Defesa imunologica bhs

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Biologia Humana e Saúde 2010/11 Docente: Zélia Anastácio

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Biologia Humana e Saúde2010/11

Docente: Zélia Anastácio

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Figura 1: Imunidade inata e imunidade adquirida

Zélia Anastácio, 2010

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Defesas não específicas que actuam como barreiras à entrada demicrorganismos:◦ Pele, com pH baixo (3-5), inibe o crescimento demicrorganismos potencialmente patogénicos e a sua contínuaescamação também conduz à expulsão dos mesmos.

◦ Pêlos do nariz, cobertos de secreções nasais, tal como mucosadas vias digestiva e respiratória, onde aderem grande númerode microrganismos.

◦ Tosse e espirro, reflexos causados por irritação ou presença deagentes estranhos nos pulmões, traqueia e fossas nasais.

◦ Estômago ácido, pH 2 destrói microrganismos.◦ Urina, barreira que lava a uretra eficazmente, impedindo acolonização de microrganismos.

◦ Vagina, pH baixo (4-4,5) causado pelo ácido láctico produzidopor lactobacilos, inibe o crescimento de microrganismospatogénicos.

◦ Lisozima, catalisa a hidrólise da parede celular de bactériasGram (+), existe nas lágrimas, na boca e na faringe.

◦ Flora normal, da pele, boca, intestino e vagina por colonizaçãode microrganismos não patogénicos impede, por competição, aacção agressiva dos patogénicos.

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Primeira Linha de Defesa: defesa não específica

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O organismo reage de forma específica mas conta ainda com acooperação de agentes que actuam de forma não específica:◦ Macrófagos (nos tecidos) ou monócitos (no sangue) quefagocitam todo o tipo de material estranho.

◦ Leucócitos que actuam na reacção inflamatória no local dainfecção, libertando produtos que intervêm em diversos tiposde agentes infecciosos.

◦ Células NK que são leucócitos capazes de lisar uma grandevariedade de células alvo, nomeadamente células do próprioorganismo infectadas por vírus.

◦ Complemento, conjunto de cerca de 20 proteínas que circulamno sangue sob a forma inactiva; quando activado o primeirocomponente do complemento, segue-se uma reacção emcascata que conduz à lise do agente infeccioso.

◦ Interferão, proteína produzida por células do sistemaimunológico (linfócitos T), cuja acção se estende a todo o tipode vírus.

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Segunda Linha de Defesa: defesa não específica e defesa específica

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Para cada agente agressor desenvolve-se uma respostaprópria (um agente - uma resposta);Intervém um mecanismo complexo com a participaçãode linfócitos, também designados por “célulasimunologicamente competentes”, com elevadaespecificidade;Moléculas proteicas – anticorpos – são produzidosespecificamente por linfócitos para reagir com o agenteagressor;Processa-se um mecanismo de memória que permiterespostas posteriores mais rápidas e intensas perante omesmo agente agressor (resposta secundária);Todos estes mecanismos se desenvolvem após ocontacto com o agente agressor.

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Qualquer estruturamolecular capaz dereagir com umanticorpo édenominado antigénio.Antigénios podem serdesde proteínas oupolissacarídeos atéestruturas molecularesque revestem asuperfície debactérias, fungos ouparasitas.

Linfócitos são célulasdo sistemaimunológico quereconhecem oantigénio comoestranho ao organismoe reagem contra ele.Linfócitos B possuemanticorpos na suasuperfície e oslinfócitos T não.

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Dentro da população de linfócitos B existe umagrande diversidade quanto ao tipo de anticorpoexpresso na superfície celular.

Cada anticorpo é específico para um antigénioquando antigénio invade organismo é

reconhecido apenas por determinados anticorposque lhe são específicos.

Apenas os linfócitos B possuidores de anticorposespecíficos para tal antigénio serão activados. Osrestantes linfócitos B manter-se-ão inactivos

Teoria da selecção clonal: é o antigénio queselecciona os linfócitos a serem activados

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Diferentes clones comdiferentes receptores paraantigénio (a) e selecção de umsó clone cujos receptoressão específicos para oantigénio (b).

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Especificidade e memória são os dois

elementos da resposta imunológica adquiridade que se tira partido para efeitos devacinação.

Primeiro contacto com o antigénio consistenum processo lento de selecção clonal,expansão e diferenciação.

Produz-se uma quantidade relativamentepequena de anticorpos específicos para oantigénio: reacção primária.

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Após o segundo contacto com oantigénio ocorre uma reacção muitomais rápida e intensa, conduzindo amuito maior produção de anticorpos:

reacção secundária.

