Criatividade, conhecimento e inovação

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C NT ENTREVISTA COM CARLOS CAMPOS, PESQUISADOR DE INFRAESTRUTURA DO IPEA EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT ANO XIX NÚMERO 223 1º DE ABRIL 2014 TRANSPORTE ATUAL Instituto de Transporte e Logística, criado pela CNT, busca promover a formação avançada de profissionais em nível acadêmico e profissional

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Instituto de Transporte e Logística, criado pela CNT, busca promover a formação avançada de profissionais em nível acadêmico e profissional

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CNT

ENTREVISTA COM CARLOS CAMPOS, PESQUISADOR DE INFRAESTRUTURA DO IPEA

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

ANO XIX NÚMERO 2231º DE ABRIL 2014

T R A N S P O R T E A T U A L

Instituto de Transporte e Logística, criado pela CNT, busca promover a formação avançada de

profissionais em nível acadêmico e profissional

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 20144

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XIX | NÚMERO 223 | 1º DE ABRIL 2014

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA ISTOCKPHOTO

Economista CarlosCampos defendemais investimento

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Super Tucanocompleta dezanos de atuação

PÁGINA 32

AVIAÇÃO

Transporte demedicamentosexige cuidados

PÁGINA 36

CARGA ESPECIAL

SONDAGEM • Levantamento feito pela CNTrevela que 70,9% dos empresários não acreditamem aumento do dinamismo da economia

PÁGINA 28

Instituto de Transporte e Logística tem entre seus objetivos a geração do conhecimento e a inovação do transporte, além de se transformar em um centro de referência em educação,pesquisa e inteligência para o setor

Página 20

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Tereza PantojaVirgílio CoelhoWesley Passaglia

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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Companhias Docastêm sua gestãoposta em xeque

PÁGINA 54

AQUAVIÁRIO

Projeto Ferrogrãovislumbra novafronteira agrícola

PÁGINA 58

FERROVIÁRIO

A primeira etapa doprojeto Comandosde Saúde em 2014

PÁGINA 62

SAÚDE

Balanço positivodas ações durante o ano passado

PÁGINA 64

SEST SENAT

Alexandre Garcia 6

Duke 7

Mais Transporte 12

Boletins 70

Tema do mês 78

Opinião 81

Cartas 82

Seções

MEDALHA JK • Meton Soares Júnior é agraciadocom a medalha Grã-Cruz e recebe os cumprimentos do presidente da CNT, senador Clésio Andrade

PÁGINA 44

www.cnt.org.br

Guia Turístico

Os taxistas de Belo Horizonte (MG) prestarão um serviço diferen-ciado aos turistas que visitarem a cidade, principalmente duran-te a Copa. O Sest Senat, em parceria com outras entidades do se-tor de transporte, lançou o ‘Guia Turístico para Taxistas’, mate-rial que contém informações, dias e horários de funcionamentode 36 pontos turísticos da capital mineira. Confira, no site daCNT, a reportagem completa e assista ao vídeo da campanha.Acesse: http://bit.ly/agenciacnt787

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rasília (Alô) - Na plataforma da rodoviária, olugar mais central de Brasília, também cha-mado de quilômetro zero do Brasil, o MSTpendurou uma faixa que lá ficou por dias:“Agronegócio dá câncer”. Cada vez que eupassava por lá lembrava que agronegócio

dá PIB, dá equilíbrio na balança comercial, dá ali-mento, gera recurso para a saúde, para a educaçãoe até para os estádios da Copa. Mas é tratado pelogoverno com o silêncio com que se oculta a doen-ça maldita. Agora começa mais uma safra de soja,e os empecilhos de sempre ainda se agravam. Fal-ta transporte, e o transporte está mais caro ainda.

Difícil de entender nossas prioridades. O que dáriqueza ao país cede lugar para o que só dá gasto.Um retrato disso é a estrada federal que liga Ma-naus à capital de Roraima. Uma imensa cratera im-pedia a passagem de caminhões com mais de 30toneladas. Isso a poucos quilômetros e ao mesmotempo em que mais um estádio era entregue paraa Copa. E que foi construído, como os demais, comalgumas centenas de milhões de reais além do or-çado. Um motorista preso, há dias, com sua cargana BR-174, em sua justa ira, sugere que se faça a de-molição do estádio para encher, com o entulho, oburaco que impede a passagem da riqueza.

Histórias assim se repetem pelo país. Portospouco eficientes enquanto investimos em portocubano; falta de ferrovias, não aproveitamento de

hidrovias, depois de décadas de promessas; e ro-dovias que não fazem jus ao nome nem à nobremissão de transportar a riqueza que mantém opaís. E, como se esse masoquismo não fosse sufi-ciente, o país ainda inventa burocracia para seamarrar. Até para pagar imposto é difícil. O que sefaz em minutos em países sensatos, aqui pode le-var um mês. A burocracia detesta o progresso, de-testa o crescimento. Se for discussão na Justiça,leva anos. E aqui no Brasil existe uma tal Justiçado Trabalho, tal como a jabuticaba. Já pensaramcomo é fácil, em outros países, onde as relaçõessão diretas entre empregados e empregadores eregidas por contratos?

Não nos iludamos, pensando que a sorte vainos ajudar. Só nós podemos mudar isso - e hajamudança! A primeira delas é na cabeça de quematrapalha o crescimento e opera o Estado buro-crático, cobrador de impostos e sem eficiência naprestação de serviços. Aqui, no Brasil, a soluçãotem sido gastar mais. Como não há luzes para osneurônios, se pensa que mais dinheiro resolve. Éfácil; o dinheiro vem do suor do contribuinte. Masgastar mais não é solução; só agrava o problema.Precisamos aprender a usar bem o dinheiro docontribuinte. E recordar, de joelhos, Hélio Beltrãoem sua desburocratização. Porque a burocracia,essa sim, dá câncer. O que é pior: buraco na es-trada ou burocracia?

B

“Agora começa mais uma safra de soja, e os empecilhos de sempre ainda se agravam. Falta transporte, e o transporte está mais caro ainda”

Buraco e burocracia

ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 7

Duke

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ENTREVISTA

Orecurso anual que oBrasil destina hoje pa-ra infraestrutura detransporte é pelo me-

nos quatro vezes menor do queo valor que deveria, na avalia-ção do economista Carlos Cam-pos, pesquisador de infraestru-tura do Ipea (Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada). Umestudo que está sendo desen-volvido pelo Ipea (Investimen-tos na Infraestrutura de Trans-portes: Avaliação do Período2002-2013 e Perspectivas para2014-2016) vai mostrar que aparticipação da iniciativa priva-da tem sido muito expressivanesses investimentos e que pre-cisa ser estimulada. Carlos Cam-pos critica a burocracia e as di-ficuldades no gerenciamentopara que o recurso disponívelpossa ser de fato investido. Àsvésperas da Copa do Mundo, oeconomista e pesquisador tam-

bém considera que o país per-deu a oportunidade de oferecerà população e aos visitantes es-trangeiros uma melhoria efetivada mobilidade urbana e das con-dições dos aeroportos a tempodo Mundial de Futebol. Ele criti-ca ainda o elevado custo dos es-tádios e avalia que as interven-ções de mobilidade serão im-portantes, mas chegarão commuito atraso.

O Ipea está desenvolvendoum estudo sobre os investimen-tos em infraestrutura no paísnos últimos anos. O que já épossível dizer em relação à par-ticipação da iniciativa privada?

A participação dos investimen-tos privados na infraestrutura detransporte é, ao longo do períodoanalisado (2002 a 2013), bastanteexpressiva, significando, em mé-dia, 46% do total investido. Ou se-ja, R$ 102 bilhões. Os investimen-

tos privados superaram os públi-cos nos anos de 2003, 2004, 2005e 2013. O governo federal investiu,no período total, R$ 119 bilhões, oque representou 54% do total. Es-sa observação é relevante pelaideia geral de que os planos de in-vestimento precisam estimularacentuadamente os investimentosprivados em transportes.

Qual a avaliação do senhorsobre os valores destinadosatualmente no Brasil para infra-estrutura de transporte?

Esses valores ainda são abso-lutamente insuficientes. Se conta-bilizarmos os investimentos públi-cos e os privados em transportes,nos quatro modais, houve um cres-cimento significativo entre 2003 e2010. Em 2003, foram R$ 7,8 bilhõespúblicos e privados na infraestru-tura de transporte (incluindo in-vestimentos das concessionáriasde ferrovias, de rodovias, recur-

sos do orçamento fiscal, entre ou-tros). Em 2010, foram R$ 26,6 bi-lhões. Em 2013, cresceu um pouco,atingindo a faixa de R$ 27 bilhões.Mas, apesar do crescimento nesseperíodo, ainda é muito pouco dian-te das necessidades do país.

Para atender às necessida-des do Brasil, hoje, qual deve-ria ser o valor anual?

Esse valor investido em infraes-trutura de transporte significa ape-nas 0,6% do PIB (considerando in-vestimentos públicos e privados).Precisávamos que o país, pelo me-nos, multiplicasse isso por quatro.O Brasil teria de investir algo emtorno de R$ 100 bilhões por ano emsua infraestrutura de transporte.

O senhor faria alguma com-paração com o que ocorre emoutro país?

Se considerarmos os paísesemergentes, como Rússia, Índia,

“O valor investido em infraestrutura de transporte, no Brasil, significade, pelo menos, multiplicar isso por quatro. Teria de ser algo em

Tem de investir 4 vePOR CYNTHIA CASTRO

CARLOS CAMPOS - ECONOMISTA DO IPEA

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apenas 0,6% do PIB. Precisávamostorno de R$ 100 bilhões por ano”

China, Coreia do Sul, Vietnã, Chile,Colômbia, na média, eles estão in-vestindo 3,4% do PIB. No Brasil,estamos em 0,6%. Só esse núme-ro mostra quão distante estamosde outros países que hoje concor-rem com o Brasil. Crescemos en-tre 2003 e 2010. Mas estamosmuito longe do que seria o ideal.Por isso digo que precisamosmultiplicar por quatro para pas-sar para, pelo menos, 2,4% doPIB. Ainda ficaria abaixo da mé-dia, mas já seria um volume de re-cursos que melhoraria nossa in-fraestrutura.

Essa insuficiência de recur-sos pode ser um reflexo de déca-das sem investir em transporte?

O Brasil ficou praticamente 25anos, entre 1985 e 2005 ou maisdo que isso, fazendo pouco inves-timento em sua infraestrutura detransporte. Isso acabou degra-dando nossa infraestrutura. Há

um passivo de investimentos pa-ra se recuperar e ainda aumen-tou mais a necessidade. A econo-mia vem crescendo e se tornou asétima maior do mundo. Em vá-rios produtos do agronegócio,somos os maiores do mundo. So-mos os maiores exportadores deminério de ferro. Para o comér-cio internacional, é fundamentalque nossa infraestrutura sejamoderna e adequada.

A falta de atenção no passa-do pode justificar a situaçãoque estamos hoje, de investi-mentos abaixo da média de ou-tros países emergentes?

Houve um crescimento impor-tante de 2003 a 2010 (nos investi-mentos). Mas, de 2010 para cá, es-tamos no mesmo ritmo. E os in-vestimentos públicos até caíram,aumentaram os privados desde2010. Realmente, não fizeram nopassado. Mas não dá mais para

jogar a culpa nisso. Ainda esta-mos muito aquém do que precisaser feito.

Precisa ampliar os recursos.Mas há também problemas nogerenciamento para que os va-lores disponíveis possam ser defato investidos?

Hoje, um grande problema éconseguir aplicar esses recursos.Precisamos ter administração egestão mais eficientes para quetodas as barreiras possam servencidas com mais agilidade. Tal-vez, pela primeira vez na históriada economia brasileira, há um vo-lume de recursos, mas eles nãoestão sendo aplicados. Ao pegar-mos os recursos públicos disponi-bilizados e autorizados no orça-mento e também os de empresas

estatais (como as companhias Do-cas e a Infraero), grande parte nãoestá se efetivando. Não estão sen-do executados. Existe uma inefi-ciência, uma incapacidade admi-nistrativa e de gestão.

Quais são as barreiras queprecisam ser vencidas?

Os marcos regulatórios mu-dam frequentemente. Todos osdias, há regras sendo alteradas.Essa mudança frequente traz in-segurança jurídica ao investidor.Acaba inibindo o investimentoprivado, como acontece nos seto-res ferroviário e portuário e comos terminais arrendados nos por-tos públicos. As rodovias tiveramrelativo sucesso, mas o governoteve que alterar os marcos regu-latórios para atender o setor pri-

JOÃO VIANA/IPEA/DIVULGAÇÃO

zes mais

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vado. Hoje, há também projetosmal-elaborados. Projetos básico eexecutivo que são malfeitos. Issosignifica que a obra vai ficar maiscara, mais onerosa ao poder pú-blico e à sociedade.

Quais outras barreiras o se-nhor citaria?

As licenças ambientais, mui-tas vezes, demoram anos paraserem emitidas. Há ainda pro-blemas com desapropriações,que geralmente terminam emprocessos judiciais. E a Justiçaé morosa demais. Tudo isso éum processo de pré-obra que setorna complicado. A lei de licita-ções está ultrapassada e requeruma série de procedimentos erecursos que levam lentidão aoprocesso. Todos esses fatoresfazem com que os recursos fi-quem disponibilizados no orça-mento, mas não conseguem serplenamente executados porquehá problemas na parte admi-nistrativa e de gestão. Quandoum governo anuncia um pro-grama de obras, mas a socieda-de não consegue ver o resulta-do desse programa, é um refle-xo disso, de não se conseguirultrapassar as barreiras admi-nistrativas e de gestão. Não éfácil vencer tudo isso, mas oBrasil precisa conseguir.

É possível quantificar os pre-juízos devido ao aumento docusto logístico das empresas?

O custo de logística, no Brasil, émuito elevado quando compara-mos a outros países. Estaria hoje

na faixa de quase 11% do PIB, en-quanto nos Estados Unidos seriade 7%. E dentro do custo logístico,o mais importante de todos é otransporte. No Brasil, é em tornode 7% do PIB e nos Estados Uni-dos, 4%. Isso tudo mostra nossaineficiência. Temos uma infraes-trutura inadequada.

Quem sai perdendo mais?Todo mundo perde com isso.

Uns mais. A economia brasileiraperde produtividade e competitivi-dade. Perdem os exportadoresporque têm impacto direto. Per-dem os importadores porque osprodutos importados chegammais caros aos distribuidores fi-nais. E o consumidor final acabapagando o preço gerado por essaineficiência no transporte. Quandofalamos que é somente o empre-sário que perde mais, isso não ébem verdade. Porque ele vai re-passar os preços.

Um relatório do Fórum Eco-nômico Mundial, do ano passa-do, mostrou que o Brasil perdeuposições no ranking internacio-nal de competitividade. Qual aavaliação do senhor sobre o sig-nificado desse resultado?

O significado é essa perda deprodutividade e de competitivi-dade. Os nossos custos são maiselevados do que o dos nossoscompetidores. E uma das razõesprincipais é o fato de estarmosinvestindo apenas 0,6% do PIBem infraestrutura de transporte,enquanto eles investem 3,4%.Os outros países estão ficando

com uma infraestrutura maisadequada do que a nossa. E osnossos custos logísticos estãoaumentando.

Em relação ao transporte depassageiros, qual a crítica o se-nhor faria da situação atual doBrasil?

Essa é uma questão que nãoestá tanto para o governo fede-ral. São investimentos mais liga-dos a governos estaduais e muni-cipais. Com o PAC Mobilidade,com o PAC Metrô, o governo fede-ral tem procurado transferir re-cursos para Estados e municípiospara que eles façam os investi-mentos. Quem tem de conseguirviabilizar os projetos básicos eexecutivos são os Estados e osmunicípios, que têm ainda maisdificuldades do que o governo fe-

QUALIDADE Rodovia dos Imigrantes; pesquisador defende participação da ini

“Todo mundo

perde, e oconsumidorfinal paga o preçogerado

por essaineficiência”

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dades já está mapeado. O negó-cio agora é realizar. Muitas vezes,municípios estão desaparelha-dos, não têm quadro técnico ca-paz e suficiente para fazer osprojetos. Há muitos problemas.

A Copa do Mundo chegou. OBrasil perdeu a oportunidade dedesenvolver o transporte ousoube aproveitar bem o fato deo Mundial ser realizado no país?

Acho que perdemos uma boaoportunidade. Não sou dos maisotimistas e costumo dividir asobras da Copa em três grandesblocos: estádios, aeroportos e mo-bilidade urbana. Em relação aosestádios, evidentemente, todomundo sabe que ficarão prontos.Mesmo a um custo 40%, 50%,60% maior do que o previsto. O deBrasília, por exemplo, que deveria

ter custado R$ 650 milhões, vai fi-car em torno de R$ 1,3 bilhão. Sónão haveria Copa se os estádiosnão ficassem prontos. Mas ficarãocom o custo bem mais elevado ecom uma participação de recur-sos públicos bem maior do que oinicialmente previsto. Mas tenhoconvicção de que de todos os es-tádios nas 12 cidades-sede, muitosnão terão ocupação para mantero custo operacional. Pensa em umestádio para 70 mil lugares emBrasília. Eu moro em Brasília des-de o início da cidade e posso atéme equivocar. Mas acho que nãoserá ocupado, mesmo falandoque terão shows internacionaisou outras formas.

E em relação aos aero-portos?

Esses correm sério risco denão ficarem prontos a tempo. Al-guns não ficarão. Penso que osinvestimentos em aeroportos nãodeveriam ser feitos pensando emCopa. Mas sim na necessidade dopaís e da sociedade brasileira. Ademanda de passageiros cresceu150% entre 2003 e 2012. É um nú-mero muito expressivo, e os aero-portos não conseguiram acompa-nhar. Dos 20 maiores aeroportosbrasileiros, 16 estão estrangula-dos. O Ipea fez um estudo, no iní-cio de 2011, alertando que essasobras dos aeroportos, no ritmoem que estavam sendo tocadas,não ficariam prontas, que a situa-ção era alarmante. Um dos refle-xos foi que o governo fez o pro-cesso de concessão mais rapida-mente. O setor privado tem traba-

lhado 24 horas por dia tentandoterminar o investimento. Outrosinvestimentos estão a cargo daInfraero. E muitos não ficarãoprontos a tempo.

E a mobilidade urbana?O terceiro bloco é esse, da

grande promessa que nos foidada, de melhoria da mobilida-de urba na. Mas, infelizmente,as obras estão atrasadas. Oproblema ficou tão grave que aLei da Copa do Mundo autori-zou que em dias de jogos nascidades-sede seja decretadoferiado ou ponto facultativopara não se ter problemas como trânsito. A maioria das obrasde mobilidade não ficará pron-ta em nenhuma cidade. Um diaficarão, em 2017, 2018, 2019. Es-pero que um dia fiquem pron-tas. Mas não serão como foiprometido.

Então, na prática, o Brasilnão soube mesmo aproveitar aoportunidade da Copa?

Diante dos prazos que o Brasiltinha, não soubemos aproveitar.Os estádios ficarão prontos relati-vamente a tempo. Tirando isso, osaeroportos e as obras de mobilida-de deixaram a desejar. Serão úteisum dia, mas não para a Copa. A ar-gumentação do governo é que aúnica exigência da Fifa eram os es-tádios. Mas isso não é bem verda-de. O pacote que foi apresentado àsociedade brasileira, como um pa-cote da Copa, não foi entregue.Não adianta meias-verdades ago-ra na véspera da Copa. l

ciativa privada para melhorar infraestrutura

JORGE HIRATA/ECOVIAS/DIVULGAÇÃO

deral para tocar esses projetos.Por muitos anos, se deu-se priori-dade ao transporte individual ese renegou ao segundo plano otransporte coletivo. Então, agora,o Brasil acordou para a importân-cia do transporte coletivo. Masnão é fácil. Ocorrem as mesmasdificuldades em relação aos pro-jetos básico e executivo, porexemplo. São dificuldades quepostergam a intervenção.

O país está no caminho cer-to em relação ao transportede passageiros?

O diagnóstico para a questãoda mobilidade urbana já estábastante avançado, é bem co-nhecido. A questão é conseguirexecutar. Acho que o que o Brasilprecisa em termos de metrô, VLTe outras medidas nas grandes ci-

“Os planosprecisam

estimular osinvestimentosprivados emtransporte”

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MAIS TRANSPORTENISSAN/FEDEX/DIVULGAÇÃO

FORD/DIVULGAÇÃO

A Ford criou uma roupa que simulaos perigos de dirigir sob os efeitosdo álcool. A empresa desenvolveuna Alemanha a “Roupa deMotorista Embriagado”. A criaçãodemonstra as dificuldades devisão, coordenação e equilíbrioexperimentadas por quem abusado consumo de bebidas alcoólicase assume o volante de um carro.Elaborado em parceria com oInstituto Meyer-Hentschel, o trajeé composto de óculos com visãode “túnel”, tampões de orelha,pesos no pulso e no tornozelo eataduras nos cotovelos, pescoço

e joelhos. De acordo com a Ford,a indumentária torna tarefas simples, como andar em linhareta, muito mais difíceis edemonstra como uma atividademais complexa, como dirigir, éafetada pelo álcool. SegundoGundolf Meyer-Hentschel, presidente e fundador do instituto que desenvolveu o experimento, a roupa é um instrumento poderoso para reforçar a mensagem do quepode acontecer quando se dirige sob os efeitos do excesso de álcool.

