CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Curso de Graduação em Engenharia Eletrônica e de Telecomunicação CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz. CRITERIOS PARA EXPOSIÇÃO HUMANA, MEDIÇÃO E CÁLCULO DE CAMPOS PRÓXIMOS ÀS LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ALTA TENSÃO André Felipe F. Sampaio Eduardo Henrique D. Santos Gabriela T. Kascher Moreira Saulo Arruda de Faria

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Curso de Graduação em Engenharia Eletrônica e de Telecomunicação

CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz. CRITERIOS PARA EXPOSIÇÃO HUMANA, MEDIÇÃO E

CÁLCULO DE CAMPOS PRÓXIMOS ÀS LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ALTA TENSÃO

André Felipe F. Sampaio

Eduardo Henrique D. Santos

Gabriela T. Kascher Moreira

Saulo Arruda de Faria

Belo Horizonte

2012

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André Felipe F. Sampaio

Eduardo Henrique D. dos Santos

Gabriela T. Kascher Moreira

Saulo Arruda de Faria

CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz. CRITÉRIOS PARA EXPOSIÇÃO HUMANA, MEDIÇÃO E

CÁLCULO DE CAMPOS PRÓXIMOS ÀS LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ALTA TENSÃO

Relatório apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II do curso de graduação em Engenharia Eletrônica e de Telecomunicação da PUC –Minas.

Orientador: Prof. Ronaldo Kascher Moreira

Belo Horizonte

2012

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar estudo sobre os campos elétrico e

magnético gerados nas instalações de geração, transmissão e distribuição de

energia elétrica, bem como sobre as influências destes campos no organismo

humano. O tema principal do trabalho é a exposição humana a campos elétricos e

magnéticos de baixa frequência e, portanto, são apresentadas e estudadas as

diretrizes para os limites de exposição a estes campos que irão prover proteção

contra os possíveis efeitos adversos na saúde.

Este trabalho foi motivado pela Resolução nº 398/10 da Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL) que regulamenta a Lei nº 11.934, de 5 de maio de 2009,

no que se refere aos limites à exposição humana a campos elétricos e magnéticos

originários de instalações de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica,

na frequência de 60 Hz. Esta Resolução Normativa usou como base os estudos e

publicações da Comissão Internacional de Proteção contra Radiações Não

Ionizantes (ICNIRP) para determinar os níveis de referência máximos dos campos

elétricos e magnéticos produzidos por instalações elétricas no Brasil. A ICNIRP é um

órgão da Organização Mundial de Saúde e, portanto, suas publicações abrangem

resultados de uma série de estudos desenvolvidos em vários países do mundo.

Para mapear os campos elétricos e magnéticos de baixa frequência e avaliar

os níveis de exposição a que está submetida a sociedade brasileira, foram

realizadas medições de campos em diversos ambientes e desenvolvido um software

de cálculo de campos produzidos por linhas de transmissão na frequência de 60Hz.

As medições foram realizadas conforme orientações apresentadas pela

Norma Brasileira (NBR) ABNT NBR 15415, de 30 de outubro do ano de 2006. Para

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isso, foi utilizado o equipamento HI-3604 Power Frequency Field Stregth

Measurement System da ETS Lindgren, medidor de campos elétricos e magnéticos

associados à transmissão e distribuição de energia elétrica em 50/60 Hz.

O software desenvolvido através programa Matlab consiste em uma

ferramenta de cálculo de campo elétrico e campo magnético que oferece uma

interface gráfica para o usuário informar os parâmetros físicos e elétricos da linha. O

propósito principal do software foi o de confrontar os resultados.

Palavras-chave: Campo Elétrico, Campo Magnético, Campos

eletromagnéticos, 60 Hz, linha de transmissão, medição de campos, ICNIRP,

Compatibilidade Eletromagnética, software de cálculo de campos.

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ABSTRACT

The objective of this work is to study electrical and magnetic fields due the

generation, transmission and distribution of electricity, as well as the influences of

these fields in the human body. The main focus of this work is the human exposure

to electric and magnetic fields of low frequency.

This work was motivated by the publishment of the Resolution No. 398/10. On

2010, ANEEL (National Agency of Electrical Energy) published this resolution which

regulates Law No. 11934 of May 5, 2009, regarding the limits to human exposure to

electric and magnetic fields originating due the generation, transmission and

distribution of electric energy at a frequency of 60 Hz. ANEEL used the studies and

publications of the International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection

(ICNIRP) to determine reference levels to exposure to electric and magnetic fields

produced by electrical installations in Brazil. The ICNIRP is a body of the World

Health Organization and, therefore, ICNIRPs publications include results of a series

of studies performed in countries around the world.

Some field measurements and a field calculation software were done to

identify low frequency electrical and magnetic fields and evaluate the exposure levels

that brazilian society is submitted in the terms presented on the resolution cited

above.

The measurements were performed according to the orientations presented by

Norma Brasileira (Brazilian Resolution) ABNT NBR 15415 from 2006, October 30th.

