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    PROGRAMA SESI COZINHA BRASIL

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    CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA CNI

    Armando de Queiroz Monteiro NetoPesidente

    SERVIO SOCIAL DA INDSTRIA SESI

    Conselho NacionalPesidente:Jair Meneguelli

    SESI Departamento NacionalDieto:Armando de Queiroz Monteiro NetoDieto-Supeintendente:Antonio Carlos Brito MacielDieto de Opeaes: Carlos Henrique Ramos Fonseca

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    Confederao Nacional da Indstria

    Servio Social da IndstriaDepartamento Nacional

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    2008. SESI Departamento Nacional.Qualquer parte desta obra poder ser reproduzida, desde que citada a fonte.

    SESI/DN

    Unidade de Responsabilidade Social Empresarial URSE

    S491p

    Seio Socia da Indstia. Depataento Naciona.Pogaa Cozinha Basi: ua eceita de cidadania/SESI.DN.

    Basia, 2008.35 p. : i.

    ISBN 978-85-7710-138-2

    1. Aientao 2. Aientao - Econoia I. Ttuo

    CDU 641

    FICHA CATALOGRFICA

    SESIServio Social da Indstria

    Departamento Nacional

    SedeSetor Bancrio Norte

    Quadra 1 Bloco C

    Edifcio Roberto Simonsen

    70040-903 Braslia DFTel.: (61) 3317-9001

    Fax: (61) 3317-9190

    http://www.sesi.org.br

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    INTRODUO, 7

    FUNDAMENTOS DO COZINHA BRASIL, 9COZINHA BRASIL: UMA ALTERNATIVA DE INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO PARA AS INDSTRIAS

    BRASILEIRAS, 9

    A questo da fome no Pas, 10

    Combate ao desperdcio de alimentos, 10

    A formao dos hbitos alimentares, 10

    Estmulo produo local e sustentel, 11

    Segurana alimentar e nutricional: essa conquista depende de todos, 11

    COZINHA BRASIL EM DETALHES, 13

    O qUE O COZINHA BRASIL, 13

    Objetios do Cozinha Brasil, 13

    Estrutura e operacionalizao do programa, 14

    A opinio de quem faz o Cozinha Brasil, 14

    As origens do Cozinha Brasil, 15

    O perl dos alunos do Cozinha Brasil, 16

    Cursos alimentao saudvel, teoria e prtica, 16

    Onde so realizados os cursos, 17

    Outras aes educatias do Cozinha Brasil, 17

    O liro de receitas, 18Iniciatias especiais, 18

    Programa Prato do Dia Srie Especial Cozinha Brasil, 18

    Cozinha Brasil em Braile, 19

    Cozinha Brasil para diabticos, 19

    Iniciatias regionais Projeto Caju, 19

    O Cozinha Brasil faz escola no mundo, 20

    Resultados alcanados at o momento, 21

    Benefcios gerados pelo Cozinha Brasil, 22

    Gesto e monitoramento do programa, 22

    As parcerias do Cozinha Brasil, 23Concluso, 25

    HBITOS ALIMENTARES NO BRASIL, 27

    PARA SABER MAIS SOBRE HBITOS ALIMENTARES: AS MUDANAS NO PADRO ALIMENTAR

    BRASILEIRO E SUAS RELAES COM A SADE, PRODUO E COM O DESPERDCIO DE ALIMENTOS, 27

    Desnutrio e obesidade as duas faces da insegurana alimentar no Pas, 27

    O desperdcio de alimentos no Brasil, 29

    A promoo da sade, 31

    A Lei Orgnica de Segurana Alimentar e Nutricional (LOSAN), 31

    Concluso, 33

    REFERNCIAS, 35

    SUmrIO

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    Criado em 1946, o Servio Social da Indstria (SESI) apresenta como misso promovera qualidade de ida do trabalhador e de seus dependentes, com foco em educao,sade e lazer, e estimular a gesto socialmente responsel da empresa industrial.

    Ao longo de mais de 60 anos de existncia, o SESI procurou desenvolver aes que

    combinassem esses dois ingredientes o bem-estar dos cidados brasileiros e aResponsabilidade Social to importantes para as empresas. E descobriu que poderiareuni-los em uma deliciosa receita: o Programa SESI Cozinha Brasil.

    Tecnologia social inoadora, o Cozinha Brasil em ensinando milhares de cidados emtodo o Pas a se alimentarem melhor, com economia e muito sabor. E, ao promoera mudana de hbitos alimentares, tem dado sua contribuio no combate desnutrioe fome no Brasil.

    Nas prximas pginas, voc saber um pouco mais sobre o programa: seusfundamentos, histria e objetios. Conhecer seu funcionamento em detalhes,e poder conferir os resultados mais releantes conquistados at agora.

    Ento, boa leitura! Ou melhor, bom apetite!

    A rECEITA DECIDADANIA qUE

    O SESI lEvA

    S mESASBrASIlEIrAS

    Est na esa!

    INTrODUO

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    Integrantes do Programa SESI Cozinha Brasil

    AcervoSESI

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    Jovens estudantes tambm participam do Cozinha Brasil

    AcervoSESI

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    FUNDAmENTOS DO COZINHA BrASIl

    Atualmente, as empresas tm percebido que necessriomuito mais que gerar riquezas e oportunidadesde emprego. Elas deem ser promotoras dodesenolimento social e da cidadania, pois so aaliadasno apenas por lanar, no mercado, produtos dequalidade e cumprir as exigncias legais e trabalhistas,

    mas tambm por estarem comprometidas com aes detransformao social.

    O Inestimento Social Priado (ISP) uma das formas deatuao socialmente responsel de uma empresa, queisa justamente ao desenolimento e transformaosocial. o repasse oluntrio de recursos priados de

    Cozinha Basi:UmA AlTErNATIvA DE INvESTImENTO SOCIAl PrIvADOPArA AS INDSTrIAS BrASIlEIrAS

    Ciente da atribuio de estimular as empresas parauma gesto socialmente responsel, o SESI desdobraalternatias para que aquelas possam optar pela melhor

    forma de pratic-la, uma ez que, para cada uma daspartes interessadas com as quais a empresa interage, ha possibilidade de aplicao de tcnicas e ferramentasespeccas.

    E o SESI Cozinha Brasil uma das solues sociaisque o SESI apresenta indstria brasileira como umaferramenta de inestimento social priado, contribuindopara a incluso social de milhares de brasileiros, umaez que o pblico atingido com esta linha de atuao aialm do trabalhador da indstria e de seus dependentes,e benecia tambm a populao de baixa renda, na suamaioria, no inserida no mercado formal de trabalhoe com diculdades de acesso aos servios oferecidospelas polticas pblicas.

    Inestimento Social Priado no dee ser confundidocom assistencialismo. Como em qualquer inestimento,quem nancia projetos sociais est preocupadocom os resultados obtidos, com as transformaesgeradas e com o enolimento da comunidade para odesenolimento da ao.

    Interao entre o pblico e as instrutoras do projeto

    AcervoSESI-DN

    forma planejada, monitorada e sistemtica para projetossociais de interesse pblico, como denido pelo Grupode Institutos Fundaes e Empresas (GIFE).

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    A qUESTO DA FOME NO PAS

    Muitos so os desaos que se impem quando

    o assunto o combate fome no Brasil. Segundopesquisa realizada pelo IBGE/PNAD, 13,921 milhesde pessoas passaram fome no Pas em 2004.O estudo revela, ainda, que em 6,5% dos domicliosparticulares houe insegurana alimentar grae,ou seja, os moradores passaram fome com freqnciaou em alguns dias nos trs meses que antecederama data do leantamento dos dados.

    No entanto, a soluo para este grae problema no simplesmente aumentar a produo e a distribuio

    de alimentos. H outros aspectos importantes queprecisam ser leados em conta. Conhea-os a seguir,e eja como o Programa SESI Cozinha Brasil pretendelidar com eles.

    COMBATE AO DESPERDCIO DE ALIMENTOS

    O Brasil um dos maiores produtores de alimentosdo mundo. Apesar disso, uma parcela signicativada populao no consome os nutrientes mnimosnecessrios no dia-a-dia. O problema no a falta

    de comida, mas os neis de perda e desperdcio dealimentos, tanto ao longo das cadeias produtias ede distribuio quanto no preparo e armazenamento.

