De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa •...

100
Edição especial mostra como a engenharia, a arquitetura e a agronomia mudaram o mundo e como a AEAARP trabalha pelo futuro das profissões da área tecnológica painel Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto Ano XI nº 277 abril/ 2018 ESPECIAL DE OLHOS NO FUTURO

Transcript of De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa •...

Page 1: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

Edição especial mostra como a engenharia, a arquitetura e a agronomia mudaram o mundo e como a AEAARP

trabalha pelo futuro das profissões da área tecnológica

painelAssociação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

Ano XI nº 277 abril/ 2018

ESP

ECIA

L

De olhos no futuro

Page 2: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

associados aEaaRP 2018ABRANCHE FUAD ABDO • ADALBERON CELIO LOPES DE FARIA • ADALBERTO CARLOS DA SILVA • ADALBERTO GASPAR BURIM • ADALBERTO STANISLAW MONTAGNANI DE SOUZA • ADALTON GILBERTO SANTINI • ADAUTO PETRAZZO • ADAUTO TEIXEIRA GALAO • ADELINO ALVES CHAVES JR • ADELINO EDUARDO MOREIRA • ADELSON ROCHA • ADEMIR GONCALVES ALBUQUERQUE • ADHEMAR BOCARDO FILHO • ADILSON DA SILVEIRA • ADILSON FRANCISCO DOS SANTOS • ADILSON LUIS PENARIOL • ADILSON PERDIZZA VILAS BOAS • ADILSON PINHEIRO FREIRES • ADILSON PINTO RIBEIRO • ADILSON SATOSHI TOBINAGA • ADOLFO MONTEIRO MORAES • ADONIS TARCISIO SOEIRA • ADRIANA BARRADAS ERVAS BESSA • ADRIANA BIGHETTI CRISTOFANI • ADRIANA CRISTINA FERES RUFATO • ADRIANA FRANCELIN MAGALINI • ADRIANA PILEGGI COLUCCI • ADRIANA RITA DUARTE JUNQUEIRA ZEIN • ADRIANA RODRIGUES BARIZZA • ADRIANO ELPIDIO BORGES • ADRIANO JOSE DALLA MARTHA • ADRIANO MENDONCA MASSON • AFONSO CELSO MILENA • AFONSO PEREIRA DE MIRANDA • AFONSO REIS DUARTE • AFRANIO LUIS RICCI LOPES • AILTON APARECIDO ONGILIO • AILTON DA SILVA SIQUEIRA • AILTON LUIZ DA COSTA • AILTON PAIVA • AILTON VIEIRA DE SOUZA LEITE • AIRTON COLLES FILHO • AIRTON OLIVARI DE CASTRO • AKIHIKO YAMACHIKA • AKIO TONY MIYASAKA • ALAN VILLA DA SILVA • ALANO SELLI • ALBERTO ALVES MUNIZ JUNIOR • ALBERTO AUGUSTO REBELO BIAVA • ALBERTO DE BARROS FILHO • ALBERTO ESTEVAM MARTINEZ • ALBERTO MARCELO SICCHIERI • ALDO PARADA HURTADO • ALDO PASSALACQUA • ALEDSON ALVES PEREIRA • ALEF DIAS LUIZ • ALESSANDRA VIARO • ALESSANDRO LEONARDO DE OLIVEIRA • ALEX HENRIQUE CAMILLO • ALEXANDRA CORREA DOS SANTOS • ALEXANDRE AURELIO DE CASTRO NETTO • ALEXANDRE BIAGINI DE AMORIM • ALEXANDRE CATTO PACHECO • ALEXANDRE CESAR CAMPOS CELINI • ALEXANDRE DE SOUZA PORTO • ALEXANDRE GARCIA TAZINAFFO • ALEXANDRE GASPAR NETO • ALEXANDRE GOBBI • ALEXANDRE HENRIQUES • ALEXANDRE LEMOS MULLER • ALEXANDRE TEIXEIRA MURADAS • ALEXANDRE VIANNA NOGUEIRA • ALEXANDRE YUITI FERNANDES SHIMIZU • ALFREDO MONTEIRO DE CASTRO NETO • ALFREDO SEGATO RIZZATTI • ALICE CALIENTO • ALINE FULCHERBERGUER BORGES • ALISSON CARLOS FERREIRA CANDIDO • ALLAN • ALONSO DE TOLEDO FILHO • ALTEVIR ODORICIO BARDASSI • ALVARO APARECIDO DA SILVA • ALVARO BUENO BARBOSA • ALVARO GUARITA NETO • ALVARO JOAQUIM PEREIRA • ALVARO JOSE MUSSOLIN • AMANDA PAGHI RIBEIRO • AMANDA PERES LUIZ • AMAURI AUGUSTO SOARES • AMAURI JESUS GARCIA • AMAURY CARLOS PINTO E SILVA • AMBROSIO RENATO MARGUTTI • AMERICO MELLAGI • AMILTON FERNANDES TEIXEIRA JUNIOR • ANA BEATRIZ BEVILACQUA DE TOLEDO • ANA BEATRIZ CARVALHO FERNANDES BRAGA • ANA CAROLINA C.DONAIRES GAIOFATTO • ANA CAROLINA DA SILVA • ANA CAROLINA MEIRELLES BONISSI • ANA CLAUDIA DOMINGOS DE MELLO • ANA CLAUDIA FERREIRA MACHADO • ANA CLAUDIA LOPES PADILHA • ANA CRISTINA DE SOUZA SAUER • ANA FLAVIA DE ALMEIDA ANTONIO • ANA JESSICA ROSA DE PAULA • ANA KARINA ABUD PILEGGI • ANA LUCIA BATAGLION MORI • ANA LUCIA BITTAR • ANA LUCIA CORREA SILVA • ANA LUCIA MARTINS ALVES • ANA LUIZA C. JUNQUEIRA MARZOLA • ANA MARIA DE FARIA • ANA MARIA MONSEFF BARRETO • ANA PAULA BARTOCCI • ANA PAULA LLATA CARRERA MAESTRELLO • ANA PAULA MARTINS LUZ • ANA PAULA ROBERTI BORDINI • ANA VITORIA AFONSO DE TOLEDO GOULART • ANDERSON ANTONIO MARCHI • ANDERSON CALDEIRA TAZINAFO • ANDERSON JOSE CORDEIRO VAL • ANDERSON LUIZ DE AVEIRO • ANDERSON MICHIELETO • ANDERSON ODAIR ROSSI • ANDERSON RIBEIRO • ANDRE BARE OMETTO • ANDRE DA SILVA BAROZA • ANDRE DE ALMEIDA NOGUEIRA • ANDRE IBRAHIM ISSA HALAH • ANDRE LUIS JUDICE ALLEOTTI • ANDRE LUIZ DA COSTA • ANDRE LUIZ GAETANI • ANDRE LUIZ NEVES MAZZETTO • ANDRE RUIZ AZEVEDO • ANDRE SARETTA ZANFERDINI • ANDREA POLETTO CHAVES • ANDREA SALLES HARADA • ANDRESSA DA SILVA BATISTA • ANGELO IRINEU CURTARELLI • ANISIO ELIAS DA SILVA • ANNA CLARA GOLDONI CASARE NAPOLEAO • ANNE CAROLINE MALVESTIO • ANSELMO LUIS ALIPRANDINI • ANTONIO ADAUTO ALVES • ANTONIO ALBERTO DE PAULA E SILVA • ANTONIO ALVARO BAPTISTA • ANTONIO APARECIDO BARBOSA • ANTONIO APARECIDO FERNANDES • ANTONIO AUGUSTO MORANDO FIGUEIREDO • ANTONIO BALBINO DA SILVA • ANTONIO BOTELHO MARTINS NETO • ANTONIO BRANT DA SILVA CARVALHO • ANTONIO BRAZ FURLAN • ANTONIO CANDIDO DE PAIVA NETO • ANTONIO CARLOS ALBUQUERQUE LINS • ANTONIO CARLOS BIAGINI FRANCA • ANTONIO CARLOS BOMFIM MATTIOLI • ANTONIO CARLOS BRETAS LINARES • ANTONIO CARLOS CATAPANI • ANTONIO CARLOS DA CRUZ • ANTONIO CARLOS DAETWYLER JUNQUEIRA • ANTONIO CARLOS GALLO • ANTONIO CARLOS GIOVANINI • ANTONIO CARLOS JAVARONI • ANTONIO CARLOS LEMES DA SILVA • ANTONIO CARLOS MACONETTO • ANTONIO CARLOS NACCARATO • ANTONIO CARLOS PEDRO SILVA • ANTONIO CARLOS ROSA • ANTONIO CARLOS SHIMANO • ANTONIO CARLOS TARGA • ANTONIO CARLOS TEIXEIRA • ANTONIO CARLOS TOSETTO • ANTONIO CARVALHO DOS SANTOS FILHO • ANTONIO CESAR LOPES SEIXAS • ANTONIO CESAR MARTINS DE BARROS • ANTONIO CESAR NOVAIS • ANTONIO CHIOCA TRISTAO • ANTONIO CLARET DE BONIFACIO • ANTONIO CLARET TEIXEIRA LUTZ • ANTONIO CLAUDIO CERRUTI • ANTONIO CLAUDIO JUNQUEIRA • ANTONIO DE SA CARVALHO • ANTONIO DE SOUZA NOGUEIRA NETO • ANTONIO DONIZETE ALVES • ANTONIO DUARTE NOGUEIRA JUNIOR • ANTONIO FERDINANDO ZANARDI • ANTONIO FERNANDO PUPO LUPPI • ANTONIO GILBERTO PINHATA • ANTONIO GILBERTO SALERNO • ANTONIO HERMINIO DE OLIVEIRA LIMA • ANTONIO HILARIO THOMAS MOREIRA • ANTONIO JORGE SOUZA ABUD • ANTONIO JOSE CAVARZANI • ANTONIO JOSE DE ALMEIDA • ANTONIO JOSE NUNES DE CARVALHO • ANTONIO JOSINO RIBEIRO MEIRELLES • ANTONIO KALIL EL DIB • ANTONIO LUCIO FERNANDES DAMANDO • ANTONIO LUIZ BRANT DA SILVA CARVALHO • ANTONIO LUIZ CARABOLANTE • ANTONIO LUIZ DE MATTOS JUNIOR • ANTONIO LUIZ GAMA CASTRO • ANTONIO LUIZ GREGORIO • ANTONIO MARIO CAMPERONI • ANTONIO MARTINS HERNANDES FILHO • ANTONIO PACIENCIA COTTAS • ANTONIO PAULO DE SOUZA SUSANNA • ANTONIO PAULO LIMA ACRA • ANTONIO PENHA NETTO • ANTONIO PEREIRA NETO • ANTONIO PEREIRA VALENTE NETO • ANTONIO PIACENTE • ANTONIO RICARDO PAULON • ANTONIO ROBERTO MADALENA • ANTONIO ROBERTO VILELA • ANTONIO ROUNEI JACOMETTI • ANTONIO SENA FILHO • ANTONIO SERGIO IGNACIO • ANTONIO SERGIO TOSI DE OLIVEIRA • ANTONIO STEFANI • ANTONIO VALMIR SILVEIRA DE ANDRADE • ANTONIO ZATTONI AFFERRI • ARACY MARIA DE MORAES ZACCARO • ARAI ANTONIO QUINTINO FILHO • ARANI PERISSE DE OLIVEIRA • ARGEMIRO GONCALVES • ARI JOSE MALLMANN HOMEM • ARI TEIXEIRA SOBRINHO • ARI VLADIMIR COPESCO JUNIOR • ARIANE TAKATU BARROS • ARIOVALDO BERTHOLINI • ARLENE SOFIATI SALGADO • ARLINDO ANTONIO SICCHIERI FILHO • ARLINDO APPROBATO FILHO • ARLINDO CLEMENTE FILHO • ARMANDO CARLOS NICASTRO • ARMANDO COSTA FERREIRA • ARMANDO ELUI • ARMANDO LUIZ SALOME SILVA • ARMANDO PIOVESAN JUNIOR • ARMANDO VILLA CLE • ARNALDO CALIL PEREIRA JARDIM • ARNALDO CARABOLANTE • ARNALDO OLINTO BASTOS NETO • ARTHUR DA SILVA CARNEIRO • ARTHUR RIUL • ARTUR AUGUSTO RE MAZZARO • ARY PANIGHEL BENEDICTO JUNIOR • ATILIO APARECIDO PARAVELLA • AUDREEN BARBOSA • AUGUSTO CERA JUNIOR • AUGUSTO DE SA CARVALHO • AURELIO BRAULIO IGNACIO • AURELIO JOSE MIALICH • AYLA BERNARDES DINIZ GUIMARÃES • BARBARA CONTE • BEATRIZ BALDIM NOBOA • BEATRIZ GUIMARAES JUNQUEIRA • BELCHIOR LUCAS SANTANA PARDIM • BENEDITO DE SOUZA • BENEDITO GLERIA FILHO • BENEDITO TOBIAS • BERENICE CLELIA NAGAO DE C NUNES • BERNARDO MIZAEL DE OLIVEIRA COSTA • BIANCA MAZZOTTO DE MELO • BRANCA LIBRANDI FORESTI ZANOTTI • BRENO TRINCA BERTAGNA • BRUNA REINALDI DE OLIVEIRA • BRUNNO BENATI NAVES • BRUNO FERNANDES CIOLA • BRUNO HENRIQUE CAZADORI DIANA • BRUNO LEONARDO RODRIGUES DA SILVA • BRUNO RIBEIRO NOVAES • BRUNO SILVA RE • CAETANO DALLORA NETO • CAIO ALGUIZIO JORDÃO • CAIO AUGUSTO ROCHA DE ABREU • CAIO CESAR CONSONI ROSSI • CAIO CESAR LEMOS DA SILVA • CAIO DE OLIVEIRA PAGGIARO • CAIO FELIPE BORBA NICOLETTI • CAIO MARCELO TONHOLI BERGAMASCHI • CAIO MARCIO BARBOSA CHAVES • CAIO MEIRELLES WHITAKER • CAIO TEIXEIRA DA MOTA • CALLIL JOAO FILHO • CAMILA CARLA FERREIRA • CAMILA SILVA MACIEL • CAMILE SILVA FERRO • CAMILO KAMEL LIAN • CANDIDO MIELE JUNIOR • CANDIDO PEREIRA LIMA NETO • CANTIDIO BRETAS MAGANINI • CARINA NUNES DE REZENDE • CARLA ASSED MARINO DE PAIVA • CARLA MARIANA COSTA VIDOTO • CARLA TOYAMA • CARLO GARCIA COLOMBARETTI • CARLOS AGUINALDO DA SILVA TROCA • CARLOS ALBERTO CHODRAUI • CARLOS ALBERTO DE AGUIAR MARTINS • CARLOS ALBERTO DE BONIFACIO • CARLOS ALBERTO DOS ANJOS • CARLOS ALBERTO DURAN • CARLOS ALBERTO FALEIROS • CARLOS ALBERTO FERREIRA LEAO • CARLOS ALBERTO GABARRA • CARLOS ALBERTO LOURENCO • CARLOS ALBERTO MONTEIRO • CARLOS ALBERTO MORO • CARLOS ALBERTO PALLADINI FILHO • CARLOS ALBERTO PAULIN • CARLOS ALBERTO RIITI HIRATA • CARLOS ALBERTO SILVA ROXO • CARLOS ALBERTO VERZEMIASSI • CARLOS ALBERTO VIEIRA • CARLOS ALEXANDRE PERUCHI MINTO • CARLOS ALEXANDRE SOUZA DE OLIVEIRA • CARLOS AUGUSTO CAMPOS • CARLOS AUGUSTO CECCHI • CARLOS AUGUSTO MORANDI PIMENTA • CARLOS AUGUSTO QUERIDO • CARLOS AUGUSTO SEGATO • CARLOS BOCCHI NETO • CARLOS CAMPIOTTO • CARLOS CESAR BARBOSA JUNIOR • CARLOS DECIO ROSA • CARLOS EDUARDO DE ABREU • CARLOS EDUARDO DE ALMEIDA MEIER • CARLOS EDUARDO DE AZEVEDO • CARLOS EDUARDO EPAMINONDAS FRANCA • CARLOS EDUARDO FERRAZ DE LAURENTIIS • CARLOS EDUARDO HAIKEL • CARLOS EDUARDO NASCIMENTO ALENCASTRE • CARLOS EDUARDO ROCHA • CARLOS EDUARDO SOARES DE MEDEIROS • CARLOS ELIAS GOMES JUNIOR • CARLOS GERALDO CONSONNI • CARLOS GOMES • CARLOS GUIMARAES RODRIGUES • CARLOS HENRIQUE ALONSO TOLDO • CARLOS HENRIQUE CANEVARI BAROZA • CARLOS HENRIQUE DA ROCHA FILHO • CARLOS HENRIQUE DE PAULA E SILVA • CARLOS HENRIQUE GUIMARAES VIANNA • CARLOS HENRIQUE LUCIANO • CARLOS HENRIQUE MILANETTO • CARLOS HENRIQUE SAUD REIS • CARLOS JOSE DE LACERDA CHAVES • CARLOS JOSE TARGA • CARLOS OTAVIO LOURENCO JORGE • CARLOS ROBERTO BARRETO • CARLOS ROBERTO CANESIN • CARLOS ROBERTO DE LIMA FIGUEIREDO • CARLOS ROBERTO FERREIRA • CARLOS ROBERTO NOGUEIRA • CARLOS ROBERTO PEREIRA • CARLOS ROBERTO RIBEIRO MEIRELLES • CARLOS SCATENA • CARLOS VERCESI JUNIOR • CARLOS WAGNER BICHUETTE • CARLOS WILLIAMS DA CONCEICAO • CARMEN ISABEL FONTES • CARMEN LUCIA BARCELLOS FERREIRA DA SILVA • CAROLINA BOCARDO JARRETA • CAROLINE YURI HIASA • CASSIO PINHEIRO GONCALVES • CAUE CASELLA SCUDELLER • CECILIA MONTEIRO DE ABREU DE SOUZA SALVADOR • CECILIO FRAGUAS JUNIOR • CELESTINO TOMAS FERRANTE • CELIA MATILDE T DE CASTRO NEVES • CELIO MANECHINI • CELSO ALUISIO GRAMINHA • CELSO BOMBONATO • CELSO FERNANDO ASSUNCAO • CELSO FRANCISCO FARIA • CELSO HENRIQUE DE ABREU • CELSO LUIZ MEDEIROS LIMA • CELSO MERBACH CHAGAS • CELSO OLIVEIRA DOS SANTOS • CELSO ROBERTO LOPES BADARO • CELSO SAKAE SATO • CESAR ALEXANDRE MELO MOLINARI • CESAR AUGUSTO AZEVEDO PRADO • CESAR AUGUSTO PEREIRA • CESAR DONIZETE ALVES PEREIRA • CESAR LIMA BADAN • CESAR NATAL CERRI • CESAR TADEU FERREIRA BUENO • CEZAR JOSE CAPATO • CHAFI NADER • CHRISTIAN GEORGE BLOCH • CHRISTIANNE MARIA PIRES EWERTON BICEGO • CICERO AUGUSTO CELESTINO • CIRO JOSE LAPRIA • CIRO NIGRO ENGRACIA DE OLIVEIRA • CLARA VERARDO TAVEIRA • CLARISSA CHUFALO PEREIRA LIMA • CLAUDIA MARIA DIAS COTRIM • CLAUDIA ROSA FERRAZ • CLAUDINEI CORREA • CLAUDIO ANTONIO DE CARVALHO MACEDO • CLAUDIO MASSON GAMBI • CLAUDIO PEREIRA MASSARO • CLAUDIO ROBERTO MARTINS CHAPINI • CLEDER CORRAL PROVENCIO • CLEUZA JANETE MARQUES DA SILVA • CLEVER MAZZONI CAMPOS • CLEYSON SPAGNOLLO DA SILVA • CLINGER LUIZ BARCELOS FERREIRA • CLODOALDO ROBERTO BARONI • CLODOALDO SAAD FRANKLIN ALMEIDA • CLOVIS SILVA ALVES • COLEMAR MENDES CARDOSO • CONRADO KAZON NETO • CONSTANTINO ATHANASIO SARANTOPOULOS • CREMILDA KAZITANI • CRISTIAN JOBER SIQUEIRA • CRISTIANE DE MORAES SILVA DO CARMO • CRISTIANO TEIXEIRA MENDES • CRISTOVAN GRIFFO NETO • CYNTHIA IGNEZ HENCK DE ALMEIDA AGUIAR • CYRO AUGUSTUS GUIMARAES DE FREITAS • CYRO BUENO FILHO • DACIO ALVES FERREIRA NETO • DAIRO CAVALHEIRO • DAISY LUCIDI MORAES • DALMO DE AMORIM CORREA • DANIEL CLAUDINEI GRENGE • DANIEL CURSI JUNIOR • DANIEL DA SILVA BAROZA • DANIEL DE FIGUEIREDO FELIPPE • DANIEL DOS SANTOS • DANIEL GENTILE BITONDI • DANIEL MOBARAK ALCAIDE ROSA • DANIEL SAMPAIO DE FREITAS FERREIRA • DANIEL VALE ABRAO • DANIELA CRISTINA DOS REIS • DANIELA CRISTOFANI CICIARELLI • DANIELA MANZANO DE BARROS • DANIELLE LOBATO FERNANDES BOCALON • DANIELLY NAVES FERREIRA SILVA • DANILLO HENRIQUE BORTOLETO DAVID • DANILO AUGUSTO SANITA • DANILO EXPOSTO CARDOSO • DANILO FONSECA MAZONI • DANILO OLIVEIRA VASSIMON • DANILO SILVA DIAS • DARCI EUGENIO PIMENTEL • DARCY PINTO DOS SANTOS • DARLENE KETLIN DOS S. DUQUE RODRIGUES • DARVIN JOSE ALVES • DAVID DE LIMA ISAAC • DAVID MARTINS BERESTINAS • DAVILSON PIRANI • DAYRTON JOSE VAZ DE LIMA • DECIO D’ARCO • DECIO DE ALMEIDA FREITAS • DECIO DE ANDRADE JUNIOR • DEGMAR VOLTOLINI • DELCIO BELLINI JUNIOR • DELSON ANANIAS DA CUNHA • DEMERVAL EUGENIO NONATO FERREIRA • DENILSON JOSE ABUD • DENISE ANDREA GARCIA • DENIZART BOLONHEZI • DEULER SCARMATO CAMOLEZI • DEVANIR AUGUSTO DA CRUZ SILVESTRE • DIEGO GARCIA UEHARA • DIJALMA BERNARDES FERREIRA • DILSON RODRIGUES CACERES • DIMAS AREDIO FERREIRA • DIMAS LONGO • DIOGENES ALBERTO CASTRO • DIONILTE GONCALVES FILHO • DIRCEU FRANCISCO SOBRINHO • DJALMA CELSO DE SOUZA • DOMINGOS ANTONIO BIASOLI SALES • DOMINGOS LASCALA • DOMINGOS MARCARI • DOMINGOS MARTINS JUNIOR • DOMINGOS RAFAEL NETO • DOMINGOS RAGAZZI • DOMINGOS RINHEL • DONALD DA SILVA FREITAS • DONATO DE FELICIO • DONATO FRAGUAS • DONIZETI CONSTANTINO • DONIZETTI PEDRO LIMA MARTINS • DORIVAL FIORI NETO • DOUGLAS FLORIAN MAIA • DOUGLAS GASPARINI FANTACCINI • DOUGLAS MONTEFELTRO • DOUGLAS RAMOS • DULCE CAMPOS DE TOLEDO • DULCELEIA LONGO LOPES • DURVAL FARIA JUNIOR • EDELSON BENETTI • EDER BASSI • EDER LUIZ MENEGHELI GATTI • EDER LUIZ SANTO • EDER REIS TORRES • EDER ROBERTO ZUCHI • EDGARD CURY • EDGARD FERNANDO DA SILVA • EDGARD ISSY FILHO • EDGARD PEREIRA JUNIOR • EDIMILSON MARTINS SILVA • EDINEIA ROBERTO DE ARAUJO • EDINO LUIZ DA SILVA • EDISON AKAMINE • EDISON PEREIRA RODRIGUES • EDMO DEMOSTENES MASSI • EDMO RODRIGO GONCALVES • EDMUNDO ROGERIO ESQUIVEL • EDNA PACAGNELLA MARIN • EDNILSON MALVESTI DE LIMA • EDSON AKIRA SIMABUKURO • EDSON BARBOSA DA SILVA MAGNANI • EDSON BIM • EDSON JAK MORISE • EDSON KIYOCHI TANIMOTO • EDSON KOHN BREDARIOL • EDSON LUIZ DE GRANDE • EDSON NOGAVA OGRIZIO • EDSON SEIXAS FORNI • EDSON STEFANI E SILVA • EDUARDO ALGODOAL ZABROCKIS • EDUARDO ALVES ROCHA • EDUARDO BARBARA MANSUR • EDUARDO BENEDITO MAISTRO • EDUARDO BENEDITO MAISTRO FILHO • EDUARDO BOLOGNA SOARES DE OLIVEIRA • EDUARDO BONFANTI DE LEMOS • EDUARDO CARLOS RODRIGUES NOGUEIRA • EDUARDO CIVIDANES • EDUARDO COIMBRA LEONELO • EDUARDO CUNALI DEFILIPPI • EDUARDO EUGENIO ANDRADE FIGUEIREDO • EDUARDO FALCO GARCIA • EDUARDO FERREIRA JORGE • EDUARDO GEROLINETO • EDUARDO HENRIQUE DE SOUZA NOGUEIRA • EDUARDO HENRIQUE GONZALES ORSO • EDUARDO JOSE MACHADO SIQUEIRA • EDUARDO LEMOS CAMARERO • EDUARDO MACHADO BALDINI • EDUARDO MENOSSI FURLAN • EDUARDO MONTEIRO JUNIOR • EDUARDO PINHEIRO DE FREITAS • EDUARDO RIOLO GONCALVES • EDUARDO RONCOLATO ANIBAL • EDUARDO SILVA DOS REIS • EDUARDO VILLAS BOAS PAJOLLA • EDVALDO TITO DE SOUSA • EDWARD SILVA • EFRAIN RIBEIRO DOS REIS • ELCIO PINHEIRO BRESCIA • ELCO SOUTO DE OLIVEIRA HALLEY • ELENIR GRESPAN • ELEONORA COSTA AGUIAR BREGAGNOLO • ELEUZA ZAMPIERI • ELIANA AP PEREZ EGYDIO DOS SANTOS • ELIANA AVEZUM DE MORAES • ELIAS ALFREDO FILHO • ELIAS ALVES BEZERRA NETO • ELIAS ANTONIO VIEIRA • ELIZABETH ROSE CARINHANI RIBEIRO • ELMIR GARZON JUNIOR • ELOISA JENDIROBA • ELPIDIO FARIA JUNIOR • ELZA LULI MIYASAKA • EMERSON MENDES JUNIOR • ERALDO GARCIA CORTEZ • ERB RIBEIRO JUNIOR • ERCILIA PAMPLONA FERNANDES SANTOS • ERIC FERNANDO DA SILVA • ERICA CRISTINA CUNHA • ERICO MARCELO MARQUES • ERICSON DIAS MELLO • ERIKA AUXILIADORA GIACHETO SCALOPPI • ESPERIO LUIS VETTORE • ESTELA MARIS FINOTTI GARBELLINI • ETTORE COMPAROTTO NETO • EUFEMIO RODOFREDO VENEGAS CORONADO • EUGENIO ROCHA DE ANDRADE • EVANDRO FRANCISCO BESSA • EZEQUIEL BERTOLAZZO • EZIO APARECIDO NOGUEIRA • FABIANA FREIRE GRELLET • FABIANA GASPARINI CARDOSO • FABIANA UBIDA BARILLARI FRANCHI • FABIANO DUARTE ROSA • FABIANO JOSE DA SILVA • FABIANO PALMARINI CABRERA • FABIO ALVES LOPES DE OLIVEIRA • FABIO BOTTURA PIMENTA • FABIO CAPITANINI • FABIO DE CASTRO NARCISO • FABIO HENRIQUE QUATIO CARDOSO • FABIO LUCHIARI BARBOSA JUNIOR • FABRICIO EGYNO DE OLIVEIRA DEL LAMA • FABRICIO LOPES DE FARIA • FABRICIO MASSARO BALBAO • FATIMA AP FONZARA DAVID • FATIMA AP. SILVA PANICIO GUIMARAES • FATIMA REGINA DE SOUZA • FAUSTINO SANCHES JUNIOR • FAUSTO DE PAULA EDUARDO • FAUSTO MASSAO CUBAYACHI • FAUSTO PEREIRA LIMA • FAUSTO VIDAL GARCIA LEAL • FELIPE AUGUSTO POLETTO STAMBOWSKY • FELIPE LOPES DA SILVA • FELIPE ROMEIRO MERCHAM DOS SANTOS • FELIPE SABINO DE JESUS • FELIX CHARLIER • FERNANDA CENEVIVA ABDOU • FERNANDA DE ANDRADE SESINANDO • FERNANDA FARIA RODRIGUES • FERNANDA MENEGARI QUERIDO • FERNANDA SILVA MORAIS • FERNANDO AGUIAR BREGAGNOLO • FERNANDO ALEXANDRE ABRAHAO • FERNANDO ANTONIO CAUCHICK CARLUCCI • FERNANDO ANTONIO PICCOLO • FERNANDO ASSIS MATOS • FERNANDO AUGUSTO BOCALON • FERNANDO BRANT DA SILVA CARVALHO • FERNANDO CESAR GODOY MARTINS • FERNANDO CESAR PEREIRA LIMA • FERNANDO CESAR SILVA MAZZEI • FERNANDO CESAR TASINAFFO • FERNANDO DE CARVALHO • FERNANDO DE FREITAS TAVARES • FERNANDO DE OLIVEIRA • FERNANDO DE SOUZA FREIRE • FERNANDO DIAS DE MORAES • FERNANDO DOMINGUES ZUCCHI • FERNANDO EDUARDO COLA • FERNANDO FALLEIROS MARINI • FERNANDO FERRUCIO RIVABEN • FERNANDO GARAVAZZO VERCESE • FERNANDO JOAQUIM DRUMMOND A FERREIRA • FERNANDO JOSE BORTOLETO • FERNANDO JOSE THOMAZELLA • FERNANDO KOITI HIGASHI NAKASHIMA • FERNANDO LOUZADA COSTACURTA • FERNANDO MARTINS DE BARROS • FERNANDO MELLIN MOREIRA FERREIRA • FERNANDO OLIVEIRA DA SILVA • FERNANDO PAOLIELLO JUNQUEIRA • FERNANDO SILVA CORRAL • FLAVIA ROSOLEN PARREIRA • FLAVIO G TAKEYOSHI HIGUCHI • FLAVIO HUMBERTO SOARES • FLAVIO REIGADAS • FLAVIO ROCHA GORINI • FLAVIO SERGIO ZAMPIERI • FLORIANO ALVES DE TOLEDO • FRANCIS ARROTEIA PENHA • FRANCISCO ANTONIO DE LAURENTIIS FILHO • FRANCISCO CARLOS CARVALHO NUNES • FRANCISCO CARLOS FAGIONATO • FRANCISCO CARLOS LOPEZ • FRANCISCO DA COSTA • FRANCISCO DAMASCENO RIBEIRO • FRANCISCO DE ASSIS ELIAS • FRANCISCO DE CARVALHO FERREIRA NETO • FRANCISCO JOSE MARINCEK • FRANCISCO LUIS LEPRI • FRANCISCO MENTEN NETO • FRANCISCO PAULO BONIFACIO DA SILVA • FRANCISCO SERGIO FARIA • FRANCISCO VICENTE GAIOTTO CLETO • FRANIERI IZILDO SAKAI • FREDERICK AUGUSTO TOGNETTI • FREDERICO RENNO LIMA • GABRIEL EWBANK DE FREITAS • GABRIEL LUIZ DA SILVA • GABRIEL REBOUCAS DE SOUZA • GABRIEL SEGATO DE AGOSTINI • GABRIELA FERNANDES DE CARVALHO • GABRIELLA BRITTO DIAS • GABRIELLE MARQUES ANACONI • GASPAR APARECIDO CARLUCCIO • GASTAO DE IRAJA RODRIGUES • GENESIO ABADIO DE PAULA E SILVA • GEORGES MAKHOUL • GERALDO BARROS MACHADO DE SOUZA • GERALDO COLLI JUNIOR • GERALDO DE MENEZES LIMA FILHO • GERALDO FRANCO DONATO • GERALDO GERALDI JUNIOR • GERALDO LAZZARINI JR • GERALDO SIDNEY MORANDO • GERALDO TELMO DA ROCHA BARROS JUNIOR • GERALDO TEODORO TRISTAO NETO • GERALDO THEODORO TRISTAO • GERALDO YASSUO MARUYAMA • GERMANO RAFAEL BILOTA MARIUTTI • GERSON APARECIDO DA SILVA • GERSON ENGRACIA GARCIA • GERSON LUIS SCARDOELI • GERSON RODRIGUES DA COSTA • GERSON SELUQUE FERREIRA • GERVASIO LABIAPARI SOBRINHO • GIACOMO STAFFETTI • GIANFRANCESCO BARBOSA MANO • GILBERTO ANGELO FRANCO • GILBERTO ANTONIO RISSATTO • GILBERTO CARLOS BATISTA NEVES • GILBERTO DE OLIVEIRA • GILBERTO FARNOCHI • GILBERTO GOMES • GILBERTO LUGARINI SILVA • GILBERTO MACHADO DE SOUSA RODRIGUEZ • GILBERTO MARQUES SOARES • GILMAR DA SILVA DALIA • GILMAR DE MATOS CALDEIRA • GILMAR DE OLIVEIRA SOUZA • GIOVANNA NORI • GIOVANNA SPINOLA SILVEIRA • GIOVANNA VELLUDO BORGES • GISELDA MARIA MACHADO ZUNCKELLER • GISELLE RUAS SANTIAGO • GISLAINE DE CARVALHO FERRAREZI • GIULIA DINARDO MIRANDA • GIULIO ROBERTO AZEVEDO PRADO • GLADSTON TORRES DE MESQUITA ALENCAR • GLAUCO DAMASCENO JUNQUEIRA • GRACA ARILSA MARETTO FIGUEIREDO • GRACE KELLY MONTEIRO SILVA • GRAZIELLA PINTO CORRADO • GUIDO DE SORDI • GUILHERME ANTONIO MARTINELLI PORTO • GUILHERME AUGUSTO DOS SANTOS AMERICANO • GUILHERME BARRETTO DO LIVRAMENTO PRADO • GUILHERME FERNANDES MAGALHAES • GUILHERME HENRIQUE JAQUETI CUNHA • GUILHERME HENRIQUE MIOTTO BARBIERI • GUILHERME HENRIQUE SEMPIONATO S. SANTOS • GUILHERME LEIRA FILHO • GUILHERME LOURENCO LOPES • GUILHERME PASCHOALINO CAPASIO • GUILHERME PIMENTEL DE LIMA SOUZA • GUILHERME RODRIGUES ALECRIM • GUILHERME SANTIAGO TROCA • GUILHERME YURI PEREIRA • GUILHERME ZORATTI DE MIRANDA • GUSTAVO BARROS SICCHIERI • GUSTAVO DE FARIA FERNANDES • GUSTAVO FIGUEIREDO FONSECA • GUSTAVO HENRIQUE DE LIMA • GUSTAVO HENRIQUE SOARES • GUSTAVO MADALENA PARRA VILELA • GUSTAVO MOTA MASSARO • GUSTAVO REIS FURLAN GUIMARÃES • GUSTAVO TEIXEIRA VENA • GUSTHAVO DE CASTRO MARINI • HAMILTON CAMPI JUNIOR • HAMILTON DE OLIVEIRA JUNIOR • HAMILTON DE OLIVEIRA SANTOS JUNIOR • HAMILTON LUIZ HELUANY DIAS • HAMILTON PEDRESCHI CHAVES • HARLEN NUNES • HECTOR SOMINAMI LOPES • HEINO TALVIO BARBOSA TAVARES • HEITOR FUGA GOMES • HEITOR REZENDE DE SOUZA BASTOS • HELADIO JOSE SMECELLATO • HELCIO ELIAS FILHO • HELCIO LUIZ DEFINO • HELDER BARQUETE CARVALHO • HELDER DE PAIVA MARQUES • HELENA LARA BARBOSA • HELIER PEDRO FERRARI • HELIO ANTONIO PASQUALI FILHO • HELIO CANDIDO LIMA JORDAO • HELIO GUIMARAES PENTEADO DE CASTRO • HELIO MARCOS JUNIOR • HELIO SILVEIRA • HELIO VICTOR DE PAULA • HELOISA HELENA DE MELLO GOMES • HENRIQUE BITAR • HENRIQUE CAVALHEIRO • HENRIQUE MAKIMOTO DE SA • HENRIQUE PAOLIELLO JUNQUEIRA • HENRIQUE STELLA LOPES • HENRIQUE VICTORAZZO HALAK • HERALDO LUIZ CEZARINO • HERCILIO MALINOWSKY • HERMES APARECIDO REZENDE • HERMES DIMAS MATOS • HERMINDO MARTINELLI JUNIOR • HIDEO KUMASAKA • HILDA DOMINGUES GALVES • HIRILANDES ALVES • HOMERO AGUIAR RODRIGUES • HOMERO CAVALHERI • HUGO DAVOGLIO AZEVEDO • HUGO DEGIOVANNI NETO • HUGO FELIPE CARNEIRO DA CRUZ • HUGO SERGIO BARROS RICCIOPPO • HUGO ZAVARIZE RODRIGUES • HUMBERTO DE FREITAS TAVARES • HUMBERTO TADEU ARANTES • HUMBERTO TAROZZO FILHO • IBRAHIM ABDALLAH HANNA • IBRAHIM SAUD • IBRAIM ALEXANDRE JUNIOR • IDARIO DOMINGUES FERNANDES • IEDA GUEDES PINHEIRO • IGOR GREGNANIN DE RIZZO • IGOR LUIZ GONCALVES • INAMAR FERRACIOLLI DE CARVALHO • INGRID ARAUJO MATOS • INGRID FERNANDES DA SILVA • IRINEU MORAES DE LIMA • ISABEL CRISTINA REZENDE VIEIRA • ISABEL MARIA FERREIRA BRAS GOUVEIA • ISABELA ROSA LARA • ISABELLA PAVAO DE CASTRO • ISABELLE MARIA NOBREGA PADILHA • ISKANDAR AUDE • ISO LIMA BRASIL • ISRAEL HIGINO FAVERO DE AGUIAR • ISRAEL MINGHIN • ISRAEL XAVIER SOARES • ITAMAR DOS SANTOS CUNHA • IVAEL NADALIN • IVAN ROBERTO DIAS DA COSTA • IVAN RUSSOMANO • IVANDRO CARLOS DE MATTOS • IVENS BENEDITO BLOCH TELLES ALVES • IVO COLICCHIO JR • IWAO INADA • IZABELA A. FELICIO DO VAL • JADER CAMPOS FARIA • JADIEL GALETTE CANDIDO • JAIR APARECIDO ROVERON • JAIR BERNARDES DA SILVA • JAIRO MENESIS BALBO • JAMES ARDIER CORTEZ • JAMESON ROGERIO DE CARVALHO • JANE VALADARES DE MORAES • JARBAS PRADO DE FRANCISCHI • JARBAS VIANNA • JARSON GARCIA ARENA • JASLANA CRISTINA BEZERRA DOS SANTOS • JAY MARTINS MIL HOMENS JUNIOR • JAYME LUIZ SCALON • JEFERSON CESAR • JEFFERSON ABRAHAO • JEFFERSON DE PAULA SILVA MINELLI • JEFFERSON LUIZ BROTTO • JEREMIAS RODRIGUES DE MENDONCA • JESUALDO AFONSO PERIN • JESUS ALARCON DO CARMO • JESUS HENDERSON MANTOANELLI • JOAO ALBERTO ALVES DOS REIS • JOAO ALBERTO MELLO • JOAO ALVES MARTINS NETO • JOAO APARECIDO DA SILVA • JOAO ARY BIERAS JUNIOR • JOAO AUGUSTO BERTAZZO • JOAO BAPTISTA DE CARVALHO FERREIRA • JOAO BATISTA BIAGIOTTI • JOAO BATISTA CARDOSO • JOAO BATISTA DA CUNHA • JOAO BATISTA GALEANI • JOAO BATISTA LORENZATO • JOAO BOCALON • JOAO BOSCO DE ANGELIS • JOAO BOSCO OLIVITO NONINO • JOAO BRAULIO JUNQUEIRA • JOAO CARLOS AP MINTO • JOAO CARLOS BUZZI RODRIGUES • JOAO CARLOS CECCHI • JOAO CARLOS CORREIA • JOAO CARLOS DE FARIA • JOAO CARLOS DE FREITAS SILVA • JOAO CARLOS FALASCHI • JOAO CARLOS GAIOFATTO • JOAO CARLOS MAZONI • JOAO CARLOS SANCHES ANEAS FILHO • JOAO CARLOS VIANNA DE AMORIM • JOAO CIRILO DUARTE • JOAO EDUARDO COZAC • JOAO EVITO SEMPRINI • JOAO FERREIRA DE MESQUITA FILHO • JOAO FERREIRA GONCALVES NETO • JOAO FERREIRA MACHADO JUNIOR • JOAO FRANCISCO ANTONIO MACIEL • JOAO FRANCISCO DE OLIVEIRA SILVERIO • JOAO FRANCISCO TREMESCHIN • JOAO GUILHERME HJERTQUIST TREMESCHIN • JOAO HENRIQUE BERTOLINI • JOAO LAZARO TOLEDO • JOAO LEMOS TEIXEIRA DA SILVA • JOAO LUIZ BAVARESCO CRISTOVAO • JOAO LUIZ CABALERO • JOAO LUIZ DEL CURA • JOAO LUIZ FURCO • JOAO LUIZ ZINATO • JOAO MANAIA NETO • JOAO MARCELO FERREIRA • JOAO MARCOS AYUB CALIXTO • JOAO PAULO BEZERRA DOS SANTOS • JOAO PAULO BRANDAO • JOAO PAULO DE SOUZA C. FIGUEIREDO • JOAO PAULO FONSECA CORREIA • JOAO PAULO IUGHETTI FERES • JOAO PAULO PINHEIRO • JOAO PAULO SCODONHO • JOAO PAULO ZANIN • JOAO PEDRO ROSSI • JOAO RICARDO TURATTI • JOAO ROBERTO DE BRITO • JOAO ROBERTO DE LIMA • JOAO ROBERTO LOT • JOAO ROBERTO MORAES FERNANDES • JOAO ROBERTO SCAVAZZA • JOAO SERGIO COSAC • JOAO THEODORO FERES SOBRINHO • JOAO VITOR ALMEIDA DA SILVA • JOAO WANDERLEI MATTIOLLI • JOAQUIM CARLOS PEREIRA • JOAQUIM HARUO SATO • JOAQUIM LAURO SANDO • JOAQUIM ROGERIO NASCIMENTO • JOEL APARECIDO PEREIRA • JOEL COUTO ROSA • JOEL SOARES BARBOZA • JOHNNYS HENRIQUE BARROS PUPIN • JONAS SILVA • JONATAN BATISTA COSTA • JONES SERGIO MOTTA • JORGE AUGUSTO TENORIO MARCONDES • JORGE CURY DOMINGOS OLIVEIRA • JORGE DE ALMEIDA • JORGE JOSE SILVA • JORGE LUIZ CARAMORI GUERRA • JORGE LUIZ MORAES • JORGE LUIZ PEREIRA ROSA • JORGE RODINI LUIZ FILHO • JORGE SATO • JORGE TADEU CHEHADI • JOSE ACHICAR • JOSE ADOLFO DE ANDRADE • JOSE ALBERTO MONTEIRO • JOSE ALBERTO MONTEIRO FILHO • JOSE ALFREDO PEDRESCHI MONTEIRO • JOSE ALFREDO VILLALOBOS SARETTA • JOSE ANDRE PAZETTO • JOSE ANIBAL LAGUNA • JOSE ANTONIO BARBOSA • JOSE ANTONIO DA SILVA GONCALVES • JOSE ANTONIO DE PAULA BORBA • JOSE ANTONIO LANCHOTI • JOSE ANTONIO PERINI • JOSE ANTONIO RIBEIRO DE ALMEIDA • JOSE ANTONIO RISTORI CABRAL • JOSE ANTONIO SAVEGNAGO • JOSE ANTONIO VERNILLE • JOSE APARECIDO MONTI PINHEIRO • JOSE ARIOVALDO DA SILVA • JOSE ARMANDO PINHO • JOSE ARTHUR DAMIAO JAQUINTA • JOSE ASCANIO DE ANDRADE • JOSE AUGUSTO ABRAO • JOSE AUGUSTO CATAPANI • JOSE AUGUSTO CORSINI M. DE BARROS • JOSE AUGUSTO FERNANDES DAMANDO • JOSE AUGUSTO GASPARETTO • JOSE AUGUSTO GERALDES • JOSE AUGUSTO LOPES BALDIN • JOSE AUGUSTO PALLARETTI • JOSE AUGUSTO PASSOS DE MENEZES • JOSE AUGUSTO VILELA SCALASSARA • JOSE AYRTON DINAMARCO ROXO • JOSE BARBIERI • JOSE BATISTA FERREIRA • JOSE CARLOS BARBOSA • JOSE CARLOS CASTELLI • JOSE CARLOS COLUCCI • JOSE CARLOS D’AMBROSIO DA SILVA • JOSE CARLOS DE ALCHIMIM JUNIOR • JOSE CARLOS DE ALMEIDA • JOSE CARLOS DO NASCIMENTO • JOSE CARLOS FAIM BEZZON • JOSE CARLOS FONTES BARATA • JOSE CARLOS FUGAZZOLA MARQUES • JOSE CARLOS GONCALVES • • JOSE CARLOS ISMAEL RIGHI • JOSE CARLOS MATIAS • JOSE CARLOS MAZZO MILAGRE • JOSE CARLOS RIBEIRO ROCHA • JOSE CARLOS RODRIGUES • JOSE CARLOS SOUZA MARQUES • JOSE CARLOS SPINELLI MARTINS • JOSE CLAUDIO GOMES DOS SANTOS • JOSE COSTA PEREIRA FILHO • JOSE DA SILVA CARVALHO NETO • JOSE DE AZEVEDO ANDRADE • JOSE DE FREITAS MELO • JOSE EDUARDO A PIMENTA • JOSE EDUARDO JUNQUEIRA • JOSE EDUARDO RIBEIRO • JOSE EDUARDO ZANATTA • JOSE ELIAS DE PAIVA JUNIOR • JOSE ERNESTO BRINCK • JOSE ERNESTO COSTA CARVALHO DE JESUS • JOSE FELIPE DELIBERTO • JOSE FERNANDO NOGUEIRA • JOSE FERNANDO SAUD REIS • JOSE FLAVIO MACHADO BORDIGNON • JOSE GABRIEL CORREA • JOSE GALDINO BARBOSA DA CUNHA JUNIOR • JOSE GALETTE CANDIDO • JOSE GARCIA ALVES FERRREIRA • JOSE GASPAR CITOLIN • JOSE GERALDO DE SORDI SOBREIRA • JOSE GERALDO GARCIA LEAL • JOSE GERALDO PALLAMIN • JOSE GERALDO PEREIRA • JOSE GUILHERME BORO HENRIQUE • JOSE GUILHERME PASCOAL DE SOUZA • JOSE HENRIQUE ARAUJO POCH • JOSE INACIO DE BORTOLI • JOSE JORGE NASSAR • JOSE LAERCIO SANCHES • JOSE LAPORTE • JOSE LELIS DE BASTOS • JOSE LUIS DIEZ HERNANDEZ • JOSE LUIS RAHME RODRIGUES • JOSE LUIZ AGUIAR • JOSE LUIZ BARBARO • JOSE LUIZ CAMARERO • JOSE LUIZ CAMARERO FILHO • JOSE LUIZ CAMARERO NETO • JOSE LUIZ DE OLIVEIRA • JOSE LUIZ GUTIERREZ • JOSE LUIZ MARTINEZ FERRAZ • JOSE LUIZ TEIXEIRA • JOSE MARCELO MARCUSSI • JOSE MARCONDES COTRIM • JOSE MARIO CAUM • JOSE MARIO JORGE • JOSE MARIO ZAPAROLI DE BARROS • JOSE MAURICIO FIORI • JOSE MAURICIO MORANDINI • JOSE MAURO ANTUNES PIMENTA • JOSE MAURO BIAGI • JOSE MESSIAS CARDOSO • JOSE MIGUEL DOS SANTOS • JOSE NAPOLEAO GARCIA • JOSE NAZARENO AGOSTINETTI MENEZES • JOSE OMAR ROCHA MARZOLLA • JOSE ORLANDO BUSNARDO NETO