Traje simula efeitos do álcool

PREVENÇÃO Ford quer alertar para os perigos de dirigir embriagado

Furgão 100% elétricoNissan e FedEx Express iniciaram, no Brasil, os testescom o Nissan e-NV200, veículocomercial leve 100% elétrico.As avaliações estão sendorealizadas no Rio de Janeiro(RJ), onde fica a sede da

montadora. Os testes fazemparte do programa global deavaliação e do programa dedesenvolvimento do veículo,concretizado conjuntamentepelas duas empresas. Foi aprimeira vez que o modelo

rodou no continente americano. O furgão seráusado como veículo deentrega pela FedEx Expresspor um mês. Após esse período,as empresas vão avaliar opotencial do modelo para a

entrega de cargas. Até omomento, a parceria viabilizoutestes com o e-NV200 noJapão, no Reino Unido e emCingapura. Em breve, avaliaçõesserão realizadas também nos Estados Unidos.

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 13

AÉREO

Para orientar passageirosque viajarão pela primeiravez de avião, e também

passageiros já experientes, aAbear (Associação Brasileira deEmpresas Aéreas) oferece o VoarMelhor – Guia do Passageiro, cominformações úteis, desde o mo-mento da compra da passagematé o desembarque no terminal.O material está disponível emformato eletrônico e pode seracessado no site da associação(www.abear.com.br).

De acordo com Adalberto Fe-beliano, consultor técnico daAbear, o objetivo do guia é forne-cer orientações que ajudem a mi-nimizar transtornos e possibilitaro melhor da experiência de voo.“Consolidamos as principais in-formações sobre o transporteaéreo para este passageiro novoque passou a viajar de avião etambém reforçamos as orienta-ções para os passageiros maisfrequentes”, explica ele.

Com uma linguagem simplese acessível, a publicação traz in-formações sobre os documen-tos obrigatórios que devem serapresentados no momento doembarque, os cuidados nas via-gens de mulheres grávidas,crianças acompanhadas ou não,pessoas com necessidades es-peciais e as regras para o trans-porte de animais.

Além disso, também são da-das orientações sobre os cuida-dos com as bagagens, detalhan-do o que pode ou não ser trans-portado na cabine da aeronave,

os produtos que devem ser des-pachados e como eles devemser acomodados, bem como asregras que os passageiros de-vem seguir, principalmente emrelação ao uso de aparelhoseletrônicos.

“Muitos passageiros nãolembram, por exemplo, de colo-car uma identificação não só naparte externa, mas tambémdentro de cada uma das malas.Em casos de extravios, essa ati-tude ajuda a identificar a baga-gem e evitar problemas maio-res”, destaca Febeliano.

O Voar Melhor ainda traz di-cas sobre a compra das passa-gens, como os horários e osdias com os melhores preços, eas regras que devem ser obser-vadas na aquisição de passa-

gens em promoção. No fim, oguia disponibiliza os contatosde todas as companhias aéreasassociadas da Abear.

Segundo o consultor, em bre-ve, a associação deve disponibi-lizar uma versão impressa doguia para a distribuição nosaeroportos, além da traduçãoem língua estrangeira e a trans-formação do mesmo em umaplicativo para celular e tablet.

InfraeroA Infraero (Empresa Brasileira

de Infraestrutura Aeroportuária)também lançou, em fevereiro,uma versão atualizada do seu“Guia do Passageiro”. A publica-ção traz informações sobre via-gens, direitos e responsabilida-des dos passageiros e das com-

panhias aéreas. O material, quechegou a sua quinta edição, estádisponível, gratuitamente, nosbalcões de informações da em-presa nos aeroportos. Além daversão impressa, o guia pode seracessado também pela internet(www.infraero.gov.br).

Neste ano, o guia traz comonovidade uma seção que esclare-ce dúvidas sobre câmbio e moe-da. As informações apresentamonde comprar moeda estrangeirano Brasil e explicam se há limitede operações com moeda em es-pécie ou cheques de viagem. Oleitor também pode consultarquais são os seus direitos em ca-so de atraso ou cancelamentodos voos. As orientações são vol-tadas tanto para viagens domés-ticas como internacionais.

Abear lança guia com orientações para passageiros

AUXÍLIO Guia traz dicas sobre todas as etapas do voo

INFRAERO/DIVULGAÇÃO

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MAIS TRANSPORTE

Faixas Exclusivas de Ônibus Urbanos –Experiências de SucessoPublicação mostra os resultados nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia da adoção de faixas exclusivas. O livro mostra que houveganhos de velocidade e melhoria daqualidade de serviço. O livro está disponível para download no sitewww.ntu.org.br

A Renault alcançou a marca de 3 milhões de motores fabricados no Brasil. A conquista foi anotada pelaprodução de mais uma unidade do motor 1.6 8V que equipa o novo Logan e a linha Sandero. A fábrica,em São José dos Pinhais (PR), foi inaugurada em 1999 e sua capacidade é de 400 mil unidades por ano.

Renault atinge 3 milhões de motores

RENAULT/DIVULGAÇÃO

Dia a Dia de um CobradorLivro relata o cotidiano do autorcomo cobrador de ônibus urbano e a sua relação com os passageiros.Livro também traz depoimentos depassageiros de ônibus que tiveramconvívio com o cobrador e aborda o tema acessibilidade.Informações de como adquirir o livro no site www.livrariaalb/suica.com ou na página do livro no Facebook

A Wilson Sons Logística vai instalar uma Eadi (EstaçãoAduaneira de Interior) naregião do Complexo deSuape, em Pernambuco. O projeto prevê a adequaçãode uma área total de 78.726metros quadrados, que inclui o porto seco e o pátio alfandegado,além do Centro Logístico

Suape, totalizando um investimento de mais de R$ 11 milhões. A empresa tem um prazo de até 18 mesespara concluir as adaptações esubmeter a área à aprovação da Receita Federal. A adequação prevê obras civis e investimentos em equipamentos modernos

e em sistemas de segurança e TI (Tecnologia da Informação). Ao fim, a Eadi Suape vai ter capacidade de movimentar 29 mil TEUs ao ano, com 16 mil posições de pallet em seu armazém e 1.255 TEUs em posições para contêiner.

Investimento no porto de Suape

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A Dicave, concessionáriaVolvo de caminhões e ônibus em Santa Catarina,ampliou o horário de atendimento nas cidades de Chapecó e Concórdia, para receber os motoristasque trafegam no períodonoturno ou com curto prazode entrega. Os serviços sãoprestados de segunda

a quinta-feira, das8h às 22h, na sexta-feira, das 8h às 21h, e sábado, das8h às 13h. “Os empresáriosestão adaptando os seus serviços para melhor atender os clientes e suas rotinas”, afirma o gerente de RecursosHumanos da Dicave, Valdemir de Mello.

Horário estendido DICAVE/DIVULGAÇÃO

GOODYEAR/DIVULGAÇÃO

SERVIÇO Novo horário para receber os motoristas

Dirigível de última geração A Goodyear apresentou anova versão de seu dirigível.Segundo a companhia, aaeronave é maior, mais rápida e tem mais dirigibili-dade que o modelo anterior.A construção teve início em

março de 2013. Peças, comoas aletas da cauda e a gôndola (área de passageiros), foram construídas na Alemanha eenviadas para montagem nosEUA. O corpo do dirigível em

forma de balão foi feito depoliéster com um filme fornecido pela DuPont™ em torno de uma estruturainterna semirrígida. O novodirigível é preenchido comhélio e tem 75 metros de

comprimento (15 metrosmaior do que os anteriores).O nome será definido a partir de um concurso com consumidores. As sugestões podem ser feitas no site da Goodyear.

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MAIS TRANSPORTE

ALIANÇA/DIVULGAÇÃO

O Primeiro Clube do Ônibus Antigo, entidade quereúne aficionados por ônibus e responsável pela exposição anual “Viver, Ver e Rever” (encontro nacional de ônibus ecaminhões antigos), lançou naweb a “Rádio Ônibus”. O objetivoé que o canal seja mais umponto de encontro dos apaixonados por ônibus, caminhões, pickups, veículos

militares e tratores antigos, além de colecionadores nacionais e internacionais, miniaturistas e empresas. A rádio vai transmitir entrevistascom personalidades do “antigomobilismo”, com registroshistóricos que permeiam a vidados fanáticos por modelos antigos.O canal está disponível no site do Primeiro Clube (www.primeiroclubedoonibusantigo.com).

A Petrobras Biocombustível promove, em Fortaleza (CE), acampanha “Óleo usado e doado,Brasil Preservado”. Em parceriacom a Coopmares (Cooperativade Catadores de MateriaisRecicláveis de Fortaleza e RegiãoMetropolitana) e com revendasda Liquigás, a subsidiária pretende incentivar o público ajuntar o óleo de cozinha e fazer adoação para a cooperativa por

meio do entregador de botijão degás. O morador também recebefolhetos explicativos sobre asvantagens ambientais e sociaisdo reaproveitamento do óleo de fritura. O material estimula opúblico a armazenar o resíduolíquido em garrafa de plástico eentregar a um colaborador dasrevendas autorizadas. Quem aderir concorre, mensalmente, auma recarga de gás de cozinha.

Rádio Ônibus Coleta de óleo

CRIATIVIDADE Produção da Aliança quer divulgar informações sobre o segmento

Filme destaca cabotagem A Aliança Navegação eLogística produziu um filmeinformativo que detalha a utilização da cabotagem noBrasil. Com pouco mais de 10minutos de duração, a produção, que recebeu o nome

de “Cabotagem Sem Segredos”,pode ser usada no ambientecorporativo, educacional e acadêmico, divulgando aimportância da atividade paraestudantes, profissionais e professores de escolas

técnicas, faculdades e universidades em todo o país.O filme pode ser visto no siteda companhia. “Com mais de7.400 km de litoral e 80% dapopulação vivendo a 200 km dacosta, a cabotagem é a alternativa

mais viável de transporte, alémde ser um modal sustentável,com baixa emissão de CO2 eque gera mais empregos queos modais concorrentes”, afirma Gustavo Costa, gerentede Cabotagem da Aliança.

Page 17: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 17

TURISMO

Ao desembarcar no aero-porto, um dos primeiroscontatos dos turistas com

as cidades se dá por meio dos ta-xistas, a quem são solicitadas asmais diversas informações: o quevisitar, como fazer, onde comer,que roteiros seguir. Para aprimo-rar esse contato e buscar a exce-lência nos serviços prestados poresses profissionais em Belo Hori-zonte (MG), o Sest Senat lançou oGuia Turístico para Taxistas. O ma-terial foi produzido e será distri-buído em parceria com a BHTrans(Empresa de Transportes e Trânsi-to de Belo Horizonte), com a Fen-cavir (Federação Nacional dos Ta-xistas e Transportadores Autôno-mos de Passageiros) e com o Sin-

cavir-MG (Sindicato dos Taxistasde Minas Gerais).

O principal objetivo da iniciati-va é aperfeiçoar o atendimentoaos turistas durante a Copa doMundo. Conforme o presidente doConselho Regional do Sest Senatem Minas Gerais, Vander Costa,“essa é uma ferramenta inéditaque surgiu da necessidade de di-vulgar mais o Estado para o Brasile para o mundo”. A previsão é queos quase 13 mil taxistas queatuam em 6,5 mil veículos autori-zados tenham acesso ao material.

O guia contém informaçõesgerais, dias e horários de funcio-namento de 36 pontos turísticosda cidade e dicas sobre atendi-mento aos clientes. Além disso,

contém um filme, em DVD, quemostra um taxista atendendo auma família que deseja conhecera capital mineira. Por meio domaterial, o profissional pode verem detalhes e incorporar mais in-formações que poderão ser re-passadas aos passageiros.

Para o presidente da BHTrans,Ramon Victor Cesar, embora o ma-terial seja feito para a Copa doMundo, deverá ter desdobramen-tos depois do Mundial. “É muito im-portante para qualificar o profis-sional, que é o cartão de visita dacidade e que pode, também, se tor-nar uma espécie de guia turístico.”

A necessidade de estar beminformado é consenso entre osprofissionais. O presidente da

Fencavir, Edgar Ferreira de Sou-sa, avalia que o guia poderáatualizar os taxistas até mesmosobre lugares que ainda não co-nhecem. “Precisamos estarprontos para atender o cresci-mento da demanda que haverános próximos meses”, comple-menta. O presidente do Sinca-vir-MG, Ricardo Luiz Faedda,concorda e diz que, apesar dasqualificações periódicas realiza-das pelos condutores, por meiodo Sest Senat, a cartilha refor-çará os conhecimentos adquiri-dos. “Nós poderemos oferecerao turista uma condição melhorde usufruir tudo que a cidadeoferece”, acrescenta.

(Natália Pianegonda)

PARTICIPAÇÃO Autoridades estiveram presentes no lançamento do guia

ARY CHEDID/AGÊNCIA UAI

Sest Senat lança guia para taxistas de Belo Horizonte

Page 18: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201418

MAIS TRANSPORTE

DIVULGAÇÃO

LEONARDO VASCONCELOS/DIVULGAÇÃO

O Centro Logístico daFerroeste, em Cascavel (PR),vai ganhar dois novos silosgraneleiros. Eles estão sendoconstruídos pela Cotriguaçu,grupo de cooperativas daregião oeste do Paraná. Oinvestimento é da ordem deR$ 39,4 milhões. O montanteserá aplicado também naampliação da capacidade dearmazenagem na área pertodo terminal ferroviário.

Segundo a Ferroeste, com asintervenções, o terminal vaiaumentar sua capacidade deestocagem em 60%, o querepresenta mais de 240 miltoneladas de grãos ou deinsumos. O investimentoconta com financiamento doBRDE (Banco Regional deDesenvolvimento do ExtremoSul). A concessionária nãoinformou o prazo para conclusão das obras.

O grupo japonês Marubeni, operador do Terlogs (Terminalde Grãos do Porto de SãoFrancisco do Sul/SC), divulgouo plano de expansão para oterminal. A ação prevê a criação de um novo píer noBerço 401, que vai permitirduplicar para até 16 milhões detoneladas a capacidade anualde embarque e desembarquedo porto em dois anos. A intervenção também vai elevar a capacidade estática de

armazenagem das atuais 107mil para 182 mil toneladas. Deacordo com o grupo Marubeni,a ampliação vai reduzir otempo de espera dos naviospara carregamento, que hoje é de aproximadamente cinco dias (considerado um dos menores do país), para omenor tempo de espera nosportos do Brasil. A companhiaafirma que o investimento deve ser realizado com capital privado.

Novos silos para a Ferroeste

Expansão no Terlogs

O Consórcio Nacional Suzukilançou o plano “Chave na Mão”.Com ele, o cliente pode adquiriro modelo Suzuki GSR125S, zeroquilômetro, com garantia decontemplação da motocicletano pagamento da quinta parce-la do financiamento. O consumidorque aderir ao plano paga ao

consórcio 36 parcelas no valorde R$ 290,22 cada. A GSR 125Spossui rodas de liga leve dealumínio, suspensão traseira agás, painel digital, motor dequatro tempos e sistema deeixo balanceador secundárioque resulta em menor vibração e ruído.

A Air France e a KLM passam a oferecer assistência em português nas mídias sociais. A partir de agora, os clientes brasileiros podem tirar dúvidassobre a viagem, o tempo de voo e a reserva de maneira rápida. A proposta das companhias édetectar os pedidos dos clientes

em menos de uma hora e forneceruma solução em menos de 24horas. No Facebook e no Twitter,os consultores Air France estãodisponíveis todos os dias dasemana, das 5h às 19h. Para aKLM, os consultores atendemtanto no Facebook quanto noTwitter, diariamente, 24 horas.

Chave na mão Atendimento em português

ESTOCAGEM Obra vai aumentar a capacidade

INVESTIMENTO Ampliação com recursos privados

Page 19: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 19

FEIRA

A3ª edição da Feira doPolo Naval, realizadaentre os dias 11 e 14 de

março, em Rio Grande (RS),reuniu mais de 22 mil visitan-tes durante os três dias doevento. A estimativa da orga-nização é de que os acordosfechados para os próximos 12meses gerem US$ 56 milhõesem negócios.

A feira teve três eventos si-multâneos. O Seminário de Di-reito, organizado pela Advoca-cia Rocha Baptista, teve umaextensa programação voltada àárea do Direito Processual, Am-biental e Aduaneiro. A organi-zação ainda proporcionou aosparticipantes uma aula de in-

glês jurídico transmitido direta-mente de Londres.

A Navtec (Conferência In-ternacional em TecnologiasNaval e Offshore), promovidapela Furg (Universidade Fe-deral do Rio Grande), deba-teu a relação com as ener-gias renováveis e a questãodo sistema energético brasi-leiro. A conferência tambémdiscutiu alternativas paragarantir que o desenvolvi-mento não seja barrado pelaquestão da energia elétrica.

As Rodadas de Negóciosdo Sebrae/RS registraram908 reuniões. De acordo coma organização da feira, 21grandes compradoras do se-

tor público e privado conhe-ceram 241 micro e pequenosempreendedores que têm in-teresse em negociar com aindústria naval. Dessas reu-niões, R$ 7,8 milhões em ex-pectativas de negócio foramprospectados.

Um dos acordos assinadosdurante a feira foi entre a Furge o estaleiro Ecovix. A empresaserá âncora do Parque Tecnoló-gico Oceantec da universidade.Com a parceria, o Ecovix passaa ser o primeiro estaleiro doBrasil a fazer parte de um polotecnológico. O parque vai ocu-par uma área de cinco hectaresdo campus da Furg.

Diversas delegações inter-

nacionais estiveram presentesao evento, como a comitiva daNoruega, que conheceu as po-tencialidades da região de RioGrande. China, Alemanha e Po-lônia também enviaram repre-sentantes.

Helle Moen, da InnovationNorway, foi uma das pales-trantes dessa edição. Ela fezuma apresentação do CentroNorueguês de Expertise Marí-timo, detalhando a história,os mecanismos de coopera-ção e um perfil do setor navalda Noruega, incluindo dadossociais e econômicos. A exe-cutiva também abordou aparticipação norueguesa naeconomia brasileira.

RESULTADOS Evento resultou em R$ 7,8 milhões em expectativas de negócios

MARCEL STREICHER/DIVULGAÇÃO

Evento celebra mais um ano de sucesso

Page 20: Criatividade, conhecimento e inovação

REPORTAGEM DE CAPA

Inteligência

Page 21: Criatividade, conhecimento e inovação

para o setor

Instituto ligado à CNT acompanhaa realidade do transporte e da

logística para identificar tendências eformar profissionais preparados para

atender às demandas do mercado

ISTOCKPHOTO

Page 22: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201422

Com foco na geraçãode novos conheci-mentos técnicos ecientíficos, o ITL (Ins-

tituto de Transporte e Logísti-ca) foi criado pela CNT, em2013, para gerar mais competi-tividade ao setor de transportee promover a formação avan-çada de profissionais em nívelacadêmico e profissional.

O instituto tem como objetivosa geração do conhecimento, oaprimoramento do capital humanoe a inovação da atividade trans-portadora, além de se transformarem um centro de referência emeducação, pesquisa e inteligênciapara o setor.

“O ITL vai elevar o nível de efi-ciência das atividades relaciona-das ao transporte, pesquisando egerando conhecimento em todosos modais, com o apoio de univer-sidades. Com a criação do institu-to, a CNT atende à necessidadepermanente de inovação e moder-nização do setor de transporte”,afirma o presidente da CNT, sena-dor Clésio Andrade.

De acordo com ele, o trabalhodo instituto vai além da formação

técnica profissional já realizadapelo Sest Senat em todo o Brasil.As ações do ITL estão voltadas pa-ra a área empresarial, para o pla-nejamento e para as discussõessobre o futuro do transporte, favo-recendo a identificação de ten-dências e estimulando a inovaçãoe o uso de novas tecnologias co-mo solução para os problemasque a atividade enfrenta.

A atuação do instituto está ba-seada em três eixos: a geração deinteligência competitiva, a gestãodo conhecimento e a implantação

da Faculdade de Tecnologia doTransporte, que vai oferecer, embreve, cursos de graduação tecno-lógica em logística e mobilidadeurbana. Entre as ações do ITL járealizadas em 2013 estão: o desen-volvimento do Programa Avança-do de Capacitação do Transporte,a criação do Núcleo de Inteligên-cia e Estratégia do Transporte e arealização do Prêmio CNT de Pro-dução Acadêmica.

O núcleo é um órgão de asses-soramento da CNT, do ITL e doSest Senat, e tem como objetivo

CAPACITAÇÃO Alunos da primeira turma do curso de especiali

“O ITL vaielevar o nívelde eficiência

das atividades

relacionadasao

transporte”

POR LIVIA CEREZOLI

SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT

Page 23: Criatividade, conhecimento e inovação

mento da expertise acadêmica eda prática empresarial. Essa inte-gração entre a academia e a ini-ciativa privada é que garante o su-cesso do instituto”, lembra ele.

