Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

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O voluntário pode ser entendido como todo aquele que, devido à sua atitude e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo e das suas competências, de forma espontânea e desinteressada, ao serviço da comunidade. Este manual explica melhor sobre o tema e como implemetá-lo em um contexto empresarial.

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ComoImplementarProjectosde VoluntariadoEmpresarial

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Como Implementar Projectos de Voluntariado EmpresarialAdaptação do manual “Como as Empresas Podem Implementar Programas de Voluntariado”, editado pelo Instituto Ethos.

Agradecemos a colaboração das entidades que trabalharam na adaptação deste documento:

AlcatelBESBPEssilorFundação PTIBMLinklatersMicrosoftSantander Totta

Agradecemos igualmente ao Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado pelo apoio técnico dado à edição deste documento.

Concepção Grace

Design gráfico Spirituc

Impressão Gar

Tiragem 3 000 exemplares

Maio 2006

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O desenvolvimento e a sociedade civil

O voluntariado dentro e fora da empresa

O voluntariado empresarial e a gestão das pessoas

Como implementar programas de voluntariado empresarial

Voluntariado – direitos e deveres

Práticas de sucesso

Anexos

Bancos locais de voluntariado

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9

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21

63

67

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O voluntário pode ser entendido como todo aquele que, devido à sua atitude

e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo e das suas competências,

de forma espontânea e desinteressada, ao serviço da comunidade.

A origem histórica do trabalho voluntário está intimamente ligada à

formação de uma consciência comunitária, impulsionada ou por razões

sociais, ou por razões religiosas, e tem uma forte componente assistencial.

Tradicionalmente, apesar da multiplicidade de organizações no âmbito da

solidariedade social, podem ser destacadas as Misericórdias, as Associações

de Bombeiros Voluntários e a Cruz Vermelha Portuguesa, entidades que se

têm alicercado em grande medida no trabalho voluntário.

Com o passar dos tempos, a diversificação da base de actividades em que

se verifica o trabalho voluntário resultou em larga medida do aparecimento

de uma consciência crítica e activista, cobrindo, nomeadamente, o combate

à pobreza e às diferentes formas de discriminação social, o acesso à educa-

ção, à saúde e à cultura ou a intervenção no plano ambiental.

Tal evolução conduziu igualmente a uma crescente organização do

voluntariado, quer no domínio institucional, quer ao nível do enquadra-

mento legal e operacional do mesmo. Com as comemorações, em 2001, do

Ano Internacional dos Voluntários, por recomendação da ONU, promoveu-

-se uma ampla reflexão sobre o valor da solidariedade e da vida em comu-

nidade e a sua relevância na construção de um mundo melhor, procurando

obter um maior reconhecimento, por parte dos governos e autoridades e

incentivar o voluntariado.

O desenvolvimento e a sociedade civil

“Escolhamos conjugar as forças criadoras da iniciativa privada com as necessidades

dos desfavorecidos e as exigências das gerações futuras”

Kofi Annan

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Mais recentemente, o voluntariado assumiu uma outra forma com peso

igualmente relevante e com iniciativas cada vez mais diversificadas e criati-

vas. Associado à progressiva consciencialização de responsabilidade social

por parte das empresas e instituições, públicas e privadas, estas passaram

a ser responsáveis pela promoção de um leque alargado de projectos no

domínio do voluntariado empresarial. E é sobre esta forma de voluntariado

que nos iremos debruçar.

O modo como uma empresa gere as suas relações económicas, sociais

e ambientais, e o modo como se compromete com a sociedade, tem um

impacto decisivo no seu sucesso.

As empresas passam a encarar a sua intervenção na comunidade, não

apenas, como uma obrigação social e moral estritamente conotada com

acções de mecenato ou de filantropia, mas também como uma razão de

ordem estratégica e de sustentabilidade a longo prazo.

Cada vez mais se reconhece que a competitividade não deve estar,

apenas, confinada ao preço e à qualidade dos produtos e dos serviços, ou

às relações com os colaboradores e com os clientes, mas deve contribuir

para a qualidade de vida, desenvolvimento da comunidade e preservação

do ambiente.

Em Portugal os modelos adoptados têm recolhido inspiração nos EUA

e dos países nórdicos onde o envolvimento social faz parte integrante da

actividade regular das empresas. Portugal tem, no entanto, desenvolvido um

importante trabalho no âmbito da responsabilidade social das empresas,

com um número crescente de organizações que promovem o envolvimento

social, pese embora as, muitas fragilidades sociais e económicas ainda

existentes.

Nos últimos anos, o envolvimento social das empresas tem vindo a ocu-

par um lugar cada vez mais destacado no desenvolvimento do seu negócio.

O envolvimento social das empresas é alicerçado em quatro princípios

basilares que se cruzam e completam, e que poderemos sintetizar:

· Sem sociedade não há mercado;

· Numa sociedade desenvolvida há mais e melhor negócio;

· Colaboradores socialmente participativos originarão colaboradores

profissionalmente mais empenhados e produtivos;

· Empresas socialmente responsáveis fidelizam e atraem o mercado.

Há um cada vez maior entendimento que as actividades voluntárias são

de importância estratégica para as empresas, pois, se por um lado, cons-

tituem um incentivo à criatividade e ao trabalho em grupo, concorrendo

para alicerçar os compromissos entre a empresa, os seus colaboradores e a

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comunidade, por outro melhoram a imagem pública da empresa e consti-

tuem um veículo para a sua divulgação.

Além de financiar projectos de interesse social, as empresas devem pro-

curar incentivar os seus colaboradores a doar tempo e trabalho e a pôr as suas

capacidades e competências ao serviço da viabilização dessas iniciativas.

O voluntariado, como qualquer outro programa empresarial, precisa de

ser balizado por critérios de eficiência: dispor dos meios materiais e huma-

nos necessários à sua execução e fazer a avaliação de resultados.

Procurando uma definição de voluntariado empresarial que, de modo

sucinto e abrangente, pudesse ser o ponto de partida para harmonizar o

conceito, optamos por considerá-lo como:

· um conjunto de acções realizadas por empresas, ou qualquer forma

de apoio ou incentivo dessas empresas que visem o envolvimento dos

seus colaboradores, disponibilizando o seu tempo e competências, em

actividades voluntárias na comunidade.

A definição pretende, apenas, aproximar-nos do que se pretende que seja

o voluntariado empresarial. Deste modo, poderá a empresa construir um

projecto, definir os objectivos, ainda que estes sejam comuns aos colabo-

radores e às necessidades evidenciadas pela comunidade, orçamentar o

projecto, definir os meios humanos e materiais a afectar, ou disponibilizar

meios, equipamentos ou os próprios colaboradores que desejem servir,

voluntariamente, a comunidade.

Todavia, e para que o envolvimento por parte dos colaboradores seja

efectivo, torna-se necessário criar espaço para que estes apresentem pro-

postas contribuindo para desenvolver as potencialidades da empresa na área

do voluntariado.

Para que um projecto seja consistente é necessário que esteja em sintonia

com a missão e valores da empresa, que aposte no envolvimento de todas as

pessoas, passando pela gestão de topo, e que tenha por objectivo um desen-

volvimento sustentado da comunidade.

O desenvolvimento e a sociedade civil

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Prática do Voluntariado Empresarial

Na sequência do conceito atrás definido, o voluntariado empresarial

funciona como um grande patrocinador do exercício da cidadania organi-

zacional e social incluindo os voluntários a título pessoal. No processo de

criação de um projecto de voluntariado, podem ser envolvidos directamente

os colaboradores e/ou indirectamente cidadãos ligados à empresa tais como

ex-colaboradores, reformados, familiares.

Das motivações e opções pessoais se passará para um sentimento social de

solidariedade que contribuirá para a concretização do voluntariado, de forma

a criar um efeito multiplicador junto de um maior número de empresas.

São encontradas, no ambiente das empresas, características favoráveis

ao incentivo do trabalho voluntário. As empresas são formadas por um

conjunto de indivíduos reunidos no mesmo espaço, no qual a aprendizagem

e as expectativas vão para além do desenvolvimento profissional.

Existe entre a empresa e o colaborador um compromisso mútuo em que

a empresa enquanto organização promotora da gestão de desempenho e

desenvolvimento profissional, se compromete a assegurar aos seus colabo-

radores, mais ou menos directamente, o desenvolvimento das competências

profissionais e pessoais. Os colaboradores podem exercitá-las em activida-

des relacionadas com a sua profissão, ou poderão explorar áreas completa-

mente diferentes, enriquecendo a sua experiência pessoal e profissional.

O voluntariado empresarial é uma prática comum em países como

Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Espanha, Brasil, entre outros.

O voluntariado dentro e fora da empresa

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

De acordo com o Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado,

acompanhando esta evolução, também em Portugal, se verifica um cres-

cendo de projectos e iniciativas de voluntariado empresarial, acompanhado

por uma valorização pública também acrescida do contributo destas acções

para o bem-estar da comunidade e das próprias pessoas e organizações nela

envolvidas.

Em termos de objectivo do voluntariado nas empresas, segundo a expe-

riência internacional, a meta a atingir seria conseguir que pelo menos 10%

da população da empresa estivesse inserida neste programa, nunca esque-

cendo que o aspecto chave do conceito de voluntariado, quer empresarial ou

pessoal, assenta no livre arbítrio dos colaboradores. Isto significa que são

estes que têm que escolher onde actuar e como o fazer pois, se assim não

fosse, o conceito de voluntariado perderia o seu significado, não passando

de mais uma função ou tarefa profissional que o colaborador desempenha

para a empresa.

O voluntariado empresarial adoptado na gestão estratégica traz van-

tagens para a comunidade, empresa e colaboradores. Na vertente social,

permite obviar problemas que aflijam verdadeiramente a comunidade,

resultando em melhorias na qualidade de vida, ajudando a construir uma

sociedade mais saudável e ao mesmo tempo trabalhando nas actividades da

empresa. No âmbito empresarial, os programas de voluntariado das empre-

sas contribuem para o desenvolvimento de capacidades pessoais e profis-

sionais, promovendo a lealdade e a satisfação com o trabalho, ajudando a

atrair e a reter colaboradores qualificados e a sensibilizar as restantes partes

interessadas, vulgo stakeholders. Também podem contribuir para que a

empresa promova a sua imagem de boa cidadã ou melhore a reputação dos

seus produtos.

Como a empresa pode apoiar um programa de voluntariado empresarial

O tipo de apoio que uma empresa pode oferecer a um programa de volun-

tariado varia conforme o grau de estruturação que ela pretende incutir à

iniciativa. Acções mais estruturadas e complexas invariavelmente exigem

maior esforço, dedicação e investimento.

Empresas com menos colaboradores apresentam a vantagem da agi-

lidade nas decisões, da comunicação rápida e eficiente, o que pode ajudar

muito na gestão dos recursos humanos voluntários.

Para que uma empresa inicie um programa de voluntariado empresarial,

deverá certificar-se que a cultura e os valores da mesma contemplam, difun-

dem e permitem viver os princípios do voluntariado.

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Caso estes aspectos sejam inexistentes, deverão ser lançadas as bases

para que tal se torne uma realidade.

Um programa de voluntariado empresarial só alcançará os seus objecti-

vos, e só será bem sucedido, se for assumido por toda a empresa. É funda-

mental, o envolvimento dos colaboradores, a começar pela gestão de topo,

para que todos se sintam integrados e responsáveis no processo.

Alguns exemplos de apoio:

1) Voluntariado em acções da empresa· Incluir o tema voluntariado, aquando do recrutamento, por forma a que

este seja um elemento de selecção por parte do candidato e vice-versa.

· Incluir no Manual de Acolhimento as acções mais importantes

de voluntariado. A divulgação deste manual é uma oportunidade

única de dar a conhecer os valores e a cultura da empresa aos novos

colaboradores, incluindo estagiários.

· Envolver a empresa num projecto cujo objectivo se aproxime da

sua própria missão. Por exemplo, uma empresa do ramo alimentar

poderá preparar e servir refeições junto dos mais carenciados ou uma

empresa do ramo da óptica poderá organizar rastreios ou consultas

oftalmológicas, junto de escolas, juntas de freguesia, entre outros.

· Estabelecer parcerias com outras empresas, de forma a desenvolver

projectos em que a união de esforços aporte maior valor acrescentado.

· Envolver os quadros superiores e médios. Os gestores de topo e as

chefias intermédias da empresa deverão ser desafiados a dar o exemplo,

oferecendo as suas competências profissionais e pessoais na execução

de trabalho voluntário.

· Disponibilizar recursos para projectos/acções de carácter assistencial,

educacional, cultural, ambiental, entre outros.

· Criar uma base de dados de oferta e procura de actividades voluntárias.

· Elaborar os regulamentos adequados ao exercício do trabalho

voluntário.

· Facultar formação para o colaborador melhorar a sua prestação como

voluntário;

· Reconhecer publicamente os colaboradores pelo trabalho voluntário ou

criar quaisquer outros mecanismos de incentivo ao trabalho voluntário.

· Assegurar a cobertura dos riscos a que os voluntários e as pessoas

beneficiadas estão sujeitos no decorrer da acção e os danos que estes,

não propositadamente, possam provocar em terceiros.

O voluntariado dentro e fora da empresa

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

2) Voluntariado em acções pessoais devidamente justificadas e fundamentadas

· Disponibilizar tempo para o voluntariado, permitindo a dispensa

(remunerada e sem prejuízo para o período de férias, antiguidade e

assiduidade) de colaboradores para a realização de trabalho voluntário

junto da comunidade.

· Permitir que os colaboradores usem as instalações da empresa para

planear e, eventualmente, executar acções voluntárias;

· Permitir que o colaborador utilize o telefone e equipamento informático

no horário de trabalho para organizar acções de voluntariado e,

eventualmente, parte do horário de trabalho para fazer a sua actividade;

· Permitir que o colaborador utilize viatura da empresa nas suas iniciativas

voluntárias.

O que o voluntariado pode fazer

Cada pessoa é voluntária à sua maneira e é a soma das diferentes maneiras

de exercer o voluntariado que torna a proposta de agir em grupo muito rica.

A melhor forma para definir como actuar é identificar as potencialidades de

colaboração de cada um, as necessidades da comunidade e pôr a imaginação

a funcionar. A acção do voluntário não demite o Estado das suas obrigações

e não deve ser encarada como mão-de-obra gratuita – o trabalho voluntário

agrega valor.

A seguir, referimos algumas possibilidades concretas de actuação indivi-

dual ou colectiva:

· Fazer palestras sobre temas genéricos (como respeito pelo ambiente,

educação rodoviária, combate à toxicodependência) ou específicos

(nutrição, desenvolvimento infantil, economia doméstica, equilíbrio

trabalho-família, apoio aos idosos e/ou a pessoas com deficiência).

· Ajudar na renovação das instalações de uma instituição de solidariedade

social;

· Organizar campanhas e promover eventos de angariação de recursos;

· Realizar actividades educativas, como contar histórias para crianças em

instituições de apoio à infância;

· Dar apoio emocional a pessoas hospitalizadas ou doentes crónicos;

· Realizar actividades de entretenimento para idosos;

· Organizar passeios para adolescentes em situações de risco;

· Organizar acções lúdicas e educativas para pessoas com deficiência;

· Criar e desenvolver projectos de média duração, atendendo a

necessidades específicas da comunidade;

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· Disponibilizar as suas competências profissionais específicas ao serviço

das instituições;

· Facultar trabalho voluntário gratuito, no âmbito das suas competências

profissionais. Por exemplo: Psicólogo, contabilista, advogado;

· Participar nos órgãos sociais de entidades sem fins lucrativos;

· Utilizar os seus contactos para recrutar novos recursos para as

instituições apoiadas.

· Promover a limpeza, reflorestação e manutenção das zonas afectadas

por incêndios;

· Contribuir para a reabilitação ou renovação de áreas urbanas,

nomeadamente através da criação de espaços de convívio (de rua ou

fechados) direccionados para a camada infantil, juvenil e idosos.

· Promover acções que estimulem o relacionamento e partilha de

experiências a nível intergeracional;

· Criar e divulgar bolsas ou bases de dados de voluntariado, em

articulação com outras organizações, designamente, os Bancos Locais

de Voluntariado.

· Reencaminhar a população reformada para acções de voluntariado.

A título de exemplo, referimos os “patrulheiros” – voluntários que

ajudam as crianças a atravessar as estradas, nas áreas circundantes às

escolas, com sinalização própria para o efeito.

As empresas podem ainda apoiar instituições sem fins lucrativos, através

da divulgação e promoção de produtos e serviços produzidos pelos seus

utentes recorrendo, quando aplicável, à sua força de trabalho ou a outros

recursos da empresa.

O voluntariado dentro e fora da empresa

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Um programa de voluntariado empresarial compreende um conjunto de

acções estruturadas e organizadas que a empresa empreende para envolver

os colaboradores em actividades de voluntariado. A gestão de um programa

desta natureza passa por dirigir e apoiar as actividades da comunidade

– individuais ou colectivas –, que poderão ter lugar em escolas, hospitais,

institutos de apoio a crianças, centros de dia, entre outros, em que o objec-

tivo comum é a procura do bem-estar social.

A implementação de programas de voluntariado tem vindo a constituir

uma opção estratégica das empresas no contexto actual. Discute-se hoje que o

envolvimento nestas actividades pode trazer um valor acrescido para a comu-

nidade, para a empresa e para os próprios colaboradores nelas envolvidos.

A área de Recursos Humanos deverá ser envolvida neste tipo de pro-

jectos sociais, contribuindo para o sucesso da implementação do volunta-

riado dentro da empresa. Não é de todo possível dissociar um programa de

voluntariado da política de gestão dos recursos humanos de uma empresa,

devendo esta ser adequada de modo a permitir a sua concretização.

Em grande medida, os benefícios concedidos à comunidade por parte

das empresas são provenientes do trabalho voluntário dos seus colaborado-

res, para o qual contribuem com os seus conhecimentos e disponibilidade

para participar em iniciativas de desenvolvimento comunitário.

O colaborador da empresa dedica uma porção do seu tempo profissio-

nal, ou mesmo, pessoal, à actividade de voluntariado que desenvolve em

benefício de projectos ou programas comunitários em áreas de carência.

O voluntariado empresarial e a gestão das pessoas

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Muitas vezes, sucede que, à parte da ocupação do seu tempo livre, o planea-

mento e preparação das actividades, na sua maioria em grupo, pode exigir a

sua disponibilidade durante o horário de trabalho.

As áreas responsáveis pela organização das acções de voluntariado são

confrontadas, ainda, com outras exigências, como a necessidade de:

· garantir o direito ao exercício do voluntariado a todos os colaboradores;

· incentivar e promover a participação dos colaboradores em iniciativas de

voluntariado;

· prestar informação sobre os programas de voluntariado no processo de

recrutamento de novos colaboradores;

· sensibilizar as hierarquias dos colaboradores voluntários em questões

relacionadas com o voluntariado, entre outras.

Mas a adesão ao programa de voluntariado empresarial não requer ape-

nas exigências, também proporciona benefícios.

Do lado dos colaboradores, ser parte integrante de uma empresa que

tem uma cultura organizacional orientada para o envolvimento em projectos

de intervenção social e comunitária poderá constituir, desde logo, um factor

de orgulho pessoal e motivação.

Ao mesmo tempo, os colaboradores de empresas que participam em

actividades de voluntariado empresarial tendem a manifestar um senti-

mento de pertença e de concordância maior para com o trabalho e com a

empresa e, por conseguinte, a apresentar uma forte identidade organizacio-

nal. Estudos revelam que estes colaboradores sentir-se-ão mais satisfeitos

e conseguirão estabelecer uma relação mais positiva tanto na vida pessoal,

como profissional.

O voluntariado empresarial tem sido, ainda, perspectivado em termos

dos efeitos produzidos sobre as atitudes e competências dos colaborado-

res das empresas. O estudo realizado pelo Conference Board, EUA, por

exemplo, mostrou os efeitos da participação em projectos comunitários

sobre atitudes e competências, tendo identificado o desenvolvimento das

competências de comunicação, organizacionais e de gestão de tempo, de

relacionamento interpessoal, de avaliação e de planeamento. Ao nível dos

comportamentos e atitudes, foram evidenciadas as capacidades de trabalho

em equipa, de inovação, de afirmação pessoal, entre outras.

Num estudo realizado em Londres por Lucie Carrington (em 2004) é

igualmente referido que os programas de voluntariado empresarial têm

assumido uma importância estratégica face às competências que podem

trazer para o local de trabalho.

A Fundação Manuel Leão, num trabalho desenvolvido sobre o volunta-

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riado empresarial no contexto social português, intitulado “Voluntariado e

as Empresas: um estudo exploratório do caso português” (2001) identificou

vários benefícios dos programas de voluntariado empresarial ao nível dos

colaboradores:

· aumento e melhoria das relações interpessoais;

· proporcionar uma outra perspectiva da função do trabalho quotidiano;

· permitir o conhecimento de novas realidades sociais;

· gerar de satisfação pessoal;

· incremento da auto-estima;

· maior confiança nas capacidades pessoais;

· estímulo da criatividade;

· desenvolvimento e colocação em prática de novas capacidades;

· permitir o desenvolvimento de interesses pessoais.

É, ainda, realçado o contributo que a actividade de voluntariado pode

aportar ao enriquecimento do currículo. Os resultados de um inquérito

realizado junto de empresas portuguesas mostram que as competências

desenvolvidas através do envolvimento em actividades de voluntariado são

valorizadas pelas empresas em:

· determinadas práticas de recrutamento profissional, designadamente,

as que incidem ao nível de jovens candidatos com pouca experiência

profissional;

· competências ao nível do trabalho em equipa, espírito empreendedor,

relacionamento interpessoal, liderança, resolução de problemas;

· práticas adquiridas através do envolvimento em determinadas acções

de voluntariado (exemplo, cooperação para o desenvolvimento,

solidariedade e economia social, educação/formação, desporto/

actividades recreativas);

· desempenho de funções profissionais no sector dos serviços;

· exercício de actividades de chefia/coordenação.

A participação dos colaboradores nos projectos sociais da empresa

tende a proporcionar, ainda, um ambiente interno mais coeso e favorável ao

desenvolvimento pessoal e à ampliação de conhecimentos.

No Fórum Voluntariado das Empresas, foi apresentado o trabalho

intitulado “A Curva da Aprendizagem: construindo um eficaz envolvimento

da empresa na comunidade”, que evidencia que o envolvimento comunitá-

rio das empresas oferece uma oportunidade singular para a aprendizagem

activa e experiencial, em resultado do que se aprende sobre os outros secto-

res e situações e do que se aprende sobre si próprio.

