CURSO_HIDROGEOLOGIA
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HIDROGEOLOGIACurso de Graduao em Geologia7o Perodo
Prof. Ana Beatriz da Cunha Barreto
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Programa do Curso
1. Distribuio de gua no planeta2. Ciclo Hidrolgico e Balano Hdrico
3. Ocorrncia de gua no subsolo4. Relao entre escoamento em canais efluxo subterrneo
5. ndices fsicos, capacidade especfica,tipos de porosidade, porosidade efetiva.
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(Cont...)
6. Influncia da geologia na ocorrncia degua subterrnea
7. Movimento da gua subterrnea8. Propriedades dos aqferos Parmetros hidrulicos9. Equao geral do fluxo subterrneo
10. Sistemas de fluxo regionais e locais. Aqferos costeiros
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Bibliografia
Fetter, C.W. (1994) Applied Hydrogeology E. Merrils488 p.CPRM (2000) Hidrogeologia Conceitos e Aplicaes.CPRM, LABHID-UFPE.Freeze, R.A.; Cherry, J.A. (1979) Groundwater Ed.Prentice Hall, Inc. Montreal 604 p. (Nvel Avanado).Domenico, P.A. & Schwartz, F.W. (1990) Physical andChemical Hydrogeology. John Wiley & Sons (Nvel
Avanado).Custodio, E., Llamas, M.R. (1983) Hidrologa Subterrnea Ed. Omega, Barcelona. 2350p. (Nvel
Avanado).
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Hidrogeologia
A Hidrogeologia o ramo da Geologia queestuda a inter-relao entre os materiaisgeolgicos e a gua.
Estuda a ocorrncia, distribuio, movimento ecomposio da gua nas rochas.Hidrogelogo: pesquisa de gua subterrneacomo recurso, estudos de contaminao,
proteo e remediao de mananciais, soluode problemas de engenharia (estabilidade detaludes, tneis, barragens, escavaes) eestudos ambientais.
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Distribuio de gua na Terra oceanos 97.2 %
calotas polares e geleiras 2.14 %gua subterrnea (at 4000m de profundidade) 0.61 %
continentes umidade do solo (zona no saturada) 0.005 %lagos de gua doce 0.009 %lagos de gua salgada 0.008 %rios 0.0001 %
atmosfera 0.001 %
TOTAL GUAS CONTINENTAIS
2.772197.2 77
0.001 220.20.30.3
0
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Distribuio de gua na Terra
A gua subterrnea corresponde a 22% do totaldas guas continentais
A gua superficial doce (rios e lagos)corresponde apenas a 0,3% deste totalSe descontarmos as calotas polares e geleiras,96,5% das guas continentais aproveitveiscorrespondem gua subterrnea contraapenas 1,3% de gua doce superficial
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Alguns aspectos relacionados utilizaode gua subterrnea
Qualidade superior, muitas vezes dispensandotratamento;Menor risco de contaminao acidental;
Maior facilidade e menor custo de captao;Uma vez contaminada, implica em altos custos pararemediao;Mananciais superficiais e subterrneos estonaturalmente integrados atravs do CicloHidrolgico;Recomenda-se um gerenciamento integrado dosrecursos superficiais e subterrneos.
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Ocorrncia de gua no subsolo
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Comportamento da gua nosporos em cada zona do perfilde solo
franja capilar
zona intermediria
zona de umidade
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O Ciclo Hidrolgico
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Circulao permanente da gua entre osoceanos, a atmosfera e os continentes:
Evaporao dos oceanos e corpos dguasuperficiais.Precipitao:
de volta aos oceanos e corpos dgua sobre os continentes:
Armazenamento na superfcie como gelo, neve oudepresses formando poas
Escoamento superficial at um canal, rio, lago e de voltapara o mar
Infiltrao atravs dos solos porosos formando a zona degua do solo (zona de razes das plantas) Armazenamento como gua subterrnea fluindo at uma
rea de descarga como fontes, rios, lagos e oceanos
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Escoamento subterrneo e o ciclohidrolgico
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Componentes do Ciclo Hidrolgico
1. Evaporao2. Transpirao3. Evapotranspirao4. Precipitao5. Interceptao6. Infiltrao7. Escoamento Superficial8. Fluxo Subterrneo
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Evaporao
Interao entre gua e ar,depende:temperatura da gua;temperatura e umidade relativa do ar acima dasuperfcie da gua.