Page 3: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza
Page 4: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

Diretoria OperacionalDiretor administrativo - eng. agr. Callil João FilhoDiretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri FilhoDiretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor de promoção e ética - eng. civil e seg. do trab. Hirilandes AlvesDiretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos

Diretoria FuncionalDiretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza LeiteDiretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor social - eng. civil Rodrigo AraújoDiretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

Diretoria TécnicaAgronomia - eng. agr. Alexandre Garcia TazinaffoArquitetura - arq.urb. Marta Benedini VechiEngenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli

ConselhoPresidente: Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo

Conselheiros Titulares Eng. civil Elpidio Faria JuniorEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. civil Wilson Luiz LagunaEng. mec. Giulio Roberto Azevedo PradoArq. e urb. Adriana Bighetti CristofaniEng. agr. Geraldo Geraldi JrEng. civil Edgard CuryArquiteta e eng. seg. do trab. Fabiana Freire GrelletEng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinEng. agr. Gilberto Marques SoaresEng. civil Ricardo Aparecido DebiagiEng. elet. Hideo KumasakaEng. civil Jose Aníbal LagunaEng. civil Roberto Maestrello

Conselheiros suplentesEng. mec. Fernando Antonio Cauchick CarlucciEng. agr. Denizart BolonheziEng. civil Marcos Tavares CaniniArq. e urb. Celso Oliveira dos SantosEng. agr. José Roberto ScarpelliniEng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa

REVISTA PAINELConselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - [email protected]

Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci

Coordenação editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. CanadáRibeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 [email protected]

Editoras: Blanche Amâncio – MTb 20907, Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044, Flavia Amarante – MTb 34330,Jousy Mirelle – MTb 34718

Publicidade: 16 2102.1719

Tiragem: 5.000 exemplaresLocação: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Foto da capa: Freepik

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

índice

ícones 08Alexandre Gustave Eiffel

LeGADo 1070 anos | 1.680 meses | 25.550 dias | 613.200 horas e muita coisa pela frente

ícones 14Zaha Mohammad Hadid

LeGADo olhos no futuro 16A história contada na Painel 18

ícones 20Thomas Telford

AGRonoMIA 22o campo precisa de jovens empreendedores

ícones 26nikola Tesla

eDucAção 28Quem manda é o mercado

ícones 34Gerard Philips

cARReIRA 36O futuro é otimista

ícones 44Fazlur Rahman Khan

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge1º Vice-presidente

Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente

painel

Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17hCREA - das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

A s s o c i A ç ã ode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

ARTIGo 46coaching de carreira

ícones 48stephen Gary Wozniak

ReTRATo 53Inspire-se

ícones 64Robert Maillart

ARQuITeTuRA 66sem limites para o projeto

ícones 80John Roebling

coMPoRTAMenTo 82Ética: ter, ser ou exigir

CREA-SP 87Primeira legislação é de 1933

ícones 88Frank Lloyd Wright

ARTIGo 90Governança corporativa: uma realidade para a sustentabilidade das empresas

ícones 92elmina Wilson

ícones 96Veridiana Victoria Rossetti

Page 5: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza
Page 6: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza
Page 7: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

pala

vra

do

pre

sid

ente

70 anos

Os modelos de organização da sociedade incluíram, nos últimos anos, termos em inglês para identificar comportamentos necessários àqueles que se colocam no mercado. Networking, coaching, mentoring são alguns deles. A AEAARP faz isso desde 1948, em português: oferece a rede de contatos profissionais, aprimora a capacidade daqueles que representa e tem, entre os associados, pessoas dispostas a inspirar e indicar caminhos aos menos experientes.

Desta forma, a Associação é uma organização profissional fundada nas necessidades, expectativas e experiências de seus pares. Por isso, segue criando oportunidades, compartilhando conhecimento e inspirando.

As relações pessoais e de trabalho mudaram profundamente nas últimas sete décadas. Para ter uma ideia, quando a entidade surgiu, o televisor era o principal móvel da casa – isso nas residências que tinham um aparelho desses. A cidade não tinha cursos de formação em engenharia, arquitetura e agronomia. O primeiro curso de graduação em Engenharia surgiu quase 20 anos depois. Nas primeiras décadas, reuniões da AEAARP aconteciam em restaurantes e os associados terminavam a noite dançando o hali gali, o ritmo popular da época.

Hoje nos comunicamos por smartphones e nos informamos pela internet. O tempo parece passar até mais rapidamente, tamanha a necessidade de dar as respostas com agilidade e eficiência. As expectativas de hoje são as mesmas de 70 anos atrás. Mudamos as ferramentas – às vezes até mesmo a forma de escrever e falar são diferentes. Mas, as necessidades da união, da convergência de ideais, do embate de ideias são imutáveis. O bom de conhecer a história é poder reconhecer a importância dos que nos antecederam e ter a certeza de que somos nós agora que escrevemos um novo e importante capítulo.

Esta edição especial da Painel é a síntese do pensamento da AEAARP de hoje. Nós valorizamos o que nos fez chegar até aqui e seguimos trabalhando para valorizar os profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia que, junto da entidade, são mais fortes.

Eng. civil Carlos Alencastre

Page 8: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

8

Revista Painel

ALex

AnD

Re G

usTA

ve

eIFF

eL

íCONES

Page 9: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

9

AEAARP

ATorre Eiffel não recebeu esse nome por acaso; foi uma homenagem ao engenhei-ro francês Alexandre Gustave Eiffel. Além de ter participado da construção do maior ícone arquitetônico de Paris (França), Alexandre também contribuiu para

a construção da Estátua da Liberdade, projetada pelo escultor francês Frédéric Auguste Bartholdi, na cidade de Nova Iorque (EUA).

Com cerca de 7,3 mil toneladas de ferro (hoje, são 10 mil toneladas) e 324 metros de altura (somando a torre de comunicação do topo), a Torre Eiffel foi construída, entre 1887 e 1889, para a Exposição Universal de 1889. A torre foi oficialmente inaugurada em 31 de março de 1889 e era a entrada da exposição, que celebrava o centenário da Revolução Francesa (1789). Até 1930, a Torre Eiffel era a construção mais alta do mundo.

A história dele na engenharia começou em 1852, quando ingressou na Escola Central de Paris (também conhecida como Escola Central de Artes e Manufaturas), prestigiada escola de engenharia da capital francesa. Em 1855, ele já tinha o título de engenheiro químico.

Foi em uma empresa belga de construção de ferrovias onde iniciou sua carreira, período em que conheceu o empresário Charles Nepveu, especialista em construções metálicas. Mas, foi por influência de seu cunhado que Alexandre começou a se interessar pela me-talurgia – ramo da engenharia que ele revolucionaria anos mais tarde.

Seu primeiro grande trabalho aconteceu quando tinha 26 anos – foi a construção da ponte ferroviária em Bordéus (França). Foi aí que ele adquiriu experiência e resolveu fundar sua empresa, um ateliê de construção metálica perto de Paris. Nessa época, importan-tes projetos começaram a aparecer no seu escritório como o Viaduto Garabit (França), considerada a ponte mais alta do mundo na época, com 122 metros de altura, a Cúpula do Observatório de Nice (França), a Ponte D. Maria Pia na cidade do Porto (Portugal), dentre outros. Alexandre também tem projetos no Brasil: o Farol de Salinópolis (PA), o Reservatório de São Brás (PA) e o Farol de São Tomé (RJ).

A genialidade de Alexandre não ficou restrita à capital francesa. Entre os anos 1875 e 1877, ele viveu em Barcelos (Portugal), período em que produziu muitas obras no país. No fim da sua carreira, teve novas curiosidades: meteorologia e aerodinâmica – áreas que foram beneficiadas com vários de seus estudos.

O conjunto arquitetônico formado pelo Grand Palais, Petit Palais e Ponte Alexander III, foi construído para abrigar a Exposição Universal de 1900, em estilo Art Nouveau. Para isso, foi demolido o Palais de l’Industrie, construído em 1855. Na obra do Grand Palais, trabalharam 1.500 operários, com técnicas inéditas para a época, de concreto armado.

Wik

imed

ia

Dani

ela

Antu

nes

Page 10: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

10

Revista Painel

70 Anos | 1.680 Meses | 25.550 DIAs | 613.200 HoRAs e MuITA coIsA PeLA FRenTe

LEGADO

Quando a AEAARP foi fundada, em 1948, Ribeirão Preto tinha pouco mais de 90 mil habitantes (91.374, segundo informações da época). Nenhuma universidade local – eram duas naquele período – oferecia formação para engenheiros,

arquitetos e agrônomos.“Os desafios de hoje são diferentes daqueles experimentados nas décadas anteriores,

até mesmo da última década”, fala o atual presidente, engenheiro Carlos Alencastre.Hoje, a cidade é 7,5 vezes maior. A AEAARP cresceu junto, colaborando com os avanços

do município, em consonância com as perspectivas daqueles que a dirigiram no passado e com as atenções voltadas para as exigências do futuro.

Em 2017, mais de duas mil pessoas participaram dos eventos na associação

Page 11: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

11

AEAARP

O futuro é a pauta dos 70 anos da AEAARP. Fundada em 8 de abril de 1948, a entidade atua em duas frentes: a valori-zação profissional e a promoção da quali-dade de vida da comunidade, ressaltando o quanto engenheiros, arquitetos e agrô-nomos são essenciais para a segurança e o desenvolvimento econômico e social da cidade e da região.

“Desta forma, mostramos para a socie-dade a importância das profissões que representamos”, afirma o engenheiro Carlos. Em sua visão, o que no passado foi um pretexto para reunir pessoas com os mesmos interesses, hoje é o ambiente para desenvolver habilidades e relaciona-mentos profissionais.

“As histórias de todos os que traba-lharam e ainda trabalham pela entida-

de são inspiradoras para as novas ge-rações, e os jovens profissionais têm o frescor, a inquietude e a energia que a sociedade precisa para seguir em fren-te”, fala Alencastre.

Há mais de um ano a AEAARP desen-volve o Projeto Legado, criado para dar novo significado ao associativismo na área técnica. O estudo detalhado das ne-cessidades do mercado e do papel da en-tidade de classe resultou em uma agenda de eventos, sociais e técnicos, que ofe-recem oportunidades de atualização e de relacionamento.

Em sete décadas de atividade, a

1990 2010 2018

Representantes da AEAARP participaram das discussões do primeiro Código de Obras do município nos anos de 1940, das primeiras discussões acerca do Plano Diretor na década de 1970, da revisão do Plano no início dos anos 2000, de legislações para o setor, como a chamada Lei do Puxadinho, dentre outros.

AEAARP participou e estimulou debates sobre o desenvolvimento da cidade como instrumento de promoção da qualidade de vida, da inclusão e do caminho à sustentabilidade, dando forma ao seu papel social.

Inauguração da primeira sede da AEAARP

70 anos

Page 12: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

12

Revista Painel

A AEAARP tem representantes em conselhos municipais, como o Conselho Municipal de Urbanismo (COMUR), Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) e Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto (CONPPAC-RP

Nos anos de 1970, iniciativas adotadas pela AEAARP resultaram na instalação da Inspetoria CREA-SP na cidade. Atualmente, a AEAARP tem dois representantes no Conselho, cujo escritório regional está instalado na sede da Associação.

Nos últimos anos, a entidade promoveu palestras, debates e recebeu eventos so-bre temas relevantes para a comunidade, dentre eles a internacionalização do ae-roporto Leite Lopes, trânsito, transporte, destinação dos resíduos domésticos e da construção civil, sustentabilidade, infraestrutura e abastecimento de água no município.

O Conselho Municipal de Urbanismo (COMUR) foi criado na AEAARP, nos anos de 1970, e hoje tem sede e realiza encontros e reuniões na própria entidade. A Associação tem representantes em co-mitês e fóruns da cidade, como o Fórum das Entidades de Ribeirão Preto (FERP), criado pela AEAARP em parceria com a As-sociação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Além disso, é parceira de ações que promovem a sustentabilidade, a qualidade de vida, o desenvolvimento eco-

nômico e o aperfeiçoamento profissional.Desenvolvimento regional e qualidade

de vida são pautas constantes na entida-de, que sediou audiências públicas para a criação da Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RM-RP) e constantemente promove palestras sobre empreendedo-rismo, economia regional, gestão pública e sustentabilidade. A AEAARP integra o Conselho da RM-RP.

A Associação é também propulsora das carreiras de seus associados. Mantém ativo um banco de currículos, atuando como ponte entre os profissionais e as oportunidades de mercado. Tem parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Mi-cro e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE-SP), promovendo palestras sobre planejamento, gestão, além de realizar rodadas de negócios e orientações para estudantes das áreas técnicas.

Em 2017, mais de duas mil pessoas participaram dos eventos na associação

1.680 meses

Page 13: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

13

AEAARP

A entidade investe em programação pró-pria de cursos e também firma parcerias com instituições com o propósito de incrementar a formação dos profissionais associados.

Atualmente, acontecem na AEAARP cursos de pós-graduação e especialização promovidos pelo Instituto de Pós-Gradu-ação e Graduação (IPOG) e pela Univer-sidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Os cursos são oferecidos em condições diferenciadas para os associados.

Há cerca de uma década, a AEAARP realiza periodicamente eventos técnicos sobre tecnologia da construção, arquite-tura, engenharia, meio ambiente e agro-nomia. No último ano, mais de duas mil pessoas, entre profissionais e estudantes, participaram dos eventos.