For this measurements we used the ETS Lindgren equipment HI-3604 Power

Frequency Field Stregth Measurement System, which measures electrical and

magnetic fields due transmission and distribution of electrical energy 50/60 Hz.

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The software was developed using Matlab and consists in a magnatic and

electrical fields calculation tool which offers a interface to the user easily enter the

physicals and electrical parameters of the energy transmission line. The main

purpose of the software is to confront the simulated results with the measured

values.

Key-words: Electric Field, Magnetic Field, 60 Hz, transmission line, fields

measurement, ICNIRP, Electromagnetic Compatibility, fields calculation software.

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Gabriela Kascher, 27/11/12,
Ronaldo favor dar uma olada na tradução, pois este texto você ainda não corrigiu.
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................9

2. O QUE É A ICNIRP.............................................................................................................................10

3. REGULAMENTAÇÃO BRASILEIRA SOBRE EXPOSIÇÃO A CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE BAIXA FREQUÊNCIA..............................................................................................................................12

4. CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS E A SAÚDE PÚBLICA (OMS).............................................................15

4.1 EXPOSIÇÃO HUMANA A CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS......................................................16

4.2 DANOS À SAÚDE PÚBLICA....................................................................................................19

4.3 OS ESTUDOS.........................................................................................................................20

5. GUIA DA ICNIRP SOBRE LIMITES DE EXPOSIÇÃO A CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS EM FREQUÊNCIAS ENTRE 1 Hz E 100 kHz...................................................................................................21

5.1 ESCOPO E PROPÓSITO..........................................................................................................21

5.2 BASES CIENTÍFICAS PARA LIMITES DE EXPOSIÇÃO................................................................23

5.3 CONCLUSÕES DA LITERATURA CIENTÍFICA ATUAL................................................................24

5.4 FUNDAMENTAÇÕES PARA AS DIRETRIZES RECOMENDADAS PARA BAIXA FREQUÊNCIA......35

5.5 DIRETRIZES PARA LIMITES DE EXPOSIÇÃO A CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS.......................38

5.6 OBSERVAÇÕES QUANTO À INCERTEZA CIENTÍFICA...............................................................39

5.7 RESTRIÇÕES BÁSICAS E NÍVEIS DE REFERÊNCIA....................................................................39

5.8 RESTRIÇÕES BÁSICAS............................................................................................................40

5.9 TEMPO MÉDIO......................................................................................................................42

5.10 MÉDIA ESPACIAL DO CAMPO ELÉTRICO INDUZIDO..............................................................42

5.11 NÍVEIS DE REFERÊNCIA.........................................................................................................45

5.12 MÉDIA ESPACIAL DOS CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS EXTERNOS...............................48

5.13 ADITIVIDADE DE EXPOSIÇÃO A CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS...................................49

5.14 NÍVEIS DE REFERÊNCIA PARA CORRENTES DE CONTATO......................................................49

5.15 EXPOSIÇÃO SIMULTÂNEA À CAMPOS DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS..................................50

5.16 EXPOSIÇÃO A CAMPOS NÃO SENOIDAIS...............................................................................51

5.17 MEDIDAS DE PROTEÇÃO.......................................................................................................53

5.18 CONSIDERAÇÕES SOBRE POSSÍVEIS EFEITOS DE LONGO PRAZO..........................................54

5.19 DETERMINAÇÃO DO PICO PONDERADO DE EXPOSIÇÃO......................................................55

6. CÁLCULO CAMPO ELÉTRICO E MAGNÉTICO.....................................................................................57

6.1 CAMPO ELÉTRICO.................................................................................................................57

7

Ronaldo Kascher, 12/11/12,
Page 8: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

6.2 CAMPO MAGNÉTICO............................................................................................................62

6.3 METODO DAS IMAGENS.......................................................................................................66

6.4 EXEMPLO DE CALCULO DE CAMPO ELÉTRICO.......................................................................68

6.5 EXEMPLO DE CÁLCULO DE CAMPO MAGNÉTICO..................................................................74

7. SOFTWARE DESENVOLVIDO PARA CÁLCULO DE CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS.............................79

7.1 GUIDE...................................................................................................................................80

7.2 FLUXOGRAMA......................................................................................................................83

8. MEDIÇÃO DE CAMPOS DE ACORDO COM A NORMA NBR 15415.....................................................84

9. MEDIÇÃO X CÁLCULO.......................................................................................................................84

9.1 LINHA 1.................................................................................................................................85

9.1.1 dADOS DA LINHA..............................................................................................................85

9.1.2 CÁLCULO...........................................................................................................................88

9.1.3 sIMULAÇÃO......................................................................................................................93

9.1.4 MEDIÇÕES.........................................................................................................................93

9.1.5 rESUMO DOS RESULTADOS..............................................................................................94

9.2 LINHA 2.................................................................................................................................95

9.2.1 dADOS DA LINHA..............................................................................................................95

9.2.2 CÁLCULO...........................................................................................................................97

9.2.3 SIMULAÇÃO....................................................................................................................103