Umidade absoluta do ar: concentrao de vapor dgua existente em um determinado volume dear = peso H2Ovapor / Var .Umidade de saturao do ar: quantidade mximade umidade que o ar capaz de reter a umadeterminada temperatura.Umidade relativa do ar: relao entre aconcentrao de vapor existente no ar e aconcentrao de saturao quela temperatura.
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Evaporao (cont.)
A umidade de saturao diretamenteproporcional temperatura do ar: quanto maisquente, mais umidade o ar capaz de reter.
medida que a umidade relativa se aproximade 100% a evaporao cessa. A taxa de evaporao tambm controlada pelovento
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Transpirao
Passagem da gua do solo para a atmosferaatravs do metabolismo das plantas: razesfolhas atmosfera.
Processo responsvel por grande parte da perda devapor em uma bacia de drenagem cuja a superfcie dominada por reas vegetadas. Depende:
Tipo, densidade e tamanho da vegetao;
poca do ano maior ou menor crescimento;Hora do dia 95% durante o dia (fotossntese);Disponibilidade de umidade no solo.
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Classificao das plantas-segundo a forma de captao de gua-
Freatfitas retiram gua diretamente do lenolfretico. Ex: palmeiras, eucalipto.Mesfitas retiram gua da zona intermediriado solo. Ex: arbustos, carvalho, oiti, pinheiros,leguminosas.Xerfitas retiram gua da zona de umidade dosolo. Ex: cactus, plantas com folhas carnudas.Hidrfitas plantas aquticas.
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Freatfitase Xerfitas
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Mesfitas eHidrfitas
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Evapotranspirao
Perda total de gua para a atmosfera de uma bacia dedrenagemNa prtica no possvel separar a contribuio dosprocessos:evaporao e transpirao.
Evapotranspirao potencial: hiptese de umaquantidade de gua sem limitaes para as plantasEvapotranspirao real: condies de campo.Geralmente menor que a potencial.
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Precipitao
Umidade relativa do ar atinge 100%O resfriamento de massas de ar ascendentes,inicialmente mais quentes e midas, provoca a
diminuio da umidade de saturao que chega a 100%Formao de gotculas de gua ou cristais de gelo emsuspenso no ar condensao e coalescnciaformao de gotas ou flocos de neve precipitao.Unidade de medida = altura que a gua alcana sobreuma superfcie hipottica: mm/m2
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Interceptao
Em reas vegetadas parte da chuva interceptada pelavegetao.Em regies de florestas a interceptao varia de 8 a35% de precipitao anual total, dependendo da
densidade da vegetao.Para chuvas de pequena intensidade pode ser importante chegando a 100% para chuvas menores que5 a 10 mm.
A interceptao decai exponencialmente ao longo dotempo de precipitao.
A gua interceptada pode ser evaporada a partir dasfolhas ou escorrer at o solo.
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Infiltrao
Processo que envolve a entrada no solo dagua que est disponvel na superfcie e o fluxovertical dessa gua atravs da zona nosaturada do solo at o nvel dgua .
A partir da chuva, degelo, lagos, poas oucursos dgua .
A gua que atinge o nvel dgua fica
armazenada no reservatrio de guasubterrnea e passa a fazer parte do regime defluxo subterrneo.
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Curva de capacidade de infiltrao do solo
kt cc p e f f f f )( 0
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Capacidade de Infiltrao
A gua da chuva se infiltra nas camadas superficiais dosolo a uma taxa que diminui com o tempo.
A capacidade de infiltrao inicial depende dascondies iniciais de umidade do solo na superfcie.Capacidade de infiltrao no equilbrio corresponde condio de saturao do solo na superfcie.Para chuvas de grande intensidade a infiltrao real
segue a curva de capacidade de infiltrao .
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Variao da infiltrao em funo daintensidade da precipitao
Precipitao com intensidade constante e menor que a capacidade deinfiltrao no equilbrio
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Variao da infiltrao em funo daintensidade da precipitao
Precipitao com intensidade constante, entre a capacidade de infiltraoinicial e a capacidade de infiltrao no equilbrio
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Variao da infiltrao em funo daintensidade da precipitao
Precipitao com intensidade constante,maior que a capacidade deinfiltrao inicial do solo
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Taxas de infiltrao e de acumulao/escoamento com o tempo para
um evento de precipitao de intensidade constante
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Variao da infiltrao em funo da intensidadeda precipitao
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Alguns fatores que influenciam a capacidade deinfiltrao de um solo
Granulometria: solos grosseiros e uniforme possuem uma maior capacidade de infiltrao.Teor de umidade inicial: solos inicialmente midos chegamrapidamente condio de saturao, diminuindo a taxa deinfiltrao.Grau de compactao: solos compactados a partir de fatores comocirculao de animais, veculos, etc. possuem menor capacidade deinfiltrao.Regime de chuvas: maior em chuvas com menor intensidade emaior durao e menor em chuvas de grande intensidade e menor durao que superam a capacidade de infiltrao do solo. Gotasmuito pesadas tambm provocam a compactao do solo.