    Um dos fatores que motiam o desperdcio dealimentos durante o preparo cultural nosso poono tem costume de aproeitar sobras e as partesmenos alorizadas dos alimentos, como cascas, folhas

    ou talos. Alm disso, somos ensinados a adquirir maisalimentos do que o que amos consumir quem nunca

    ouiu dizer que melhor sobrar do que faltar?V-se, ento, que a melhoria das condies nutricionaisda populao brasileira passa, necessariamente, pelaconscientizao quanto s perdas e ao desperdcio dealimentos. E justamente esse um dos principais pilaresdo Programa SESI Cozinha Brasil.

    Os participantes do programa tm a oportunidadede aprender como eitar perdas e desperdcios desdeo armazenamento dos alimentos at o preparo dacomida. Alm disso, descobrem como aproeitar todo

    o potencial nutritio dos alimentos, utilizando o queantes era descartado, como ramas ou sementes.

    As refeies tornam-se muito mais econmicas,equilibradas e nutritias. E, o que melhor, muito maissaborosas.

    A FORMAO DOS HBITOS ALIMENTARES

    Alimentar-se bem mais do que consumir os nutrientesnecessrios ao correto funcionamento do organismo.Os alimentos apresentam gosto, cor, forma, aromae textura e todos esses componentes devem ser pesadosao se preparar uma refeio.

    Uma alimentao saudel tambm precisa lear emconta os signicados culturais, sociais e comportamentaisatribudos comida e ao ato de comer. Ao reunirmosa famlia para uma refeio; ao relembrarmos um gostoda infncia; ao saborearmos um prato tpico de nossaterra, reforamos laos afetivos e rearmamos nossaidentidade e nossa diersidade cultural. Em outraspalaras, ao comermos, tambm satisfazemos nossasnecessidades emocionais.

    preciso considerar, ainda, os fenmenos da urbanizao,da industrializao e da globalizao, e o impacto dissona forma como nos alimentamos: a diminuio dos locaisdestinados s refeies em famlia; a modicao dosrituais cotidianos de preparo dos alimentos; a reduo dafreqncia de compartilhamento das refeies em famliaou entre grupos de conio; a descaracterizao culturalde preparaes e receitas, decorrente da diminuiodo tempo disponel para a cozinha; e a acumulao de

    funes por parte da mulher, que passou a trabalhar fora,mas continuou historicamente responsel por nutrira famlia.

    Cascas de frutas como a bananaviram recheio em tortas apetitosas

    Foto:SXChng

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    FUNDAmENTOS DA COZINHA BrASIlEIrA

    Inmeros programas institucionais que buscaama melhoria dos hbitos alimentares de populaes

    dos pases em desenolimento foram frustrados pordesconsiderar os preceitos e as proibies religiosas, bemcomo as categorias culinrias locais. Inicialmente, atribuiu-se o insucesso dessas iniciatias suposta ignorncia dapopulao. Mais tarde, no entanto, cou evidente queo grande problema era a insensibilidade dos interentores,que ignoraam a importncia da cultura na alimentao,atentando apenas para aspectos bioqumicos e nutricionais.

    No Programa SESI Cozinha Brasil, os aspectos sociais,culturais e afetios tambm o mesa. So utilizados

    ingredientes tpicos de cada regio, alm de temperoslocais, o que garante aos pratos o inconfundel sabor da"comidinha l de casa". E, j que, atualmente, as pessoas tmpouco tempo disponel para cozinhar, as receitas so rpidase simples. Tudo isso, com apresentao de dar gua na boca.

    ESTMULO PRODUO LOCAL ESUSTENTVEL

    muito comum encontrar pessoas que alegam no sealimentar de maneira saudel porque isso caro. Trata-sede uma crena equiocada possel, sim, comer beme a um custo acessel. Basta optar por comprar produtosin natura, cultiados localmente. Eles so mais baratosporque tm menos custos de transporte e armazenamento.E so mais saudeis porque chegam mais frescos at oconsumidor, prontos para serem aproeitados em todo oseu potencial nutritio.

    Ao educar os cidados para dar preferncia a produtosagrcolas locais, o Programa SESI Cozinha Brasilindiretamente proporciona aos agricultores a chance de

    sustentarem suas famlias com o trabalho no campo. Dessaforma, cria-se um crculo irtuoso em que todos ganham de um lado, os consumidores, que passam a contar comalimentos de melhor qualidade; de outro, os trabalhadoresrurais, que conseguem ier da atiidade agrcola.

    EAT yOUR vIEw

    Na Europa e nos Estados Unidos, um conceito cada ez mais difundido Eat your ie coma a suapaisagem, literalmente. Signica dar preferncia aos alimentos produzidos localmente, respeitando o meio

    ambiente e os ciclos da natureza. tempo de abbora na sua regio? Ento aproeite para consum-la.As batatas no esto boas nesta semana? Substitua-as nas suas receitas por mandioca ou inhame. Assim,voc estimula a agricultura local e ainda leva mesa os alimentos na sua melhor forma.

    SEGURANA ALIMENTAR E NUTRICIONAL:ESSA CONqUISTA DEPENDE DE TODOS

    Segundo o documento ocial brasileiro apresentado naCpula Mundial de Alimentao (Roma/1996), SeguranaAlimentar e Nutricional signica garantir a todoso acesso a alimentos bsicos de qualidade, em quantidadesuciente, de modo permanente e sem comprometero acesso a outras necessidades essenciais, com prticasalimentares saudeis, contribuindo, assim, para umaexistncia digna em um contexto de desenvolvimentointegral da pessoa humana.

    A construo da segurana alimentar e nutricional implica

    um trabalho conjunto e solidrio do goerno e da sociedadecivil, com a implantao de aes diversicadas. Entre essasaes esto as que enolem toda a cadeia produtia, desdea produo at a distribuio de alimentos; a implementaode programas que leem os segmentos populacionais emsituao de ulnerabilidade social a desenoler atiidadesprodutias; a defesa dos direitos dos consumidorese a promoo do consumo consciente; a facilitao doacesso a uma alimentao de qualidade; o estmuloa prticas alimentares e estilo de ida saudeis; a aplicaode programas de suplementao alimentar, doao dealimentos e combate ao desperdcio; entre outras.

    Para as aes que enolem o combate ao desperdcioe o uso de alimentao alternatia, faz-se urgentea mudana de alores e o desenolimento de uma culturade solidariedade, cabendo tambm s empresas, por suareleante atuao na sociedade, participar da busca desolues.

    Nesse contexto, o Programa SESI Cozinha Brasil temdesempenhado papel fundamental, uma ez que promoee coordena a participao de ariados atores sociais comdestaque para a empresa industrial socialmente responsel, em aes educatias que isam adoo de hbitosalimentares saudeis pela populao e ao aproeitamentointegral dos alimentos.

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    AcervoSESI-BA

    Dispondo de uma boa infra-estrutura, o Cozinha Brasil contribui paraa conscientizao de se cultivar hbitos alimentares mais saudveis

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    O ue o CozinhaBasi

    um programa de educao alimentar que pretende estimulara adoo de bons hbitos alimentares e a preparao derefeies saudeis. Para isso, so promoidas diersas aeseducativas, entre cursos, palestras, ocinas e eventos comdegustao.

    Concebido como uma soluo para os problemas relacionados m alimentao, desnutrio e fome, o programa aliaenvolvimento da comunidade, baixo custo e metodologiafacilmente replicel em outras localidades com os mesmosproblemas.

    O Cozinha Brasil ensina a populao a preparar alimentosde forma inteligente e sem desperdcios, introduzindo umcardpio farto, ariado e muito nutritio. As refeies pesammenos no bolso. E cam ainda mais gostosas.

    OBjETIVOS DO COZINHA BRASIL

    O Programa SESI Cozinha Brasil tem como objetio estabelecerum processo educatio permanente, destinado a promoer

    a mudana de comportamento das comunidades em relao produo, preparao e ao consumo dos alimentos. Dessaforma, pretende-se criar uma cultura de sade, bem-estar,gerao de renda e desenolimento com sustentabilidade.