O envolvimento comunitário da empresa poderá constituir um desafio e

O voluntariado empresarial e a gestão das pessoas

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

uma curva de aprendizagem criativa para todos os envolvidos. Evidencia-se,

assim, como uma mais-valia para os colaboradores que participam nestas

iniciativas, e subsequentemente, para a própria empresa.

Partindo do pressuposto de que diferentes tipos de envolvimento comu-

nitário da empresa proporcionam diferentes formas de ‘acção aprendiza-

gem’, numa óptica de experiência sustentada, o envolvimento comunitário

da empresa assume o papel de agente de mudança.

A aprendizagem, descrita enquanto aprendizagem pela experiência,

está no centro de todo o envolvimento comunitário e «transporta-nos a uma

espécie de viagem: da exposição ao desafio, da reflexão ao conhecimento, do

conhecimento à acção e da acção à transformação do mundo» (Otília Bacelar

e outros, p.54).

Uma gestão eficaz dos programas exige que os decisores possuam

determinadas competências que permitam garantir que os programas vão

ao encontro dos requisitos das populações, dos objectivos da empresa e que

contribuam para a aprendizagem dos colaboradores.

Em simultâneo, a empresa pode aproveitar os conhecimentos e a forma-

ção adquiridos pelas pessoas que se envolvem e participam em programas de

voluntariado, que se poderão tornar em valor acrescido dentro da organização.

De acordo com o estudo da Fundação Manuel Leão, os benefícios dos

programas de voluntariado para as empresas consubstanciam-se no contri-

buto para:

· o desenvolvimento de uma “cultura de empresa” assente

na responsabilidade social;

· o incremento da motivação dos seus colaboradores;

· a facilitação da comunicação interna;

· a aquisição de uma visão mais ampla do “ambiente” que rodeia

a empresa;

· a eliminação de barreiras entre departamentos;

· a melhoria da imagem externa;

· o aumento do grau de relação da empresa com o contexto envolvente.

O envolvimento dos colaboradores em projectos na comunidade poderá

ser utilizado como uma “ferramenta de gestão” com a finalidade de aumen-

tar o seu nível de satisfação e contribuir para a melhoria do meio social. As

empresas reforçam a sua dinâmica interna através do aumento da motivação

dos colaboradores que advem do sentimento de pertença a uma empresa

que apoia projectos desta natureza.

Contudo, o voluntariado empresarial em Portugal é muito recente e a sua

expressão está ainda aquém das expectativas.

Page 21: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

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Podemos no entanto verificar o envolvimento de um número cada vez

maior de empresas e respectivos colaboradores em actividades de volunta-

riado em Portugal. Inserem-se maioritariamente neste quadro organizações

de grande dimensão.

Nos diversos rankings das melhores empresas para trabalhar é cres-

cente o número de empresas que manifestam preocupação em contribuir de

forma efectiva para a comunidade.

Com a globalização da economia de mercado e com o aumento da

importância das empresas como motor de desenvolvimento, a função social

da empresa tem sofrido reajustamentos. A responsabilidade social, onde

o voluntariado empresarial se insere, é cada vez mais entendida como um

factor de competitividade das empresas.

10 sugestões à gestão na implementação de programas de voluntariado empresarial

1 Garantir o direito ao exercício do voluntariado a todos os colaboradores;

2 Apoiar os colaboradores voluntários no desenvolvimento das acções a que

se propõem;

3 Criar incentivos e formas de motivação aos colaboradores que participam

activamente em projectos sociais, como reconhecimento na participação em

iniciativas de voluntariado;

4 Desenvolver acções bem estruturadas e organizadas para envolver os cola-

boradores nas iniciativas e garantir o sucesso dos mesmos;

5 Adequar a política de gestão dos Recursos Humanos ao programa de

voluntariado, para permitir a sua viabilização;

6 Garantir que os responsáveis pela gestão das pessoas e dos programas de

voluntariado detém as competências necessárias que permitam garantir que

os programas vão ao encontro das necessidades das comunidades, dos objec-

tivos da empresa e que contribuam para a aprendizagem dos colaboradores;

7 Sensibilizar as chefias dos colaboradores voluntários para questões rela-

cionadas com o voluntariado para evitar conflitos de interesse;

8 Implementar mecanismos que permitam aproveitar os conhecimentos e

formação adquiridos pelos colaboradores nas actividades de voluntariado;

9 Prestar informação sobre os programas de voluntariado no processo de

recrutamento de novos colaboradores;

10 Replicar o bom ambiente interno criado pelos colaboradores que parti-

cipam nos programas, que se evidencia como mais favorável ao desenvolvi-

mento pessoal e à ampliação de conhecimentos.

O voluntariado empresarial e a gestão das pessoas

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O processo de elaboração de um programa de voluntariado empresarial

depende muito da identidade cultural de cada empresa, da sua área de activi-

dade, da sua estratégia e forma de actuação.

Não se pode pois sugerir apenas um modelo único mas sim um conjunto

de recomendações, ou orientação para um caminho a percorrer.

Nesse sentido, passamos a enumerar alguns passos que vão, certamente,

ajudar a definir o trajecto para a elaboração desse programa.

Passo 1 Promover uma reflexão sobre a cultura da empresa

Passo 2 Formação de uma equipa de trabalho

Passo 3 Definições ao longo do processo

Passo 4 Formas de contribuição dos colaboradores

Passo 5 Identificação das necessidades da comunidade

ou de uma instituição

Passo 6 Transformação de ideias em propostas

Passo 7 O programa de voluntariado na prática

Passo 8 Valorização, Reconhecimento e Comunicação

como factores-chave para o sucesso

Passo 9 Vantagens de trabalhar em parceria

Como implementar programas de voluntariado empresarial

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Page 25: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

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Promover discussões sobre a missão, a visão, os valores, as prioridades institucionais

e as acções de responsabilidade social da empresa.

Definir os objectivos da empresa ao decidir elaborar um programa de voluntariado.

Antes de iniciar a elaboração de um programa de voluntariado é imprescin-

dível promover uma reflexão, por parte da empresa, quanto à sua missão,

visão, valores, prioridades institucionais e à sua conduta no campo da

responsabilidade social empresarial.

Da mesma forma, deve existir uma definição clara dos propósitos da

empresa ao elaborar um programa de voluntariado e a análise das possíveis

interfaces desse programa com as prioridades institucionais da organização.

O conceito de Responsabilidade Social passa por um comportamento

sustentado e continuado e pela criação de uma cultura de responsabilidade

no mundo corporativo, abrangendo todas as áreas, desde a saúde, a segu-

rança, o ambiente, a ética, a educação e a área social propriamente dita.

Uma empresa que polui o ambiente, que está envolvida em problemas

laborais, que comete ilegalidades e que possui um clima organizacional

tenso não tem condições para implementar um programa de voluntariado.

Por outro lado, empresas em que a prática da responsabilidade social está

presente e que o compromisso com a comunidade faz parte integrante da sua

missão institucional, têm uma base sólida para o sucesso do programa.

Se uma empresa quer ser reconhecida como socialmente responsável,

um programa de voluntariado pode ser uma excelente forma de transformar

essa vontade institucional em realidade. Outras orientações institucionais

que um programa de voluntariado empresarial pode ajudar a atingir são, por

exemplo, a integração e o desenvolvimento pessoal e profissional dos seus

colaboradores e a aproximação à comunidade.

Passo 1 Promover uma reflexão sobre a cultura da empresa

Page 26: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Ao fazer uma auto-avaliação, a empresa verifica se existe de facto sin-

tonia entre a sua proposta de incentivar os seus colaboradores a realizar

acções sociais de voluntariado e o seu comportamento institucional.

Nesse sentido, a política do bom exemplo – que deve vir de cima – é

extremamente importante. Em qualquer empresa, a forma como os gestores

de topo vêem o seu negócio tende a estender-se a toda a organização. Do

mesmo modo, o seu envolvimento na implementação de um programa de

voluntariado encoraja a participação dos colaboradores.

Missão Cerne, razão de ser da própria empresa.

Visão Metas, objectivos e aspirações da empresa.

Valores Princípios pelos quais a empresa se rege.

O processo de reflexão sugerido neste primeiro passo deve pois ser

liderado pelos gestores de topo, ou alguém indicado por eles, e desenvol-

vido entre os diversos níveis hierárquicos da empresa, independentemente

da sua função, com base numa demonstração fundamentada das vantagens

do programa, tanto para a empresa, como para a comunidade.

Existem várias ferramentas para a elaboração de um processo de reflexão

nas empresas. É possível aproveitar os canais de comunicação já existen-

tes, tais como artigos no jornal interno, temas de discussão na intranet, ou

introduzir o tema em reuniões.

Apresentamos em seguida algumas ideias que podem ajudar a esta

reflexão:

Para que a empresa prospere precisa da confiança dos colaboradores, dos

seus clientes, dos investidores e, a um nível mais alargado, das comunida-

des onde opera. Essa confiança obtém-se através do cumprimento da sua

missão, dos seus valores, da sua visão e, acima de tudo, depende do seu

modo de actuação. Não deve existir qualquer discrepância entre aquilo que

a empresa diz e aquilo que faz.

A sua reputação e, consequentemente, o seu futuro como empresa

depende do empenho, honestidade, integridade e responsabilidade de todos

os seus membros. Alguns valores, como o respeito e a dignidade, devem

estar sempre presentes na sua relação com colaboradores, consumidores,

fornecedores, concorrência, autoridades, instituições e outros.

A empresa não deverá aceitar colaborar com outras empresas que, de

algum modo, desrespeitem ou não aceitem trabalhar em conformidade com

o seu código de conduta.

Não se trata apenas de criar riqueza nas comunidades onde as empresas

Page 27: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

25

desenvolvem a sua actividade mas de melhorar as condições de vida dessas

comunidades. A criação de um programa de voluntariado empresarial bem

estruturado e bem implementado, é pois uma mais valia para as empresas,

para os seus colaboradores e, acima de tudo, para a comunidade.

No decorrer do processo de reflexão surgem dúvidas que levam à obten-

ção de respostas e esclarecimentos e, acima de tudo, criam oportunidades

de crescimento para a empresa. Nem todas as perguntas poderão ser ime-

diatamente respondidas e nem todas as necessidades poderão ser pronta-

mente satisfeitas. Algumas questões exigem um período de maturação para

poderem ser equacionadas e outras, até, podem ser consideradas ilegítimas

ao longo do percurso.

Nesse sentido, recomenda-se que a reflexão sobre a prática da organiza-

ção seja contínua, uma vez que as empresas estão em constante mudança.

Isso reflecte-se, por exemplo, na entrada de novos colaboradores e em

mudanças de estratégia. Se a reflexão for conduzida com ética, transparên-

cia e coerência pode dar origem a um processo construtivo, um caminho de

evolução para a empresa, que vai servir como um alicerce para a criação de

um programa de voluntariado consistente e promissor.

À medida que a empresa avançar neste Passo, irá abrir um caminho que

possibilitará a discussão, entre os colaboradores, de temas como a cidada-

nia e o voluntariado.

Após este processo de reflexão surge a necessidade de reunir colabo-

radores, que se identifiquem com o voluntariado, dispostos a formar uma

primeira equipa de trabalho.

Promover uma reflexão sobre a cultura da empresa

Page 28: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?
Page 29: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

27

Incentive a formação de uma equipa de trabalho composta por colaboradores.

Facilite os encontros dessa equipa.

Trabalhe na criação de um plano de acção.

A implementação de um programa de voluntariado requer os mesmos prin-

cípios de ética e a mesma seriedade de conduta que é adoptada pela empresa

nos seus projectos de natureza operacional. À semelhança de qualquer outra

iniciativa, o êxito do programa depende do empenho, do envolvimento e do

esforço dos diversos sectores da empresa.

Para a formação do grupo de trabalho devem ser convidados colabora-

dores de vários sectores e escalões hierárquicos que, nesta fase inicial do

processo, poderão candidatar-se à liderança do programa de voluntariado

empresarial. O gestor ou responsável do programa até então passa, a partir

daí, a actuar apenas como elemento de apoio a equipa.

A formação de uma equipa de trabalho é recomendada por vários moti-

vos. Para além de propiciar uma discussão colectiva das bases do programa,

a partir da visão de pessoas que conhecem o dia-a-dia da empresa, propor-

ciona a construção de uma proposta conjunta, o que poderá garantir uma

aceitação mais rápida no seio dos diversos sectores da organização.

A diversidade dos colaboradores que o constituem ajuda também a

alargar a reflexão sobre o sentido de uma empresa possuir um programa de

voluntariado, tanto do ponto de vista teórico como do prático, e a esclarecer

possíveis dúvidas acerca do objectivo final da empresa com a implementa-

ção deste programa.

Sendo, por si só, uma experiência de trabalho voluntário, a equipa fun-

ciona também como um fórum de ideias, aprendizagem e planeamento.

O seu papel dentro da empresa passa pela pesquisa de iniciativas de

Passo 2Formação de uma equipa de trabalho

Page 30: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

28

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

apoio às áreas sociais já existentes, a identificação de outras oportunidades

de acção, a avaliação das preferências dos colaboradores, as necessidades

da comunidade, a selecção de áreas temáticas com as quais exista afinidade

para actuar e a identificação de possíveis benefícios para a empresa.

O diálogo com outras organizações que possuam programas de volun-

tariado, a avaliação das ferramentas necessárias à divulgação do programa e

o tipo de mensagens que deverão ser passadas para o exterior, são algumas

das actividades que devem ser desenvolvidas no âmbito externo.

O trabalho culmina com a elaboração de um plano de acção, que será

avaliado e eventualmente reajustado pela empresa para mais tarde integrar o

programa final de voluntariado.

Os membros da equipa não precisam de possuir experiência em volun-

tariado embora alguns já a possam ter. São normalmente pessoas que se

identificam com uma causa social, dispostas a desenvolver acções social-

mente úteis e que, de acordo com as suas aptidões e interesses, constituem

já uma base excelente para a formação da equipa. Podem juntar-se esponta-

neamente, através de uma acção de divulgação, ou a convite pessoal.

Desde a primeira reunião, a equipa apresenta-se como um espaço de

troca de ideias, partilha de experiências, e da visão de cada um sobre a área

social. O coordenador, incumbido de liderar a formação da equipa, deve

conduzir a primeira reunião, explicando de forma clara as intenções e moti-

vações da empresa, que contribuição é esperada do grupo e introduzir os

conceitos-chave para a compreensão do que é um programa de voluntariado

empresarial. Isto inclui a definição do tema, noções sobre cidadania empre-

sarial, responsabilidade social empresarial e desenvolvimento sustentável.

A partir daí, a função principal desse coordenador passa a ser a de

promover e facilitar a realização das reuniões da equipa e conceder-lhe a

autonomia necessária para o desempenho das suas atribuições.

Para ajudar os membros da equipa a adquirirem de forma eficiente conhe-

cimentos no domínio da responsabilidade social, deverá ser-lhes facilitada a

participação em seminários e o contacto com pessoas de outras organizações

que já possuam programas de voluntariado, dispostas a partilhar a sua expe-

riência ou a fornecer informações úteis à elaboração do plano de acção.

A presença de um superior hierárquico da empresa em todas as reuniões

do grupo de trabalho pode funcionar como orientação, incentivo ou reafir-

mação do compromisso social da empresa.

É necessário que a equipa compreenda a importância de passar pelas

etapas da reflexão, qualificação e planeamento, antes mesmo da fase de execu-

ção, pois a contribuição dessas etapas é essencial para o sucesso do programa.

Page 31: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

29

Algumas sugestões para a organização da primeira equipa de trabalho

· Garanta que o convite para integrar a equipa de trabalho é feito, sempre

que possível, por um gestor de topo;

· Incentive a participação dos diversos níveis hierárquicos;

· Procure ter a presença de pessoas com perfis e experiências diferentes

em voluntariado, tendo em atenção que a ausência de prática de

voluntariado não deve ser um factor de exclusão;

· Tente evitar que o grupo tenha muitos participantes considerando um

número adequado à dimensão da empresa;

· Apresente os objectivos da equipa com clareza: apresente as suas ideias

dando mote a um debate;

· Permita que os participantes se apresentem e contem suas experiências

pessoais nesta área durante o primeiro encontro;

· Abra espaço a perguntas;

· Incentive o grupo a definir com clareza as atribuições de cada membro;

· Solicite relatórios breves, por escrito, de forma a acompanhar a evolução

das reuniões da equipa;

· Recomende à equipa que deverá terminar as reuniões com a definição

dos passos seguintes, a divisão de tarefas e a marcação da data do

próximo encontro.

Formação de uma equipa de trabalho

Page 32: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?
Page 33: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

31

Comece a pensar na operacionalização do programa.

Defina quais os recursos necessários ao desenvolvimento do programa.

Para que um programa de voluntariado empresarial se possa desenvolver

é preciso ter em mente, desde o início da sua implementação, quais as

estratégias a adoptar pela empresa de modo a permitir que venha a ser bem

estruturado e sustentado. Por outras palavras, é preciso definir a forma de

operacionalização.

O empenho e a dedicação no cumprimento desta etapa são essenciais,

pois as políticas e os posicionamentos aqui adoptados terão reflexos em

toda a implementação do programa e é importante que mesmo as mudanças

e necessidades futuras sejam previstas desde o início.

Parte da definição da operacionalização do programa de voluntariado

passa pela identificação dos recursos a disponibilizar, nomeadamente em

termos financeiros, materiais e humanos, e das prioridades institucionais.

Baseada nos dados que o grupo de trabalho reuniu após a sua pesquisa,

a empresa precisa de ter conhecimento das acções sociais em curso na

organização, desde os donativos atribuídos por um departamento ou sector,

às campanhas de fim-de-ano lideradas por outro, actividades voluntárias

individuais que utilizam competências profissionais, entre outras práticas

frequentes, mesmo em pequenas e médias empresas.

Na posse desses dados, do plano de acção sugerido pelo grupo de

trabalho e das suas próprias convicções, prioridades e objectivos, a empresa

começa a delinear a sua política de actuação social e a prever quais as áreas

a abranger, considerando os seguintes factores:

Passo 3Definições ao longo do processo

Page 34: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

32

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Disponibilização de recursos

Cabe à empresa definir claramente quais os recursos que deverá disponibili-

zar ao projecto de voluntariado.

Recursos financeiros · A empresa precisa de definir quais serão os recursos financeiros

necessários às diversas acções que vão fazer parte do programa de

voluntariado;

· Deve ter em conta a possibilidade de destacar um colaborador para

liderar o programa ou contratar um profissional que se dedique

exclusivamente ao projecto, bem como contratar serviços de consultoria

para avaliação, entre outros;

· Para além da disponibilização de voluntários, a empresa poderá

considerar a atribuição de verbas específicas a afectar a cada iniciativa

do programa de voluntariado;

· Dependendo da política da empresa, a verba a disponibilizar pode ter

como critérios: uma percentagem sobre a facturação ou lucro; uma

quantia fixa anual; uma parte da verba destinada às áreas de marketing

e comunicação, entre outras.

Recursos materiais · Doação de materiais. A título de exemplo, incluem-se neste caso móveis,

utensílios, softwares ou equipamentos, novos ou em bom estado de

utilização, em complemento da acção de voluntariado.

Recursos humanos· Disponibilização de horas de trabalho de colaboradores especializados

da empresa para a prestação de serviço voluntário em organizações sem

fins lucrativos que possam beneficiar das suas competências, seja na

área financeira, informática, contabilística, recursos humanos, saúde,

manutenção ou outras;

· Dispensa dos colaboradores voluntários para actuação durante as horas

de trabalho;

· Permissão para que um colaborador desempenhe actividades voluntárias

de curta duração, a título pessoal, também durante as horas de trabalho,

na empresa ou fora dela.

Um processo de gestão de recursos humanos adequado, deverá ser

aplicado de forma a garantir o equilíbrio entre as diversas actividades

de voluntariado e as obrigações profissionais de cada colaborador.

Page 35: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

33

Disponibilização de espaço físico· Disponibilização de salas nas instalações da empresa para que os

colaboradores realizem reuniões de planeamento e actividades

voluntárias, tais como acções de formação e palestras;

· Facilitar o uso de telefone e internet para assuntos específicos

de voluntariado;

Estruturação do programa

A empresa deve deliberar quanto aos aspectos estruturais do programa,

desde a escolha do(s) departamento(s) ao(s) qual(is) esta iniciativa deverá

ficar vinculada até à política de monitorização e avaliação dos resultados da

actividade voluntária.

Escolha do departamento que deverá gerir o programa de voluntariadoA responsabilidade social, a cidadania empresarial, o desenvolvimento

sustentável, isto é, a actuação corporativa e social da empresa, estão muito

ligadas à gestão de pessoas e à comunicação, o que leva muitas vezes a

empresa a optar pela escolha dos departamentos de Recursos Humanos

e/ou de Comunicação para a gestão destas áreas. Algumas empresas têm

ou estão a criar sectores específicos para gerir os assuntos ligados à área da

responsabilidade social, na qual se pode incluir o voluntariado empresarial.

Definição do CoordenadorTodos os programas de voluntariado necessitam de um coordenador. Pode

ser um colaborador, que se disponha a acumular essa função, ou que se

dedique exclusivamente a ela. A escolha depende da complexidade do pro-

grama, do número de voluntários e dos projectos a serem apoiados.

Quanto maior for o número de actividades propostas pelo programa,

tanto maior será o número de voluntários necessário e mais tempo será

exigido ao coordenador. Por outro lado, se a proposta de apoio ao programa

for pontual, como por exemplo, viabilizar uma campanha de um dia de

voluntariado por mês, a carga horária de trabalho exigida ao coordenador

será menor.

Política e mobilização dos colaboradores O incentivo e a consciencialização dos colaboradores para a importância

da participação social e do exercício de cidadania, contribuem para que as

actividades de voluntariado recebam um apoio continuado por parte de toda

a empresa.

Definições ao longo do processo

Page 36: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

34

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

A escolha de uma forma adequada de dar a conhecer o programa den-

tro da organização vai certamente assegurar que todos os colaboradores

tenham acesso às suas mensagens e objectivos.

Campanhas internas, exemplos vindos dos superiores hierárquicos e o

convite para que colaboradores não-voluntários conheçam as actividades

desenvolvidas pelos voluntários, são algumas das estratégias a adoptar.

Dar a conhecer as acções de voluntariado já realizadas em publicações

internas, na intranet, através de e-mail, afixar fotografias e informação sobre

essas acções em áreas comuns, podem também ajudar a sensibilizar novos

voluntários.

Deverá também ser desenvolvida uma política de reconhecimento por

parte da empresa aos colaboradores que participaram nessas acções e a cria-

ção de mecanismos destinados a avaliar e medir a participação e a satisfação

dos voluntários.

Política de formaçãoPara além da formação genérica em voluntariado, poderá ser necessária

formação específica para que os voluntários possam colaborar em determi-

nadas acções.