De acordo com a doutora emtransporte, Adelaide dos SantosFigueiredo, pesquisadora associa-da da Universidade Católica deBrasília, essa é uma iniciativa quepode revolucionar a atividadetransportadora, porque une os co-nhecimentos acadêmicos ao setorprodutivo. “A universidade produzum volume considerável de co-

estimular a geração de conheci-mento na área de transporte e delogística, contribuindo para o au-mento do desempenho e da inte-gração operacional e estruturaldos modos de transporte rodoviá-rio, ferroviário, aquaviário e aero-viário, além da mobilidade urbana.

A composição do núcleo é for-mada por acadêmicos e pesquisa-dores em transporte, empresáriose especialistas do setor. Nos en-contros, realizados na sede daconfederação, em Brasília (DF),são discutidos diversos temas, en-

tre eles, os que auxiliam no desen-volvimento sustentável do trans-porte e da logística. Segundo Ro-drigo Vilaça, presidente da seçãode transporte ferroviário da CNT epresidente interino da ANTF (Asso-ciação Nacional dos Transporta-dores Ferroviários), o núcleo é olocal apropriado para o debate dotransporte no país, porque elepossibilitará a realização de análi-ses, de diagnósticos e de possíveissoluções. “Queremos, com essetrabalho, estabelecer um plano deatuação voltado para o alinha-

zação realizado em parceria com a FDC

“Essa é umaoportunidade

para promovera difusão do

que estásendo

produzido”

Curso capacita gestores para empresasESPECIALIZAÇÃO

Empresas de qualquer área deatuação buscam uma performan-ce operacional cada vez mais efi-ciente para garantir a competitivi-dade em seus mercados. E no se-tor de transporte isso não é dife-rente. Para atender essa deman-da, o ITL oferece o curso de espe-cialização semipresencial latosensu em Gestão de Negócios pa-ra profissionais que já atuam emempresas de transporte e de lo-gística. As aulas da primeira tur-ma tiveram início, em fevereiro,em Brasília (DF). Outras três tur-mas já têm início marcado paraabril, em Brasília, maio, em SãoPaulo (SP), e agosto, em Belo Hori-zonte (MG).

O curso, ministrado pela FDC(Fundação Dom Cabral), tem comoobjetivo contribuir para o fortale-cimento e a competitividade dosetor, qualificando profissionaispara superar os desafios atuais efuturos, além de formar um nú-cleo de especialistas capaz de dis-cutir e contribuir para as questõesemergentes do transporte.

De acordo com Tatiana Jun-queira Goulart de Aguiar, gerentede projetos da FDC, o programa

vai oferecer às empresas a opor-tunidade de darem um salto emseus processos de gestão. “Ocurso busca a alta performanceoperacional, por meio de uma vi-são crítica e analítica do setor detransporte, além de promover atroca de experiência entre osprofissionais.”

O conteúdo está dividido emtrês módulos: dimensões do in-divíduo na organização, visãosistêmica e instrumentos dagestão de negócios. A cargahorária total é de 360horas/aula. Os encontros pre-senciais são realizados a cadadois meses e têm duração deuma semana. Além disso, tam-bém são realizadas atividadesa distância, completando a car-ga horária. Para aprovação, osparticipantes devem entregarum projeto, que busca cruzaros ensinamentos teóricos epráticos, que será avaliado poruma banca examinadora.

Entre as disciplinas trabalha-das estão a visão integrada dagestão, a organização e os mode-los de gestão, a gestão da perfor-mance organizacional, a gestão

de processos, de pessoas e da co-municação, a liderança baseadaem valores, a visão integrada dacadeia de valor, a infraestrutura ea logística de transporte no Brasil,entre outras.

Para Marcelo Neder Machado,gerente de Estratégia de Opera-ções Ferroviárias da MRS Logísti-ca e aluno da primeira turma, ocurso oferece uma oportunidadeúnica de troca de experiênciasprofissionais. “No mercado, ain-da existe uma barreira de enten-dimento sobre os processos ope-racionais das diversas empresasde transporte. É claro que cadauma tem as suas particularida-des, mas os processos de gestãosão bastante semelhantes, e ocontato com outros profissionaispermite apreender o melhor decada empresa.”

Os alunos do curso são pro-fissionais que possuem poten-cial para assumir cargos de ges-tão nas empresas de transportee de logística.

Para participar, é preciso ternível superior completo e terperfil para assumir cargos de li-derança no setor.

CNT/DIVULGAÇÃO

ADELAIDE FIGUEIREDO, PESQUISADORA DA

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

Page 24: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201424

nhecimento que nem sempre é di-vulgado e aplicado nas empresas.Essa é uma grande oportunidadepara promover a difusão do queestá sendo produzido”, afirma ela.

Para o coordenador do Pro-grama de Engenharia de Trans-portes da Coppe/UFRJ (InstitutoAlberto Luiz de Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Enge-nharia da Universidade Federaldo Rio de Janeiro), Márcio de Al-meida D'Agosto, a implantaçãodo núcleo permite planejar otransporte a partir de uma visãosistêmica, formando mão de

INTEG

Programavai oferecer

212bolsas deestudos

EDUCAÇÃO• Oferta de bolsas de pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e

pós-doutorado): a ação contribui para a formação de pesquisadores e de intelectuais para o setor de transporte por meio da oferta de bolsas de estudo. As parcerias estão sendo realizadas com instituições de ensino e pesquisa consagradas no Brasil e no exterior

• Cursos de pós-graduação (lato sensu): os cursos serão ministrados em parceria com instituições de ensino para o aperfeiçoamento de gestores e executivos

• Publicações técnicas e científicas: o ITL vai promover a publicação de revistas técnicas e científicas para divulgar o conhecimento desenvolvidonas pesquisas e nos programas educacionais

EVENTOS• Seminários e palestras: realização de seminários e palestras com a participação

de especialistas para a discussão de temas de grande relevância para o setor

• Feiras e eventos de exposição: realização de feiras e eventos de exposiçãode âmbito nacional e internacional, em parceria com empresas promotoras eentidades do setor, e divulgação de novidades do setor de transportes, comonovos produtos e tecnologias

• Painéis e debates setoriais: realização de painéis e debates com a participação de especialistas do setor para identificar problemas, demandas,tendências, oportunidades, além de colaborar para a formação de uma agenda para a atividade transportadora e de logística

NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA E ESTRATÉGIA DO TRANSPORTE• Geração de conhecimento: o núcleo vai estimular a geração de

conhecimento na área de transporte e logística, com a participação de especialistas, acadêmicos e agentes decisórios do setor

• Estudos e pesquisas: participação em estudos, pesquisas, análises, diagnósticos e ações orientadas ao desenvolvimento do setor, com o objetivode cooperar para o aumento do desempenho e a integração dos sistemas

• Inteligência competitiva: o núcleo vai estimular a inteligência competitivado mercado, visando o fortalecimento das empresas, por meio de uma atuação sistêmica e integrada

• Observatório do Transporte: o ambiente representará um canal de divulgação e de troca de informações e de gestão do conhecimento pertinentes ao setor de transporte e logística

Fonte: ITL

Conheça um pouco mais sobre as propostas de atuação do instituto

PROJETOS DO ITL

Page 25: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 25

obra de qualidade para atuarnão apenas na parte operacio-nal, mas para gerir os negócios.

Entre os empresários queatuam no setor, a expectativa éque o Núcleo de Inteligência e Es-tratégia do Transporte apresente,em um futuro próximo, uma con-sistência para as questões maisurgentes que permeiam a ativida-de transportadora. “Pretendemos,com o núcleo, criar novos concei-tos para corrigir as falhas que ain-da temos na gestão e na operaçãodas nossas empresas”, destacaFlávio Benatti, presidente da Fet-

cesp (Federação das Empresas deTransporte de Carga do Estado deSão Paulo) e da seção de transpor-te de cargas da CNT.

CapacitaçãoNa área educacional, o ITL de-

senvolve o Programa Avançado deCapacitação do Transporte queoferece cursos de especialização(lato sensu) e bolsas de estudo(stricto sensu) para garantir a for-mação de mão de obra de altaperformance e o desenvolvimentode soluções para os principaisproblemas do setor.

Nesta primeira fase, 212 pes-quisadores de mestrado, de dou-torado e de pós-doutorado, de uni-versidades públicas e privadas,sem fins lucrativos, terão seusprojetos de pesquisa em transpor-te apoiados pelo ITL por meio debolsas de estudo.

A seleção dos trabalhos obede-ceu aos critérios estabelecidos noedital lançado em dezembro de2013. Os projetos foram avaliados,inicialmente, por consultores dou-tores em transporte contratadospelo ITL e, em um segundo mo-mento, pelo Núcleo de Inteligência

e Estratégia do Transporte. Os 58projetos de pesquisa aprovadosabordam temas, como infraestru-tura, planejamento e operação,transporte público, mobilidade ur-bana, logística, sustentabilidade,novas tecnologias e equipamen-tos, meio ambiente e energia, eco-nomia, regulação e gestão dotransporte.

Segundo Sérgio Ronaldo Gra-nemann, diretor do Ceftru (Cen-tro Interdisciplinar de Estudosem Transportes) da UnB (Univer-sidade de Brasília), essa é umainiciativa histórica no setor depesquisa e estudos em transpor-te no Brasil. “O financiamento deprojetos nessa área, pela iniciati-va privada, nunca aconteceu e,por isso, esse programa é tão im-portante. Além disso, sempre tra-balhamos com poucos recursospara financiar pesquisas. O en-volvimento da CNT, por meio doITL, possibilita ampliar o nossohorizonte de estudos.”

Na visão de Glen Gordon Fin-dlay, presidente da Fenamar(Federação Nacional das Agên-cias de Navegação Marítima) eda seção de transporte aqua-viário da CNT, o que será pro-duzido pelos pesquisadores de-ve contribuir para um melhorplanejamento do transportebrasileiro. “Como empresáriosdo setor, já estamos ansiosospara ter acesso aos resultados

FERNANDO SOARES/FRAME PRODUÇÕES

RAÇÃO Núcleo é formado por empresários e pesquisadores do transporte

“O financiamento

de projetosnessa área,

pela iniciativaprivada, nunca

aconteceu”

SÉRGIO RONALDO GRANEMANN, DIRETOR DO CEFTRU DA UNB

Page 26: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201426

ceria com a FDC (Fundação DomCabral), uma das mais renoma-das escolas de negócios do mun-do. As aulas da primeira turma ti-veram início em fevereiro desteano. A duração prevista do cursoé de 14 meses. Outras três tur-mas já estão formadas e aguar-dam o início das aulas (veja maisdetalhes do curso na página 23).

ValorizaçãoPara incentivar ainda mais a

lacionadas à nossa atividade”,diz o consultor técnico daAbear (Associação Brasileiradas Empresas Aéreas), Adalber-to Febeliano.

Além do financiamento deprojetos de pesquisa, o ITL tam-bém está promovendo a qualifi-cação de gestores que já atuamem empresas do setor de trans-porte e de logística com a reali-zação do curso de especializaçãoem Gestão de Negócios em par-

setor de transporte, apresen-tando demandas a serem estu-dadas, fundamentais para ainovação tecnológica.

E a iniciativa de oferecer re-cursos para o desenvolvimentode pesquisas relacionadas aosetor vai além da geração denovos conhecimentos e da apli-cação prática deles. “O nossoobjetivo é aumentar a inteli-gência em transporte, subsi-diando as políticas públicas re-

de todos esses projetos. Temosconvicção da aplicação práticadeles no dia a dia das nossasorganizações.”

A direção do ITL acreditaque essa parceria entre o setorde transporte e a academia po-de ir ainda mais além e gerarnovos objetos de estudo. Deacordo com a direção, ao finan-ciar as bolsas, o sistema podeser o indutor do desenvolvi-mento de novas pesquisas no

PESQUISA Instituto atua no desenvolvimento de novas

Instituto terá observatórioDIVULGAÇÃO

Dentro do planejamentoestratégico do ITL tambémestá prevista a criação doObservatório do Transporte,um ambiente que vai possibi-litar a disseminação do co-nhecimento gerado a partirde todas as outras ações quejá estão sendo desenvolvi-das pelo instituto.

O observatório vai reunir,em um espaço virtual den-tro da página do ITL na in-ternet, todo o material pro-duzido pelo Programa Avan-çado de Capacitação doTransporte e os resultadosdas discussões do Núcleode Inteligência e Estratégiado Transporte. O espaçotem como objetivo ser umcanal de relacionamento

entre o setor de transporte,os pesquisadores e outraspessoas que queiram discu-tir a atividade transporta-dora como um todo. Os tra-balhos e relatórios serão delivre acesso, permitindo, as-sim, ampliar o conhecimen-to sobre o setor.

Além de possibilitar con-sultas aos materiais disponí-veis, o Observatório doTransporte realizará debatespor meio de fóruns temáti-cos virtuais. Os interessadospoderão participar das dis-cussões, apresentando pro-blemas e sugerindo soluçõespara o aperfeiçoamento detodos os modais que com-põem o complexo sistema detransporte nacional.

Page 27: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 27

pesquisa e estimular a descobertade inovações que contribuam paraa melhoria da produtividade e dacompetitividade do setor de trans-porte no país, o ITL também passoua coordenar, em 2013, o Prêmio CNTde Produção Acadêmica, realizadoem parceria com a Anpet (Associa-ção Nacional de Pesquisa e Ensinoem Transportes), que está em sua18ª edição. A premiação acontecedurante o Congresso Nacional dePesquisa e Ensino em Transporte.

A cada ano, dez trabalhoscientíficos são premiados epublicados no livro “Transpor-te em Transformação” que édistribuído para as entidadesrepresentativas do setor detransporte e para as universi-dades que oferecem cursosvoltados para a área. O down-load do livro também pode serrealizado pelo site do ITL(www.itl.org.br). Os critériosde seleção dos trabalhos le-

vam em conta a originalidade,a atualidade, a relevância pa-ra a atividade transportadora,o rigor científico e a clarezanas exposições do conteúdo eda conclusão.

Entre os principais temaspresentes nos trabalhos vence-dores da edição 2013 estão a efi-ciência energética no setor detransporte, a transferência demodelos de previsão de aciden-tes nas cidades brasileiras, a

avaliação de desempenho determinais de contêiner sob o en-foque econômico-financeiro eambiental e a avaliação de dife-rentes metodologias para ob-tenção do módulo de resiliênciade misturas asfálticas.

Produção de conteúdoOutra área de atuação do ITL

é a elaboração de conteúdos emateriais didáticos para os pro-gramas de formação, de capaci-tação e de qualificação profis-sional oferecidos pelo Sest Se-nat aos trabalhadores do trans-porte em todo o país. Algunsdesses cursos integram o Prona-tec (Programa Nacional de Aces-so ao Ensino Técnico e Emprego)e o projeto Jovem Aprendiz.

Ainda na área de qualifica-ção profissional, o instituto de-senvolve ações em parceriacom o Sest Senat e o Sebrae(Serviço Brasileiro de Apoio àsMicro e Pequenas Empresas). Oprojeto Gestão de Negócios pa-ra Microempresas e para Em-preendedores Individuais doTransporte é voltado para o em-preendedor do setor de trans-porte de cargas, escolar e freta-mento e turismo. O projeto Ta-xista Nota 10 oferece cursos deidiomas (inglês e espanhol) e degestão para preparar os moto-ristas de táxis para receber osturistas que visitam o Brasil. l

INFRAERO/DIVULGAÇÃO

tecnologias para o setor, como a utilizada no aeromóvel de Porto Alegre (RS)

“O contatocom outros

profissionaispermite

apreender o melhor de cada

empresa”

MARCELO NEDER MACHADO, GERENTE DA MRS LOGÍSTICA

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201428

total de transportadores en-trevistados, 70,9% não acre-ditam em um aumento do di-namismo da economia brasi-leira em 2014.

Somente 29,1% estão otimis-tas e acham que haverá eleva-ção da taxa de crescimento doPIB (Produto Interno Bruto) em2014. No mesmo período de 2013,42,9% dos entrevistados acredi-tavam no aumento do cresci-mento econômico. Já no segun-

Os transportadores bra-sileiros – dos modaisrodoviário, aquaviárioe ferroviário – estão

menos otimistas com os rumosda economia neste ano e maisreceosos em relação à capaci-dade de gerenciamento dogoverno federal, conforme in-dica a Sondagem Expectati-vas Econômicas do Transpor-tador 2014 – Fase 1, divulgadapela CNT no fim de março. Do

do semestre do ano passado, aproporção era de 30,3%.

Segundo o presidente daCNT, senador Clésio Andrade, aexpectativa de baixo cresci-mento e a alta da inflação im-pactam os planos de investi-mentos. Na avaliação de ClésioAndrade, “esse resultado podeestar relacionado também, en-tre outros fatores, à elevaçãoda taxa de juros, à expectativade elevação do preço dos insu-

Levantamento realizado pela CNT revela que70,9% dos empresários não acreditam em

aumento do dinamismo da economiaPOR CYNTHIA CASTRO

Menosotimismo

SONDAGEM ECONÔMICA

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 29

mos e à dificuldade do gover-no federal em realizar os in-vestimentos necessários.”

Essa é a quinta vez que aconfederação realiza a avalia-ção com os empresários do se-tor nos últimos três anos. Sãofeitas duas sondagens a cadaano. O público-alvo são empre-sas de transporte rodoviário decargas e de passageiros, empre-sas de navegação marítima e in-terior e as concessionárias detransporte ferroviário de cargas.Foram entrevistados 516 trans-portadores entre 11 de janeiro e24 de fevereiro. Ao conhecer asnecessidades apontadas, a CNTconseguirá desenvolver um tra-balho mais direcionado para

promover ações que fortaleçamo setor de transporte.

O baixo investimento em in-fraestrutura de transporte preo-cupa os entrevistados e é apon-tado, em todos os modais, comouma das ações urgentes a seremtomadas pelo governo. A expec-tativa de ampliação do montan-te investido em 2014 é baixa, e49,7% dos entrevistados espe-ram por manutenção na qualida-de da infraestrutura disponível.A falta de planejamento dasações é, segundo os empresá-rios, o principal motivo para queos investimentos previstos nãosejam realizados.

A Sondagem revela que52,3% dos transportadores dis-

Boletim EconômicoSomente 5,2% dos transportadores conhecem o volume de recursos investidos, em 2013, pelo governo federal. Para sanar essa deficiência, a CNT desenvolve um trabalho mensal com o objetivo de informar os transportadores sobre dados orçamentários e macroeconômicos relevantes para a análise dos investimentos e crescimento do setor de transporte. Essesdados são apresentados nos Boletins Econômicos, divulgados emtodas as edições da revista CNT Transporte Atual e também no site www.cnt.org.br. É um acompanhamento mensal do que é autorizado e executado no país por cada modal de transporte.

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AÇÕES EMERGENCIAIS

seram ter baixo grau de confian-ça na gestão econômica do go-verno federal. Para a maior par-te deles, o menor desempenhoda economia é consequência dapolítica econômica adotada nopaís (78,9%), contra apenas20,1% que acreditam haver re-flexos de crises econômicas in-ternacionais.

Os empresários se mostraramcautelosos em relação ao desem-penho na atividade. Do total deentrevistados, 43,2% esperam teraumento na receita bruta e 33,3%disseram que haverá aumentonas contratações formais.

Nesta edição de 2014, é aprimeira vez que os transpor-tadores ferroviários partici-pam do levantamento. Elestêm a percepção de que o anoestá complicado, mas deveminvestir e estão mais otimis-tas com o volume a ser trans-portado. E, para melhorar aparticipação do modal na ma-triz, eles deixam clara sua po-sição sobre a necessidade deque os recursos pagos peloarrendamento sejam reverti-dos para a malha ferroviárianacional. A maioria das con-cessionárias de ferrovias(80%) acredita que o novomodelo de concessões ferro-viárias será menos eficiente.

Inflação e pressão nos custosPara 63,2% dos transporta-

dores, haverá aumento da in-

flação. E 49,8% consideramque a inflação tem elevado im-pacto em sua atividade, poden-do representar pressão sobreos custos e comprometer o de-sempenho do setor no ano.Diante das dificuldades, 80,2%apoiam a participação da ini-ciativa privada para a melhoriada infraestrutura.

Em relação à carga tributária,53,5% dos transportadores ro-doviários acreditam no aumentodo custo com pagamento de tri-

butos em 2014. Entretanto, paraos empresários que operam nanavegação e para as concessio-nárias ferroviárias, a expectati-va é de manutenção para 52,8%e 80%, respectivamente.

Sobre os juros, os transporta-dores acreditam na continuaçãodo processo de elevação dessa ta-xa. Após sucessivos aumentos,desde abril de 2013, a taxa básicade juros (Selic) chegou a 10,75%em fevereiro de 2014. E a expecta-tiva dos empresários do transpor-

te é de que ela ultrapasse esse va-lor até o fim do ano. Para 70,7%,os juros praticados no país terãopatamar superior ao de 2013.