    Um dos princpios bsicos do Cozinha Brasil o aproeitamentointegral dos alimentos, ou seja, a utilizao daquilo quenormalmente dispensado nas cozinhas, como talos, cascas,folhas e sementes. Sempre em receitas de sabor apurado, comalto valor nutritivo e baixo custo.

    Os alunos tambm so estimulados a utilizar ingredientese temperos tpicos de sua regio, disponeis a cada estao.O aprendizado inclui, ainda, princpios bsicos de nutrio, almde importantes lies sobre higiene e conserao dos alimentos.

    COZINHA BrASIl Em DETAlHES

    Alunas do DR (BA) preparando as receitas do projeto

    AcervoSESI-BA

    Gostei muito do curso, pois com poucodinheiro, com as frutas e os legumes dapoca que so consumidos aqui na regio,preparamos pratos deliciosos e bonitosde se servir. (...) Aprendi como procederno armazenamento, no preparo e noacondicionamento dos alimentos. O livrode receitas que recebemos de excelentequalidade e com receitas de fcil preparo.

    Sebastiana Nogueira Prico/TO

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    COZINHA BrASIl: UmA rECEITA DE CIDADANIA

    ESTRUTURA E OPERACIONALIZAO DOPROGRAMA

    O Programa SESI Cozinha Brasil conta com a coordenaogeral do Departamento Nacional e do Conselho Nacionaldo SESI. Em cada estado da Federao, nos DepartamentosRegionais do SESI, h uma coordenao estadual,responsel pela operacionalizao das aes do programa,desde o planejamento at a divulgao e a execuo.

    Atualmente, o Programa conta com 191 prossionaisdistribudos por todo o Brasil, entre coordenadores,supervisores, instrutores, auxiliares de cozinha eadministrativos e motoristas. Com muita competncia ededicao, essa equipe dissemina os conceitos e princpiosdo programa, contribuindo para a formao de uma noacultura baseada em hbitos alimentares mais saudeis.

    A inteno formar cidados com mais autonomia nahora de comprar, plantar e consumir. ensinar a todos

    os brasileiros que possel, sim, lear mesa de suasfamlias uma alimentao saudel, farta e ariada,adequada aos seus recursos nanceiros e aos recursosnaturais e culturais da regio. Fazer parte da famlia Cozinha Brasil

    mais do que ser uma profssional

    capacitada em multiplicar; um exercciode cidadania e responsabilidade social; saber que voc pode contribuir para

    a melhoria da qualidade de vida demilhares de brasileiros to carentes no

    que se refere educao alimentar, e isso imensurvel.

    Jussele Loureno da Sila instrutora doPrograma SESI Cozinha Brasil/RN

    motivo de grande alegria ser membroda equipe do Programa SESI Cozinha Brasilem Mato Grosso. O trabalho de educao

    alimentar promovido pela equipe denutricionistas e auxiliares realmentesensibiliza os participantes, e o sorrisoestampado no rosto de cada um expressa

    a satisfao por poderem melhorar seushbitos alimentares pelo aproveitamentointegral, sanar suas dvidas e, alm

    disso, levar o livro de receitas e ocertifcado gratuitamente. Presenciar os

    encerramentos dos cursos, ouvir que asreceitas so gostosas e, principalmente, que

    esto sendo feitas em casa, motivadore nos estimula a continuar estudando e

    aperfeioando os conhecimentos tcnicose didticos, com o intuito de manter essa

    ferramenta para a melhoria da qualidadede vida da populao mato-grossense.

    Thas Gonales coordenadora doPrograma SESI Cozinha Brasil/MT

    A OPINIO DE qUEM FAZ O COZINHA BRASIL

    Grupo de participantes recebendo a cartilha do Cozinha Brasil

    AcervoSESI-BA

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    AS ORIGENS DO COZINHA BRASIL

    Lanado em todo o Brasil em 2004, o Programa SESI

    Cozinha Brasil tee sua origem em uma iniciatia inoadorado Departamento Regional do SESI de So Paulo.

    Em 1998, durante pesquisa que aaliaa as condiesde sade de 1.670 trabalhadores de pequenas e mdiasindstrias na capital paulista, detectou-se um problemaalarmante: 65% dos indivduos pesquisados alimentavam-semal. A refeio diria era composta, basicamente,de arroz, feijo e carne, com baixos ndices de consumode erduras, frutas e legumes.

    Ficou clara a necessidade de se desenoler aes educatiasque auxiliassem trabalhadores e populao em gerala mudar seus hbitos alimentares. E foi isso que motioua criao do Programa Alimente-se Bem, no ano seguinte.

    Ao longo dos anos, a combinao de boa alimentao,sabor e economia foi conquistando cada ez mais adeptos.Finalmente, em 2004, apoiados pelo Departamento

    Regional do SESI de So Paulo, o Departamento Nacional(SESI/DN) e o Conselho Nacional do SESI (CONSESI)

    decidiram ampliar a iniciatia e lanar o Programa SESICozinha Brasil em todos os estados brasileiros.

    Os primeiros passos para a implantao do nooprograma foram a organizao das equipes e,posteriormente, as capacitaes, envolvendo 26Departamentos Regionais do SESI. Os cursos de formaointensios, com aulas tericas e prticas, foram ministradospelo corpo de especialistas do Alimente-se Bem, naCozinha Experimental do Centro de Atividades Theobaldode Nigres do SESI de Santo Andr, em So Paulo.

    Ao longo de 2004 e 2005, foram realizados cinco cursoscom durao de 80 horas cada. O processo foi concludoem agosto de 2005. Desde ento, o Cozinha Brasil emfazendo muito mais que encher o prato de milhares debrasileiros. vem alimentando o Pas com uma perspectiarealista e iel para o combate fome, desnutrio e pobreza extrema.

    O qUE O COZINHA BrASIl

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    COZINHA BrASIl: UmA rECEITA DE CIDADANIA

    Os dados revelam expressiva adeso de mulheres aoprograma, o que vem reforar a importncia do gnerofeminino na mudana de hbitos alimentares e napromoo da alimentao saudel no ncleo familiar.

    CURSOS - ALIMENTAO SAUDVEL, TEORIAE PRTICA

    A principal ao promoida pelo Programa SESI CozinhaBrasil , sem dida, a realizao dos cursos de educaoalimentar, oferecidos gratuitamente. Conhea-os a seguir.

    Curso Bsico de Educao Alimentar Curta durao(10h): direcionado a trabalhadores da indstria e seusfamiliares e comunidade em geral.Tem como contedo bsico noes de nutrio, alimentose suas funes; preparao de alimentos com baixo

    custo e alto alor nutritio; elaborao de cardpiosequilibrados; planejamento de compras; congelamentoe descongelamento; manipulao e higienizao dosalimentos.

    Curso de Educao Alimentar e Nutricional Mdiadurao (24h): destina-se aos trabalhadores de cozinhasindustriais de escolas, creches e restaurantes, alm deprossionais das reas da sade e educao, que poderodisseminar os alores e as receitas do programa emseus locais de trabalho. O contedo aborda, com maisprofundidade, os conceitos explorados no Curso Bsicode Educao.

    Os cursos so ministrados por nutricionistas qualicadas,que utilizam uma linguagem de fcil entendimento epromoem a participao atia dos alunos.

    As lies aprendidas so postas em prtica com apreparao de receitas fceis, saudeis, baratas e muitosaborosas. Nelas, utilizam-se ingredientes da regio,aproeitados em sua totalidade, sem desperdcio decascas, talos ou folhas.

    Durante as aulas, todos recebem um liro de receitasespecial, touca, avental, pasta e caderno. Ao nal docurso, aqueles que tiverem 75% de freqncia recebemcerticado de participao.

    O PERFIL DOS ALUNOS DO COZINHA BRASIL

    Importante ferramenta de responsabilidade social da

    empresa industrial, o Programa SESI Cozinha Brasilatende os trabalhadores da indstria e seus dependentes,e a comunidade em geral.

    A anlise dos dados dos participantes dos cursos reelaque a maioria deles do sexo feminino (93,19%). Dototal, 46,45% so casados; 26,34% esto na faixa etriaentre 30-39 anos; e 32,64% possuem ensino mdiocompleto. A grande maioria vive na zona urbana 93% dototal. Verica-se, ainda, que 59,50% pertencem a famliasque possuem de 2 a 4 membros (Tabela 1), e que 31,83%

    no possuem renda prpria (Tabela 2).