Todos os eventos da AEAARP têm ingressos sociais. Para inscrever-se, os participantes doam alimentos não pe-recíveis: foram mais de duas toneladas, em 2017, encaminhadas às entidades assistenciais da cidade.

Periodicamente, a Associação promove visitas técnicas a empresas e projetos que desenvolvem atividades ligadas ao setor tecnológico e incrementam o conhecimen-

to sobre as atividades desenvolvidas por profissionais e empresas.

A AEAARP está inserida na sociedade também com o Coral Som Geométrico, mantido desde 1994. Participam dele pro-fissionais associados da AEAARP e outros interessados, apresentando-se em eventos da entidade, em encontros de corais e eventos festivos no município e região.

Datas comemorativas na AEAARP são oportunidades também de reunir associados e aprofundar laços de amiza-de, criando o ambiente propício para o fortalecimento da atuação profissional, realização de negócios e inserção no mercado. O Almoço dos Agrônomos é realizado anualmente há quase quatro décadas e periodicamente são promovidos encontros sociais para os quais todos os associados são convidados.

Há 39 anos a AEAARP reverencia pro-fissionais que fazem a diferença em suas carreiras, pela inovação, qualidade técnica, inserção social e econômica. Desde 1979, quando foi criado o Prêmio Profissionais do Ano AEAARP, a entidade homenageou mais de 70 nomes.

A Associação tem sede própria, com

Almoço dos Agrônomos

cerca de três mil metros quadrados de área construída, dotada de área social, espaços para reuniões, eventos corpo-rativos e técnicos, com estacionamento privativo, adequada às normas de segu-rança e acessibilidade.

1.680 meses

25.550 dias

Page 14: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

14

Revista Painel

Marcos Vitrúvio Polião foi um arquiteto romano que viveu no século I a.C., autor da obra “De Architectura”, tratado que inspirou textos sobre arquitetura e urbanismo, hidráulica, engenharia, desde o Renascimento. Seus padrões de proporções e os seus princípios de utilidade, beleza e solidez inauguraram a base da arquitetura clássica. São esses também os princípios que norteiam a concessão do Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura em todo o mundo, criado pela família Pritzker em 1979

ZAH

A M

oH

AMM

AD

HAD

ID

íCONES

Wik

imed

ia

A arquiteta iraquiana Zaha Mohammad Hadid foi a primeira mulher que conquistou o Prêmio Pritzker. Mas, este não foi o único reconhecimento internacional que conquistou. Durante sua trajetória, recebeu as mais altas honras de instituições

civis, acadêmicas e profissionais do mundo.Zaha foi nomeada Dame Commander (dá o direito de usar a palavra Dame antes dos

nomes femininos) pela Ordem do Império Britânico (dada pela cavalaria britânica que reconhece importantes trabalhos relacionados às artes, ciências, entre outros) e recebeu a medalha de ouro do Royal Institute of British Architects (organização profissional de arquitetos do Reino Unido, que reúne mais de 30 mil membros).

O sucesso dos seus projetos também foi reconhecido em concursos internacionais de arquitetura. Alguns nem chegaram a sair do papel como, por exemplo, a The Peak Club, em Hong Kong (China), e Ópera da Baía de Cardiff, no País de Gales (Reino Unido).

A arquiteta é formada em matemática pela American University of Beirut (Líbano) e também estudou na Architectural Association, em Londres (Inglaterra). Após a conclusão

Museu de Arte Eli and Edythe Broad, nos Estados Unidos

Page 15: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

15

AEAARP

do seu curso, Zaha começou a trabalhar no escritório Office for Metropolitan Architecture (OMA) com o seu antigo professor, o arquiteto Rem Koolhaas. Anos depois, começou a ministrar aulas na Architectural Association e também foi professora convidada de várias uni-versidades: Columbia University (EUA), Harvard University (EUA), Yale University (EUA) e University of Applied Arts Vienna (Áustria). Mas, foi em Londres que Zaha estruturou toda a sua carreira.

Em 1979, ela fundou seu escritório, em Londres: Zaha Hadid Architects, onde teve liberdade para aplicar sua arquitetura moderna e futurista. O escritório já desen-volveu mais de 950 projetos em 44 países e é composto por 400 colaboradores

vindos de 55 diferentes nações. O estilo de Zaha redefiniu a arquitetura do século XXI e desafiou os cálculos. Ela contribuiu para mudar noções do que pode ser feito com o concreto, aço e vidro.

O estilo adotado em boa parte de seus projetos é o conceitual, que pode ser visto nas obras Vitra Fire Station (Alemanha), Centro Rosenthal de Arte Contemporânea (EUA), Terminal Intermodal Hoenheim Nord (França), Bergisel Ski Jump (Áustria) e Centro Aquático de Londres (Inglaterra).

Parte de seus trabalhos foram temas de exposições no Museu Solomon R. Gu-ggenheim (EUA), no Museu de Design de Londres (Inglaterra), Museu Hermitage de São Petersburgo (Rússia) e no Serpentine Galleries de Londres (Inglaterra).W

ikip

edia

Wik

iped

ia

Teatro de ópera na China

Page 16: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

16

Revista Painel

oLHos no FuTuRoLEGADO

O arquiteto Cássio Pinheiro Gonçal-ves elogia a qualidade da gestão da associação, que ele presidiu

entre os anos de 1956 e 1958, e opina que a entidade deve se aproximar dos as-sociados. “As pessoas procuram a AEAARP para ter mais diálogo, mais novidades, mais sugestões”. Cássio tem 91 anos.

O engenheiro agrônomo Genésio Abadio de Paula e Silva presidiu a associação de 1994 a 1996 e entende que a entidade deve colaborar para a inovação e mostrar à sociedade o potencial dos profissionais habi-litados pelo Sistema CONFEA/CREA e CAU.

O engenheiro civil José Augusto Corsini Monteiro de Barros presidiu a entidade duas vezes: de 1978 a 1980 e de 1982 a

1984. Foi em sua gestão que a atual sede começou a ser construída e que a enti-dade passou a ter a nomenclatura atual – englobando engenheiros, arquitetos e agrônomos (antes, a entidade se chamava Associação de Engenharia e Agronomia de Ribeirão Preto). Para ele, a AEAARP deve estar aberta não somente aos profissio-nais, mas também às suas famílias, como acontece nos eventos AEAARP Cultural e Happy Hour.

ConectadaNo início deste ano a AEAARP colocou

no ar o seu portal, que amplia a prestação de serviços e acelera o atendimento às necessidades dos associados. É desta 613.200 horas

Page 17: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

17

AEAARP

forma, mais produtiva e ágil, que a AEAARP poderá responder aos objetivos dos profissionais, na visão do engenheiro Élcio Elias Filho, presidente de 1998 a 2000.

“Correr é para jovem. Nós estamos aqui só para passar o bastão para que eles continuem correndo”. A metáfora do en-genheiro Roberto Maestrello, presidente da entidade entre 2007 e 2011, ilustra o atual momento da AEAARP, cada vez mais voltada às novas ideias e às novas tecnologias.

Nos 70 anos passados, explica o ex--presidente, os homens que a dirigiram construíram uma entidade sólida, cum-prindo os objetivos de suas épocas. “O profissional tem aqui como sua casa, onde busca conhecimento, apoio, trabalho, oportunidades, cursos para melhorar sua carreira”, completa.

O engenheiro Wilson Luiz Laguna, pre-sidente de 2005 a 2007, concorda com Roberto. Ele vê a entidade em “crescente progresso”, que deve ser solidificado por novas gerações.

O engenheiro João Paulo Figueiredo afirma que a AEAARP cumpriu seu papel. “Foram 70 anos de uma história bonita e produtiva”, assinala. Ele acredita que as medidas adotadas nos últimos anos devem ser mantidas. “Que nós possamos continuar fazendo esse papel, evoluindo sempre, nos atualizando, trazendo coisas novas, profissionais novos, cada vez mais gente capacitada para poder dar as cartas em relação às nossas profissões e à socie-dade”, fala. João Paulo foi presidente da AEAARP de 2012 a 2015.

Já o engenheiro José Aníbal Laguna, presidente entre 1980 e 1982, defende

que a entidade mantenha o propósito de colaborar tecnicamente nas políticas públi-cas, defendendo ações alinhadas à técnica.

ConselheirosOs fundamentos da AEAARP são a

defesa da atuação de profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia, va-lorizando, sobretudo, a técnica, a eficiência e seu papel na sociedade.

São esses fundamentos, mantidos nes-tes 70 anos, que os engenheiros Mauro Antônio da Costa, José Alfredo Pedreschi Monteiro, Edson Seixas Forni, José Ro-

berto Romero, Argemiro Gonçalves e Luiz Gustavo Leonel, todos ex-presidentes do Conselho Deliberativo, defendem.

“Esse é um porto seguro para o aten-dimento aos novos engenheiros”, garante Mauro. “Acredito que está no caminho certo”, opina Luiz Gustavo. E, se o trabalho até aqui forjou uma entidade forte, sólida e respeitada, é possível ir além. “A AEAARP tem que se aproximar mais, principal-mente das empresas detentoras de novas tecnologias, proporcionar convênios com profissionais da região de todas as áreas”, opina Luiz Gustavo.

Ex-presidentes da diretoria e do conselho da AEAARP

Page 18: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

18

Revista Painel

A HIsTóRIA conTADA nA PAIneL

LEGADO

A publicação data de 4 de abril de 1979. As reportagens revelam as questões importantes para a época e demonstram que alguns desafios persistem, mas muitos outros foram superados. O jornal foi transformado em revista nos anos de 1990, onde são registrados os desafios e conquistas da entidade e da cidade.

Desde que foi transformada em revista, nos anos 1990, a Painel já está em sua 277ª edição. Atualmente, a publicação tem foco em informar sobre ações e projetos da AEAARP, mas também sobre novas tecnologias e tendências do mercado. A história da revista Painel é também a história da AEAARP e da cidade de Ribeirão Preto. Algumas edições especiais mostram como a publicação acompanha e relata os principais acontecimentos relativos ao desenvolvimento da cidade.

Quando a AEAARP foi fundada, em 1948, Ribeirão Preto tinha pouco mais de 90 mil habitantes. Em 1979, eram 295.345 habitantes. Atualmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima 682.302 pessoas vivendo na cidade.

O primeiro editorial do jornal Painel, publicação que ori-ginou esta revista, fazia um

apelo, grafado sob o título “Um repto de participação”: conclamava empresas de engenharia, arquitetura e agronomia a somarem esforços “para uma Ribeirão Preto mais desenvolvida, mais humana, mais rica, mais colorida”.

Page 19: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

19

AEAARP

A edição de abril foi comemorativa dos 60 anos da entidade. Uma reportagem tratava da escassez de engenheiros para os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na mesma revista, foi

inaugurada a série de reportagens que mostraram soluções arquitetônicas e de engenharia para preservar o patrimônio histórico da cidade.

Na última década, a revista Painel foi o instrumento de aproximação da AEAARP com os associados e a comunidade, reportando as realizações da entidade e os avanços tecnológicos. Desta forma, a revista é o registro histórico da Associação e das transformações da cidade.

1979 1980Reportagem sobre meio ambiente informava que 10% da área de Ribeirão Preto eram de reserva natural. Informava também sobre a pretensão de um vereador da época, que lançava a ideia de fazer uma praia na cidade. Um artigo defendia que a cidade deveria ter um grande parque “para que todas as camadas da população desfrutem de uma grande área de recreação tanto ativa quanto passiva”.Nessa edição de 1979, a AEAARP anunciava ter

firmado convênio com a Unimed para atender aos seus associados e familiares.

Os anos de 1980 passaram para a história do Brasil como a “década perdida”. Para a AEAARP, foram anos de consolidação da Associação e de maior reconhecimento pela sociedade. A análise está publicada em uma edição da Painel de 1999. Um dos fatos marcantes daquela década foi a doação do terreno onde está construída a sede – ocorrida em 1984.

1997

1992A publicação datada de abril anunciava a constituição de uma comissão para analisar o projeto do Plano Diretor, que era debatido na Câmara Municipal. O texto da reportagem avisava: “o futuro da cidade está em risco se tal projeto for aprovado pelos vereadores da forma que se encontra”.

O jornal Painel anunciava a mudança na linha editorial com o intuito de aproximar o associado da AEAARP. A publicação expunha o perfil de associados e relatava acontecimentos promovidos pela entidade, assim como a agenda de eventos. Um deles foi a palestra “As energias naturais e a saúde do ser humano”, que seria ministrada pelo geólogo Adonis de Souza.

1998Quando a entidade completou 50 anos de fundação, o jornal, que era impresso em duas cores e em papel branco, adotou o formato de revista mantido até os dias atuais. Uma das questões abordadas naquele período pela revista foi a solução para os congestionamentos e enchentes que acometiam a cidade.Naquele ano, as edições destacaram a frase de impacto criada para as comemorações do cinquentenário:Quem é profissional, participa. Quem participa, supera as expectativas.

1999A revista Painel anunciava que a sede da entidade contava naquele ano com 1,4 mil metros quadrados de área construída. O editorial lançava um novo período – o de “humanização” das relações com os associados.

2005Nos anos 2000, o Plano Diretor, cuja primeira versão fora aprovada em meados de 1990, pautou os debates do Fórum de Debates Ribeirão Preto do Futuro, órgão consultivo instituído pela AEAARP, em 2005. O Fórum protagonizou debates

acerca do tema, envolvendo técnicos e a sociedade civil organizada. Em 2006, a revisão do Plano levou em consideração as sugestões formuladas pela Associação.

2006A edição da revista Painel de dezembro de 2006 anunciava que seria realizado um evento pela AEAARP para discutir soluções técnicas para acabar com as enchentes na cidade. Em artigo publicado

na mesma edição, um conselheiro da Associação estimulava os associados a participarem de discussões sobre desfavelamento, áreas verdes e patrimônio histórico.

2008

2009A reportagem de capa da edição de agosto dissecava a obra antienchente nas avenidas Jerônimo Gonçalves e Fábio Barreto, expondo os desafios técnicos superados naquela intervenção. A reportagem mostrava também que os córregos que passam por essas avenidas começaram a ser retificados 100 anos antes.

2016A edição de julho mostrava o conjunto de obras realizadas na sede nos anos anteriores, que fizeram a AEAARP totalizar 1,7 mil metros quadrados de área construída.

Page 20: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

20

Revista Painel

O engenheiro civil e arquiteto Thomas Telford comandou projetos de infraestrutura em seu país de origem, a Escócia, e também na Inglaterra, construindo túneis, portos e rodovias, além de 40 igrejas em comunidades do interior da Escócia.

Foi o fundador e primeiro presidente da Institution of Civil Engineers (ICE), com sede em Londres, que tem hoje mais de 90 mil membros em todo o mundo. É considerado o engenheiro responsável por estruturar a Grã-Bretanha na transição entre a fase agrícola e a industrial.

Nasceu em 1757 na fronteira entre Escócia e Inglaterra. Teve uma infância com dificuldades financeiras ao lado da mãe. Aos 14 anos, trabalhava como aprendiz de pedreiro durante o dia e estudava técnicas de engenharia nas horas vagas. Trabalhando para os arquitetos Robert Adam e William Chambers, em Londres, aperfeiçoou seus conhecimentos nas áreas de construção, especificações de projetos, gerenciamento e acompanhamento de obras.

Ao construir a Buildwas Bridge, sobre o rio Severn (Inglaterra), Thomas ultrapassou um marco histórico conquistado alguns anos antes, Iron Bridge, em Coalbrookdale (Inglater-ra), no mesmo rio, a primeira a usar ferro fundido no mundo. Na Buildwas, usou menos material e ultrapassou um vão maior, de 40 metros de comprimento.

A transição do artesanal para as técnicas de manufatura colocaram a Europa no topo do mundo a partir do século XVIII. Foi na metade daquele século que nasceu Thomas Telford, o engenheiro das obras que permitiram ao homem daquela época ultrapassar barreiras.

THo

MAs

TeL

FoRD

íCONES

Wik

imed

ia

Page 21: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

21

AEAARP

O interesse de Thomas pelo ferro cresceu e marcou suas produções seguintes, ícones da engenharia e da arquitetura na Inglaterra. Dois aquedutos projetados por ele para a Companhia Canal Ellesmere usaram um sistema que funde calhas de ferro na alvenaria, produzindo grandes e elegantes arcos.

O aqueduto Pontcysyllte, em Wrexham, no País de Gales, tombado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio da humanidade, é considerado ponto turístico, em razão do projeto e também por sua importância na Revolução Industrial. É o mais alto e mais comprido da Grã-Bretanha, com 307 metros de extensão, e foi concluído em 1805. A obra teve grande importância econômica, na época, pois servia para o transporte de carvão, calcário e ardósia.

Thomas passou para a história com o título de Colosso das Estradas: gerenciou a im-plantação de 1.450 quilômetros de estradas, incluindo pontes.

Wik

imed

ia

Page 22: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

22

Revista Painel

o cAMPo PRecIsA De Jovens eMPReenDeDoRes

AGRONOMIA

O Brasil utiliza apenas 7,6% de seu território com lavouras, somando 63.994.479 hectares.

O cálculo foi feito em 2016 pela Embrapa Territorial, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e confirmado pela NASA, agência espacial norte-americana em 2017. O estudo demonstra ainda que o Brasil protege e preserva a vegetação nativa em mais de 60% do território. Os números, segundo o engenheiro agrônomo Luis Fernando Franco Zorzenon, do corpo técnico da Coordenadoria de Assistência Técnica In-tegral (CATI), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo revelam oportunidades e desafios para os engenheiros agrônomos.

A área cultivável do Brasil é o espaço que engenheiros agrônomos têm para empreender. Para Luis Fernando, a opor-tunidade de trabalho está na produção de alimentos, o que, na região de Ribeirão Preto (SP), significa criar mercado na agricultura familiar.

O Brasil, de dimensões continentais, é um dos territórios do planeta com a menor área utilizada para produção agrícola

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 23: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

23

AEAARP

“O jovem deve ver esse mercado como promissor; chegar nesse pessoal [o agricultor familiar] que não é smart”, explica, referindo-se ao fato de que o produtor rural não está conectado, não dispõe de tecnologia em sua proprieda-de e sequer “fala a mesma língua” dos profissionais habilitados. Há que se ter espírito empreendedor para encurtar essa distância, transformando obstáculo em oportunidade.

Se é fato que o agricultor familiar possa não dispor de recursos suficientes para contratar um engenheiro agrônomo, é verdade também que a nova geração de

pxhe

re

% DE áREA CUlTIVADADinamarca 76,8%

Irlanda 74,7%

Países Baixos 66,2%

Reino Unido 63,9%

Alemanha 56,9%

PAíS

profissionais tem mecanismos suficientes para inovar. “Precisa surgir uma start-up que atenda às necessidades desse público sem onerar a produção”, sugere.

Um dos exemplos de atuação agronômi-ca junto a negócios familiares é a produção de ovos em Guatapará (SP), na região de Ribeirão Preto. Luis Fernando conta que havia significativa perda da produção pelo fato de nem todos os ovos atenderem aos requisitos técnicos para chegarem até o consumidor final – como, por exemplo, a espessura da casca. Um projeto desenvol-vido junto às granjas agregou valor ao pro-duto. O que antes era descartado, passou

a ser industrializado, com a produção de ovos nas formas líquida e em pó, criando novas oportunidades comerciais. O pro-jeto foi realizado no bojo do Programa de Microbacias, da Secretaria de Agricultura, que desenvolve projetos para agregar valor à produção agrícola familiar.

A legislação ambiental, completa Luis Fernando, também cria oportunidades de mercado para os agrônomos, princi-palmente na recuperação ambiental. “A lei cria uma cadeia econômica diferente, como a busca por mudas”, exemplifica.

No mundoO levantamento da NASA foi realizado

em parceria com o Serviço Geológico (USGS) dos Estados Unidos, mapeando e calculando as áreas cultivadas do planeta por meio com monitoramento por satélites realizado durante duas décadas.

Page 24: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

24

Revista Painel

Evaristo de Miranda, doutor em Ecologia.A maior parte dos países utiliza entre

20% e 30% do território com agricultura. Os da União Europeia usam entre 45% e 65%. Os Estados Unidos, 18,3%; a China, 17,7%, e a índia, 60,5%.

As áreas cultivadas variam de 0,01 hectare por habitante – em países como Arábia Saudita, Peru, Japão, Coreia do Sul e Mauritânia – até mais de três hectares por habitante no Canadá, Península Ibérica, Rússia e Austrália. O Brasil tem área cultivada de 0,3 hectare por habitante e situa-se na faixa entre 0,26 a 0,50 hectare por habitante, assim como a África do Sul, Finlândia, Mongólia, Irã, Suécia, Chile, Laos, Níger, Chade e México.

Não entram nesses cálculos áreas de plantio florestal e de reflorestamento, como as dedicadas ao plantio de eucaliptos. No Brasil, apenas as lavouras foram consideradas.

Cada hectare usado para a agricultura alimenta, em média, quatro pessoas: são 1,87 bilhão de hectares usados para a lavoura em um planeta habitado por 7,6 bilhões de pessoas.

“Os europeus desmataram e exploraram intensamente o seu território. A Europa, sem a Rússia, detinha mais de 7% das Fl

ickr

florestas originais do planeta. Hoje tem apenas 0,1%. A soma da área cultivada da França (31.795.512 hectares) com a da Espanha (31.786.945 hectares) equivale à cultivada no Brasil (63.994.709 hectares)”, explica o chefe geral da Embrapa Territorial,

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 25: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

25

AEAARP

Para o engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso, um dos ícones da profissão, que tem sua história contada nesta edição da Painel (veja reportagem na página 54), o país deve saltar dos atuais 60 milhões de hectares usados na agricultura para 100 milhões.

Quem mais cultiva Milhões de hectares

índia 179,8

Estados Unidos 167,8

China 165,2

Rússia 155,8

36% DA áREA DO PlANETATOTAL

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 26: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

26

Revista Painel

nIK

oLA

Tes

LAíCONES

Wik

imed

ia

Page 27: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

27

AEAARP

Nikola Tesla era excêntrico e disciplinado. Dormia duas horas por dia, expressava predileção pelo número três, contava os próprios passos e media o volume de tudo que consumia. Nikola também era genial, embora

a autoria de suas invenções seja controversa. Ele nasceu na Sérvia e, mais tarde, obteve a cidadania americana.

Thomas Edison foi o seu empregador por algum tempo e teria assumido a patente das descobertas de Nikola. Acredita-se, por exemplo, que Nikola foi o primeiro a trabalhar com rádio moderno, com o raio X e o motor de indução.

Era graduado em engenharia elétrica – focou seus estudos em mecânica e eletrotécnica. Uma de suas patentes foi base para os estudos de sistemas de po-tência elétrica em corrente alternada, importante passo para a Segunda Revolução Industrial (entre 1850 e 1945).

Em 1882, foi morar na França e, em 1884, nos Estados Unidos, quando traba-lhou para a empresa Edison Machine Works, de Thomas Edison, em Manhattan. Em 1887, inaugurou a Tesla Electric Company, onde desenvolveu os sistemas de correntes alternadas polifásicas em parceria com sócios investidores.

A disputa entre Nikola e Thomas, na defesa das correntes contínua e alternada, ganhou o nome de Guerra das Correntes. Nos anos de 1940, foi aceito pelo Su-premo Tribunal dos Estados Unidos como o inventor do rádio. Projetou o motor assíncrono de campo giratório, a corrente polifásica, a lâmpada fluorescente e o controle remoto por rádio. Foi um dos primeiro a ver a possibilidade de comuni-cação intercontinental sem a utilização de fios.

A Wardenclyffe Tower, conhecida como Torre Tesla, foi seu mais grandioso e fracassado projeto, nos Estados Unidos. Tinha o tamanho de um prédio de 18 andares e foi projetada para a telefonia comercial transatlântica, a radiodifusão e para demonstrar a transmissão de energia sem a utilização de cabos conectores. Nunca foi concluída. A possibilidade de fornecer energia gratuita para as pessoas afastou investidores como JP Morgan.

O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento nos campos da matemática, física, química, biologia, eletricidade e metalurgia – as bases dos avanços tecnológicos do século XX.

Wik

imed

ia

Wik

imed

iaW

ikim

edia

Wik

imed

ia

Page 28: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

28

Revista PainelDe

signe

d by

Fre

epik

QueM MAnDA é

o MeRcADoAs primeiras faculdades de engenharia, arquitetura e

agronomia do país surgiram no período do império, todas para darem respostas técnicas às necessidades da sociedade

da época. A primeira dessa área foi a de Arquitetura, no Rio de Janeiro (veja na linha do tempo). Em Ribeirão Preto, esses

cursos passaram a ser oferecidos na segunda metade do século XX e crescem também respondendo às necessidades e

desafios do mercado de hoje.

EDUCAçãO

1810 1893Dom João VI cria a Academia Real Militar, no Rio de Janeiro (RJ). A primeira aula foi ministrada em 1811, em uma sala onde hoje está instalado o Museu Histórico Nacional.

É criada a Escola Politécnica de São Paulo (POLI), incorporada à Universidade de São Paulo em 1934.

Wik

imed

ia

Wik

imed

ia

Page 29: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

29

AEAARP

Ribeirão Preto tem seis instituições de ensino superior que oferecem cursos nas áreas de engenharia, ar-

quitetura e agronomia, todas particulares. O pioneiro na graduação para Engenharia Civil foi o Centro Universitário Moura Lacerda, fundado em 1923 pelo professor Oscar de Moura Lacerda. A primeira turma é de 1967.

Segundo o engenheiro Hebert Luis Rossetto, coordenador do curso de Enge-nharia Civil, a graduação foi estruturada seguindo o modelo francês dos institutos politécnicos. “Funcionava em período integral, com formação generalista e forte base em ciências matemáticas e físicas. A implantação dos laboratórios contou com parcerias das escolas de Engenharia da Universidade de São Paulo [USP], de São Carlos [SP], e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica [ITA], de São José dos Cam-pos [SP], instituições das quais recebeu diversos docentes”, conta.

O curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Moura Lacerda formou 70 alunos na primeira turma e segue com a mesma média de formandos.

Desde 1967, colocou 3.800 profissionais no mercado.

O surgimento do curso coincidiu com um período de efervescência econômica em Ribeirão Preto, respondendo, segundo Hebert, às necessidades do mercado e da sociedade.

Em 1960, a região de Ribeirão Preto possuía 3.156 unidades industriais, era o terceiro maior parque industrial do estado de São Paulo, atrás apenas da capital paulista e de Campinas (SP), de acordo com Denise Elias, autora do livro “Globalização e Agricultura – a Região de Ribeirão Preto”, editado em 2003 pela Edusp. Ainda segundo a autora, o aumento das plantas industriais seguiu de forma equilibrada nos anos seguintes.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje, Ribeirão Preto é a 10ª cidade mais relevante economicamente para o estado de São Paulo.

Na Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), foi a demanda imobiliária que inseriu o curso de Engenharia Civil em sua grade, em 2011, coordenado pelo engenheiro civil Mateus Araújo e Silva.

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 30: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

30

Revista Painel

Para ele, a engenharia civil vive mo-mentos cíclicos enquanto perdurar a falta de investimento em planejamento e infraestrutura no país. “Há uma carência crescente de profissionais de engenharia civil para resolverem os problemas das cidades, dos estados e do país: déficit habitacional, ausência de saneamento básico, falta de construção e manutenção de rodovias, gargalos logísticos, falta de planejamento para mobilidade urbana, necessidade absurda de uma agenda am-biental, como o tratamento dos resíduos, poluição atmosférica”, fala.

O engenheiro civil Fernando Brant, co-ordenador do curso de Engenharia Civil da Universidade Paulista (Unip), considera que

“o mercado para os profissionais

formados atualmen-

te vem me-lhorando dia a dia,

pois voltamos a ter um crescimento do PIB [Produto Interno Bruto], o que leva aos empresários a voltarem a inves-tir nas suas áreas”. Em Ribeirão

Preto, a Unip gradua anualmente cerca de 200 novos profissionais nas áreas de engenharia elétrica, mecatrônica, produ-ção, mecânica e arquitetura e urbanismo.

A Unaerp, inaugurada em 1924, introduziu o curso de Engenharia em sua grade em 1986, com habilitação em Química. A instituição levou em consideração a experiência adquirida nas décadas anteriores em outros cursos de ciências exatas e a formação em Química Industrial, que já fazia parte de seu portfólio. Para adotá-lo, pesquisou a demanda por profissionais na indústria regional. Segundo a engenheira química Carmen Silvia Gonçalves Lopes, o levantamento abordou principalmente o perfil do profissional que o mercado demandava. 500 engenheiros químicos formaram-se na Unaerp desde a graduação da primeira turma, em 1991.

A Unaerp, o Centro Universitário Moura Lacerda e o Centro Universitário Barão de Mauá oferecem também cursos de Enge-nharia Química, de Produção, Computação e Ambiental.

O engenheiro Otávio Marson Junior, coordenador do curso de Engenharia da Computação na Unaerp, argumenta que o mercado brasileiro de Tecnologia da Infor-mação (TI), incluindo hardware, software, serviços e exportações, movimentou 39,6 bilhões de dólares em 2016, representan-do 2,1% do PIB brasileiro e 1,9% do total de investimentos de TI no mundo. Ele cita números do estudo “Mercado Brasileiro

Mauricio de Souza licioti é da segunda turma de engenheiros de produção do Centro Universitário Moura Lacerda. Começou a trabalhar aos 12 anos, com manutenção

automotiva. O primeiro emprego foi o prenúncio de uma vocação, o que ele acredita ser essencial para construir a carreira. “Experiências vão se somando de uma forma

bem sustentável e acabam por proporcionar melhores resultados dentro do ambiente de trabalho”, fala.

Ao sair da faculdade, em 2015, trabalhou em um centro automotivo de Ribeirão Preto e três anos depois foi admitido na Robert Boch do Brasil, onde trabalha nas áreas técnica,

de engenharia, com vendas indiretas e geração de demanda da linha de produtos e conceitos do setor automotivo.

A faculdade deu o conhecimento técnico e comercial que ele usa no cotidiano. Em 2017, Mauricio concluiu a especialização em Engenharia de Manutenção na Universidade

Paulista (Unip). “O prazer de fazer o que gosta vale muito a pena”, garante.

Engenharias

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 31: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

31

AEAARP

FUTUROS PROFISSIONAISRepresentantes da AEAARP estão visitando todas as faculdades de engenharia, arquitetura e agronomia da cidade para apresentar a agenda de eventos técnicos e sociais de 2018. “Formamos uma nova geração de pessoas comprometidas com a valorização de suas carreiras, com as boas práticas profissionais, com a inovação e a geração de riquezas”, fala o engenheiro Giulio Roberto Azevedo Prado, conselheiro da Associação.

Carlos Alberto Borges de Assis Filho se formou aos 30 anos de idade, em 2015, em Engenharia da Computação, na Unaerp.

“Durante todo meu período na faculdade, trabalhava como professor de inglês e também como técnico em telecomunicações na empresa da minha família, em Orlândia [SP]. Portanto, foi um período bastante corrido”, conta.