Mão de obraOutro ponto relevante se re-

fere à mão de obra: 85,9% têmdificuldade em contratar mão deobra qualificada para atuar emdiversos segmentos do setor.Conforme a conclusão da Sonda-gem Econômica, esse problemaé um fator que limita a expansão

Fonte: Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2014 – Fase 1

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 31

Desonerar combustível é urgênciaMEDIDAS

O estudo da CNT tambémtraz a opinião dos empresá-rios sobre quais açõesemergenciais precisam serimplementadas pelo gover-no federal para solucionaros atuais entraves. Investi-mento em infraestrutura,desoneração do diesel, re-dução da carga tributária edesburocratização sãoquestões apontadas comourgentes para serem solu-cionadas, conforme destacao senador Clésio Andrade,presidente da CNT.

A Sondagem indica que85,1% dos entrevistadosacreditam que o preço dodiesel/bunker (combustí-vel marítimo) irá aumen-tar. Em setembro de 2013,79,3% tinham essa expec-tativa. E o ano de 2013 re-gistrou aumento no dieselde 15,62%. Deve-se consi-derar que a elevação dopreço de combustível temum impacto elevado nocusto operacional dotransporte, por ser o prin-cipal insumo.

EXPECTATIVA PARA OCRESCIMENTO DO PIB DE 2014 (%)

EXPECTATIVA PARA A TAXA DA INFLAÇÃO EM 2014 (%)

EXPECTATIVA PARA CARGA TRIBUTÁRIA POR MODAL EM 2014 (%) e compromete o desenvolvimen-to do serviço de transporte. OSest Senat vem desempenhandoum papel importante no sentidode formar e qualificar mão deobra para atuar no setor. Em fe-vereiro, foi lançado o projetoPrimeira Habilitação, que prevêhabilitação para 50 mil jovensde baixa renda. l

A pesquisa completa estádisponível no site da CNT(www.cnt.org.br).

Fonte: Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2014 – Fase 1

Fonte: Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2014 – Fase 1

Fonte: Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2014 – Fase 1

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201432

Aa eronave A-29 SuperTucano, projetada pelaEmbraer, está comple-tando dez anos de uti-

lização na FAB (Força Aérea Bra-sileira). Já foram pelo menos 99aviões entregues no Brasil e ou-tros 79 a forças aéreas de outrospaíses da América Latina, Áfricae Ásia-Pacífico, como Colômbia,Equador, República Dominicana,Mauritânia e Chile.

Uma encomenda recente foifeita pelos Estados Unidos paraser utilizada no Afeganistão. Ocontrato de US$ 500 milhõesprevê a aquisição inicial de 20aeronaves, com uma pré-autori-zação para extensão a até US$ 1bilhão. De acordo com a Em-braer, o mercado potencial paraa categoria de aviões do SuperTucano (ataque leve e treina-mento avançado), até 2025, é de344 aeronaves, no valor de US$4,1 bilhões.

Nesses dez anos, são mais de200 pedidos e mais de 170 aero-

naves entregues. O turboéliceteve seu projeto iniciado em1995, para atender uma necessi-dade da FAB de cumprimento demissões aéreas de responsabili-dade da aviação caça. Era neces-sário haver uma aeronave leve,de baixo custo operacional e quefosse capaz de realizar várias

missões armadas, com precisãonos acertos nas áreas de frontei-ra e na Amazônia brasileira, emsuporte ao Sivam (Sistema de Vi-gilância da Amazônia).

Além disso, com a fabricaçãoda aeronave, ficou evidente apossibilidade de atender umalacuna no mercado internacio-

nal militar. Segundo a Força Aé-rea Brasileira, até o início daprodução dos primeiros SuperTucanos, em 2002, não haviadisponível no mercado mundialnenhuma outra aeronave pron-ta e testada que tivesse as ca-racterísticas operacionais do A-29. E, atualmente, o avião conti-

Fronteiraprotegida

POR CYNTHIA CASTRO

AÉREO

Há dez anos na Força Aérea Brasileira, a aeronave A-29 Super Tucano opera em outros

países e contabiliza mais de 200 pedidos

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 33

nua sem um concorrente, con-forme afirma o coronel aviadorSamir Mustafá, gerente do pro-jeto AL-X, da Copac (ComissãoCoordenadora do ProgramaAeronave de Combate).

O coronel aviador consideraque esses dez anos em opera-ção na FAB representam um

bom motivo para se comemo-rar, tanto pelo sucesso no papeloperacional desempenhado noBrasil como pelo ponto de vistaeconômico e de incentivo à in-dústria brasileira. “É uma aero-nave concebida por requisiçãoda FAB, que conseguiu conquis-tar o mercado de defesa em vá-

rios países e com um potencialde exportação para muitos ou-tros. O programa é um sucessoem todos os aspectos, opera-cionalmente, no incentivo à in-dústria brasileira, na geraçãode empregos, no desenvolvi-mento de tecnologia de alto va-lor agregado”, avalia.

Entre as características rele-vantes do A-29 Super Tucano, Sa-mir Mustafá destaca o baixo cus-to de operação ao comparar comaeronaves de alta performance(os caças), a capacidade deatuar em conflitos de menor in-tensidade e a vigilância de fron-teira. “Ele foi concebido com es-

FOTOS AGÊNCIA FORÇA AÉREA/JOHNSON BARROS/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201434

sa finalidade, de interceptaraeronaves de baixa performanceno cenário da Amazônia. Um ca-ça voa muito mais rápido. E essaaeronave consegue baixar parainterceptar, consegue chegarbem perto da aeronave que estáfazendo o tráfego ilícito.”

Um grande diferencial do A-29 Super Tucano é a efetividadeno emprego dos armamentos. Éuma aeronave com alta precisãonos acertos, sendo muito eficazpara interceptar outras aerona-ves de pequeno porte. “O A-29

TESTE Pilotos da Esquadrilha da Fumaça

Esquadrilha treina com aeronaveMANOBRAS

A Esquadrilha da Fumaça,chamada oficialmente de EDA(Esquadrão de DemonstraçãoAérea), irá utilizar o A-29 Su-per Tucano em suas apresen-tações. Atualmente, a equipeestá envolvida no programade implantação da aeronave,que abrange uma série detreinamentos. O objetivo éconsolidar as manobras queserão apresentadas com ouso desse novo equipamento.

Por enquanto, nesseprocesso de desativaçãodo T-27 Tucano, estão sus-pensas as demonstraçõesda Esquadrilha, e não háuma previsão oficial sobrequando o público poderáver novamente as mano-bras. De acordo com a FAB(Força Aérea Brasileira), oA-29 Super Tucano colocao EDA no atual contextotecnológico da aviação.

“Como estamos realizandoo programa de implantaçãoda aeronave, e, atualmente,estamos envolvidos na fasede desenvolvimento de mano-bras, já podemos afirmar queo avião permite realizar acro-bacias novas que irão compora demonstração aérea”, diz aFAB por meio de sua assesso-ria de comunicação.

Entre as atividades dostreinamentos estão a realiza-ção de voos de readaptaçãodos pilotos, aulas teóricas so-

bre o A-29 e testes em simu-ladores. No ano passado, du-rante um treinamento em Pi-rassununga (SP), uma aero-nave caiu e os dois ocupan-tes morreram. A Força Aéreadisse que aguarda o relatóriodo Cenipa (Centro de Investi-gação e Prevenção de Aci-dentes Aeronáuticos) paraemitir algum parecer a res-peito do assunto. Mas, deacordo com a FAB, “a segu-rança é um fator essencialpara qualquer tipo de ativida-de realizada no Esquadrão”.

As demonstrações acon-tecem com formações queenvolvem sete aeronaves.Criada oficialmente em1952, a Esquadrilha da Fu-maça é responsável pela di-vulgação da FAB em territó-rios nacional e internacio-nal. Composta por 13 pilo-tos, realiza, em média, cemdemonstrações ao ano.

Em cada uma delas, o pú-blico pode acompanhar maisde 50 acrobacias de alta per-formance, que incluem o voode dorso (com o avião de ca-beça para baixo), especialida-de da equipe.

A reportagem da revistaCNT Transporte Atual já es-teve na sede da Esquadrilhada Fumaça, em Pirassunun-ga. Leia na edição nº 173, dejaneiro de 2010.

Envergadura: 11,14 m

Comprimento: 11,30 m

Altura: 3,97 m

Peso vazio: 3.200 kg

Peso máximo de decolagem: 5.400 kg

Carga de combate máxima: 1.550 kg(cargas externas/munições)

Tripulação: 1 piloto no monoposto ou 2(1 piloto + 1 operador de sistemas/aluno)no biposto

Velocidade máxima nivelada: 590 km/h(é a velocidade máxima atingida pelaaeronave quando estiver voando numdeterminado nível)

Velocidade de cruzeiro: 520 km/h (velocidade em que ocorre o melhoraproveitamento entre desempenho econsumo de combustível)

Velocidade de estol: 148 km/h (velocidade mínima a ser atingida antesque haja diminuição da sustentação daaeronave)

Autonomia: 3,4 h (combustível interno)e 8,4 h (com tanques externos)

Raio de combate: 550 km

Fonte: www.esquadrilhadafumaca.com.br

Saiba mais sobre o turboélice A-29 Super Tucano

FICHA TÉCNICA

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 35

chegou como uma aeronave quepode operar em vários perfis,com uma gama variada de arma-mentos e configurações múlti-plas que lhe permitem realizarmissões de emprego ar-solo,lançando bombas inteligentesou convencionais, além de fo-guetes diversos. Tudo com preci-são de metros ou, até mesmo, decentímetros. Além das missõesde emprego ar-ar, de intercepta-ção de aeronaves de baixo de-sempenho ou de helicópteros”,informa o coronel aviador.

Na América do Sul, o A-29 Su-per Tucano tem sido muito utili-zado contra a atuação de guer-rilheiros, narcotraficantes econtrabandistas. De acordo coma FAB, em algumas operações,são realizadas missões de ata-que ao solo para lançar bombasem pistas clandestinas, princi-palmente na região amazônica,com o objetivo de interditá-lase dificultar a incidência doschamados tráfegos ilícitos noespaço aéreo brasileiro.

A aeronave também é utiliza-

rísticas do A-29 Super Tucanopara os objetivos propostos noprojeto inicial, dizendo que aaeronave é preparada paraoperação em ambientes inóspi-tos e sob condições rústicas,onde há pouca infraestruturade apoio. “É capaz de realizarmissões de contrainsurgência,reconhecimento aéreo e apoioa tropas terrestres. Oferecemais de 130 configurações dearmamentos comprovadas eoperacionais”, diz a EmpresaBrasileira de Aeronáutica. l

da nas missões de treinamento,preparando os pilotos para queeles consigam prosseguir paraoutros esquadrões da aviaçãode caça. E, durante grandeseventos, como a Copa do Mundoque será realizada no Brasil, oavião atua para monitorar o es-paço aéreo. A proposta é asse-gurar que qualquer aeronaveque esteja entrando de maneirairregular no espaço aéreo brasi-leiro possa ser interceptada.

A fabricante Embraer refor-çou a importância das caracte-

treinam com o A-29 Super Tucano; por enquanto, demonstrações estão suspensas

NOVIDADE Acrobacias novas vão compor apresentações da Fumaça

AMAZÔNIA A-29 protege espaço aéreo contra tráfego ilícito

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201436

Equipamentos para con-trole de temperatura,baús refrigerados eembalagens especiais.

Esses são apenas alguns itensque envolvem a logística dotransporte de medicamentos. Aatividade segue resoluções de-terminadas pela Anvisa (Agên-cia Nacional de Vigilância Sani-tária). As especificidades dessetipo de transporte estimularam

os operadores brasileiros a bus-car o máximo de eficiência parao manuseio, o acondicionamen-to e a condução dos produtosfarmoquímicos.

A Anvisa, por meio de sua as-sessoria de imprensa, afirmaque toda a cadeia de medica-mentos, desde a fabricação atéa aquisição pelo consumidor, in-cluindo o transporte, é reguladapela agência. Todas as empre-

sas envolvidas na armazena-gem e no transporte de medica-mentos devem possuir autoriza-ção da Anvisa para operar.

De acordo com o órgão, tam-bém é exigida uma licença sani-tária, expedida pela autoridadesanitária local competente.

As transportadoras de medi-camentos devem cumprir com osrequisitos previstos na portarianº 1.052, de 1998, e ainda com as

condições aplicáveis de BoasPráticas de Distribuição, previs-tas na portaria nº 802, tambémde 1998. A primeira define a do-cumentação necessária para ha-bilitar a empresa a exercer a ati-vidade de transporte de produtosfarmacêuticos e farmoquímicos,sujeitos à vigilância sanitária.

Além das duas portarias,as transportadoras tambémdevem se adequar ao que es-tá previsto na portaria nº 344de maio de 1998. Essa deter-mina o regulamento técnicoobrigatório para substânciase medicamentos sujeitos acontrole especial.

O documento concede àsempresas habilitadas o direitode exercer atividades de extra-ção, produção, transformação,fabricação, fracionamento, ma-nipulação, embalagem, distri-buição, transporte, reembala-gem, importação e exportaçãodas substâncias farmoquímicas,bem como dos medicamentosque tais substâncias contêm.

Jair Calixto, gerente de BoasPráticas e Auditorias do Sindus-farma (Sindicato da Indústria deProdutos Farmacêuticos no Es-tado de São Paulo), afirma que osetor necessita de uma “resolu-ção consolidada” para o trans-porte de medicamentos.

Operaçãocuidadosa

POR LETICIA SIMÕES

CARGA ESPECIAL

Transporte de medicamentos exige cuidadosextras, como o uso de equipamentos para

controle de temperatura e baús refrigerados

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 37

“Existe uma expectativa deque a Anvisa realize, este ano,ou em 2015, uma revisão dasportarias para incluir todas asnormativas em um só docu-mento”, diz Calixto.

A assessoria de imprensada Anvisa não confirmou se aagência pretende executaressa mudança.

Apesar de defender uma re-gra geral para o transporte de

medicamentos, o dirigente dizque o transportador conhece to-dos os requisitos necessáriospara a atividade. “A indústriafarmoquímica exige excelênciado operador logístico no manu-seio e no transporte desses pro-dutos. As condições para esse ti-po de carga forçam essa norma-tização que é requerida pelomercado de medicamentos.”

Geraldo Monteiro, diretor

executivo da Abradilan (Asso-ciação Brasileira dos Distri-buidores de Laboratórios Na-cionais), afirma que tanto otransportador que quer en-trar no mercado de medica-mentos como aquele que jáatua no setor têm plena cons-ciência das regras determina-das. “Os distribuidores de me-dicamentos no Brasil são100% terceirizados e aten-

dem às exigências, além deconhecer o ramo de negócio.”

Segundo o dirigente, o operadorespecializado nesse tipo de trans-porte é preparado para atender aosegmento. “Esse nicho de negóciolida com produtos que demandamcuidados especiais, como os indica-dos para diabéticos. O operador lo-gístico tem a infraestrutura ade-quada para todos os artigos que re-querem tais especificidades.”

ATIVA LOGÍSTICA/DIVULGAÇÃO

Page 38: Criatividade, conhecimento e inovação

volvendo cargas médicas desta-cam-se a aplicação das Boas Prá-ticas e a exigência de contarcom um farmacêutico responsá-vel na atividade.

“A principal implicaçãodesse tipo de transporte serefere ao controle de tempe-ratura e vibração. Longas dis-tâncias podem ter impactonesses quesitos, sendo preci-so ainda considerar o shelf-li-fe (validade dos produtos).Distâncias maiores para essetipo de transporte podem exi-

O especialista em logísticaEdson Carillo, membro da Abra-log (Associação Brasileira deLogística), consultor e professorda FGV (Fundação Getúlio Var-gas), diz que a resolução RDC nº25, de março de 2007, que dis-põe sobre a terceirização da ar-mazenagem de medicamentos,também orienta o operador lo-gístico para o negócio, além denormatizar as condições de ar-mazenamento desses produtos.

Para Carillo, entre os diferen-ciais da operação logística en-

CUIDADOS Produtos médicos exigem

Adaptação para operar

RESTRIÇÕES

O transporte de cargasmédicas também tem de li-dar com as restrições detráfego em alguns centros.Essa necessidade fez comque os transportadores seadaptassem e, de acordocom o setor, ela não afeta aoperação a ponto de preju-dicar a logística.

O especialista em logísticaEdson Carillo, membro daAbralog, consultor e professorda FGV, afirma que os operado-res logísticos têm a possibili-dade de conseguir a liberaçãode políticas de restrição detráfego, com a dispensa do ro-dízio municipal, como aconte-ce em São Paulo, por exemplo.“Não se trata de uma isençãoautomática. É preciso solicitá-la junto ao órgão municipalresponsável pela liberação.”

De acordo com o gerentede Boas Práticas e Auditoriasdo Sindusfarma, Jair Calixto,as empresas trabalham comum redimensionamento deprofissionais para lidar com asrestrições que limitam os ho-rários de entrega.

A medida, segundo ele, au-menta o custo da operação pa-ra toda a cadeia, incluindotambém a indústria farmacêu-tica. “Redefinir rotas pode seruma saída. Contudo, a alterna-tiva mais viável seria uma in-fraestrutura voltada para amultimodalidade para permitira redução do custo de trans-porte para o negócio.”

Para Sonja Helena Mace-do, gerente Farma da AtivaLogística, as empresastransportadoras contamcom frota adaptada para asexigências de restrição.

Marcelo Nicioli, gerente deproduto Truck & Trailer paraAmérica Latina da ThermoKing, fabricante de equipa-mentos de refrigeração paraa cadeia logística, afirma queos VUCs são os modelos utili-zados pelos operadores paraa entrega de medicamentosquando há restrição de tráfe-go para caminhões e mode-los similares.

O gerente alerta que, ca-so o planejamento do trans-porte não seja eficiente, aconservação da carga médi-ca pode ser afetada, quandose trata dos VUCs. “Normal-mente esses veículos pos-suem equipamentos de re-frigeração que dependem domotor diesel. Com a baixarotação dos motores, o con-trole de temperatura ficaafetado, uma vez que o com-pressor do equipamento querefrigera a carga é acopladoao motor.”

Nicioli destaca que a cor-reta escolha do equipamentode refrigeração para cadaaplicação e para cada tipo deoperação é fundamental.

Segundo ele, alguns fa-tores, como quantidade deentregas, tempo de abertu-ra de portas na entrega, ti-po de produto transporta-do, isolamento térmico eacabamento da carroceria,tempo de espera para cargae descarga e a temperaturaexigida para a conservaçãodo produto, devem ser con-siderados levando em contao equipamento de refrige-ração adequado e o modelode carroceria que melhor seadeque à operação.

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 39

gir o uso do modo aéreo”, dizCarillo. De acordo com o espe-cialista, para percursos comdistâncias a partir de 400 km,o ideal é que a carga sejatransportada por avião.

A norte-americana ThermoKing, fabricante de equipamen-tos de refrigeração para a ca-deia logística, atua no Brasil há40 anos. Marcelo Nicioli, geren-te de produto Truck & Trailer pa-ra América Latina, afirma que ocontrole preciso de temperatu-ra é um fator de extrema impor-

tância no segmento farmacêuti-co. “Para manter a qualidade e aintegridade de produtos médi-cos e biológicos durante otransporte, o operador devecontar com equipamentos paracontrole de temperatura.”

Segundo Nicioli, um dosequipamentos utilizados pelastransportadoras é uma espéciede “minicontêiner” ou “freezermóvel”, que se aplica em vansou caminhões.

Esse tipo de peça é comumno transporte de vacinas. “Para

caminhões, vans e VUCs (Veícu-lo Urbano de Carga), que pos-suem baús com paredes isola-das e requerem preparação es-pecial para instalação dessescomponentes, existe uma gamade equipamentos de refrigera-ção disponíveis.”

Ele destaca que, para asse-gurar a qualidade de exames clí-nicos, matérias-primas, vacinase outros medicamentos, é im-portante que o transportadorobedeça as recomendações for-necidas pelos fabricantes. “Em

geral, essas indicações têm aver com a temperatura e a umi-dade do local onde está ou seráarmazenado o produto.”

De acordo com o gerente,existe uma demanda impor-tante para medicamentossensíveis ao calor, que devemser acondicionados a tempe-raturas de 15° C a 30° C. “Ou-tros necessitam de conserva-ção em ambiente congelado,como os hemoderivados. Háos medicamentos que neces-sitam de ambiente refrigera-

armazenamento especial, como o que a Ativa Logística oferece a seus clientes

ATIVA LOGÍSTICA/DIVULGAÇÃO

• O operador logístico da cadeia de medicamentos deve ter autorização da

Anvisa e licença de funcionamento da Autoridade Sanitária local para operar

• É necessária a contratação de um farmacêutico responsável para fiscalizar o

manuseio e o acondicionamento dos produtos nos armazéns

• Avaliar todo o processo detalhadamente para garantir a conservação do

produto, como:

- Quantidade de entregas

- Tempo de abertura de portas na entrega

- Tipo de produto transportado

- Isolamento térmico e acabamento da carroceria

- Tempo de espera para carga e descarga

- Temperatura exigida para cada tipo de produto a ser transportado

- Armazéns com estrutura adequada às normas de armazenagem de produtos

farmoquímicos

- Frota adaptada com equipamentos para controle de temperatura

- Frota disponível para entregas em áreas com restrição de tráfego

DICAS PARA O TRANSPORTEDE CARGA MÉDICA

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201440

priado desses produtos. Nessaquestão, a responsabilidade écompartilhada entre o fabri-cante, o distribuidor, o arma-zenador e o transportador.”