    Tambm merece destaque o poder de inuncia dasmulheres no pblico infanto-juvenil lhos e netos,

    em geral. Se, por um lado, crianas e joens se mostramsusceteis propaganda de lanchonetes fast food, poroutro, representam potenciais multiplicadores de prticasalimentares saudeis.

    Em relao aos hbitos alimentares, vericou-se quea maioria dos alunos que se inscree nos cursos nopossui o hbito de utilizar cascas de frutas e de legumesna alimentao (66,00%) ou de fazer refeies no prpriodomiclio (58,58%).

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    "O curso Cozinha Brasil foi de grande utilidade

    para mim, pois poderei cuidar melhor daalimentao dos meus netos e flhos. Gosto

    muito de cozinhar e criar receitas. O ProgramaCozinha Brasil deve voltar. Esto de parabnstanto a equipe de Minas Gerais quanto o SESIpor trazer novos cursos para ns. Obrigada!Deus abenoe todos vocs.

    Ftima Noronha Ramos/MG

    O contedo das aulas foi de grandeaproveitamento para o meu dia-a-dia, nos na minha famlia, mas, especialmente,na rea de trabalho. Trabalho na rea dasade e posso passar muitas das instruesdadas para creches, escolas e entidades,podendo aproveitar melhor os alimentose economizar mais.

    Heliane das Graas Lopes/MG

    ONDE SO REALIZADOS OS CURSOS

    Para que o Cozinha Brasil benecie cada vez mais gente,

    fundamental fazer com que seus ensinamentos cheguems comunidades mais carentes. Para isso, o programa contacom 30 unidades meis caminhes adaptadose equipados com tudo o que necessrio em uma cozinha-escola. Cada unidade pode receber at 30 alunos por turma.

    A maior parte dos cursos ocorre nas unidades meis.Mas eles tambm podem ser promoidos em cozinhasxas ou semixas, instaladas em empresas/indstrias,nas unidades do SESI ou em locais disponeis nacomunidade.

    OUTRAS AES EDUCATIVAS DO COZINHABRASIL

    Alm dos cursos, o Programa SESI Cozinha Brasil realizaoutras atividades educativas. So ocinas, palestras ecampanhas, assim como participaes em feiras e grandeseentos. Nessas ocasies, so promoidas degustaesdos pratos criados pelo programa e diulgadasinformaes sobre a importncia de uma alimentaomais saudel.

    Dessa forma, cria-se um ambiente faorel para adiulgao de conceitos, como aproeitamento integraldos alimentos, consumo consciente e combate aodesperdcio, temas importantes para toda a sociedade.

    O qUE O COZINHA BrASIl

    Unidade fxa do Cozinha Brasil no DR de MS

    AcervoSESI-

    MS

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    COZINHA BrASIl: UmA rECEITA DE CIDADANIA

    H ocasies em que a interao com o pblico ldicae bem humorada. o que acontece em eentos comoa Ao Global, promoida em parceria entre o SESI ea Rede Globo. Com o intuito de chamar a ateno dapopulao para a importncia do aproeitamento integraldos alimentos, a equipe do Programa SESI Cozinha Brasilda Bahia criou uma pea teatral.

    Encenada no ambiente da unidade mel pelasprprias instrutoras e auxiliares de cozinha, a pearetrata situaes cotidianas de uma cozinha domstica,desmisticando velhos preconceitos quanto ao usode cascas e talos na alimentao. O pblico se diertee participa atiamente do espetculo. E, com certeza,aprende uma gostosa lio.

    O LIVRO DE RECEITAS

    Um dos principais instrumentos de diulgao dosprincpios do Cozinha Brasil , sem dida, o liro dereceitas do programa. Escrito em linguagem clara eacessel, ele se destaca por oferecer receitas prticas,econmicas e muito nutritias, que primam peloaproeitamento integral dos alimentos.

    Alm das receitas, o liro traz informaes sobre nutrio,mostrando a importncia de se conhecer os grupos de

    alimentos e suas funes no organismo humano. Tambmh dicas sobre como escolher, comprar, armazenar,manipular, congelar e descongelar alimentos, j que ospreos so fortemente condicionados por essas arieis.

    O material foi originalmente desenolido pela equipede nutricionistas da Diretoria de Alimentao do SESI-SP.

    Mas cada departamento regional em desenolendonovas receitas e verses das j existentes, de acordo comas especicidades da regio.

    A partir do liro de receitas, diersas outras peas dediulgao foram confeccionadas, como cartilhas,panetos, flderes e lipetas.

    Aprendi muito, at j comecei a fazerreceitas, so muito prticas e boas. Achei a

    instalao do caminho muito boa. Gosteimuito das professoras. Pena que foi pouco.Deixo meu abrao a vocs.

    Maria Jos Azeedo Lemos/MG

    Programa Prato do Dia Srie Especial CozinhaBrasil

    O programa teleisio Prato do Dia Srie EspecialCozinha Brasil um grande sucesso que nasceu daparceria entre o SESI, a Fundao Roberto Marinho e aFundao Padre Urbano Thiesen.

    INICIATIVAS ESPECIAIS

    Como se no bastasse capacitar milhares de brasileirosnas localidades mais distantes, o Programa SESI CozinhaBrasil tambm desenole iniciatias especiais de grandesucesso. Conhea a seguir algumas delas.

    Pea de teatro promovida pelos participantes sobre o tema"Alimentao Saudvel" do DR (BA)

    AcervoSESI-BA

    Orgulho da multiplicadora do DR (BA) pelo livroconstrudo durante o projeto

    AcervoSESI-

    AP

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    Os episdios tm 24 minutos de durao e so gravadosem cidades nas cinco regies do Pas. Neles, por meio de

    receitas simples, econmicas e nutritivas, um prossionalde nutrio diulga os princpios do Programa SESICozinha Brasil.

    Alm de valorizar a culinria regional, explorandoingredientes tpicos de cada localidade, os episdiostambm trazem dicas de como escolher, manipular econserar os alimentos.

    A srie estreou em outubro de 2006 no Canal Futura e naTv Unisinos. Dez episdios diferentes foram eiculadosao longo do ano de 2007.

    Cozinha Brasil em Braile

    Em 2005, o SESI-RJ, em parceria com a Unio dos Cegosdo Brasil, desenoleu uma ao inoadora: a capacitaode 30 alunos decientes visuais no Cozinha Brasil.

    As aulas foram ministradas na cozinha da instituio,com metodologia especca para atender as necessidadesdesses alunos. Alm disso, com o apoio da SociedadePr-Liro Esprita em Braille (SPLEB), foram produzidos

    15 liros em braile, com 80 receitas. Tambm foramgravados 20 CDs para os decientes visuais que no lemem braile.

    Em bree, os resultados positios dessa iniciatia deem semultiplicar: j esto sendo planejadas noas edies do curso.

    Cozinha Brasil para diabticos

    Algumas iniciatias podem nascer da demanda popular.

    Foi o que aconteceu com a equipe do Programa SESICozinha Brasil do Rio de Janeiro. Nos cursos promoidospor eles, eram freqentes os questionamentos relatios adaptao das receitas para diabticos.

    Diante disso, a equipe decidiu desenoler, em parceriacom a Associao de Diabticos de Noa Friburgo, cartilhacom receitas adaptadas e orientaes sobre a alimentaopara diabticos.

    Mais de 50 receitas foram testadas na cozinha industrialda Unidade Operacional da Tijuca. Chegou-se a um totalde 20 receitas aproadas todas respeitando os preceitosdo Cozinha Brasil.

    O qUE O COZINHA BrASIl

    INICIATIVAS REGIONAIS - PROjETO CAjU

    No nal de agosto de 2007, o Programa SESI CozinhaBrasil lanou a primeira de muitas aes regionaisdestinadas a um alimento especco: o Projeto Caju.

    Especialmente oltado para a populao do Nordestedo Pas, o projeto tem como objetio o estmulo aoaproeitamento integral do caju e a sua utilizao emrefeies nutritias e baratas, desde os pratos salgadosat as sobremesas.

    Estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria(Embrapa) reelam que cada quilo de castanhacorresponde a noe quilos de polpa. Com base naproduo da castanha, estima-se que a quantidadede polpa produzida tenha sido de 2,3 milhes de

    Livros em braile: ao inovadora para capacitardefcientes visuais

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    COZINHA BrASIl: UmA rECEITA DE CIDADANIA

    O COZINHA BRASIL FAZ ESCOLA NO MUNDO

    O Programa SESI Cozinha Brasil j ensinou a milhares

    de brasileiros hbitos alimentares saudeis. Agora,suas lies esto cruzando fronteiras e chegando aoutros pases. Com a assinatura do memorando deentendimento entre o SESI/CONSESI e a Organizao dasNaes Unidas para Agricultura e Alimentao (FAO), em2006, o programa foi inserido no rol de planos traadospela organizao, que luta para erradicar a fome e apobreza na Amrica Latina e no Caribe at o ano de 2025.

    Reconhecido internacionalmente como uma opo ecazde educao alimentar e combate fome, o Cozinha

    Brasil tem chamado a ateno de autoridades de diersospases, que iajam at nosso pas para conhecero programa de perto.

    O primeiro interessado foi aIntendencia Municipalde Montevideo que, assessorada pela equipe do SESI,adaptou a tecnologia social s caractersticas do Uruguaie lanou, em 5 de noembro de 2007, o Cocina Uruguay,nos mesmos moldes do programa brasileiro.

    Nessa noa empreitada, o SESI tem contado com o apoioda Agncia Brasileira de Cooperao, do Ministrio das

    Relaes Exteriores.

    toneladas em 2007. Desse total, no mximo, 20% foramaproeitados na fabricao de doces, sucos, inho ou

    consumo in natura. O restante cerca de 1,9 milho detoneladas de alimento sadio e nutritio foi jogado fora.

    Uma importante aliada neste projeto a empresa CIONE,uma das maiores produtoras individuais e exportadorasda castanha de caju. Preocupada com o desperdcioda polpa, h anos a empresa se dedica a criar receitasutilizando integralmente o caju.

    Sabendo do potencial do Programa Cozinha Brasil e dacapilaridade do SESI, em 2006, a CIONE compartilhousuas receitas com a instituio. Elas foram testadas

    e aperfeioadas, tornando-se ainda mais fceis, rpidas,nutritias e saborosas.

    Com o apoio da Fundao Banco do Brasil, em apenascinco meses, 70.215 pessoas em todo o nordestebrasileiro foram sensibilizadas para a importncia doaproeitamento integral do caju por meio de cursos,ocinas, palestras e degustaes.

    Para o Programa SESI Cozinha Brasil, iniciatias comoo Projeto Caju so fundamentais, pois promoem oconhecimento, a alorizao, a produo e a utilizao

    dos produtos regionais. A inteno de que projetossimilares sejam desenolidos em todo o Pas nosprximos anos. A economia local melhora. A qualidadede ida e a auto-estima da populao, tambm.

    Cocina Uruguay: ampliando seus horizontes pela Amrica Latina

    DivulgaoFIER

    GS

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    RESULTADOS ALCANADOS AT O MOMENTO

    Atualmente, o Programa SESI Cozinha Brasil est

    implantado em todos os estados brasileiros e noDistrito Federal, com 30 unidades meis em plenofuncionamento. Desde sua implementao, foramcapacitados 368.959 alunos em 987 municpios em todoo Pas.

    O qUE O COZINHA BrASIl

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    BENEFCIOS GERADOS PELO COZINHABRASIL

    O Cozinha Brasil apresenta como benefcios imediatosa reduo do desperdcio e a melhoria das condiesde sade das populaes beneciadas pelo programa.Mas h outros efeitos positios que no se percebem emum primeiro olhar, mas que cam claros num simplespasseio pelas comunidades por onde o programa passou.

    Ao ensinar as pessoas a escolher, comprar e consumiros alimentos de maneira inteligente, o programa formacidados mais conscientes e com maior autonomia.Ao alorizar os ingredientes e os temperos regionais,o programa resgata a auto-estima e a identidade culturaldos alunos, despertando neles o orgulho por suas razes.

    As empresas que se tornam parceiras do Cozinha Brasiltambm ganham, pois tm a certeza de estar investindoem uma ao socialmente responsel com resultadosefetios.

    GESTO E MONITORAMENTO DO PROGRAMA

    Para gerir o Cozinha Brasil, o SESI conta com um sistemaeletrnico em que so cadastrados todos os alunosbeneciados e os parceiros envolvidos. Dessa forma,

    ca mais fcil efetuar o acompanhamento das turmas evericar a evoluo dos atendimentos. O sistema tambm

    possibilita realizar pesquisas quanto ao perl dos alunose dos parceiros.

    A m de promover o alinhamento de todos quantos aes e estratgias do programa, o SESI realizavideoconferncias nacionais periodicamente. Nelas,os departamentos regionais tm a oportunidade detrocar idias, impresses e experincias. Alm disso,anualmente realizado o Encontro Tcnico Nacionalcom todos os coordenadores estaduais, com o intuitode aaliar o Cozinha Brasil, propor melhorias e planejaraes futuras.

    Os departamentos regionais de alguns estados japlicam pesquisas de satisfao dos alunos de maneirasistemtica. A inteno que essa prtica seja estendidaa todo o Brasil. Dessa forma, ser mais fcil promoermelhorias e eentuais mudanas de rota.

    Atento importncia de se aaliar a qualidade das aesde educao alimentar do programa, o DepartamentoNacional do SESI tem buscado procedimentos dinmicose ecientes de monitoramento e anlise do programa em

    todo o Brasil. Encontra-se em andamento uma pesquisade impacto do programa, que busca vericara efetiidade das aes com a populao atendida.

    Encontro Nacional Cozinha Brasil: empenho, informao e responsabilidade social

    AcervoSESI-

    DN

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    Com as parcerias, o programa pode expandir suas aesem diersas frentes: promoo da cidadania, combatea preconceitos que prejudicam a adoo de hbitosalimentares mais saudeis, combate ao desperdciode alimentos e aos problemas associados m nutrio,estmulo ao uso de alimentos regionais, fortalecimentodas tradies alimentares e promoo da seguranade alimentos no domiclio.

    As parcerias tambm faorecem a disseminao dosprincpios do programa entusiasmados pelos resultadosobtidos, os parceiros acabam tornando-se diulgadorese multiplicadores de uma alimentao mais saudel.

    AS PARCERIAS DO COZINHA BRASIL

    Cozinha Brasil um modelo de Investimento Social Privado

    O Programa SESI Cozinha Brasil considerado um modelo de Inestimento Social Priado pordesenvolver aes comprovadamente ecazes, facilmente replicveis e com resultados consistentes.D gosto inestir em uma iniciatia assim.

    Parcerias em mbito nacional

    Muitos parceiros deixaram e deixam sua marca noCozinha Brasil. Em mbito nacional, ressaltam-se

    Parcerias locais

    To importantes quanto as parcerias nacionais soas estabelecidas em mbito local com entidadeslantrpicas, religiosas, universidades, Organizaes no-Goernamentais (ONGs), prefeituras, goernos estaduais,fundaes, organizaes de diersas naturezas, alm deempresas pblicas e priadas dos mais diferentes setores.

    Os parceiros que decidem promoer os cursos doCozinha Brasil em sua comunidade se responsabilizampor diulgar os cursos, formar turmas e inscreer osalunos, sempre com a assessoria do SESI. Tambmcontribuem para a operacionalizao dos cursos comrecursos nanceiros e contrapartidas como gnerosalimentcios, segurana das unidades mel, combustel,hospedagem e alimentao das equipes, entre outras.

    A erradicao da fome e da misria no Brasil um anseio compartilhado por todos sociedade ciil, setorprodutio e setor pblico. E ela s pode ser conquistada se todos se engajarem na busca de solues.

    Embora demonstre ser ecaz no combate desnutrio,o Cozinha Brasil s realizar todo o seu potencialtransformador se puder ser leado a um nmero cadaez maior de pessoas. Consciente disso, o programarma parcerias com instituies e empresas socialmenteresponseis.