No penúltimo ano da faculdade, ele foi selecionado para fazer um intercâmbio na Purdue University, em Indiana (EUA). Hoje, Carlos trabalha na Opic Telecom, empresa de telecomunicações. Ele deixa um recado para quem está querendo seguir a carreira. “Não se preocupe com as notas. Não fique estudando só para ser avaliado. É preciso preocupar-se com a verdadeira aprendizagem, aquela que levamos para o trabalho”.

Formaram-se na Unaerp, 137 engenheiros da computação até hoje.

de Software e Serviços 2017”, produzido pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) em parceria com a International Data Corporation (IDC).

“Atualmente, a região de Ribeirão Preto tem aproximadamente 100 empresas de-senvolvedoras de softwares e produtos de alto valor agregado. Elas empregam mais de dois mil profissionais e produzem principalmente sistemas de gestão, que são utilizados em diferentes segmentos de negócios, como atacadistas, hospi-tais, prefeituras, companhias aéreas, e outros”, conta.

No Lacerda, conta o engenheiro de pro-dução José Aurélio Resende, “o curso nas-ceu lastreado pela solidez e consolidação do curso de Engenharia Civil, à época com mais de 40 anos de existência”. O curso é oferecido na instituição desde 2009 e gradua, em média, 35 alunos por turma.

Na Unaerp, o curso de Engenharia de Produção começou um ano antes, em 2008, e forma em média 20 engenhei-ros por ano. “O objetivo de implantar o curso em Ribeirão Preto foi atender à demanda existente das indústrias na região, com prevalência da indústria bioenergética. A região de Ribeirão Preto também é reconhecida pela for-te economia de comércio e serviços, que também é um campo de atuação do engenheiro de produção”, explica o engenheiro Daniel Fernando Bozutti, coordenador do curso.

“Considerando o mercado de trabalho atual, é possível notar que a engenharia é das formações mais solicitadas em áre-as como produção, vendas, infraestrutu-

ra, operação, administrativa, informática e financeira, sem esquecer as áreas de pesquisa, básica e aplicada”, afirma o engenheiro Anderson Manzoli, coorde-nador dos cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Produção e Engenharia Ambiental e Sanitária e Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Traba-lho do Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto.

AmbientalEm Ribeirão Preto, além da Estácio, tam-

bém o Centro Universitário Barão de Mauá oferece o curso de Engenharia Ambiental, formando, em média, 30 alunos por tur-ma. De acordo com a professora Andrea Cristina Tomazelli, coordenadora do curso na Barão de Mauá, “questões ligadas à sustentabilidade e à busca de tecnologias e processos que causem poucos impactos ambientais” geram oportunidades para esses profissionais.

“Tanto as instituições públicas quanto as privadas precisam buscar profissio-nais capacitados para cumprir com as exigências do mercado e das legislações vigentes, que têm sido cada vez mais restritivas em relação às questões am-bientais”, explica.

Page 32: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

32

Revista Painel

Surge a Escola Politécnica de Agronomia, em São Paulo (SP) e diploma 23 profissionais até 1910, quando o curso foi desativado.

1875É criado o Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

É inaugurada a Escola Prática São João da Montanha, em Piracicaba (SP).

Começa a funcionar a Escola Prática luiz de Queiroz, hoje Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), em Piracicaba (SP).

A primeira escola de agronomia é criada em São Bento das lages (BA) por pressão da aristocracia agrária, que queria uma resposta técnica à gradual extinção dos escravos. Hoje, é vinculada à Universidade Federal da Bahia (UFBA), no campus de Cruz das Almas (BA).

1887 1894 1900 1901

AgronomiaA demanda regional por profissionais de

agronomia justificou a criação do curso de Engenharia Agronômica no Centro Universitário Moura Lacerda. Segundo a engenheira agrônoma Marta Maria Rossi, coordenadora do curso, a infraestrutura da Unidade II/Campus – projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, em uma área com mais de um milhão de metros quadrados, nas imediações da Via Anhanguera – foi outro fator que contribuiu para a decisão, em 1997. Desde então, foram graduados 1.800 agrônomos. A primeira turma de formandos tinha 50 alunos.

Foram formados lá mais de 3.000 profissio-nais e o arquiteto e urbanista André Avezum, coordenador do curso, conta que havia a ne-cessidade de formação desses profissionais na cidade e na região. “As áreas de atuação do arquiteto e urbanista se expandiram muito nas últimas décadas e o crescimento imobili-ário também contribuiu para a alta demanda por profissionais da área”, argumenta.

O arquiteto Oscar Niemeyer destacou, em carta endereçada ao então diretor do

Centro Universitário, Oscar Luiz de Moura Lacerda, que apresentaria o sistema de

aprendizado proposto para a instituição ao Departamento de Arquitetura e

Urbanismo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (Unesco), do qual era presidente, como uma de suas primeiras contribuições

ao organismo internacional.

Ignacio Chrysostomo Junior foi aluno do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá e hoje trabalha para a Melissa Internacional, empresa responsável por projetos especiais e de merchandising da marca Melissa. Quando questionado se o percurso foi tranquilo, ele logo responde: “não foi fácil, ainda mais em uma profissão cujos egos são facilmente inflados”. Mas, acrescenta, “manter os pés no chão e ter a certeza de que meu trabalho estava sendo executado com honestidade e paixão, foi o que me fez ter melhor perspectiva na minha área profissional”.

O arquiteto se formou em 2010 aos 22 anos de idade. “O que mais sinto falta da época de faculdade é o suporte dos professores nas dúvidas referentes ao mundo profissional e as relações interpessoais durante esse período. Meu tempo na faculdade foi tão produtivo que desde o segundo ano até, praticamente, o final do curso, fiz estágio”, conta.

Para Ignacio, o principal obstáculo foi a dificuldade de encontrar oportunidades que proporcionassem crescimento profissional. “Mesmo preparado, o mercado não tem muita aceitação e tempo para te oferecer suporte quando precisamos”, conta.

Arquitetura e UrbanismoPraticamente todas as instituições de

ensino superior de Ribeirão Preto têm cursos de Arquitetura e Urbanismo. O primeiro foi implantado pelo Centro Universitário Moura Lacerda, em 1981, e contou com a participação direta do arquiteto e urbanista Oscar Niemeyer. É dele o programa inicial do curso.

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 33: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

33

AEAARP

É criado o curso de Urbanismo na Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro (RJ), escola fechada por Getúlio Vargas em 1939.

1816 Os professores da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios foram grandes nomes da cena artística na França pós-Napoleão. Entre eles, os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay e o arquiteto Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny, um dos vencedores do Prix de Roma, principal reconheci-mento aos artistas da época.

A partir do curso de Engenheiro-Arquiteto da POLI-USP, é criada a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

Reforma do Ensino Superior unifica os cursos de Arquitetura e Urbanismo.

Dom João VI cria a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, no Rio de Janeiro (RJ), hoje Escola de Belas Artes, incorporada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para ensinar arquitetura.

1935 1948 1969

No Centro Universitário Barão de Mauá, o curso de Arquitetura e Urbanismo surgiu em 1998, e graduou 17 turmas desde en-tão – formando, em média, 50 alunos em cada turma. “Contamos com laboratórios completos para garantir um ensino de excelência baseado na prática. Temos um núcleo de projetos com diversos trabalhos em andamento, que atende à comunidade local e regional, proporcionando ao aluno a integração entre teoria e prática”, explica a arquiteta e urbanista Flávia Buischi Olaia, coordenadora do curso.

Para a arquiteta e urbanista Catherine D’Andrea, coordenadora do curso de Ar-quitetura e Urbanismo da Estácio, o fato de profissionais estrangeiros passarem a atuar no país, por intermédio de parcerias com empresas nacionais, assim como a imigração de brasileiros para o exterior em busca de formação acadêmica, exige mais dos cursos e também dos futuros profissionais. “Esse intercâmbio de ideias e práticas se intensificou tanto que passou

a exigir dos novos profissionais uma capacidade muito maior de adaptação aos mais diversos contextos”, diz.

O curso de Arquitetura e Urbanismo da Unaerp é o mais recente nessa área em Ribeirão Preto. Foi lançado em 2014 por iniciativa da Reitoria da instituição. A arquiteta e urbanista Ruth Monta-nheiro Paolino é a coordenadora e participou da montagem do projeto.

“O egresso do curso de Arquite-tura e Urbanismo deve ter como princípios norteadores de seu tra-balho o equilíbrio entre o meio na-tural e o meio antrópico [ambiente modificado pela ação do homem], o respeito à cultura local, a manu-tenção do equilíbrio estético entre as formas que compõem a paisagem urbana e a associação do saber técnico com a invenção artística”, explica Ruth.

A primeira turma será graduada neste ano de 2018, com 20 alunos, iniciando, talvez, mais um ciclo histórico na cidade.

Aula de projeto do objeto 2017, na Unip

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 34: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

34

Revista Painel

O engenheiro mecânico Gerard Philips fundou a Philips & Company – mais tarde conhecida como Royal Philips Electronics – junto com seu pai, o empresário Frederik Philips, e seu irmão, Anton Philips, em 1891. Sua família, de origem

judia, tinha negócios nos setores agrícola e financeiro. Gerard nasceu em 1858, na Holanda. Teve educação qualificada e alimentava grande

fascínio pelo desenvolvimento tecnológico, em especial pela iluminação. Ele fundou a empresa oito anos depois de graduar-se engenheiro pela Universidade de Tecnologia de Delft (Holanda). Antes, especializou-se em elétrica, iluminação e trabalhou na confecção de lâmpadas em uma empresa americana que operava em Londres (Inglaterra).

A Philips & Company nasceu em Eindhoven (Holanda), cidade escolhida por estar perto de uma malha viária que contribuiria para a logística. Gerard tinha o conhecimento técnico e o investimento do pai, mas negligenciava a gestão do negócio, o que, por vários anos, o ameaçou de falência.

Em 1891, Thomas Edison patenteou o rádio – invenção atribuída a Nikola Tesla pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos em 1940. Neste ano, foi descoberto o primeiro asteroide por meio de fotografia, o asteroide 323, conhecido como “Brucia”.

GeR

ARD

PH

ILIP

síCONES

Wik

iped

ia

Page 35: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

35

AEAARP

Wik

imed

ia

Em 1893, Gerard procurava potenciais compradores de lâmpadas incandescen-tes, pois estava interessado em processos industriais de produção em larga escala. Obteve os resultados esperados: de 1894 para 1895, a produção de sua indústria cresceu de 75 mil para 200 mil lâmpadas.

Ele também investia em pesquisa avan-

çada em tecnologia, o que o deixava à frente da concorrência, a General Electric e a Siemens, por exemplo.

Atualmente, a Philips tem mais de 62.000 patentes sob sua responsabi-lidade, 37.600 mil marcas registradas, 47.800 direitos de design e 3.000 nomes de domínio.

Page 36: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

36

Revista Painel

Desig

ned

by F

reep

ik

o FuTuRo é oTIMIsTA

Retomada da economia anima engenheiros, arquitetos e agrônomos, que usam criatividade e inovação para vencer a crise e se destacar no mercado

CARREIRA

No Brasil, cerca de 60 mil engenheiros são graduados por ano (somadas todas as habilitações, incluindo agronomia). Estima-se que existam, aproximadamente, seis engenheiros para cada grupo de 100 mil habitantes

no país. Segundo o engenheiro agrônomo Glauco Eduardo Pereira Cortez, diretor técnico do CREA-SP, o ideal seria que o país tivesse, pelo menos, 25 profissionais para cada 100 mil habitantes – assim como acontece em países como Estados Unidos e Japão. De acordo com o CAU, em 2013, 9.925 profissionais foram registrados no Conselho; em 2014 foram 10.369; em 2015, 11.190. Em 2016, último levantamento disponível, 12.324 arquitetos e urbanistas receberam o registro profissional.

Segundo especialistas, o número de novos profissionais inseridos no mercado anualmente ainda não é satisfatório. Porém, a falta de mão de obra não é sentida pela sociedade devido à recessão econômica brasileira dos últimos anos. A crise fez com que governos reduzissem o investimento em infraestrutura, diminuindo o número de obras e, consequentemente, levando o setor da construção civil à estagnação. Segundo o engenheiro eletricista Murilo Pinheiro, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), a queda no investimento público levou à paralisação de mais de cinco mil obras públicas federais por todo o território nacional.

Page 37: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

37

AEAARP

Desig

ned

by F

reep

ik

A RETOMADANos últimos 12 meses, o mercado tem apresentado boa recuperação nas áreas técnicas em geral. Há grande expectativa para a consolidação dos índices de crescimento em 2018, com consequente aumento da empregabilidade de engenheiros, segundo o engenheiro agrônomo Glauco Eduardo Pereira Cortez, diretor técnico do CREA-SP. “Entretanto, vale lembrar que o processo de recuperação é lento e vai levar alguns anos para recuperar os níveis que havia antes da crise”.

O engenheiro civil e eletricista Tiago Zenker Gireli, coordenador do curso de Engenharia Civil da Unicamp, acrescenta que, quando a situação econômica do país é boa, o governo tende a investir mais nas áreas de infraestrutura, onde a demanda é alta. “O Brasil ainda carece de sistemas de transporte de carga (ferrovia, rodovia etc.), sistemas de saneamento urbano, estações de tratamento de água e esgoto”, enumera, ressaltando que investimentos nesses setores abrirão oportunidades na construção civil.

Murilo Pinheiro, presidente da FNE, concorda que, para que o mercado de trabalho sofra impactos positivos, o governo deve estimular também o setor privado. “Mas, é necessário que haja a retomada de investimentos públicos e incentivo à iniciativa privada, com uma política econômica que baixe juros e estabeleça câmbio favorável à produção nacional”.

As expectativas positivas podem ser observadas no saldo de empregos divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em janeiro de 2018. Segundo a entidade, o setor da construção civil começou o ano com 14.987 novos postos com carteira assinada. O número é resultado das 117.502 admissões e 102.515 demissões que aconteceram durante o ano de 2017. O professor da Unicamp observa que estudantes que estão ingressando agora nos cursos superiores da área técnica terão mais oportunidades quando se formarem, pois a perspectiva é que o mercado da construção civil esteja em pleno crescimento nos próximos anos.

O engenheiro civil e eletricista Tiago Zenker Gireli, coordenador do curso de En-genharia Civil da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acredita que, se nos próximos anos o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil aumentar entre 3% e 5%, faltará mão de obra qualificada.

Profissionais no BrasilAtualmente, o Sistema CONFEA/CREA

tem 1.389.254 profissionais registrados. No CAU, são 143.401 arquitetos e urba-nistas habilitados até 2016. A restrição de vagas aumenta a concorrência no mercado de trabalho. Quem quer se destacar deve apostar em capacitação e inovação.

Veja o número de profissionais ativos

cadastrados no sistema CONFEA/CREA por

título profissional, na área Notícias, no Portal da

AEAARP.

www.aeaarp.org.br

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 38: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

38

Revista Painel

“Os profissionais que desenvolvem uma pesquisa

ou que ingressam em cursos de mestrado

e especialização, por exemplo, têm mais

chances de se destacar. Eles mostram ao mercado

que estão em constante atualização e que não

querem ficar apenas com o conteúdo da faculdade,

que tem se tornado obsoleto rapidamente”.

Tiago Zenker Gireli, coordenador do curso de Engenharia Civil da Faculdade de

Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas

(Unicamp).

Em 2012, o CAU-BR realizou o primeiro censo profissional da categoria. O Conse-lho constatou que quase 20% dos arqui-tetos e urbanistas eram pós-graduados. O levantamento também mostrou que mais 75% dos arquitetos e urbanistas haviam frequentado, pelo menos, um seminário, congresso ou feira da área no ano anterior. “Os dados mostram que o aperfeiçoamen-to técnico-profissional é uma preocupação contínua do arquiteto e urbanista”, analisa o Conselho. Mais de 20 mil profissionais responderam à pesquisa.

PRESENçA FEMININADos 1.389.254 profissionais registrados no CREA, 86% são homens e 14% mulheres; dos 101.990 engenheiros agrônomos registrados, 82% são homens e 18% mulheres. A realidade no CAU é bem diferente. Segundo o último levantamento (2016), dos 143.401 arquitetos e urbanistas registrados no Conselho, 61% são mulheres e 39% homens. Segundo o CAU, a tendência é que o número de mulheres na arquitetura e urbanismo aumente nos próximos anos. Entre os mais jovens – com até 30 anos de idade – elas já são 73% dos profissionais ativos; entre os profissionais da faixa etária de 30 a 40 anos, as mulheres representam 65% da categoria. Segundo o engenheiro civil e eletricista Tiago Zenker Gireli, coordenador do curso de Engenharia Civil da Unicamp, a presença feminina na engenharia civil também tem aumentado. “Muitas empresas já venceram o preconceito e as mulheres estão não só nos escritórios, mas também na construção civil”.

De acordo com Glauco, diretor técnico do CREA-SP, as instituições de ensino têm formado profissionais generalistas. Porém, o mercado exige cada vez mais profissionais especialistas em suas áreas de atuação. “Cursos de especialização estão entre os diferenciais na hora da contratação”, analisa. Ele acrescenta que, para progredir na carreira, o segundo idioma se tornou essencial, tendo em vista o mercado globalizado no qual o país está inserido.

O professor da Unicamp complemen-ta que, se possível, o profissional deve acrescentar ao currículo experiência

internacional (estágio ou intercâmbio, por exemplo). Segundo ele, o mercado tem valorizado também a formação do aluno (instituição de ensino que cursou) e sua experiência extracurricular. “As empresas têm avaliado a participação dos recém-formados em entidades estudantis e escritórios pilotos, por exemplo. Elas buscam pessoas que produzam algo novo: um evento, um projeto, uma competição; ou seja, experiências que desenvolvam habilidades e competências importantes para o mercado de trabalho como noções de empreendedorismo, liderança, proati-vidade e trabalho em equipe”.

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 39: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

39

AEAARP

Desig

ned

by F

reep

ik

Atualmente, o mercado exige muitas qualificações e habilidades do candidato a uma vaga de trabalho. A Catho, um dos maiores portais de classificados de empregos no Brasil, elenca dicas sobre como os profissionais da área técnica podem ser competitivos no mercado de trabalho:

DICAS

Page 40: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

40

Revista Painel

ArquiteturaNos últimos anos, segundo o CAU-BR,

houve queda de 10% no número de RRTs emitidas entre 2015 e 2016. De acordo com o Conselho, o atendimento aos clientes privados é o principal campo de trabalho dos arquitetos e urbanistas no país e as atividades relativas a projetos são as principais realizadas por esses profissionais – correspondem a mais da metade (53%) de todos os trabalhos de arquitetura e urbanismo realizados no Brasil. Na sequência, está a execução de obras, com 32%, e atividades especiais (que englobam laudo, vistoria, perícia, avaliação, consultoria, assessoria técnica etc.) com 10%.

PESQUISA CAU-BR Qual a imagem dos arquitetos e urbanistas junto à sociedade brasileira? Quais as principais preocupações e problemas dos brasileiros na hora de construir ou reformar? Como eles enxergam o planejamento e a organização das cidades? Qual a importância da arquitetura e do urbanismo na vida das pessoas? Essas questões são debatidas rotineiramente por arquitetos e urbanistas em todo o país e fazem parte do maior diagnóstico sobre arquitetura e urbanismo já feito

no Brasil. Veja na área Notícias, no Portal da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

A diretoria executiva da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) acrescenta que, em tempos de crise, os concursos públicos para cargos de arquitetos e urbanistas tornaram-se escassos. “Do mesmo modo, concursos públicos para projetos de arquitetura e urbanismo são rarefeitos, salvo algumas

Desig

ned

by F

reep

ik

exceções”. A FNA também avalia que a mudança na legislação trabalhista não proporcionou benefícios aos profissio-nais que atuam na área acadêmica. “Com a nova legislação e a possibilidade de ensino à distância, o ensino privado su-cateou os empregos na área acadêmica em 2017”.

Page 41: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

41

AEAARP

EMPREENDEDOR E DEFENSOR DOS CONCURSOS DE ARQUITETURA Há 15 anos, o arquiteto e urbanista Fábio Domingos Batista se dedica aos concursos públicos de arquitetura. “É a forma de produzir uma arquitetura mais crítica e mais correta. A competição é muito saudável, pois os escritórios buscam a melhor solução para o mesmo problema. Isso também deveria ser utilizado pela iniciativa privada para qualificar a arquitetura brasileira e produzir bons espaços urbanos”. Fábio se formou na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1997. Antes de fundar sua atual empresa, passou por alguns escritórios de arquitetura e chegou a abrir uma empresa de arquitetura com um amigo, após ganhar um concurso público de arquitetura, em 2003, para construir a sede do CREA de Maringá (PR).

Depois disso, eles venceram outros concursos: sede do CREA de Apucarana (PR), sede da Procuradoria Regional da República de Porto Alegre (RS) e outros dois concursos para equipamentos públicos do governo do Paraná. Fábio dedicou-se um período ao mestrado e, em 2006, fundou a Grifo Arquitetura, em Curitiba (PR), junto a outro sócio. “Hoje, somos quatro sócios e temos uma equipe de 10 pessoas. Decidi empreender porque é difícil fazer a arquitetura que eu gosto trabalhando para terceiros ou no poder público”.

Atualmente, seu escritório desenvolve projetos arquitetônicos e desenho urbano e criou recentemente um departamento para buscar novos negócios. Para ele, o desafio de empreender é conseguir um bom cliente que queira fazer uma arquitetura correta, de qualidade, e que contribua tanto para a qualidade de vida do usuário quanto para o entorno urbano e para a cidade. Suas dicas para quem quer empreender são: ser criativo e curioso.

“O Brasil produz bons arquitetos, mas o mercado em geral não produz uma boa arquitetura. O setor está viciado em modelos já superados. É papel dos arquitetos mudarem esse panorama”.

A FNA acredita que, por ser ano eleito-ral, 2018 apresenta cenário com recursos menos escassos e com mais possibili-dades. “A imprensa está otimista e isso pode contagiar os potenciais clientes. Somado a isso, a atuação das entidades representativas da categoria e do CAU junto à sociedade é fundamental para melhorar o quadro atual”. A Federação acrescenta que, após a fundação do CAU (criado em 31 de dezembro de 2010, pela Lei 12.378), o papel dos arquitetos e urbanistas, suas habilidades e qualifica-ções, ficaram mais claros, melhorando as oportunidades de trabalho.

O CAU-SP, por exemplo, tem contatado as prefeituras para reforçar a necessidade de que cada administração municipal tenha, pelo menos, um profissional de arquitetura e urbanismo. Conforme o censo de 2016 do CAU-BR, dentre os 645 municípios paulistas, somente 447 tinham pelo menos um arquiteto e ur-banista ativo. O Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001) prevê “Plano Dire-tor como instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes e/ou integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas. O arquiteto e urbanista é fundamental para o cumprimento dessa lei”.

Com a estagnação na construção civil, os arquitetos investiram em outras áreas como: decoração, paisagismo e reformas. Segundo o CAU-BR, o Brasil tem grande demanda por reformas em moradias. Trata--se de um mercado de R$ 32 bilhões, se-gundo pesquisa do Instituto Data Popular. Cerca de 11 milhões de moradias no país precisam de reformas, segundo estudo realizado em 2008, pela fundação João Pi-nheiro. Nas classes D e E, 82% das pessoas manifestaram vontade de realizar reformas em seu imóvel. Em todo o país, grupos de arquitetos e urbanistas têm se dedicado a esse mercado e relatam bons resultados.

O portal Exame publicou, em novembro de 2017, reportagem sobre o crescimento do mercado de decoração no país. Se-gundo dados da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), entre os anos de 2004 a 2014, o setor de decoração registrou crescimento de quase 500%. A tendência de consumo permanece alta, mesmo em tempos de retração econômica.De

signe

d by

Fre

epik

Page 42: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

42

Revista Painel

Engenharias e agronomiaSegundo Glauco, a área que talvez tenha

sofrido menor impacto diante da crise foi o agronegócio, responsável por não deixar que o PIB nacional tivesse queda mais acentuada nos últimos anos. “O agronegó-cio tem segurado a balança comercial do Brasil, que a cada dia mais se caracteriza por ser um país com vocação agrícola e capaz de produzir alimentos para boa parte da população mundial”.

De acordo com o levantamento da Hays (multinacional britânica especialista em recrutamento e seleção especializada), realizado em 2017, mesmo com a reces-são econômica, o setor do agronegócio cresceu cerca de 3% e chegou a ser res-ponsável por 48% das exportações totais do país. Segundo a publicação, ainda que o Plano Safra 2016/2017 tenha tido um decréscimo de 20%, a expectativa é a de abertura de novos mercados e de aumento do volume das exportações.

A formação do agrônomo é eclética. Na faculdade, o estudante tem várias discipli-nas nas áreas de ciências biológicas, exatas, econômicas e também sociais, que o capa-cita a trabalhar com plantas, animais e pes-soas. Da lavoura ao rebanho, o agrônomo passa por todos os estágios do agronegócio. Esse profissional também pode ser inserido na indústria, gerenciando a produção e comercialização de mercadorias.

Desig

ned

by F

reep

ik

Novas oportunidadesAtualmente, a demanda maior por enge-

nheiros concentra-se tanto nas pequenas e médias empresas de engenharia quanto nas multinacionais, segundo o diretor técnico do CREA-SP. “O serviço autônomo também vem apresentando boa recupera-ção junto com a área acadêmica”, acres-centa. Mas, segundo Glauco, o serviço público não oferece muitas oportunidades para os profissionais da área técnica. “Os custos da máquina pública ainda são mui-to elevados. Isso foi agravado pela crise política e pela queda na arrecadação de impostos municipais e estaduais”, pondera.

A dificuldade de encontrar vagas na construção civil fez com que engenheiros buscassem outras áreas. O professor da Unicamp observa que o curso de Enge-

nharia é abrangente, o que permite que os profissionais tenham um leque grande de oportunidades de trabalho. Engenheiros civis passaram a buscar emprego em áreas de gestão e administração como bancos, empresas de logística e consultorias, por exemplo. “Vejo muitos ex-alunos atuan-do em áreas que não estão diretamente relacionadas à construção, mas são áreas afins, e que não precisariam ser, neces-sariamente, ocupadas por engenheiros”.

As novas tecnologias também amplia-ram as oportunidades de trabalho para esses profissionais como, por exemplo, a nanotecnologia, que é tão utilizada na área da saúde. “O corpo humano é como uma máquina. Muitos engenheiros estão atuando junto com profissionais da área médica para desenvolver órgãos artificiais, entre outros materiais para a medicina”, acrescenta o professor da Unicamp.

O diretor técnico do CREA-SP acrescen-ta que todos os anos surgem novos cursos de engenharia: médica, de processos, de bioprocessos, de energia e recursos renováveis, ambiental, de biosistemas etc. “Vale lembrar que todos esses são engenharia. A diferença é que acabam se voltando para áreas específicas, nas quais existem ainda pouca mão de obra dispo-nível devido à baixa demanda”.

Glauco complementa que a engenharia civil ainda é o curso que mais forma pro-fissionais. Na sequência vêm as seguintes áreas: engenharia elétrica, engenharia mecânica, engenharia de produção e enge-nharia agronômica. “Para os profissionais com boa formação, com estágio durante a graduação, conhecimento de outros idio-mas etc., sempre haverá vagas disponíveis no mercado de trabalho”, finaliza.

A Hays também levantou os valores médios dos salários dos engenheiros em várias

áreas do setor tecnológico. O levantamento analisou valores praticados em São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Veja na área Notícias, no portal da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

Page 43: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

43

AEAARP

Page 44: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

44

Revista Painel

Fazlur Rahman Khan, natural de Dhaka (Bangladesh), introduziu, na primeira me-tade do século XX, o sistema estrutural tubular, mais eficiente para a construção de edifícios altos. A técnica é usada até hoje. Ele passou para a história como o

“Einstein da engenharia estrutural”. Fazlur viveu entre 1929 e 1982.Formado em engenharia civil, recebeu uma bolsa do governo paquistanês, que o levou

até os Estados Unidos, em 1952. Lá, tornou-se mestre em Engenharia Estrutural e em FAZL

uR R

AHM

An K

HAn

íCONES

Hars

hil S

hah

Page 45: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

45

AEAARP

No século XX, a humanidade conheceu o automóvel, o telefone, a televisão, a internet, dentre tantas outras inovações proporcionadas pela tecnologia. A primeira grande crise mundial foi em 1929, conhecida como a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, que abalou a economia mundial.

Wik

iped

ia

Teoria e Aplicação da Mecânica, além de ter feito pós-doutorado em Engenharia Estrutural.

Fazlur era adepto do sistema pré-fabri-cado, para reduzir erros na construção, e inovou ao adotar métodos de modelagem por computador, o CAD. Projetou a “Willis Tower”, em Chicago (EUA), o edifício mais alto do mundo entre 1973 e 1998.

Em 2009, foi lembrado por Barack Oba-ma, ex-presidente dos EUA, como um dos

islâmicos que contribuíram para a América do Norte. Segundo Yasmin Sabina Khan, sua filha, Fazlur era guiado pela crença de que poderia proporcionar um impacto positivo na vida dos colegas de profissão.

Fazlur não se limitava aos estudos técnicos. Era um grande apreciador da vida. Dizia que os técnicos não devem se prender à tecnologia, mas estar aptos a apreciar a vida, que “é arte, drama, música e, mais importante, pessoas”.

chic

ago-

city

-sky

line

Page 46: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

46

Revista Painel

coAcHInG De cARReIRA

ARTIGO

É preciso haver praticidade e coerência ao desenvolver um plano de carreira. Vários pontos não podem ser esquecidos, como ter um propósito e sonhar sim com o futuro. Mas é preciso realizar. Sonho sem realização, sem exercício e sem esforço

não passa da segunda página do seu caderno de anotações. Alguns ditados famosos não funcionam neste caso, a exemplo de “sonhar não custa nada”. Não custa mesmo, tampouco te leva a algum lugar sem realização. “Quem espera sempre alcança”, neste caso, definitivamente não! Se somente esperar as coisas acontecerem, prepare-se para a dor pois nada irá acontecer.

Então mãos à obra!

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 47: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

47

AEAARP

Antes da receita, uma reflexão sobre os ingredientes. Desenvolvimento de com-petências, reforço positivo, análises de perdas e ganhos, reflexões para processos de tomada de decisões, manutenção de re-sultados operacionais e financeiros, rom-pimento de crenças negativas limitadoras. É, são muitas coisas que o profissional que busca elevar e ter sucesso em sua carreira precisa pensar.

Gastemos um tempo para falar de to-mada de decisão e seu papel neste tema. Se o que decidimos no passado reflete no cenário de hoje, e assim será por diante, então, tomada de decisão é um dos fato-res centrais para sermos e formarmos os próximos profissionais do futuro. É preciso limpar a lente que está a nossa frente para enxergar claramente o que tem dentro de nós. Apenas tendo consciência e coragem e sendo imparciais com os próprios pensa-mentos, poderemos entender com clareza nossas escolhas e, assim, poderemos assu-mir com responsabilidade nossas decisões.

