Como Implantar, desenvolver e manter grupos pequenos fortes e saudáveis

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Como e por que implantar grupos pequenos?Quais estratégias?Evitando erros que impedem o crescimento. A visão de Deus para o crescimento. A visão de Deus para o crescimento e para os relacionamentos humanos. Autor: Priscila Laranjeira. Formato: 14x21.Número de páginas: 192. ISBN: 85-7459-263-3

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Parte

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Como

Implantar

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Capítulo I

Como e por que implantar

Grupos Pequenos

“Foi Deus quem deu dons às pessoas.

Escolheu alguns para serem apóstolos, outros para profetas, outros

para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres da Igreja.

Ele fez isso para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a

fim de construir o corpo de Cristo. Desse modo todos nós chegaremos a uni-

dade na nossa fé e no nosso conhecimento do Filho de Deus.

E assim seremos pessoas maduras, pois cresceremos até alcançar a

altura espiritual de Cristo”.

Efésios 3:11-14

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Introdução: Uma estratégia divina

No meio cristão, na atualidade, é impossível fingir quealgo não está acontecendo. Desde o início da década de 80 omover do Espírito Santo de Deus tem se feito sentir de maneiraintensa. Estratégias visando uma vida cristã de maior profundi-dade têm sido adotadas. A explosão do evangelho em nossopaís e no mundo não aconteceu por acaso. Um verdadeiroinsight divino, simultâneo, aconteceu. Assim como no início daera cristã, o compartilhar dos ensinamentos de Jesus voltou aacontecer nos lares. Cada casa tornou-se um lugar aberto paraencontros, uma oportunidade para evangelismo, para compar-tilhar da Palavra de Deus e para vínculos de amizade. Umministério voltado para o desenvolvimento de relacionamentossignificativos, para o fortalecimento de laços de amizade eamor; um ministério onde o pastoreio mútuo ganhou dimen-sões perdidas há muito tempo.

A célula é a menor unidade estrutural do ser vivo e o corpohumano tem cerca de 100 trilhões de células! A célula é capazde manifestar as propriedades de um ser vivo, ela é capaz desintetizar seus componentes, de crescer e multiplicar-se. Todosos seres vivos são compostos desta unidade fundamental,desde as mais simples estruturas unicelulares (bactérias e proto-zoários) até os mais complexos (seres humanos e plantas). Portodas as características e propriedades de uma célula, não devenos causar espanto ou admiração o fato da palavra ter sidoempregada para definir uma estratégia onde o esforço indivi-dual somado aos demais é essencial para o desenvolvimento ecrescimento da igreja. Desenvolvimento e crescimento saudá-vel, diga-se de passagem.

Mas a terminologia não é tão importante quanto a ação.Muitas igrejas denominaram os seus Grupos Pequenos de

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acordo com a realidade local: NEB – Núcleo de EstudoBíblico, Grupos Familiares, Grupos de Crescimento, etc. A ter-minologia fica à escolha, mas o importante mesmo é usar estaestratégia divina para a igreja do século XXI.

Nestes dias onde a Internet transforma a comunicação emvirtual e superficial, Deus quer estabelecer comunhão com oser humano criado e tão amado por Ele. Deus deseja se revelarpor meio de pessoas que realmente se importam com você.Dias de experimentar a vontade de Deus, que é boa, perfeita eagradável.

Por que implantar Grupos Pequenos?

Grupos Pequenos são uma grande estratégia para edificara igreja, mas é preciso que antes de sua implantação as igrejasdefinam quais os valores básicos desejam alcançar. Se essa defi-nição de valores não acontece, o risco de desilusão, frustração,fracasso e desistência é grande.

Antes de qualquer atitude é preciso muito tempo inves-tido em oração; tempo investido em consultas e conversas coma liderança e os membros da igreja. Impressionados com ogrande e aparentemente fácil crescimento das igrejas em Gru-pos Pequenos, muitos pastores e líderes decidem sozinhos“decretar” que a partir de data tal a igreja estará em GruposPequenos ou células. Este ponto de partida autoritário pode sero detonador do fracasso. Declarar claramente qual é o propó-sito, de modo que cada pessoa saiba onde os Grupos Pequenosse enquadram na estratégia e na visão geral da igreja é fator pre-ponderante para iniciar o processo de implantação.

Mas por que implantar esta estratégia em igrejas históri-cas?

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Durante a Reforma Protestante, Martim Lutero e outrosreformadores batalharam para que a Bíblia fosse lida, conhe-cida e praticada. Eles lutaram para que a Escritura Sagrada fosseo único código de fé e prática. Eles ousaram lutar contra opoder da Cúria Romana para defender verdades que se acha-vam soterradas por crenças e dogmas que iam contra os ensina-mentos bíblicos. Em nossos dias, a igreja que se reúne semanal-mente, nos lares, indica uma retomada aos primórdios da vidacristã, quando por um motivo ou por outro as casas eram oprincipal lugar de cultuar a Deus. Mas para quê encontros noslares se temos o templo? Para estabelecer e fortalecer vínculosde amizade, de união fraternal, para evangelismo por amizade,para pastoreio mútuo e para discipulado.