    O qUE O COZINHA BrASIl

    Digna de nota a importncia dos parceiros nadiulgao do programa. Segundo dados apuradospelo SESI (Tabela 6), a maioria dos participantes tomouconhecimento dos cursos por meio das entidadesparceiras.

    a Petrobras, a Fundao Banco do Brasil, o BancoSantander, a Companhia Brasileira de Alumnio (CBA),a Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT),a Gerdau, a Empresa Brasileira de Infra-estruturaAeroporturia (Infraero), a Odebrecht e a CaixaEconmica Federal (CEF). E tambm o Ministrio doDesenolimento Social e Combate Fome (MDS), quecontribuiu muito para a concretizao da idia.

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    A diulgao feita por parceiros e izinhos ganhaainda mais relencia se considerarmos as localidadesatendidas pelo programa em geral, locais de baixondice de Desenolimento Humano (IDH) e com altainsegurana alimentar, onde no h grande acesso aosmeios de comunicao conencionais.

    Veja a opinio dos parceiros...

    O Programa SESI Cozinha Brasil foi umagrata descoberta para ns, que queramostrabalhar as questes nutricionais e desade com os nossos colaboradores e comas comunidades em que estamos inseridos.(...) O programa foi to bem aceito que olevaremos para outras unidades nossas aolongo de 2008.

    Juliana Lopes, Coordenadora deDesenolimento Social do Grupo Maggi

    Quero agradecer, em nome do nossomunicpio e da minha famlia, as aes doPrograma Cozinha Brasil, que trouxerammuita economia, qualidade de vida,valor nutricional e higiene para a nossacozinha, em especial para as famliasem vulnerabilidade do nosso municpio.Nosso MUITO OBRIGADO!

    Antonio Petronilo Dantas Filho, Prefeito deParelhas/RN

    ... e de quem foi beneciado por uma

    parceria:

    Achei excelente essa oportunidade que aempresa do meu esposo me deu, como soucriativa, aproveitarei da melhor formatudo na minha cozinha e nos pratos

    especiais. Fiquei super feliz em participardesse evento maravilhoso.

    Eusarina Soares vieira/BA

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    CONCLUSO

    Um Brasil sem fome um pas em que todos tm acesso nutrio adequada para

    uma ida atia e saudel. Contudo, no basta apenas garantir a produo alimentosem quantidade suciente. preciso conhecer como evitar o desperdcio, to comumem nossas cozinhas; saber escolher e preparar os alimentos que leamos mesa eeducao alimentar.

    Essa a proposta dos empresrios industriais por meio do Programa SESI CozinhaBrasil. Mediante cursos, palestras e, at mesmo, programas de Tv, o Cozinha Brasilem ensinando milhares de brasileiros que possel preparar refeies nutritias,de baixo custo e muito saborosas.

    Os alunos trabalhadores da indstria e seus dependentes, e a comunidade emgeral aprendem importantes lies durante os cursos: o aproeitamento integraldos alimentos; a alorizao dos usos e costumes locais no preparo das refeies;o consumo preferencial de produtos regionais, da estao; e os cuidados no preparoe na conserao da comida.

    Ao promoer o Programa Cozinha Brasil, o SESI, com as Indstrias, faz a sua parte nocombate fome e desnutrio em nosso Pas. No entanto, a conquista da seguranaalimentar depende da atuao conjunta da sociedade com o poder pblico.E nessas parcerias a iniciatia priada em especial, as empresas industriais possuiuma decisiva inuncia, pois exercem nas comunidades onde esto inseridas papelfundamental: so geradoras do desenolimento.

    Norteado por essa premissa, o programa rma parcerias com instituies pblicase empresas notadamente, aquelas que pautam sua atuao pela responsabilidadesocial e que procuram por bons Inestimentos Sociais Priados.

    Derrotar denitivamente a fome ainda um ideal distante em nosso Pas. Mas cadaez que empresas, goernos e cidados unem seus esforos como mesmo objetio,tal sonho se torna mais prximo de se realizar.

    O qUE O COZINHA BrASIl

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    A alimentao balanceada fundamental para manter a sade

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    A ltima Pesquisa de Oramentos Familiares (POF),realizada em 2002-2003 pelo Instituto Brasileiro de

    Geograa e Estatstica (IBGE) trouxe informaessobre a composio dos oramentos domsticos, apartir da inestigao dos hbitos de consumo, daalocao de gastos e da distribuio dos rendimentos,

    Paa sabe aissobe hbitosaientaes

    AS mUDANAS NO PADrO AlImENTAr BrASIlEIrO E SUASrElAES COm A SADE, PrODUO E COm O DESPErDCIODE AlImENTOS

    DESNUTRIO E OBESIDADE AS DUASFACES DA INSEGURANA ALIMENTAR NO PAS

    A pesquisa mostrou informaes importantes sobreo estado nutricional da populao adulta brasileira edo consumo de alimentos no Pas. A POF10 eidenciou

    mudanas no padro alimentar brasileiro, faoreis doponto de ista dos problemas associados subnutrio,em funo do aumento na disponibilidade de caloriasper capitae da participao de alimentos de origemanimal na alimentao. Esse ponto positio na mudanado padro alimentar brasileiro pode ser resultado derias aes de promoo da segurana alimentar enutricional implementadas pelos goernos e instituiespblicas e priadas. Ao longo dos anos, as empresasprivadas notadamente tm assumido importante papel

    de promotoras de qualidade de ida das comunidades,uma vez que tm includo nas suas agendas aes deresponsabilidade social oltadas para a construode uma sociedade mais justa e sem fome.

    Para uma alimentao equilibrada, necessrio o consumode fontes de carboidrato, protenas, vitaminas e mineraispresentes nas frutas e hortalias

    HBITOS AlImENTArES NO BrASIl

    Foto:SXChng

    segundo as caractersticas dos domiclios e das pessoas,por diferentes detalhamentos geogrcos, classes

    de rendimentos e formas de aquisio. Trata-se deum alioso referencial para o desenolimento deestudos sobre pobreza e sobre segurana alimentar enutricional.

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    COZINHA BrASIl: UmA rECEITA DE CIDADANIA

    No entanto, no que se refere obesidade, tambm seobseraram mudanas desfaoreis ocasionadas pelo

    aumento do consumo de alimentos ricos em gordurase acares e a diminuio no consumo de cereais,leguminosas, frutas, erduras e legumes.

    Associadas ao sedentarismo, essas tendncias explicama alta prevalncia de excesso de peso e obesidade entreadultos, identicada pela POF10. E apontam para umcrescimento da incidncia das doenas associadas obesidade, implicando a necessidade de mudanas dehbitos alimentares.

    Desde os anos 80, a diminuioda desnutrio em adultos,acompanhada do aumento de obesos, uma tendncia no Pas.

    O alor do salrio mnimo considerado pela pesquisa foi de R$ 200,00. Salrio referente ao perodo de janeiro de 2003.

    Ressalta-se que famlias de baixo poder aquisitivo tambmesto expostas obesidade, ao contrrio do senso comum,que relaciona obesidade mesa farta. De acordo com a

    pesquisa, dos 10 milhes de obesos, 48% isto , 4,8milhes possuem renda de at dois salrios mnimos.Desde os anos 80, a diminuio da desnutrio em adultos,acompanhada do aumento de obesos, uma tendncia noPas. Pode ser conseqncia do aumento da expectativa deida, associado s mudanas de padres comportamentais,alimentares, sociais, culturais e tecnolgicos.

    Ao mesmo tempo em que declina a ocorrncia dadesnutrio em crianas e adultos num ritmo acelerado,aumenta a prevalncia de sobrepeso e obesidade napopulao brasileira. A projeo dos resultadosde estudos efetuados nas ltimas dcadas indicatia deum comportamento claramente epidmico do problema.Estabelece-se, dessa forma, um antagonismo de tendnciastemporais entre desnutrio e obesidade, denindo umadas caractersticas marcantes do processo de transionutricional do Pas.

    Assim, uma poltica de segurana alimentar e nutricionaldee atender as duas faces da insegurana: a desnutrioe a obesidade. Ambas so didas sociais prioritrias,cada uma a seu modo. Enquanto fome e desnutrio so

    remanescentes, a obesidade uma dida social emergente.

    Uma poltica de segurana alimentar

    e nutricional deve atender as duasfaces da insegurana: a desnutrioe a obesidade.

    Para isso, so necessrias aes para difundir conceitosem segurana alimentar, o que permitir populao terconhecimentos e habilidades para a seleo e o consumode alimentos de forma segura e adequada.