Selecção e encaminhamento dos colaboradores para acções voluntárias De uma maneira geral os voluntários têm sensibilidades e conhecimentos

diferentes. O programa de voluntariado pode portanto abranger um con-

junto de opções, oportunidades e instituições que lhes permita escolher o

tipo de acção em que desejam colaborar.

Uma adequada política de recrutamento e selecção dos voluntários de

forma a que o seu perfil se adeque aos projectos a desenvolver, deverá ser

assegurada para o bom êxito destes projectos, para a satisfação dos voluntá-

rios e para a própria imagem da empresa. Esta selecção poderá ser asse-

gurada por recursos da empresa ou de outras instituições da comunidade,

com as quais se estabeleça colaboração.

A empresa pode optar pela criação de uma base de dados de ofertas e

oportunidades de trabalho voluntário ou, eventualmente, unir-se a outras

empresas da mesma região e criar uma base de dados alargada.

De qualquer modo, uma escolha múltipla de actividades, em espaços

fechados ou ao ar livre, que envolvam um trabalho manual ou intelectual a

serem executadas individualmente ou em grupo, que permitam interacção

com a comunidade seja a nível da saúde, do ambiente, social ou da educa-

ção, é mais atractiva. Por outro lado, traz simultaneamente vantagens a nível

Page 37: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

35

pessoal – desde a redução do stress ao aumento do sentido de responsabili-

dade e da auto-estima –, e a nível empresarial, através do aumento do grau

de satisfação dos colaboradores e da sua notoriedade.

Política de comunicação A comunicação é uma área fundamental para o bom funcionamento de

qualquer empresa e o mesmo conceito se aplica à implementação de um

programa de voluntariado.

A escolha dos métodos de comunicação é crucial para o sucesso do

programa. Em primeiro lugar devem ser cuidadosamente concebidas as

mensagens que indiquem claramente os objectivos do programa, assegurem

o empenho dos gestores de topo, informem sobre o tipo de apoio a ser pres-

tado a todos os que estiverem interessados em participar, expliquem o que

se espera dos colaboradores e quais os benefícios tangíveis e intangíveis que

o programa pode trazer, tanto a estes como à empresa e à comunidade.

A comunicação interna deve assegurar que todos os membros da empresa

tenham conhecimento da actuação socialmente responsável da organização,

trabalhando no sentido de informar e mobilizar os seus colaboradores.

Cabe à comunicação externa dar a conhecer as actividades de volunta-

riado realizadas pela empresa e seus colaboradores. Para além dos efeitos a

nível da notoriedade, esta divulgação poderá igualmente servir para sensibi-

lizar outras empresas para a adopção de práticas socialmente responsáveis.

Política de valorização e reconhecimentoEmbora para a maioria dos colaboradores envolvidos em acções de volunta-

riado o melhor reconhecimento seja a sua satisfação pessoal, deverá existir

uma política de valorização e reconhecimento por parte da empresa.

São várias as sugestões que podemos dar nesse sentido, que vão desde

o reconhecimento oficial por parte dos gestores de topo à divulgação das

actividades em publicações internas e externas, entre outros.

Política de monitorização e de avaliaçãoAdoptar um sistema de registo das actividades de voluntariado para ava-

liação do impacto junto da empresa, dos colaboradores e da comunidade é

uma prática recomendável.

Uma avaliação periódica permitirá identificar os aspectos do pro-

grama que estão a ser bem geridos e os que precisam de ser melhorados.

Simultaneamente, dará à empresa uma percepção real da evolução do pro-

grama de voluntariado.

Definições ao longo do processo

Page 38: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

36

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

A escolha dos indicadores de impacto mais apropriados depende da

natureza da acção social realizada pelos voluntários e do que é prioritário

medir (veja no fim deste capítulo).

Prática social

A empresa precisa de definir as directrizes da sua prática social e qual vai ser

o modo de integração do programa de voluntariado nesse contexto.

Foco de actuação A escolha das áreas temáticas e dos públicos-alvo depende de cada empresa,

da sua dimensão, do empenho dos seus colaboradores e da área para a qual

está mais vocacionada. Por outras palavras, a empresa pode desenvolver

trabalho voluntário apoiando as instituições locais, nas áreas da saúde, da

educação, do ambiente, ajudar organizações de carácter social sem fins

lucrativos entre outras.

Área geográfica de actuação A comunidade ou comunidades, que a empresa elege para as suas acções

de voluntariado, estão normalmente inseridas na área geográfica onde a

empresa opera.

Estímulo à acção voluntáriaA empresa deverá definir claramente se o seu programa de voluntariado vai

envolver apenas os colaboradores ou vai abranger familiares, reformados,

prestadores de serviços e outros.

Relação entre projectos financiados pela empresa e voluntariado Cabe à empresa decidir sobre os apoios a projectos sociais em que haja,

ou não, a participação de colaboradores voluntários.

Apoio a organizações sem fins lucrativosDo mesmo modo, as políticas de apoio já existentes a instituições sem fins

lucrativos e o possível alargamento a outras, sugeridas pelos colaboradores,

deverá ficar exclusivamente ao critério e decisão da empresa.

Estabelecimento de critérios para o apoio a projectos sociaisDevem ser criados critérios que permitam justificar as decisões de apoio a

uma determinada acção, em detrimento de outra.

Page 39: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

37

Perfil de actuação A empresa pode optar por actuar sozinha ou considerar parcerias com

empresas, outras organizações de iniciativa privada ou organismos públicos

no sentido de viabilizar a execução de alguns projectos que abranjem um

maior número de beneficiários.

A avaliação ajuda a corrigir caminhos e a melhorar o programaOs processos de avaliação destinam-se a analisar as acções implementadas,

a verificar se o processo adoptado foi o mais adequado, a demonstrar a

evolução face aos objectivos traçados e a identificar os pontos a ajustar. São

eles que fornecem as informações acerca da relevância do trabalho que está

a ser realizado.

Os mecanismos de avaliação deverão ter em conta os seguintes aspectos

nas duas áreas:

Empresa e Colaboradores· Consulta ao público interno, designadamente sob a forma

de um questionário, sobre:

› política de actuação social da empresa e do programa

de voluntariado;

› aceitação do programa de voluntariado pela estrutura hierárquica

e pelos pares;

› nível de satisfação dos voluntários sobre as acções em que estão

envolvidos;

› nível de empenho demonstrado pelo grupo de voluntários

e o seu perfil.

· Consulta ao público externo, designadamente sob a forma de um estudo:

› Auscultar a opinião pública sobre as actividades da empresa

relativamente às áreas da responsabilidade social, da cidadania

empresarial e, mais concretamente, do voluntariado empresarial.

› Analisar o reconhecimento obtido, através dos órgãos de

comunicação social, nomeadamente do ponto de vista dos

consumidores, da sua fidelidade aos produtos e serviços, da evolução

nas vendas e do reconhecimento público através de prémios

e participação em eventos.

Definições ao longo do processo

Page 40: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

38

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

ComunidadeInteirar-se junto da comunidade beneficiada sobre o impacte das iniciativas

na melhoria de qualidade de vida da população, designadamente nos aspec-

tos relacionados com o processo de autonomia para a resolução dos seus

problemas e actuação em áreas prioritárias.

Segue-se um modelo de acompanhamento e avaliação do programa

de voluntariado do ponto de vista da sua coordenação interna:

Ficha de registo pessoal

A ser preenchida em cada actividade voluntária.

Data: ………………………………….………………………………………………….........Projecto e entidade(s) beneficiada(s): ……………………………………….…………

…………………………………………………………………………………………………...Número de horas dentro do horário de trabalho: …………………………………..Número de horas fora do horário de trabalho: ……………………………….........Descrição das actividades desenvolvidas: ………………………………………….....

…………………………………………………………………………………………………...

…………………………………………………………………………………………………...

…………………………………………………………………………………………………...Resultados: …………………………………………………………………....................Pontos fortes: ………………………………………………………………….................Pontos fracos: ……….…………………………………………………………................Sugestões: …………….…………………………………………………….....................

Page 41: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

39

Conheça a experiência e as potencialidades dos seus colaboradores

no campo do voluntariado.

Qualquer programa de incentivo ao voluntariado que vise uma adesão conti-

nuada e níveis de participação que favoreçam o trabalho em equipa deve ter

em conta a experiência e as expectativas dos que procura envolver. Para tal, a

realização de um questionário junto dos colaboradores pode ser uma forma

eficaz de obter estas informações.

Este diagnóstico permitirá à empresa conhecer o grau de receptividade

inicial à proposta, bem como a vocação do seu grupo de colaboradores para

o trabalho voluntário. Estes têm capacidades, interesses e valores distintos.

Por exemplo, enquanto que alguns colaboradores poderão mostrar relutân-

cia em utilizar os seus conhecimentos técnicos fora do âmbito do seu local

de trabalho, outros poderão achar este tipo de actividade bastante recom-

pensadora. Assim, as possibilidades deverão ser vastas, de modo a preen-

cher as preferências de cada um:

· Actividades em espaços fechados e/ou ao ar livre

· Actividades que requeiram ou não conhecimentos técnicos

· Actividades que envolvam a parte teórica e cognitiva e outras que

envolvam o trabalho manual

· Actividades orientadas para o trabalho em grupo

· Actividades que permitam a interacção com diferentes públicos-alvo,

nomeadamente idosos, crianças e jovens, pessoas com deficiência

· Actividades que permitam interacção com a Natureza e/ou animais

· Horários diferentes para as actividades voluntárias

· Actividades em determinadas épocas do ano (Natal, Páscoa, entre outros)

Passo 4Formas de contribuição dos colaboradores

Page 42: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

40

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Quando a empresa decide realizar o questionário, deverá já ter reflectido

e definido a sua política de actuação social, seus objectivos e metas (Passo

1). Para que consiga partilhar com todos os colaboradores a intenção de

desenvolver acções de voluntariado deverá escolher os mecanismos de

comunicação mais eficazes e acessíveis a todos.

Alguns exemplos de mecanismos de comunicação eficazes:

· Intranet e Web site da empresa

· E-mail

· Newsletter da empresa

· Brochura

· Apresentação a todos os colaboradores, a ser feita por um representante

da empresa (gestores de topo, estruturas intermédias, entre outros)

· Placardes, quiosques electrónicos, posters

· Reuniões internas e externas

· Contactos pessoais

Posto isto, o questionário dá voz aos colaboradores. Este deve ser con-

ciso (questionários muito longos acabam por ser deixados para depois ou

esquecidos) e directo (pergunte o que é realmente necessário saber).

Caso a empresa já tenha uma política activa de intervenção social e

deseje conjugar a experiência existente e a motivação do colaborador para

ser voluntário, o questionário pode incluir perguntas que abordem direc-

tamente esta possibilidade e tentar descobrir a existência de sinergias. As

hipóteses são grandes, sobretudo se o projecto em andamento não obedecer

a um foco de trabalho muito específico ou limitado.

Outros conselhos para que este instrumento de pesquisa seja eficaz são a

procura de um formato atractivo e um prazo de devolução curto. Um exem-

plo possível será distribuir o questionário em eventos da empresa, onde

cada um possa responder e entregar na altura.

A página seguinte deste manual apresenta um modelo de questionário

que pode ser usado como referência ou ponto de partida para a construção

do mesmo. A sistematização dos dados pode ser feita por alguém designado

pela empresa ou pela equipa de trabalho, que precisa desse levantamento

para elaborar o plano de acção que lhe cabe sugerir.

É pertinente ressalvar que há exemplos de empresas com programas

de voluntariado bem sucedidos que não cumpriram a etapa da pesquisa de

interesses durante a sua concepção e lançamento. Por vezes, as empresas

optam por lançar o programa propondo actividades de campo que ajudam

Page 43: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

41

a conferir credibilidade à proposta de voluntariado empresarial, oferecendo

oportunidades para os colaboradores participarem numa acção voluntária

em grupo. Accionada quase em paralelo, uma política de reconhecimento

baseada na valorização da participação aumenta a adesão ao projecto.

Sugestão de questionário de opinião aos colaboradores

Inclua na apresentação do questionário uma mensagem da empresa a anun-

ciar o programa de voluntariado e a explicar o motivo da sua realização.

Nome do(a) colaborador(a): ………….....………………………………………………Função: ……………………………....………………………………………………………..Departamento/Sectores: ……………………...…………………………………………..Telefone: ……………………………. Email: ….....…………………………………………1. Participa ou já participou em alguma acção de voluntariado?

Sim ….. Não ….. (Se respondeu Não, passe directamente para a questão 5)

2. Nome da entidade ou do projecto no qual está/esteve envolvido(a)

………………………………………………………………………………………………..3. Acção desenvolvida: ………………....…………………………………………………..4. Localização: ………………....…………………………………………………………….5. Gostaria de participar em futuras acções de voluntariado?

Sim ….. Não ….. Se respondeu Não, indique os seus motivos:

………………………………………………………………………………………………..6. Em que áreas de actuação tem interesse em trabalhar?

….. Acção cívica

….. Saúde

….. Educação

….. Acção Social

….. Arte e Cultura

….. Ciência e Tecnologia

….. Desporto

….. Defesa o Património Arquitectónico

….. Defesa do Património Arqueológico

….. Preservação do Ambiente

….. Protecção dos Animais

….. Emprego e Formação Profissional

….. Protecção Civil

….. Reinserão Social

….. Promoção do Voluntariado

….. Outras. Quais? ….…………………………………………………………………..

Formas de contribuição dos colaboradores

Page 44: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

42

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

7. Com que público gostaria de trabalhar?

….. Crianças

….. Jovens

….. Pessoas com Deficiência

….. Pessoas hospitalizadas ou dependentes

….. Idosos

….. Reclusos

….. Minorias Étnicas

….. Outros. Quais? ..…..……………………………………………………………….

8. Quais os tipos de trabalho voluntário que lhe despertam mais interesse:

….. Contacto directo com o público beneficiado

….. Acções de apoio, administrativas ou de manutenção

….. Orientação e consultoria aos responsáveis do projecto ou entidade

….. Participação em eventos, campanhas

….. Divulgação e recolha de fundos

….. Outros. Quais? ..…..……………………………………………………………….

9. Em que horários teria interesse em ser voluntário(a)?

Durante a semana, de segunda a sexta-feira:

….. Manhã

….. Tarde

….. Noite

Fins de semana:

….. Manhã

….. Tarde

….. Noite

10. Faça alguns comentários e sugestões de como a empresa pode contribuir

para apoiar e incentivar a prática do voluntariado dos seus colaboradores,

familiares, reformados e parceiros:

………………………………………………………………………………………………..

………………………………………………………………………………………………..

………………………………………………………………………………………………..

………………………………………………………………………………………………..

………………………………………………………………………………………………..

………………………………………………………………………………………………..

………………………………………………………………………………………………..

Page 45: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

43

Seleccionar a comunidade ou a instituição onde se vai actuar.

Avaliar as necessidades reais dessa comunidade ou instituição.

O sucesso e o impacte de um programa de voluntariado dependem do grau

de motivação e mobilização das pessoas envolvidas, mas também estão

intimamente relacionados com a satisfação das necessidades reais de uma

comunidade ou instituição a apoiar. É necessário:

Seleccionar a comunidade ou a instituição onde se vai actuar

Algumas empresas e grupos de voluntários optam por concentrar esforços

no local onde a própria organização está inserida, ou onde um grupo de

colaboradores reside ou ainda através de proposta de algum dos seus cola-

boradores, interagindo assim de uma forma mais activa com a comunidade

onde se inserem.

Outras preferem fazer a diferença em comunidades distantes. Esta é uma

decisão estratégica que a empresa terá que tomar. Projectos sociais situados

em áreas próximas do local de trabalho podem ser acompanhados com

maior assiduidade e facilitam o envolvimento dos colaboradores na acção

voluntária.

Identificar as causas e necessidades sociais dessa comunidade ou instituição

Uma vez identificada a comunidade ou instituição, recomenda-se a reali-

zação de um levantamento das suas necessidades específicas. Estamos a

falar de um questionário breve que o próprio voluntário pode fazer, reu-

nindo dados gerais sobre a organização, o tipo de atendimento realizado,

o número de beneficiários e as suas principais necessidades. As respostas

Passo 5 Identificação das necessidades da comunidade ou de uma instituição

Page 46: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

44

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

desse questionário serão um bom ponto de partida para o projecto de volun-

tariado definir quais as instituições a apoiar.

Muitas vezes, os voluntários decidem actuar numa determinada causa

não tendo em atenção as reais necessidades da comunidade ou da institui-

ção. Não consideram o que já está a ser feito e continuam a oferecer um

serviço que, de alguma forma, já é prestado ou que não é tão necessário, em

vez de suprir uma necessidade que ainda não está a ser satisfeita e onde a

sua acção teria um impacte muito maior. Por exemplo, um grupo de colabo-

radores pode insistir na recolha de roupa para uma instituição cuja principal

dificuldade, no momento, é a falta de produtos de higiene.

Quer seja por estratégia de negócio da empresa ou por maior sensibi-

lidade por parte dos gestores de topo para algumas temáticas, algumas

organizações definem de antemão a sua área de actuação preferencial – edu-

cação, cultura, saúde, desenvolvimento comunitário, ambiente, cidadania,

deficiência, entre outros. Neste caso, o ideal seria direccionar a pesquisa das

necessidades para a área temática escolhida, descobrindo dentro daquele

segmento a contribuição que faria mais sentido.

Identificar potencialidades a serem desenvolvidas nessa comunidade ou instituição

Há várias possibilidades de identificar as principais necessidades de uma

comunidade ou instituição de forma a potenciar acções a serem aí desen-

volvidas. Os colaboradores de uma empresa têm um papel essencial nesta

etapa da estruturação de um programa de voluntariado, sobretudo quando

a comunidade ou instituição seleccionada é circundante à organização.

Por vezes os colaboradores de uma empresa moram perto do local de

trabalho e, pela sua vivência e rede de contactos, conhecem a história da

região, as suas prioridades e as entidades sociais que ali actuam. Assim, os

voluntários podem organizar-se para obter informações junto dos colabo-

radores da empresa, às instituições comunitárias, igrejas e associações de

moradores para melhor aferirem quais as potencialidades a serem desenvol-

vidas na sua comunidade.

Outras possíveis fontes de informação são os serviços locais de Saúde,

Educação e Segurança Social, as autarquias e universidades. Mais do que o

conhecimento da problemática local, tais entidades poderão reunir dados

estatísticos que são úteis para apontar as principais lacunas e necessidades

no momento e servir de referência, mais tarde, na avaliação dos resultados

da intervenção do projecto de voluntariado.

Os voluntários podem, ainda, recorrer aos Bancos Locais de

Voluntariado, que têm inscritas entidades sociais que os podem acolher.

Page 47: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

45

Podem igualmente ser consultadas outras organizações actuantes na região,

como institutos, ONG e fundações, solicitando dados sobre instituições

credíveis, com oportunidades de voluntariado.

Criar laços entre a empresa e a comunidade ou instituição

A proximidade entre a empresa e a comunidade ou instituição onde o seu

programa de voluntariado empresarial ganha corpo permite o estreitamento

de laços, a construção de uma aliança benéfica entre as partes. Tanto assim

que a maioria das empresas que desempenham algum tipo de acção social

o faz nas localidades onde opera.

As empresas, as comunidades e as instituições ganham ao trabalharem

juntas. Segundo a Business for Social Responsability, o programa de volun-

tariado empresarial é um “aliado importante para muitas empresas que

querem demonstrar compromisso com as comunidades onde actuam”.

Identificação das necessidades da comunidade ou de uma instituição

Page 48: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?
Page 49: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

47

Estabeleça o programa de voluntariado a implementar na empresa.

As informações recolhidas até ao momento constituem matéria-prima

suficiente para criar e elaborar uma ou mais propostas para o programa

de voluntariado empresarial. Assim, a proposta escrita é o materializar da

ideia, um instrumento de comunicação e um rumo para a sua realização.

A referida proposta que conduzirá à implementação de um programa

de voluntariado empresarial é um documento que deverá revelar objectivos

e estratégias, definir actividades, prever a disponibilização dos recursos

e contemplar a avaliação de resultados. No fundo, não é mais do que uma

maneira organizada de apresentar o diagnóstico feito até então, por isso

é perfeitamente admissível que alguns dos pontos não estejam totalmente

definidos ou que venham a ser revistos à medida que vão surgindo novos

dados. Isso não diminui a sua importância, e é recomendável que seja enca-

minhada para aprovação da gestão da empresa.

Apresenta-se de seguida um guia para a construção de uma proposta

de programa de voluntariado empresarial.

› Sumário

É o resumo do programa.

› Introdução Breve histórico da proposta da implementação de programas de volunta-

riado na empresa, desde o surgimento da ideia até ao estado actual.

Passo 6Transformação de ideias em propostas

Page 50: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

48

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

› Contexto e caracterização Descrição objectiva da empresa, filial ou departamento onde o programa

será implementado, incluindo número de colaboradores, número

expectável de voluntários, actividade principal, horário de laboração,

acções sociais já apoiadas pela empresa e/ou colaboradores, interesse de

participação dos mesmos, expectativas da empresa e dos colaboradores

quanto à cidadania e responsabilidade social, dados socioculturais da

comunidade circundante, principais necessidades e listagem das ONG

já existentes.

› Importância do programa Explicação da importância que o programa de voluntariado terá para a

empresa, revelando de que maneira a iniciativa pode corresponder às

expectativas e necessidades especificadas no ponto “Contexto e caracte-

rização”. Recomenda-se a demonstração do carácter de complementari-

dade e de eventuais sinergias que o programa de voluntariado possua em

relação a outras acções em desenvolvimento na empresa.

› Objectivos gerais Representam o mais importante compromisso do programa.

Os objectivos a médio/longo prazo são orientados tendo em conta

as prioridades de cada empresa, os interesses dos colaboradores

e as necessidades da comunidade.

› Objectivos específicos Consistem no desdobramento dos objectivos gerais em objectivos

a curto/médio prazo e preferencialmente quantificáveis.

› Metodologia É o processo adoptado para a implantação do programa e inclui

a filosofia adoptada, estratégia de suporte da empresa ao programa

e etapas de implementação.

› Actividades do programa Especificação das actividades do programa tanto no campo prático

(referentes ao leque de acções voluntárias identificadas, promovidas e

apoiadas), como no campo estrutural ou de gestão do próprio programa

(formas de recrutamento, selecção e sensibilização/formação de

voluntários, comunicação, valorização e reconhecimento, entre outros).

Page 51: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

49

› Recursos Definição dos recursos humanos, materiais, logísticos e financeiros

necessários à implementação do programa, acautelando inclusive a

cobertura de riscos dos voluntários e beneficiários (apólice de seguro,

ambulância, entre outros).