A Thermo King oferece trei-namento de boas práticas dedistribuição às transportadorase para todos os membros daequipe de logística dos opera-dores logísticos, desde os cola-boradores da área de qualidadeaos motoristas.

O treinamento abrange no-ções de carregamento, a cadeiado frio (transporte refrigerado)e a distribuição de produtos. “Oobjetivo é que o transportadorpossa aproveitar todos os re-cursos do equipamento adquiri-do e também estar seguro desua operação”, diz Nicioli.

Para Calixto, do Sindusfar-ma, a cadeia logística de medi-camentos deve contar comconstante aprimoramento deseus processos. Segundo ele, épreciso integrar os agentesdessa operação.

“O transporte nacional temmuitas falhas, como a precarie-dade das rodovias e a falta desegurança. Um país com dimen-sões continentais precisa ter in-termodalidade. Para longos per-cursos, o caminhão não é viávelnem para o produto farmacêuti-co, nem para o custo de opera-ção do distribuidor.” l

De acordo com Sonja, por seruma atividade muito específica,o uso de embalagens especiaisé essencial, desde a saída da fá-brica até sua venda no varejo.

Nicioli, da Thermo King, afir-ma que o fabricante é o respon-sável pela embalagem inicialdos produtos que, normalmen-te, exigem determinadas condi-ções específicas para o acondi-cionamento, conforme suas ca-racterísticas. “Porém, toda ca-deia tem sua responsabilidadepelo acondicionamento apro-

os termolábeis (sensíveis àscondições extremas de tempe-ratura) e os controlados pelaportaria nº 344 requerem segu-rança extrema durante o traje-to até a entrega final. “As em-presas de logística, em suamaioria, manuseiam diretamen-te as embalagens, seja em nívelterciário ou secundário. As em-balagens especiais são aplica-das em produtos de cadeia fria(termolábeis) para garantir aconservação adequada em todoo processo logístico.”

do, como vacinas e insulinas,entre 2° C a 8° C, e os que re-querem ambiente resfriado,entre 8° C e 15° C.”

Sonja Helena Macedo, geren-te Farma da Ativa Logística,operadora da área de medica-mentos, define a atividade co-mo “exigente”. “Os produtos re-querem condições adequadasde conservação, segurança eatendimento aos prazos de en-trega. São cargas muitas vezesurgentes”, diz.

Segundo ela, produtos como

CUIDADOS Refrigeração da Thermo King acoplada a um caminhão

THERMO KING/DIVULGAÇÃO

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MEDALHA JK

Adedicação à atividadetransportadora, seja naárea de cargas ou depassageiros, foi reco-

nhecida pela CNT durante a entre-ga da Medalha JK – Ordem do Mé-rito do Transporte Brasileiro nodia 12 de março. Dezoito persona-lidades que atuam nos diferentesmodais, em todas as regiões, fo-ram homenageadas na sede daconfederação em Brasília.

Durante a solenidade, o pre-sidente da CNT, senador ClésioAndrade, destacou a importânciado trabalho desses profissionaispara o fortalecimento de um se-tor tão essencial para o país. Clé-sio também ressaltou que essestrabalhadores do transporte,grande parte deles empresários,contribuem para a melhoria daatuação da Confederação.

“Estamos aqui na casa dotransportador brasileiro. Hoje, aCNT faz uma homenagem a pes-soas importantes que tiveram,de alguma forma, participaçãodecisiva no que a CNT é hoje. Aolongo de todos esses anos, aConfederação tem desempenha-do um papel importante, atuandofortemente nos grandes debates

que envolvem o setor, realizandopesquisas, como o Plano CNT deTransporte e Logística. Estamoshomenageando pessoas que aju-daram a construir tudo isso”, dis-se Clésio Andrade.

Também foi destaque, durantea solenidade, a atuação do Sest Se-nat na formação e qualificação dostrabalhadores. Em fevereiro, foilançado o projeto Primeira Habili-tação para o Transporte, que forne-ce de forma gratuita o processopara a retirada da primeira carteiraa jovens de baixa renda. O objetivo

é incentivar a formação de novosmotoristas para suprir uma de-manda existente.

Neste ano, a maior homena-gem da Medalha JK, na categoriaGrã-Cruz, foi feita ao vice-presi-dente da CNT, Meton Soares, queatua no transporte aquaviário eé conselheiro da Fenavega (Fe-deração Nacional das Empresasde Navegação Marítima, Fluvial,Lacustre e de Tráfego Portuário).“Quero exprimir minha extraor-dinária gratidão aos transporta-dores brasileiros.”

Meton Soares também falousobre a luta da CNT para que o paísinvista em infraestrutura, permitin-do um transporte de maior quali-dade no Brasil. “A CNT tem se des-tacado como principal interlocutorpara o fortalecimento do setortransportador e, portanto, comoagente do desenvolvimento econô-mico e social do país.”

A revista CNT TransporteAtual perguntou aos agraciadosquais as prioridades nas áreasem que eles atuam. Leia a seguir.

Trabalho dedicado aosetor de transporte

POR CYNTHIA CASTRO

DEFINIÇÃO Dezoito personalidades que atuam no setor transportador foram homenageadas em Brasília

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201444

FOTOS FERNANDO SOARES/FRAME PRODUÇÕES

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“OBrasil precisa de tanta coisa. Tem devoltar os olhos verdadeiramente para

o transporte. Não adianta haver um volume dedotação orçamentária e, no fim, investir 10%ou 20% em transporte. Precisa ter um sistemade navegação que coloque o produto doexportador brasileiro a preços competitivos.Precisa ter cabotagem. Precisa de estradas em condições de se fazer um transporterodoviário seguro. Os aeroportos têm de estarcondizentes com o movimento”

Grã-Cruz - Meton Soares JúniorConselheiro da Fenavega (Federação Nacional das

Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e deTráfego Portuário), vice-presidente da CNT, conselheiro da

Associação Comercial do Rio de Janeiro e daConfederação Nacional do Comércio

“P recisamos de estradas de maior qualidade,que gerem maior segurança e menor custo

operacional. Também precisamos melhorar a qualidade dos terminais rodoviários. Eles nãorecebem a atenção das autoridades como temocorrido em relação aos aeroportos. Há algumasorganizações privadas procurando desenvolverum trabalho importante, mas muitas pessoasainda se referem às rodoviárias de forma pejorativa. Esses terminais são importantes paraoferecer ao passageiro a sensação de conforto”

Grande Oficial - Cláudio NelsonCalhau Rodrigues de AbreuDiretor da Viação Santa Cruz, em Mogi Mirim (SP), vice-presidente do Sindicato das Empresas deTransportes de Passageiros do Estado de São Paulo evice-presidente da Abrati (Associação Brasileira dasEmpresas de Transporte Terrestre de Passageiros)

Meton Soares (Grã-Cruz) e o presidente da CNT, senador Clésio Andrade

Cláudio Nelson (Grande Oficial) e José Luiz Santolin, superintendente da Abrati

Voltar os olhos para o transporte

Mais atenção aos terminais rodoviários

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 45

De que o Brasil precisa para se desenvolver?

Page 46: Criatividade, conhecimento e inovação

MEDALHA JK

De que o Brasil precisa para se desenvolver?

“Énecessário mais infraestrutura, especialmente nas rodovias, e uma

carga tributária mais justa, menos onerosa emenos complexa. O país é muito grande. E hádiversas legislações espalhadas pelos Estados,de forma diferente, em relação ao ICMS, o PISe o Cofins. A apuração é difícil. Imagina a complexidade da carga tributária de uma carreta que sai de São Paulo e vai paraFortaleza. Acaba ficando muito tempo parada na fiscalização. Tem que descomplicar e manter a desoneração da folha de pagamento”

Grande Oficial - Adriano Depentor Diretor da Fetcesp (Federação das Empresas de Transporte

de Carga do Estado de São Paulo) e da NTC&Logística(Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística).

Presidente da Jamef Transportes LtdaAdriano Depentor (Grande Oficial) e Flávio Benatti,presidente da seção de Transporte de Cargas da CNT

Menor carga tributária

“Falta compreensão da estrutura e daimportância do transporte como

agente da economia. É preciso promover odesenvolvimento da intermodalidade, fazer aintegração. Falta ao setor público uma visãosistêmica, pensar na importância de cada umdos modais e na articulação entre eles. Paraisso, precisa investimento do Estado. Tem demelhorar a gestão dos recursos. Infelizmente, no Brasil, gasta-se muito e aproveita-se pouco.Tem de haver formação, e o Sest Senat realizaum importante trabalho nesse sentido”

Grande Oficial - Aristides França NetoFormado em Comunicação Social e Sociologia. É assessor da presidência da CNT e participou da criação do Sest Senat

Visão sistêmica

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201446

Aristides França (Grande Oficial) e Newton Gibson,vice-presidente da CNT para Transporte de Cargas

Page 47: Criatividade, conhecimento e inovação

“A renovação da frota é o que eu maisquero que aconteça. Tem de melhorar a

situação dos caminhoneiros autônomos. Ogoverno precisa diminuir o preço para oscaminhoneiros e facilitar o acesso ao crédito.É uma situação muito complicada. Osautônomos são sofredores, têm caminhõescom mais de 35 anos. E não é porque querem.Eles não têm condições de ter um caminhãonovo. Dormem à beira de estrada, sem área de apoio, correndo risco. Precisa ter um olhar para essa categoria”

Grande Oficial - Delso Guimarães Bellas

Presidente da Fecam (Federação dos CaminhoneirosAutônomos do Estado do Rio de Janeiro) e fundador doSindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de

Araruama (RJ)

“P recisamos aprimorar a logística. Issopassa por uma utilização maior de outros

modais mais eficientes: hidrovia e ferrovia.Precisamos ter participação maior do setorhidroviário. Temos como ter e com baixo custode investimento. Temos grandes rios quechegam à parte produtora do Brasil. A Antaq é a agência reguladora e trabalhamos para esse fomento. Mas não basta só investir nanavegação interior. Temos a cultura dorodoviário e precisamos tirar as amarras queatrapalham a utilização da multimodalidade”

Grande Oficial - Adalberto TokarskiSuperintendente de Navegação Interior da Antaq (AgênciaNacional de Transportes Aquaviários)

Renovação de frota

Aprimorar a logística

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 47

Adalberto Tokarski (Grande Oficial) e RaimundoHolanda Cavalcante, presidente da Fenavega

Delso Guimarães (Grande Oficial) e José da Fonseca, presidente daseção de Transportadores Autônomos, de Pessoas e de Bens da CNT

Page 48: Criatividade, conhecimento e inovação

MEDALHA JK

De que o Brasil precisa para se desenvolver?

“Em relação ao transporte ferroviário depassageiros, estamos muito incipientes

ao compararmos com a situação de outrospaíses. As cidades estão com as malhas viáriascada vez mais caóticas. A única saída é otransporte sobre trilhos – mais rápido, maisseguro e menos poluente. E é muito impor-tante para o desenvolvimento das cidades.Nosso apelo é para que ocorra a desoneraçãoda energia. E que isso possa ser convertidopara investimentos no setor”

Grande Oficial - João Gouveia Ferrão Neto

Diretor de operações da SuperVia, empresa concessionáriade transporte ferroviário metropolitano do Rio de Janeiro e

diretor técnico da ANPTrilhos (Associação Nacional dosTransportadores de Passageiros sobre Trilhos)

Transporte sobre trilhos

“P recisa de disposição política e social parapriorizar o transporte coletivo em dois

aspectos fundamentais: prioridade de acesso nasvias públicas e prioridade orçamentária. O Brasilé um país que tem muito dinheiro, mas investemal, e não atende, muitas vezes, as demandas.Querem que todo investimento recaia sobre aspassagens. É necessário ter disposição políticade priorização do transporte coletivo em termosorçamentários. Somente a passagem não suporta os custos, e os ônibus não podem disputar espaço com veículos particulares”

Oficial -Dimas Humberto Silva Barreira

Diretor-presidente do Sindiônibus (Sindicato Patronal dasEmpresas de Transportes de Passageiros de Fortaleza/

CE), vice-presidente da Cepimar (Federação das Empresasde Transportes Rodoviários dos Estados do Ceará, Piauí eMaranhão) e diretor operacional da Auto Viação São José

Prioridade orçamentária

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201448

João Gouveia (Grande Oficial) e Rodrigo Vilaça, presidente da seção de Transporte Ferroviário da CNT

Dimas Barreira (Oficial) e Eurico Galhardi, presidente do Conselho Diretor da NTU

Page 49: Criatividade, conhecimento e inovação

“Falta mais investimento na área detransporte. Tanto investimento do

governo como da iniciativa privada. Faltatambém mão de obra qualificada para

atuar no transporte e no turismo, comomotorista, guia. O Brasil precisa investir nisso, oferecer maior mão de obra trabalhadora. As unidades do Sest Senat têm um papel muito importante nessa formação na área do transporte”

Oficial - José Medeiros Atua no transporte urbano e interestadual e também em

turismo, no Nordeste. Fundou a empresa Taguatur

“O transporte, como qualquer negócio,passa por suas fases difíceis. Hoje

estamos atravessando uma fase difícil, comtodos esses problemas que têm acontecido. Mas acho que a tendência é melhorar. Nossos dirigentes vão colocar os olhos sobre o transporte. As autoridades têm que investir na infraestrutura de mobilidade e em todas as coisas que são realmente necessárias. Tem que priorizar o transporte público, com vias e mais condições de poder operar”

Oficial - Adilson Nunes Tamanqueira Diretor-presidente da Transportadora Arsenal Ltda., emBelém (PA), e associado do Sindicato das Empresas de

Transportes de Passageiros de Belém

Mão de obra qualificada

Adilson Nunes (Oficial) e Mário Martins Júnior, diretor do Sest Senat de Belém

Priorização do transporte público

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 49

José Medeiros (Oficial) e Otávio Cunha, vice-presidenteda seção de Transporte de Passageiros da CNT

Page 50: Criatividade, conhecimento e inovação

MEDALHA JK

De que o Brasil precisa para se desenvolver?

“E stá faltando maior infraestrutura dogoverno federal em termo de rodovia

e transporte fluvial e ferroviário. Trabalharpela intermodalidade, trabalhar as longas distâncias. Tem algumas ações que só o governo federal teria como resolver. As ferrovias precisam interligar mais asregiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O transporte precisa se tornar mais prático.Falta integração dos modais em todas asregiões. Tem havido investimento, mas é preciso muito mais”

Oficial - Luciano Vieira de Farias Sócio titular da empresa de transporte de cargas AutoViação Santa Luíza em Alagoas. É presidente do Setcal

(Sindicato das Empresas de Transporte deCargas e Logística do Estado de Alagoas)

Integração dos modais

“Aquestão prioritária é considerar o transporte um segmento imprescindível

ao desenvolvimento. Durante anos, o transporteficou segregado do processo econômico. Agora,as lideranças do setor estão conseguindo inseriro segmento na pauta do poder público. Isso éimportante para que as reivindicações do setorque carrega as riquezas do país e o nosso povopossam merecer o olhar do governo federal. Há questões burocráticas e políticas públicasequivocadas que não possibilitam o ingresso do transporte de maneira satisfatória na pauta econômica”

Oficial - Flávio Henrique Ramos dos Santos

Assessor jurídico da Fetracan (Federação das Empresasde Transporte de Cargas e Logística do Nordeste) e da

ABTC (Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Cargas e Logística)Flávio Henrique (Oficial) e Newton Gibson, vice-presidente da CNT para Transporte de Cargas

Estar na pauta do poder público

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201450

Luciano Vieira (Oficial) e Newton Gibson, vice-presidente da CNT para Transporte de Cargas

Page 51: Criatividade, conhecimento e inovação

“Devemos melhorar bastante as rodovias do país, que estão em

uma situação muito ruim. Os acessos aos portos também precisam de investimentos,pois temos dificuldades de entrar e sairdessas áreas. Mas acho que as rodovias estãocaóticas. O pavimento precisa melhorar, asinalização e a organização. Na região Sul, tem muito engarrafamento. As duplicaçõesprecisam acelerar. Toda essa situação ruimgera custos adicionais muito grandes”

Oficial - Rui Acácio Lima Fundador da Lima e Lima Transportes Ltda.,

empresa pioneira no transporte de granéis de silo em Santa Catarina

“O s políticos e o governo teriam que termais seriedade e investir mais na área

de transporte, principalmente na malharodoviária. O estado de muitas rodovias é preocupante. São muitos buracos, estradas sem acostamento, sem sinalização. As rodoviasprecisam de mais pontos de parada para que os motoristas possam descansar e atender à legislação. A maioria deles fica hoje parada em locais não apropriados. O pedágio é umasolução. Pode ser caro, mas acaba compensando”

Oficial - Luís Antônio da Silva Presidente do Sindicato dos Condutores Autônomos de

Veículos Rodoviários de Catanduva e Região (SP) e sócioproprietário do Grupo Silva, que atua no segmento de

transporte rodoviário de cargas e de passageiros

Duplicação de rodovias

Luís Antônio (Oficial) e Luiz Maldonado (presidente da Federaçãodos Taxistas e Transportadores Autônomos do Paraná)

Pontos de parada nas estradas

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 51

Rui Acácio (Oficial) e Pedro Lopes, vice-presidenteda seção de Transporte de Cargas da CNT

Page 52: Criatividade, conhecimento e inovação

MEDALHA JK

De que o Brasil

“Amelhoria das estradas é muito importante. E o preço do combustível

é muito alto. Os táxis acabam tendo, muitasvezes, uma tarifa elevada para os usuáriosdevido ao fato de o combustível ser uminsumo muito caro. O álcool, que é um combustível renovável, poderia ser uma boa solução, mas também tem preço alto. Osmotoristas de caminhão também precisam deum auxílio para renovar a frota e melhorar asituação. Eles lutam com muita dificuldade”

Oficial - Mario Costa Membro e um dos fundadores do Sincaver (Sindicato dosCondutores Autônomos de Veículos Rodoviários de Santa

Maria), do Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas de Santa Maria)e da Coopaver (Cooperativa dos Condutores Autônomos de

Veículos de Santa Maria) no Rio Grande do Sul

Mario Costa (Oficial) e Moacir da Silva (presidente da Coopaver)

Reduzir o preço do combustível

“No setor marítimo, precisa investir em dragagem. No porto de Alagoas, está

havendo um assoreamento. Não temos a profundidade necessária para as embarcações.Sempre estamos esperando as verbas, mas vemum ministro, daí a pouco troca. Não tem umacontinuidade. Essa questão de dragagem está muito atrasada em muitos portos. E o produto brasileiro acaba perdendo competitividade. Também é necessário oferecer uma melhor infraestrutura e integrar os modais”

Oficial - André Luiz Macena de Lima

Vice-presidente da Fenamar (Federação Nacional dasAgências de Navegação Marítima)

Dragagem nos portos

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201452

De que o Brasil precisa para se desenvolver?

André Luiz (Oficial) e Glen Gordon Findlay, presidenteda seção de Transporte Aquaviário da CNT

Page 53: Criatividade, conhecimento e inovação

“A s políticas têm de traduzir em investimentos e diminuição da carga

burocrática na navegação interior. Na regiãoamazônica, por exemplo, há uma enorme dificuldade na regularização de uma pequenaempresa de navegação ou de um pequenoporto. A dificuldade da carga burocrática é a mesma em relação a qualquer porto. E a região amazônica precisa ter um olhar diferenciado porque ela é diferenciada. Ao sebuscar o desenvolvimento da região, precisadesenvolver também o transporte fluvial”

Oficial - Alcy Hagge Cavalcante Diretor-presidente das empresas Amazonav (AmazonasNavegação Ltda.) e Ronav (Rondônia Navegação Ltda.)