    Infelizmente, no Brasil de hoje, muitas pessoas aindaiem em situao de insegurana alimentar no apenaspela excluso social, mas pela m distribuio de rendae indisponibilidade de insumos alimentcios. A falta deinformaes pertinentes sobre a melhor utilizao dosalimentos, associada ao grande olume de campanhaspublicitrias de alimentos ricos em calorias e com baixa

    qualidade nutricional, tem tido diersos efeitos negatios:o enfraquecimento da cultura alimentar nacional; amudana do perl epidemiolgico da populao quepassou da desnutrio para a obesidade; e um aumentosignicativo nos gastos pblicos em sade, com os agravoscausados pelas doenas crnicas no transmisseis, taiscomo hipertenso e diabetes.

    A POF10 tambm vericou alguns aspectos referentes

    qualidade de ida dos brasileiros, entre elas, a aaliao

    Bem-estar e obesidade: questes relacionadas sade do brasileiro

    Foto:SXChn

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    O DESPERDCIO DE ALIMENTOS NO BRASIL

    O Brasil parece ser um dos pases sul-americanos maisfrteis para o cultio do desperdcio, pois recursosnaturais, nanceiros, oportunidades e at alimentosso literalmente jogados no lixo, sem possibilidade deretorno. Sintoma de desorganizao e desestruturao,o desperdcio est incorporado cultura brasileira, ao

    sistema de produo, engenharia do Pas, proocandoperdas irrecupereis na economia, ajudando odesequilbrio do abastecimento e diminuindoa disponibilidade de recursos para a populao.

    do tipo e sucincia do alimento consumido pelas famlias.Os ndices reelaram que mais da metade das famlias

    investigadas avaliaram sucincia de quantidade dealimentos. Por outro lado, 47% das famlias destacaram quea quantidade de alimentos consumidos era, habitualmente,ou, eventualmente, insuciente. Pela POF10, foi posselaaliar tambm o tipo e a quantidade de alimentos queas unidades familiares adquiriam em perodosdeterminados de tempo, reetindo, nessa medida,a disponibilidade de alimentos para consumo emdomiclio. vale aqui ressaltar que disponibilidade econsumo no deem ser confundidos, uma ez que, emalgumas situaes, obsera-se a no ingesto de alimentos

    disponeis ou um consumo maior que a disponibilidadeem decorrncia da alimentao fora de casa.

    Uma alimentao composta de verduras e gros proporciona as vitaminas necessrias para o dia-a-dia

    O Brasil um dos maiores produtores de gros do mundo

    Foto:SXChn

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    HBITOS AlImENTArES

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    COZINHA BrASIl: UmA rECEITA DE CIDADANIA

    Segundo estimatias da FAO8, o Brasil produz o sucientepara nutrir toda a sua populao: a disponibilidade

    de alimentosper capitano Pas de 2.960 kcal pordia, enquanto o mnimo recomendado pela FAO e pelaOrganizao Mundial da Sade (OMS) de 2.250 kcal pordia. Apesar disso, relatrio da FAO referente ao perodo1999-2001 informa que 15,6 milhes de brasileirospassam fome.

    Estudo realizado pela Embrapa mostra que o brasileirojoga fora mais do que aquilo que come. Em hortalias,por exemplo, o total anual de desperdcio de 37 quilospor habitante. De acordo com a POF10, nas dez maiorescapitais do Brasil, o cidado consome 35 quilos dealimentos ao ano dois a menos do que o total que jogano lixo. O trabalho da Embrapa identicou, ainda, quea mdia de desperdcio de alimentos no Brasil est entre30% e 40%. Nos Estados Unidos da Amrica, esse ndiceno chega a 10%.

    A mdia de desperdcio de alimentosno Brasil est entre 30% e 40%. Nos

    Estados Unidos da Amrica, essendice no chega a 10%.

    A perda de alimentos, na maioria das ezes, ocorre pordespreparo dos trabalhadores do segmento agroindustrial

    ao longo de toda a cadeia produtia, desde as etapasde colheita, transporte e armazenamento. Do total dedesperdcio no Pas, 10% ocorrem durante a colheita; 50%,no manuseio e transporte dos alimentos; 30%, nas centraisde abastecimento; e os ltimos 10% cam diludos entresupermercados e consumidores.

    No h estudos conclusios que determinem o desperdcionas casas e nos restaurantes, mas estima-se que a perdano setor de refeies coletivas chegue a 15% e, nas nossascozinhas, a 20%. Assim, toneladas de lixo so produzidasdiariamente nas residncias, sendo que boa parte dissocorresponde a restos de comida.

    O desperdcio de toneladas de alimentos no Brasil constituiuma enorme agresso ao meio ambiente. Reaproeitare reciclar so formas de eitar o uso desnecessrio derecursos naturais e de poupar a natureza e isso ale parasobras de alimentos e para as partes menos utilizadas defrutas, legumes e erduras.

    Estudos comproam que as itaminas e os saisminerais concentram-se principalmente nas cascas de

    frutas e legumes. Todo esse potencial nutritio podeser aproeitado basta que empresas e cidados seconscientizem da importncia de se utilizar os alimentos

    Quanto mais coloridas forem as refeies, maior a diversidade de nutrientes

    Foto:SXChng

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    de forma integral. No h necessidade de pesquisasespecializadas e de alto custo. O importante criar os

    mecanismos que, aliados gerao de emprego e renda,tornaro acesseis sociedade muito mais alimentos,impedindo que o excedente se transforme em lixo.

    O desperdcio de alimentos contribui para o estado dedesnutrio e fome de parcela signicativa da populaobrasileira, impedida de ter acesso a uma alimentaoadequada. As anlises e estimatias de rias pesquisas,eidenciam a perersidade dessa realidade e apontam paraa necessidade de aes promotoras de incluso social,a partir do esforo solidrio de toda a sociedade.

    A PROMOO DA SADE

    A promoo da sade o processo que pretende aumentara capacidade de os indiduos e das comunidadesmelhorarem a sade. Para atingir um estado de completobem-estar fsico, mental e social, o indiduo ou o grupodeve estar apto a identicar e realizar as suas aspiraes,a satisfazer as suas necessidades e a modicar ouadaptar-se ao meio. Assim, a sade entendida como umrecurso para a vida e no como uma nalidade de vida.

    A sade um conceito positio, que acentua os recursossociais e pessoais, bem como as capacidades fsicas.

    Em conseqncia, a promoo da sade no umaresponsabilidade exclusiva do setor da sade, pois exige

    estilos de ida saudeis para atingir o bem-estar.Dentro da construo da segurana alimentar enutricional, a promoo da sade implica um trabalhoconjunto e responsel do goerno e da sociedade ciil,com a aplicao de aes diversicadas. Estas incluem:a produo e a distribuio de alimentos; a geraode renda e a implementao de programas que leemos segmentos populacionais excludos a desenvolveratiidades produtias; a defesa dos direitos dosconsumidores e a promoo do consumo consciente;

    a facilitao do acesso a uma alimentao de qualidade;o estmulo a prticas alimentares e estilo de idasaudeis; a aplicao de programas de suplementaoalimentar; e a educao e o combate ao desperdcio,entre outras. O foco da ao educativa no contexto dosprogramas de combate fome e ao desperdcio deeser a promoo da alimentao segura, da reeducaoalimentar, da cultura do antidesperdcio, da inclusosocial e da auto-sustentabilidade das instituies sociais.

    fundamental capacitar as pessoaspara aprenderem a cuidar-se,preparando-as para as diferentesetapas da vida.

    A promoo da sade pressupe o desenolimentopessoal e social por meio da educao, da melhoria doacesso informao e do reforo das competncias queproporcionem uma ida saudel. fundamental capacitaras pessoas para aprenderem a cuidar-se, preparando-as paraas diferentes etapas da ida e para eentuais incapacidadese doenas crnicas. Essas interenes deem ter lugarna escola, em casa, no trabalho e nas organizaescomunitrias Podem ser realizadas por organismoseducacionais, empresariais e de oluntariado, e dentrodas prprias instituies.

