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Estudos Especializados sobre a Gestão do Judiciário Catarinense – Volume 4 159 Comunicação Interna: o Papel da Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina Maria Fernanda Farinha Martins Dante Marciano Girardi 1 Introdução Em um mundo cada vez mais exigente e mais competitivo, até mesmo as organizações públicas buscam alternativas para uma me- lhor prestação de serviços aos seus clientes externos. No caso do Po- der Judiciário, os avanços tecnológicos – peticionamento eletrônico e processos e cartórios virtuais – são utilizados por magistrados e servi- dores cada vez mais capacitados na busca de uma prestação jurisdi- cional mais célere, rápida e eficaz, que se traduz na satisfação de seu cliente externo – partes e advogados. No entanto, a um cliente em particular tem se dispensado pouca importância – o cliente interno –, peça fundamental na engrenagem. Magistrados, servidores efetivos, contratados, terceirizados e de- mais colaboradores, clientes internos do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (PJSC), precisam estar comprometidos com os ob- jetivos da organização, conhecer suas estratégias, metas e a atuação da organização na qual trabalham – precisam conhecer sua missão e visão. Enfim, precisam conhecer seu próprio papel dentro das organi- zações. Assim, há pouco tempo, a organização começou a discutir e de- bater sobre como motivar seus colaboradores, como fazer com que conheçam seus objetivos. Começou, desse modo, a se falar da co- municação interna, mecanismo utilizado para que a empresa possa passar sua mensagem a cada colaborador e vice-versa, num sistema

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Estudos Especializados sobre a Gestão do Judiciário Catarinense – Volume 4 159

Comunicação Interna: o Papel da Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina

Maria Fernanda Farinha MartinsDante Marciano Girardi

1 Introdução

Em um mundo cada vez mais exigente e mais competitivo, até mesmo as organizações públicas buscam alternativas para uma me-lhor prestação de serviços aos seus clientes externos. No caso do Po-der Judiciário, os avanços tecnológicos – peticionamento eletrônico e processos e cartórios virtuais – são utilizados por magistrados e servi-dores cada vez mais capacitados na busca de uma prestação jurisdi-cional mais célere, rápida e eficaz, que se traduz na satisfação de seu cliente externo – partes e advogados. No entanto, a um cliente em particular tem se dispensado pouca importância – o cliente interno –, peça fundamental na engrenagem.

Magistrados, servidores efetivos, contratados, terceirizados e de-mais colaboradores, clientes internos do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (PJSC), precisam estar comprometidos com os ob-jetivos da organização, conhecer suas estratégias, metas e a atuação da organização na qual trabalham – precisam conhecer sua missão e visão. Enfim, precisam conhecer seu próprio papel dentro das organi-zações.

Assim, há pouco tempo, a organização começou a discutir e de-bater sobre como motivar seus colaboradores, como fazer com que conheçam seus objetivos. Começou, desse modo, a se falar da co-municação interna, mecanismo utilizado para que a empresa possa passar sua mensagem a cada colaborador e vice-versa, num sistema

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de troca. Porém, verifica-se que somente com a participação dos co-laboradores será possível começar a entender os clientes externos de forma mais coerente e eficaz, possibilitando o surgimento de um cli-ma interno mais harmônico no qual todos compartilhem do mesmo senso de direção e prioridades.

Nesse processo de conhecimento, a comunicação exerce um pa-pel fundamental no desenvolvimento humano e organizacional. Na definição formulada por GIRARDI (2010), a comunicação deve es-tabelecer o equilíbrio organizacional em relação à consolidação dos dois tipos de papéis que os indivíduos, naturalmente exercem: o pa-pel formal – cargo ou tarefa – e o papel informal – agentes forma-dores de relações interpessoais, de grupos informais. E nesse papel informal se torna necessário o comprometimento cada vez maior de todos.

Em síntese, o trabalho procura mostrar o papel da Assessoria de imprensa e o que esse setor poderá fazer para participar, junto aos demais órgãos afins, na melhoria da comunicação interna em todo o Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina.

O trabalho estrutura-se na fundamentação teórica, na contextu-alização do Tribunal de Justiça e na apresentação e papel da Assesso-ria de Imprensa do TJSC.

2 Fundamentação teórica

Antes de fazer a apresentação do que é a Assessoria de Impren-sa do TJSC, quais as funções que executa e qual será seu papel na implementação de uma comunicação interna eficaz dentro do Poder Judiciário, é necessário buscar, na literatura científica, a definição do que sejam os termos que são debatidos, isto é, sobre Comunicação; Comunicação Interna; Cliente Interno; e Assessoria de Imprensa, con-forme segue.