“Na nossa visão ferroviária, o Brasil precisadesatar os nós. A infraestrutura é um

grande gargalo. Espero que o governo de fatoimplemente o novo Programa de Investimentosem Logística, que é o PIL Ferrovias, que possaconstruir novas ferrovias, para que possamoscrescer de forma sustentável. Que possamosatender o volume de carga existente. O desafio écompatibilizar o sistema de hoje com os novosque virão de um modo seguro. O que precisamosrealmente é de uma política segura do governo.Queremos segurança nos contratos” l

Oficial - Sérgio Henrique Carrato Gerente-geral de regulação e relações institucionais em

Minas Gerais e Brasília da MRS Logística

Alcy Hagge (Oficial) e Raimundo Holanda Cavalcante, presidente da Fenavega

Menos burocracia na navegação interior

Segurança nos contratos

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 53

Sérgio Carrato (Oficial) e Rodrigo Vilaça, presidenteda seção de Transporte Ferroviário da CNT

Page 54: Criatividade, conhecimento e inovação

AQUAVIÁRIO

Gestão eAs companhias Docas, na visão do setor portuário,

As Companhias Docasdo Brasil, empresas fe-derais de economiamista vinculadas à SEP

(Secretaria de Portos) da Presi-dência da República), são res-ponsáveis pela administraçãode 23 portos em sete Estadosbrasileiros, entre eles São Paulo,onde se localiza o porto de San-tos, maior terminal do país. Ins-titucionalizadas pelo governo apartir de 1990, as companhiasDocas, na visão do setor portuá-rio, necessitam de reestrutura-ção, sobretudo no que diz res-peito ao atual modelo de gestão.

Algumas companhias aindaoperam diretamente parte mino-ritária da movimentação portuá-ria nacional nos portos públicos,como é o caso da Codern (Com-panhia Docas do Rio Grande doNorte), que opera diretamente oTersab (Terminal Salineiro deAreia Branca), entre outros. Taiscompanhias são empresas decontrole estatal, cabendo à SEP opapel de ministério supervisor.

Para João Emílio Freire Filho,

ria. A administração dos portospúblicos deve ser gerida por téc-nicos da área que conheçam ocotidiano das operações.”

Ele defende uma revisão geralno atual modelo gestor. “Hoje,97% do comércio do país depen-de dos portos. Há uma preocupa-ção do setor para que seja esta-

diretor-executivo da ComissãoPortos, entidade que congregaorganizações envolvidas com aatividade portuária, as compa-nhias Docas se ressentem deuma administração mais técnica.“A escolha dos gestores deve serpor meio da meritocracia, e nãopor uma opção político-partidá-

belecido um novo modelo de ges-tão. Não existe um planejamentooperacional. As Docas não têmplanos de desenvolvimento emmédio e longo prazo.”

A SEP, por meio de seu Depar-tamento de Gestão e LogísticaPortuária, reconhece que ascompanhias docas necessitam se

POR LETICIA SIMÕES

Page 55: Criatividade, conhecimento e inovação

m xeque necessitam de reestruturação no modelo gerencial

modernizar e aprimorar seus me-canismos de gestão.

De acordo com o departa-mento, capacitar os profissio-nais envolvidos nas administra-ções é primordial para manter opaís em uma condição de igual-dade com outros mercados.

Segundo a SEP, o novo marco

regulatório estabelecido pela lei nº12.815, de 2013, aliado ao decreto nº8.033, de 1993, permitiu às Docasrealizar novos investimentos e eli-minar passivos trabalhistas.

Conforme a secretaria, a regu-lamentação propiciou ainda oaprimoramento das estruturasorganizacionais e dos modelos

de gestão, além da correção sala-rial e modernização dos proces-sos e sistemas tecnológicos, en-tre outras mudanças.

Wilen Manteli, diretor-presi-dente da ABTP (Associação Bra-sileira dos Terminais Portuá-rios), afirma que as interven-ções não mudaram o cenário da

administração portuária. “Exis-te centralismo na gestão, o queprejudica a administração. Acomposição das estruturas ad-ministrativas é feita sem levar aquestão técnica a cabo.”

Manteli destaca ainda que, emvirtude dessa composição, a go-vernança dentro do porto é de-preciada. “Não há uma delegaçãoclara para metas e planejamento.Os próprios conselheiros nãotêm a autonomia que deveriamter para gerir os terminais.”

Na opinião do dirigente, ascompetências estão centraliza-das na SEP. “A gestão melhoraquando o gestor tem autonomia.”

Ele ressalta que a competitivi-dade entre portos exige uma ges-tão autônoma, inclusive para ta-xar tarifas. “Todo esse mecanis-mo depende da SEP. A centraliza-ção da gestão portuária tem in-centivado a implantação de ter-minais privados no país.”

O Departamento de Gestão eLogística Portuária da SEP afir-ma que todos os cargos de diri-gentes das companhias Docassão de livre provimento. Segun-do o departamento, existem nos

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PORTO DE ITAGUAÍ, NO RIO DE JANEIRO

Page 56: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201456

Ainda de acordo com a se-cretaria, o recrutamento vaipermitir um processo formalpara se avaliar os requisitos mí-nimos de escolaridade e expe-riência, aliados à comprovaçãoda idoneidade. Dessa maneira,afirma a autarquia, é possívelaproveitar experiências vindastanto de dentro quanto de forado sistema portuário.

A SEP não informou os prazospara a conclusão desses estudos

nais. É preciso um sistema maislivre, que diminua a burocratiza-ção e ofereça níveis salariaiscompatíveis com o mercado. Semessa combinação, o andamentodo porto fica prejudicado.”

Segundo a SEP, existem estu-dos em andamento para promo-ver o recrutamento e a seleçãode dirigentes de companhias Do-cas a partir de critérios técnicos,que serão aferidos para qualquercandidato postulante ao cargo.

do Syndarma (Sindicato Nacionaldas Empresas de Navegação Ma-rítima) e vice-presidente da Fena-vega (Federação Nacional dasEmpresas de Navegação Maríti-ma, Fluvial, Lacustre e de TráfegoPortuário), diz que um dos garga-los da gestão das companhiasDocas é justamente a contrata-ção de profissionais.

“Por serem empresas públi-cas, elas têm dificuldades enor-mes para atrair novos profissio-

quadros das companhias diri-gentes provenientes do quadrode carreira, mas também vindosde fora do sistema.

A secretaria afirma que a re-gra de admissão para as gerên-cias médias, responsáveis pelodesenvolvimento das atividadesdiárias das companhias, é quetais cargos sejam ocupados porespecialistas dos quadros daspróprias companhias.

Bruno Lima Rocha, presidente

Funcionamento• As companhias Docas administram 23 dos 34 portos públicos marítimos sob gestão da Secretaria de Portos • As companhias Docas exercem a função conhecida como “LandlordPort” (gestor de patrimônio público)• As empresas federais de economia mista são responsáveis, entre outros aspectos, pelo acesso aquaviário, pela

infraestrutura portuária terrestre, pela manutenção de áreas comuns e pela segurança portuária

Docas Administração

CDP (Companhia Docas do Pará) Portos de Belém, Santarém, Vila do Conde, Altamira, Itaituba e

Óbidos, Terminal Portuário do Outeiro e Terminal de Miramar

CDC (Companhia Docas do Ceará) Porto de Fortaleza

Codern (Companhia Docas do Rio Grande do Norte) Portos de Natal e Maceió, Tersab (Terminal Salineiro

de Areia Branca)

Codeba (Companhia das Docas do Estado da Bahia) Portos de Salvador, Ilhéus e Aratu

Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo) Portos de Vitória, Barra do Riacho e Capuaba

CDRJ (Companhia Docas do Rio de Janeiro) Portos do Rio de Janeiro, Niterói, Angra dos Reis e Itaguaí

Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) Porto de Santos

Fonte: SEP

SAIBA MAIS SOBRE AS DOCAS

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 57

vel. Uma gestão repartida trariamaior agilidade no gerenciamen-to das taxas cobradas nos portospara embarcações e dragagem,por exemplo, além de otimizar to-dos os quesitos que envolvem aadministração portuária.”

O diretor-executivo da Co-missão Portos João Emílio Frei-re Filho, também acredita que opanorama começa a mudar. “OPlano de Logística de Transpor-te, estabelecido pelo governo, é

o começo. Mas, para ser efetivopara o setor portuário, é preci-so o estudo de todos os portos,separadamente, para que a rea-lidade de cada terminal seja le-vantada em detalhes.”

A SEP afirma que não há qual-quer mudança prevista para oatual modelo organizacional dosistema portuário. Com isso, ascompanhias Docas continuamexistindo e administrando seusrespectivos portos.

e a data de uma possível realiza-ção da seleção.

Rocha, do Syndarma e da Fe-navega, afirma que o governotem demonstrado vontade emmudar o estatuto das compa-nhias Docas. “Modelos de PPPs(Parcerias Público-Privadas), emque a administração seja com-partilhada entre governo e setorprivado, envolvendo um grupo deconcessionários para gerir o por-to, podem ser uma solução viá-

A secretaria ratifica que, apartir da nova Lei dos Portos, ascompanhias Docas devem assi-nar com a SEP compromissos demetas empresariais que incor-porem objetivos, metas e resul-tados a serem atingidos, prazospara a sua consecução, indica-dores e critérios de avaliaçãode desempenho, retribuiçãoadicional aos dirigentes em vir-tude do seu cumprimento e cri-térios para a profissionalizaçãoda gestão das Docas.

Manteli, da ABTP, reconhe-ce que, em curto prazo, nãohá como definir mudanças im-portantes, uma vez que a lei érecente. “O governo se com-prometeu com a melhoria daadministração das Docas e embuscar outro modelo para es-sa gestão. O setor está na ex-pectativa de como o processoserá feito.”

O dirigente afirma que as en-tidades ligadas ao setor portuá-rio estão disponíveis para con-tribuir com o governo. “A princi-pal reivindicação a ser propostaé de que a gestão seja descen-tralizada. A SEP tem o apoio dosetor, mas a certeza de revisãono atual modelo administrativodas companhias Docas é unâni-me entre todas as organizaçõesligadas ao segmento.” l

ATUAÇÃO As Docas administram a grande maioria dos portos públicos marítimos sob a gestão da SEP

CDC/DIVULGAÇÃO

Page 58: Criatividade, conhecimento e inovação

FERROVIÁRIO

Nova rotaProjeto chamado de Ferrogrão pretende abrir

Uma nova ferrovia parao escoamento da pro-dução de grãos da re-gião Centro-Oeste pode

mudar a logística do país. O pro-jeto, que vem sendo chamado deFerrogrão, vai abrir caminho paraos portos do Norte e do Nordeste,redefinindo a rota que antes le-vava toda a carga agrícola paraos portos de Santos, em São Pau-lo, ou Paranaguá, no Paraná.

A EDLP (Estação da Luz Par-ticipações) protocolou, emmeados de fevereiro, pedidopara desenvolver os estudos deviabilidade da Ferrogrão, cujotraçado está projetado entreLucas do Rio Verde (MT) e Miri-tituba (PA), usando o trecho dedomínio da rodovia BR-163 queliga o Mato Grosso ao Pará.

O diretor de projetos daEDLP, Fernando Sanches, afirmaque, depois de protocolada acarta com o pedido, a EDLP foiorientada pelo governo a não sepronunciar sobre o assunto, atéque alguma divulgação oficialseja realizada.

Conforme os estudos iniciais, aFerrogrão vai ter uma extensão de1.200 km e capacidade para trans-portar 60 milhões de grãos aoano. O projeto prevê ainda que aintegração da malha projetadacom a Ferrovia da Soja (já existen-te) permita o escoamento da safra

Procurada pela reporta-gem, a ANTT (Agência Nacio-nal de Transportes Terrestres)não se manifestou sobre emque ponto está o processo daFerrogrão.

A nova ferrovia tem estimativade investimento de R$ 6 bilhões.

do Mato Grosso somente via mo-dal ferroviário até 2020.

O especialista em logística,Edson Carillo, membro daAbralog (Associação Brasilei-ra de Logística), consultor eprofessor da FGV (FundaçãoGetúlio Vargas), afirma que o

POR LETICIA SIMÕES

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agrícolacaminhos para os portos do Norte e do Nordeste

escoamento de exportaçãopela região Norte, em vez dotradicional corredor Sul-Su-deste, pode impactar a logís-tica de transporte em diver-sos aspectos, principalmentena redução do fluxo de cami-nhões. “Pela Ferrogrão, deve-

se ter uma sensível reduçãonos custos de frete, aproxima-damente de 40% a 50%, re-fletindo em aumento de com-petitividade das commoditiesagrícolas, além de outros be-nefícios para o país”, afirma.

O economista e consultor

em logística, Josef Barat, dizque o projeto da Ferrogrão éum grande estímulo ao desen-volvimento do agronegócio edas atividades ligadas à co-mercialização e à logística.“Os sistemas logísticos impli-cam investimentos vultosos

em infraestruturas e sistemasoperacionais combinados ecoordenados. Nesse sentido,com a implantação de uma fer-rovia especializada no escoa-mento de grãos, podem surgirgrandes oportunidades paraparcerias entre interesses pri-vados e governamentais.”

Ele diz que a configuraçãode sistemas logísticos volta-dos para a consolidação de in-fraestruturas integradas, queele denomina de “eixo detransporte regionalizado”, po-de propiciar o aumento dacompetitividade no desloca-mento das cargas com níveiselevados de produtividade ecustos mais baixos para pro-dutores e consumidores. “Es-se processo vai estimulargrandes mudanças na econo-mia regional.”

O engenheiro Paulo Resen-de, professor e coordenadordo Núcleo de Logística e In-fraestrutura da FDC (Funda-ção Dom Cabral), ressalta queos novos projetos logísticosdo país devem priorizar amultimodalidade. “Tanto a

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ALÍVIO Portos das regiões Sul e Sudeste do país devem ser desafogados com a construção da nova ferrovia

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201460

senvolvida. Por isso, o trata-mento como corredor multi-modal é primordial para o êxi-to do projeto.”

Para o economista Ricar-do Amorim, diretor-executi-vo da Ricam Consultoria, aFerrogrão pode reduzir oscustos de produção do agro-negócio brasileiro e aumen-tar a competição entre osmodais rodoviário e ferroviá-rio para o escoamento da sa-

Ferrogrão como as demaisobras com foco na logísticadevem ser constituídas comcaracterística planejada parapátios de transbordo, for-mando um tronco principalalimentado nas laterais porrodovias.”

Segundo Resende, a efi-ciência da nova malha depen-de desse tipo de planejamen-to. “A Ferrogrão será inseridaem uma fronteira agrícola de-

NECESSIDADE Portos do

Portos precisam se adaptarEXPANSÃO

O projeto da Ferrogrão en-volve diretamente os portos lo-calizados nas regiões Norte eNordeste para o escoamento daprodução de grãos do MatoGrosso. De acordo com a asses-soria de imprensa da SEP (Se-cretaria de Portos), as regiõescontam com seis importantesterminais portuários. Para es-pecialistas, todos eles necessi-tam de projetos de expansão emelhorias para estarem aptos areceber a carga de 60 milhõesde toneladas anuais, projetadapara a nova ferrovia.

Segundo a SEP, entre osprincipais portos localizados naregião de abrangência da Ferro-grão estão o Ponta da Madeira,terminal de uso privado contí-guo ao porto do Itaqui (MA), ad-ministrado pela Vale, o porto doItaqui, administrado pela Emap(Empresa Maranhense de Admi-nistração Portuária), o porto deSuape (PE), o porto do Pecém(CE) e os portos de Salvador eAratu (BA), administrados pelaCodeba (Companhia das Docasdo Estado da Bahia).

Questionada quanto à pre-visão de obras para os portosvisando a demanda projetadapara a Ferrogrão e o que a no-va ferrovia pode representarpara esses terminais, a SEPnão se pronunciou.

Josef Barat, economista econsultor em logística, afirmaque os gargalos dos terminaisportuários, de modo geral, es-tão relacionados à própria in-fraestrutura e à acessibilidadeaos terminais. “Do ponto de vis-ta do acesso marítimo, as defi-ciências resultam comumentedo descuido ou atraso nos pro-cessos de dragagem. Já as difi-culdades no acesso terrestresão consequências de limita-ções de capacidade de tráfegoe deficiências nos pavimentosde rodovias e da malha viária,bem como nas restrições nasinfraestruturas ferroviárias.”

Segundo ele, levando em con-ta os aspectos físicos e operacio-nais, os portos do Norte e do Nor-deste do país requerem “grandesmudanças nos modelos de ges-tão e operação portuária”.

Barat aponta como princi-pais gargalos a acessibilidadeprecária aos terminais, o tempoelevado de caminhões e trensnos períodos de escoamento etambém de rotatividade, carên-cia de áreas de retroportos edeficiências nos canais de aces-so (dragagem).

Para Edson Carillo, especia-lista em logística e membro daAbralog, o país carece de umplano diretor que oriente osprojetos de infraestrutura. “OPNLT (Plano Nacional de Logísti-ca e Transportes) indica as me-lhorias. No entanto, ele poucoou nada tem servido para orien-tar os projetos necessários.”

O economista RicardoAmorim destaca que os portosdo Norte e do Nordeste nãoestão prontos para a cargaprojetada para a Ferrogrão.“Até então esses terminaisnão tinham essa demanda queestimulasse as respectivas ex-pansões. Será necessário pla-nejamento para garantir efi-ciência de ponta a ponta nes-se projeto logístico.”

fra. “O maior custo do agro-negócio é o transporte. Comesse novo corredor o pano-rama pode ser modificado.Além disso, terminais por-tuários das regiões atingidaspela ferrovia, hoje menosativos, têm a possibilidadede escoar essa carga.”

Amorim acredita que a ex-pansão do agronegócio noBrasil foi fundamental paraincentivar novos projetos lo-

“O maiorcusto do

agronegócioé o

transporte”RICARDO AMORIM, ECONOMISTA

Page 61: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 61

cia de aplicações ao longodos anos.”

Resende, da FDC, afirmaque a região tipicamente decerrado, onde a Ferrogrão se-rá construída, vai facilitar aexecução da obra.

Amorim também acreditaque o projeto da nova ferrovianão deve apresentar grandesproblemas para sua implanta-ção. “As maiores dificuldadesnão são de execução. Elas es-

gísticos. Segundo ele, o paísviveu um grande hiato de in-vestimentos na infraestrutu-ra de transportes, retoman-do, agora, essa postura comnovos projetos estruturaisem outros modais, além dorodoviário. “Nos últimos dezanos, o crescimento forte doagronegócio forçou investi-mentos na área de transpor-tes para combater os garga-los formados por essa ausên-

tão ligadas ao processo de au-torização ambiental. Em ou-tros casos, na captação de fi-nanciamento para as obras. Osmaiores gargalos dos projetosde infraestrutura são a parteburocrática e a financeira.”

Barat destaca que, além dasrecorrentes dificuldades de re-cursos e da relutância de in-corporar o capital privado eminvestimentos de grande porte,como o da Ferrogrão, é impor-tante desencadear ações coor-denadas de planejamento.

“É preciso compatibilizaros investimentos em logísticae em transporte com uma vi-são sistêmica, com vistas aatender às necessidades dosmercados consumidores, in-terno e externo.”

Ele ressalta ainda que amaior eficiência na integraçãoe na coordenação das cadeiasde suprimentos espalhadasregionalmente, além da maiorpromoção de conhecimentopara preparar mão de obracompatível às vocações regio-nais, deve estar inserida emtodo o projeto de infraestrutu-ra. “O objetivo também deveser o de superar as desigual-dades sociais, gerar empregose reduzir os danos ambientaiscausados.” l

Norte e do Nordeste precisam passar por adaptações para receber a carga que será transportada pela nova ferrovia

EMAP DIVULGAÇÃO

“PelaFerrogrão,deve-se ter

redução nos custos de frete”

EDSON CARILLO, MEMBRO DA ABRALOG

Page 62: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201462

SAÚDE

Para oferecer mais quali-dade de vida aos moto-ristas e garantir mais se-gurança nas rodovias de

todo o país, o Sest Senat, em par-ceria com a PRF (Polícia Rodoviá-ria Federal), deu início a mais umaedição do projeto Comandos deSaúde nas Rodovias.

A primeira ação de 2014 foi rea-lizada, entre os dias 18 e 19 demarço, em 26 cidades. Mais de3.000 motoristas receberamorientações sobre a importânciados cuidados básicos com a saú-

de. As demais etapas estão previs-tas para acontecer em abril, emoutubro e em novembro. Em 2013,12.234 profissionais foram atendi-dos. Desde o lançamento do proje-to, em 2006, mais de 79 mil moto-ristas já participaram da ação.

Os profissionais são abordadosnas rodovias pelos agentes da Po-lícia Rodoviária Federal e convida-dos a realizar os exames. Não exis-te fiscalização de documentos docaminhão ou da carga. O projetotem caráter apenas social e deprestação de serviço.

Depois de realizado um cadas-tro, os motoristas passam por exa-mes rápidos, como aferimento depressão, verificação de peso, altura,massa corpórea, circunferênciacervical e abdominal, acuidade vi-sual e auditiva, frequência cardíaca,glicemia, triglicerídeos e colesterol.A realização dos exames é sempreacompanhada por um médico que,quando necessário, encaminha omotorista para atendimento e tra-tamento nas unidades do Sest Se-nat ou, em casos mais específicos,na rede pública de saúde.

De acordo com Daniel Bom-fim, inspetor da PRF, o bem-estardos motoristas é fundamentalpara garantir a segurança nas ro-dovias de todo o país. “Quere-mos, com essa ação, permitir queos motoristas tenham melhorescondições de saúde para reduziro número de acidentes. Realiza-mos exames simples, mas funda-mentais para identificar proble-mas mais graves.”