Nos últimos 20 anos, no Brasil, passamos de 16 milhõespara 40 milhões de evangélicos. Recentes pesquisas afirmamque somos atualmente 30% da população brasileira. Esse cres-cimento no número dos evangélicos, chamado de explosivo,infelizmente não tem sido sentido na sociedade. Há 30 anos,quando alguém dizia professar a fé evangélica isso fazia dife-rença. Ser cristão evangélico queria dizer algo. Ser cristão erasinônimo de seriedade, honestidade e de bom caráter. De lá pracá muita coisa mudou e não foi para melhor. A explosão dosevangélicos fez com que muita gente se declarasse como tal,independente de ser ou praticar. As igrejas cresceram e esse ver-dadeiro boom ocasionou templos cheios, mas muitas pessoassem conhecimento e sem profundidade na Palavra de Deus.Nesse momento, em todo o mundo, surgem Grupos Pequenoscomo estratégia.

A implantação de Grupos Pequenos deve acontecer por-que as pessoas da igreja consideram o propósito de GruposPequenos uma maneira de uma pessoa interessada ligar-se aosoutros. Outros ministérios são considerados maneiras igual-mente válidas para desenvolvimento de um relacionamento

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cristão realmente significativo, mas esta estratégia engloba umasérie de outras, tais como compartilhamento da Palavra deDeus, parceiros de oração, pastoreio mútuo, evangelismo poramizade, discipulado e relacionamento. Os erros e acertos deoutras igrejas podem acontecer quando da implantação em suaigreja, por isso mais uma vez recomendamos oração: ore muito,envolva outros nesse processo de oração em busca da vontadede Deus.

Provavelmente em sua igreja ou comunidade de fé já exis-tam grupos despontando. Há mulheres que oram, há homensque estudam a Palavra de Deus, há adolescentes comprometi-dos e os jovens são uma verdadeira bênção. Então, por queimplantar? Para fortalecimento, para ampliação da estrutura epara crescimento espiritual saudável.

A Igreja do Novo Testamento foi o resultado da transiçãoda instituição do judaísmo centrado num local geográfico(Israel), numa cidade (Jerusalém), num templo (casa de Deus),num sacerdócio limitado a uma tribo (Levi) e num dia especí-fico de adoração (Sábado), com a finalidade exclusiva de pre-servação da instituição com os seus ritos, preceitos e leis, paraum movimento leve, ágil e penetrante, sem centralização numlocal geográfico. Como isso aconteceu? Por meio de Jesus quedeu a seguinte ordem: “Ide por todo mundo e fazei discípulos de todas

as nações.” Quando o mundo passou a ser o alvo, todas as cida-des passaram a ser importantes. O templo em Jerusalém deixoude ser o único local de adoração e celebração. As casas como asde Lídia, Áquila e Priscila, Filemon, Ninfa, etc. passaram a serigrejas. Todo cristão passou a fazer parte do sacerdócio real.Todos os dias são dias para louvor e adoração e nós somos otemplo do Espírito Santo de Deus. Jesus foi o protagonistadesta mudança. É com Ele que devemos aprender.

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Alguns pontos importantes a serem considerados:

O ministério de Jesus levou aproximadamente três anos emeio. Valores arraigados não são mudados facilmente. Investe-setempo para a mudança. Cada ser humano é a soma de experiên-cias passadas e é preciso mudança para que novas experiênciassejam acrescentadas à nossa vida. Veja alguns exemplos bemsimples:

a) Pessoas que trabalharam 20, 25, 30 anos como vendedores,pensam que só sabem ser vendedores. É preciso umamudança (muitas vezes drástica, como perder o emprego)para que eles encarem novas possibilidades. Mesmo assim, omais comum é a pessoa tentar novamente ser um vendedor.

b) Determinadas famílias moraram em uma determinada cida-de, em um determinado bairro durante toda a vida. Ali fize-ram amigos, conheceram o comércio, os médicos, os dentis-tas, os filhos se acostumaram com as escolas próximas, masaí surge a necessidade de uma mudança. E agora, o quefazer? Programar a mudança. Preparar-se para a mudança.Nesta preparação, fazemos algumas novas mudanças, taiscomo: limpeza das estantes, jogar fora o que não serve mais,comprar novos móveis, trocar de carro, etc.

O Ministério de Jesus teve resultados muito significativos.Ele fez discípulos e estes fizeram novos discípulos, até quecento e vinte pessoas estivessem prontas para receber a unçãodo Espírito Santo no Pentecostes para “lançar” o movimentochamado de igreja. Todo o judaísmo legalista teve que ser subs-tituído por um estilo de vida demonstrado por Jesus com basena salvação pela graça, mediante a fé (Efésios 2:8 e 9).