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2.1 Definições de comunicação

No Quadro 1, a seguir, destacam-se algumas definições do con-ceito de comunicação apresentadas por alguns profissionais da área.

BORDENAVE (2008)

Para o autor essa palavra ocorre em vários lugares e si-tuações diferentes, mostrando que não se pode existir comunicação sem sociedade e nem sociedade sem co-municação. Cita os elementos básicos da comunicação: a realidade ou situação, os interlocutores, conteúdos ou mensagens, os signos e os meios. “Mas, para que haja comunicação e necessário compreender que esta não inclui apenas as mensagens e que tudo na vida pode se decodificar como signo – o penteado, a maneira de sen-tar-se, e etc. Então, a própria cultura de uma sociedade pode ser considerada como um vasto sistema de código de comunicação”.

CHIAVENATO (2000)

É uma troca de informações entre indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou informação.

SCANLAN (1979)

Pode ser definida simplesmente como o processo de se passar informações e entendimentos de uma pessoa para outra.

BUENO (2009)

Processo amplo, que abrange todas as pessoas de uma organização e está balizada por relacionamentos intensos e permanentes com os públicos internos e externos e dos públicos internos entre si.

MARCHIORI (2006)

Considera que o sucesso das organizações é determina-do pela habilidade que estas tiverem para processar da-dos, transformá-los em informações, distribuí-los por toda organização e utilizá-los para tomada de decisões. Assim como outros autores, denomina a era atual como a era da informação, o que torna a comunicação um instrumento essencial para desenvolvimento e melhoria das relações de trabalho e, consequentemente, a construção e solidifi-cação de uma identidade organizacional.

Quadro 1: Definições do conceito de Comunicação Fonte: Elaborado pela autora (2011)

Pode-se dizer, após algumas definições, que a comunicação refere-se ao processo de transmitir a informação e compreensão de uma pessoa para outra. Se não houver esta compreensão, não ocorre

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a comunicação. Ou seja, se uma pessoa transmitir uma mensagem e esta não for compreendida pela outra pessoa, a comunicação não se efetivou.

2.2 Comunicação interna

No Quadro 2, a seguir, a comunicação interna é apresentada como fator importante dentro de qualquer administração, pública ou privada.

WESTPHALEN (1990)

Engloba todos os atos de comunicação que se pro-duzem no interior de uma organização e que variam nas modalidades em que são utilizados, nos instru-mentos de veiculação e nas funções que desempe-nham.

GRUNIG e CONRAD (1992)

Usam a expressão comunicação organizacional para descrever como as pessoas comunicam estra-tegicamente dentro das organizações. Neste âmbi-to, a comunicação organizacional engloba a comu-nicação com os empregados, com os gestores de nível médio, com os gestores de topo e os seus su-bordinados, descrevendo como se relacionam uns com os outros dentro da organização.

Quadro 2: A comunicação interna é tema de estudo Fonte: Elaborado pela autora (2011)

Recentemente, percebe-se que a comunicação interna virou as-sunto de debate dentro das organizações, tanto públicas quanto pri-vadas, no sentido de que é imprescindível que todos os que tenham algum papel dentro da gestão conheçam e saibam onde estão inseri-dos e qual o papel a desempenhar no dia a dia. Sobre o tema, Madu-reira (1990) cita alguns fatores quanto ao fluxo de informação, nível de complexidade, canais de comunicação e, por último quanto à for-malidade da comunicação.

O fluxo de informação é influenciado pela estrutura da organi-zação que revela o seu circuito e as relações comunicacionais, divi-dindo-se nos seguintes padrões:

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a) Comunicação descendente – faz parte da estrutura de depen-dência hierárquica. Parte da gestão de topo para baixo, atra-vés dos níveis superiores hierárquicos, até os empregados. Tem a finalidade de informar, instruir e dirigir;

b) Comunicação ascendente – flui dos subordinados para os seus superiores com o objetivo de fornecer informações aos níveis de topo;

c) Comunicação horizontal ou lateral – estabelece-se entre os elementos de um grupo de trabalho ou entre elementos de grupos de trabalho, diferentes ao mesmo nível hierárquico e visa à comunicação entre pessoas que estão fora da cadeia de comando, proporcionando uma rápida cooperação e co-ordenação; e

d) Comunicação em diagonal – fluxo de informação entre uma chefia funcional e elementos de outro grupo de trabalho quando ela exerce autoridade funcional. Visa o fluxo de in-formação entre especialistas de diferentes áreas funcionais em diferentes níveis de gestão.