Com base nisso, decida em primeiro lugar fazer alguma coisa, algo diferente, aquilo que ainda não tentou. Decida se permitir a pensar diferente, considerar genuinamente a opinião do outro e novas formas de se relacionar com sua carreira e com seu futuro. Ficar parado é que não dá!

Essa ampliação de consciência e a utili-zação da razão para equilibrar as emoções traz a sensação de estar no comando da vida. Traz a possibilidade de lidar com si-tuações conflitantes de forma equilibrada, traz coragem para agir sobre as emoções negativas e, assim, as escolhas podem ser mais conscientes e sensatas.

Então, ter um emocional inteligente e equilibrado favorece a tomada de decisão? Sim! Isso significa que para tomarmos

melhores decisões temos que investir tempo e energia no autoconhecimento e na conexão com nossa missão e propósito.

Seguindo adiante, quase tudo, ou tudo, sempre mudou, para melhor ou pior, ou se atualizou. A comunicação, as formas de relacionamento, os valores, a política, a economia, as manifestações da natureza, culturais e as sociais, a forma de educar nas escolas, as descobertas da medicina, a nanotecnologia, a neurociência e, enfim tudo o que pensarmos. O que não mudou, está estagnado; o que não se atualizou, já está ultrapassado.

Nós mudamos a todo o momento, então, se esta é uma verdade, porque resistimos em nos adaptar a novas formas de planejar e resolver nossa carreira? Isso não combina.

Quer crescer na sua carreira na área de arquitetura, engenharia ou agronomia? Então pare e pense em planos que ainda não havia pensado ou que lhe pareciam inviáveis. Viabilize-os! Mexa-se!

Eu já disse em outros artigos que a carreira pode ser construída em quatro pilares? Análise e Crítica, Interação, Con-tribuição e Transformação. Me proponho a falar mais sobre isso em outro momento. Mas quero chamar atenção para um em específico: interação com as pessoas, processos e a informação. Se aqui posso deixar uma das inúmeras contribuições para sua carreira, pense em uma das mais antigas e ao mesmo tempo contemporâ-neas formas de interação com pessoas que é o network, ou o bom e velho “quem tem boca vai a Roma”.

Como anda seu network? Com quem anda conversando? Como anda sua co-municação? Sua relação com a tecnologia? Quais mídias anda frequentando? Quem

Paula Martucci é coaching de carreira pela Sociedade Brasileira de Coaching, com especialização em Comunicação Assertiva, coautora do livro “Coaching de Carreira”, Ed. Literare Books, é consultora há 12 anos na área de gestão de pessoas e pesquisa sobre neurociência do comportamento e psicologia cognitiva.

são as pessoas que estão te influenciando no momento? O que ainda não fez que se estivesse fazendo favoreceria este aspecto da sua carreira que com certeza vai te apoiar muitíssimo no alcance dos teus objetivos?

Reflexões provocativas e que parecem óbvias! E são! Mas network precisa ser cultivado, cativado, construído e mantido. Dá trabalho. Mais para uns do que para outros. Porém, o resultado mesmo que lento precisa ser sustentável.

Estas e outras inquietações devem des-pertar ações tanto quanto as mais variadas de ordem prática e singular, ligadas aos seus objetivos de carreira.

Aproxime-se mais dos teus melhores exemplos. Busque fontes de informação confiáveis. Uma das mais modernas e bem estruturadas entidades de classe está a sua disposição, a AEAARP. Usufrua mais do que ela pode te oferecer.

Em todo processo de crescimento e desenvolvimento há perdas e ganhos. Você precisa estar preparado para fazer o que tem que ser feito. Assumir compro-missos, responsabilizar-se pelo que deu certo e pelo que não deu. Todos querem ser altamente empregáveis em qualquer tempo, mas nem todos estão dispostos a fazer o que precisa ser feito, e é aí que você se diferencia.

Crescer dá trabalho, mas se acomodar é deixar perecer o cérebro e a carne. O pró-ximo mundo é daqui a pouco, é amanhã.

Page 48: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

48

Revista Painel

A genialidade do engenheiro de computação Stephen Gary Wozniak e a obstinação do seu parceiro Steve Jobs foram determinantes para a revolução no mercado de computadores pessoais. Juntos, eles criaram a Apple,

em 1976, empresa que décadas mais tarde reuniria uma legião de fãs no mundo inteiro.O pai, que também era engenheiro, foi quem despertou o interesse do garoto por

eletrônica. Aos 11 anos, Stephen construiu sua própria estação de radioamador. Ainda na época de escola, ele recebeu um prêmio em uma feira de ciências por uma calcula-dora baseada em transístores (componentes eletrônicos que revolucionaram a indústria eletrônica na década de 1960).

Stephen e o hacker americano John Draper descobriram uma forma de burlar o sistema telefônico da AT&T (companhia americana de telecomunicações) e fazer ligações gratuitas para qualquer local do mundo, através da Blue Box construída por eles. Após abandonar a graduação (a qual retomou anos mais tarde), ele começou a desenvolver a máquina que seria a sensação nos Estados Unidos.

O engenheiro não tinha grandes ambições. Suas criações eram um passatempo, que ele compartilhava junto com outros aficionados por eletrônica em um clube, em Palo Alto (EUA), onde acabou se aproximando de Steve Jobs.

A aproximação entre eles transformou o “hobby” de Stephen em um produto que im-pactaria a história da informática: um computador completamente montado a um preço acessível, o Apple I – lançado em 1976 e que custava US$ 666 (Jobs gostava de números repetidos). Até então, o que existiam eram os mainframes (computadores gigantescos que processavam grande quantidade de dados, caros e usados apenas por grandes empresas) e os kits de montar os aparelhos que foram os precursores dos computadores pessoais (dispositivo que parecia uma caixa repleta de luzes piscantes e interruptores).

O primeiro computador da história da humanidade foi o Eniac, sigla para Electronic Numerical Integrator and Computer (em português, computador integrador numérico eletrônico), que entrou em operação em 1946 pelas mãos dos norte-americanos John Eckert e John Mauchly, da Electronic Control Company. Foi criado durante a II Guerra Mundial para fazer cálculos balísticos. Era capaz de fazer cinco mil operações por segundo. Era necessário conectar fios, relês e sequências de chaves para determinar a tarefa que a máquina teria de executar. A cada novo cálculo, o processo deveria ser refeito e a resposta chegava por meio de uma sequência de lâmpadas.

sTeP

Hen

GAR

y W

oZn

IAK

íCONES

Wik

iped

ia

Page 49: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

49

AEAARP

Com o passar do tempo, Stephen criou novas funcionalidades ao equipamento. O Apple II já contava com um monitor de alta resolução gráfica, o que fez com que o computador mostrasse também figuras, em vez de apenas letras. Ele também criou um drive de disquete de baixo custo, um sistema operacional simples e um jogo (que gerou a necessidade de adicionar som ao computador), entre outros programas.

O brilhantismo do engenheiro também foi reconhecido pelo governo dos Estados Unidos, que o presentou com a Medalha Nacional de Tecnologia e Inovação, con-cedida para inventores estadunidenses que apresentem contribuições significa-tivas para o desenvolvimento de novas tecnologias. Ele também foi incluído na National Inventors Hall of Fame (organi-zação sem fins lucrativos dedicada ao re-conhecimento, honraria e encorajamento de invenções), conquistou 11 títulos de doutorado honoríficos em engenharia e registrou quatro patentes.

Wik

iped

ia

Apple II

Leia uma entrevista com Stephen Gary Wozniak, publicada pelo

portal Época Negócios, no endereço eletrônico da AEAARP,

na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

Page 50: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza
Page 51: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza
Page 52: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

52

Revista Painel

Page 53: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

53

AEAARP

InSPIRE-SE

RETRATO

Respirar e se espelhar são sinônimos do verbo inspirar que, pelos caprichos da língua portuguesa, não têm exatamente o mesmo significado, ainda que possam ser usados em conjunto. As próximas páginas contam histórias de pessoas que

inspiram e que, em algum momento de suas vidas, fizeram história na engenharia, na arquitetura e na agronomia.

Desig

ned

by F

reep

ik

Leonardo Piga

Fernando Penteado Cardoso

Ozires Silva

Ruy OtakeAna Maria Primavesi

Page 54: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

54

Revista PainelDe

signe

d by

Fre

epik

Page 55: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

55

AEAARP

Mais técnica, menos ideologiaO engenheiro agrônomo Fernando

Penteado Cardoso vai para o escritório todos os dias, faz ginástica e comparece a eventos públicos, especialmente aqueles que homenageiam sua carreira de mais de 80 anos dedicados à agronomia. Fernan-do tem 103 anos de idade e é formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ). Suas reflexões de hoje não estão no passado, nas inúmeras histórias que tem para contar; mas, no futuro, nos desafios da produção agrícola brasileira.

Para ele, o Brasil deve definir uma meta de cultivo, saindo dos 60 milhões de hectares plantados atualmente para 100 milhões em até 40 anos, aproveitando as boas condições climáticas do país, a qualidade do solo e as necessidades de consumo de alimentos da crescente po-pulação mundial.

Para isso, defende a análise da história do país, de “quando desmatamos ao redor de 300 milhões de hectares, desde o des-cobrimento, sem que o clima se tornasse impróprio para a grande população de nossos dias”. E acrescenta: “urge superar preconceitos e ideologias que tolhem o desenvolvimento”.

Em sua opinião, as novas gerações de engenheiros agrônomos devem preparar--se para o desafio dos 100 milhões de hectares com uma visão mais técnica e

menos ideológica. “Acreditem no futuro agropecuário do país. A principal quali-dade de um bom engenheiro agrônomo é ter paixão pelo que faz. O profissional tem que estudar, sempre evitando se fossilizar”, conclui.

A técnica, nesse caso, é para ampliar a área agricultável e garantir a qualidade e fertilidade do solo. É a essa área que Fernando se dedica.

Em 1947, 11 anos depois de sair da faculdade, fundou a Manah, empresa de fertilizantes cujo controle foi repassado à argentina Bunge Fertilizantes no ano 2000. Foi a proximidade com os negócios da família, em Descalvado (SP), que o inspirou para a agronomia.

A pesquisa para obter o adubo que fez de sua empresa a segunda maior do país, e uma das marcas mais lembradas, surgiu da necessidade. “Em 1941 eu administrava a fazenda. Os adubos eram escassos devido à guerra [II Guerra Mundial] e havia cinzas de café e de farelo de algodão disponíveis. Comecei então a lidar com essas cinzas dando origem à Manah”, explica.

Teve 15 unidades fabris e mais de 2.000 funcionários. Depois de transferir o con-trole à Bunge, Fernando não descansou. Fundou a Agrisus, fundação que financia projetos de ensino e pesquisa relaciona-dos à fertilidade do solo, com foco em agricultura sustentável.

Para ele, agronomia é uma paixão.

Acer

vo C

entr

o de

Mem

ória

Bun

ge

Fernando Penteado Cardoso

Fernando, ao centro, com parte de sua família

Page 56: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

56

Revista Painel

A riqueza está no soloA maior parte dos 97 anos da engenheira agrônoma

Ana Maria Primavesi foi dedicada à agroecologia. O solo, para ela, é um organismo vivo. Nascida no Castelo de Pichlhofen (Áustria), graduou-se em 1942 pela Univer-sidade Rural de Viena. Tem doutorado em Cultura de Solos e Nutrição Vegetal. Chegou ao Brasil fugindo das atrocidades da II Guerra Mundial.

Ana Maria foi docente na Universidade Federal de Santa Maria (Rio Grande do Sul) e responsável pela criação do primeiro curso de pós-graduação de Agricultura Orgânica. Para ela, a agricultura convencional trata solos mortos, que geram plan-tas doentes e adoecem cada vez mais os seres humanos. É uma das fundadoras da Associação da Agricultura Orgânica (AAO) e autora de inúmeros artigos científicos publicados em todo o mundo sobre alternativas para tratar o solo. Publicou 12 livros sobre o assunto, como “Primavera silenciosa”, que marcou época e a tornou conhecida.

Desig

ned

by F

reep

ik

Ana Maria Primavesi

Page 57: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

57

AEAARP

Na Áustria, sua mãe cuidava do cantei-ro de flores, da horta e da produção de plantas medicinais. O pai trabalhava na lida com o gado e na lavoura. Na universi-dade ela foi ensinada a observar de forma holística o sistema de produção. Por isso, sempre fala aos mais jovens que é preciso integrar as disciplinas para conseguir ter uma visão do todo.

“Se isso não for feito, os alunos não entendem como uma coisa interfere na outra”. E continua explicando que “a natureza age em rede, na qual uma ação movimenta toda uma reação e a mudança

Ana Maria Primavesi não concede mais entrevistas. Abordada pela reportagem da revista Painel, fez questão de encaminhar uma mensagem exclusiva, para inspirar:

“O solo é base de toda a vida. Não esqueçam que ele deve ser cuidado para que possa nos proporcionar ainda mais vida. A existência do planeta depende do solo. A preservação dessa micro vida é a preservação de tudo que existe”, diz a agrônoma.

A história de Ana Maria Primavesi está detalhada na biografia “Ana Primavesi: Histórias de Vida e Agroecologia”, escrito pela geógrafa e professora Virgínia Mendonça Knabben.

de um único fator pode alterar todo o equilíbrio de um sistema”. Ela alerta que “é preciso ter essa visão integrada para que se consiga manejar com o menor impacto possível, já que, no caso da agricultura, por mais que se tome cuidado, sempre há uma interferência que altera o ambiente clímax do lugar”.

“De nada adianta um homem ter rios de dinheiro e ser doente”. A riqueza, para ela, está na qualidade do solo e não nos frutos advindos do trabalho com ele. Ela ressalta que esta consciência é que per-mite considerarmo-nos ricos.

Page 58: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

58

Revista Painel

Pensar grande, voar altoO que diferencia a engenharia praticada no século XX e a de agora são os sistemas de

produção inteligentes, que usam a tecnologia da informação, com seus sistemas capazes de abordar e solucionar os problemas. Quem garante é o engenheiro aeronáutico Ozires Silva, que começou a se interessar pela área na primeira metade do século passado, bem antes de os sofisticados cálculos serem automatizados. O que as faz iguais é a capacidade de inovar, empreender e estar à frente de seu tempo.

Ozires foi um menino pobre e um homem que voou alto, tanto no sentido metafórico quanto no literal. A escolha pela engenharia aeronáutica foi inspirada pelo alemão Hendrich Kurt, foragido da II Guerra Mundial que passou a viver em Bauru (SP), terra natal de Ozires.

Hendrich fabricava aeronaves e mostrou aos brasileiros curiosos daquela época as técnicas e soluções usadas pela indústria na Europa. “Ele sempre falava o quanto era in-teressante criar um novo avião”, lembra Ozires. Hendrich mostrou àqueles jovens o valor da engenharia aeronáutica “e o quanto ela era necessária em um país das dimensões do

Desig

ned

by F

reep

ik

Ozires Silva

Page 59: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

59

AEAARP

lIVROS DE OzIRES SIlVA

Brasil”. Trinta anos depois, Ozires liderou a criação da Embraer, indústria nacional que produz tecnologia e é a terceira maior do setor no mundo.

O projeto do primeiro avião da com-panhia, o Bandeirante, foi desenvolvido por Ozires, em 1969. A privatização da empresa, nos anos de 1990, também foi conduzida sob seu comando. A carreira dele começou como piloto da Força Aérea Brasileira (FAB), onde ingressou aos 17 anos. Anos mais tarde, graduou-se pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Ozires colocou o Brasil na vanguarda da aviação, mostrando ao mundo o valor competitivo da indústria nacional. Mas, na visão dele, a engenharia no Brasil não é capaz de responder às necessidades do país. Faltam engenheiros em quantidade e qualidade, em sua opinião. Ele expõe os números: no Brasil, são graduados 40 mil engenheiros por ano, na Coreia do Sul são 120 mil engenheiros por ano; na China são formados 600 mil anualmente. “Jamais poderemos competir com tais países, em inovação e produção de um modo geral, com resultados tão modestos perante as nações que estão vencendo no mundo”, diz.

Por mais desigual que seja o resultado da equação neste momento, Ozires aposta em um futuro promissor, que depende

essencialmente da qualidade dos projetos de engenharia produzidos no país.

“O jovem engenheiro sempre deve es-perar por novidades, as mais avançadas, e precisa estar sempre informado. E mais: que leia muito e não confie somente nas in-formações e respostas que pode receber de todas alternativas de informação e das que pode obter facilmente na Iinternet”, conclui.

A inquietude que deve provocar o comportamento empreendedor e criativo nos jovens engenheiros segue inspirando a vida de Ozires: ele é reitor da Unimonte, em Santos (SP), e em 2003 criou a Pelenova Biotecnologia, empresa voltada à saúde humana que tem uma unidade fabril em Ribeirão Preto (SP).

Etanol: a Revolução Verde e Amarela

Em coautoria com Decio Fischetti

Bizz Editorial

A Decolagem de um Sonho: a História da Criação da Embraer

Lemos Editorial

Cartas a um Jovem Empreendedor Realize seu Sonho: Vale a Pena

Editora Alegro

Nas Asas da Educação – A Trajetória da Embraer

Editora CampusUm Líder da Inovação Biografia do Criador da Embraer

Biografia de Ozires Silva escrita pelo também engenheiro Decio Fischetti, pela Bizz Editorial.

Desig

ned

by F

reep

ik

copy

right

@EM

BRAE

R

Page 60: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

60

Revista Painel

Ícone da metrópole“A arquitetura é uma expressão de vida”.

Este é o conceito do arquiteto e urbanista Ruy Ohtake, filho de uma artista plástica, Tomie Ohtake, e de um engenheiro agrô-nomo, Alberto Ohtake. É considerado um dos responsáveis pela construção da cidade de São Paulo contemporânea, assinando grandes obras, como a reforma do estádio do Morumbi, e projetos social-mente emblemáticos, como o projeto que mudou a paisagem da região de Heliópolis, comunidade carente da capital paulista.

A frase “Heliópolis é o lugar mais feio de São Paulo” foi atribuída a ele por uma

Ruy Otake

Flic

kr -

Arte

For

a do

Mus

eu

Wik

imed

ia -

Henr

ique

Bon

ey

Page 61: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

61

AEAARP

Ohtake – Arquitetura e Design: 4 décadas + 2008–2015”, da J. J. Carol Editora.

As curvas de suas obras têm referências de Oscar Niemeyer, em quem ele admite ter se inspirado. O primeiro de seus en-contros foi no Rio de Janeiro, quando Ruy ainda cursava Arquitetura e Urbanismo na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. “Quando eu estava ainda no início do curso, ia ao Rio para observar o escritório de Niemeyer. Eu nem me atrevia a perguntar se ele podia me atender. Mas ficava por ali na porta, na expectativa de conversar. Até o dia em que ele me viu,

perguntou o que eu queria e me mandou entrar. Fiquei observando as pessoas desenharem e ele me convidou para jan-tar. Eu não me sentia em condições para manter um diálogo, mas eu fiquei o tempo todo ouvindo”. Além de Niemeyer, João Vilanova Artigas e Lucio Costa são suas referências.

São também projetos seus o Hotel Re-naissance, de 1992, e o Hotel Unique, de 2002, ambos em São Paulo. Este último foi apontado por Paul Goldberger, renomado crítico do The New York Times, como uma das sete maravilhas do mundo em 2004.

revista semanal no início dos anos 2000. Ele negou tê-la dito e o episódio gerou sua aproximação com lideranças do lugar, que o convidaram a ajudar a transformar a paisagem do local. Ruy aceitou. Em duas das principais ruas da comunidade, as fachadas das casas foram rebocadas e pintadas com cores vivas. A intervenção estética foi uma das ações do projeto Identidade Cultural de Heliópolis, que in-cluiu a instalação de equipamentos sociais e mudou a dinâmica da comunidade na última década. Em 2017 foi inaugurado um condomínio de apartamentos da Compa-nhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) concebido pelo arquiteto. O conjunto das ações colaborou para integrar Heliópolis a São Paulo como um novo bairro.

“Boa arquitetura se completa com boa construção, porque a obra é a consolida-ção do projeto no espaço urbano, deve ser presença significativa, com inovação, provocando surpresa e, sobretudo, ser bonita”, ressalta. “E porque, como arte, deve ser uma expressão de contempora-neidade que, em consequência, significa compromisso com o futuro.”

Nas moradias, nos espaços sociais, públicos ou privados, o compromisso da arquitetura praticada por Ruy é o de garantir a fluidez da relação dos projetos com as pessoas que os utilizam. “São as emoções e as razões pelas quais tenho me empenhado para que meus projetos sejam construídos”, diz ele no livro “Ruy

São esses alguns atributos que julgo importantes para a paulatina elaboração dos projetos:

Trabalhar muito

Procurar a inovação

Arquitetura e beleza são indissolúveis

A cor faz parte do DNA brasileiro

Qualidade é essencial

Arquitetura se completa com a obra construída

Wik

imed

ia -

Arte

For

a do

Mus

eu

Page 62: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

62

Revista Painel

Leonardo Piga

Page 63: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

63

AEAARP

Oportunidade, conhecimento e dedicaçãoLeonardo Piga avisa: sua história é

incomum, misto de dedicação, talento e conhecimento. “Se um cavalo selado passar perto de você, suba porque pode ser que ele passe apenas uma vez”, é o que profetiza o dito popular. O “cavalo” de Leonardo, o levou ao Texas (EUA), ao setor de pesquisa da AMD, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo.

Essa história começou há 20 anos quan-do, aos 12 anos, Leonardo desenvolveu seu primeiro programa para computador. O pai prestava serviços para o setor va-rejista, programava em linguagem BASIC, na plataforma DOS. Curioso, o menino se interessou por algumas explicações que encontrou em uma fita VHS na estante de casa. Aprendeu sozinho e começou a trabalhar na empresa da família, usando linguagem gráfica, ainda que não tivesse um compromisso formal com o negócio.

Passou no vestibular na primeira tenta-tiva e aos 18 anos estava na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no curso de Engenharia da Computação. Concluiu a graduação em quatro anos e meio, qualificou no programa de mestrado e logo foi convidado a deixar o projeto e mudar de fase, partindo diretamente para o doutorado.

Na pesquisa de doutorado, investigou modelos de consumo de energia em centros de dados, desafio das grandes em-presas naquela época. A escolha do tema estava em consonância com os objetivos profissionais de Leonardo: ele queria tra-balhar para a indústria de tecnologia nos EUA. Em 2011, ao ter um artigo publicado naquele país, os orientadores consegui-ram para ele a oportunidade de também

ministrar uma palestra na AMD. As portas foram abertas e Leonardo aproveitou as oportunidades. “Foi competência. Mas, para ter a oportunidade, foi sorte. Estava no lugar certo e na hora certa”, conclui.

Logo em seguida, em 2012, foi convidado a estagiar no grupo de pesquisa da AMD, em Austin, no Texas. Retornou ao Brasil para concluir o doutorado e, em 2014, foi trabalhar no mesmo grupo. Ele conta que o projeto para o qual trabalhava tinha como alvo alguns sistemas que sequer estão no mercado. “Trabalhávamos oito anos à frente, para 2023”, conta. Em 2017, mudou para o time de desenvolvimento avançado. É o único brasileiro do grupo.

Ele queria ver seu trabalho no mercado, fazendo a diferença na vida das pessoas. Hoje, um dos modelos de computadores que são vendidos em todo o mundo tem em um chip o código desenvolvido por ele. A pesquisa continua buscando sistemas mais eficientes.

Na cadeia produtiva, Leonardo está na ponta onde são desenvolvidos sistemas e novas tecnologias – a inteligência, portan-to. O produto final é fabricado em países como a China. O Brasil também é mercado consumidor e de onde sai a matéria-prima.

O engenheiro rejeita rótulos que re-duzem o seu país de origem à condição marginal do sistema, apesar de reconhecer o sucateamento dos centros de pesquisa das universidades brasileiras, inclusive os da Unicamp. Sempre que está no país, mi-nistra palestras, compartilha conhecimen-to e oportunidades. Retribui, de alguma forma, a sensibilidade que recebeu dos orientadores de doutorado na Unicamp, auxiliando colegas mais jovens a planeja-rem suas carreiras e não deixarem passar o tal cavalo selado.

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 64: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

64

Revista Painel

No início de 1900, o czar Nicolau II reinava na Rússia, quando a industrialização do país foi acelerada. Sua abdicação ao trono foi provocada pela Revolução Comunista de 1917.

Robe

RT M

AILL

ART

íCONES

Wik

imed

ia

Page 65: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

65

AEAARP

Robert Maillart foi o responsável por substituir a alvenaria tradicional, com o uso de pedras e madeira, pelo concreto armado. Suíço, nasceu em 1872 e formou-se em Engenharia Estrutural no Instituto Federal de Tecnologia

da Suíça, em Zurique (Suíça). Trabalhou em várias empresas até ter o seu próprio escritório, a partir do início dos anos 1900.

Sua primeira ponte combinando concreto e aço foi erguida em Zuoz (Suíça), em 1901. Os arcos produzidos pela técnica de Robert impressionaram os profissionais da época pela suavidade, delicadeza e beleza.

O sistema utilizado por Robert baseava-se na integração de arco, da pista de rolamento e da viga mestra curando e trabalhando como uma única estrutura, produzindo resultados estéticos e reduzindo os custos de construção.

A ponte Salginatobel, projeto de Robert construído em 1930, mede 55,60 metros. Além de curvo, seu arco é poligonal. Em 1991, esta ponte foi declarada marco histórico da engenharia civil pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis. Em 1999, foi eleita pelo revista britânica “Pontes – Design e Engenharia” como “a ponte mais bonita do século”.

Ele é autor também de projetos de fábricas e armazéns na Rússia, onde viveu com a família entre 1912 e 1919. Arruinado pela Revolução Russa, voltou à Suíça para retomar sua carreira e recuperar-se financeiramente e de lá não mais saiu até seu falecimento, em 1940.

Wik

imed

ia

Page 66: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

66

Revista Painel

Desig

ned

by F

reep

ik

espanha

canadá

euA

Reino unido

china

Austrália

Holanda

emirados Árabes

singapura

seM LIMITes PARA o PRoJeTo

13 obras mostram a audácia proporcionada pela engenharia, arquitetura e agronomia

ARQUITETURA

Impossível é um adjetivo que não consta no vocabulário dos profissionais que fazem do cálculo e da técnica instrumentos para superar desafios. Não importa o formato, mas sim a capacidade de fazer de uma construção uma grande obra. Assim, profissionais da

área técnica deixam de ser construtores e desenhistas e tornam-se artistas – mesmo que alguns possam ser considerados controversos. Não existem barreiras; existem cálculos que ainda não foram feitos. Assim, a cada dia o mundo é surpreendido com novas obras icônicas.

Além dos cálculos, da escolha de materiais e da criação de projetos, outra grande capa-cidade é entender que tudo é feito para o ser humano, para atender às necessidades – e às vezes sonhos – das pessoas. A revista Painel traz aqui uma série de obras espetaculares ao redor do mundo, ícones da arquitetura, da engenharia e do paisagismo.

bélgica

Page 67: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

67

AEAARP

Pixa

bay

AtomiumConsiderada a Torre Eiffel de Bruxelas

(Bélgica), o Atomium foi o marco da Feira Mundial de Bruxelas de 1958 – mais co-nhecida como Expo 58, a primeira grande exposição de arte realizada na Europa depois da II Guerra Mundial. A construção é a representação de um cristal de ferro

Pixa

bay

A construção tem 102 metros de altura e conta com nove esferas interligadas, cada uma com 18 metros de diâmetro. Os tubos que as conectam têm 3,30 metros de diâmetro. O pavilhão da base tem 26 metros de diâmetro. A esfera mais alta possui janelas que proporcionam uma vista panorâmica da cidade. O projeto foi idealizado pelo engenheiro belga André Waterkeyn e as esferas foram projetadas por dois arquitetos belgas, os irmãos André e Jean Polak. O Atomium era uma obra efêmera, com data de validade. Por isso, foi realizada com alumínio revestindo as esferas, material barato e que protegeria das condições climáticas pelo período inicialmente proposto – seis meses. A popularidade da obra, entretanto, fez dela um símbolo de Bruxelas e a estrutura nunca foi desfeita. Cinco décadas mais tarde o alumínio foi substituído por aço inoxidável, material mais resistente.

ampliado 165 bilhões de vezes e tornou--se símbolo do desejo da manutenção da paz entre as nações. A obra expunha tam-bém uma visão otimista sobre o futuro, de um mundo mais moderno, tecnológico e capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Page 68: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

68

Revista Painel

Habitat 67Neste projeto, os cubos são os elemen-

tos principais. A tese de doutorado do arquiteto e urbanista israelense Moshe Safdie, apresentada na Universidade McGill (Canadá), resultou na criação do Habitat 67, um dos pavilhões da Expo 67, evento de arquitetura que aconteceu em Montreal (Canadá) em 1967. A obra con-siste em um complexo de apartamentos residenciais.

A construção é formada por 354 blocos pré-fabricados de cimento, que tiveram que ser içados até os locais pré-estabelecidos, e tem 12 diferentes níveis de altura. Os cubos estão dispostos de forma irregular e a junção deles resultou na construção dos 158 apartamentos. Após algumas reformas e adequações no projeto, o número de habitações diminuiu; hoje são 146 unidades. O objetivo do projeto era contemplar os benefícios das áreas externas que as habitações térreas oferecem, o uso de áreas verdes e ser economicamente viável. Porém, o ideal de Moshe foi frustrado. A demanda por um imóvel no Habitat 67 foi tão grande que fez o preço de uma unidade disparar. O projeto tem viés futurista e explora também áreas de circulação para pedestres e terraços suspensos. São 15 tipos diferentes de residências com áreas entre 60 m² e 460 m². As formas e o projeto paisagístico proporcionam isolamento acústico.

Flic

kr B

rian

Pirie

Pixa

bay

Page 69: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

69

AEAARP

Flic

kr B

rian

Pirie

Pixa

bay

Casas CúbicasDo outro lado do Oceano Atlântico, os cubos inspiraram o arquiteto holandês Piet

Blom. Em 1978, ele projetou casas em forma de cubos criando uma floresta abstrata. As casas foram construídas em uma região portuária de Roterdã (Holanda) e ficaram muito destruídas depois da II Guerra Mundial. Piet foi convidado para revitalizar o local. Todas as unidades são habitadas e o interesse público é tão grande que um dos moradores transformou a sua casa em espaço de exposição, lucrando com o turismo.

As casas têm três andares: o térreo é a entrada; a cozinha e a sala de jantar ficam no primeiro andar; no segundo há um quarto e um banheiro e, no último, um pequeno jardim. A construção usa o cubo em 45 graus e pilares com formato hexagonal. A percepção provocada nos visitantes é a de que os cubos estão apenas encaixados. Ao todo são 32 cubos. Cada apartamento tem 100 m²; todo o empreendimento soma 6.000 m². O projeto foi concebido em 1978. A construção começou quatro anos mais tarde e foi concluída em dois anos.