› Cronograma de gestão de recursos Cronograma de disponibilização de recursos que garanta a realização

das actividades do programa conforme as prioridades estabelecidas.

› Avaliação Especificação do sistema de monitorização a ser adoptado para

acompanhar a implantação do programa, dos instrumentos que irão

avaliar os impactes obtidos, bem como de possíveis riscos que ameacem

o programa e, por isso, necessitem ser acautelados.

Para além deste modelo mais elaborado, a proposta pode ser apresentada

de maneira mais simplificada, respondendo-se às seguintes perguntas:

O quê? Onde?

Porquê? Como?

Quem? Quanto?

Quando?

A proposta de um programa de voluntariado empresarial pode ser elaborada

a partir da colaboração entre os membros da primeira equipa de trabalho e o

gestor do programa, um profissional cujo perfil e atribuições falaremos no

próximo Passo.

Transformações de ideias em propostas

Page 52: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?
Page 53: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

51

Designar o gestor do programa

Faça o programa funcionar

Para implementar o programa, a empresa necessitará de uma pessoa que

encare e abrace a tarefa de forma profissional. Uma pessoa do seu quadro

de colaboradores que assuma a gestão do programa paralelamente às suas

funções, alguém designado exclusivamente para esta função ou através do

recurso a uma entidade externa.

Estudos realizados em empresas norte-americanas pela Fundação

“Points of Light” revelam que a gestão de programas de voluntariado, por pro-

fissionais que acumulam outras responsabilidades na empresa, mostra ser

o modelo mais comum. Em regra, estes profissionais integram as equipas

dos departamentos de Recursos Humanos, de Comunicação, de Relações

Públicas e de Marketing.

A principal função do gestor de um programa de voluntariado é o de dina-

mizador – alguém que articulará as diversas frentes do trabalho que surgirão

dentro e fora da empresa, que fará a ligação entre os grupos, bem como coor-

denará todas as actividades. Sem esse elemento central, torna-se impossível

atender às necessidades que surgem. E elas são inúmeras. Desde a orientação

técnica e o suporte a um projecto, até à tarefa de ouvir os relatos das experi-

ências dos voluntários. A não instituição de um gestor significaria, em última

instância, não proporcionar condições reais para o programa se desenvolver.

O perfil do gestor de um programa de voluntariado deve atender a requisi-

tos muito vastos. Do ponto de vista de competências, recomenda-se que tenha

capacidade para trabalhar em equipa, senso prático de realização, rapidez de

raciocínio na resolução de problemas, familiaridade com a lógica de funcio-

Passo 7O programa de voluntariado na prática

Page 54: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

52

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

namento das instituições (inclusivamente a preocupação com a eficiência e

eficácia), capacidade de se relacionar bem com os diversos níveis hierárquicos

e com a comunidade e conhecimento da cultura e dos valores da organização

em que se insere. A nível pessoal, considera-se importante o poder de lide-

rança e o carisma, a experiência enquanto voluntário, o compromisso com a

sociedade e a sensibilidade para compreender os problemas alheios.

É recomendável que o trabalho desse gestor conte com o apoio, desde o

início, de um conselho consultivo composto por membros de áreas e níveis

hierárquicos diversos, em moldes similares aos da primeira equipa de traba-

lho. Esta, por sua vez, tende a perder a sua função original – de planeamento

– à medida que o programa começa a ser colocado em prática. Chega a ser

comum que alguns dos seus elementos sintam a sensação de “missão cum-

prida” e queiram passar para acções no terreno.

A formação do conselho consultivo pode considerar então, os membros

remanescentes da primeira equipa de trabalho e procurar complementar-se,

garantindo a presença de representantes dos departamentos de Recursos

Humanos, de Comunicação, de Marketing, entre outros.

Principais áreas de gestão de um programa de voluntariado:

· Incentivo à participação de voluntários Organização de, campanhas

de recolha de roupas, alimentos, medicamentos, livros, entre outros, e o

posterior envolvimento dos colaboradores na distribuição dos mesmos

através de organizações credenciadas. De referir que a motivação dos

colaboradores para o voluntariado acontece, fundamentalmente, através

da difusão de boas experiências neste campo.

· Selecção de projectos a serem apoiados Realizada segundo a

orientação dos critérios estabelecidos pelo programa, tendo em conta as

prioridades da empresa, expectativas dos colaboradores e acima de tudo

as necessidades da comunidade.

· Formação dos voluntários Preparação dos colaboradores enquanto

voluntários, quer em termos de noções gerais (conceitos básicos,

história, papel do voluntário, relação com entidades sociais), quer em

termos de noções mais específicas (conforme a área escolhida para

exercer o voluntariado). Estas informações poderão ser disponibilizadas

nos meios de comunicação interna das empresas (exemplo: intranet), ou

poderão ser prestadas por entidades externas. Apresenta-se em seguida,

a título exemplificativo, temas a abordar na preparação dos voluntários.

Page 55: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

53

Temas de interesse geralConceito de cidadania; conceito de voluntariado, importância

das relações interpessoais e legislação aplicada.

Temas de interesse específicoTécnicas de relacionamento com crianças e jovens em risco, pessoas

com deficiência, idosos, entre outros noções sobre preservação da

natureza e reciclagem

· Monitorização e avaliação Acompanhamento e análise da evolução do

programa de voluntariado quanto ao impacte junto dos colaboradores,

da comunidade e da empresa. O processo de monitorização e de

avaliação envolve o uso de ferramentas específicas para a recolha de

dados quantitativos (pesquisas) e qualitativos (relatos, impressões e

observação informal). Medir a eficiência do programa traz resultados

essenciais para que a organização reflicta sobre a validade do mesmo.

· Comunicação e reconhecimento Comunicação permanente das

actividades do programa junto dos voluntários e dos colaboradores em

geral, com a função de informar, mobilizar, sensibilizar, valorizar e

reconhecer a importância da participação social do colaborador. Essa

é uma etapa vital para o sucesso de um programa de voluntariado e será

tratada em separado no próximo Passo deste manual.

· Elaboração de relatórios Registo contínuo de actividades e

sistematização das informações do programa pelo seu gestor.

· Novo planeamento Reorganização contínua das actividades conforme

o aparecimento de novos dados ou a reflexão sobre os resultados.

Recomenda-se que todo o programa de voluntariado passe por uma

revisão geral anual e que correcções na sua linha orientadora sejam

realizadas com flexibilidade, sempre que necessário.

O programa de voluntariado na prática

Page 56: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?
Page 57: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

55

Destaque formas de actuação exemplares.

Dê à comunicação a importância devida.

Neste Passo trataremos de duas áreas de actividade inter-relacionadas e

vitais para o desenvolvimento de um programa de voluntariado empresarial:

a valorização e reconhecimento da acção do voluntário e a comunicação

interna e externa. Tais áreas merecem atenção contínua desde os primeiros

passos da implementação do programa, pois têm influência crítica ao longo

de todo o processo.

Valorização e reconhecimento

Na escola, na família, no trabalho, no convívio social ou na actividade volun-

tária, o reconhecimento surge com um dos grandes factores de motivação

do ser humano. Por mais abnegado que seja um indivíduo, ver valorizado o

resultado do seu esforço voluntário traz satisfação pessoal e o sentimento de

se “ser útil” para com a sociedade.

A simples constatação dos benefícios que a acção voluntária gera já é,

por si só, um forte estímulo para continuar o trabalho. Porém, quando o

mérito dessa acção é oficialmente reconhecido, a motivação vê-se reforçada.

Mas nem toda a forma de reconhecimento surte os mesmos efeitos nas

pessoas. Alguns voluntários sentem-se melhor quando os seus esforços são

valorizados num círculo restrito de colegas, no trabalho ou na comunidade.

Outros apreciam ver a sua história nos meios de comunicação internos da

empresa, servindo como exemplo para suscitar novas acções. Outros, ainda,

gostam de se sentir elos de uma corrente, membros de uma equipa, daí a

valorização do trabalho em equipa ser mais importante.

Passo 8Valorização, Reconhecimento e Comunicação como factores- -chave para o sucesso

Page 58: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

56

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Parte do sucesso da política de valorização e de reconhecimento é des-

cobrir qual a maneira mais adequada de homenagear os seus voluntários,

sobretudo aqueles que realmente se destacaram, sem diminuir o trabalho

dos outros. Afinal, as políticas de reconhecimento e de valorização devem

servir como um estímulo e não como um instrumento de competição. Um

dos segredos para evitar esse risco é não deixar que o grupo de voluntários

perca de vista a dimensão da solidariedade e da cidadania, o compromisso

maior esperado de cada um com a promoção do bem comum.

Destacamos, a seguir, algumas práticas de valorização e de reconheci-

mento adoptadas pelas empresas.

Formas de valorização e de reconhecimento

· Prémios por equipa, baseados em critérios claros, objectivos e, de

preferência, que tenham sido definidos pela equipa de trabalho.

Recomenda-se que o prémio seja simbólico, em sintonia com a própria

causa;

· Divulgação das acções do voluntário, de determinadas equipas de

voluntários ou de departamentos nos meios de comunicação da empresa

(intranet, newsletters, revistas, entre outros);

· Distribuição de pins, t-shirts, entre outros materiais;

· Envio de mensagens de agradecimento por parte da gestão da empresa;

· Convite aos voluntários para que apresentem aos demais colegas as suas

experiências;

· Visita e participação dos gestores de topo da empresa a projectos

apoiados pelos voluntários;

· Realização de eventos especiais.

O reconhecimento deve ser:

· Merecido, imediato e personalizado e continuado

· Criativo, inovador, original

· Amplamente divulgado

Comunicação Interna e Externa

A comunicação assume um papel preponderante na valorização e reconheci-

mento do trabalho voluntário.

O papel da comunicação, sobretudo a comunicação com o público inter-

no, ultrapassa e muito o suporte ao reconhecimento num programa de volun-

tariado empresarial, interagindo de forma transversal em todas as suas áreas.

Junto do público interno, composto basicamente por colaboradores

Page 59: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

57

efectivos, temporários, contratados e podendo abranger indirectamente os

familiares, a comunicação é utilizada para:

a) Informar os colaboradores, inclusive os não-voluntários, sobre a

política de incentivo ao voluntariado vigente na organização, para que

a acção dos voluntários seja compreendida, valorizada e respeitada;

b) Divulgar e facilitar o acesso às informações operacionais referentes

ao programa: o que está a acontecer, quem são os responsáveis, qual o

apoio directo da empresa, qual o funcionamento do programa, como

se aproximar do grupo de voluntários, quais são as possibilidades de

actuação, como melhorar a actuação enquanto voluntário;

c) Mobilizar colaboradores a aderirem ao programa;

d) Sensibilizar os colaboradores para a importância da actuação

voluntária;

e) Dar visibilidade à acção de voluntariado;

f ) Promover a troca de conhecimentos, experiências e informações

entre voluntários;

g) Integrar e motivar os voluntários;

h) Divulgar constantemente os impactes gerados com o trabalho dos

voluntários, criando um clima propício à continuidade da acção.

A comunicação com o público interno pode efectivar-se através de inú-

meras maneiras, desde a realização de reuniões periódicas ao uso de correio

interno, de correio electrónico, de jornal, da intranet, de vídeo-conferência,

entre outros. Conforme o perfil do público-alvo, cada empresa deverá fazer

o seu diagnóstico e identificar os suportes de comunicação mais eficientes

para os objectivos a alcançar.

É fundamental que a comunicação com o público interno esteja bem

estruturada e em funcionamento, antes mesmo da organização iniciar

acções de comunicação voltadas ao público externo, o que inclui não só

a comunidade circundante como a sociedade em geral.

As formas mais usuais de comunicação das empresas com o público

externo são a exposição nos meios de comunicação social (nacionais, regio-

nais, locais, generalistas ou especializados), a promoção de campanhas,

a participação em seminários, conferências, fóruns e eventos em geral ou,

ainda, a realização de eventos dentro da própria organização com o intuito

de explicar a sua experiência em voluntariado empresarial à comunidade

interessada.

Valozização, reconhecimento e comunicação como factores-chave para o sucesso

Page 60: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

58

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

A comunicação com o público externo permite:

a) Legitimar a proposta, interna e externamente;

b) Difundir experiências de sucesso que possam vir a ser replicadas;

c) Dar visibilidade às acções da empresa na área do voluntariado

empresarial, agregando valor à sua imagem.

A comunicação deve ser:

· Clara, objectiva e focada no público-alvo

· Verdadeira e transparente

· Sistemática e esclarecedora

Qualquer acção de comunicação, interna ou externa, deverá sempre ter

em conta o direito à boa imagem e à privacidade individuais. Por exemplo,

no trabalho com crianças a divulgação de imagens carece de autorização dos

progenitores ou representantes legais dos mesmos.

Page 61: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

59

Estabeleça contacto com outras organizações.

Partilhe experiências e conhecimentos.

Contribua para o desenvolvimento do voluntariado empresarial em Portugal.

As múltiplas possibilidades de contribuição social e as experiências resultan-

tes de um programa de voluntariado empresarial são ricas demais para fica-

rem restritas à organização que as vivencia. A perspectiva de desenvolver um

trabalho em rede, participando em fóruns de discussão com outras institui-

ções que realizam actividades ou estudos na área, é altamente recomendável.

O trabalho em rede propicia a reflexão sobre a prática do voluntariado

empresarial, promove a troca de experiências, a transferência de tecnolo-

gias, o debate sobre dificuldades e desafios comuns. Além de contribuir

para o engrandecimento do programa de voluntariado da empresa, tudo isto

ajuda a fortalecer as instituições que fazem parte da rede e faz o volunta-

riado empresarial crescer enquanto movimento social em Portugal.

Participar de um fórum de discussão sobre o tema permite ainda ampliar

o nível de conhecimento sobre outras empresas e organizações, identificar

valores, crenças e compromissos afins. Esses contactos podem evoluir para

o estabelecimento de parcerias ou de alianças estratégicas que viabilizem a

execução de actividades que a sua instituição não consiga ou não deseje levar

a cabo sozinha, maximizando esforços.

O conceito de parceria remete para uma união com fins específicos,

normalmente uma acção ou um projecto de curto/médio prazo, seguindo

a lógica da intercomplementaridade de recursos e de capacidades entre as

organizações parceiras, ensina Marlova Jovchelovitch Noleto, autora do livro

“Parcerias e alianças estratégicas: Uma abordagem prática”.

Exemplo claro deste conceito de parceria é o Projecto Mão-na-Mão.

Passo 9Vantagens de trabalhar em parceria

Page 62: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

60

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Criado em 2001, por iniciativa da PT Comunicações, o Mão-na-Mão foi na

altura uma iniciativa pioneira em Portugal, ao reunir pela primeira vez sob

um projecto de características empresariais, diferentes entidades apostadas

em concretizar o objectivo comum de levar solidariedade e apoio a segmen-

tos mais desfavorecidos da população.

A concretização de várias iniciativas neste âmbito, movimentou até hoje

mais de 3000 voluntários que ao longo de 19 784 horas de voluntariado do

seu tempo de trabalho, beneficiaram directamente mais de 153 330 pessoas

ligadas a instituições de solidariedade social do nosso país.

Grupos de cidadãos vítimas de exclusão social, designadamente idosos,

crianças em risco, pessoas com deficiência ou com doenças severas, pude-

ram contar ao longo destes anos com o contributo dos milhares de voluntá-

rios das empresas parceiras do Mão-na-Mão.

Este projecto estabelece as condições necessárias para que os colabora-

dores das empresas signatárias participem nas várias iniciativas promovidas

pelo Mão-na-Mão, durante o horário normal de trabalho, sem qualquer

perda de benefício inerente à retribuição e assiduidade, assumindo cada

empresa a logística necessária à concretização das acções desenvolvidas.

Encontrando-se na sua terceira fase, o Mão-na-Mão é constituído actual-

mente por um grupo de dezassete entidades, contemplando a actualização

de algumas linhas de orientação, que visam reforçar a sua operacionalidade

e o rigor com que se pretende levar a cabo os objectivos para os quais foi

criado.

Já sobre a aliança estratégica, Marlova Jovchelovitch Noleto refere que

“organizações que poderiam actuar de forma independente diante de uma

determinada questão decidem fazê-lo conjuntamente, motivadas pela

consciência da magnitude e complexidade da acção a ser empreendida e,

principalmente, pela constatação de que as organizações aliadas comparti-

lham crenças e valores, pontos de vista e interesses, que as levam a ter um

posicionamento estratégico comum diante de uma determinada realidade”.

Relações de parceria ou alianças estratégicas bem construídas – isto é,

elaboradas a partir da correcta identificação e selecção das partes envolvi-

das, bem como da definição clara dos objectivos e atribuições de cada um

– também levam ao fortalecimento das organizações.

Este é um caminho desejado para que modelos de trabalho social bem

sucedidos, gerados em escala piloto pela iniciativa privada, possam inspirar

a formulação de políticas públicas mais eficazes, que estendam tais experi-

ências à população em geral.

Page 63: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

61

Vantagens de trabalhar em parceria:

· Reflectir sobre a prática;

· Praticar conhecimentos, experiências, informações;

· Valer-se do conhecimento acumulado por outros para vencer os desafios

e dificuldades impostos pelo seu programa;

· Estabelecer parcerias e alianças estratégicas com outras empresas,

instituições públicas e privadas, entre outros;

· Influenciar políticas públicas;

· Contribuir para a evolução e difusão do voluntariado empresarial

em Portugal.

Vantagens de trabalhar em parceria

Page 64: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?
Page 65: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

63

No mundo em que vivemos regista-se um consenso cada vez mais alargado

a respeito da necessidade de a sociedade civil se organizar e colaborar na

prossecução de tarefas que ainda recentemente eram deixadas ao Estado.

O voluntariado constitui precisamente a forma por excelência de a

sociedade civil auxiliar, de forma desinteressada mas organizada, pessoas,

famílias e comunidades. Em domínios tão díspares como o emprego ou a

saúde, a educação ou a protecção civil, é possível fazer a diferença passando

das palavras à prática.

A definição de voluntariado, a fixação dos seus direitos e deveres, a rela-

ção entre as organizações promotoras e os voluntários carece de regulamen-

tação jurídica. Todo o enquadramento jurídico do voluntariado em vigor,

além de insuficiente também não é aplicável directamente ao voluntariado

empresarial, âmbito deste manual. Devemos, no entanto, realçar os Direitos

e Deveres que se podem aplicar igualmente ao voluntariado empresarial,

não deixando de salientar que a responsabilidade final cabe às empresas e

não aos seus voluntários.

Direitos e Deveres

O voluntário oferece a sua ajuda e – em troca – recebe o prazer de ajudar.

Para exercer a sua missão, o voluntário precisa decerto que lhe sejam reco-

nhecidos direitos. Mas ser voluntário é, essencialmente, cumprir os deveres

de ajuda a que nenhum de nós pode ficar insensível. Vejamos, em todo o

caso, uns e outros:

VoluntariadoDireitos e deveres

Page 66: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

64

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

1. Direitos dos Voluntários

Entre os direitos dos voluntários assumem especial importância aqueles que

passamos a elencar:

· Desenvolver um trabalho de acordo com os seus conhecimentos,

experiências e motivações;

· Receber apoio no desempenho do seu trabalho com acompanhamento e

avaliação técnica;

· Exercer o trabalho voluntário em condições de higiene e segurança;

· Participação nas decisões que dizem respeito ao seu trabalho;

· Ser reconhecido pelo trabalho desenvolvido.

2. Deveres do Voluntário

Os voluntários assumem – por sua livre iniciativa – diversos deveres e res-

ponsabilidades: para com os destinatários; para com a organização promo-

tora; para com os respectivos profissionais; para com os outros voluntários;

e para com a sociedade em geral.

Entre esses deveres e responsabilidades destacamos os seguintes:

2.1. Para com os destinatários:

· Respeitar a dignidade da pessoa humana;

· Respeitar as convicções ideológicas, religiosas e culturais de cada um;

· Respeitar a vida privada e guardar segredo sobre assuntos confidenciais;

· Agir com bom senso;

· Actuar de forma gratuita e desinteressada, sem receber quaisquer

contrapartidas patrimoniais;

· Contribuir para o desenvolvimento pessoal do destinatário;

2.2. Para com a organização promotora

· Observar os princípios e normas que regulam a actividade, tendo em

conta os domínios em que a mesma é exercida;

· Conhecer e respeitar os estatutos e demais regras de funcionamento

da organização, bem como as normas dos respectivos programas e

projectos;

· Actuar de forma diligente, isenta e solidária;

· Zelar pela boa utilização dos bens e meios postos ao seu dispor;

· Não assumir o papel de representante da organização sem seu

conhecimento ou prévia autorização;

· Informar a organização promotora com a maior antecedência possível

sempre que pretenda interromper ou cessar o trabalho voluntário.

Page 67: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

65

2.3. Para com os profissionais:

· Colaborar com os profissionais da organização promotora, respeitando

as suas opções e seguindo as suas orientações técnicas;

· Contribuir para o estabelecimento de uma relação fundada no respeito

pelo trabalho que cada um compete desenvolver.

2.4. Para com os outros voluntários:

· Respeitar a dignidade e liberdade dos outros voluntários, reconhecendo-

os como pares e valorizando o seu trabalho;

· Fomentar o trabalho de equipa, contribuindo para uma boa

comunicação e um clima de trabalho e convivência agradável;

· Facilitar a integração, formação e participação de todos os voluntários.

2.5. Para com a sociedade:

· Fomentar uma cultura de solidariedade;

· Difundir o voluntariado;

· Conhecer a realidade sócio-cultural da comunidade, onde desenvolve

a sua actividade de voluntário;

· Complementar a acção social das entidades em que se integra;

· Transmitir com a sua actuação, os valores e os ideais do trabalho

voluntário.

Aspectos legais

Os voluntários exercem o seu múnus de forma desinteressada. Mas fazem-

no no âmbito de projectos e programas desenvolvidos promovidos por orga-

nizações, dirigidos por profissionais e com vista a ajudar pessoas, famílias

ou comunidades.

No entanto, voltamos a realçar que a definição de voluntariado, a fixação

dos seus direitos e deveres, a relação entre as organizações promotoras e os

voluntários… carece de regulamentação jurídica.

Em Portugal esta actividade encontra-se regulada essencialmente pelos

diplomas legais que se passa a elencar. Depois destes, far-se-á também refe-

rência aos textos internacionais mais marcantes neste domínio.

Enquadramento Legal

4.1. Lei nº71/98, de 3 de Novembro – Anexo 1 – Estabelece as bases do

enquadramento jurídico do voluntariado.

Voluntariado – direitos e deveres

Page 68: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

66

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

4.2. Decreto-Lei nº389-99, de 30 de Setembro – Anexo 2 – Regulamenta a

Lei nº71/98, de 3 de Novembro, que estabeleceu as bases do enquadramento

jurídico do voluntariado.