Quanto ao Nível de Complexidade, pode-se dividir em três itens.

a) Comunicação interpessoal: troca de informação pessoal entre indivíduos;

b) Comunicação em grupo: acontece entre indivíduos de um grupo, normalmente sob a forma de reuniões; e

c) Comunicação em toda a organização: informação parte da gestão até os empregados. Visa disseminar informações so-bre os procedimentos e políticas da organização.

Em relação aos canais de comunicação, sabe-se que a comu-nicação pode estabelecer-se segundo várias formas, designadas por redes de comunicação centralizadas ou descentralizadas.

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Já, quanto à formalidade da comunicação, diz-se que esse item define bem para quem será realizada a comunicação, qual o nível de compreensão que buscará, bem como que tipo de interpretação.

a) Formal: a comunicação que ocorre dentro da estrutura for-mal da cadeia de comando assumindo normalmente a forma escrita; e

b) informal: ocorre independentemente da estrutura formal e assume a forma oral.

Na sequência, busca-se, também, compreender melhor a figura do usuário interno, elemento de interesse da presente pesquisa.

2.3 Usuário interno

Este trabalho precisa, também, definir quem é o usuário interno, a quem se destinarão as campanhas que buscarão trazê-lo cada vez mais para dentro das organizações.

Sobre o tema, Diniz (2000) afirma que o público interno é o alicerce da estrutura organizacional. Segundo ele, a organização que motiva seus funcionários por meio de um sistema de comunicação bilateral acaba obtendo um retorno positivo no que diz respeito ao comprometimento destes com a corporação. Em um ambiente par-ticipativo o trabalhador não se sente sufocado por normas, mas sim parte integrante da empresa, identificando valores comuns e compar-tilhando dos mesmos interesses.

Diz que, a partir do momento em que os objetivos e ideais cor-porativos são compartilhados por todos dentro da empresa o grau de satisfação da força de trabalho que a compõe se eleva e essa satisfa-ção é refletida na forma com que são tratados os seus clientes e for-necedores, seu público externo.

No caso do Judiciário, podem-se classificar como clientes inter-nos os magistrados, diretores, servidores efetivos, contratados, bol-sistas ou qualquer outro que presta ou realiza algum serviço; enfim,

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todos que de alguma forma se inter-relacionam com suas tarefas e atribuições.

Na concepção de Brum (apud INKOTTE, 2000), há uma divi-são em dois grupos do público interno: Chefes intermediários (geren-tes, chefes de setor e supervisores) e funcionários comuns (colabora-dores), que não possuem cargos de chefia.

Clientes internos seriam, então, todos aqueles que participam da engrenagem e que fazem a máquina caminhar.

Ainda sobre comunicação interna, escreve Bueno (2009, p.23), “numa organização em que apenas alguns podem falar e a decisão está concentrada em poucas mãos, não há espaço para a construção de uma cultura de comunicação”. Para o autor uma comunicação não floresce em culturas hierarquicamente rígidas nem é percebida onde as pautas são definidas por interesses meramente institucionais, sem levar em conta as demandas e as expectativas dos púbicos internos.

E finaliza Bueno (2009, p. 24):

Uma comunicação interna, apoiada em uma autêntica cultura de comunicação, estabelece canais personalizados para o relacionamento com os públicos internos, obede-cidos seus perfis e necessidades, adapta discursos e con-teúdos e busca incentivar a participação dos funcionários pelo fortalecimento dos fluxos ascendente e lateral da co-municação.

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2.3.1 Estrutura física do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (PJSC)

Tribunal de Justiça Torres I e IIComarcas 111Casas da Cidadania 20Fórum Municipal – Casal da Cidadania 51Posto de Atendimento e Conciliação PAC 21Serviço de Mediação familiar 41Posto Avançado de Conciliação Extraprocessual – PACE 01Juizados especiais Formais 24Juizados Especiais Informais 79Juizados Especiais nos Aeroportos 10Juizado Especial de Trânsito 01Unidades Judiciárias Avançadas 09

Quadro 3: Apresentação da estrutura física do PJSC Fonte: TRIBUNAL de Justiça de Santa Catarina (2011)

É necessário, além de conhecer o usuário interno, conhecer a estrutura física do Judiciário. O quadro 3 apresenta essa estrutura atu-alizada do Poder Judiciário em Santa Catarina, para que se tenha a ideia de qual será o universo de pessoas envolvidas que a comunica-ção interna deverá atingir.

2.3.2 Estrutura de pessoal do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina

Conhecendo a estrutura física, é importante, também, saber a quem se destinará a implementação de políticas com vistas à comu-nicação interna. Para tanto, apresentam-se, no Quadro 4, todos os envolvidos diretamente no trabalho do Judiciário catarinense.