Pixa

bay

Raul

Ayr

es

Page 70: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

70

Revista Painel

Projeto ÉdenNão muito distante de Bruxelas, próximo

ao Canal da Mancha, a Lua inspirou a cria-ção da maior estufa do mundo, conhecida como Projeto Éden, em Cornualha (Reino Unido). Amostras da flora do mundo todo são conservadas nesse lugar. O projeto foi idealizado pelo designer Tim Smit e projeta-do pelo arquiteto Nicholas Grimshaw, que contou com vários profissionais das áreas de engenharia, arquitetura e paisagismo. A obra levou dois anos e meio para ser cons-truída e foi inaugurada em março de 2001.

Veja dois vídeos que apresentam o Projeto

Éden no portal da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

Basicamente, o local é dividido em três biomas: o tropical, o mediterrâneo e o ar livre. O primeiro conta com 240 metros de comprimento e 55 metros de altura, onde são armazenadas espécies de vegetações tropicais da América do Sul, ásia, áfrica e Austrália. O segundo espaço tem 135 metros de comprimento e 35 metros de altura e reúne plantas de origens tropicais das regiões da áfrica do Sul, Mediterrâneo e Califórnia. No espaço aberto, além de plantas locais, concentram-se vegetações da Austrália, Chile, Himalaia e outros países com clima similar. A água é captada da chuva e o local produz eletricidade através de sistemas sustentáveis. As estufas têm as formas de domos, feitos com estruturas de aço e revestidos com membrana plástica de polímero etileno tetrafluoretileno (Ethylene tetrafluoroethylene, ETFE, em inglês), o que contribui para aproveitar melhor a luz solar.

Pxhe

re

Pixa

bay

Page 71: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

71

AEAARP

Pxhe

re

A ilha de Palm Jumeirah tem o tronco e 16 folhas, circundados por outra ilha que forma uma barreira para as ondas do mar. O tronco tem cerca de dois quilômetros de extensão, onde estão os principais hotéis e atrações turísticas. As copas são destinadas às áreas residenciais. A ilha do entorno da palmeira foi revestida com uma substância geotêxtil que evita erosões e tem 11 quilômetros de extensão. É onde estão os hotéis mais luxuosos e é um dos pontos preferidos dos turistas que vão a Dubai. Após a criação do arquipélago Palm Islands, o comprimento da costa de Dubai foi duplicado. A obra é tão grande que pode ser vista do espaço.

Palm JumeirahNa área costeira de Dubai (Emirados

Árabes), o arquipélago artificial Palm Islands foi criado para fazer o que o povo daquela região mais sabe: surpreender. São três ilhas artificiais, a Palm Jumeirah é a mais conhecida. O nome remete ao seu formato, como o de uma palmeira. Além de hotéis e áreas de lazer, o local também é destinado à habitação. A construção da ilha começou em 2001 e foi concluída em 2008.

Phot

ogra

phy

by A

lexa

nder

Hei

lner

Edg

ar E

l

Page 72: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

72

Revista Painel

O prédio tem sete andares, estrutura em aço e 180 mil metros quadrados. Um detalhe: a sede não poderia ter o formato de qualquer cesta; tinha que ser exatamente a cesta mais vendida pelo fabricante. A alça pesa cerca de 150 toneladas e tem um sistema de aquecimento para ser usado nas estações mais frias do ano.

Basket BuildingSe construções em cubos e esferas

surpreendem, imagine um edifício em formato de cesta de piquenique. Um grande fabricante de objetos de decoração escolheu esse formato para a sede de sua empresa, em Newark, Ohio (EUA). Dessa vez, a ideia não partiu de um profissional da área técnica. Foram necessárias duas empresas – uma de arquitetura e outra de engenharia – para dar forma e volume ao projeto, idealizado na década de 1970 e inaugurado em 1997.

Der

ek Je

nsen

Flic

kr m

inne

mom

Page 73: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

73

AEAARP

Piano HouseUm piano e um violino compõem o Pia-

no House, que usa os formatos dos instru-mentos musicais – sendo que o violino é uma gigantesca peça de vidro. O projeto é de um grupo de estudantes de arquitetura da Universidade de Hefey (China), feito em parceria com profissionais de design e decoração. Foi construído na cidade de Huainan (China) e abriga um conservatório de música, salas de concerto e um ponto de informações turísticas.

Três pernas de concreto sustentam a construção do piano, cuja tampa da cauda forma o telhado do terraço. Dentro do violino de vidro há uma escada de aço que conecta os andares do edifício. A obra foi finalizada em 2007. O contorno do edifício tem lEDs instalados que oferecem efeitos de luzes à noite.

Zhan

g An

hao/

Imag

inec

hina

/AFP

revi

stap

egn.

glob

o.co

m

Page 74: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

74

Revista Painel

O empreendimento conquistou a classificação mais alta dentre os critérios de sustentabilidade em seu país. As telas utilizadas nas fachadas, além de dar forma e movimentos à obra, também proporcionam conforto térmico aos moradores, protegendo-os do sol ocidental. O local está conectado à usina de tratamento de água reciclada da cidade, que é utilizada nos banheiros e pode ser usada também nas máquinas de lavar roupa. As águas residuais do edifício retornam para a usina. O local é dotado de sistema fotovoltaico, instalado no telhado, dividindo espaço com painéis paisagísticos. O ar condicionado disponibilizado nos apartamentos é proveniente de água gelada vinda da planta de refrigeração da cidade – que usa água do porto de Sidney para auxiliar no processo de resfriamento.

AnadaraO arquiteto australiano Richard Francis-

-Jones se inspirou na terra, na água e no céu para projetar o edifício Anadara, em Sidney (Austrália). A edificação é um espaço residencial de luxo e a equipe de arquitetos comandada por Richard teve alguns desafios: maximizar a possibilidade de vistas panorâmicas – pois o local está próximo ao Porto de Sidney – e implantar a sustentabilidade em toda a edificação.

Veja mais detalhes técnicos, planta baixa e cortes no endereço eletrônico

da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

Port

al F

JMT

Stud

ioPo

rtal

FJM

T St

udio

Page 75: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

75

AEAARP

The InterlaceO The Interlace é composto por 31 blo-

cos de apartamentos com seis pavimentos, construído em Singapura, na Ásia. Todos têm o mesmo tamanho e foram projetados para que pareçam empilhados. A constru-ção forma uma vila de residências, jardins e terraços particulares e comunitários. O projeto foi idealizado pelo arquiteto e ur-banista alemão Ole Scheeren, que herdou as habilidades técnicas do pai, o também arquiteto Dieter Scheeren. Apesar de o edifício ser visto como de luxo, devido aos vários recursos incorporados na constru-ção, o princípio que regeu esse projeto foi o da habitação social acessível.

Com aproximadamente 170.000 m², a construção tem 1.040 unidades residenciais e recebeu o prêmio de Melhor Edifício de 2015, no Festival Mundial de Arquitetura (WAF, sigla em inglês). Este foi um dos vários prêmios conquistados. Os blocos são encaixados em formato hexagonal. O edifício está situado em uma região elevada da cidade que conta com oito hectares em meio às Serras do Sul de Singapura. O empreendimento combina espaços privativos e espaços públicos, respeitando tanto a individualidade quanto o senso de comunidade. A construção começou em 2007 e foi concluída em 2013. O projeto foi desenhado para aproveitar ao máximo o microclima: a disposição dos blocos criou três pátios e, quando os ventos chegam a eles, já passaram por piscinas e lagos artificiais, o que proporciona um clima mais fresco.

Iwan

Ban

n

Iwan

Ban

n

Page 76: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

76

Revista Painel

A construção tem 30 metros de comprimento, destes, 15 metros ficam em balanço. A edificação está estruturada em um núcleo central de concreto e se estende sobre uma inclinação de grama de 45 graus. A edificação tem 210 m² de área construída. O projeto já recebeu vários prêmios e foi assinado por um grupo de arquitetos holandeses.

Balancing BarnA gravidade foi o grande desafio desse

projeto, situado na zona rural de Suffolk (Reino Unido). Os arquitetos copiaram o formato de celeiro para desenhar essa casa, revestida com chapas de metal que refletem a paisagem do entorno. Vista de longe, a construção parece ser uma casa comum em meio a uma fazenda. Quando se chega perto, a edificação impressiona, pois metade de sua construção está em balanço. O local funciona como uma casa de férias, que pode ser alugada por visitantes e aco-moda até oito pessoas por vez.

Veja a construção em 3D no endereço eletrônica da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

Edm

und

Sum

mer

Edm

und

Sum

mer

Page 77: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

77

AEAARP

Dubai FrameDesde janeiro de 2018, Dubai (Emirados

Árabes) conta com a maior “moldura” do mundo, o edifício Dubai Frame, que está localizado em um parque público, o Zabeel Park. A obra arquitetônica tem 150 metros de altura e 93 metros de comprimento e começou a ser construída em 2013. O projeto é do arquiteto mexicano Fernando Donis, que tem escritórios na Holanda e no México. Em parceria com o arquiteto Rem Koolhaas, Fernando traz no portfólio outras importantes obras como o Aeropor-to Internacional Rei Abdulaziz (Arábia Sau-dita) e a torre Dubai Renaissance (Dubai).

The

Duba

i Fra

me/

Divu

lgaç

ão

O Dubai Frame foi resultado de um concurso de arquitetura – ThyssenKrupp Elevator Architecture Award – organizado, em 2009, pelo governo de Dubai. A estrutura

é composta por vidro, aço, alumínio e concreto armado e custou cerca de R$ 206 milhões. Vista de longe a construção “emoldura” outros prédios importantes da cidade. Durante a visita, as pessoas sobem por um elevador de 93 metros de altura e têm uma vista panorâmica da cidade. No alto da moldura, as pessoas podem conhecer a história

dos Emirados Árabes e o futuro de Dubai em uma exposição interativa de realidade aumentada. A organização do local estima dois milhões de visitantes por ano. Veja o

vídeo sobre o Dubai Frame no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

Pixa

bay

The

Duba

i Fra

me/

Divu

lgaç

ão

Page 78: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

78

Revista Painel

Pixa

bay

Templo Expiatório da Sagrada FamíliaIdealizada pelo arquiteto catalão Anto-

ni Gaudí, o Templo Expiatório da Sagrada Família (Espanha) é considerado um ícone da arquitetura modernista catalã, além de ser um dos locais mais visitados do país. A construção foi iniciada em 1882 e ficou suspensa durante a Guerra Civil Espanhola (1936) – período em que se perderam muitos documentos e ma-quetes deixados pelo arquiteto. A igreja ainda está em construção e especialistas acreditam que não seja inaugurada antes do centenário de morte de Antoni, que será em 2026.

Pixa

bay

Os recursos de financiamento da obra são escassos: doações e o valor de ingressos dos visitantes. Depois de finalizado, o templo contará com 18 torres – a torre central terá 170 metros de altura – e três entradas diferentes: a Fachada da Natividade, a Fachada da Paixão e a Fachada da Glória. Em 2005, a primeira fachada foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas (UNESCO). A estrutura da obra é feita de concreto. Falta finalizar a Fachada da Glória e algumas das torres, porém o interior do templo já está pronto e surpreende os visitantes com a sua arquitetura peculiar, que mescla elementos neogóticos e barrocos.

Page 79: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

79

AEAARP

A base da casa são as rochas locais. A obra foi dividida em duas etapas: a primeira foi a construção da casa do proprietário (que aconteceu entre 1936 e 1938) e a segunda foi a do quarto de hóspedes (em 1939). Para ampliar ainda mais o contato dos moradores com a natureza, o arquiteto projetou varandas em balanço, situadas em cima da queda d’água e no entorno da casa. Para isso, foi utilizado concreto armado e o auxílio de dois engenheiros parceiros de Frank, Mendel Glickman e William Wesley Peters. Pedras e tijolos são alguns dos revestimentos usados no lado de fora da casa. Toda a topografia local, incluindo rochas e árvores foram incluídas nos projetos de Frank. A casa era de um homem de negócios, Edgar Kaufmann, que usava a propriedade para passar o verão com a família. Hoje, o local é um museu que já recebeu mais de seis milhões de visitantes e recebe cerca de 120 mil visitas por ano.

Casa da CascataNesta obra, uma cascata foi usada como detalhe arqui-

tetônico de uma residência, que foi construída literalmente em cima de curso d’água. A Casa da Cascata está localizada em uma estrada rural no estado da Pensilvânia (EUA). Além de chamar a atenção pela vista, onde uma pequena cascata compõe a fachada de uma casa, o arquiteto Frank Lloyd Wright quis surpreender os moradores com o som do rio, que corre por baixo de parte da construção.

Port

al F

allin

gwat

er

Andr

ew P

iela

ge

Page 80: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

80

Revista Painel

No século XIX, o engenheiro civil John Roebling consolidou o método de cons-trução de pontes suspensas. Ele nasceu em 1806 na Alemanha e mudou-se para os Estados Unidos em 1831.

São seus os projetos de ícones da engenharia mundial, como as pontes rodoferroviá-rias das cataratas de Niagara (EUA) e de Cincinnati (EUA). Além destas, é também seu o projeto da ponte do Brooklyn, em Nova Iorque (EUA), símbolo histórico da engenharia civil nos Estados Unidos.

Em 1811, em Portugal, um general francês ordenou a construção de uma ponte pênsil durante a invasão de Napoleão Bonaparte; tinha 27 metros de vão e era suportada por seis cordas de quatro centímetros. A obra deveria permitir a passagem de equipamento militar. Ela não resistiu à passagem de um desses, pesando 4.800 quilos. Essa teria sido a primeira ponte suspensa de Portugal.

JoH

n R

oeb

LIn

GíCONES

Wik

imed

ia

Wik

imed

ia

Page 81: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

81

AEAARP

Wik

imed

ia

Graduou-se em Engenharia pela Escola Politécnica Real de Berlim (Alemanha), onde começou a trabalhar. Foi a situação econômica de seu país, agravada pelas guerras de Napoleão Bonaparte, que o levou aos Estados Unidos, onde inicial-mente atuou na área agrícola.

John desenvolveu o seu próprio método de tecer cabos de aço, torcendo os fios de ferro para proporcionar mais força às peças. Em 1841 abriu, em Trenton (Nova Jersey, EUA), a primeira fábrica de cabos e cordoalhas do país, que permaneceu com seus descendentes até os anos de 1950.

A ponte do Brooklyn é seu projeto mais conhecido, embora ele não tenha chegado

a vê-la concluída. John faleceu durante a construção, que demorou 14 anos, custou 15 milhões de dólares e causou a morte de 20 pessoas. Ele acompanhava a obra em um píer, que foi atingido por uma embarcação em um acidente – John ficou preso nas ferragens e faleceu em decorrência de infecções.

Seu filho, Washington Roebling, passou a acompanhar a construção depois do falecimento do pai, mas adoeceu e não concluiu o trabalho. Foi Emily Roebling, esposa de Washington, que concluiu a obra. Ela estudou fundamentos da enge-nharia para auxiliar o marido depois do falecimento de John.

Page 82: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

82

Revista Painel

ÉtICA: tER,

De Aristóteles à Lava Jato, o que é ética profissional e o que o mercado exige

COMPORTAMENTO

O Brasil é o país do “jeitinho”, de acordo com o senso comum, onde comportamentos individuais, profissionais e corporativos não condizem com princípios descritos por um dos grandes filósofos da humanidade. Aristóteles, na obra “Ética a

Nicômaco”, escreveu: “homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo seus instrumentos”. O filósofo escreveu ainda: “Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos”. Para ele, virtudes são adquiridas pelo exercício; ou seja, adotar comportamentos virtuosos é pré-requisito para torná-los próprios do comportamento de cada um.

Mario Ernesto Humberg, coordenador do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) e autor de livros sobre o tema, considera que profissionais habilitados pelos sistemas CONFEA/CREA e CAU devem ser protagonistas na mudança do comportamento da socieda-de em razão de sua posição de liderança na concepção, contratação e execução de projetos.

“O trabalho educativo feito nas universidades deve ser transferido às empresas e outros locais de trabalho, enfatizando a importância da integridade pessoal, para disseminar e consolidar a cultura ética e engajar as pessoas para fazer as coisas de forma correta, independente de eventuais punições”, enfatiza.

O tema deixou de ser restrito aos códigos de ética dos conselhos de classe a partir dos noticiários sobre operações da Polícia Federal, investigações do Ministério Público e pu-nições aplicadas pela Justiça a empresas do setor e também aos seus dirigentes. A pauta da conduta ética profissional adotou uma parceira incômoda – a corrupção.

O comportamento, é bom lembrar, não está restrito a um grupo ou a uma classe profissional. Humberg quantifica e define o jeitinho brasileiro. Ele diz que “a maioria dos brasileiros admite que comete infrações, sem muita preocupação, nas ações do dia a dia, como furto de energia, de água ou de sinal de TV por assinatura (4,2 milhões de residências), compra e venda sem nota ou recibo, assédio moral ou sexual (já atingiu 52% dos brasileiros), venda de produtos estragados ou vencidos, propina para evitar multas ou obter registros e aprovações de projetos incorretos ou ilegais, enganar o cliente ou a autoridade com informações falsas etc.”.

Para ele, o comportamento histórico, a burocracia, o alto custo da justiça, a ineficiência do Estado, a aceitação social e, por fim, o coleguismo, explicam o “jeitinho” – ainda que ele seja menos repudiado socialmente do que a corrupção.

O arquiteto Wellington Pereira, professor de Ética e Legislação Profissional na Uni-versidade Paulista (Unip), fala que o início do aprendizado – ou a prática descrita por Aristóteles – começa em casa, na família.

exIGIRseR ou

Page 83: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

83

AEAARP

CóDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAlO Sistema CONFEA/CREA e o CAU têm códigos específicos que regem o comportamento dos profissionais no mercado, em relação aos clientes, colegas e mercado.

O Código para os profissionais da engenharia e agronomia está descrito na resolução do CONFEA nº 1002/2002. No documento são apresentados os fundamentos éticos e as condutas necessárias para a boa prática das profissões, bem como os deveres dos profissionais. Na Resolução, são apresentados os princípios éticos fundamentais para o exercício profissional: objetivo, natureza, honradez, eficácia, relacionamento, intervenção, liberdade e segurança profissional. Além disso, presta informação sobre os direitos e deveres dos profissionais quando da sua atuação. “A ação e o comportamento de um profissional poderão ser analisados mediante sua conduta e, na Comissão de Ética, ele poderá sofrer as consequências do seu mau desempenho no mercado”, explica o engenheiro José Guilherme de Souza, docente no curso de Engenharia Civil da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) e ex-integrante do Comitê de Ética do CREA-SP.

O Código de Ética do CAU-BR está descrito na Resolução nº 52/ 2013. O documento define princípios, regras e recomendações que os profissionais devem seguir. De acordo com a Anita Affonso Ferreira, coordenadora do Comitê de Ética do CAU-SP, a regulamentação é indispensável ao estabelecimento de determinados protocolos. “O Código de Ética e Disciplina do CAU deve ser leitura obrigatória ao profissional antes mesmo de se formarem. A nossa conduta profissional como arquitetos e urbanistas é delineada nas ações do dia a dia. O Código somente as norteia. Muitas vezes acreditamos que estamos fazendo uma coisa certa, mas não estamos”, diz.

Segundo Anita, os casos mais frequentes denunciados na comissão de Ética do CAU-SP são as mortes por desabamentos em obras – causados muitas vezes por práticas de acobertamento. Em segundo lugar, estão as ocorrências de violação de direitos autorais, de plágio de projetos, obras ou alterações em projetos ou obras sem autorização.

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 84: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

84

Revista Painel

“A ética profissional é conse-quência da ética moral aplicada por todos os cidadãos. Devemos aprender desde crianças o que

é correto e errado dentro de uma sociedade, para que

todos tenham os mesmos direitos. É necessário

aprender que, mesmo em atitudes corriqueiras, como respeitar uma fila ou dar o lugar a um idoso, devemos fazer o certo e não pensar em

benefício próprio”, diz.O professor define ética como

um comportamento individual que tem como consequência a influência

coletiva. Desde a universidade, deve--se conhecer, saber e praticar. A disciplina que trata do tema nos cursos de gradu-ação visa a apresentar a legislação que rege as profissões. Tem também a função de colocar em discussão as práticas que devem ser seguidas e as que devem ser combatidas pelos profissionais.

“A ética profissional é pautada pelas obrigações com a sociedade e com a comunidade profissional como um todo. A disciplina debate os efeitos, os direitos e deveres de cada um nesse contexto.

É importante que os alunos tenham uma visão real das práticas coibidas

nos códigos para que possam exercer a profissão de modo

ético, legal e tecnicamente eficiente”, explica.

PARA COMEçAR

O CONFEA disponibiliza no seu portal da internet a

Cartilha do Novo Profissional, com informações úteis para a transição da vida acadêmica

para o mercado. O engenheiro Hamilton Fernando Schenkel, coordenador da Comissão de Ética do CREA-SP, opina que

conhecer o Código de Ética é o primeiro passo para começar uma carreira. Ele conta que os recentes episódios envolvendo profissionais

habilitados no conselho estão rendendo processos disciplinares.

Veja o atalho para a Cartilha do Novo Profissional no portal da

AEAARP.

www.aeaarp.org.br

De acordo com José Guilherme as instituições de ensino têm importância fundamental na implementação do tema em seus cursos, sendo o espaço natural para o desenvolvimento científico do estudo da ética.

“Ao longo da vida universitária deve ser abordada, de forma maciça, a efetividade

ter serDe

signe

d by

Fre

epik

Page 85: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

85

AEAARP

exigirpactos positivos na qualidade de vida da sociedade, devem trabalhar de forma a manter e promover a honra, a integridade e a dignidade da profissão”, analisa.

Governança corporativaNas empresas, as boas práticas profis-

sionais foram convertidas em uma série de normas e condutas classificadas como governança corporativa, sistema que sur-giu nos Estados Unidos, a fim de preservar interesses das empresas em detrimento daqueles defendidos por seus dirigentes – proprietários ou corpo diretivo. No Brasil, ganhou evidência a partir do início deste século, principalmente depois da exigência da adoção dessas práticas em empresas listadas na Bolsa de Valores.

O fato é que a cultura de governança requer princípios e comportamentos éticos que são convertidos em transpa-rência, produtividade e bons negócios. Do CEO ao mais simples colaborador, todos ganham.

Segundo Wellington Pereira, professor de Ética, cada empresa deve orientar a condução de suas atividades com base nas premissas de um sistema de controle interno adequado à natureza, tamanho e estratégia de seus negócios. A consciência da alta administração é o primeiro passo para a governança corporativa, seguido de um planejamento para a implantação do sistema de compliance, conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas e regulamentos da empresa.

“A governança corporativa vem com o compromisso de acirrar o combate aos desvios de conduta dentro da empresa e define objetivos, políticas, responsa-bilidades e monitoramento do desem-penho. Ela deve garantir uma operação em conformidade com esses objetivos, assegurando a aderência com as leis, re-gulamentos e políticas internas”, explica Wellington. De acordo com ele, não há modelos perfeitos de governança, mas existem orientações que servem como parâmetros para que cada empresa de-senvolva o seu próprio sistema.

da base ética, edificando o caráter pes-soal, bem como oferecendo ao aluno as condições para sua atuação no mercado de trabalho, numa sociedade de diferentes valores culturais, baseando-se no respeito, no princípio coletivo e na lei moral”, ressal-ta. José Guilherme foi diretor do CREA-SP.

No campo profissionalCada profissão tem suas próprias regras,

pautadas nos comportamentos que devem ser adotados perante os colegas e a so-ciedade. De acordo com Maria Cristiane Barbosa Galvão, professora de Ética e Produção de Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), é preciso ponderar se as escolhas geram benefícios sem causar da-nos. “Uma decisão equivocada pode causar danos irreversíveis”, explica Maria Cristiane.

A ponderação entre riscos e benefícios não deve focar apenas o presente, mas também o impacto futuro. “Na Europa, existe o movimento de pesquisa e ino-vação responsável, o RRI [Responsible Research and Innovation], que reúne uni-versidades, empresas e a sociedade para o desenvolvimento de propostas e projetos eticamente adequados para o presente e o futuro”, conta.

O professor José Guilherme destaca que a expectativa da sociedade sobre os produtos fornecidos e serviços prestados pelos profissionais habilitados nos conse-lhos de classe demostram a importância da ética no cotidiano. “Os profissionais dessas modalidades devem causar im-

Principais medidas de implantação da governança corporativa

- Disseminar a cultura do compliance desde a alta administração.

- Demonstrar benefícios na prática e eliminar mitos.

- Buscar recursos e pessoas certas para implantação.

- Estabelecer, mapear e monitorar metas para redução de riscos.

- Promover a transparência.

- Garantir canal de denúncias e resolução de problemas.

- Estabelecer mecanismos de incentivo e sanção.

- Sempre melhorar o programa.

Page 86: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

86

Revista Painel

ComplianceSão programas e

políticas para fazer cumprir as normas legais e regulamenta-res estabelecidas para a empresa, detectar e

tratar qualquer desvio de conduta ou inconfor-

midade que possa ocor-rer. O termo compliance

tem origem no verbo em inglês to comply, que sig-

nifica agir de acordo com uma regra, instrução interna,

comando ou pedido. “Seguir as normas estabeleci-

das por marcos regulatórios e as impostas pelo mercado e entorno

social deixou de ser uma opção. É parte do modelo de negócio da

empresa. A função de compliance é fomentar o respeito a essas normas e

políticas, mitigando determinados riscos que podem abalar a imagem da empresa”, alerta Wellington.

Ética, governança e complianceO exercício, a necessidade e as regras

compõem o conjunto de comportamentos pessoais e profissionais que são esperados pela sociedade contemporânea. Não é ne-cessário, portanto, ser uma grande corpo-ração para adotar os pilares de governança e as exigências do compliance que, ao final, definem o comportamento ético de um profissional e o seu negócio.

Mario Ernesto, que também integra comitês de ética de grandes empresas, enfatiza que o comportamento ético deve ser adotado tanto no cotidiano quanto na atividade profissional. A mudança, para

- PIlARES DA GOVERNANçA COORPORATIVATransparência | decisões claras para todos da empresa

Equidade | tratamento justo e igualitário para sócios e públicos estratégicos

Prestação de contas | prestar conta para todas as partes interessadas

Responsabilidade corporativa | zelo pela viabilidade econômico-financeira

- PIlARES DO CoMPlIAnCEPrevenção | comunicação e o convencimento

Detecção | fiscalização, denúncia e investigação

Tolerância | sanções e medidas disciplinares impostas aos funcionários

ele, é no comportamento individual e no daqueles que possam ser influenciados por essa cultura.

Dá trabalho, e ele enumera três compor-tamentos necessários. “O primeiro é inter-no, de pensar em cada ação ou decisão: o que estou fazendo é o mais correto, vou poder contar em casa, aos amigos, à minha mãe? O segundo, no nível profissional, não deixando que o mais fácil e rentável seja fei-to desconsiderando os aspectos éticos ou fingindo que eles não existem. O terceiro está nas relações que temos, ajudando aos demais a adotar a cultura de integridade e ética”, finaliza.

Desig

ned

by F

reep

ik

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 87: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

87

AEAARP

PRIMeIRA LeGIsLAção

é De 1933

CREA-SP

O Sistema CONFEA/CREA foi criado 15 anos antes da fun-dação da AEAARP, no governo

de Getúlio Vargas, pelo do Decreto nº 23.569, de 1933. A legislação é conside-rada um marco na história da regulamen-tação profissional e técnica no Brasil.

Em sua concepção atual, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) é regido pela Lei 5.194, de 1966, e representa também os geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações, totalizando centenas de títulos profissionais.

prazo de seis meses, contados da data da publicação deste Decreto, provarem perante o Conselho de Engenharia e Arquitetura que, posto não satisfaçam as condições do Art. 1º e seu Parágrafo Único, vêm, à data da referida publicação, exercendo cargos para os quais se exijam conhecimentos de enge-nharia, arquitetura ou agrimensura, poderão continuar a exercê-los, mas não poderão ser promovidos nem removidos para outros cargos técnicos.

A Lei de 1966 que rege o Conselho de-termina que as profissões regulamentadas pelo Sistema “são caracterizadas pelas realizações de interesse social e humano que importem na realização dos seguintes empreendimentos:a) aproveitamento e utilização de recur-

sos naturais;b) meios de locomoção e comunicações;c) edificações, serviços e equipamentos

urbanos, rurais e regionais, nos seus aspectos técnicos e artísticos;

d) instalações e meios de acesso a costas, cursos, e massas de água e extensões terrestres;

e) desenvolvimento industrial e agro-pecuário.”

O Sistema CONFEA/CREA foi criado no governo de Getúlio Vargas

Desig

ned

by F

reep

ik

O CONFEA zela pelos interesses so-ciais e humanos de toda a sociedade e, com base nisso, regulamenta e fiscaliza o exercício profissional dos que atuam nas áreas que representa, tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza.

Em seus cadastros, o Sistema CONFEA/CREA tem registrados cerca de um milhão de profissionais que respondem por fatia considerável do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho cada vez mais acirrado e exigente nas especializações e conhecimentos da tecnologia, alimentada intensamente pelas descobertas técnicas e científicas do homem.

O Conselho Federal é a instância máxi-ma à qual um profissional pode recorrer no que se refere ao regulamento do exercício profissional.

O Artigo 2º detalhava os critérios para alocar funcionários públicos leigos que exer-ciam cargos técnicos, evidenciando a dispo-sição do Conselho em combater o exercício ilegal da profissão desde a sua origem:

Art. 2º - os funcionários públicos e os empregados particulares que, dentro do

Page 88: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

88

Revista Painel

Reconhecido como um dos arquitetos mais importantes do século XX, Frank Lloyd Wright carrega em seu portfólio mais de 1.000 projetos e mais de 500 obras. Teve como mestre, no início de sua carreira, Louis Sullivan – primeiro arquiteto moder-

nista que defendia a máxima “a forma segue a função”. Uma das obras que contribuiu para aumentar ainda mais a fama do arquiteto foi a Casa da Cascata. Saiba mais na reportagem Sem limites para o projeto, nesta edição da revista Painel (página 79).

Frank também foi um dos defensores da Prairie School, estilo arquitetônico usado na transição do século XIX para o século XX e muito difundido no oeste dos Estados Unidos, de templos a escolas, de hotéis a museus. O arquiteto desenvolveu projetos inovadores para diferentes tipos de edificações. Sempre atento aos detalhes, ele também desenhava elementos arquitetônicos para o interior das edificações.

A primeira casa modernista no Brasil foi erguida em 1927, em São Paulo (SP), projetada pelo arquiteto russo Gregori Warchavchik, que precisou incluir adornos na fachada para que a prefeitura aprovasse a obra. Depois de concluída, ele argumentou que não teve recursos suficientes para completar o projeto. O jardim foi projetado pela esposa de Gregori, Mina Klabin, e usou espécies tropicais. O imóvel é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) no início desta década e fica no bairro Vila Mariana.