4.3 Resolução nº50/2000 – Anexo 3 – Define a composição e o funciona-

mento do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado.

Normas e Documentos Internacionais

5.1. Resolução 40/212 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 17 de

Dezembro de 1985 – Anexo 5 – Convida todos os governos a celebrar anual-

mente, a 5 de Dezembro, o Dia Internacional dos Voluntários.

5.2. Resolução 52/17 da Assembleia Geral das Nações Unidas – Anexo 6

– Proclama o ano de 2001 como o Ano Internacional dos Voluntários.

5.3. Declaração Universal do Voluntariado de Janeiro de 2001 – Adoptada

pelo Conselho Internacional de Administradores da IAVE, Associação

Internacional para o Esforço Voluntário, na sua 16ª Conferência Mundial de

Voluntariado, em Amesterdão – Anexo 7

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Práticas de sucesso

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69

Avós n@ Net

“Avós n@ Net” é o nome de uma iniciativa, levada a cabo pela Alcatel

Portugal em conjunto com a Câmara Municipal de Cascais, que consiste em

dar formação básica em novas tecnologias, nomeadamente Internet, à popu-

lação idosa dos centros de dia e lares de Cascais. A primeira edição desta

iniciativa decorreu entre Abril e Junho de 2005 e, visto ter sido um grande

sucesso, a segunda edição teve início em Abril deste ano.

Para a Alcatel, é muito importante poder contribuir para o desenvolvi-

mento sustentado da comunidade, neste caso, deste segmento da popula-

ção, que tantas vezes é esquecido. Enquanto líder mundial em Banda Larga,

e sendo uma empresa em constante preocupação com o combate à info-

exclusão, a Alcatel pretende, deste forma, sensibilizar a população idosa

para a utilidade das tecnologias de informação, nomeadamente a Internet

e o correio electrónico, por forma a proporcionar o acesso a meios poten-

ciadores da melhoria de qualidade de vida e bem estar a este segmento da

população.

O programa é composto por formações, que têm a duração de 4 dias,

em sessões de 3 horas diárias, e contará com a presença de 10 formandos,

num total de 70. A equipa de formadores é constituída por colaboradores da

Alcatel que se voluntariam para o efeito. A formação, tendo em conta a idade

avançada da maioria dos formandos, não exigiu dos formadores voluntários

qualquer aptidão específica na área informática, apenas a vontade e a dispo-

nibilidade em partilhar os conhecimentos. Desta forma, é possível reforçar

a interacção dos nossos colaboradores com a população idosa do concelho

de Cascais.

Os participantes aprendem noções básicas de Internet, como por exem-

plo, a pesquisa de informação útil na área da saúde, gastronomia, cultura,

entre outros. Para além disto, os formandos podem também comunicar com

a família através de correio electrónico.

Alcatel

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Page 73: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

71

Em 2004 e no âmbito do programa Realizar Mais, que agrega todas as ini-

ciativas de Responsabilidade Social do Grupo Banco Espírito Santo, criou-se

um programa de voluntariado com o objectivo de motivar a cidadania dos

colaboradores e promover a integração ocupacional dos reformados, com

idades compreendidas entre os 50 e 65 anos das zonas de Lisboa e Porto.

Este programa actua como “facilitador” do encontro entre a procura

(instituições de solidariedade) e a oferta de voluntariado (colaboradores e

reformados).

Numa primeira fase o programa destinou-se somente a colaboradores na

reforma que tinham à sua escolha três instituições: AMI, Associação Novo

Futuro e Acreditar – e diferentes funções a desempenhar, numa base de

presença semanal.

No final do ano o programa de voluntariado alargou-se aos colaborado-

res no activo. Em Dezembro de 2004 os colaboradores de um Departamento

Central do Grupo proporcionaram um Jantar de Natal a 200 sem abrigo que

vivem nas ruas da cidade de Lisboa.

As 200 refeições foram confeccionadas numa das messes do Banco

Espírito Santo e distribuídas por colaboradores voluntários do BES, con-

tando para este fim com o auxílio de 2 elementos da Legião da Boa Vontade,

instituição que actua em Portugal há já 15 anos e que tem como principal

fundamento o combate à exclusão social.

De forma a acompanhar o interesse e motivação demonstrada pelos seus

colaboradores, o BES decidiu implementar esta acção durante o ano de 2005

e estendê-la a outros departamentos centrais do Banco.

Em 2005, foram feitas duas acções de distribuição de refeições a sem

abrigos, uma em Junho e outra em Dezembro, confeccionadas pela Messe

do BES. Neste contexto, procedeu-se também à angariação de roupas e

agasalhos junto de todos os colaboradores do BES.

Banco Espírito Santo

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Page 75: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

73

BP recupera habitat natural no Cabo da Roca

Há muito que para a BP os conceitos de Cidadania Empresarial,

Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável e Ética Empresarial

foram interiorizados e passaram a fazer parte da sua maneira de agir, pois

é a partir do interior da empresa que se criam as ligações com os stakehol-

ders, sem esquecer que a criação de riqueza não pode ignorar os aspectos

relacionados com o factor humano.

O voluntariado é apenas uma das vertentes de todos estes conceitos

que estão sempre presentes em tudo o que a empresa faz, em todas as suas

actividades e em todos os seus negócios.

Em parceria com o Parque Natural Sintra Cascais (PNSC), a BP realizou,

no dia 5 de Maio de 2005, uma acção com vista à recuperação de um dos

habitats naturais da faixa costeira do Cabo da Roca. A iniciativa, integrada

no âmbito da reunião anual dos colaboradores da companhia e enquadrada

nas actividades do PNSC, levou cerca de 200 colaboradores, em regime de

voluntariado a, sob orientação de técnicos desta Área Protegida, removerem

milhares de chorões. Esta espécie invasora impede o desenvolvimento da

flora autóctone característica da zona.

As falésias são extremamente sensíveis à erosão eólica e hídrica, sendo

fundamental o revestimento vegetal característico, bem como a manutenção

da sua permeabilidade como forma de assegurar regimes de escorrência de

águas superficiais baixos, minimizando a erosão.

A BP, sensível às questões ambientais, disponibilizou-se a colaborar

com o Parque Natural Sintra Cascais na defesa e recuperação da vegetação

das falésias impedindo o alargamento de áreas dominadas por plantas infes-

tantes, como o chorão. A Companhia colaborou também na produção de

10.000 folhetos de divulgação sobre o Litoral do PNSC, e doou os utensílios

usados na remoção dos chorões.

No âmbito da sua política social e ambiental, a BP tem realizado inúme-

ras iniciativas com vista à recuperação das zonas verdes do nosso país nos

últimos anos.

BP

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Page 77: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

75

Programa Mãos Dadas com a Comunidade

De acordo com os seus Valores Corporativos, a DHL Express Portugal

assume o seu inegável papel social na cooperação para o desenvolvimento

das comunidades locais destacando, por isso, a Comunidade como um dos

seus cinco Pilares de Excelência.

Por outro lado, a DHL valoriza o espírito participativo e pro-activo dos

seus Membros, e reconhece na sua equipa um potencial de juventude que

pode ser dinamizado no sentido da solidariedade social e da boa cidadania.

Nesse sentido, foi criada uma estrutura de suporte, integrada no orga-

nigrama funcional do Sistema de Gestão para a Excelência da DHL Express

Portugal (ver em baixo), a qual garante a gestão e operacionalização das

várias iniciativas levadas a cabo no âmbito deste programa, tendo por base

os objectivos definidos anualmente e aplicando metodologias de intervenção

que se encontram perfeitamente definidas e formalizadas.

DHL

SMTSponsor Envolvimento Comunitário

Managing Director PT

Qualidade/ExcelênciaISO 9001/EFQM

AmbienteISO 14001

Segurança e Saúde Trabalho

OHSAS 18001

Resp. Social internaSA 8000/DPWN Fórum

Envolvimento Comunitário

CoordenadorProj. Comunitários

Protocolos e Repr. Institucional

Contacto externoe Concepção

Mobilização interna Voluntariado

Page 78: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

76

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Esta estrutura conta com a participação de Membros que para além da

sua função principal, integrada num dos departamentos da empresa, têm

também responsabilidades relativas a: contactos com IPSS, ONG e empre-

sas parceiras em projectos sociais ou ambientais e planeamento das acções;

comunicação das iniciativas e mobilização dos Membros DHL em regime

de voluntariado; provisão dos recursos necessários à realização das acções;

avaliação de pedidos externos para colaboração em projectos ou acções

específicas; etc.

No âmbito deste programa estabelecemos protocolos e parcerias em

várias áreas, apoiando nomeadamente a exclusão social, a pobreza, a defici-

ência, a educação, entre outras.

Em função das necessidades das instituições/projectos apoiados, as

acções de voluntariado podem decorrer durante o horário normal de traba-

lho, sem qualquer prejuízo para os voluntários envolvidos – Voluntariado

Empresarial – ou durante o tempo livre dos mesmos – Voluntariado

Individual.

Para além das acções organizadas pela DHL, este programa está tam-

bém aberto a acções de voluntariado de iniciativa individual, i.e., situações

em que o Membro se dedica – pessoal e isoladamente – a actividades volun-

tárias, contando assim com o apoio da empresa para o poder fazer durante o

horário de trabalho.

Para que as regras de participação, em termos de tempo, despesas, etc.,

nas diversas situações ficassem bem definidas, foi concebido e distribuído

aos Membros o Guia de Voluntariado Empresarial da DHL Express Portugal.

Com o Banco Alimentar contra a Fome (BA) estabelecemos uma parceria

sólida, participando numa base semestral, desde 2001, nas Campanhas

de recolha de alimentos levadas a cabo pelos BA de Lisboa e Porto, e mais

recentemente o BA de Coimbra.

O apoio dos Voluntários DHL nestas campanhas desenvolve-se em

diversas vertentes e em vários momentos:

Pré campanha:

· Acompanhamento das reuniões de preparação das campanhas por

Membros das áreas operacionais da DHL, os quais asseguram a alocação

das viaturas disponíveis, em função da origem e tipologia das mesmas,

aos supermercados envolvidos, face à quantidade de alimentos prevista

para os mesmos.

Page 79: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

77

Durante a campanha (2 dias):

· Voluntários das áreas operacionais DHL efectuam a gestão das rotas das

viaturas e respectivas recolhas nos supermercados.

· Voluntários estafetas/motoristas DHL asseguram a condução dos

veículos DHL alocados ao transporte dos bens doados em alguns

supermercados até aos armazéns do BA.

· Voluntários DHL realizam a recolha das doações de alimentos em

supermercados, o que consiste em distribuir sacos do BA aos clientes

que entram no supermercado, receber os bens alimentícios doados e

prepará-los para o transporte. Para cada supermercado gerido pela DHL

são formadas equipas de Voluntários com horários de cerca de 3-4 horas

cada.

· Voluntários que participam na separação dos alimentos nos armazéns

dos BA.

Na última campanha do Banco Alimentar contra a Fome em 2005, que

decorreu em 26 e 27 de Novembro, contou com a participação de 46

Voluntários DHL.

Os benefícios da participação da DHL são analisados desta forma por

Maria João Torres Pereira, Coordenadora da campanha do Banco Alimentar

contra a Fome de Lisboa: “O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela DHL

através da disponibilização de recursos na sua área de especialidade para apoio a algu-

mas actividades do Banco Alimentar Contra a Fome é um exemplo concreto da forma

como a assunção da responsabilidade social, por parte das empresas, pode potenciar a

actuação das organizações da sociedade civil. Esta parceria, criada entre duas orga-

nizações com objectivos distintos, é a prova de que é possível conjugar esforços e criar

sinergias entre dois mundos com características muito diferenciadas em prol de uma

sociedade melhor.

Dada a dimensão e complexidade que envolve a organização e o decorrer de uma

campanha de recolha de alimentos, consideramos que a contribuição da DHL tem sido

extremamente importante. Em termos futuros, consideramos que quanto maiores forem

os contributos, nomeadamente na área da logística e transportes, maiores serão as

possibilidades do Banco Alimentar Contra a Fome ampliar as campanhas e, consequen-

temente, o apoio às instituições e às pessoas carenciadas.”

Práticas de sucesso

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Page 81: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

79

O Grupo PT encara o voluntariado como uma responsabilidade da empresa

e por isso promove acções neste âmbito efectuadas durante o período de

funcionamento das empresas e sem que a retribuição ou a assiduidade dos

colaboradores envolvidos seja, por qualquer forma, afectadas.

O Grupo Portugal Telecom inicia a sua actividade na área do volunta-

riado empresarial em Abril de 2001, contabilizando, nestes 5 anos, 65 inicia-

tivas que envolveram 2735 voluntários, o que ascende a 26 770 horas. Nesta

iniciativas foram abrangidas 1 252 Instituições de Solidariedade Social.

Está subjacente às acções de voluntariado fazer o que for necessário,

sob orientação de quem sabe fazer. Estas iniciativas podem traduzir-se em

recolha de bens, promoção da saúde, preservação do ambiente, distribuição

de roupa e alimentos a sem abrigo, formação nas áreas comportamental e

micro-informática, organização de passeios e eventos destinados a crianças,

jovens e/ou idosos vítimas de exclusão.

O Grupo PT tem dois programas de voluntariado, coordenados pela

Fundação PT, o Programa Aurora e o Projecto Mão-na-Mão.

· O Programa Aurora, coordenado pela Fundação Portugal Telecom, é um

banco de horas de voluntariado do Grupo PT que promove acções de na

área da formação, da consultoria e gestão, da webização, e da animação

e cultura.

O Programa Aurora consiste na oferta de 35 horas de trabalho por cola-

borador/ano, o que implicou a criação de um código de assiduidade para

o voluntariado.

Os projectos são trabalhados e desenvolvidos a partir da Fundação

Portugal Telecom e podem ser apresentados individualmente pelos colabo-

radores do Grupo, cabendo à Fundação a sua aprovação e a disponibilização

de apoio logístico.

De entre as acções de voluntariado que têm vindo a ser realizadas,

destacam-se:

› Consultoria e gestão para a viabilidade da UET da Acapo;

Grupo PT

Page 82: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

80

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

› Acções de formação a pessoas com deficiência visual nas áreas

comportamental, de gestão e da microinformática;

› A preparação da Ceia de Natal dos Sem Abrigo, acção realizada durante

a quadra Natalícia, com o objectivo de contribuir para a organização de

um evento que, ultimamente, tem decorrido na cantina universitária,

onde são servidas refeições aos sem abrigo da região de Lisboa apoiados

pela Comunidade Vida e Paz;

› A Campanha de Recolha de Roupa uma parceria do Grupo PT e da CAIS,

iniciativa que tem lugar ao longo do mês de Dezembro, que se propõe

recolher peças de vestuário para distribuição pelos sem abrigo, e que

antigiu já as 20 toneladas;

› Os Jogos de Sonho que levaram muitas crianças e jovens ao Open do

Estoril e ao Euro 2004;

› Acção de voluntariado na Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco,

que teve por objectivo servir um almoço aos idosos acamados em

lares tutelados por aquela instituição e que proporcionou uma tarde

de convívio e animação aos idosos e crianças da zona e contou com a

“Operação Nariz Vermelho”;

› Uma Visita ao Museu do Traje com o objectivo de acompanhar um grupo

de jovens e adultos com deficiência mental e/ou motora da Casa de São

Vicente, aos Museus do Traje e do Teatro em Lisboa;

› Diversas Visitas ao Oceanário, que decorrem há já 5 anos, com o

objectivo de organizar e acompanhar visitas de estudo de crianças

e jovens apoiados pela Fundação do Gil, instituição com quem foi

celebrado um Protocolo;

› A Feira das Estrelinhas 2005, em cooperação com a Associação Novo

Futuro, os voluntários colaboraram na montagem e desmontagem dos

stands, nas bilheteiras, no bar ou nos postos de venda;

› Reflorestação da Tapada do Mouco;

› Preservação da Serra de Sintra com abate de acácias;

› Preservação das pegadas de dinossauros na Serra d’Aire;

› O Projecto Mão-na-Mão é um movimento de voluntariado empresarial,

promovido pela PT à luz da política de de cidadania empresarial,

pioneiro em Portugal, que resultou do empenho e da disponibilidade

das entidades que o integram, contando, actualmente, com 17 empresas/

organizações, para participar em acções de solidariedade direccionado

para instituições privadas de solidariedade social e organizações não

governamentais que actuam, nomeadamente, na área dos cidadãos

vítimas de exclusão social.

Page 83: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

81

O desenvolvimento do Projecto Mão-na-Mão passa pela execução de tarefas

específicas comprometendo-se as entidades envolvidas a disponibilizar

trabalhadores seus durante o horário normal de trabalho.

De entre as acções que têm vindo a ser desencadeadas, contam-se:

› A Acção de Verão que leva, pelo 4º ano consecutivo, crianças e jovens

que frequentam Centro de Reabilitação de Alcoitão com idades

compreendidas entre os 4 os 18 anos à praia do Tamariz;

› A Campanha de recolha de brinquedos da Fundação do Gil, com o

objectivo de distribuir brinquedos a crianças integradas em hospitais

e instituições de solidariedade social;

› A Almoço Convívio com os Sem-Abrigo, realizado no Estádio

1o de Maio;

› Um Workshop de Futebol que levou crianças de várias instituições

de solidariedade social à Escola de Futebol do Carlos Xavier;

› Pintura das Portas Amigas em que os voluntários envolvidos fizeram

trabalhos de pintura neste centro gerido pela AMI;

› Visita ao Badoca Parque das crianças do Instituto Jacob Rodrigues

Pereira da Casa Pia de Lisboa.

Práticas de sucesso

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Page 85: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

83

Desde que iniciou as suas operações nos EUA em 1914 que, a par com as

suas actividades comerciais, a IBM desenvolve programas de responsabili-

dade social em que alia tecnologia e conhecimento de uma forma eficaz. A

Companhia procura assim dar resposta a problemas de tradicional impacto

na sociedade, na economia e na qualidade de vida das comunidades em

que está inserida. No âmbito do seu programa de Corporate Community

Relations, a IBM Portugal tem desenvolvido vários projectos, nomeada-

mente o KidSmart, o Training for Work, o Reinventing Education, o EXITE,

o MentorPlace, o World Community Grid, o Voluntariado.

No que respeita a este último projecto, foi decisão da Direcção da IBM

Portugal implementar, em 2001, Ano Internacional do Voluntariado, um

programa que prevê a disponibilização média de 1 dia por empregado, por

ano, para a prática de acções que se enquadrem neste contexto. Deste modo,

quer individualmente, quer em associação com outras empresas ou orga-

nizações, a IBM tem vindo a desenvolver vários programas e/ou acções de

voluntariado.

No âmbito das suas políticas e práticas de voluntariado a nível mun-

dial, a IBM lançou em 25 de Novembro de 2003 o Programa On Demand

Community, uma iniciativa que aplica a estratégica IBM On Demand

Business à sua tradição de serviço prestado à comunidade. O On Demand

Business assenta na utilização das Tecnologias de Informação e de

Comunicação à medida de cada cliente, adaptando-se a especificidades

como a dimensão, os objectivos ou o plano de crescimento de cada estru-

tura, sejam empresas, administrações, universidades ou outras entidades.

Permite assim, a optimização dos recursos e o acesso a sistemas avançados

de processo e de gestão numa base de consumo em função das reais neces-

sidades. E é precisamente no mesmo princípio, do serviço prestado pelos

nossos colaboradores à medida das necessidades das comunidades envol-

ventes, que se inspira o On Demand Community.

Esta iniciativa resulta numa equipa global de voluntários, no activo ou

em situação de reforma, que conta com formação online, ferramentas e

IBM

Page 86: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

84

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

recursos que pode partilhar – em qualquer altura, em qualquer lugar – com

escolas e organizações comunitárias locais. Todos os interessados pode-

rão, mediante registo num site interno especialmente concebido para o On

Demand Community, aceder e utilizar as soluções disponibilizadas neste

programa no âmbito do trabalho que desenvolvem ou podem vir a desen-

volver em diferentes organizações ou instituições sociais. Este programa

é complementado pelo “IBM Community Grants”, que possibilita que o

número de horas prestadas por cada voluntário, e registadas online em base

de dados própria, seja convertida em montante ou em equipamento, que

reverterá a favor da instituição, em nome do voluntário que aí desenvolveu

acção social.

O On Demand Community constitui, assim, o primeiro esforço deste

tipo para apoiar, através da tecnologia, dos serviços e de inovação da IBM, o

trabalho que os nossos voluntários desenvolvem junto das comunidades em

que estão inseridos. Estão hoje registados mais de 70 mil voluntários, entre

IBMers no activo ou em situação de reforma, com cerca de 3 milhões e 200

mil horas de voluntariado já realizadas. Em Portugal, contamos já com 247

voluntários com mais de 9 mil e 900 horas de voluntariado registadas.

Explorando o Interesse pelas Tecnologias e Engenharia é o mote do pro-

grama EXITE [“EXploring Interests in Technology and Engineering”], iniciativa da

IBM realizada anualmente a nível mundial, em países que são seleccionados

com base em dados estatísticos recolhidos junto de entidades oficiais com

domínio na matéria, como é o caso dos Ministérios de Educação de cada

país.

Em Portugal, esta iniciativa reuniu no IBM Forum Lisboa, de 11 a 15 de

Julho de 2005, 30 raparigas dos 11 aos 13 anos, provenientes de escolas de

Lisboa e de Loures, e também filhas de empregados da IBM. Durante esta

semana as jovens desenvolveram e partilharam um conjunto de actividades

com o claro objectivo de despertar o interesse pelas áreas das ciências, das

matemáticas e das tecnologias, num ambiente construtivo e divertido.

Com esta acção proporcionou-se às raparigas um olhar mais profundo

sobre a tecnologia e a engenharia através de actividades práticas, criando

junto das jovens um entusiasmo que as conduza, no futuro, a uma carreira

técnica e/ou à utilização da Tecnologia em qualquer carreira de sua voca-

ção. Pretendeu-se, essencialmente, desmistificar a ideia do mundo das

Tecnologias e das Ciências como uma esfera predominantemente masculina,

através do esclarecimento de algumas das dúvidas com que as jovens desta

faixa etária se deparam. Para este efeito, em muito contribuíram os diversos

testemunhos, quer de estudantes, quer de profissionais IBM, que através da

Page 87: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

85

partilha do seu exemplo e das suas experiências, explicaram as razões que os

levaram a optar por cursos ou carreiras mais ligados a estas áreas.

Ao longo de uma semana, as jovens puderam participar em projectos

variados de engenharia e de ciência e, entre outras matérias, ficaram a par

do impacte que a tecnologia tem no quotidiano e no modo como pode ser

utilizada para resolver questões práticas do dia-a-dia.