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Magistrados ativos 458Magistrados aposentados 145

Servidores ativosTribunal de Justiça: 1.121Justiça de 1º Grau: 4.140

Servidores aposentadosTribunal de Justiça: 192Justiça de 1º Grau: 414

Militares 225Estagiários/bolsistas 2.038Ã disposição 38Pensionistas/Quadro efetivo 359Extrajudiciais inativos 447Pensionistas/extrajudiciais 07Comissionados – Tribunal de Justiça 362Comissionados – Poder Judiciário 372Residente Judicial 57

Quadro 4: Apresentação da estrutura pessoal do PJSC Fonte: TRIBUNAL de Justiça de Santa Catarina (2011)

O universo de usuários internos, conforme quadro acima, que atuam direta ou indiretamente em cada um dos setores do Poder Ju-diciário, serve de estímulo para um trabalho maior quanto à melhoria na comunicação interna.

2.4 Assessoria de Imprensa

É uma área da organização que capta as notícias relevantes ge-radas pelo assessorado, transforma o fato em um texto jornalístico e transmite o material aos meios de comunicação, impressos (jornais, revistas) ou eletrônicos (televisão, rádios, sites). Através desse material jornalístico de alta credibilidade, a imprensa conhece a atividade e o trabalho do assessorado, passa a citá-lo dentro de um contexto e di-vulga suas ações, tornando-o uma referência em seu segmento.

No endereço eletrônico da empresa Trama Comunicações (TRAMA, 2011) encontra-se a definição de assessoria de imprensa, como a responsável pela construção do relacionamento junto à im-prensa, com o objetivo de tornar a corporação e seus produtos/servi-

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ços reconhecidos no mercado. Para isso, a agência de comunicação realiza o envio contínuo de informações com apelo noticioso (press-releases) e não comercial como forma de atrair cobertura jornalística para o tema e conquistar espaço editorial espontâneo em mídias ele-trônicas ou impressas.

Mais adiante, acrescenta que a imprensa no Brasil tem uma extraordinária força, atingindo principalmente pessoas que exercem influência sobre as demais e interferem na formação da opinião pú-blica. Por fim, conclui-se que o trabalho de assessoria de imprensa baseia-se no desenvolvimento e na gestão do relacionamento dos clientes com os vários segmentos da imprensa, tornando os porta-vo-zes da empresa fontes de informação respeitadas requisitadas.

O Manual de Assessoria de Imprensa 2007 (MANUAL, 2011), produzido pela Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), atualiza-do na sua quarta edição, procura mostrar esse segmento que cresceu com o surgimento de diferente multimídias, fator que provocou mu-danças no profissional, que também passou a buscar a atualização, uma vez que o mercado de trabalho sugere a atuação com outros setores, desenvolvendo um processo de comunicação integrada.

Segundo a FENAJ, a sociedade, hoje, exige o amadurecimento das organizações e impõe que se dê satisfação aos seus vários públi-cos e à comunidade em geral. Em seu Manual (2011), afirma que a evolução também impulsiona o jornalista a buscar qualificação e competência para agir com sucesso num segmento cada vez mais competitivo. A FENAJ vai mais além ao afirmar que esse profissional, que vem conquistando cada vez mais espaço dentro das empresas e instituições públicas, deve se superar e dominar conhecimentos so-bre outras áreas e, principalmente, deve conhecer tudo sobre todos os meios de comunicação.

Por fim, diz que o antigo modelo de assessor de imprensa já não sobrevive. Atualmente as fronteiras do corporativismo estão se rom-pendo, dando espaço a uma atuação mais abrangente. O universo do jornalista é a comunicação em seus inúmeros segmentos e esta mudança de perfil desperta análise e discussão entre a categoria. O

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segmento de assessoria está definitivamente consolidado no mercado de comunicação.

3 Contextualização do Tjsc

Com o crescimento da estrutura do Poder Judiciário de Santa Catarina, tanto na infraestrutura – comarcas, varas – quanto no nú-mero de pessoas envolvidas em todas as áreas de atuação, uma luz vermelha foi acessa. Não só em razão do crescente número de pro-cessos, da difícil resposta jurisdicional mais célere em razão da falta de magistrados e servidores, tampouco da estrutura física, ainda infe-rior ao volume do trabalho, mas, sim, pela falta de comprometimento das pessoas que diariamente fazem o Judiciário caminhar.

A ausência desse comprometimento que se observa é resultado da falta de conhecimento da missão e visão da instituição, do interes-se e do envolvimento nos atos da administração. Distanciamento do que acontece nos setores; ilhas de trabalhos sem que ocorra comuni-cação entre as unidades; medo da perda de poder, afinal passar infor-mações pode significar preparar um concorrente.