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Cont. ...Relevo: altas declividades dificultam a infiltrao e favorecemo escoamento superficial. Por outro lado em superfcieshorizontais pode haver deposio de partculas finas emlocais onde haja acumulao de gua, reduzindo aporosidade do solo.Vegetao: Razes das plantas aumentam a permeabilidadedo solo. Podem tambm facilitar a acumulao de gua nasuperfcie, aumentando a disponibilidade de gua a ser infiltrada.Profundidade de gua acumulada na superfcie:profundidades grandes de gua empoada aumentam a
infiltrao pelo aumento da presso de gua sobre asuperfcie do solo.
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Deflvio ou Runoff
O deflvio, ou runoff, em uma bacia hidrogrficacorresponde quantidade total de gua que flui no rioou canal na sua sada, sendo composto peloescoamento superficial, o fluxo hipodrmico e o fluxosubterrneo.
Bacia Hidrogrfica ou Bacia de Drenagem uma reatopograficamente definida, drenada por uma rede de riose/ou riachos, de tal modo que todo o deflvio escoadoatravs de uma nica sada.
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Bacia hidrogrficaou de drenagem
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Deflvio ou Runoff
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Deflvio
Escoamento superficial, ou overflow, oescoamento que ocorre diretamente sobre asuperfcie do solo.Fluxo hipodrmico, ou interflow, o fluxo sub -superficial que ocorre quando h um evento de chuvaintenso, concentrado sobre uma camada fina dematerial de menor permeabilidade, abaixo dasuperfcie do terreno. considerado como parte do
escoamento superficialFluxo subterrneo ou fluxo de base de uma baciahidrogrfica: o objeto do curso de hidrogeologia
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Observao
Em uma bacia hidrogrfica, a heterogeneidadedos solos na superfcie e a distribuio irregular das chuvas no tempo e no espao levam a uma
grande variao na resposta do solo quanto infiltrao. Algumas reas contribuemsignificativamente para o escoamento superficiale outras contribuem pouco ou no contribuem.
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Resumo do Ciclo Hidrolgico
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Balano HdricoBalano do volume de gua mobilizado em uma baciahidrolgica, atravs de uma equao que relaciona osvolumes de gua correspondentes aos diversos componentesdo ciclo hidrolgico nesta baciaComo resultado temos o armazenamento na bacia, que podeser positivo (acumulao) ou negativo (depleo)Os volumes calculados se referem a uma unidade de tempobsica que o ano hidrolgicoOs volumes envolvidos em cada componente do ciclo sodiretamente medidos ou estimados A equao do balano hdrico obedece ao princpio daconservao da massa ou princpio da continuidade segundoo qual, para um determinado sistema, a diferena entre asentradas e as sadas igual variao do armazenamentodentro deste sistema.
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P-Q= S/ t
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Equao do Balano Hdrico
P = ETR+ Q+ I + SP= PrecipitaoETR = Evapotranspirao real
Q = DeflvioI = Infiltrao S = Variao no armazenamentoExemplos de fatores antrpicos que promovem variao no
armazenamento: Bombeamento, injeo (recarga artificial), projetosde irrigao, construo de drenos e de barragensO balano hdrico idealmente deve considerar os fatoresnaturais e antrpicos
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Relao entre o escoamento em canais e ofluxo subterrneo
Dependendo do regime de fluxo e da geologia, oscursos dgua podem ser classificados, de acordocom a sua interao com o lenol fretico, em:
Influente: o rio fornece gua ao lenolEfluente: o rio recebe gua do lenolIntermitente: fornece gua ao lenol durante a estaochuvosa, quando ocorre escoamento superficialHidraulicamente isolado: no h interao entre o rio e olenol
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Rio influente
Rio efluente
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Rio intermitente
Rio hidraulicamente isolado
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Variao da relao de acordo com a estao(em funo da capacidade de infiltrao dos terrenos drenados pelo rio)
Infiltrao lentaSolos c/ baixa capacidade de infiltrao
Infiltrao rpidaSolos com alta capacidade de infiltrao
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