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Resposta Primária (selecção clonal, expansão clonal e diferenciação) eResposta Secundária

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Produção deAnticorpos na reacção primária e na reacção secundária

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Vacina consiste na administração do microrganismoinfeccioso atenuado ou apenas porções antigénicasdele para induzir a resposta imunológica primária.

Células de memória que ficarem no organismoestarão sempre preparadas para reagirem edesenvolverem uma resposta secundária (mais rápidae intensa) se esse microrganismo vivo invadir oorganismo.

Se o organismo está imunizado, ao sofrer a infecção,a resposta pode ser tão rápida que a pessoa nem seaperceba dos sintomas.

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Tecido linfóide – fibras reticulares, macrófagos ecélulas reticulares, formando uma redetridimensional na qual se desenvolvem linfócitos;Vasos linfáticos – canais membranosos que recolhema linfa e conduzem-na ao sistema venoso.

◦ Têm origem em vários tecidos por formações em dedosde luva que se vão anastomosando sucessivas vezes atéformar vasos linfáticos cada vez maiores que terminamno canal torácico e na grande veia linfática.

◦ Depois são lançados no sistema venoso.

◦ Os vasos linfáticos, no seu trajecto, atravessam osgânglios linfáticos.

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Linfa – líquido intersticial que atravessa aparede dos capilares linfáticos para se dirigiraos gânglios linfáticos.

◦ Materiais trazidos pela linfa (incluindo antigénios)passam pelos interstícios da rede celular dos órgãoslinfóides, contactando com macrófagos e linfócitos.

◦ Ao atravessar os gânglios linfáticos a linfa tambémfica rica em linfócitos que aí se formam.

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O tecido linfóide concentra-se nos órgãoslinfóides que se dividem sob o ponto devista ontogénico e funcional em órgãos

e órgãos linfóideslinfóides primáriossecundários.

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Órgãos Linfóides Primários e Órgãos Linfóides Secundários

OLP:Medula ósseaLinfócitos B

TimoLinfócitos T

OLS:baçoamígdalasgânglios linfáticostecido linfóideassociado ao

intestino

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Após amadurecimento nos OLP os linfócitosmigram para os OLS onde se acumulam,recirculando depois entre os vários OLS através dosangue ou da linfa.Normalmente existe um fluxo contínuo delinfócitos entre e através dos OLS.Quando um antigénio atinge um indivíduo para talimunizado, ocorre redução do tráfego linfocitáriopermitindo a retenção preferencial dos linfócitosespecíficos para o antigénio em causa.

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Linfócitos B possuem imunoglobulinasou anticorpos.◦ Função:

Reconhecimento do antigénio (ao qual se liga)Produção de anticorpos específicos para oantigénio

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Linfócitos T – têm moléculas quepermitem reconhecer o antigénio –receptor da célula T (TcR).

Uma sub-população de linfócitos Tpossui moléculas chamadas CD4 e aoutra sub-população possui moléculasCD8.

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CD4 e CD8 actuam complementarmente:◦ CD4 activam processos imunológicos – célulasauxiliadoras;

◦ CD8 inibem tais processos – células supressoras.As células CD4 estimulam a produção deanticorpos pelos linfócitos B enquanto asCD8 inibem a função dos linfócitos B.Equilíbrio CD4/CD8 regula as respostasimunológicas.

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Linfócitos também têm função de lisarcélulas do organismo infectadas.◦ Células T citotóxicas – CD8+ ou “killer cells”:

Situações de alergias (hipersensibilidade retardada)

Superação de infecções virais

Rejeição de transplantes.

◦ Células T auxiliadoras – CD4+ - segregamsubstâncias solúveis – interleuquinas e interferão- que actuam sobre as restantes populaçõeslinfocitárias, estimulando as suas funções.

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Funções dos linfócitos T, em respostas mediadas por célula

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Produção de interleuquinas e interferão por células T auxiliadoras esuas acções noutras células linfóides.

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Se um vírus infecta uma célula do organismodesencadeia-se uma reacção imunológicaem que os linfócitos T auxiliadores (CD4+)regulam:

◦ Produção de anticorpos pelos linfócitos B◦ Activação dos linfócitos T citotóxicos.

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O VIH infecta os linfócitos T auxiliadores

Sistema imunológico em ruptura

Como sistema imunológico não funciona

Imunodeficiência

◦ Infecções oportunísticas◦ Conjunto de diversos sintomas com origem comum= sindroma

◦ Adquirida por exposição ao vírus

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