Enfim, todos esses fatores despertaram a administração do Tri-bunal, que percebeu a não existência de uma comunicação interna entre os setores. Percebeu que muitos passos poderiam ser eliminados se o uso da comunicação, hoje bastante desenvolvida – intranet, e--mails, telefones com tecnologia voip – estivesse sendo utilizada na sua plenitude.

3.1 Assessoria de Planejamento do Tribunal de Justiça e a Empresa de Endomarketing

A Assessoria de Planejamento (ASPLAN) do TJSC é o órgão responsável para analisar, estudar e propor a melhor adequação da estrutura física com os profissionais envolvidos no trabalho diário. Ao constatar a ausência de um conhecimento maior por parte de todos que, diariamente, estão envolvidos no processo, começou a elaborar

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uma estratégia para combater a falta de comunicação interna dentro do Poder Judiciário.

Para tanto, decidiu buscar a ajuda de profissionais da área de Endomarketing para que, através de uma análise mais detalhada de todos os sistemas do Judiciário, pudessem ser detectados os proble-mas e quais soluções poderiam ser implementadas para a revitaliza-ção da comunicação interna. Assim, em uma primeira etapa, foram mantidos contatos com empresas de marketing sendo que uma, após a elaboração e execução do processo de licitação, foi contratada. A empresa iniciou na 2ª quinzena do mês de outubro de 2011 a pes-quisa de campo junto a servidores das comarcas e do TJSC. O que se pretende com tudo isso: ”profissionais mais engajados, mais vol-tados para a instituição onde estão inseridos”, afirmam técnicos da ASPLAN.

Segundo Guilherme Corbetta, assessor de planejamento do TJ, o grupo, formado por membros da ASPLAN, da Assessoria de Im-prensa e da Assessoria de Relações Públicas, no início de todo o pro-cesso, estudou uma forma de encontrar uma empresa de endomarke-ting capaz de executar a pesquisa de acordo com as necessidades do Judiciário.

Corbetta diz que essa falta no conhecimento da própria institui-ção foi observada durante encontros regionais por ocasião dos de-bates do Plano Plurianual de Investimento – PPA, isso há mais de 4 anos e, agora, em 2011, durante novas reuniões do PPA, com a par-ticipação de representantes de todas as unidades jurisdicionais (co-marcas) do estado.

Durante conversas com magistrados e secretários dos foros, constatou-se a dificuldade de muitos em definir qual é o papel do Judiciário, sua visão e missão. Para muitos gestores, o Judiciário não passava apenas de mero julgador de conflitos. Durante as reuniões, constaram que poucos conheciam a máquina do Judiciário, como funciona e qual era seu rumo.

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Após essa análise, perceberam que, dentro do quadro da Jus-tiça, não havia funcionários capacitados para elaborar uma pesqui-sa que mostrava a real situação. Assim, após inúmeras reuniões, o grupo, composto pela ASPLAN, Assessoria de Imprensa e de Rela-ções Públicas, elaborou uma minuta para que a licitação fosse aberta na Diretoria de Material e Patrimônio, órgão do TJ responsável pela abertura, andamento e finalização de todas as licitações do Poder Ju-diciário, para que, o mais breve possível, uma empresa fosse contrata e esse diagnóstico realizado.

Na apresentação da licitação, a definição clara do objeto: Con-tratação de empresa especializada em realizar pesquisa, com uso de metodologia científica, para formulação de diagnóstico e desenvol-vimento de propostas de melhoria da comunicação interna no Poder Judiciário, a partir da percepção dos colaboradores (magistrados e servidores) sobre a imagem da instituição.

Através de grupos de discussão, entrevistas e aplicação de ques-tionários, a empresa contratada deverá, até o final deste ano, finalizar em todo o estado esse trabalho de coletas de dados.

Ao término dessa primeira etapa, segundo Guilherme Corbetta, assessor de planejamento da ASPLAN, a empresa contratada deverá elaborar um relatório conclusivo onde serão apontadas as deficiên-cias, bem como propor ações para que o Poder Judiciário possa me-lhorar sua imagem e sua comunicação interna. Ao final da pesquisa, a empresa terá, também, que elaborar e apresentar um projeto con-tendo propostas de ações a serem implementadas pelos gestores do Judiciário catarinense, para a melhoria da comunicação interna.

3.1.2 A empresa de Endomarketing e a Pesquisa

Para compor a pesquisa, foram formados grupos de discussão compostos por magistrados e servidores, escolhidos aleatoriamente, observados alguns critérios como: natureza das atividades, nível hie-rárquico e tempo de serviço. Já as entrevistas foram realizadas com os profissionais da comunicação, de recursos humanos e com dirigentes do Poder Judiciário.