FRAn

K LL

oyD

WRI

GH

TíCONES

Wik

imed

ia

Free

grea

tpic

ture

Page 89: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

89

AEAARP

Pixa

bay

O arquiteto quase se formou em en-genharia, mas desistiu poucas semanas antes de encerrar o curso, logo após re-ceber um doutorado honorário de Artes, em 1955. Nessa época, foi trabalhar em importantes escritórios de arquitetura de Chicago (EUA). Ele passou pelo es-critório de Joseph Lyman Silsbee e Louis Sullivan, antes de fundar a sua empresa. O primeiro projeto do seu escritório foi a Casa de Winslow, localizada em um distrito de Chicago chamado River Forest (EUA). Segundo especialistas, foi o estilo arquitetônico desta casa que o consagrou como um ícone da arquitetura.

As casas projetadas por Frank tinham características recorrentes: eram mais baixas e horizontais; tinham telhados incli-nados com chaminés disfarçadas, terraços

e materiais rústicos como revestimentos. Em seus projetos, sempre deixava os espa-ços internos com menos parede possível, para que a edificação tivesse mais possi-bilidades de divisões internas.

Um dos últimos projetos assinados por Frank foi o Museu Guggenheim, localizado em Nova Iorque (EUA). O edifício chama a atenção por sua estrutura em forma de cilindro espiralado, feita de concreto armado. Visto do lado de dentro, o cilin-dro tem 28 metros de altura até chegar a uma estrutura de vidro e é composto por seis andares, que são interligados por rampas – que dão a sensação de continui-dade. Para conseguir tamanha façanha, o arquiteto fez 700 esboços e séries de desenhos técnicos. A arquitetura do local divide opiniões: enquanto alguns apro-

vam as paredes inclinadas (que imitam os cavaletes usados pelos pintores), outros reclamam que o prédio compete com as obras de arte.

Se é verdade, não há como saber. Mas, o arquiteto revelou em sua biografia que a mãe profetizava seu futuro enquanto ele ainda era um embrião. Quando estava grávida, dizia que quando seu filho fosse adulto, ele iria construir belos edifícios. E não parou por aí. Ela decorou o quarto do pequeno Frank com imagens de catedrais inglesas recortadas de publicações da época. A mãe pode até ter profetizado a profissão do filho, mas nem imaginaria que, anos mais tarde, ele receberia o título de Maior Arquiteto Americano de Todos os Tempos, pelo Instituto Americano de Arquitetos (1991).

Page 90: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

90

Revista Painel

GOVERnAnÇA CORPORAtIVA: uMA ReALIDADe PARA A

susTenTAbILIDADe DAs eMPResAs

ARTIGO

O presente artigo apresenta o tema Governança Corporativa (GC) analisando-o como ferramenta

indispensável para a boa gestão de empresas de qualquer porte e de qualquer segmento para tornarem explícitos ao mercado a transparência da administração das mesmas.

A transparência só se dará baseada na prestação de contas, na equidade no tratamento dos acionistas ou quotistas e no estrito respeito às leis, tanto as gerais quanto as específicas de cada segmento.

Com base neste contexto é que se aplica o conceito de GC, garantindo às organiza-ções proteção aos acionistas ou quotistas e dos demais stakeholders como seus fornecedores, clientes, colaboradores, à comunidade onde a empresa está inserida, utilizando um sistema de gestão transpa-rente que resulte em maior credibilidade às organizações, e agregando mais valor aos

Figura 1

seus produtos ou serviços. Além disso, vem proteger o patrimônio das empresas, dei-xando claro ao mercado o valor da empresa.

A estrutura da GC nas organizações está baseada nos marcos legais inerentes a cada segmento de atuação, assim como na for-mação e experiência ou do conselho de ad-ministração (no caso de empresas de capital aberto), ou do diretor presidente no caso das demais empresas. Um ponto importante é o relativo à estrutura de capital e seu custo.

A figura 1 mostra claramente a evolução da GC ao longo do tempo.

Há a necessidade de dois ingredientes: profissionalização da gestão e a separação entre propriedade e controle.

Governança está ligada ao exercício do poder e aparece sempre quando uma corporação ganha vida e a propriedade da empresa é separada da sua gestão. As organizações que no século XX eram

dominadas por proprietários gestores, atu-almente se caracterizam pela profissiona-lização da gestão e da menor participação acionária dos gestores que a administram.

Desta forma, surgem três conceitos dis-tintos: propriedade ou interesse, controle ou poder e gestão. Um grupo de indivíduos (proprietários) tem interesse; um segundo grupo tem poderes que se tornam efetivos mediante a gestão; o controle está nas mãos de quem tem de fato o poder de nomear o conselho de administração.

Sobre a questão da separação entre propriedade e controle, identificam-se cinco tipos de controle: 1) Controle por meio da propriedade quase completa; ou seja, um único indivíduo ou um pequeno grupo é proprietário de todas as ações; 2) controle majoritário; 3) controle por meio de holdings; 4) Controle minoritário atraindo outros minoritários; 5) Controle gerencial

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 91: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

91

AEAARP

líder ou de uma instituição específica; III) participação direta do Estado seja como proprietário ou seja como regulador das atividades produtivas. A GC brasileira considera uma sociedade patriarcal, re-pleta de oligarquias e mantendo distância das classes econômicas. A empresa é percebida como patrimônio da família e a governança tratada na casa dos donos.

O futuro da GC no Brasil dependerá dos seguintes fatores: a) As demandas aos conselhos de administração se tornarem maiores e específicas; b) A experiência dos conselheiros para poderem contribuir eficaz, eficiente e efetivamente.

Abordando especificamente as empre-sas de prestação de serviços de enge-nharia, arquitetura e agronomia, além de se preocuparem com as normas técnicas dos seus conselhos e as da ABNT, primei-ramente devem preparar um planejamento estratégico definindo missão, visão e valores para depois disso amadurecido, inclusive com uma clara composição de um portfólio de serviços a serem oferecidos ao mercado, constituir um comitê ou uma controladoria.

Finalizando, para um bom funcionamen-to da GC sugiro ser adotada a separação contida na figura 4.

Figura 2

que acontece quando a propriedade está tão dispersa que nenhum indivíduo ou grupo pode dominar a empresa. É aqui que se dá a separação completa entre propriedade e controle.

A necessidade de GC surge dos po-tenciais conflitos de interesses entre os diversos stakeholders.

Os conflitos partem de: a) os diversos stakeholders têm objetivos e preferências muito diferentes; b) Os diversos grupos de interesses têm informações imperfeitas de uns sobre os outros sobre suas ações, conhecimentos e preferências.

A GC consiste num grupo de regras que, uma vez atendidas, irão demonstrar ao mercado maior transparência das ações empreendidas nas empresas e seu com-portamento ético.

Com a quebra de várias empresas nos anos 1980, a GC volta com muita força.

Três razões dão ênfase para a retomada: 1) As más relações entre acionistas e as cor-porações; 2) A constituição de conselhos pro forma; 3) A atuação da direção conflitando com os interesses dos acionistas, contro-ladores ou minoritários. Códigos claros de Governança, como o relatório Cadbury, ressaltaram a importância da presença de um comitê de auditoria e serviu de benchmark para outros códigos inclusive para o Brasil.

A GC no Brasil é fator chave para a retomada do crescimento econômico, principalmente se for alavancada pelo setor privado e com a disponibilidade de recursos de longo prazo para financiar as atividades. Este problema se aprofundou no final dos anos 1980 com a quebra do modelo de financiamento estatal e claros marcos regulatórios.

Exemplificando, você não joga um jogo sem regras, joga? Mesmo que elas estejam ali meio implícitas, isso acontece porque existe um manual em que elas estão descritas.

A GC funciona do mesmo modo: várias diretrizes dão sentido à rotina do negócio, dando mais agilidade, transparência e auto-nomia às atividades da empresa, e envolve decisões estratégias que, no máximo pos-sível, sejam racionais e sem autoconfiança.

Para tal, há a necessidade de ser estabe-lecida uma estratégia muito bem definida como a contida na figura 2.

A figura 3 mostra que os níveis estraté-gicos e suas respectivas atuações também são importantes.

Figura 3

Figura 4

As características do modelo brasileiro: I) forte concentração da propriedade nas mãos de poucos acionistas; II) alta con-centração de poder nas mãos de um único

Prof. Msc. Mario Pascarelli FilhoDiretor Gerente da Mario Pascarelli Consultoria, Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Gerente de Cidade da FAAP

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 92: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

92

Revista Painel

Elmina Wilson era uma mulher que gostava de estar sempre em primeiro lugar: foi a primeira mulher que recebeu um diploma de engenheira civil nos Estados Unidos, a primeira a ter um mestrado na mesma área e a primeira professora no curso de

Engenharia da Iowa State University (EUA).A engenheira finalizou a graduação em 1892 e o mestrado em 1894. Ela e a irmã Alda

Wilson – também engenheira civil – eram defensoras da educação feminina e faziam parte de uma fraternidade que defendia os direitos das mulheres.

Ao terminar o mestrado, Elmina trabalhou como assistente em um projeto inovador do seu professor Anson Marston: a primeira caixa d’água elevada (Marston Water Tower) com estrutura de aço no estado do Mississipi (EUA) – na época era muito comum o uso de madeira nas estruturas. O projeto iniciou em 1985 e foi concluído em 1897. A torre tinha 12 metros de altura, 7,3 metros de diâmetro e oito colunas. Em 1981, a construção foi listada no Registro Nacional de Lugares Históricos – lista oficial dos distritos, lugares, edifícios, estruturas e objetos que merecem ser preservados nos Estados Unidos.

Em 1894, foi inaugurada a Tower Bridge, cartão postal de londres (Inglaterra), que é suspensa e basculante. Em 1952, um ônibus panorâmico transitava no local quando, sem aviso prévio, as básculas foram levantadas. O motorista percebeu e acelerou o veículo e deu um salto de uma báscula para a outra. Ninguém se feriu.

eLM

InA

WIL

son

íCONES

Wik

iped

ia

Page 93: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

93

AEAARP

Wik

imed

ia

O conhecimento para ela nunca era demais. Elmina participou de um curso de inverno sobre hidráulica, na Cornell University (EUA), e fez pós-graduação no Massachusetts Institute of Technology (EUA). A engenheira também tornou-se articulista de uma revista técnica chamada Iowa Engineer, onde publicava artigos so-bre testes de fórmulas de cimento. Em seus anos como professora, a maioria das disci-

plinas que ministrou estava relacionada às estruturas, uma de suas grandes paixões.

O interesse pela área técnica era tão grande, que Elmina e sua irmã Alda tiraram um ano sabático para estudar projetos de engenharia e arquitetura na Europa. Essa não foi a única vez que as irmãs viajariam para o continente com o objetivo de adquirir conhe-cimento. Anos mais tarde, elas passaram mais seis meses na França e Espanha para estudar

arquitetura e em outra oportunidade ficaram mais oito meses na Alemanha e Itália.

Depois de lecionar por 10 anos e de retornar do seu ano sabático, a engenheira mudou-se para Nova Iorque (EUA) para atuar em empresas privadas: James E. Brooks Company e, posteriormente, na Purdy and Henderson. Em 1912, Elmina foi contratada pela John Severn Brown Company como designer estrutural.

Page 94: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

94

Revista Painel

Page 95: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

95

AEAARP

Page 96: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

96

Revista Painel

Veridiana Victoria Rossetti foi uma daquelas mulheres que fizeram história e mar-caram época. Ela foi a segunda mulher que se formou em Engenharia Agronômica no Brasil e a primeira a exercer a profissão no estado de São Paulo. Ela graduou-

-se em 1937, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ). Além disso, é reconhecida mundialmente por seus estudos relacionados às doenças que atacam a citricultura, tendo conquistado muitos prêmios ao longo da carreira.

A profissão pode ter sido uma herança de família. Filha de agrônomo, cresceu em uma fazenda, onde a menina despertou desde cedo sua curiosidade por alguns tipos de pragas recorrentes na agricultura. Começou a carreira estagiando no Instituto Biológico de São Paulo (centro de pesquisa vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo). E foi ali que “plantou” e “colheu” a sua história.

Seguindo os ensinamentos do seu professor Agesilau Bitancourt, Veridiana come-çou a isolar alguns tipos de fungos que atacavam os citrus. Foi nesse período que ela começou a publicar artigos científicos sobre o tema e entrou para a Comissão Internacional de Phytophthora, onde trocava informações sobre o fungo do gênero Phytophthora. Sua notoriedade resultou em uma bolsa de estudos para estudar fi-siologia de ficomicetos (espécie de fungo), na Universidade da Califórnia (EUA). Ela também cursou Estatística Experimental e fez especialização nos fungos do gênero Phytophthora, na Universidade da Carolina do Norte (EUA).

A prática agronômica foi adotada pela humanidade há 15 mil anos, quando o homem deixou de sobreviver da coleta e da caça e passou a produzir seu próprio alimento. A urbanização da sociedade provocou o êxodo rural e, na Europa, surgiram os primeiros cursos de Agronomia, para estudar as formas de manejo de pragas, cuidados com o solo e aumento da produtividade. No Brasil, a técnica passou a ser exigida por agricultores do nordeste em razão da escassez de mão de obra.

veRI

DIA

nA

vIcT

oRI

A Ro

sseT

TI

íCONES

Arqu

ivo

IB

Page 97: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

97

AEAARP

Durante sua carreira, participou de muitas comissões técnicas e cientificas, tanto no Brasil quanto no exterior. Ela também ajudou a organizar eventos importantes que reuniam especialistas do mundo inteiro e ministrou aulas em cursos de pós-graduação de diversas universidades brasileiras. Seu acervo de publicações conta com mais de 300 trabalhos, dos quais muitos foram apre-sentados em congressos internacionais.

Veridiana recebeu medalhas, prêmio

de melhor profissional do ano, título de Professor Honorário, de instituições bra-sileiras e estrangeiras, e diversos outros reconhecimentos. Em 1957, Veridiana as-sumiu a Chefia da Seção de Fitopatologia Geral do Instituto Biológico e, em 1968, tornou-se diretora da Divisão de Patolo-gia Vegetal – cargo que ocupou até 1987, quando se aposentou. No ano seguinte, recebeu o título de Servidora Emérita do Estado, oferecido pelo governo do Estado de São Paulo.

Assista ao programa do Canal Futura, publicado em 2015, que

conta a história da agrônoma Veridiana Victoria Rossetti de uma forma bem descontraída.