    A LEI ORGNICA DE SEGURANA ALIMENTARE NUTRICIONAL (LOSAN)

    No Brasil, a necessria mobilizao da sociedade ciile dos setores pblico e priado pela promoo dasade ganhou reforo jurdico. Em 2007, o goerno

    O Cozinha Brasil abre espao para que todosparticipem do projeto

    AcervoSESI-BA

    HBITOS AlImENTArES

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    COZINHA BrASIl: UmA rECEITA DE CIDADANIA

    federal aproou a Lei Orgnica de Segurana Alimentare Nutricional (LOSAN). A m de assegurar o direito

    humano alimentao adequada, essa lei criou o SistemaNacional de Segurana Alimentar e Nutricional (SISAN),estabelecendo seus princpios, objetivos, denies,diretrizes e composio.

    Por meio do SISAN, os rgos goernamentais dostrs nveis de governo e as organizaes da sociedadeciil podem atuar em conjunto na formulao eimplementao de polticas e aes de combate fomee promoo da segurana alimentar e nutricional, bemcomo no monitoramento da situao nutricionalda populao. Podem, ainda, denir direitos e deveresdo poder pblico, da famlia, empresas e da sociedade.

    De acordo com a LOSAN, a segurana alimentare nutricional consiste na realizao do direito de todosao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade,em quantidade suciente, sem comprometer o acessoa outras necessidades essenciais, tendo como baseprticas alimentares promotoras de sade, que respeitema diersidade cultural e que sejam ambiental, cultural,econmica e socialmente sustenteis.

    importante lembrar que a segurana alimentare nutricional abrange:

    I -Aampliao das condies de acesso aosalimentos por meio da produo, em especial pelaagricultura tradicional e familiar; do processamento;da industrializao; da comercializao; incluindo-se osacordos internacionais; do abastecimento e da distribuiodos alimentos, incluindo-se a gua; e, ainda, por meioda gerao de emprego e da redistribuio da renda.

    II - Aconservao da biodiversidade e a utilizaosustentvel dos recursos.

    III - Apromoo da sade, da nutrio e daalimentao da populao, incluindo-se grupospopulacionais especcos e populaes em situaode ulnerabilidade social.

    IV - Agarantia da qualidade biolgica, sanitria,nutricional etecnolgica dos alimentos, bem comoo seu aproeitamento, estimulando prticas alimentarese estilos de ida saudeis que respeitem a diersidadetnica e racial e cultural da populao.

    V - Aproduo de conhecimento e o acesso

    informao.Alm disso, importante ampliar no Brasil o debateacerca dos preconceitos que norteiam a alimentaosaudel, incentiando boas prticas alimentares e, emespecial, promoendo o consumo de alimentos de menordensidade calrica (como acares simples e gorduras)e de alto valor nutritivo (como carboidratos complexose alimentos fontes de minerais, vitaminas e bras).

    A promoo de boas prticas alimentares est inseridano contexto da adoo de estilos de vida saudveis. Ela

    se inicia com o incentio ao aleitamento materno e umimportante componente da promoo da sade. Nessesentido, a disseminao de conhecimentos sobre osalimentos, o processo de alimentao e a preeno dosproblemas nutricionais dee ser incentiada e fazer partede um trabalho articulado entre o goernoe demais instituies e empresas pblicas e priadas,tendo em vista o combate fome no contexto dasegurana alimentar e nutricional.

    As mudanas em relao aos hbitos alimentares se iniciamdentro da estrutura familiar

    Foto

    :SXChng

    Atigo eaboado po ngea Pees, Fisca Fedea Agopecuia do ministio da Agicutua, Pecuia eAbasteciento (mAPA) e Doutoa e Cincia de Aientos pea Uniesidade Fedea de laas.

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    CONCLUSO

    Acabar com a fome no Brasil pressupe que se produzam alimentos sucientes e que

    estes estejam disponeis para todos. No entanto, cultiar alimentos em quantidadesadequadas no suciente para assegurar a erradicao da fome. preciso garantira toda a populao o acesso constante a alimentos nutritios e seguros, emquantidade suciente para uma vida ativa e saudvel.

    Para resgatar prticas alimentares, combater o desperdcio, modicar e melhorar ospadres de alimentao e de atiidade fsica da populao brasileira, so necessriasestratgias slidas e ecazes, que levem em conta os aspectos socioculturaise alimentares das pessoas, acompanhadas de um processo de permanente igilnciae aaliao de impacto.

    E, para assegurar progressos sustenteis, fundamental conjugar os esforos,recursos e atribuies dos rios atores enolidos, como os setores pblicoe privado, organismos internacionais, sociedades cientcas, grupos de defesado consumidor, moimentos populares e pesquisadores.

    S assim ser possel proporcionar a todos os brasileiros mais sade e umaqualidade de ida melhor, condies fundamentais para o desenolimento deum pas capaz de atender as necessidades atuais de seu poo e garantir o futurodas prximas geraes.

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    1- BORGES, R. F. Panela furada: o increl desperdcio de alimentos no Brasil. 3. ed., So Paulo: Columbus, 1991. 124 p.

    2- BRASIL. Ministrio da Sade. A iniciativa de incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras (F, L&V) noBrasil: documento base. Braslia, 2004. Disponel em: .

    3- _________.Alimentao saudvel: princpios e consideraes. Braslia, 2004. Disponel em: .

    4- _________. Consideraes do Ministrio da Sade sobre a Pesquisa de Oramento Familiar 2002-2003.Disponel em: .

    5- _________. Poltica nacional de alimentao e nutrio. 2. ed. rev., Braslia, 2003. 48 p. (Srie B. Textos Bsicosde Sade).

    6- CARTA de Ottawa. In: CONFERNCIA INTERNACIONAL. SOBRE PROMOO DA SADE, 1. Ottawa, nov. 1986.Disponel em:

    7- CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Ps-colheita de frutos e hortalias: siologia e manuseio. Esprito Santo:FAEPE, 1990.

    8- FAOSTAT. Statistics database. Rome,1999.

    9- FISCHLER, Claude. Lhomnivore. Paris: ditions Odile Jacob, 1993. 155 p.

    10- IBGE. Pesquisa de oramentos familiares 2002-2003: anlise da disponibilidade domiciliar de alimentos e doestado nutricional no Brasil: relatrio nal. Rio de Janeiro, 2004.

    11- GONALVES, B. S. O compromisso das empresas com o combate ao desperdcio de alimentos: banco dealimentos, colheita urbana e outras aes. So Paulo: Instituto Ethos, 2005.

    12- BATISTA FILHO, Malaquias; RISSIN, Anete. A transio nutricional no Brasil: tendncias regionais e temporais.

    Caderno de Sade Pblica, Rio de Janeiro, n. 19, Suplemeto 1, p.181-191, 2003.

    13- BRASIL. Presidncia da Repblica. Lei n 11.346, de 15 de setembro de 2006. Proposta de Lei Orgnica deSegurana Alimentar e Nutricional (LOSAN). Cria o Sistema Nacional de Segurana Alimentar e Nutricional SISAN comvistas em assegurar o direito humano alimentao adequada e d outras providncias. Braslia, set. 2006. Disponvelem: .

    14- SESI-SP.Alimente-se bem: fundamentos, estratgia e realizaes. So Paulo, 2006.

    15- TAKAGI, M.; SILvA, J. G. DA; BELIK, w. Combate fome e pobreza rural. So Paulo: Instituto Cidadania, 2002.

    rEFErNCIAS

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    SESI/DNUnidade de Responsabilidade Social Empresarial - URSE

    Alex MansurGerente Executivo

    Krita Rachel P. BastosCoordenao Nacional do Programa SESI Cozinha Brasil

    Fernando Elias PenedoResponsel Tcnico

    Equipe Tcnica

    Maria Neide Alves RibeiroNardeci Elisa Silva de CastroSueme Mori AndradeTerezinha Nunes da Fonseca

    EstagiriosDiego de Menezes RosadoHenrique Mellillo Lopes Cunha SilvaMariana Beims Guedes

    SUPERINTENDNCIA DE SERVIOS COMPARTILHADOS SSC

    rea Compartilhada de Informao e Documentao ACIND

    Renata LimaNormalizao

    Suzana CuriProduo Editorial

    ConsultoriaAndrea Lagares

    ngela Peres

    RSouzaReiso Gramatical

    Letcia OnoEdio de Texto

    FotograasAcervos SESIFIERGS

    SXChng

    Informao Comunicao EmpresarialProjeto Grco e Diagramao

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