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As reuniões nas comarcas foram realizadas em 10 unidades ju-risdicionais, como sedes dos encontros e tiveram a participação das demais comarcas. As regiões foram assim distribuídas:

a) São Miguel do Oeste, Campo Erê, Cunha Porã, Descanso, Dionísio Cerqueira, Itapiranga, Maravilha, Modelo, Mondai, Pinhalzinho, Anchieta, São José do Cedro e São Lourenço do Oeste;

b) Chapecó, Abelardo Luz, Coronel Freitas, Concórdia, Ipumi-rim, Itá, Palmitos, Ponte Serrada, Quilombo, São Carlos, São Domingos, Seara, Xanxerê e Xaxim;

c) Joinville, Barra Velha, Canoinhas, Garuva, Guaramirim, Itai-ópolis, Itapoá, Jaraguá do Sul, Araquari, Mafra, Papanduva, Porto União, Rio Negrinho, São Bento do Sul e São Francis-co do Sul;

d) Blumenau, Ascurra, Gaspar Ibirama, Ituporanga, Pomerode, Presidente Getúlio, Rio do Campo, Rio do Oeste, Rio do Sul, Taió, Timbó, Trombudo Central e Indaial;

e) Criciúma, Araranguá, Forquilhinha, Içara, Meleiro, Santa Rosa do Sul, Sombrio, Turvo e Urussanga;

f) Tubarão, Armazém, Braço do Norte, Capivari de Baixo, Ja-guaruna, Lauro Muller, Orleans, Garopaba, Imbituba, Lagu-na e Imaruí;

g) Itajaí, Piçarras, Navegantes, Brusque, Porto Belo, São João Batista, Tijucas, Itapema, Camboriú e Balneário Camboriú;

h) Fraiburgo, Campos Novos, Capinzal, Catanduvas, Caçador, Herval d`Oeste, Joaçaba, Lebon Régis, Tangará e Videira;

i) Lages, Bom Retiro, Campo Belo do Sul, Curitibanos, Correia Pinto, Anita Garibaldi, Otacílio Costa, Santa Cecília, São Jo-aquim e Urubici;

j) Capital, Fórum do Continente, Fórum Eduardo Luz, Fórum do Norte da Ilha, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, São José e Biguaçu; e

l) Tribunal de Justiça.

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O trabalho pretende abranger em sua totalidade o Poder Judi-ciário de Santa Catarina, para que o diagnóstico fique o mais próxi-mo de sua real situação. Com o início da coleta de dados no mês de outubro de 2011, os técnicos da ASPLAN esperam que a aplicação das propostas feitas pela empresa de endomarketing, após análise da pesquisas realizadas, sejam implementadas em 2012, pela nova ad-ministração do Poder Judiciário catarinense, cujo comando assumiu no primeiro dia útil de fevereiro de 2012.

3.2 Assessoria de Imprensa do TJSC

Antes de apontar qual será o papel da Assessoria de Impren-sa (AI) do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), em razão das mudanças de comportamento dos próprios gestores da instituição ao observarem a necessidade de trazer todos os colaboradores para “dentro” da instituição, para que eles se sintam copartícipes da orga-nização, é necessário apresentar a AI e seu trabalho.

A estrutura da AI é composta atualmente por um assessor de im-prensa, quatro servidores efetivos formados em jornalismo, uma servi-dora efetiva administrativa, três funcionários contratados, com formação em jornalismo (dois ainda estudantes) e um servidor revisor.

O trabalho principal da AI é servir de intermediária entre a admi-nistração e os órgãos de comunicação e/ou vice-versa. Servir, também, de interlocutora aos pedidos dos jornalistas para entrevistas e informa-ções acerca de atos ou processos. Tem a função, ainda, de informar os atos, solenidades e realizações do Judiciário para que os veículos de co-municação divulguem e a sociedade possa tomar conhecimento.

Outras tarefas são executadas diariamente. Uma compilação, denominada Resenha, de matérias publicadas nos principais jornais do Estado, bem como em jornais de credibilidade em todo o país, e em sites jurídicos de grande acesso, é realizada todos os dias. Maté-rias que tratam do Judiciário Catarinense, atos do Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça e do Governo do Estado que possam implicar em ajustes e modificações quanto à administração

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do TJSC, assim como fatos que repercutem a magistrados e servido-res também são anexados a essa compilação.

Um segundo item, com bastante acesso, são as notícias dispo-nibilizadas no site do TJSC (TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2011), no link “notícias”, que traz decisões judiciais dos magistrados lotados nas comarcas e no Tribunal de Justiça, assim como atos do gabinete da presidência, dos gabinetes de desembargadores e das diretorias admi-nistrativas, solenidades, entre outros. Entre 10 a 12 novas notícias são disponibilizadas diariamente, na página da internet da Justiça catari-nense.