A preparação do EXITE e das diversas actividades (programação de

um robot, matemática musical, geometria maluca, jornal do dia, jogos de

provérbios, visitas temáticas no domínio das ciências,…) teve início logo em

Fevereiro e contou com a participação de 70 voluntários IBM, entre cola-

boradores no activo e em situação de reforma, que se dedicaram ao planea-

mento e execução desta iniciativa, maioritariamente em tempo pós-laboral.

O ambiente extraordinário vivido ao longo destes cinco dias foi resultado

não só do empenho e da dedicação que os voluntários colocaram no sucesso

da acção, mas também do entusiasmo e da alegria com que todos aderiram

ao EXITE. Também a nível interno, a semana “exitiana” contribuiu para que

muitos IBMers interagissem e trabalhassem pela primeira vez em equipa,

sempre com a boa-disposição e a vontade de ensinar e aprender como pano

de fundo.

Aos voluntários foi distribuída informação útil para o desenvolvimento

da iniciativa, abordando aspectos tão relevantes como a segurança, o volun-

tariado com crianças em idade escolar ou o programa de actividades de toda

a semana.

Em suma, o desiderato do EXITE não é definir a opção vocacional das

jovens mas sim dar-lhes as ferramentas e a visão para encararem todas as

profissões sem mitos nem tabus. De uma forma educativa e divertida, pro-

curámos transmitir-lhes que “podem ter a profissão que quiserem desde que

gostem do que façam e sejam bons a cumpri-lo.”

Este Programa é complementado com um outro, o MentorPlace, que

garante que, ao longo do ano escolar imediato, as 30 alunas presentes nesta

iniciativa são acompanhadas, quer através de ferramentas online, quer

presencialmente, por 30 mentoras, voluntárias IBM, na consolidação dos

conhecimentos adquiridos ao longo de uma semana.

Práticas de sucesso

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87

Programa de voluntariado na Linklaters – Juntos fazemos a diferença

A Linklaters é uma sociedade de advogados que aconselha algumas das

maiores empresas e instituições financeiras do mundo, nas suas transacções

e actividades.

Uma das grandes preocupações da Linklaters tem sido, desde sempre, o

apoio às comunidades em que está presente, apostando na responsabilidade

social, principalmente nas seguintes áreas, onde entende que o seu apoio

pode fazer a diferença:

· Sucesso/Êxito – Fomentando os talentos emergentes por forma

a alcançar as potencialidades de cada pessoa;

· Empreendimento – Encorajando o empreendimento;

· Acesso à Justiça – Assegurando os direitos e as responsabilidades legais.

No âmbito deste esforço, destaca-se o plano de voluntariado.

De acordo com Anthony Cann, Linklaters Senior Partner “o programa

evidencia um forte sentido de responsabilidade social da firma e um compro-

misso de partilhar o nosso tempo e conhecimentos sempre que necessário”.

Este programa visa alternativas flexíveis de voluntariado para os cola-

boradores, apostando em flyers (cartões informativos de voluntariado) nas

áreas sociais das instalações.

Estes podem ser encontrados nos restaurantes, cafés, recepções, intra-

net e salas de reuniões da Linklaters e apresentam as diferentes actividades

de voluntariado. Estes flyers enquadram toda a informação inerente à activi-

dade, incluindo o tempo a disponibilizar, o perfil necessário do voluntário e

os benefícios inerentes para cada uma das actividades.

Estas abrangem diferentes tipos de voluntariado, dos quais podemos

destacar: pro-bono, lecionar em escolas, levantamento de fundos, entreteni-

mento para crianças, actividades com idosos, etc.

O programa permite, que cada voluntário decida qual a área temática e

público-alvo actuar, assim como, a adequação à sua própria disponibilidade.

A Linklaters permite ainda, que cada um dos colaboradores dedique um

dia no ano para fins de voluntariado à sua escolha.

Linklaters

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89

A Microsoft associou-se à Cais no desenvolvimento do projecto Cais Digital

que surge como resposta ao desafio da criação de um Centro Comunitário

de Aprendizagem Tecnológica, CTLCs (Community Technology Learning

Centers) pela Microsoft, que visam proporcionar aos seus utentes formação

em TIs de acordo com um curriculum Microsoft criado especificamente para

estes projectos – o Unlimited Potential Curriculum. Este curriculum de 135 horas

engloba os seguintes módulos sobre princípios elementares de: computador

pessoal, processadores de texto, folha de cálculo, base de dados, apresenta-

ção, internet, web design e media digital.

No âmbito do Cais Digital, foram criados dois espaços de utilização, um

de formação, onde os utentes que se inscrevem no centro de inclusão digital

da CAIS poderão ter acesso ao Curriculum acima discriminado, assim como

uma zona de utilização livre, onde é possivel tirar partido dos seis computa-

dores ali instalados para fazerem trabalhos pessoais, consultarem a Internet.

Para que este projecto permita aos seus colaboradores conhecer a reali-

dade do projecto e da comunidade que pretende servir, foi desenvolvido um

programa de voluntariado. Neste âmbito, cada um dos colaboradores da

Microsoft pode passar até dois dias por ano no projecto os utilizadores do

centro na consulta e acesso livre.

Para que cada um dos voluntários sinta que contribuiu para o projecto,

são tidas em atenção as necessidades do espaço da CAIS Digital/Utilização

Livre e horários de funcionamento. Assim, os utentes poderão utilizar o

espaço livre entre as 14 horas e as 18 horas, para as seguintes actividades:

› Acompanhamento e assistência na formação de 12 horas, curso de DCB

(Diploma de Competências Básicas) – ajuda na resolução dos exercícios,

sugestões de actividades no âmbito do programa de conteúdos do DCB

(todos os dias das 14:00 às 16:00);

› Acompanhamento e esclarecimento de dúvidas aos utilizadores do

Espaço Livre – elaboração de Curriculum, resposta a anúncios de trabalho

via Internet, pesquisas na Internet, formatar textos no Word, dúvidas

sobre a utilização do e-mail, etc. (todos os dias das 16:00 às 18:00).

Microsoft

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91

Desde as suas origens a Miranda procurou, de forma rigorosa e empe-

nhada, colocar os seus recursos humanos e financeiros ao serviço das várias

comunidades em que se encontra inserida. Tal contribuição traduz-se, por

um lado, na participação, patrocínio e envolvimento em projectos e, por

outro, na prestação de serviços e de aconselhamento jurídico de forma não

remunerada.

A Miranda acredita que o auxílio que pode prestar aos projectos, inicia-

tivas e pessoas com que se envolve não se deve resumir à mera prestação de

serviços jurídicos, enquanto resultado da prossecução da sua actividade. Na

verdade, uma sociedade de advogados com as características da Miranda,

para além dos serviços jurídicos pode, e deve, dar muito mais à comunidade

de que faz parte. A criação de condições para que os seus advogados tenham

flexibilidade nos seus horários de trabalho para a realização de trabalho

voluntário é apenas um dos muitos exemplos em como, com pequenos pas-

sos, se podem criar condições para uma eficaz política de voluntariado.

A Miranda acredita que o advogado, para além de um técnico em ques-

tões jurídicas, é também um servidor da justiça e da equidade. Estes princí-

pios devem ser entendidos e interpretados em função do meio em que está

inserido e, para tanto, é indispensável conhecer e participar nas comunida-

des que nos rodeiam. Por isso, a participação dos seus advogados em acções

de voluntariado é uma forma de os enriquecer como profissionais.

A Miranda, enquanto organização vocacionada para a prestação de ser-

viços a clientes de grande dimensão, também consegue proporcionar con-

dições para que certos projectos de voluntariado sejam melhor sucedidos ou

assegurem a devida sustentabilidade. O relacionamento diário com clientes,

fornecedores e parceiros nas mais variadas áreas de actividade, permitiu a

concretização de diversos projectos de voluntariado. Um dos projectos que

merece destacar é o envolvimento da Miranda com a ICAF.

Miranda Correia Amendoeira & Associados

Page 94: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

92

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

A Experiência ICAFComo paradigma da mais recente parceria da Miranda destaca-se a estabele-

cida com a International Child Art Foundation (ICAF).

A ICAF é uma organização privada sem fins lucrativos, com sede em

Washington, nos Estados Unidos, que tem como principal objectivo pro-

mover e fomentar a criatividade infantil através duma interacção constante

entre crianças de todo o mundo e as diversas disciplinas relacionadas com

as artes.

Pretende-se através da criatividade e arte infantil sensibilizar a consciên-

cia civil para os problemas da paz e da pobreza mundial.

O representante da ICAF em Portugal é Francisco Silva Santos, advogado

da Miranda. A colaboração entre ambas as entidades resultou, até agora, na

divulgação da actividade prosseguida pela ICAF em Portugal, assim como

na elaboração de documentos e contratos, passando pelo patrocínio de

uma exposição de pintura de arte infantil a realizar brevemente. Informação

adicional sobre a ICAF pode ser obtida em www.icaf.org.

Page 95: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

93

A Pfizer é uma empresa que procura descobrir, desenvolver e inovar através

dos seus produtos, na luta por uma vida mais longa, mais saudável e mais

produtiva.

Esta missão estende-se aos Programas de Cidadania Empresarial da

Pfizer, espalhados por todo o mundo, com o desejo de construir uma vida

melhor e ajudar a encontrar soluções para os problemas da comunidade

onde vive e trabalha.

Em Portugal, a Pfizer apoia regularmente várias causas e instituições que

considera válidas: escolas, associações de doentes, instituições de solidarie-

dade social, iniciativas artísticas, programas de ajuda humanitária, bolsas de

incentivo à investigação científica, acções de voluntariado, entre outras.

Inserido no seu programa de responsabilidade, a Pfizer lançou um pro-

jecto intitulado “Ajudar é o melhor remédio”

Através deste projecto, a Pfizer apoia e encoraja a os seus funcioná-

rios a participar em acções de voluntariado, contribuindo com os seus

conhecimentos e tempo, para causas que ajudem ao desenvolvimento da

Comunidade onde se insere e a torná-la um espaço bom para viver, prosse-

guir carreira e expandir horizontes culturais.

Este projecto é desenvolvido em colaboração com associações e organis-

mos de solidariedade social, sem fins lucrativos.

Ao abrigo do projecto “Ajudar é o melhor remédio!”, anualmente orga-

niza-se um dia inteiramente dedicado ao trabalho voluntário, promovendo

uma actividade de apoio à comunidade, em que se incentiva e facilita a

participação de todos os colaboradores. Pretendem com este acção, desen-

volver actividades que sirvam por um lado, as necessidades das instituições

envolvidas, por outro, proporcionar um enriquecimento pessoal (melhor

compreensão de outras realidades), e uma sensação de missão cumprida.

Um dos exemplos desta iniciativa foi o auxílio dado ao Centro de

Acolhimento Temporário de Tercena, uma instituição que apoia cerca de

50 crianças e jovens em risco, retiradas às suas famílias na sequência de

situações de abandono ou maus-tratos. A intervenção incluiu a pintura da

Pfizer

Page 96: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

94

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

fachada do edifício e os seus interiores, o arranjo dos espaços verdes e a

criação de uma sala de brincar polivalente. A intervenção ocorreu no dia 22

de Outubro, contando com o entusiástico apoio dos elementos da Pfizer,

divididos em várias equipas.

No final do dia, o resultado ficou à vista que, nas palavras dos seus técni-

cos, assim o resumiram: “esta acção solidária, transformou esta casa, qual

varinha mágica, dando-lhe mais cor, alegria e conforto; uma casa linda, de

que todas as crianças se orgulham”.

Ao promover projectos como este, a Pfizer fomenta o espírito de equipa

dos funcionários, traz para o dia-a-dia da empresa o valor Comunidade,

aumentar o sentimento de orgulho em trabalharem para a empresa e huma-

nizam a imagem da mesma, que é feita de pessoas comuns.

Page 97: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

95

Na Roche os colaboradores, incluindo Director-geral, são dispensados no

seu horário de trabalho para participarem em acções de voluntariado.

Todas as semanas, um grupo de quatro funcionários, independente-

mente da sua posição hierárquica, serve refeições ou distribui roupa nos

centros Porta Amiga, que a AMI tem em Cascais e nas Olaias. «Quisemos

não só passar o cheque ou oferecer medicamentos, o que seria relativamente

fácil para nós, mas também envolver as pessoas numa acção a longo prazo»,

explica João Frias Pereira, assessor de comunicação da farmacêutica.

Esta iniciativa com cariz sistemático só foi possível devido à «sensi-

bilidade» do director-geral para estes problemas, uma vez que implicou

reestruturações a nível de serviço, organização e, claro, vontade por parte

dos funcionários.

E a empresa não fica prejudicada? «As pessoas estão satisfeitas, sentem

que estão a ajudar, e nunca ouvi dizer que deixaram de fazer o seu traba-

lho», avalia George Gemayel. É bom para a companhia, porque, dando um

contributo à sociedade, desenvolve-se também o lado humano das pessoas.

«Temos consciência de que é uma gota no oceano, mas não temos a preten-

são de dizer que estamos a mudar o mundo», afirma, de forma humilde.

A esta iniciativa não é alheio o facto de George Gemayel ter trabalhado

nos Estados Unidos, onde 50% da população está envolvida neste tipo de

trabalho sem remuneração. «Na Holanda, na Bélgica e nos Estados Unidos,

este tipo de iniciativas é comum», explica Ana Martins, coordenadora da

AMI. São muitas as empresas que oferecem horas do seu funcionamento

normal para quem deseje fazer voluntariado em instituições de solidarie-

dade ou sem fins lucrativos. «Se uma companhia contribuir monetariamente

para estas instituições ou tiver funcionários que dediquem parte do seu

tempo a fazer voluntariado, automaticamente, os impostos diminuem»,

refere Maria do Carmo Romão, confessando o seu desejo de que, em

Portugal, o trabalho de voluntariado fosse uma missão de cidadania, tal

como acontece nos Estados Unidos. «É outra mentalidade», afirma o direc-

tor-geral da Roche.

Roche

Page 98: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?
Page 99: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

97

Núcleo de Voluntariado do Santander Totta em linha com a missão do Banco

O Núcleo de Voluntariado Santander Totta foi criado em 2004 com o objec-

tivo de incentivar a participação dos colaboradores do Banco em acções de

cidadania empresarial e criar uma atitude de cooperação entre os colabora-

dores e as comunidades envolventes.

Desde a sua criação, o Núcleo de Voluntariado do Banco Santander Totta

já integrou um conjunto de iniciativas comunitárias onde tem participado

activamente. Os colaboradores voluntários contribuem com a oferta do seu

trabalho e do seu know-how especializado enquanto o Banco disponibiliza

o tempo de trabalho dos membros do Núcleo, bem como apoia financeira-

mente as acções concretizadas.

O Núcleo decidiu iniciar a sua actividade focando os seus esforços

numa única instituição, para que fosse aprendendo a construir uma relação

de confiança entre o Banco e a instituição alvo. A escolha recaiu sobre a

FENACERCI, pela sua acção social e pelo facto de estar implantada a nível

nacional.

Desde a sua criação, o Núcleo tem vindo a gerar inúmeras iniciativas,

nomeadamente:

· Dia do Voluntário, onde os voluntários do Santander Totta dedicaram

um dia, disponibilizado pelo Banco, para acompanhar as crianças

numa iniciativa de âmbito nacional promovida pela FENACERCI. Os

colaboradores animaram, assim, um encontro de crianças que incluiu

um peddy paper, piquenique e uma visita ao Portugal dos Pequeninos

em Coimbra;

· Campanha interna – “Seja Voluntário por um Dia”–, destinada a recolher

fundos junto de todos os colaboradores do Banco para a aquisição de

equipamentos destinados à Cerci Póvoa;

· Circo de Natal – Acompanhamento por parte dos Voluntários todos os

anos de crianças das CERCIs aos espectáculos de Circo que o Banco

promove para os filhos dos seus Colaboradores;

Santander Totta

Page 100: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

98

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

· Oferta pelo Núcleo de Voluntários de obras de arte do espólio do Banco,

por este cedidas, para leilão e angariação de fundos;

· Entrega pelo Núcleo de Voluntariado de um donativo por altura do

aniversário da CERCI de Lisboa;

· Participação activa na “Campanha do Pirilampo Mágico”, com o

envolvimento directo de dezenas de voluntários;

· Integração de técnicos da FENACERCI em acções formativas

promovidas pelo Santander Totta.

Para além da rela ção de dedicação à FENACERCI, o Núcleo tem respondido

de forma muito dinâmica a outras iniciativas, com destaque para:

· “Pão de Todos” – Cerca de 30 voluntários participam desde 2004 nesta

iniciativa, organizada pela CAIS com o objectivo de sensibilizar a

sociedade para a realidade das pessoas que passam fome em Portugal.

Nesta ocasião, o Banco associou-se com a oferta de dois mil cachecóis

aos sem-abrigo da cidade de Lisboa que foram distribuídos pela CAIS no

almoço de Natal;

· Cerca de uma centena de Voluntários esteve envolvida na “Campanha de

doação de medula” lançada pelo CEDACE;

· Angariação de filmes para o IPO do Porto e para as Aldeias SOS.

De referir que para além da actividade do Núcleo de Voluntariado, o Banco

participa em outras inúmeras iniciativas sociais e culturais, assumindo

assim como parte da sua missão a responsabilidade como elemento activo

da sociedade.

Page 101: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

99

A Sonaecom é a sub-holding do Grupo Sonae para a área das Telecomuni-

cações, Media e Software e Sistemas de Informação (SSI).

Um dos valores assumidos por esta organização é a Responsabilidade

Social. Neste âmbito, a Sonae.com criou a equipa de voluntariado Smile, cons-

tituída por colaboradores de todas as empresas participadas da Sonaecom e

que materializa uma das vertentes da política de Responsabilidade Social do

Grupo, ao promover o envolvimento e comprometimento com a comunidade.

O Smile desenvolve a sua actividade durante todo o ano através de acções

regulares, como o apoio a escolas, crianças hospitalizadas e centros de dia

de terceira idade; acções extraordinárias, de carácter não contínuo, mas que

exigem maior envolvimento e espírito de coesão; e acções de sensibilização

como doação de sangue, recolha de medula óssea e boas práticas ambientais.

No âmbito das suas actividades, O Smile – equipa de voluntariado da

Sonaecom, realizou o sonho a 40 crianças da Instituição da Obra do Frei Gil

e da Aldeia SOS, ao proporcionar-lhes a sua primeira visita ao Estádio do

Dragão. Para além de assistirem a um jogo de futebol entre colaboradores

e Clientes Corporate da Optimus, ainda houve tempo para visitar o recinto

e pedir autógrafos ao Rui Barros, ao João Pinto e ao Frasco que se juntaram

à iniciativa. Por cada golo marcado por ambas as equipas, foi atribuído o

montante de duzentos euros a dividir equitativamente pelas duas institui-

ções. Enquanto no relvado se esqueciam os negócios e se corria para marcar

golos, nas bancadas, as 40 crianças, vestidas a rigor com o tradicional

cachecol e boné do Futebol Clube do Porto faziam as honras de uma claque

à séria. Para quem esteve no campo, mais importante do que a vitória no

jogo foi o sorriso no rosto destas crianças.

Esta acção do Smile – equipa de voluntariado da Sonaecom, para além

do apoio financeiro que conseguiu para as duas instituições, demonstrou,

uma vez mais, o crescente envolvimento dos colaboradores da Sonaecom em

apoiar iniciativas que envolvam a comunidade.

Sonaecom

Page 102: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?
Page 103: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

101

A “CASO”

A Universidade Católica Portuguesa, com o intuito de desempenhar um

papel mais activo combater numa sociedade cada vez mais marcada pelo

individualismo, criou a CASO, um grupo que visa fomentar o voluntariado

dentro da Universidade Católica.

O primeiro objectivo da CASO é o de sensibilizar a Comunidade

Universitária para os problemas sociais que nos rodeiam e que não podem ser

inteiramente resolvidos pela caridade tradicional, que a cada dia que passa se

torna menos suficiente. Os universitários, até pela sua formação superior, têm

obrigação de perceber melhor a realidade, de saber interpretá-la, reconhe-

cendo nela as situações de carência que justificam o trabalho social volun-

tário. O segundo objectivo é o de mobilizar os necessários apoios junto da

comunidade escolar, apoio às iniciativas de uma das áreas principais: a Loja

CASO, onde poderão ser prestados apoios materiais que possam ajudar a

melhorar a qualidade de vida das pessoas mais carenciadas e/ou colaborações

pontuais em tudo o que contribua para o desenvolvimento deste projecto.

A actividade da CASO é desenvolvida exclusivamente por voluntários e

está orientada para cinco áreas principais: a Terceira Idade, as Crianças, a

Deficiência, o Banco Alimentar e a Loja CASO. Existe um coordenador para

cada uma destas áreas que é o responsável directo pelas relações entre a

Associação e as Instituições com quem colaboram. Completa a estrutura o

coordenador geral, cuja tarefa principal é a de procurar assegurar a comple-

mentaridade do trabalho desenvolvido nas diferentes áreas. A CASO é uma

associação jovem mas já conta com a adesão de vários docentes, funcio-

nários e estudantes. Mas se, por se tratar de uma associação ainda jovem,

a CASO tem um passado curto, o presente é cada vez mais motivador e o

futuro será certamente demonstrativo do bom trabalho que tem sido desen-

volvido. Os planos para um futuro de colaboração entre universitários são

alargados, mas a CASO pretende dar um passo de cada vez e, firmemente,

avançar rumo a um projecto mais sólido e concreto de sensibilização do

voluntariado universitário.

Universidade Católica Portuguesa

Page 104: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

ANEXO 1

Assembleia da República

Lei nº71/98 de 3 de Novembro

Bases do enquadramento jurídico do voluntariadoA Assembleia da República decreta, nos termos do artigo 161º, alínea c), do

artigo 166º, nº3, e do artigo 112º, nº5, da Constituição, para valer como lei

geral da República, o seguinte:

capítulo iDisposições gerais

Artigo 1ºObjectoA presente lei visa promover e garantir a todos os cidadãos a participação

solidária em acções de voluntariado e definir as bases do seu enquadra-

mento jurídico.

Artigo 2ºVoluntariado

1 – Voluntariado é o conjunto de acções de interesse social e comunitário

realizadas de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projectos,

programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das

famílias e da comunidade desenvolvidos sem fins lucrativos por entidades

públicas ou privadas.

2 – Não são abrangidas pela presente lei as actuações que, embora desinte-

ressadas, tenham um carácter isolado e esporádico ou sejam determinadas

por razões familiares, de amizade e de boa vizinhança.

Anexos

Page 105: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

103

Artigo 3ºVoluntário1 – O voluntário é o indivíduo que de forma livre, desinteressada e respon-

sável se compromete, de acordo com as suas aptidões próprias e no seu

tempo livre, a realizar acções de voluntariado no âmbito de uma organização

promotora.