Com 22 anos de profissão, Wan-derlúcio Sardinha Nascimentoparticipou da ação realizada na

LIVIA CEREZOLI

Atenção aosmotoristas

Exames rápidos de saúde são realizados durante ação conjunta do Sest Senat e

da PRF nas rodovias do país

Page 63: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 63

BR-070, em Brasília (DF), e foi aler-tado sobre a necessidade de per-der peso. Os resultados dos exa-mes mostraram que o motoristaautônomo está obeso e com apressão alta. “Fiquei preocupadocom os meus exames. Confessoque nunca dei muita atenção à mi-nha saúde. Não sou de comer fru-ta e verdura, não faço nenhumaatividade física, mas vou mudarisso. As orientações que recebiserviram para eu entender quepreciso mudar se eu quiser conti-nuar trabalhando.”

Nascimento não é o únicomotorista nessa situação. Agrande maioria desses profissio-nais também apresenta resulta-dos bastante preocupantes. Se-gundo dados do Comandos deSaúde de 2013, 40,49% estavamacima do peso e 32,53% apre-sentavam características deobesidade, com circunferênciaabdominal elevada. Além disso,28,09% foram identificados comalto nível de triglicerídeos, o querepresenta uma alimentação ir-regular e rica em carboidratos e

gordura. Outro dado preocupan-te é o grande número de moto-ristas com pressão alta (31,85%).

Segundo a médica do Cerest(Centro de Referência em Saúdedo Trabalhador) de Brasília, Elienaide Alencar, o mais preocupante éque jovens motoristas já estãoapresentando problemas, comocolesterol e triglicerídeos altos.“Por isso é tão importante a cons-cientização desses profissionais.Eles precisam mudar os hábitoscom urgência. Um homem de 30anos não deveria ter esses índices

altos. Nosso trabalho é mostrar osriscos que eles correm ao dar aatenção necessária à própria saú-de”, afirma ela.

Mesmo com os resultados dosexames considerados satisfató-rios, o motorista Paulo Roberto daSilva afirma que vai mudar algunshábitos e tentar incluir no seu diaa dia os exercícios físicos e umaalimentação melhor. “Meus exa-mes estão bons, mas sei que nãoposso relaxar. Na correria do dia,a gente acaba comendo mal e nãodando importância para a saúde.Eu sei que se eu não estiver bem,coloco a minha vida e a das ou-tras pessoas em risco”, destacaele que realiza viagens transpor-tando cimento e gesso entreGoiás e o Maranhão.

A cada edição do Comandosde Saúde, além da realização dosexames, um tema principal é tra-balhado. Nessa primeira etapa de2014, os motoristas foram orien-tados sobre as doenças endêmi-cas, como a dengue, a Aids e asdemais doenças sexualmentetransmissíveis. “Os profissionaisdo Sest Senat passam orienta-ções para os motoristas, e espe-ramos que eles sejam multiplica-dores dessas informações entreos familiares e seus colegas detrabalho”, explica o coordenadorde promoção social do Sest SenatBrasília, Paulo Cabral. l

FERNANDO SOARES/FRAME PRODUÇÕES

AÇÃO Motoristas receberam informações sobre cuidados com a saúde

Page 64: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201464

Onúmero de atendimen-tos realizados peloSest Senat nas áreasde promoção social e

de desenvolvimento profissionalcresce a cada ano. Nas duas dé-cadas de atuação da instituição,já são quase 100 milhões. Em2013, de acordo com o balançogeral das atividades desenvolvi-das nas mais de 140 unidades emfuncionamento em todo o país,foram realizados 8,5 milhões de

atendimentos, um crescimentode 4,6% em relação a 2012.

No ano passado, o númerode capacitações realizadas naárea de desenvolvimento pro-fissional chegou a 1, 5 milhão.Na área de promoção social, ototal de atendimentos realiza-dos nos consultórios e duranteas atividades físicas, esporti-vas, sociais, culturais e recrea-tivas foi de 6,9 milhões.

Segundo o presidente do Sest

Senat e da CNT, senador ClésioAndrade, os resultados consoli-dam o compromisso assumidopela instituição desde a sua cria-ção: oferecer mais qualidade devida aos trabalhadores do setorde transporte e seus dependen-tes. “O trabalho do Sest Senatvem crescendo a cada ano. E is-so fortalece a atividade trans-portadora, tão essencial para odesenvolvimento do nosso país.Os números do ano passado con-

firmam a atuação do Sest Senatcomo uma instituição conscientede sua responsabilidade, pauta-da pela eficiência dos serviçosprestados à sociedade.”

Para garantir aos trabalha-dores em transporte o aprimo-ramento das competências pro-fissionais necessárias ao au-mento da empregabilidade nosetor, o Sest Senat oferece cur-sos, presenciais e a distância,de qualificação, de atualização,

Em 20 anos de atuação, o número de atendimentos realizados nas unidades de todo o país já chegou a quase

100 milhões; só em 2013, foram 8,5 milhõesPOR LIVIA CEREZOLI

SEST SENAT

Crescimentocontínuo

Page 65: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 65

de aperfeiçoamento (formaçãoinicial e continuada) e de for-mação técnica de nível médio,além de palestras sobre educa-ção profissional. Em 2013,591.079 matrículas foram reali-zadas nos cursos presenciais e34.633 nos cursos oferecidos adistância. As campanhas, as pa-lestras e os seminários recebe-ram 930.257 pessoas.

Na área de desenvolvimentoprofissional, uma das novidades

de 2013 foi a criação de cursosvoltados para a formação demão de obra para o setore aé-reo. Nas unidades de Brasília(DF) e de Belo Horizonte (MG),foram ministrados cursos técni-cos de nível médio em Manuten-ção de Aeronaves. Outros cur-sos voltados para o setor aéreotambém foram desenvolvidosdurante o ano passado, como ode Atendente de Aeroporto, deConferente de Mercadoria, de

Vendedor de Passagens Aéreas,de Operador de Telemarketing,de Atendimento Eficaz ao Clien-te do Setor Aéreo, de Visão Sis-têmica do Setor de Transportepara Pessoa com Deficiência, deComissário de Voo e de Despa-chante de Voo.

No setor aquaviário, o SestSenat, em parceria com o Minis-tério da Pesca e Aquicultura e aSEP (Secretaria de Portos), pas-sou a trabalhar no mapeamen-

FOTOS SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

to da demanda de cursos queatendam às necessidades dosempregadores e dos trabalha-dores do modal.

Entre os demais cursos ofere-cidos na modalidade presencial,merecem destaque aqueles quefazem parte do Pronatec (Pro-grama Nacional de Acesso ao En-sino Técnico e Emprego). O pro-grama, desenvolvido em parce-ria com o Ministério da Educa-ção, apresentou um crescimento

OPORTUNIDADE Cursos de capacitação garantem a colocação dos profissionais no mercado de trabalho

Page 66: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201466

Na modalidade a distância, oSest Senat oferece cursos reali-zados pela internet ou com ma-terial didático impresso paraatender à demanda de pessoasque querem investir em desen-volvimento profissional paraconquistar novas oportunidadesno mercado de trabalho, masque não podem participar regu-larmente das aulas presenciais.

No ano passado, o Portal EaD(Educação a Distância) do SestSenat na internet foi totalmente

ATENÇÃO Atendimento de fisioterapia prioriza os cuidados com a coluna

de 92% no número de vagas emrelação a 2012. Ao todo, foramregistradas 80.540 matrículasnas unidades do Sest Senat em2013, voltadas, principalmente,para os eixos ligados ao setor detransporte.

As ações desenvolvidas peloprojeto Formação de Novos Mo-toristas também ampliam os re-sultados conquistados pelo SestSenat na área de qualificaçãoprofissional na modalidade pre-sencial. No ano passado, 4.765novos motoristas foram forma-dos para atuarem em empresasde transporte rodoviário de car-gas e de passageiros. Os cursosde formação e de qualificaçãotêm carga horária mínima de 160horas e são compostos por aulasteóricas e práticas. Para o trei-namento prático, em 2013, o SestSenat passou a contar com 20caminhões, que estão sendo uti-lizados pelas unidades de todosos Estados. Nas aulas, os alunosaprendem desde questões bási-cas de operação do cavalo me-cânico até manobras em pistafechada e a condução do veícu-lo em ruas e em rodovias. Essainiciativa é mais uma estratégiada instituição para garantir aosprofissionais uma formaçãoadequada que atenda às neces-sidades do setor.

Motorista profissional há 20anos, José Roberto Vaz já partici-pou dos cursos de primeiros so-

corros, de direção econômica esegura e de transporte de produ-tos perigosos na unidade do SestSenat em Ponta Grossa (PR). “Doscursos que já fiz, só o de trans-porte de produtos perigosos éobrigatório pela legislação, masacredito que todos os outros sãoimportantes. Por isso procurei oSest Senat. Aqui, os instrutoressão capacitados para ensinar demaneira bem simples tudo quedevemos saber sobre o mundodo transporte”, destaca ele.

“Os instrutoressão capacitados

para ensinartudo que

devemos saber sobre o mundodo transporte”

JOSÉ ROBERTO VAZ, MOTORISTA

Page 67: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 67

reformulado para oferecer maisacessibilidade, portabilidade eusabilidade durante a navega-ção. Ao todo, foram ofertados 16cursos (14 deles de Formação Ini-cial e Continuada e dois Técnicosde Nível Médio). Entre os cursoscom material impresso estão: oTaxista Nota 10 e o Gestão de Ne-gócios para o Transporte.

Promoção socialDentro dos programas de

promoção social, os atendimen-

tos na área de saúde ultrapassa-ram a marca de 1 milhão. Alémdas especialidades de odontolo-gia, de fisioterapia e de psicolo-gia, em 2013, também foi implan-tado o atendimento nutricionalnas unidades tipo A, B e C (queoferecem infraestrutura maiorde consultórios e salas de aula).O foco dos serviços de saúde é amelhora da qualidade de vidados trabalhadores. Os atendi-mentos estão voltados para so-lucionar os principais problemas

que esses profissionais enfren-tam durante o desempenho daatividade.

Na assistência nutricional,são realizadas orientações sobreas melhores escolhas a seremfeitas na hora das refeições. Asações já estão sendo implanta-das nas unidades, e uma cartilhacom orientações sobre a alimen-tação saudável também estásendo elaborada. Os tratamen-tos psicológicos auxiliam os pro-fissionais a enfrentarem as lon-

ATUAÇÃO DO SEST SENATEVOLUÇÃO ANUAL

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Fonte: Sest Senat

No ano passado,

foram realizados

8,5milhões de

atendimentos

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

6.000.000

5.000.000

7.000.000

8.000.000

9.000.000

45.59

0 590.

560

1.032

.101

841.8

00 1.6

62.14

6

2.246

.206

2.340

.445 2.9

60.14

8

3.973

.679

4.55

6.741 5.0

29.0

38

4.701

.010

4.49

3.073 5.0

70.27

9 5.772

.229

6.181

.605

7.128

.585 7.8

83.12

4

8.175

.133

8.47

0.55

1

Page 68: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201468

gas jornadas de trabalho e a ex-posição a riscos. O atendimentoatua, prioritariamente, na pre-venção e no tratamento daque-les envolvidos com o uso de ál-cool, de drogas e de outras subs-tâncias químicas.

Na área odontológica, alémdos procedimentos de limpeza,curativos e de emergência, asunidades oferecem atendimen-tos nas áreas de dentística, en-dodontia, periodontia, orto-dontia e prótese. Para os aten-

“No particular,nós nunca

teríamos comopagar as

consultas dafamília toda”

ANTONIA EDNA DOS SANTOS, USUÁRIA

Usuários aprovam atuação

AVALIAÇÃO

As ações desenvolvidas pe-lo Sest Senat nas áreas de pro-moção social e de desenvolvi-mento profissional tiveramavaliações bastante positivaspelos usuários em 2013. Segun-do a Pesquisa de Satisfação,realizada nas unidades em ja-neiro deste ano, a maioria dosserviços foi considerada comoexcelente ou ótima, e 99% daspessoas entrevistadas afirma-ram que recomendariam oSest Senat para amigos, paren-tes e colegas de trabalho.

O levantamento é realiza-do com o objetivo de avaliar emonitorar o nível de satisfa-ção dos usuários em relaçãoaos serviços prestados, dandosubsídios necessários para aprestação de serviços cadavez mais eficientes e adequa-dos às necessidades dos tra-balhadores do transporte e deseus dependentes.

Na área de promoção so-cial, voltada para a saúde, apesquisa foi realizada com7.836 pessoas. O atendimentodos profissionais de saúde foiconsiderado excelente e ótimopor 91% dos entrevistados; 9%avaliaram como bom. A pon-tualidade nos atendimentostambém foi avaliada como ex-celente e ótima por 83%. Ou-tros 15% a consideram como

boa, e 2% como regular. Noitem instalações físicas, os per-centuais foram de 83,5%, 15%e 1,5%, respectivamente.

A pesquisa também ouviu2.901 pessoas sobre as açõesde esporte, lazer e atividadessocioculturais desenvolvidaspelas unidades do Sest Senat.O desempenho dos instrutoresfoi avaliado como excelente eótimo por 81% dos entrevista-dos. Outros 17% responderamque o desempenho é bom, e2% que é regular.

As ações oferecidas peloSest Senat na área de desen-volvimento profissional tam-bém foram bem avaliadas porquem frequenta os cursos e asdemais atividades realizadasna área de educação e de qua-lificação profissional. Entre as4.833 pessoas que responde-ram à Pesquisa de Satisfação, amaior parte (59%) avaliou odesempenho dos instrutorescomo excelente. Outros 30%consideraram ótimo, 10% bome 1% regular.

Na avaliação do conteúdodas aulas teóricas, 47% consi-deraram excelente, 36% disse-ram que eles são ótimos e 15%bom. Nas aulas práticas, 42%consideraram excelente, 15%ótimo, 18% bom, 3% regular eapenas 1% ruim.

Page 69: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 69

dos de Saúde nas Rodoviasatendeu 12.234 motoristas nasquatro edições realizadas em2013. O projeto, desenvolvidoem parceria com a Polícia Ro-doviária Federal, desde 2006,tem como objetivo principalpromover o bem-estar e cuidarda saúde dos motoristas profis-sionais. Desde o seu lançamen-to, mais de 74 mil motoristas jáparticiparam das atividades.Neste ano, a primeira edição doprojeto foi realizada em março(leia mais na página XX).

Para ampliar os conheci-mentos oferecidos aos traba-lhadores do setor de transpor-te tanto na área da saúde comona qualificação profissional, oSest Senat desenvolve um pro-jeto com palestras sobre temasvariados ministradas nas uni-dades e nas empresas do setor.No ano passado, 2,5 milhões depessoas receberam orienta-ções sobre a combinação ál-cool, drogas e trânsito, violên-cia doméstica, doenças endê-micas, noções básicas de edu-cação financeira, direção de-fensiva, mobilidade urbana, fi-delização de clientes e segu-rança, meio ambiente e saúde,entre outros temas.

Para 2014, o Sest Senat prevêa continuidade dos seus progra-mas e a ampliação no número deatendimentos realizados em to-das as suas unidades. l

FORMAÇÃO Jovens são preparados para atuarem no setor de transporte

dimentos, o Sest Senat tambémpassou a contar, em 2013, comum equipamento de radiologia.Nas clínicas de fisioterapia, sãotrabalhados os cuidados que osmotoristas devem ter em rela-ção à coluna, principalmenteporque passam horas na mes-ma posição. O foco do trata-mento é a prevenção de pro-blemas posturais.

Antonia Edna dos Santos éesposa de um trabalhador dosetor e, desde 1996, ela, o mari-

do e o filho utilizam os serviçosoferecidos pela unidade do SestSenat em Manaus (AM). “Há qua-se 20 anos, só faço o meu trata-mento de dentes aqui. O atendi-mento é excelente. No particu-lar, nós nunca teríamos comopagar as consultas da famíliatoda”, conta ela.

Nas demais ações desenvolvi-das dentro dos programas depromoção social, os resultadosde 2013 também são bastantepositivos. No ano passado,

4.954.986 de pessoas participa-ram das ações de esporte, de la-zer e atividades socioculturais. OSest Senat oferece esse tipo deassistência por acreditar que es-sas ações refletem em um me-lhor desempenho dos trabalha-dores do setor em suas tarefasprofissionais diárias.

E o trabalho da instituiçãoainda vai além. Campanhas demobilização nacional tambémfazem parte do calendárioanual de atividades. O Coman-

“Os númerosconfirmam a

atuação do SestSenat como

uma instituiçãoconsciente

de sua responsabilidade”

SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DO SEST SENAT E DA CNT

Page 70: Criatividade, conhecimento e inovação

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

Page 71: Criatividade, conhecimento e inovação

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 65.930 12.577 78.507Estadual 110.842 111.334 222.176Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Rede Planejada - - 129.095Total 203.599 1.358.829 1.691.522

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.454Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.488.680Cavalo mecânico 541.118 Reboque 1.070.606Semi-reboque 789.614Ônibus interestaduais 17.309Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 23.489Ônibus urbanos 107.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 155

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Vias Navegáveis 41.635

Vias economicamente navegadas 20.956

Embarcações próprias 1.864

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.129Total Concedida 28.692Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.816FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.692

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 104.931Locomotivas 3.212Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AERÓDROMOS - UNIDADESAeroportos Internacionais 29Aeroportos Domésticos 34Outros aeródromos - públicos e privados 2.503

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 669 Transporte não regular: táxi aéreo 1.579Privado 8.825Outros 8.328Total 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

Page 72: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201472

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal)

(dados atualizados fevereiro/2014)

Orçamento Fiscal da União eOrçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Total PagoValores Pagos do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

2015

R$

bilh

ões

1050

25

0,02

16,11

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Evolução do Investimento Federal em Infraestrutura de Transporte

Observações:

(1) Expectativa de crescimento do PIB para 2014.

(2) Taxa Selic conforme Copom 26/02/2014.

(3) Inflação acumulada no ano e em 12 meses até janeiro/2014.

(4) Posição Dezembro/2013 e fevereiro/2014 em US$ bilhões.

(5) Câmbio de fim de período divulgado em 06/03/2014, média entre compra e venda.

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 07/03/14),Banco Central do Brasil.

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal);Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (DEST-MPOG).

Investimentos em transporte da União por Modal (total pago acumulado - até fevereiro/2014 (R$ 1,91 bilhão)

0,29(15,0%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - MARÇO/2014

2013 acumuladoem 2014

últimos12 meses

expectativapara 2014

PIB (% cresc a.a.)1 2,28 - 2,28 1,68

Selic (% a.a.)2 10,00 10,75 11,00

IPCA (%)3 5,91 0,55 5,59 6,01

Balança Comercial 2,55 -4,58 2,54 6,36Reservas Internacionais4 375,79 377,21 -

Câmbio (R$/US$)5 2,34 2,33 2,49

Restos a Pagar Pagos

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

Autorizado União 16.111,56Dotação das Estatais (Infraero e Cia Docas) 0,00Total de Recursos Disponíveis 16.111,56

Rodoviário 1.534,12Ferroviário 294,59Aquaviário (União + Cia Docas) 19,89Aéreo (União + Infraero) 69,70

Investimento Total (Total Pago) 1.918,29

Nota sobre a CIDE: Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamentoda arrecadação e do investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição deIntervenção no Domínio Econômico, criada pela Lei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamentodeixou de ser realizado, já que a alíquota da CIDE foi reduzida a zero pelo Decreto nº 7.764, de junhode 2012. Os recursos da CIDE eram destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios apreços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo;(b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e(c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.

Notas: (A) Dados atualizados até 08.03.2014 (SIGA BRASIL). (B) Até o fechamento deste Boletim adotação das estatais não havia sido disponibilizada.

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL (ATÉ FEVEREIRO DE 2014)

Orçamento Fiscal e Estatais (Infraero e Cia Docas)(R$ milhões correntes)

1,911,89

8,06,0

R$ b

ilhõe

s co

rren

tes

4,02,0

0

10,0

16,014,012,0

Rodoviário Ferroviário Aquaviário AéreoInvestimento Total

2009 2010 2011 2012 2013

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal) e Orçamento de Investimentos dasEmpresas Estatais (DEST-MPOG).