Outro produção da AI é um boletim eletrônico denominado Ve-redicto. É disponibilizado no site do TJ, quinzenalmente, sempre às quartas-feiras, por ocasião da sessão administrativa do Tribunal Pleno (composto pelos sessenta desembargadores).

Por fim, é de responsabilidade da Assessoria de Imprensa o acompanhamento da produção do programa de TV Justiça Legal, veiculado no canal de TV aberta SBT e nos canais a cabo TV Justiça e TV Câmara de Florianópolis e de São José. Uma licitação anual é lançada e, após a análise das propostas, a produtora vencedora fica responsável pelo programa. À Assessoria cabe acompanhar esse tra-balho semanal, propor pautas, sugerir temas, e facilitar as entrevistas com magistrados e servidores, durante a elaboração das matérias.

Há outros trabalhos menores da AI, mas não menos importan-tes, como o atendimento de chamadas telefônicas de pessoas que ne-cessitam de orientação quanto à estrutura do TJ.

3.2.1 Breve Análise do Fluxo de Comunicação dentro da Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça

Ao analisar todas as funções da Assessoria de Imprensa, sob a visão de Madureira (1990), pode-se concluir que o fluxo da informa-ção revela-se descendente, isto é, da administração e da magistratura para os servidores e usuários, tanto internos quanto externos.

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Os profissionais da comunicação que atuam na AI não modifi-cam as informações, apenas as divulgam, de acordo como são repas-sadas ao setor. Interagem no sentido de informar cada vez mais, para que todos conheçam o funcionamento e trabalho do Poder Judiciá-rio, tanto administrativo quanto Judicial.

O trabalho na AI pode ser classificado, também, quanto à for-malidade. A linguagem e o trabalho se configuram como formais, não só quanto à escrita, mas também quanto à comunicação existente en-tre a administração do TJ e a Assessoria de Imprensa e as câmaras de julgamentos e a assessoria.

3.2.1 Quadro de Pessoal da Assessoria de Imprensa do TJSC

Como o artigo objetiva apresentar o trabalho da Assessoria de Imprensa (AI) do Tribunal de Justiça, é necessária a apresentação de seu quadro de profissionais, que atuam diretamente com a comuni-cação externa e que, também, deverão voltar a atenção ao usuário interno, conforme Quadro 5 a seguir:

Assessor de Imprensa 1Jornalistas 4Terceirizados 3Técnico administrativo 1Revisor 1

Quadro 5: Estrutura de Pessoal da Assessoria de Imprensa do TJSC Fonte: Dados primários (2011)

É fácil observar o quadro reduzido de profissionais que atuam na Assessoria de Imprensa. Esse fator pode significar uma necessida-de quanto à sua ampliação, se a demanda de trabalho for ampliada, na busca de uma maior comunicação interna.

3.2.2 O Papel da Assessoria de Imprensa do TJSC na Comunicação Interna

Segundo o assessor de imprensa do Tribunal de Justiça Catari-nense, jornalista Ângelo Lima Medeiros, a Assessoria de Imprensa do TJSC era, há 10 anos, uma pseudoassessoria, composta unicamente

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Comunicação Interna: o Papel da Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina

pelo assessor. Somente depois de algum tempo de atuação, um novo servidor administrativo, não qualificado na área afim, foi lotado no órgão para auxiliar nos trabalhos.

O papel da assessoria naquela época era fraco, pouco operan-te. Com o processo de abertura do Poder Judiciário, e do entendi-mento dos magistrados de que deveriam informar mais, houve um incremento, uma demanda de serviço na AI. Porém, mesmo depois do início dessa abertura, o foco sempre esteve voltado para o público externo.

A comunicação interna chegou ao momento em que se começou a perceber que havia necessidade de que um número maior de magis-trados e servidores deveriam conhecer mais a realidade do Judiciário, especialmente, saber de sua missão e visão. Para que isso aconteces-se, seria necessário incentivar uma mudança de cultura. “Esses colabo-radores bem informados levarão, na só para seus órgãos de atuação, mas, também, para o meio onde vivem noções do funcionamento e do que é o Poder Judiciário e qual sua atuação, enfim, trarãomaior com-prometimento a todos”, sintetiza o assessor de imprensa.

Medeiros acredita que a Justiça catarinense está no caminho certo ao ter detectado essa deficiência e em buscar seu autoconheci-mento de maneira profissional, pois há uma lacuna quanto à comuni-cação interna.

A contratação de uma empresa de consultoria em endomarke-ting significa, para o assessor de imprensa, uma mudança de postura dos gestores do órgão. Essa empresa terá a função de relatar a reali-dade do TJSC e das comarcas, bem como detectar os pontos falhos e, depois, apontar os caminhos para solução.