O vídeo está disponível no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

Arqu

ivo

IB

Arqu

ivo

IB

Arqu

ivo

IB

Page 98: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

98

Revista Painel

Page 99: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza

associados aEaaRP 2018

JOSE OSWALDO DE ARAUJO • JOSE PAULO ALVAREZ FIGUEIREDO • JOSE PAULO CATAPANI • JOSE PAULO JACOMINI • JOSE PAULO MARINI • JOSE PAULO MONTEIRO • JOSE PAULO VITALIANO VOI • JOSE PERES DE PAULA • JOSE RENATO MAGDALENA • JOSE RENATO PINHEIRO R DOS SANTOS • JOSE RICARDO CAVALIERI • JOSE RICARDO DE MATOS SILVA • JOSE ROBERTO BERTOLINI BOCAIUVA • JOSE ROBERTO BUZELI • JOSE ROBERTO CAMAROTO • JOSE ROBERTO CERCI • JOSE ROBERTO COELHO JUNIOR • JOSE ROBERTO DE ALMEIDA MARIN • JOSE ROBERTO DE CASTRO ANDRADE • JOSE ROBERTO DE SOUZA MARTINS • JOSE ROBERTO FAVARETTO • JOSE ROBERTO FERREIRA • JOSE ROBERTO GARCIA • JOSE ROBERTO GERALDINE JUNIOR • JOSE ROBERTO GOMES DOS SANTOS • JOSE ROBERTO HORTENCIO ROMERO • JOSE ROBERTO SCARPELLINI • JOSE ROBERTO TONELLI • JOSE RODRIGUES BOMFIM FILHO • JOSE SILVIO MARSON • JOSE SILVIO MAZZARIOLI • JOSE VALDIR FRIGO • JOSE VALTER CANESIN • JOSE VERGILIO GOMES COELHO • JOSE VICENTE ELIAS AMENDOLA • JOSE VITOR PEREIRA DA CUNHA • JOSE WALTER FIGUEIREDO SILVA • JUAREZ CORREIA BARROS JUNIOR • JUAREZTOVAM LAMIN DE CARVALHO • JUDITH MARIA LIMA ACRA DE OLIVEIRA • JULIA MENEGAZ FERRI • JULIA SABA E SILVA • JULIA VILLELA TAVARES DE BARROS • JULIANA BERBEL SAID • JULIANA CAROLO • JULIANA MONTEIRO DE BARROS CHODRAUI ELIAS • JULIANA TREVE DE CARVALHO • JULIANO LEITE CESARIO • JULIANO SANTOS GERALDO • JULIO CESAR BIANCHINI • JULIO CESAR DE GASPERI DAMIAN • JULIO CESAR PINTO FERNANDES • JULIO CESAR R FRANCISCHETT • JULIO CESAR SILVA CANELLO • JULIO CEZAR GIOVANNETTI • JULIO JOSE LEMOS SILVA • JULIO TADASHI TANAKA • JULIO YAMASHITA CABALERO • JUREMA DE CAMPOS CASSANELLI • JUSCELINO JANIO GUIMARAES • JUSCELINO MARUNO • JUSSARA MELLIN LUTZ • JUVENILDO AMORIM MOTA • KAMILLA MARQUES ROSSETTO • KAREN TEMPESTA • KARINA APARECIDA DE AGUIAR SOARES • KARINA VALE ABRAO CANDOLO • KARINE ANDRUCCIOLI • KATHIA MARIA VIEIRA • KETLYN VERÔNICA DE SOUZA • KIYOTO SHIMIZU • KLEBER ALEXANDER CORREIA • KLEBER ARAUJO VIEIRA • KLEBER FERNANDO SAUER BIDESE • KLEDSON DA CUNHA RODRIGUES • KLEITON ERIK CORREIA • LAERCIO ANTONIO DE ANDRADE • LAERCIO COLLELA • LAERTE FERREIRA • LAISA STEFANI SILVA • LANDRY MOREIRA LOESCH • LANDULFO FREITAS SOARES • LARISSA APARECIDA RAMPIN ARIEDE • LARISSA CAMPI • LARISSA CARVALHO DAMACENA CAVALIN • LARISSA DE SOUZA QUAGLIO • LARISSA GARCIA MANAF • LARISSA ROSSIFINI DA SILVA • LAUDELINO BARBOSA NETO • LAURA BECKER • LAURA MAYUMI TOMIO • LAURA VIANA IUNES ELIAS • LAURO MISKO SOLER • LEANDRO DA SILVA PEREIRA • LEANDRO DONIZETI PEREIRA DA SILVA • LEANDRO JOHANSEM BARBIERI • LEANDRO JOSE FARDIN • LEANDRO PINTO ESTIGUER • LEJANDRE VIEIRA MARTINS • LELIS NORONHA SCHNECK • LELLIA DE SALLES GIGLIO FERREIRA • LENINE CORRADINI • LEONARDO AUGUSTO SISDELI • LEONARDO COSTA MONTANS • LEONARDO CURVAL MASSARO • LEONARDO DORTA SILVEIRA • LEONARDO FARIA NUNES • LEONARDO FRANCA MATTARAIA • LEONARDO FREITAS MARIANI • LEONARDO LATTARO FERNANDES • LEONARDO PROSPERO DI MASE • LEONARDO RAMOS BARBIERI • LEONARDO RUBENS C. DE MOURA CAVALCANTI • LEONARDO SIMAO STARLING • LEONEL MAFUD NETO • LEONEL MASSARO • LEOPOLDO MASSARO • LETHICIA RISAFFI BATISTA • LETICIA MILENA DA SILVA • LICIA BRASIL CESARINO VECCHI • LIGIA PICCHIONI VILLA SARTI • LINCOLN MATTARAIA • LINEU MATTARAIA • LINO ALFREDO PEDRESCHI ENGRACIA DE OLIVEIRA • LOURENCO LEME DA COSTA JUNIOR • LOURENCO TRITTO MARCELINO • LUCAS ALMEIDA COSTA • LUCAS ANTONIO PEREIRA FILHO • LUCAS ANTONIO RIBAS CASAGRANDE • LUCAS BIAGGI CIPRIANO • LUCAS CERNE DOS SANTOS • LUCAS DE MORAES BERTATE • LUCAS EMANUEL SOEIRA • LUCAS LATTARO FERNANDES • LUCAS MACHADO DA COSTA • LUCAS MARCETTI STERQUINO DA SILVA • LUCAS RUGGERI RE Y GOYA • LUCAS SANTILLI ORANGES • LUCAS SANTOS VIAN • LUCAS SILVA HERNANDEZ • LUCAS STIVAL FERREIRA • LUCIANA AP DO AMARAL VICCARI • LUCIANA CHIORO ANGOTTI BATAGLIA • LUCIANA DE PAULA QUEIROZ BONATO • LUCIANA DE SOUSA PRADO • LUCIANA FARIA IGLESIAS DE BARROS • LUCIANA MUSCELLI ALECRIM • LUCIANO AUGUSTO GAIOTTO CLETO • LUCIANO CARREIRA • LUCIANO COSTA NOGUEIRA DE SA • LUCIANO DA SILVA FERNANDES • LUCIANO DALMAZIO CHRISTOVAM • LUCIANO DE PAULA BEZERRA • LUCIANO JOSE SILVEIRA DE CAMARGO • LUCIANO LONGHINI • LUCIANO OLIVEIRA BRINCK • LUCIANO PAVONI • LUCIANO ROMERO CAMPOS DE ARAUJO • LUCIANO SILVA ESTEVES • LUCILA MARTINELLI • LUCINEIA BUENO • LUDMILA CALDERERO AZENARI • LUDMILA SANTOS SPAGNUL • LUIGI ROMANO • LUIS ANTONIO BAGATIN • LUIS ANTONIO BARALDI • LUIS ANTONIO MACIEL • LUIS AUGUSTO MARCHIONI • LUIS AUGUSTO SAUD REIS • LUIS CARLOS GERON • LUIS CARLOS PAGLIARI • LUIS EDUARDO DE PAULA E SILVA • LUIS EDUARDO GARCIA • LUIS FABIANO DA COSTA • LUIS FERNANDO FABRINO DE OLIVEIRA • LUIS FERNANDO MARTINELLI • LUIS FERNANDO SEIXAS LEMES • LUIS GARCIA DE OLIVEIRA • LUIS GERALDO DE TOLEDO • LUIS GUSTAVO PEREIRA • LUIS HENRIQUE FERNANDES DELFANTE • LUIS ROBERTO PEREIRA • LUIS ROBERTO SORDI ZANARDI • LUIS ROBERTO TRIPOLONI • LUIZ ALBERTO GARCIA REBELLO • LUIZ ALBERTO NAVARRO DE ARAUJO • LUIZ AMERICO DANDARO JUNIOR • LUIZ ANGELO SPONCHIADO • LUIZ ANTONIO DE CASTRO PEREIRA • LUIZ ANTONIO FARIA DO NASCIMENTO • LUIZ ANTONIO FRANCISCO • LUIZ ANTONIO FUKUHARA • LUIZ ANTONIO GOTARDI JORDAO • LUIZ ANTONIO MAFUD • LUIZ ANTONIO MOREIRA • LUIZ ANTONIO PAVANELLI • LUIZ ANTONIO ROBERTO SCOFONI • LUIZ AUGUSTO CARVALHO MARTINS • LUIZ AUGUSTO CASTRO ALVES • LUIZ AUGUSTO DE ALMEIDA CAMPOS • LUIZ AUGUSTO DE CAMPOS BORELLI • LUIZ CARLOS BALSALOBRE DE BARROS • LUIZ CARLOS BELCHIOR • LUIZ CARLOS BETTONI NOGUEIRA • LUIZ CARLOS DA CRUZ CHING • LUIZ CARLOS DA SILVA • LUIZ CARLOS DE PAULA • LUIZ CARLOS EPIFANIA • LUIZ CARLOS FELICIO • LUIZ CARLOS LOPES • LUIZ CARLOS MARTINS • LUIZ CARLOS ORANGES JUNIOR • LUIZ CARLOS SANCHES • LUIZ CARLOS SEIXAS FILHO • LUIZ CESAR ANTUNES • LUIZ CLAUDIO PEREIRA SILVA • LUIZ DO COUTO ROSA • LUIZ DOS SANTOS • LUIZ EDUARDO SARTOR • LUIZ EDUARDO SIENA MEDEIROS • LUIZ FERNANDO ALESSI • LUIZ FERNANDO BORTOLAZZO DE SOUZA • LUIZ FERNANDO COZAC • LUIZ FERNANDO DA SILVA OLIVEIRA • LUIZ FERNANDO GOUVEA • LUIZ FERNANDO MENDES RIBEIRO • LUIZ FERNANDO OBST • LUIZ FERNANDO TOSCANO • LUIZ FIGUEIREDO • LUIZ FIGUEIREDO JUNIOR • LUIZ FLAVIO ROCHA SACCARDO • LUIZ GABRIEL ROCHA • LUIZ GONZAGA DE FREITAS FILHO • LUIZ GONZAGA FENOLIO • LUIZ GONZAGA MAFFEIS • LUIZ GONZAGA PRUDENCIO DA SILVA • LUIZ GUILHERME CARMANHAN • LUIZ GUSTAVO LEONEL DE CASTRO • LUIZ HENRIQUE DA SILVA CRUZ • LUIZ HENRIQUE GIACHETTO MILLANO • LUIZ HENRIQUE TAVARES • LUIZ ITABAIANA FILHO • LUIZ MARCELO DE SALLES ROSELINO • LUIZ MARIO LUNARDI • LUIZ NABA NETO • LUIZ OLIVIERI • LUIZ RICARDO CANEVARI BAROZA • LUIZ SCHEZZI • LUIZ UMBERTO MENEGUCCI • LUKAS ROSA • MAAN GEORGES KOUSSA • MAGALI CARONE RODRIGUES • MAISA JULIANE DAMASO • MANOEL CARLOS DE AZEVEDO ORTOLAN • MANOEL CARLOS SOARES S. DE AZEVEDO SOUZA • MANOEL EDUARDO TAVARES FERREIRA • MANOEL FRANCISCO ARAUJO SANTOS • MANOEL LUIZ NUNES FERREIRA • MANOEL PEDRO VIANA • MANOEL RICARDO EGYDIO DOS SANTOS • MANOELA MOREIRA • MANUEL ANTONIO CRISTOVAO MARTINS • MANUEL JOSE ESTEVAM DE OLIVEIRA • MARA D’AMBROSIO TABLAS • MARCAL FARNOCHI • MARCEL ANTOINE HASWANY • MARCELA MARINHO DE MELLO • MARCELLA NOVELLINI ANTONIAZI • MARCELO ARANTES DE OLIVEIRA • MARCELO AUGUSTO AMANCIO • MARCELO AUGUSTO DOS SANTOS COELHO • MARCELO BARBOSA NONINO • MARCELO CAETANO OLIVEIRA ALVES • MARCELO CAMPI • MARCELO CARLUCCI • MARCELO CARRARO • MARCELO CARRENHO LOPES PENHA • MARCELO DE OLIVEIRA • MARCELO DE SALLES CUNHA • MARCELO DOS SANTOS TAPARELLI • MARCELO FERNANDES • MARCELO FERRAZ MARCONDES DE SOUZA • MARCELO FERREIRA STARLING • MARCELO FREIRE MONTEIRO • MARCELO GAETANI • MARCELO GUILHERME DE MATTOS GRAMEGNA • MARCELO JACQUES DA SILVA RIBEIRO • MARCELO LOES ALCALA • MARCELO LUIS SANCHEZ DA SILVA • MARCELO MEDEIROS DE SOUZA • MARCELO NISHIDA • MARCELO PASQUALIN • MARCELO RABELLO SESSLER • MARCELO ROBERTO LANCA • MARCELO SILVEIRA RODRIGUES • MARCELO TAROZZO • MARCIA AP MIGUEL RIBEIRO • MARCIA DE PAULA SANTOS SANTIAGO • MARCIA PINHEIRO • MARCIA REGINA REGISTRO • MARCIA SERDEIRA VALLIM • MARCIANO TEIXEIRA CORREIA • MARCIO ANTONIO CORREA TABLAS • MARCIO COUTINHO DE MATTOS • MARCIO DE SOUZA ROCHA • MARCIO DIMAS CARDOZO • MARCIO EUGENIO MONTEIRO DE LA CORTE • MARCIO EVANDRO BORSATO LEMO • MARCIO FERREIRA DA ROSA • MARCIO HUMBERTO STURARO • MARCIO JOSE BELLIZZI JUNIOR • MARCIO MATTOS BORGES DE OLIVEIRA • MARCIO MENEZES MEIRELLES • MARCIO MONTEIRO DE OLIVEIRA • MARCIO PICCHIONI VILLA • MARCIO PONTIN DE MATTOS • MARCIO ROCHA CORREA DA SILVA • MARCIO SILVEIRA DA SILVA • MARCO ANTONIO ADARIO M HERNANDES • MARCO ANTONIO AITA • MARCO ANTONIO AZEVEDO PRADO • MARCO ANTONIO DE MESQUITA • MARCO ANTONIO ELIAS BARCELLOS • MARCO ANTONIO LOPES BUENO • MARCO ANTONIO PEDRESCHI MONTEIRO • MARCO ANTONIO PEDRESCHI MONTEIRO JUNIOR • MARCO ANTONIO PINHEIRO • MARCO ANTONIO PINTO • MARCO ANTONIO STEOLA BIN • MARCO ANTONIO TAMACKI TESTA • MARCO ANTONIO TAVARES DE OLIVEIRA • MARCO AURELIO BARBOSA CHAVES • MARCO AURELIO FEIJO PANICO • MARCO CESAR BETHIOL • MARCO FIORI • MARCO POLO DE F. VALE E SILVA KUHN • MARCO TULIO COSTA GUIMARAES • MARCOS ANTONIO JERONYMO NASTRI • MARCOS ANTONIO PERTICARARI • MARCOS AUGUSTO AMBRIQUE DE CAMPOS • MARCOS AUGUSTO SPINOLA DE CASTRO • MARCOS AURELIO GARCIA BLISA • MARCOS AURELIO MARCHETTI MARTINS • MARCOS BOANERGES DA SILVA CARMANHAN • MARCOS DA SILVA CARNEIRO • MARCOS FAVA NEVES • MARCOS FERNANDO DE OLIVEIRA PENTEADO • MARCOS GOMES DE SOUZA JUNIOR • MARCOS GUIMARES DE ANDRADE LANDELL • MARCOS JOSE FERRAZ RIBAS • MARCOS KOJI YAMADA • MARCOS MARCELO LOPES • MARCOS MASSOLI • MARCOS MAZER CICILLINI • MARCOS NIEVAS • MARCOS NISHI • MARCOS PEDRO DE OLIVEIRA • MARCOS ROBERTO CRISTOVAO MARTINS • MARCOS ROBERTO RIBEIRO DA SILVA • MARCOS SINTONI • MARCOS STEVANATO PEREIRA • MARCOS TAVARES CANINI • MARCOS VINICIUS PAPA JUNIOR • MARCUS FABIO PIMENTEL RIBAS • MARIA ADELIA TANO • MARIA AMALIA EMM FALEIROS • MARIA ANGELICA NOVELLA • MARIA APARECIDA DE ANDRADE LIMA • MARIA APARECIDA FERRARI BRONZATTI • MARIA AUGUSTA NASCIMENTO DE CARVALHO • MARIA CECILIA BALDOCHI MEDEIROS • MARIA CELIA CUNHA VIESTI • MARIA CLAUDIA DE OLIVEIRA CARVALHO • MARIA CONSUELO AMOROSO PARRA • MARIA CRISTINA ABBS F CASTRO • MARIA DE LOURDES BADEJO GUSSONI • MARIA DE LOURDES DA SILVA LAGUNA • MARIA ELISA BORGES REZENDE • MARIA FLAVIA TOLEDO DE CAMARGO • MARIA HELENA FIORAVANTE FERNANDES • MARIA INES CAVALCANTI • MARIA JOSE ALMEIDA MACEDO RAMA • MARIA JULIA CAMPOS PEDROSO GOMES • MARIA LAURA FERNANDES DE MELLO • MARIA LUCIA ANTUNES CARDOSO • MARIA LUCIA PEREIRA LIMA • MARIA LUCILA CELESTINO • MARIA LUIZA MONTEIRO SILVA • MARIA MERCEDES FUREGATO PEDREIRA DE FREITAS • MARIA PAULA AMORIM S. RODRIGUES DA CUNHA • MARIA PAULA FALEIROS MOURA AGUIAR • MARIA PAULA FERNANDES DE FREITAS • MARIA ROSA LOPES FERREIRA • MARIA SUZANA DE OLIVEIRA CAMPOS • MARIA TERESA CRISTINA MELO NASCIMENTO • MARIA TERESA PEREIRA LIMA • MARIA TERESINHA KOBAYASHI BARBOSA • MARIANA FERNANDES DE JESUS ALECRIM • MARIANA GARCIA RIBEIRO DUO • MARIANA GIMENES BURIM • MARIANGELA MAITO SOSTENA • MARIELA MARKIES EGYDIO • MARILIA CERVELLE RUBIO VENDRUSCULO • MARILIA MARCHIO • MARILU CENCI MOTTA DE CARVALHO • MARINA BARE OMETTO PITANGUY • MARINA BOSCO CARREIRA • MARINA DE PAULA EDUARDO FIGUEIREDO • MARINA FONTES LUIZETE • MARINA FUSS BOTTI • MARINA RACHEL FERREIRA INÁCIO • MARINA ZANATTO MUCCILLO • MARINELLA STAURENGO CALIL • MARIO ALBERTO ACRANI • MARIO ALBERTO FERRIANI • MARIO ANTONIO BRAZIL • MARIO ANTONIO GONCALVES • MARIO ANTONIO MASSEI • MARIO AUGUSTO GARCIA • MARIO AUGUSTO VOLPINI • MARIO DE CAMARGO NETO • MARIO DE MELO • MARIO FIRMINO WHITAKER ITAPEMA ALVES • MARIO FRANCISCO COCHONI • MARIO FRANCISCO MASTROPIETRO • MARIO GERALDO CORREA • MARIO KAZUO ABE • MARIO MARCOS DACANAL • MARIO MIYAHARA • MARIO MORETTI JUNIOR • MARIO PASCARELLI FILHO • MARIO SERGIO LONGO • MARIO TAIK JUNQUEIRA OKA • MARIO TSUKADA • MARIO WHATELY • MARLI CRISTINA SILVA VIDOTTI • MARLY CARVALHO GARCIA • MARTA BENEDINI VECCHI • MARTA ELOISA ALVES • MARTA LOPES TOYOSHIMA • MARTA MARIA ROSSI • MARTHA RENNE IRENE ABADIA GAMBOA • MARTINHO LUIZ FOGAGNOLO • MASSAYUKI MURAKAWA • MATEUS AZADINHO MICALLI • MATEUS CANDIA LEONI • MATEUS GUIMARAES DA SILVA • MATEUS LARA ALVES • MATHEUS BARROS OLIVA • MATHEUS BOTURA PIMENTA • MATHEUS KRAUSS RIBEIRO DA SILVA • MATHEUS MARTINS CASTALDELLI • MATTHEUS BAVARESCO LOPES DIAS • MAURA JUNE VILLELA DE CARVALHO • MAURICIO ALVES DE CASTRO • MAURICIO CARDOSO PICINATO • MAURICIO CARRENHO FARIA • MAURICIO DE MELO FIGUEIREDO JR • MAURICIO DE PAULA E SILVA • MAURICIO ESTELLITA • MAURICIO FERNANDES JUNIOR • MAURICIO GORAYEB JUNIOR • MAURICIO JOAQUIM PEREIRA • MAURICIO LELLIS FRANCO • MAURICIO SANTOS PUPO • MAURICIO TEIXEIRA MURADAS • MAURILIO MESSIAS DE ARAUJO • MAURO ANTONIO DA COSTA • MAURO PEREIRA JUNIOR • MAURO PICINATO • MAURO PICINATO COTTAS • MAURO SAMPAIO BENEDINI • MIGUEL ROBERTO GABARRA • MILTON ALVES JUNQUEIRA • MILTON BERRES • MILTON GONCALVES DE ALMEIDA • MILTON VIEIRA DE SOUZA LEITE • MINORO SAIKI • MINORU SAKAMOTO • MIRELLA LANZUOLO DE PAULA • MIRELLA MARTELLI DINIZ JUNQUEIRA • MISAEL CELLOTO DE FARIA • MOACIR FAUZER CASTELLI • MOACIR MESSIAS DE ARAUJO • MOACYR DE ANDRADE LEMOS JUNIOR • MOACYR FERREIRA DA SILVA FILHO • MOACYR SILVA NETO • MONICA APARECIDA SIMOES BARBOSA • MUNIQUE MARRIE PAIVA • MURARI ADVAITA ACARYA TANNOUS MUNOZ • MURILO DE OLIVEIRA TIBERI • MURILO SORITA • NADIM NADER • NAGIB JORGE FILHO • NAIR SEVILHANO CAMACHO • NAJLA FARAH UAHIB • NALMIR MOREIRA JUNIOR • NARA QUEIROZ PINHEIRO • NARCISO MENDONCA ALVARES DA SILVA • NATHALIA RIBEIRO XAVIER • NATHAN FELIX RODRIGUES • NAYARA NUNES CAETANO • NEILTON JUNQUEIRA MATOS • NEIVA PAULA MENDONCA MASSON • NELIO BENEDITO BORDINI • NELSON ANTONIO BARRICO • NELSON DE SOUZA PORTO • NELSON LUIZ PEREIRA • NELSON MARTINS DA COSTA • NELSON MORI JUNIOR • NELSON NASCIMENTO JUNIOR • NELSON PERALTA CUNHA JUNIOR • NELSON WANDERLEY PERIOTO • NELSON ZAPPAROLLI • NEUSIMERI DE L.ROSSINI BERGAMASCHI • NEWTON PEDRESCHI CHAVES • NEY JOSE IBRAHIM • NEZIO SILVA CORRAL • NICHOLAS MACEDO PACELLO NICOLAU AUGUSTO MENDES TERRERI • NILSON ROGERIO BARONI • NILTON BARBOSA LIMA • NILTON BENTO DE OLIVEIRA • NILTON BONAGAMBA • NILTON DE OLIVEIRA CAMPOS • NILTON GUERREIRO CERVI • NILZA SANTOS PUPO • NIVALDO ARAUJO LIMA • NIVALDO LAGUNA CIOCCHI • NIVALDO MORELLI • NOBORO SAIKI • NOEMIA TEREZINHA MICHELIN TONHOLI DE ABADIA • NORBERTO JESUS ANGELOCO • NORIVALDO CESAR FERREIRA • NORIVALDO DE ALMEIDA CONSULI • OCTACILIO DE CASTRO FILHO • OCTACILIO PAGANINI JUNIOR • OCTAVIO DE ABREU TERRERI • ODAIR BERNARDES BORGES • ODAIR JOHNSON PEREIRA • ODALECIO COSTA MARTINS • ODMAR BRANCHINI • ODONIO DOS ANJOS FILHO • OLIVEIRO BARBOSA DE MELO • OLIVIO JOSE TOSI CIOLA • OPHELIO RUSSOMANO JUNIOR • ORIVALDO JOSE DE PAULA • ORLANDO BARBOSA DE FREITAS • ORLANDO CARLOS GUIMARAES COLLUCCI • ORLANDO CORREA DA SILVA OMETTO • ORLANDO FERREIRA BALBAO JUNIOR • ORLANDO JOSE DE SOUSA • ORLANDO PALOCCI NETO • ORLEAN DE LIMA RODRIGUES JR • ORLEI APARECIDO BERNUZZI • OSCAR DE OLIVEIRA SANTOS JUNIOR • OSCAR DONEGA FILHO • OSCAR LUIZ BERTI • OSCAR TERRERI • OSMAR GALLO FILHO • OSMAR SINELLI • OSNI VANDERLEI ANDRIAO • OSVALDO DE OLIVEIRA BERGAMO • OSVALDO SEJI TAKAARA • OSWALDO AUGUSTO MAMPRIM • OSWALDO DA CUNHA MACCHERONI • OSWALDO DA CUNHA MACCHERONI JUNIOR • OSWALDO DE PAULA EDUARDO FILHO • OSWALDO JOSE MARTINS • OSWALDO LUIZ TARGA • OSWALDO LUIZ TONELO • OSWALDO POGGI JUNIOR • OTAVIO DE FREITAS TAVARES • OTAVIO EDUARDO PRADO NOGUEIRA • OTTO TERRA FILHO • PAOLA BEATRIZ CORREA • PAOLA DA CUNHA CURY • PASCHOAL FRANCISCO DESSIMONI • PASCOAL ANTONIO BOVINO • PATRICIA CATALANI BRESSANI • PATRICIA MAKHOUL BORGES • PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA • PAULA CAROLINA BREDARIOL • PAULA CRISTINA DA SILVA • PAULA PENTEADO CROSTA • PAULO ADOLFO SCHIEVANO ZAPOLLA • PAULO ANTONIO HENRIQUES NEGRI • PAULO BARTHOLOMEU SILVA • PAULO BAUDUIN NAKANO • PAULO BRANT DA SILVA CARVALHO • PAULO CESAR AZZOLINI • PAULO CESAR GARCIA LOPES • PAULO CESAR LABATE • PAULO CESAR PRATA GAONA • PAULO CESAR SALLES • PAULO CESAR VAZ GUARNIERI • PAULO DE TARSO ALVIM • PAULO DE TARSO DE OLIVEIRA • PAULO DE TARSO TAVARES SEIXAS • PAULO EDSON BARTSCH COSTA • PAULO EDUARDO CHAVES DE CARVALHO • PAULO EDUARDO FERLIN DE SOVERAL • PAULO EDUARDO P QUARTIN DE MORAES • PAULO FERNANDO BEVILAQUA • PAULO FERNANDO MARQUITTI • PAULO FINOTTI • PAULO FIOD DE BARROS • PAULO FRANCISCO FERREIRA DELGADO • PAULO GUILHERME VIESTI • PAULO HENRIQUE CESARIO FRATESCHI • PAULO HENRIQUE SINELLI • PAULO JORGE APPROBATO • PAULO MARCIO AZEVEDO • PAULO MARCIO PACHECO ARAUJO • PAULO MONTEIRO LIMA • PAULO NAGIB • PAULO POLESEL • PAULO POUSA MIHALEFF • PAULO PURRENES PEIXOTO • PAULO RANDO CAMPANHA AFFONSO • PAULO ROBERTO BONFANTE DE ALMEIDA • PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA • PAULO ROBERTO DESIDERIO • PAULO ROBERTO FERREIRA • PAULO ROBERTO FERREIRA DE ALBUQUERQUE • PAULO ROBERTO GABARRA • PAULO ROBERTO HAMLEY BAYMA • PAULO ROBERTO LOCCE JUNIOR • PAULO ROBERTO MILLIOTI • PAULO ROBERTO NEGRI • PAULO ROBERTO NISHI • PAULO ROBERTO PEREIRA CEZAR • PAULO ROBERTO SALVADOR • PAULO ROBERTO XAVIER TORTORELLA • PAULO SCHWARTZMANN • PAULO SERGIO BARCI • PAULO SERGIO BUZZI RODRIGUES • PAULO SERGIO CAMASMIE MIGUEL • PAULO SERGIO CINTRA • PAULO SERGIO DEMETRIO DE OLIVEIRA • PAULO SERGIO DIAS FERREIRA • PAULO SERGIO LAGUNA • PAULO SERGIO MARQUES MOREIRA • PAULO SERGIO MENEGUETI • PAULO SILVA FILHO • PAULO TADEU RIVALTA DE BARROS • PAULO ZANCANER CASTILHO • PEDRO AILTON GHIDELI • PEDRO ALBERTO JORGE FARIA JR • PEDRO AMERICO DE CARVALHO • PEDRO AUGUSTO GUIMARAES BORDALO • PEDRO COTRIM DE ALMEIDA FILHO • PEDRO DE STEFANI NOGUEIRA • PEDRO DONIZETE ZACARIN • PEDRO EDUARDO VIEIRA DE ANDRADE • PEDRO FERNANDES LECA • PEDRO FILIPE CAVALHEIRO • PEDRO GRANO LECA • PEDRO HENRIQUE BARBERATO SIGNORINI • PEDRO HENRIQUE CARVALHO FERREIRA • PEDRO HENRIQUE DE TOLEDO • PEDRO LO GIUDICE • PEDRO LUIZ BARBIERI • PEDRO LUIZ CANDIA LEONI • PEDRO LUIZ TRALDI • PEDRO MARTINS DE BARROS JR • PEDRO VIANA BENEDINI • PERSIO DA FONSECA SALVADOR • PIO ANTONIO DE FIGUEIREDO • PLAUTO GARCIA LEAL FILHO • PLINIO LUIZ MIRANDA BORGES • PORTHOS MENDES PINTO • PRISCILA AP LOPES RIBEIRO • PRISCILA DE FREITAS LACERDA VANZO • RAFAEL BALDINI TELES • RAFAEL CACHONI • RAFAEL DOS REIS MATEUS JUNIOR • RAFAEL GENTILE MENNA BARRETO • RAFAEL HERNANDES DOS REIS • RAFAEL ISIDORO TASINAFFO • RAFAEL LUCAS BRESSAN • RAFAEL OLIVEIRA SILVA • RAFAEL PACCA DE ALBUQUERQUE • RAFAEL SOUZA SACILOTTO • RAFAEL TOSTES ALVES • RAPHAEL DE ALMEIDA ROSSIN • RAPHAEL PEIXE DE ALMEIDA • RAQUEL VALE ABRAO • REGINA FERNANDES DE FREITAS DIAS • REGINA HELENA DE MARCHI FORESTI • REGINA MARIA ALVES CARNEIRO • REGINA SUMIE MATSUDA DE PAULA • REGINALDO CESAR DE ANDRADE • REGINALDO DONISETE DOS SANTOS • REGINALDO GUIMARAES MOREIRA DA SILVA • REGINALDO JOSE SOUZA JUNIOR • REGINALDO MARQUES • REGINALDO SABIA DARINI • REGIS GABRIEL PIRES • REGIS PONTES ALONSO • REINALDO ANDRUCCIOLI • REINALDO FERREIRA PINTO • REINALDO RODRIGUES NETO FILHO • REINALDO ROSA FILHO • REINALDO VALENTINI • RENAN MATEUS TABARI • RENAN MOURA GUIMARAES • RENATA DE SOUZA ASSEF JULIAO • RENATA JUNQUEIRA MEIRELLES • RENATA LACERDA DE PAULA E LIMA • RENATA LARA MAIMONI • RENATA MARIA BARQUETE BOTELHO • RENATA MASTRANTONIO DE SOUZA • RENATA ROSSIN GARONE MORELLI • RENATO CAETANO MONTI GUEDES • RENATO CRIVELENTI • RENATO MALIENO NOGUEIRA • RENATO MANGOLIN SBRAGIA • RENATO MASSARO SOBRINHO • RENATO MAZZER • RENATO PASSOS MARINHO • RENATO PENTEADO CROSTA • RENATO RAMOS CUNHA • RENATO SANCHES STUCHI • RENE MARTINS • RENO DELIO BARROS • RICARDO ALEXANDRE SILVA • RICARDO APARECIDO AMARO • RICARDO APARECIDO DEBIAGI • RICARDO AUGUSTO CANOVA DE CASTRO • RICARDO BUENO JUNQUEIRA REIS • RICARDO DE OLIVEIRA BARROS • RICARDO GARCIA RANGEL • RICARDO GILMAR REIS LEIRA • RICARDO GONCALVES N. I • RICARDO GONCALVES N. II • RICARDO JORGE RIGHETTI • RICARDO JOSE GAIOTTO CLETO • RICARDO LUIS DO VAL • RICARDO MACIEL MAMAR • RICARDO MOSCA MIRANDA DA CRUZ • RICARDO MUNIZ FERREIRA • RICARDO NETTO • RICARDO RISKALLAH RISK • RICARDO ROXO • RICARDO SAMPAIO DINIZ • RICARDO SPADARO • RICARDO TEIXEIRA DE STEFANI • RICARDO VEZZONI NETO • RICHARD ARTUR VALEFUOGO JUNIOR • RITA EDVIGES ARAUJO GARCIA • RITA MARIA BORGES DE MORAES • RIVANIO SEVERO DE MEDEIROS • ROBERTA ALONSO BULLAMAH • ROBERTO APARECIDO BRESSANI • ROBERTO BORGES DE LAZARI • ROBERTO CANASSA JUNIOR • ROBERTO CANIL DE OLIVEIRA • ROBERTO COSTA PINTO • ROBERTO DANZA E SILVA JR • ROBERTO DE AZEVEDO • ROBERTO DE SOUSA PEREIRA LIMA JUNIOR • ROBERTO DE SOUZA COSTA • ROBERTO DUARTE RAMOS • ROBERTO EDUARDO AGUIRRE LOPES • ROBERTO FERREIRA • ROBERTO LEAL DE FIGUEIREDO • ROBERTO LOPES • ROBERTO LOURENCO CURVAL • ROBERTO MAESTRELLO • ROBERTO MANZOLLI JR • ROBERTO MIGUEL JACOB FILHO • ROBERTO PASQUALINI ROMERO • ROBERTO PAULO VIEIRA GIRARDI • ROBERTO PEREIRA SILVA • ROBERTO VACCARO MORSOLETO • ROBERTO VALERIO • ROBSON NASCIMENTO PEREIRA • ROBSON PETROROSSI PITA • RODOLFO APARECIDO DE OLIVEIRA BENEDETI • RODOLFO CEZAR DE PAULA SOUZA • RODOLFO GARCIA • RODOLFO JOSE FAVARETTO • RODOLFO ROCHA AUGUSTO • RODOLPHO D ELBOUX GUIMARAES • RODRIGO APARECIDO FALCUCCI • RODRIGO BORSARI • RODRIGO COURI DE ALMEIDA • RODRIGO DE ALMEIDA FERREIRA SANTOS • RODRIGO FERNANDES ARAUJO • RODRIGO MEIRELLES CARRIL • RODRIGO NOGUEIRA • RODRIGO ROSSATO PASCHOALINI • RODRIGO SCARPARO SILVA • RODRIGO VILLAS BOAS • RODRIGUES BUENO FERREIRA • ROGERIO ASTOLPHO PEREZ • ROGERIO CESAR TIRADO • ROGERIO FALGETANO BERTELLI • ROGERIO GIGLIO FERREIRA • ROGERIO PASSINI • ROMEU AURELIO MARTINE MORANDO • RONALD ALEXANDRE LUDOVICE MATIAS • RONALDO BARBOSA DA SILVA • RONALDO LOPES DE OLIVEIRA • RONALDO LUIZ FAYAO • RONALDO MARTINS TRIGO • RONALDO PIRES DE CAMPOS • RONALDO POSELLA ZACCARO • RONALDO SALLES CASSIANI • RONALDO TADEU VOLGARINE • RONIE AKIO NAGAI SASAKI • ROSANA DEMARTINE SOARES MORETTI • ROSANA FERNANDES • ROSANA MOURA MARZOLA • ROSANE RAMOS PEREIRA • ROSANGELA DA SILVA SE DE FAZIO • ROSANGELA VASCONCELOS MARTINS • ROSMARY FRANCISCHELLI • ROWILSON DURANT FALEIROS • RUBENS FERRACIOLI PERES • RUBENS LUCHIARI • RUBENS MANTOVANI JUNIOR • RUI EDUARDO GONCALVES RUIZ • RUTH CRISTINA MONTANHEIRO PAOLINO • RUTH FURQUIM VIEIRA • RUTH SUEKO IKUHARA SANTOS • RUY SALGADO RIBEIRO • SALLY FERREIRA BLAT • SALVADOR DE SOUZA NEVES • SALVADOR NOBOA FILHO • SAMARA ALEIXO MIGUEL FURQUIM • SAMUEL CURY DE CARVALHO MACEDO • SAMUEL MORIKOSHI CIOSAKI • SAMUEL TAKESHI IKUHARA • SANDRA BENTO DA SILVA • SANDRA KATSUE SAKAI • SANDRA MARCIA DE CASTRO • SANDRA PEREIRA GUERRA • SANDRO APARECIDO DA SILVA • SATORU HOJO • SAULO FUZO MAXIMIANO • SAULO SILVA MANFRIM • SEBASTIAO ALAIR RICARDO • SEBASTIAO CARLOS GOMES • SEBASTIAO DE JESUS FILHO • SEBASTIAO DE SOUSA CARVALHO • SEBASTIAO JOSE DE PAULA • SEBASTIAO JOSE JANUARIO CAMARA • SEBASTIAO MARQUES • SEBASTIAO PASSAGEM FILHO • SERGE HERBERTO LAGAMBA • SERGIO ABUD • SERGIO AKIHITO FUJISACA • SERGIO ANTONIO LINARDI • SERGIO ANTONIO MONTEIRO DE ALMEIDA • SERGIO ANTONIO ORTIZ • SERGIO AUGUSTO FARONI • SERGIO AUGUSTO FERREIRA • SERGIO BELEZA COSAC • SERGIO BORTOLOTTI DONAIRES • SERGIO COLLELA • SERGIO DE SOUZA PINTO • SERGIO FRANCA PRADO • SERGIO GARCIA • SERGIO HIROITI ISHIMOTO • SERGIO LUCIO MARTURANO • SERGIO LUIS BARBIN • SERGIO LUIZ COELHO • SERGIO LUIZ DOS REIS FERRO • SERGIO LUIZ LEITE • SERGIO LUIZ SILVEIRA • SERGIO LUIZ SOCCHOR • SERGIO MARQUES • SERGIO MONDIN • SERGIO PACHECO ARAUJO • SERGIO RICARDO TEIXEIRA • SERGIO TOLEDO PEREIRA • SERGIO VERAGUAS SANCHEZ • SIDNEI FABIO DA ROCHA • SIEGFRIED GRADNAUER • SILVANA AP. CRESTE DIAS DE SOUZA • SILVANA MARA HODNIK BARQUETE • SILVIA APARECIDA CAMARGO • SILVIA DE OLIVEIRA • SILVIA HELENA B. MARTINS ROSSOTTI • SILVIA HELENA BALTHAZAR MARTINS ROSSOTTI • SILVIA HELENA FAZOLINE • SILVIA MAESTRELLO CURY • SILVIO ALBANO MOREIRA CAMPOS • SILVIO ALVES FONTES • SILVIO ANTONIO NUCCI • SILVIO APARECIDO PRADO GARCIA • SILVIO AUGUSTO GASPAR MALVESTIO • SILVIO DE ASSIS TOLEDO JR • SILVIO HENRIQUE DA SILVA • SILVIO MARTINS • SILVIO PEREIRA DINIZ FILHO • SILVIO RIBEIRO DE AZEVEDO • SILVIO TRAJANO CONTART • SIMONE BARBOSA VILLA • SIMONE NOGUEIRA JUNQUEIRA C. DE MOURA • SIMONE TANNOUS • SINESIO LUIZ RIBEIRO DE PAULA • SINESIO SILVIO CALLEGARI • SONIA APARECIDA KAWASAKI • SONIA APARECIDA LUIZ MONTANS CAGNIN • SONIA GOMES PECANHA • SONIA MARIA SANTINI • SONIA VALLE WALTER BORGES DE OLIVEIRA • STEFHANY CRISTINE CACHARO DELARISCE • SUEHIRO MATUZAKI • SUSANA APARECIDA TARIFA PEREIRA • SYLVIA BOMFIM DE BRITO BASTOS • SYLVIO DE SOUZA NOGUEIRA • SYLVIO LANARI DO VAL • TADEU LUIZ COLUCCI DE ANDRADE • TADEU RICCIARDI RODRIGUEZ • TALITA CAVALHERI DOS SANTOS • TANCREDO OTAVIANO DIAS • TANIA CRISTINA MAGRO FERNANDEZ • TAPYR SANDRONI JORGE • TASSIANA MOREIRA DE BRITO • TASSO SEVERO BAPTISTA FILHO • TELMO DE MELLO MARQUES • TERCIA ALMEIDA DE OLIVEIRA • TERESINHA RIOLO GONCALVES • THAIS SILVEIRA RIGHI • THAYSA EDUARDA RODRIGUES PRADO • THEODORA PACCA LOUREIRO LUNA • THEODORO BORDINI DE MELLO • THIAGO ANTONIO DIAS MEDEIROS • THIAGO BARBIERI DE FARIA • THIAGO LUIS GUARATO • THIAGO SANTILLI ORANGES • THIAGO SPINOLA SILVEIRA • THIAGO TUFFY SAID • THULIO LEMOS DOS SANTOS CAETANO • TIAGO AUGUSTO PAVANELLI • TIAGO DANIEL FEREZIN • TIAGO EDGARD RODRIGUES DA SILVA • TIAGO HORTA SANT’ANA • TIAGO LOPES MOLLERO • TIAGO MINTO GOMES • TIERRE VICTOR FERNANDES DE OLIVEIRA • TONY HAJIME WATANABE • TUFFY SAID JUNIOR • TULIO MURTA PADILHA • ULISSES TAVARES CANINI • URIEL GARCIA NETO • URUBATAN PALHARES KLINK • VAGNER ALVES CARDOSO • VAGNER ANTUNES • VALDEMAR CAVENAGHI MOREIRA • VALDEMAR JUNQUEIRA REIS • VALDEMAR NOGUEIRA SOBREIRA • VALDEMAR VARNOWCK • VALDIR ALMEIDA DA SILVA • VALDIR CANEVARI JUNIOR • VALDIR GULO • VALDIR JOSE DE OLIVEIRA PESSAN • VALENTIM ARDENGUI PAVAO • VALERIA ARMINDO DE JONG • VALERIA GARCIA MANSUR • VALERIA MARCONDES STEFANI • VALERIA MARIA RIBEIRO • VALERIA MORAES BORGES DE LIMA • VALERIA PERONDI COSTA • VALMIR SAO JOAO • VALTER JOSE PERUCHI • VALTER KATSUME HIARICHI • VANDER ROSA DOS SANTOS • VANDERLEI EVANGELISTA • VANDERLEI GARCIA FERNANDES • VANDERLEI LOPES DE FARIA • VANDERLEI MARTINS CAMPOY • VANDIR CLEMENTE • VANESSA RODRIGUES DE CARVALHO • VANIA KORMAN • VASCO GERALDO WITZEL FILHO • VERA ALICE CORREA SILVA • VERA LUCIA FERREIRA OLIVEIRA • VERA THEREZA BUENO BARROS PENHA • VICENTE DE NICOLA NETTO • VICENTE DE PAULO CARVALHO COLLET E SILVA • VICENTE DE PAULO FARIA • VICENTE PAULO VASCONCELOS • VICTOR DE MORAES OLIVEIRA • VICTOR DE PAULA VIEIRA • VICTOR HENRIQUE DE B.MAZAROSKI • VICTOR MONSEFF DE ALMEIDA CAMPOS • VICTOR MONTES LOPES DA SILVA • VICTOR SEABRA AFONSO • VILMA BLOSSEY FERREIRA • VILMAR JOSE DE AVELAR • VINICIUS ADRIANO MARTINS • VINICIUS AMARAL GENEROSO DA FONSECA • VINICIUS ANTONIO MACIEL • VINICIUS ANTONIO MACIEL JUNIOR • VINICIUS CANTORE DE ARAUJO • VINICIUS EDUARDO KOHN GONCALVES • VINICIUS GRECO DA SILVA VINICIUS QUARANTA • VINICIUS SOARES ROSA • VINICIUS VIANA ANDRADE • VITOR ANGELO STEFANELI • VITOR ANTENOR MORILHA • VITOR ANTONIO NOGUEIRA • VITOR DE VASCONCELOS LEITE GERALDI • VITOR EDUARDO GARCIA • VITOR FERNANDES DE CARVALHO • VITOR LUCAS DOS SANTOS • VITOR PILEGGI SOBRINHO • VITOR PORTO DE LIMA RODRIGUES • VITORIA PARO DA COSTA • VITORIO FRANCHIN • VITORIO JOSE BREDARIOL • VIVALDO DOS REIS DE MORAES • VIVIAN VEZZONI DE ALMEIDA • VLADIMIR VIOLA • WAGNER ABRAHAO • WAGNER APARECIDO ROCHA • WAGNER NASCIMENTO DE FIGUEIREDO • WALDEMAR FRAGUAS JUNIOR • WALDOMIRO GOMES JUNIOR • WALMER RODRIGO MOTTA • WALTER BOTELHO FERREIRA • WALTER CELIO GALLO • WALTER DE CARVALHO PEIXOTO • WALTER GARCIA • WALTER HENRIQUE DO CARMO TEORO • WALTER MURBACK • WALTHER SILVA JUNIOR • WANDER RODNEI HERNANDES PASSERI • WANDERLEY LOPES ASSUMPCAO • WANIA COLOMBO FERRARI • WEBER DA SILVA RIBEIRO • WELSON JAMES PARESCHI • WELSON JOSE DE BORTOLI • WELSON SHIGUERU TAKIDA • WESLEY DA SILVA RIBEIRO • WESLEY HENRIQUE DE SOUZA • WESLEY JUNIO AMANCIO DA SILVA • WEYVEL DEL PIETRO • WILIAM ASSIS MATOS • WILLIAM BRETAS LINARES • WILLIAM EDUARDO MOTTA • WILLIAM MANSUR • WILLIAM PLACIDI • WILLIAM YOSSIO IKEDA • WILLIAN JOSE TABARI • WILLIAN LORENSATO GOMES • WILSON EMILIO DA COSTA JUNIOR • WILSON FILOMENSKY • WILSON FRANCA PRADO • WILSON JOSE CASTROVIEJO ESCOURA • WILSON LUIZ LAGUNA • WILSON ROBERTO BALDIN • YGOR ALMEIDA DIAS • YGOR MIRANDA FERNANDES DE LIMA • YOSHIYUKI AKEGAWA • YURE DE MENDONCA NOGUEIRA • YURI DIAS DA COSTA LIMA • ZURIEL ALMEIDA DE OLIVEIRA JUNIOR

Page 100: De olhos no futuro - AEAARP · diniz guimarÃes • barbara conte • beatriz baldim noboa • beatriz guimaraes junqueira • belchior lucas santana pardim • benedito de souza