2 – A qualidade de voluntário não pode, de qualquer forma, decorrer de

relação de trabalho subordinado ou autónomo ou de qualquer relação de

conteúdo patrimonial com a organização promotora, sem prejuízo de regi-

mes especiais constantes da lei.

Artigo 4ºOrganizações promotoras1 – Para efeitos da presente lei, consideram-se organizações promotoras

as entidades públicas da administração central, regional ou local ou outras

pessoas colectivas de direito público ou privado, legalmente constituídas,

que reúnam condições para integrar voluntários e coordenar o exercício da

sua actividade, que devem ser definidas nos termos do artigo 11º

2 – Poderão igualmente aderir ao regime estabelecido no presente diploma,

como organizações promotoras, outras organizações socialmente reco-

nhecidas que reúnam condições para integrar voluntários e coordenar o

exercício da sua actividade.

3 – A actividade referida nos números anteriores tem de revestir interesse

social e comunitário e pode ser desenvolvida nos domínios cívico, da acção

social, da saúde, da educação, da ciência e cultura, da defesa do património

e do ambiente, da defesa do consumidor, da cooperação para o desenvol-

vimento, do emprego e da formação profissional, da reinserção social,

da protecção civil, do desenvolvimento da vida associativa e da economia

social, da promoção do voluntariado e da solidariedade social, ou em outros

de natureza análoga.

capítulo iiPrincípios

Artigo 5ºPrincípio geralO Estado reconhece o valor social do voluntariado como expressão do

exercício livre de uma cidadania activa e solidária e promove e garante a sua

autonomia e pluralismo.

Anexos

Page 106: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

104

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Artigo 6ºPrincípios enquadradores do voluntariado1 – O voluntariado obedece aos princípios da solidariedade, da participação,

da cooperação, da complementaridade, da gratuitidade, da responsabilidade

e da convergência.

2 – O princípio da solidariedade traduz-se na responsabilidade de todos os

cidadãos pela realização dos fins do voluntariado.

3 – O princípio da participação implica a intervenção das organizações

representativas do voluntariado em matérias respeitantes aos domínios em

que os voluntários desenvolvem o seu trabalho.

4 – O princípio da cooperação envolve a possibilidade de as organizações

promotoras e as organizações representativas do voluntariado estabelece-

rem relações

e programas de acção concertada.

5 – O princípio da complementaridade pressupõe que o voluntário não deve

substituir os recursos humanos considerados necessários à prossecução das

actividades das organizações promotoras, estatutariamente definidas.

6 – O princípio da gratuitidade pressupõe que o voluntário não é remune-

rado, nem pode receber subvenções ou donativos, pelo exercício do seu

trabalho voluntário.

7 – O princípio da responsabilidade reconhece que o voluntário é respon-

sável pelo exercício da actividade que se comprometeu realizar, dadas as

expectativas criadas aos destinatários do trabalho voluntário.

8 – O princípio da convergência determina a harmonização da acção do

voluntário com a cultura e objectivos institucionais da entidade promotora.

capítulo iiiDireitos e deveres do voluntário

Artigo 7ºDireitos do voluntário1 – São direitos do voluntário:

a) Ter acesso a programas de formação inicial e contínua, tendo em vista o

aperfeiçoamento do seu trabalho voluntário;

b) Dispor de um cartão de identificação de voluntário;

c) Enquadrar-se no regime do seguro social voluntário, no caso de não estar

abrangido por um regime obrigatório de segurança social;

d) Exercer o seu trabalho voluntário em condições de higiene e segurança;

e) Faltar justificadamente, se empregado, quando convocado pela organi-

Page 107: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

105

zação promotora, nomeadamente por motivo do cumprimento de missões

urgentes, em situações de emergência, calamidade pública ou equiparadas;

f ) Receber as indemnizações, subsídios e pensões, bem como outras

regalias legalmente definidas, em caso de acidente ou doença contraída no

exercício do trabalho voluntário;

g) Estabelecer com a entidade que colabora um programa de voluntariado

que regule as suas relações mútuas e o conteúdo, natureza e duração do

trabalho voluntário que vai realizar;

h) Ser ouvido na preparação das decisões da organização promotora que

afectem o desenvolvimento do trabalho voluntário;

i) Beneficiar, na qualidade de voluntário, de um regime especial de utilização

de transportes públicos, nas condições estabelecidas na legislação aplicável;

j) Ser reembolsado das importâncias despendidas no exercício de uma

actividade programada pela organização promotora, desde que inadiáveis

e devidamente justificadas, dentro dos limites eventualmente estabelecidos

pela mesma entidade.

2 – As faltas justificadas previstas na alínea e) contam, para todos os efeitos,

como tempo de serviço efectivo e não podem implicar perda de quaisquer

direitos ou regalias.

3 – A qualidade de voluntário é compatível com a de associado, de membro

dos corpos sociais e de beneficiário da organização promotora através da

qual exerce o voluntariado.

Artigo 8ºDeveres do voluntárioSão deveres do voluntário:

a) Observar os princípios deontológicos por que se rege a actividade que

realiza, designadamente o respeito pela vida privada de todos quantos dela

beneficiam;

b) Observar as normas que regulam o funcionamento da entidade a que

presta colaboração e dos respectivos programas ou projectos;

c) Actuar de forma diligente, isenta e solidária;

d) Participar nos programas de formação destinados ao correcto desenvolvi-

mento do trabalho voluntário;

e) Zelar pela boa utilização dos recursos materiais e dos bens, equipamentos

e utensílios postos ao seu dispor;

f ) Colaborar com os profissionais da organização promotora, respeitando

as suas opções e seguindo as suas orientações técnicas;

Anexos

Page 108: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

106

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

g) Não assumir o papel de representante da organização promotora sem o

conhecimento e prévia autorização desta;

h) Garantir a regularidade do exercício do trabalho voluntário de acordo

com o programa acordado com a organização promotora;

i) Utilizar devidamente a identificação como voluntário no exercício da sua

actividade.

capítulo ivRelações entre o voluntário e a organização promotora

Artigo 9ºPrograma de voluntariadoCom respeito pelas normas legais e estatutárias aplicáveis, deve ser acor-

dado entre a organização promotora e o voluntário um programa de volun-

tariado do qual possam constar, designadamente:

a) A definição do âmbito do trabalho voluntário em função do perfil do

voluntário e dos domínios da actividade previamente definidos pela organi-

zação promotora;

b) Os critérios de participação nas actividades promovidas pela organização

promotora, a definição das funções dela decorrentes, a sua duração e as

formas de desvinculação;

c) As condições de acesso aos locais onde deva ser desenvolvido o trabalho

voluntário, nomeadamente lares, estabelecimentos hospitalares e estabele-

cimentos prisionais;

d) Os sistemas internos de informação e de orientação para a realização das

tarefas destinadas aos voluntários;

e) A avaliação periódica dos resultados do trabalho voluntário desenvolvido;

f ) A realização das acções de formação destinadas ao bom desenvolvimento

do trabalho voluntário;

g) A cobertura dos riscos a que o voluntário está sujeito e dos prejuízos que

pode provocar a terceiros no exercício da sua actividade, tendo em conside-

ração as normas aplicáveis em matéria de responsabilidade civil;

h) A identificação como participante no programa a desenvolver e a certifica-

ção da sua participação;

i) O modo de resolução de conflitos entre a organização promotora e o

voluntário.

Page 109: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

107

Artigo 10ºSuspensão e cessação do trabalho voluntário1 – O voluntário que pretenda interromper ou cessar o trabalho voluntário

deve informar a entidade promotora com a maior antecedência possível.

2 – A organização promotora pode dispensar a colaboração do voluntário a

título temporário ou definitivo sempre que a alteração dos objectivos ou das

práticas institucionais o justifique.

3 – A organização promotora pode determinar a suspensão ou a cessação da

colaboração do voluntário em todos ou em alguns domínios de actividade

no caso de incumprimento grave e reiterado do programa de voluntariado

por parte do voluntário.

capítulo vDisposições finais e transitórias

Artigo 11ºRegulamentação1 – O Governo deve proceder à regulamentação da presente lei no prazo

máximo de 90 dias, estabelecendo as condições necessárias à sua integral e

efectiva aplicação, nomeadamente as condições da efectivação dos direitos

consignados nas alíneas f ), g) e j) do nº1 do artigo 7º

2 – A regulamentação deve ter ainda em conta a especificidade de cada sec-

tor da actividade em que se exerce o voluntariado.

3 – Até à sua regulamentação mantém-se em vigor a legislação que não

contrarie o preceituado na presente lei.

Artigo 12ºEntrada em vigorA presente lei entra em vigor 30 dias após a sua publicação.

Aprovada em 24 de Setembro de 1998.

O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos.

Promulgada em 21 de Outubro de 1998.

Publique-se.

O Presidente da República, Jorge Sampaio.

Referendada em 23 de Outubro de 1998.

O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.

Anexos

Page 110: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

108

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

ANEXO 2

Ministério do Trabalho e da Solidariedade

Decreto-Lei nº389/99 de 30 de Setembro

O voluntariado é uma actividade inerente ao exercício de cidadania que se tra-

duz numa relação solidária para com o próximo, participando, de forma livre

e organizada, na solução dos problemas que afectam a sociedade em geral.

Reconhecendo que o trabalho voluntário representa hoje um dos instru-

mentos básicos de participação da sociedade civil nos mais diversos domí-

nios de actividade, a Lei nº71/98, de 3 de Novembro, estabeleceu as bases do

enquadramento jurídico do voluntariado.

Procurando ir ao encontro das necessidades sentidas pelos voluntários

e pelas diversas entidades que enquadram a sua acção, a lei do voluntariado

delimitou com precisão o conceito de voluntariado, definiu os princípios

enquadradores do trabalho voluntário e contemplou um conjunto de medi-

das consubstanciadas em direitos e deveres dos voluntários e das organiza-

ções promotoras no âmbito de um compromisso livremente assumido de

dar cumprimento a um programa de voluntariado.

Tendo em conta a liberdade que caracteriza e define o voluntariado,

a regulamentação da citada lei, nos termos do seu artigo 11º, cinge-se às

condições necessárias à sua integral e efectiva aplicação e às condições de

efectivação dos direitos consignados no nº1 do seu artigo 7º, designada-

mente nas alíneas f ), g) e j).

Partindo destas premissas, designadamente no que respeita à garantia

da liberdade inerente ao voluntariado e do exercício de cidadania expresso

numa participação solidária, a presente regulamentação, no desenvolvi-

mento da Lei nº71/98, contempla também instrumentos operativos que

permitam efectivar direitos dos voluntários e promover e consolidar um

voluntariado sólido, qualificado e reconhecido socialmente.

Neste contexto, são, assim, objecto de regulamentação as condições de

efectivação dos direitos consignados no nº1 do artigo 7º, bem como outras

medidas que, de harmonia com o disposto no seu artigo 11º, se mostram

necessárias à sua integral e efectiva aplicação.

É, designadamente, o caso de se contemplar a criação do Conselho

Nacional para a Promoção do Voluntariado, cuja composição será definida

por resolução do Conselho de Ministros, o mesmo acontecendo ao orga-

nismo que prestará o apoio necessário ao seu funcionamento e execução das

deliberações. Esta entidade, para além de operacionalizar diversas acções

Page 111: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

109

relacionadas com a efectivação dos direitos dos voluntários, designada-

mente no que respeita à cobertura de responsabilidade civil das organiza-

ções promotoras, em caso de acidente ou doença contraída no exercício

do trabalho voluntário e à emissão e controlo do cartão de identificação do

voluntário, terá como objectivos fundamentais:

Desenvolver as acções indispensáveis ao efectivo conhecimento e carac-

terização do universo dos voluntários;

Apoiar as organizações promotoras e dinamizar acções de formação,

bem como outros programas que contribuam para uma melhor qualidade

e eficácia do trabalho voluntário, e desenvolver todo um conjunto de medi-

das que, situadas numa lógica de promoção e divulgação do voluntariado

concorram, de forma sistemática, para a sua valorização e para sensibilizar

a sociedade em geral para a importância da acção voluntária como instru-

mento de solidariedade e desenvolvimento.

Nesta base, o presente diploma procede à regulamentação da Lei

nº71/98, de 3 de Novembro, criando as condições que permitam promover e

apoiar o voluntariado tendo em conta a relevância da sua acção na constru-

ção de uma sociedade mais solidária e preocupada com os seus membros.

Assim:

Em cumprimento do previsto no artigo 11º da Lei nº17/98, de 3 de

Novembro, e nos termos da alínea c) do nº1 do artigo 198º da Constituição,

o Governo decreta, para valer como lei geral da República, o seguinte:

capítulo iDisposições gerais

Artigo 1ºObjectivosO presente diploma regulamenta a Lei nº71/98, de 3 de Novembro, que esta-

beleceu as bases do enquadramento jurídico do voluntariado.

Artigo 2ºOrganizações promotoras1 – Reúnem condições para integrar voluntários e coordenar o exercício da

sua actividade as pessoas colectivas que desenvolvam actividades nos domí-

nios a que se refere o nº3 do artigo 4º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro, e

que se integrem numa das seguintes categorias:

a) Pessoas colectivas de direito público de âmbito nacional, regional ou local;

Anexos

Page 112: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

110

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

b) Pessoas colectivas de utilidade pública administrativa;

c) Pessoas colectivas de utilidade pública, incluindo as instituições particu-

lares de solidariedade social.

2 – Podem ainda reunir condições para integrar voluntários e coordenar o

exercício da sua actividade organizações não incluídas no número anterior,

desde que o ministério da respectiva tutela considere com interesse as suas

actividades e efectivo e relevante o seu funcionamento.

Artigo 3ºEmissão do cartão de identificação do voluntário1 – A emissão do cartão de identificação de voluntário é efectuada mediante

requerimento da organização promotora dirigido à entidade responsável

pela sua emissão.

2 – Do requerimento deverão constar os seguintes elementos:

a) Referência à celebração do programa do voluntariado a que se refere

o artigo 9º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro;

b) Nome e residência do voluntário, bem como duas fotografias tipo passe;

c) Identificação da área de actividade do voluntário, nos termos do nº3 do

artigo 4º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro.

3 – A suspensão ou a cessação da colaboração do voluntário determina a

obrigatoriedade da devolução do cartão de identificação do voluntário à

organização promotora.

4 – No caso da cessação da colaboração do voluntário a organização promo-

tora deverá dar conhecimento do facto e devolver o cartão de identificação

do voluntário à entidade responsável pela sua emissão.

Artigo 4ºCartão de identificação de voluntário1 – O cartão de identificação de voluntário deve obedecer às dimensões

de 8,5x6,5 cm e conter obrigatoriamente elementos respeitantes à iden-

tificação do voluntário, da organização promotora e da área de actividade

do voluntário.

2 – Do cartão deve ainda constar a identificação da entidade responsável

pela sua emissão, bem como a data em que foi emitido.

3 – O cartão de identificação de voluntário é emitido segundo modelo

a aprovar por portaria do Ministro do Trabalho e da Solidariedade.

Page 113: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

111

Artigo 5ºAcreditação e certificação do trabalho voluntárioA acreditação e certificação do trabalho voluntário efectua-se mediante cer-

tificado emitido pela organização promotora no âmbito da qual o voluntário

desenvolve o seu trabalho, onde, para além da identificação do voluntário,

deve constar, designadamente, o domínio da respectiva actividade, o local

onde foi exercida, bem como o seu início e duração.

capítulo iiEnquadramento no regime do seguro social voluntário

Artigo 6ºRequisitosPode beneficiar do regime do seguro social voluntário a que se refere a

alínea c) do nº1 do artigo 7º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro, o voluntário

que preencha, cumulativamente, os seguintes requisitos:

a) Tenha mais de 18 anos;

b) Esteja integrado num programa de voluntariado, nos termos do artigo 9º

da Lei nº71/98, de 3 de Novembro;

c) Não esteja abrangido por regime obrigatório de protecção social pelo

exercício simultâneo de actividade profissional, nomeadamente auferindo

prestações de desemprego;

d) Não seja pensionista da segurança social ou de qualquer outro regime de

protecção social.

Artigo 7ºRequerimento1 – O enquadramento no regime do seguro social voluntário depende da

manifestação de vontade do interessado, mediante a apresentação de

requerimento no centro regional de segurança social cujo âmbito territorial

abranja a área de actividade da respectiva organização promotora, instruído

com os seguintes documentos:

a) Bilhete de identidade, cédula pessoal, certidão de nascimento ou outro

documento de identificação;

b) Declaração emitida pela organização promotora comprovativa de que

o voluntário se insere num programa de voluntariado;

c) Declaração do interessado de que preenche os requisitos constantes

das alíneas c) e d) do nº1 do artigo 6º;

Anexos

Page 114: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

112

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

d) Certificação médica de aptidão para o trabalho efectuada pelo sistema

de verificação de incapacidades, através do médico relator.

2 – O interessado deve comunicar ao centro regional de segurança social

todas as alterações da sua situação susceptíveis de influenciar o enquadra-

mento no regime do seguro social voluntário.

Artigo 8ºCessação do enquadramento1 – A cessação do trabalho voluntário determina a cessação do enqua-

dramento no regime do seguro social voluntário, devendo a organização

promotora comunicar tal facto ao centro regional competente, até ao final

do mês seguinte àquele em que se verificou a respectiva cessação.

2 – Verifica-se ainda a cessação do enquadramento no regime quando o bene-

ficiário deixar de preencher algum dos requisitos constantes do artigo 6º

3 – A cessação do enquadramento produz efeitos a partir da data do facto

determinante da mesma.

Artigo 9ºReinício do enquadramentoO enquadramento pode ser retomado, a requerimento do voluntário, desde

que os requisitos sejam de novo comprovados.

Artigo 10ºEsquema de prestações1 – O voluntário abrangido pelo seguro social voluntário, nos termos do

presente diploma, tem direito às prestações nas eventualidades de invalidez,

velhice, morte e doença profissional.

2 – A cobertura do risco de doenças profissionais é assegurada pelo Centro

Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais.

3 – Para efeitos do disposto no número anterior, a actividade prestada como

voluntário considera-se equiparada a actividade profissional.

Artigo 11ºObrigação contributiva1 – As contribuições para a segurança social são determinadas pela aplicação

das taxas contributivas, para as respectivas eventualidades, nos termos do

disposto nos artigos 39º e 40º do Decreto-Lei nº40/89, de 12 de Fevereiro, à

remuneração mínima nacional garantida à generalidade dos trabalhadores.

Page 115: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

113

2 – O pagamento das contribuições referidas nos números anteriores é efec-

tuado pela organização promotora que integra o voluntário.

Artigo 12ºRegime subsidiárioEm tudo o que não se encontre especificamente regulado no presente

capítulo aplicam-se as disposições em vigor para o seguro social voluntário

constantes do Decreto-Lei nº40/89, de 1 de Fevereiro.

capítulo iiiVoluntário empregado

Artigo 13ºConvocação do voluntário empregado, durante o período de trabalho1 – O voluntário empregado pode ser convocado pela organização promo-

tora, para prestar a sua actividade durante o tempo de trabalho, nos seguin-

tes casos:

a) Por motivo de cumprimento de missões urgentes que envolvam o recurso

a determinados meios humanos que não se encontrem disponíveis em

número suficiente ou com a preparação adequada para esse efeito;

b) Em situação de emergência, calamidade pública, acidentes de origem

climatérica ou humana que pela sua dimensão ou gravidade justifiquem

a mobilização dos meios existentes afectos às áreas responsáveis pelo

controlo da situação e reposição da normalidade ou em casos de força maior

devidamente justificados;

c) Em situações especiais inadiáveis em que a participação do voluntário seja

considerada imprescindível para a prossecução dos objectivos do programa

de voluntariado.

2 – Para efeitos do disposto na alínea c) do número anterior o voluntário

dispõe de um crédito de quarenta horas anuais.

Artigo 14ºTermos da convocatóriaAs faltas ao trabalho pelos motivos referidos no artigo anterior devem ser

precedidas de convocação escrita da organização promotora, da qual conste

a natureza da actividade a desempenhar e o motivo que a justifique, podendo,

em caso de reconhecida urgência, ser feita por outro meio, designadamente

por telefone, devendo ser confirmada por escrito no dia útil imediato.

Anexos

Page 116: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

114

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Artigo 15ºEfeitos das faltasAs faltas ao trabalho do voluntário empregado, devidamente convocado,

consideram-se justificadas, sem perda de retribuição ou quaisquer outros

direitos e regalias, nos termos do nº2 do artigo 7º da Lei nº71/98, mediante

a apresentação da convocatória e do documento comprovativo do cum-

primento da missão para que foi convocado, passado pela organização

promotora.

capítulo ivAcidente ou doença contraída no exercício do trabalho voluntário

Artigo 16ºSeguro obrigatório1 – A protecção do voluntário em caso de acidente ou doença sofridos ou

contraídos por causa directa e especificamente imputável ao exercício do tra-

balho voluntário é garantida pela organização promotora, mediante seguro

a efectuar com as entidades legalmente autorizadas para a sua realização.

2 – O seguro obrigatório compreende uma indemnização e um subsídio diá-

rio a atribuir, respectivamente, nos casos de morte e invalidez permanente

e de incapacidade temporária.

Artigo 17ºApólice de seguro de grupoPara a realização do seguro obrigatório será contratada apólice de seguro

de grupo.

capítulo vPrograma de voluntariado

Artigo 18ºPrograma de voluntariado1 – Na elaboração do programa de voluntariado a que se refere o artigo 9º

da Lei nº71/98 deverão ser tidas em conta as especificidades de cada sector

de actividade em que se exerce o voluntariado.

2 – A especificidade de cada sector de actividade poderá justificar a elabora-

ção de um modelo de programa a aprovar pelo ministro da tutela.

Page 117: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

115

Artigo 19ºDespesas derivadas do cumprimento do programa de voluntariado1 – O voluntário, sem prejuízo da realização de despesas inadiáveis e reem-

bolsáveis nos termos da alínea j) do artigo 7º da Lei nº71/98, não pode ser

onerado com despesas que resultem exclusivamente do exercício regular do

trabalho voluntário nos termos acordados no respectivo programa.

2 – Sempre que a utilização de transportes públicos pelo voluntário seja

derivada exclusivamente do cumprimento do programa de voluntariado, a

organização promotora diligenciará no sentido de ser facultado ao voluntá-

rio o título ou meio adequado de transporte.

capítulo viConselho Nacional para a Promoção do Voluntariado

Artigo 20ºConstituição1 – Com o fim de desenvolver e qualificar o voluntariado é criado o

Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado.