Hoje, existem alguns pastores que estão implantandoGrupos Pequenos, logo após um fim de semana de treina-

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mento, sem levar em consideração a necessidade de assimilaçãode novos valores. Infelizmente, este sistema, na maioria doscasos, dá errado. Precisamos aprender com Jesus.

Como Jesus mudou os valores?

1. Com trabalho duro e oração – Jesus “suou” a camisa.No Novo Testamento aprendemos que o próximo deve seramado como amamos a nós mesmos. Jesus pregou e ensinoupor meio de seu exemplo pessoal. Ele teve compaixão da multi-dão; curou os doentes, amou e cuidou das crianças, etc. Jesusorou diariamente, e muito, pedindo ao Pai Celeste força e ori-entação para fazer a sua vontade. A mudança começa de cimapara baixo. Acredite, a mudança começa na vida do pastor, poisé ele quem terá que “dividir” ou, ao menos, compartilhar a sualiderança.

2. Recrutando seus líderes – Jesus escolheu seus dozemais próximos para discipular pessoalmente depois ampliou onúmero para setenta ao enviá-los de dois em dois e, finalmente,os cento e vinte no cenáculo. Não há mágica nos números esco-lhidos por Jesus, mas eles funcionaram!

3. Vivendo uma fase de protótipos – Antes de recrutarmais gente, Jesus trabalhou apenas com um grupo pequeno:seus discípulos. Antes que os Grupos Pequenos sejam uma rea-lidade em sua igreja, alguns protótipos podem e devem serimplantados e testados.

Nos protótipos é possível perceber a importância doslaços que se formam por meio do pastoreio mútuo. É possívelperceber a riqueza de oportunidades para o evangelismo deparentes, vizinhos e amigos. Os protótipos são um tempo paraajustes, para conhecimento e para ver se vale à pena fazer atransição.

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4. Pregando sobre os valores antes da visão – Jesusensinou valores. E que valores! Amor, bondade, humildade,mansidão, serviço, fidelidade. Não adianta ficarmos falando davisão de uma igreja com Grupos Pequenos se antes não afir-marmos e reafirmamos os seus valores. Muitos ouvem falar quea igreja do Novo Testamento funcionava nas casas e “torcem onariz”. “Não queremos este modelo, não queremos que nossaprivacidade seja invadida”. “Mas por que reuniões nas casas?Por que reuniões de Grupos Pequenos? É tão bom ser mais umna multidão... Assim não me comprometo”. Falar muito davisão antes de viver os valores cria uma expectativa que leva àfrustração. Não prometa antes de poder cumprir.

5. Não mudando as estruturas antes da hora – Jesusensinou, demonstrou, viveu. Depois fez a mudança. Ele pregouem casas (quando curou o aleijado levado pelos quatro amigos,por exemplo), pregou nos montes, dentro de um barco. Muitospastores e líderes entusiasmam-se com algo novo e saem cor-rendo para mudar tudo. Acabam com os programas na igreja efrustram crianças, adolescentes, jovens, adultos, terceira idade.Quando a estrutura de Grupos Pequenos estiver delineada eimplantada, o medo de que os demais ministérios acabem pas-sará. Algumas estruturas serão fortalecidas e outras, provavel-mente, deixarão de existir. “Como alguém tira um osso seco deum cachorro? Mostrando a ele um suculento bife.” O exemplopode ser forte, mas deixa claro que apesar de existir algo melhorem vista não queremos abrir mão do que já conquistamos.“Seguro morreu de velho.” “Mas quem não arrisca nãopetisca.” A sequência ideal dos acontecimentos deve ser:

Valores ⇒ Visão ⇒ Estratégia ⇒ Estrutura

6. Não desprezando quem ainda não entendeu –Jesus não menosprezou e nem desprezou a ninguém. Desde

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doutores da lei até os mais humildes ele ensinou com amor,com respeito, aceitando-os apesar e por suas limitações. Algunslíderes não conseguem passar a visão aos seus liderados e,quando estes não a entendem, eles os menosprezam, os deixamde lado. Alguns fazem com que os liderados se sintam como sefossem de segunda categoria; isso não é justo, nem bíblico.“Não por força, nem por violência.” O Espírito Santo con-vence por meio do amor, da tolerância e serviço e não por meioda arrogância presunçosa.

7. Antes de começar, planeje – Nada de mudanças radi-cais sem planejamento estratégico. “Quem falha em planejar,planeja falhar”.

Os valores são fundamentais e, se forem vivenciados oacréscimo médio de uma igreja com Grupos Pequenos será de25% a 35% ao ano. Ao redor do mundo isso já está aconte-cendo. Queremos crescimento espiritual e numérico expres-sivo ou não queremos crescer? E muito mais do que cresci-mento, teremos qualidade e profundidade no discipulado.

Recursos para a mudança

Lembre-se:

• Trabalhe o material primeiro com os supervisores, líderes evice-líderes.

• Muitos materiais podem ser usados nas classes existentes naigreja.

• Informações muito raramente causam mudança de valores.

O que causa mudança?

• Oração.

• Evangelismo por amizade.

• Vida de Corpo.

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