro destas crianças seja diferente: A causa mais comum para a existência destas diferenças é genética.

•Se um ou ambos os pais têm PHDA não é obrigatório que o filho a tenha, mas existe uma maior probabilidade;

•Seguindo uma linha de género: se a mãe tem PHDA não é obrigatório que a transmissão seja à sua filha. Há probabilidades de transmiti-la aos seus filhos, independentemente do seu sexo.

•Se a criança tem PHDA, não é obrigatório que os pais a tenham (ainda que as probabilidades sejam altas). Se não encontrarmos PHDA entre os pais de uma criança é pertinente indagar os tios e avós.

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Etiologia

- Disfunções neurológicas:Os factores pré-natais citados com maior frequência são o alcoolismo materno, as infecções da mãe, a anóxia intra-uterina e a hemorragia cerebral.

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Etiologia

- Factores ambientais: O clima familiar;Problemas graves do casal;Determinados parâmetros educacionais;Baixo nível socio-económico;Carências educacionais e sociais.

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Etiologia

- Factores comportamentais:Inexistência de hábitos adequados de comportamento;Ausência de ensinar à criança outra forma de actuar.

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O que “não” causa PHDA

• A PHDA não tem origem em conflitos neuróticos ;

• A PHDA não tem origem em problemas emocionais ou psiquiátricos que os outros familiares possam ter;

• Não tem origem numa educação inadequada;

• Não se deve ao consumo excessivo de açúcares, aditivos ou corantes artificiais;

• Não se deve a processos alérgicos.

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Comorbilidades

Depressão 11%

Perturbação do Comportamento

7%

Perturbação da Ansiedade

11%

6%

4% 5%

9%

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Caso Prático de Comorbilidade

Pedro, de 10 anos, com dificuldade de atenção, foi submetido a avaliação porque começou a ter problemas de rendimento escolar. Particularmente na área de matemática. Durante a avaliação observou-se que as suas dificuldades de atenção já eram evidentes nos anos anteriores , mas como cumpria com as expectativas que lhe eram exigidas, nem os professores nem os pais decidiram pedir ajuda, até que completou o 5ºano de escolaridade. Por outro lado, todos o descreviam como um rapaz sério que se preocupava com as suas responsabilidades escolares. Interrogada a criança, vimos que na realidade, estava sempre preocupada com algo: a saúde do irmão, se o pai conservaria o trabalho, se a mãe chegaria a tempo a buscá-lo, não desfrutava dos Domingos, pensando que na Segunda-feira teria de ir para a escola. Tudo isto se passou desde sempre mesmo em períodos escolares em que não havia avaliações nem exigências escolares que fossem realmente fonte de stress. Pedro tinha uma perturbação de ansiedade generalizada, e quando o dissemos aos pais, a primeira coisa que nos disseram foi “mas sempre foi assim!”O Pedro estava a sofrer desnecessariamente desde a sua mais tenra infância: um tratamento terapêutico adequado podia ter-lhe poupado 4 ou mais anos de sofrimento. Por outro lado, se tivesse recebido assistência pelos seus problemas de atenção mais precocemente, também tinha passado de um ciclo ao outro com menos dificuldade, evitando o lógico ciclo vicioso que se produziu.

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Actividades Pedagógicas

1. Teste de Stroop: Inibir a resposta preponderante (resposta aprendida, previamente aprendida e reforçada) e realizar justamente o contrário.

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Intervenção

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A tarefa exige que a criança monitorize a sua actividade, inibindo a reposta prepotente, previamente aprendia, e respondendo deforma flexível a partir de uma contingência nova, estabelecida pelo teste.

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Actividades Pedagógicas

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Uma das características mais comuns nas crianças com Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção é precisamente a sua incapacidade para prestar atenção nas actividades. Desta forma, torna-se fundamental desenvolver e promover actividades que promovam a sua atenção.

Actividades Pedagógicas

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2. Os Ruídos da Noite

Para dar inicio a esta actividade, o educador deve dizer:

- Sentem-se todos . Vamos ver se conseguem manter-se calados e atentos como bons espiões e se têm um ouvido apurado. Para isso vou apagar a luz e, em seguida, provocarei um certo número de barulhos. Depois acenderei a luz e vocês deverão fazer a lista dos sons que ouviram e que reconheceram.

Através do jogo a criança com PHDA consegue manter maiores níveis atencionais.

Actividades Pedagógicas

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American Psychiatric Association (2002). DSM-IV-TR. Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais. Lisboa: Climepsi Editores.

Ferreira, A. & Rainha, M. (2008). Recursos Didácticos: ensino pré-escolar. Carnaxide: Santillana constância

Garcia, M. I. (2001). Hiperactividade, Amadora: McGraw-Hill.

Knapp, P. Rohde, L. A., Lyszkowski, L. & Johannpeter, J. (2002). Terapia Cognitivo-Comportamental no Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperactividade. São Paulo: Artmed

Scandar, R. (2007). Inquietos, distraídos, diferentes? – Orientações e conselhos para pais, educadores e professores de crianças com défice de atenção e hiperactividade. Editorial EDIBA SRL.

Bibliografia