Recursos Disponíveis

Investimento Realizado

0,07(4,0%)

0,02(1,0%)1,53

(80,0%)

Investimento Total

2009

10,6 14,8 15,0 12,7 13,1

Rodoviário 7,8 10,3 11,2 9,4 8,4Ferroviário 1,0 2,5 1,6 1,1 2,3

Aquaviário (União + Cia Docas) 1,3 1,3 1,0 0,8 0,6Aéreo (União + Infraero) 0,5 0,7 1,2 1,4 1,8

2010 2011 2012 2013

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTODAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(valores em R$ bilhões correntes)

Page 73: Criatividade, conhecimento e inovação

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES

(VALORES EM R$ MILHÕES CORRENTES)1

ORÇAMENTO FISCAL (TOTAL PAGO2 POR MODAL DE TRANSPORTE)Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo Total

Acre 7,40 0,00 0,00 0,00 7,40Alagoas 60,07 0,00 0,00 0,00 60,07Amazonas 12,61 0,00 4,60 0,00 17,21Amapá 37,05 0,00 0,00 0,00 37,05Bahia 72,84 104,54 0,00 0,00 177,39Ceará 82,26 0,00 0,00 0,00 82,26Distrito Federal 4,43 0,00 0,00 0,00 4,43Espírito Santo 16,89 0,00 3,87 0,00 20,76Goiás 70,25 141,83 0,00 0,00 212,08Maranhão 67,85 0,00 0,00 0,00 67,85Minas Gerais 179,72 24,45 1,56 0,00 205,73Mato Grosso do Sul 34,48 0,18 0,00 0,00 34,66Mato Grosso 110,25 0,00 0,00 0,00 110,25Pará 98,26 0,00 0,00 0,00 98,26Paraíba 17,43 0,00 0,00 0,00 17,43Pernambuco 43,90 0,00 0,00 0,00 43,90Piauí 29,45 0,00 0,00 0,00 29,45Paraná 46,37 0,03 0,00 0,00 46,40Rio de Janeiro 27,09 2,79 0,00 0,00 29,89Rio Grande do Norte 37,02 0,00 0,00 0,00 37,02Rondônia 32,94 0,00 0,00 0,00 32,94Roraima 28,03 0,00 0,00 0,00 28,03Rio Grande do Sul 202,27 0,79 0,28 0,00 203,34Santa Catarina 138,37 0,00 0,00 0,00 138,37Sergipe 17,27 0,00 0,00 0,00 17,27São Paulo 7,97 13,25 0,15 0,00 21,37Tocantins 27,06 1,98 0,00 0,00 29,05Centro Oeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nordeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Norte 0,00 0,00 0,31 0,00 0,31Sudeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Sul 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nacional 24,57 4,74 9,11 69,70 108,12Total 1.534,12 294,59 19,89 69,70 1.918,29

Elaboração: Confederação Nacional do Transporte*Dados atualizados até 08.03.2014 (SIGA BRASIL).

Notas:(1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União).(2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos.(3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a maisde um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional.

A partir de janeiro de 2013, a CNT passa a utilizar o SIGA BRASIL como fonte de dados da execução do Orçamento Fiscal da União. Até então, eram utilizados os bancos de dados elaboradospela COFF (Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira) disponibilizados pela Câmara dos Deputados. O SIGA BRASIL é um sistema de informações sobre orçamento público, quepermite acesso amplo e facilitado ao SIAFI e a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de consulta . Por ser atualizadoperiodicamente, o SIGA BRASIL permite uma análise mais dinâmica da execução orçamentária federal. Além disso, o SIGA BRASIL disponibiliza na mesma base de dados os valores pagos noexercício e os restos a pagar pagos. Esta característica confere ao sistema maior precisão e segurança no acompanhamento dos investimentos em infraestrutura de transporte. Os dadosde execução orçamentária para investimento em infraestrutura de transporte são divulgados mensalmente pela Confederação Nacional do Transporte por meio de seu Boletim Econômicodisponível na revista CNT Transporte Atual e no site da instituição (www.cnt.org.br).

Esta

dos

REGI

ÕES3

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx

Mudança de fonte de dados de investimentos públicos federaisNota técnica CNT

Page 74: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201474

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR,com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

1.033.455FEVEREIROJANEIRO

20142007 A 2013 TOTAL

Aprovação no período

13.916 17.911 1.065.282

89,80% 91,56% 90,13% 89,82%

Federações participantes 20

Unidades de atendimento 68

Empresas atendidas 10.667

Caminhoneiros autônomos atendidos 12.527

O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional de Pro-dução e Uso de Biodiesel e da aprovaçãoda Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleodiesel veicular comercializado ao consu-midor final possui biodiesel. Essa mistu-ra é denominada óleo diesel B e apresen-ta uma série de benefícios ambientais,estratégicos e qualitativos. O objetivodesta publicação é auxiliar na rotinaoperacional dos transportadores, apre-sentando subsídios para a efetiva ado-ção de procedimentos que garantam aqualidade do óleo diesel B, trazendo be-nefícios ao transportador e, sobretudo,ao meio ambiente.

A pesquisa “Caminhoneiros noBrasil - Relatório Síntese de Infor-mações Ambientais” apresenta arealidade e as necessidades de umdos principais agentes do setor detransporte. Informações econômi-cas, financeiras, sociais e ambien-tais, além de dados relacionados àfrota, como distribuição e idademédia; características dos veícu-los e dos deslocamentos; intensi-dade de uso e autonomia (km/l) dafrota permitem aprofundar os co-nhecimentos relativos ao setor detransporte rodoviário.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Carga

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETCESP

FETRANCESC

FETRANSPAR

FETRANSUL

FETRACAN

FETCEMG

FENATAC

FETRANSCARGA

FETRAMAZ

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETRANSPOR

FETRONOR

FETRAM

FEPASC

CEPIMAR

FETRAMAR

FETRANORTE

FETRASUL

FETERGS

ES

BA e SE

SP

SC

PR

RS

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA

MG

DF, TO, MS, MT e GO

RJ

AC, AM, RR, RO, AP e PA

ES

BA e SE

RJ

RN, PB, PE e AL

MG

SC e PR

CE, MA e PI

MS, MT e RO

AM, AC, PA, RR e AP

DF, GO, SP e TO

RS

27.2125-7643

71.3341-6238

11.2632-1010

48.3248-1104

41.3333-2900

51.3374-8080

81.3441-3614

31.3490-0330

61.3361-5295

21.3869-8073

92.2125-1009

27.2125-7643

71.3341-6238

21.3221-6300

84.3234-2493

31.3274-2727

41.3244-6844

85.3261-7066

65.3027-2978

92.3584-6504

62.3598-2677

51.3228-0622

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

BOLETIM DO DESPOLUIR

Page 75: Criatividade, conhecimento e inovação

CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 75

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - JANEIRO 2014

Corante 2,2%

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto 36,3%

Pt. Fulgor 25,7%

Enxofre 10,1%

Teor de Biodiesel 22,9%Outros 2,8%

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 10**

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista,Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São Josédos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão daSerra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

3,50,00,0

4,41,2 0,0 0,9 0,7 1,3 2,6 2,6

AC4,6 15,6 6,3 2,1 2,8 0,9 1,6 0,0 0,7 3,5 0,0 6,3 5,1 3,3 4,4 1,2 0,7 2,1 0,2 0,0 10,5 0,9 0,7 1,3 2,6 0,0 2,60,02,7 22,0 6,0 1,7 0,0 2,0 0,0 0,7 4,1 0,0 4,2 4,9 2,7 3,6 1,7 0,9 2,1 1,2 0,0 7,9 1,0 0,4 1,9 2,4 0,0 2,60,0

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

0,9 0,7

5,12,1

6,3

4,6

0,00

12108

22

161820

14

642

1,60,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

2,8 2,1

6,3

0,7

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - JANEIRO 2014

15,6

Diesel 44,29 49,23 52,26 55,90 58,49 4,54

Gasolina 25,40 29,84 35,49 39,69 41,36 3,58

Etanol 16,47 15,07 10,89 9,85 10,81 1,01

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 28 de fevereiro de 2014.

Rodoviário 38,49 34,46 36,38 38,60

Ferroviário 0,83 1,08 1,18 1,21

Hidroviário 0,49 0,14 0,14 0,16

Total 39,81 35,68 37,7 39,97

2009VOLUMEMODAL VOLUME VOLUME VOLUME

2010 2011 2012

* Em partes por milhão de S - ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br*** A partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR:

www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500***

TIPO 2009 2010 2011 2012 2013 2014**

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNVDados de 2009 fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA,2011.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL

3,3

2,8

BOLETIM AMBIEN TAL

(janeiro)

25,7%

0,2

22,9%

2,8% 2,2%36,3%

10,5

10,1%

Page 76: Criatividade, conhecimento e inovação

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e processos industriais4.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e processos industriais4.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.

2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

Page 77: Criatividade, conhecimento e inovação
Page 78: Criatividade, conhecimento e inovação

controle e vigilância têm cus-tos enormes.

Embora possa parecer umcontrassenso, a melhor formade reduzir o congestionamentoé aumentá-lo. Os economistassabem que a receita mais efi-ciente para criar consensocontra a inflação é a hiperinfla-ção. A lógica se aplica ao trân-sito: ninguém deixa o confortodo carro se não se vir obrigadoa isso; apesar do que muitosdizem, até sinceramente, nin-guém adota o transporte públi-co voluntariamente: algo preci-sa forçar essa decisão. E a ra-zão mais forte é o desconfortocom o congestionamento.

O conceito de "trânsito in-duzido" é fruto da constata-ção feita por engenheiros detrânsito nos EUA e na Inglater-ra ao observarem que todaobra de melhoria viária resul-tava, depois de um benefícioem curtíssimo prazo, em umcongestionamento aindamaior a partir de um ano,aproximadamente. É como seas pessoas que antes deixa-vam o automóvel em casa, sa-bendo que o trânsito melho-rou com a abertura de umanova avenida ou o alargamen-

to de uma via, passassem a irde carro para sua atividade.

Inversamente, o trânsitopode ser reprimido, por assimdizer, reduzindo as faixas derolamento, fechando avenidas,tirando carros particulares defaixas reservadas para trans-porte público, criando um pe-dágio urbano de tal forma ca-ro a ponto de o ir e vir não setornar direito apenas de ricose, em casos específicos, pordeterminado período de tem-po, lançando mão do rodízio,por exemplo. Enfim, soluçõesque agravam o congestiona-mento para aqueles que, en-frentando essas medidas, in-sistirem em andar de carro.

Nada disso será novidade:as grandes cidades do Primei-ro Mundo, todas elas com boainfraestrutura de transportespúblicos, têm congestiona-mentos, como o de São Pauloou do Rio. O importante é queaquelas cidades não gastamfortunas construindo soluçõesviárias para os automóveis. Aocontrário, melhoram a vidados pedestres, dos ciclistas edos usuários de transporte pú-blico, por vezes atazanando osdonos de carros.

TEMA DO MÊS O rodízio pode ajudar no trânsito das grandes cidades?

LEÃO SERVAJornalista e escritor, colunista da“Folha de S.Paulo”, no qual escrevesobre temas ligados a cidade. Co-autor do guia anual "Como Viver em São Paulo Sem Carro".

“O rodízio provoca a compra de mais carros pelas famílias e, pior,aumenta a circulação de carros velhos, mais antigos e poluentes”

Para acabar com o trânsito,torne-o infernal

Orodízio de veículosfoi adotado origi-nalmente em SãoPaulo como forma

de reduzir a poluição. Em se-guida, passou a ser adotadotambém como forma de redu-zir o congestionamento nacidade. Sua eternização, noentanto, é um erro: os benefí-cios estão se reduzindo, e osproblemas aumentam.

A política deveria ter sidouma medida transitória, poissó tem efeito em curto oumédio prazo. Como se vê emtodos os países que o adota-ram, o rodízio provoca a com-pra de mais carros pelas fa-mílias e, pior, aumenta a cir-culação de carros velhos,mais antigos e poluentes; in-duz as pessoas que não estãoem seu dia de rodízio a saí-rem de carro para aproveitara melhora do trânsito (peloefeito chamado de "inducedtraffic", ou trânsito provoca-do); no caso da fórmula ado-tada em São Paulo (funcionaem horários determinadosdurante a manhã e a tarde),altera os horários, mas nãotira inteiramente os carrosdas ruas. Sem contar que

LEÃO SERVA

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Éequivocada a ênfasedada à discussão sobrea validade e a efetivi-dade do rodízio de veí-

culos motorizados em áreas ur-banas. Recorrentemente, sur-gem inúmeros debates em rela-ção aos méritos relativos daadoção do rodízio como formade redução dos “problemas” demobilidade urbana no Brasil. Es-ses debates, via de regra, discu-tem os resultados alcançados ecomo melhorar a eficiência dasmedidas de controle, fiscaliza-ção e penalização (multas) dosesquemas de rodízio. Ademais,partem da premissa questioná-vel de que o rodízio contribuipara a diminuição de veículos,utilizando o sistema viário e,consequentemente, para a alte-ração dos padrões de viagens,que pode incluir a transferênciapara o modo transporte público.Dessa forma, os debates ten-dem a ignorar o conjunto deevidências, que demonstram aurgência do enfoque em medi-das estruturantes, como a prio-rização do transporte público.

Como único município brasi-leiro que adota o rodízio, SãoPaulo é o exemplo vivo dessarealidade. Instituído por meio

que aquele apresentado pelorodízio de veículos. Além de de-finir princípios e diretrizes vol-tados para a qualificação e prio-rização do transporte públicocoletivo em relação transporteindividual motorizado, a lei indi-ca que os entes federativos po-derão utilizar uma série de ins-trumentos de gestão do siste-ma de transporte e mobilidadeurbana (Artigo nº 23).

Alguns deles, como o pedá-gio urbano e as políticas de es-tacionamentos, já demonstra-ram resultados significativoscomo parte de iniciativas deplanejamento urbano e detransportes em diversas cida-des mundiais e podem ser ex-plorados de acordo com o con-texto nacional. Idealmente, es-sas iniciativas devem ocorrercomo parte de políticas de de-senvolvimento urbano que es-tejam detalhadas em planos di-retores e de mobilidade urbanae que promovam a priorizaçãodo transporte público. Acimade tudo, espera-seque essaspolíticas estabeleçam a contí-nua disponibilização de recur-sos públicos para a qualifica-ção e racionalização dos servi-ços de transportes públicos.

OTÁVIO VIEIRA CUNHA FILHOpresidente executivo da NTU(Associação Nacional das Empresasde Transportes Urbanos)

Rodízio de veículos em áreasurbanas: ajuda, mas não resolve

“A Política Nacional de Mobilidade Urbana define princípios e diretrizesvoltados para a qualificação e priorização do transporte público coletivo”

da lei municipal nº 12.490/1997e regulamentado pelo decretonº 37.085/1997, o rodízio afeta acirculação de veículos particu-lares, que não podem trafegarem uma região denominadaCentro Expandido. De acordocom a numeração da placa doveículo, fica proibida a circula-ção em um dia específico da se-mana (segunda a sexta-feira).Teoricamente, haveria uma re-dução da ordem de 20% dosveículos trafegando no CentroExpandido da capital paulista.

Existem muitos questiona-mentos quanto àvalidade des-sa estimativa na prática. Entreeles, pode-se destacar a aqui-sição de mais de um veículopara evitar a proibição e o in-centivo a mais viagens daque-les veículos não proibidos. Osrelatos encontrados na litera-tura técnico-científica sãocontroversos no sentido deapontar os benefícios alcança-dos em termos da redução doscongestionamentos e dos ní-veis de poluição.

Felizmente, a sanção da Polí-tica Nacional de Mobilidade Ur-bana (Lei federal nº 12.587/2012)estabelece um horizonte deatuação muito mais amplo do

OTÁVIO VIEIRA CUNHA FILHO

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 2014 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

que todo empresário deseja é que a economia pros-pere e que haja aumento de qualidade e de produti-vidade em toda a cadeia produtiva, promovendo umefeito positivo em cascata sobre a sociedade e au-mentando os lucros, os salários, os empregos e, con-sequentemente, a renda nacional. Mas, infelizmente, não é isso que os dados econômi-

cos demonstram. O ranking de competitividade global de2013-2014, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, re-vela uma perda de aproximadamente 15% na nossa posi-ção atual em relação ao ano passado, passamos da 48ªposição para a 56ª. Só temos a lamentar que, ao invés deprosperar, o país sequer mantém posições conquistadasanteriormente, ficamos aquém da Índia e da China.

A situação está aí para nos fazer refletir sobre co-mo podemos trabalhar para, pelo menos, recuperar oque foi perdido. Não proponho nenhuma hierarquia deações públicas e privadas, todas as que serão mencio-nadas são importantes para que o conjunto possa, efe-tivamente, imprimir uma marca de crescimento está-vel e duradoura para a economia brasileira.

Nessa situação, será importante conduzir um movi-mento pela recuperação da competitividade brasileira,juntando estímulos de aumento da poupança interna,com redução dos juros para investimento e dos gastospúblicos, regras consistentes para gerir os negócios naeconomia, uma profunda e séria revisão da carga tri-butária sobre a produção de bens e serviços e, princi-palmente, melhoria na gestão pública.

A equação ficará completa com programas eficientes decompetitividade, qualidade e produtividade para as empre-sas, cujo foco deverá considerar qualificação profissionaldos trabalhadores, preparação de gestores, inovação e tec-nologia como base para a sustentação de uma economiacom elevação crescente de produtividade.

Para melhorar a competitividade do setor de trans-porte e logística, criamos o ITL (Instituto de Transportee Logística) que tem como objetivo a geração de conhe-cimentos técnicos e científicos que fortaleçam as lide-ranças empresariais, que elevem a preparação gerencialdos gestores e dos executivos das empresas, que esti-mulem a implantação de inovações que elevem a produ-tividade, qualidade e rentabilidade do setor.

Está previsto atuar também com estratégias e propostasque promovam a integração dos sistemas de transporte,elaboração de estudos sobre logística focada em maximizaro potencial de cada elo da cadeia produtiva, proposições desoluções criativas para uma mobilidade urbana que con-temple maior segurança e fluidez do tráfego e do trânsito ea melhoria da infraestrutura de transportes do país.

O Núcleo de Inteligência e Estratégia do ITL reunirá aca-dêmicos, empresários e especialistas do setor em um fórumpermanente de discussões para um Brasil mais próspero. Onúcleo, em curto prazo, será um formulador de propostas,planos e programas que ajudem o país a superar a estagna-ção. Funcionará como um elo de conexão entre o público e oprivado fornecendo, ao poder público o suporte de conheci-mento setorial indispensável às decisões e políticas públicas.

Outro importante foco do instituto é o Programa Avan-çado de Capacitação do Transporte que oferece cursos deespecialização em gestão de negócios e bolsas de estudopara mestrado, doutorado e pós-doutorado em áreas detransporte e de logística. A atuação do ITL é baseada emtrês eixos: inteligência competitiva, gestão do conhecimen-to e a criação da Faculdade de Tecnologia do Transporte.

Superar entraves ao crescimento econômico é o quedesejo para o meu país, todo o meu trabalho tem porobjetivo resgatar o país da inércia e dar a contribuiçãopara o setor de transporte. O futuro tem pressa, e as no-vas gerações merecem um Brasil melhor.

O

Por mais inovaçãono transporte

“O ITL tem como objetivo a geração de conhecimentos técnicos ecientíficos que elevem a preparação dos gestores das empresas”

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CNT TRANSPORTE ATUAL 1º DE ABRIL 201482

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O projeto lançado pelo Sest Senat para oferecer a primeira habilitaçãoaos jovens de baixa renda merece um grande destaque. Essa é uma iniciativa que vai permitir aos nossosjovens ter acesso a uma carreira profissional, além de trazer a solução para um dos grandes problemas enfrentados, hoje, pelasempresas do setor de transporte rodoviário: encontrar mão de obraqualificada. Temos caminhões paradosnas garagens de todo o país pela faltade motoristas. Pelo número de inscriçõesrecebidas já deu para saber que oprojeto do Sest Senat é um sucesso.

Genivaldo MaiaAnápolis/GO

CONDIÇÃO DO PAVIMENTO

O problema no pavimento das nossas rodovias é visível. Basta umaviagem curta para perceber que falta manutenção adequada, comomostrou a reportagem da edição nº222 da revista CNT Transporte Atual. A discussão sobre a falta de cuidadoscom as nossas rodovias é antiga. Não podemos mais aceitar essa situação. Viajar de carro pelo Brasiltem se tornado um verdadeiro sacrifício pela quantidade de buracose problemas que as estradas apresentam. Isso, citando apenas asrodovias pavimentadas, porque agrande maioria nem asfalto tem.

Paulo André GouveiaContagem/MG

GESTÃO AMBIENTAL

É bom saber que empresas do setorde transporte estão preocupadascom o meio ambiente e já oferecemvagas de gestor ambiental em seusquadros de funcionários. Como profissional da área, fico bastante satisfeita em perceber que existemoportunidades no mercado de trabalho com salários atrativos. As atividades de transporte precisam terum cuidado especial com cada umadas etapas do processo, e o gestorambiental é o responsável por isso.

Ivanilde GonçalvesJoão Pessoa/PB

ÔNIBUS ANFÍBIO

Achei muito interessante a reportagem sobre o ônibus que navega pela Baía de Guanabara noRio de Janeiro. Conhecia o projeto efiquei sabendo pela revista que ele já está circulando. Moro na capitalfluminense, há 20 anos, e sou apaixonado por essa cidade, mas aindanão tive a oportunidade de fazer essepasseio. Acho que esse ônibus anfíbiopermite conhecer o Rio de Janeiro deuma maneira diferente e divertida.

Maurício AlbuquerqueRio de Janeiro/RJ

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano Chaves

Eudo Laranjeiras Costa

Antônio Carlos Melgaço Knitell

Eurico Galhardi

Francisco Saldanha Bezerra

Jerson Antonio Picoli

João Rezende Filho

Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

Diumar Deléo Cunha Bueno

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Bratz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

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