2 – Por resolução do Conselho de Ministros serão definidas a composição

do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, assim como

o organismo que lhe prestará o apoio necessário ao seu funcionamento

e execução das suas deliberações.

Artigo 21ºCompetênciasCompete ao Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado desen-

volver as acções indispensáveis à promoção, coordenação e qualificação

do voluntariado, nomeadamente:

a) Desenvolver as acções adequadas ao conhecimento e caracterização

do universo dos voluntários;

b) Emitir o cartão de identificação do voluntário nos termos estabelecidos

no artigo 3º;

c) Promover as acções inerentes à contratação de uma apólice de seguro de

grupo entre as organizações promotoras e as entidades seguradoras tendo

em vista a cobertura da responsabilidade civil nos termos referidos nos

artigos 16º e seguintes;

Anexos

Page 118: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

116

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

d) Providenciar junto das empresas transportadoras, sempre que se justifi-

que, a celebração de acordos para utilização de transportes públicos pelos

voluntários, considerando o disposto no nº2 do artigo 19º;

e) Dinamizar, com as organizações promotoras, acções de formação, bem

como outros programas que contribuam para uma melhor qualidade e eficá-

cia do trabalho voluntário;

f ) Conceder apoio técnico às organizações promotoras mediante a disponi-

bilização de informação com interesse para o exercício do voluntariado;

g) Promover e divulgar o voluntariado como forma de participação social e

de solidariedade entre os cidadãos, através dos meios adequados, incluindo

os meios de comunicação social;

h) Sensibilizar a sociedade em geral para a importância do voluntariado

como forma de exercício do direito de cidadania, promovendo a realização

de debates, conferências e iniciativas afins;

i) Promover a realização de estudos sociológicos, designadamente em cola-

boração com as universidades, sobre a atitude, predisposição e motivação

dos cidadãos para a realização do trabalho voluntário;

j) Sensibilizar as empresas para, em termos curriculares, valorizarem a

experiência adquirida em acções de voluntariado, especialmente dos jovens

à procura de emprego;

l) Acompanhar a aplicação do presente diploma e propor as medidas que se

revelem adequadas ao seu aperfeiçoamento e desenvolvimento.

capítulo viiDisposições finais

Artigo 22ºAvaliaçãoNo prazo de um ano após a entrada em vigor do presente diploma será feita

a avaliação dos mecanismos no mesmo estabelecidos para operacionali-

zação e promoção do trabalho voluntário, nomeadamente o desenvolvido

pelos titulares dos órgãos sociais das organizações promotoras, tendo em

vista a introdução das alterações que se mostrem necessárias.

Artigo 23ºEntrada em vigorO presente diploma entra em vigor um mês após a data da sua publicação.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 22 de Julho de 1999. – Jaime

José Matos da Gama – Guilherme d’Oliveira Martins – Francisco Ventura

Page 119: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

117

Ramos – Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues – José Sócrates Carvalho

Pinto de Sousa.

Promulgado em 17 de Setembro de 1999.

Publique-se.

O Presidente da República, Jorge Sampaio.

Referendado em 20 de Setembro de 1999.

O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.

ANEXO 3

Presidência do Conselho de Ministros

Conselho de Ministros

Resolução nº50/2000 (2ª série)

As bases do enquadramento jurídico do voluntariado foram estabelecidas

pela Lei nº71/98, de 3 de Novembro.

Trata-se de uma lei quadro que visou precisar conceitos e definir direitos

e obrigações sem colidir com a liberdade essencial que caracteriza e define o

voluntariado.

Com idêntica preocupação, o Decreto-Lei nº389/99 de 30 de Setembro,

que procedeu à sua regulamentação, teve não só em conta a definição

do quadro regulador das condições de acesso e garantia dos direitos do

voluntário mas também a criação de mecanismos que permitam potenciar,

valorizar e divulgar o voluntariado.

É assim que, completando e desenvolvendo as previsões da citada lei, foi

criado, no âmbito da sua regulamentação, pelo artigo 20º do Decreto-Lei

nº389/99, o Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado. Trata-se

de uma entidade que, para além de promover diversas acções especialmente

relacionadas com a efectivação dos direitos dos voluntários, tem ainda como

competência desenvolver todas as acções indispensáveis à promoção, coor-

denação e qualificação do voluntariado tal como se encontram enunciadas

no artigo 21º daquele decreto-lei.

Nos termos do citado artigo 20º, a composição deste Conselho assim

como o organismo que lhe prestará apoio necessário ao seu funciona-

mento e à execução das suas deliberações serão definidos por resolução do

Conselho de Ministros.

Anexos

Page 120: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

118

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Assim:

Nos termos da alínea g) do artigo 199º da Constituição, o Conselho de

Ministros resolve:

1 – Definir a composição e funcionamento do Conselho Nacional para

a Promoção do Voluntariado, tendo em vista a concretização das compe-

tências que, nos termos do artigo 21º do Decreto-Lei nº389/99, de 30 de

Setembro, lhe foram cometidas.

2 – O Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, adiante desig-

nado por Conselho Nacional, é constituído na dependência do Ministro

do Trabalho e da Solidariedade e nele estão representadas as entidades

públicas ou privadas com intervenção nos diversos domínios de actividade

do voluntariado.

2.1 – O Conselho Nacional é composto por:

a) Uma individualidade a nomear por despacho do Ministro do Trabalho

e da Solidariedade, a qual presidirá ao Conselho Nacional;

b) Um representante do Ministro dos Negócios Estrangeiros;

c) Um representante do Ministro da Defesa Nacional;

d) Um representante do Ministro da Administração Interna;

e) Dois representantes do Ministro do Trabalho e da Solidariedade;

f ) Um representante do Ministro da Justiça;

g) Um representante do Ministro da Educação;

h) Um representante do Ministro da Saúde;

i) Um representante do Ministro do Ambiente e do Ordenamento

do Território;

j) Um representante do Ministro da Cultura;

l) Um representante do Ministro para a Igualdade;

m) Um representante do Secretário de Estado da Presidência

do Conselho de Ministros;

n) Um representante do Secretário de Estado da Juventude;

o) Um representante do Governo Regional dos Açores;

p) Um representante do Governo Regional da Madeira;

q) Um representante da Associação Nacional dos Municípios

Portugueses;

r) Um representante da Associação Nacional de Freguesias;

s) Um representante da União das Instituições Particulares

de Solidariedade Social;

t) Um representante da União das Misericórdias Portuguesas;

u) Um representante da União das Mutualidades Portuguesas;

v) Um representante da Cruz Vermelha Portuguesa.

Page 121: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

119

2.2 – Integram ainda o Conselho Nacional representantes das associações

com uma actuação mais directamente relacionada com o exercício do

voluntariado, sendo designado um representante por cada domínio de

actividade referido no nº3 do artigo 4º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro,

pelo membro do Governo que assegure a respectiva tutela.

3 – O Conselho é constituído pelos seguintes órgãos:

a) O presidente;

b) O plenário.

3.1 – O plenário é composto por todos os membros do Conselho Nacional.

3.2 – Os membros do Conselho Nacional são designados por um

período de três anos, renovável.

4 – Ao presidente do Conselho Nacional compete:

a) Dirigir o Conselho Nacional e representá-lo publicamente;

b) Elaborar a agenda das reuniões;

c) Convocar e dirigir as reuniões do plenário;

d) Assegurar o encaminhamento das deliberações do Conselho Nacional;

e) Elaborar o plano anual de acordo com as suas competências a submeter

à apreciação e aprovação do plenário.

4.1 – O presidente é coadjuvado, na sua acção, por um secretário, que

designará de entre os representantes do Ministério do Trabalho e da

Solidariedade que integram o respectivo Conselho Nacional.

4.2 – O presidente designa, de entre os membros do Conselho Nacional,

quem o substituirá nas suas ausências e impedimentos.

5 – Ao plenário compete desenvolver todas as acções necessárias à promo-

ção, coordenação e qualificação do voluntariado no âmbito das competên-

cias previstas no artigo 21º do Decreto-lei nº389/99, de 30 de Setembro.

5.1 – O plenário reúne ordinariamente uma vez por trimestre e extra-

ordinariamente sempre que convocado pelo presidente, por sua iniciativa

ou a requerimento de, pelo menos, um terço dos seus membros.

5.2 – O plenário delibera por maioria, tendo o presidente voto de

qualidade.

5.3 – Podem ser constituídas comissões especializadas para a análise

e estudo de matérias específicas a submeter à deliberação do plenário.

5.4 – Das reuniões são lavradas actas.

6 – O Conselho Nacional deve elaborar e divulgar um relatório anual de

actividades.

7 – Compete ao Instituto para o Desenvolvimento Social assegurar o apoio

permanente necessário ao bom funcionamento do Conselho Nacional e à

execução das suas deliberações bem como providenciar a sua instalação.

Anexos

Page 122: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

120

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

8 – O Conselho Nacional deve estar constituído até ao final do mês seguinte

ao da publicação da presente resolução e entrar em funcionamento nos 30

dias subsequentes.

9 – As normas de funcionamento interno constam de regulamento a

elaborar pelo Conselho no prazo de 90 dias a contar da data da entrada em

funcionamento e a aprovar pelo Ministro do Trabalho e da Solidariedade.

10 – Até 30 de Outubro de 2000 o Conselho deverá elaborar um primeiro

relatório contendo a avaliação dos mecanismos estabelecidos no Decreto-Lei

nº389/99, de 30 de Setembro, nos termos definidos no respectivo artigo 22º,

e também a avaliação da composição e funcionamento do Conselho Nacional,

tendo em vista a realização dos objectivos que presidiram à sua constituição.

30 de Março de 2000 – O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira

Guterres.

ANEXO 4

Assembleia Geral das Nações Unidas

Resolução 40/212

Día Internacional de los Voluntarios para el Desarrollo Económico y Social La Asamblea General,

Tomando nota del informe del Administrador del Programa de las Naciones

Unidas para el Desarrollo sobre el Programa de Voluntarios de las Naciones

Unidas y de la decisión pertinente del Consejo de Administración.

Considerando que los servicios de voluntarios, incluido el de los

Voluntarios de las Naciones Unidas, aportan una contribución importante a

las actividades de desarrollo socioeconómico.

Reconociendo la conveniencia de estimular la labor de todos volunta-

rios, que trabajan tanto sobre el terreno como en el marco de organizaciones

multilaterales, bilaterales o nacionales, no gubernamentales o con apoyo de

los gobiernos de dar aliento a esos voluntarios, muchos de los cuales pres-

tan sus servicios a costa de considerables sacrificios personales.

Invita también a los gobiemos a celebrar todos los años, el 5 de

Diciembre, él Día Internacional de los Voluntarios para el Desarrollo

Económico y Social, y los exhorta a adoptar medidas para que se cobre

mayor conciencia de la importante contribución que aportan los volunta-

rios, lo cual estimulará a más personas de toda condición a ofrecer sus servi-

cios coma voluntarios, tanto en sus países de origen como en el extranjero.

Page 123: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

121

Invita también a los organismos especializados, a otras organizaciones

del sistema de las Naciones Unidas y a las organizaciones no gubernamen-

tales que facilitan servicios de voluntarios, están afiliados a ese tipo de servi-

cios o se benefician de ellos en cualquier forma a que emprendan y promue-

van actividades encaminadas a que el público cobre mayor conciencia de la

contribución que los voluntarios aportan a su labor.

Pide al Secretario General que continúe promoviendo en todo el mundo

la publicidad acerca de la importante función que cumplen los servicios de

voluntarios.

ANEXO 5

Résolution A/RES/52/17 de l’ONU, apdoptée par l’Assemblée générale, proclamant 2001 Année Internationale des Volontaires

Resolution Adoptée Par L’Assemblée Générale

[sans renvoi a une grande commission (A/52/L.22 et Add.1)]

52/17. Année Internationale des Volontaires, 2001

L’Assemblée générale,

Rappelant ses résolutions 2659 (XXV) du 7 décembre 1970, 31/131 du 16

décembre 1976, 31/166 du 21 décembre 1976, 40/212 du 17 décembre 1385

et 49/139 B du 20 décembre 1994, et ayant à l’esprit la décision 96/32 du

Conseil d’administration du Programme des Nations Unies pour le déve-

loppement/Fonds des Nations Unies pour la population, dans laquelle le

Conseil prenait acte de l’ampleur de la contribution dês volontaires dans

le monde entier et appuyait les efforts des Volontaires des Nations Unies

tendant à promouvoir plus avant le volontariat.

Tenant compte de sa décision 35/424 du 5 décembre 1980 et de la réso-

lution 1980/67 du Conseil économique et social en date du 25 juillet 1980

relatives aux principes directeurs concernant les années internationales et

les anniversaires.

Notant l’importante contribution des volontaires, dans leur propre

pays, à l’amélioration du bienêtre de leurs concitoyens et à la réalisation des

aspirations de ceux-ci à des conditions économiques et sociales meilleures,

le fait que leurs activités sont financées dans une large mesure par la société

civile, y compris le secteur privé, et les principales réalisations des volontai-

res qui ont pour mission, a l’échelle internationale, d’atteindre les objectifs

de développement des états membres, Notant l’aide que les Volontaires des

Anexos

Page 124: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

122

Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Nations Unies apportent en particulier aux organismes et aux opérations des

Nations Unies, dans les domaines du développement social et économique,

de l’aide humanitaire et de la promotion de la paix, de la démocratie et du

respect des droits de l’homme, avant tout pour aider à établir un lien étroit

entre ces efforts et les populations bénéficiaires.

Notant également qu’il importe que de nouveaux acteurs, notamment

des particuliers et des organisations de la société civile, prennent l’initiative

au niveau local, national et international, en partenariat avec les gouverne-

ments, comme cela est souligné dans la déclaration de Copenhague sur le

développement social et le programme d’action du sommet mondial pour

le développement social,(1) Ayant à l’esprit la conclusion de la quatrième

Conférence mondiale sur les femmes, selon laquelle l’éducation des femmes

devrait être un processus continu tout au long de la vie, qui englobe le volon-

tariat,(2) et notant que beaucoup d’activités de volontariat sont réalisées par

des femmes et que ce travail utile sur le plan social devrait être reconnu et

soutenu comme il convient.

Convaincue que le volontariat est plus nécessaire que jamais, étant

donné l’impact négatif sur les couches les plus vulnérables de la soci-

été de problèmes mondiaux tels que la dégradation de l’environnement,

l’abus des drogues et le Virus de l’Immunodéficience Humaine/Syndrome

d’Immunodéficience Acquise, et la tendance de la société civile, en partena-

riat avec les pouvoirs publics et le secteur privé, à assumer des responsabili-

tés toujours plus importantes dans le processus de développement.

Convaincue également que la proclamation d’une année aux fins de

mieux faire connaître, faciliter, coordonner et promouvoir le volontariat,

l’accent étant mis sur l’activité à l’échelon local, pourrait grandement

contribuer à mieux faire prendre conscience des réalisations et du potentiel

supplémentaire du volontariat, à encourager un nombre beaucoup plus

grand d’individus à offrir leurs services et à dégager dês ressources permet-

tant d’accroître l’efficacité dans ce domaine.

Notant avec satisfaction que le projet de proclamation de l’année a béné-

ficié d’un appui général au sein de la société civile,

1. Proclame l’année 2001 Année internationale des volontaires;

2. Invite les gouvernements, les organismes des Nations Unies, les orga-

nisations intergouvernementales, les organisations de volontaires, les

Organisations Non Gouvernementales et les organisations communautaires

à collaborer en vue de définir les moyens de mieux faire connaître, faciliter,

coordonner et promouvoir le volontariat, dans le cadre des préparatifs et de

la célébration de l’Année;

Page 125: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

123

3. Désigne le Programme des Volontaires des Nations Unies, sans préjudice

des priorités actuelles, comme centre de coordination des préparatifs, de

la célébration et du suivi de l’Année en étroite collaboration avec les autres

organisations du système des Nations Unies, et encourage les Volontaires

des Nations Unies à poursuivre le processus d’étroite collaboration et de

partenariat avec les gouvernements, les organisations internationales et

nationales de volontaires et les Organisations Non Gouvernementales, en

particulier dans le cadre dês préparatifs et de la célébration de l’Année;

4. Invite les organes directeurs et les organisations compétentes du système

des Nations Unies à envisager, compte tenu de leurs domaines d’activité

ainsi que des principes et des objectifs de l’Année, de faire des efforts parti-

culiers par le biais de programmes en cours et nouveaux durant la période

1998-2001 et à assurer le suivi de l’Année au profit de tous les pays et de tous

les peuples;

5. Exhorte les États Membres et tous les autres participants à la célébration

de l’Année à faire de l’an 2001 un événement exceptionnel qui sera utile aux

peuples du monde dans leur quête pour une vie meilleure, sur la base d’un

engagement librement consenti de particuliers et de groupes disposés à

donner de leur temps et à partager leurs ressources et leurs connaissances

dans l’intérêt des plus démunis;

6. Demande qu’une campagne de promotion et d’information concertée soit

menée en faveur de l’Année aux niveaux national, régional et international,

avec une forte participation des médias;

7. Prie le Secrétaire général de prendre des mesures spécifiques, dans la

limite des ressources existantes et avec l’aide de contributions volontaires et

en mobilisant tous les moyens de communication à sa disposition, en parti-

culier dans le cadre du mandat du département de l’information du secré-

tariat, pour donner une large publicité aux préparatifs et à la célébration de

l’Année et diffuser des informations sur ce sujet.

1 Rapport du Sommet Mondial sur le Développement Social, Copenhague,

6-12 Mars 1995

(publication des Nations Unies, No. E.96.IV.8), chap I, résolution 1.

2 Rapport de la Quatrième Conférence sur les Femmes, Pékin, 4-15

Septembre 1995

(publication des Nations Unies, No. E.96.IV.13), chap. I, résolution 1,

annexe II, para. 73.

Anexos

Page 126: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

124

Bancos locais de voluntariado

Aveiro

Banco de Voluntariadode Oliveira de Azeméis Câmara Municipal Av. Dr. Albino dos Reis, Ed. Vista Alegre3720-241 Oliveira de AzeméisT: 256 682 846F: 256 668 [email protected]

Banco de VoluntariadoSanta Maria da Feira Câmara Municipal Praça da República4720-909 Santa Maria da FeiraT: 256 370 800F: 256 370 [email protected]

Castelo Branco

Banco de Voluntariadode Idanha-a-Nova Câmara Municipal Largo Sra do Rosário6060 – 163 Idanha-a-NovaT: 277 201 100F: 277 201 [email protected]

Banco de Voluntariado de Proença-a-Nova Câmara Municipal Largo Dr. Pedro da Fonseca6150-518 Proença-a-NovaT: 274 672 800F: 274 672 [email protected]

Coimbra

Banco Voluntariado de Arganil Câmara Municipal Praça Simões DiasApartado 103304-954 ArganilT: 235 200 177F: 235 200 [email protected]

Banco de Voluntariadode Cantanhede Câmara Municipal Praça Marquês de Marialva3060-133 CantanhedeT: 231 410 123F: 231 410 199

Page 127: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

125

Banco de Voluntariado de Coimbra Câmara Municipal Praça 8 de Maio3000-300 CoimbraT: 239 828 220F: 239 820 [email protected]

Banco de Voluntariado da Figueira da Foz Câmara Municipal Av. Saraiva de Carvalho3084-501 Figueira da FozT: 233 403 300F: 233 403 316

Banco de Voluntariado da Lousã Câmara Municipal Rua Dr. João Santos3200-953 LousãT: 239 990 370F: 239 990 379

Évora

Banco de Voluntariado de Évora Fundação Éugenio de Almeida Páteo de S. MiguelApartado 20017001-901 ÉvoraT: 266 748 344F: 266 748 [email protected]/banco-voluntariado

Faro

Banco de Voluntariado de Tavira

Câmara Municipal Praça da República8800-951 TaviraT: 281 320 589 F: 281 322 888

Leiria

Banco de Voluntariado de Caldas da Rainha Câmara Municipal Largo 25 de Abril2500 Caldas da RainhaT: 262 83 97 00F: 262 839 726

Lisboa

Banco de Voluntariado de Lisboa Câmara Municipal e Associação Coração Amarelo Rua Projectada à Rua Sousa Lopes, 10 AT: 217 931 759F: 217 931 [email protected]

Bolsa de Voluntariado de Oeiras Câmara Municipal Largo Marques de Pombal2780 OeirasT: 214 408 573F: 214 408 [email protected]

Bancos locais de voluntariado

Page 128: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Banco de Voluntariado de Cascais Câmara Municipal Praça 5o de Outubro2754-501 CascaisT: 214 825 000F: 214 837 714www.cm-cascais.pt

Banco de Voluntariado de Odivelas Câmara Municipal Rua Laura Alves, 5-1o2675 OdivelasT: 219 344 660F: 219 344 [email protected]

Banco de Voluntariado de Torres Vedras Câmara Municipal Av. 5 de Outubro2560-270 Torres VedrasT/F: 261 336 [email protected]

Banco de Voluntariado de Sintra Câmara Municipal Rua Dr. Álv. de Vasconcelos, Lt 2-1oPortela de Sintra2710 SintraT: 219 236 022Fax 219 236 038

Banco de Voluntariado de Linda-A-VelhaJunta de FreguesiaLargo do Mercado, Lj 92795-141 Linda-a-VelhaT: 214 141 895F: 214 144 304

Portalegre

Banco de Voluntariado de NisaCâmara Municipal Praça do Município6050 NisaT: 245 410 000F: 245 412 [email protected]êncianasolidariedade.org

Banco de Voluntariado de Castelo de Vide Santa Casa da Misericórdia de Castelo de Vide Rua de Santo Amaro, 23-257320 Castelo de VideT: 245 908 175

Porto

Banco Voluntariado de Santo TirsoS. C. da Misericórdia de Santo Tirso Rua da Misericórida, 171Apartado 764874-909 Santo TirsoT: 252 808 260F: 252 808 269est.proj@misericordia-santotirso.orgwww.misericordia-santotirso.org

Banco Voluntariado V. N. de Gaia Câmara Municipal Rua Álvares Cabral4400-017 Vila Nova de GaiaT: 223 742 915F: 223 742 917 [email protected]

Page 129: Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

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Setúbal

Agência de Voluntariado Social do Barreiro Conselho local de Acção Social do Barreiro (Rede Social) e Câmara MunicipalRua Miguel Bombarda2830-355 BarreiroT: 212 068 255F: 212 068 [email protected]

Viana do Castelo

Banco Voluntariado de Ponte da Barca Câmara Municipal Rua Conselheiro Rocha4980-626 Ponte da BarcaT:258 480 180F: 258 455 976

Madeira

Casa do Voluntário Casa do Voluntário Rua dos Barreiros, 269050-033 FunchalT: 291 281 938 [email protected]://casadovoluntario.no.sapo.pt

Bancos locais de voluntariado

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