Medeiros ainda adverte (2011):

Porém, ressalto um ponto importante, para que a Asses-soria de Imprensa seja aproveitada melhor nessa busca de uma comunicação interna mais forte e dinâmica, é ne-cessário que ocorra junto com o aparelhamento tecnoló-

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gico e um número suficiente de profissionais capacitados uma mudança de postura, uma sensibilização dos gesto-res para que o trabalho seja conjunto.

Avanço tecnológico acompanhado de pessoal capacitado, mais mudança de postura, resultarão numa comunicação mais eficien-te. Para Medeiros (2011), a própria empresa de consultoria poderá apontar o caminho para que esses três itens possam seguir juntos.

4 Procedimentos Metodológicos

Todo estudo deve partir de um método científico, instrumento usado pela ciência na análise da realidade. Para Nagel (apud BER-VIAN: CERVO, 1983, p. 25), o método cientifico refere-se à “lógica geral, tácita ou explicitamente empregada para apreciar os méritos de uma pesquisa”. Vergara (2007, p. 12) afirma que “é um caminho, uma forma, uma lógica de pensamento”.

Para realizar esse trabalho, foi utilizado o método indutivo como método de abordagem, isto é, o estudo parte do particular para o geral. Lakatos e Marconi (2006, p. 87) apontam a realização desse método em três etapas: observação dos fenômenos; descoberta da relação entre eles; e generalização da relação.

Quanto ao método de procedimento, no caso em análise – A ausência de uma comunicação interna dentro do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina e o papel da Assessoria de Imprensa para amenizar essa falta de comunicação – foi utilizado o método mono-gráfico, estudo de um único tema. Nesta caso, consiste na observação da estrutura e do trabalho atual da Assessoria de Imprensa e o que poderá aplicar dentre suas atividades diárias, para que magistrados, servidores, contratados, bolsistas e demais profissionais que atuam no Poder Judiciário catarinense possam conhecer sua realidade.

No caso em estudo, as técnicas de pesquisa utilizadas foram a bibliográfica e a documental. O artigo também pode ser classificado

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como um estudo de caso, pois traz dados sobre a estrutura de pessoal e as atividades da Assessoria de Imprensa do TJSC.

A coleta de dados foi realizada entre os meses de dezembro (2010) a agosto (2011). Foi utilizado, também, o recurso de entrevis-tas não estruturada, com profissionais que atuam na própria Asses-soria de Imprensa – o Assessor Ângelo Lima Medeirios e jornalistas lotados no setor – e na Assessoria de Planejamento, especialmente o Assessor Guilherme Corbetta. Este último setor está à frente de todo o processo de licitação.

5 Conclusão

O presente trabalho procurou mostrar a necessidade de que uma instituição conheça a si próprio, de que seus integrantes devem tomar conhecimento do caminho que a organização está seguindo e qual deverá ser o rumo a ser tomado nos próximos anos para que todos possam se integrar aos objetivos comuns. A administração do Tribunal de Justiça percebeu a real necessidade de que seja feito um planejamento de ações estratégicas voltadas para o cliente interno para que, desse resultado, saia um maior comprometimento com a organização. É necessário ressaltar que uma comunicação interna efi-ciente resulta num melhor desempenho nas relações externas.

As pesquisas começaram há pouco menos de um mês. Todo esse processo se estendeu até o final do ano, com a coleta de todos os dados, análise das informações obtidas e, por último, com as proposi-ções de ações e de atitude. Como houve mudanças na administração do Poder Judiciário no início de 2012, a efetiva aplicação da pesqui-sa começará com os novos gestores.

O Tribunal de Justiça atua há 120 anos na busca de solução para os conflitos da sociedade. O aumento da demanda, da infraes-trutura e das cobranças vindas, principalmente, por parte da socie-dade, que busca na Justiça a solução rápida para seus conflitos, tem feito com que o Judiciário catarinense encontre soluções que se tra-duzam em melhoria na qualidade da prestação jurisdicional; e isso

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passa, necessariamente, pelo conhecimento e comprometimento de seus operadores – magistrados e servidores.

Por fim, é necessário que todos tenham a mesma linguagem, pensamentos, impressões e sentimentos; é preciso que as estratégias de gestão considerem seu público interno como parte dos processos e que nas suas ações estará o desenvolvimento da instituição como um todo.

Ao encerrar o artigo, fica a sugestão de um novo trabalho, com as conclusões da pesquisa que deverá ser realizada pela empresa de endomarketing, inclusive com o novo papel que a assessoria de Im-prensa do TJSC deverá exercer dali em diante.

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