9.2.4 MEDIÇÕES.......................................................................................................................103

9.2.5 rESUMO DOS RESULTADOS............................................................................................104

10. GLOSSÁRIO...................................................................................................................................104

11. CONCLUSÃO.................................................................................................................................114

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................116

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1. INTRODUÇÃO

Desde o início da comunicação via rádio e telégrafo é percebido que os

dispositivos elétricos e eletrônicos geram ondas eletromagnéticas com grande

espectro de frequências e que estas ondas causam interferência ou ruído em vários

dispositivos elétricos ou eletrônicos como, por exemplo, em receptores de rádio. As

linhas de transmissão de energia em alta e baixa tensões também emitem ondas

eletromagnéticas que podem causar estas interferências. Estudos visando a

diminuição das interferências e emissões de campos indesejados são elaborados já

a algum tempo.

A partir da década de 70, começaram estudos sobre Compatibilidade

Eletromagnética (EMC) voltados para saúde humana, já que se percebeu possível

relação de campos elétricos e magnéticos com o desenvolvimento de algumas

doenças em pessoas que trabalhavam expostos a estes campos, ou que moravam

perto destas fontes. Desde então inúmeras pesquisas, estudos, artigos foram

publicados sobre o assunto.

A Comissão Internacional de Proteção contra Radiação Não-Ionizante

(ICNIRP - International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection) que é

parceira da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou em 1998 um Guia para

Limitação da Exposição à Campos Elétricos e Magnéticos Variantes no Tempo de

Frequência de 1 Hz até 100 kHz ( Guidelines For Limiting Exposure To Time-Varying

Electric and Magnetic Fields - 1 Hz To 100 KHz). A última revisão deste guia foi

emitida em 2010.

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Baseando-se nos níveis de referência apresentados no guia da ICNIRP, em

23 de março de 2010, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), publicou a

resolução nº 398 que, segundo o próprio texto desta resolução:

Regulamenta a Lei nº 11.934, de 5 de maio de 2009, no que se refere aos limites à exposição humana a campos elétricos e magnéticos originários de instalações de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, na frequência de 60 Hz.

E em 3 de novembro de 2010 a ANEEL publicou a resolução nº 413 com a

orientação abaixo:

Altera a redação dos arts 6º e 8º, insere o art. 8º-A e substitui o Anexo da Resolução Normativa nº 398, de 23 de março de 2010, que regulamenta a Lei nº 11.934, de 5 de maio de 2009, no que se refere aos limites à exposição humana a campos elétricos e magnéticos originários de instalações de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, na frequência de 60 Hz.

Dentro do contexto de que as concessionárias de energia do país devem

cumprir os limites de exposição impostos pelas resoluções citadas, resolveu-se

abordar a questão da exposição humana à campos elétricos e magnéticos de baixa

frequência como o tema do presente Trabalho de Conclusão de Curso.

Assim, utilizando como fontes pesquisas recentes na área e o próprio guia da

ICNIRP foi elaborado um estudo sobre o tema. As conclusões e estudos estão

descritos no presente relatório.

O último capítulo deste relatório é composto por um glossário com palavras,

termos e expressões muito utilizadas na literatura científica sobre exposição humana

a campos elétricos e magnéticos.

2. O QUE É A ICNIRP

ICNIRP é a Comissão Internacional de Proteção contra Radiação não

Ionizante. É um grupo de cientistas especialistas independentes que se dividem em

uma Comissão Principal de 14 membros, 4 Comissões Científicas permanentes para

10

Gabriela Kascher, 27/11/12,
Manteremos o glossário da mesma forma?
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estudos de Epidemiologia, Biologia, Dosimetria, e Radiação Óptica e outros

consultores especialistas. Todo este conhecimento e competência são utilizados

para abordar questões importantes de efeitos adversos na saúde humana devido à

exposição à radiação não ionizante.

As radiações não ionizantes são as radiações de frequência igual ou menor a

8x1014Hz, que é a frequência da luz violeta. Desta forma estas radiações tem

frequência igual ou menor que a da luz visível. Nesta faixa de frequências a radiação

não altera diretamente a estrutura atômica.

O principal objetivo da ICNIRP é o de difundir informações e pareceres sobre

os perigos à saúde humana devido à exposição às radiações não ionizantes. Estas

informações e pareceres abrangem todas as radiações não ionizantes incluindo,

radiações ópticas (ultravioleta, visível e infravermelho e lasers), campos elétricos e

magnéticos estáticos e variantes no tempo, radiofrequência (incluindo microondas) e

ultrassom. Muitas das informações da ICNIRP são publicadas como revisões e

relatórios científicos. Os resultados destes trabalhos combinados com a análise de

risco, que são realizados com a colaboração da Organização Mundial da Saúde

(OMS), resultaram na publicação dos Guias de Exposição da ICNIRP.

Os membros da ICNIRP possuem especialidades distintas que são medicina,

dermatologia, oftalmologia, epidemiologia, biologia, fotobiologia, fisiologia, física,

engenharia elétrica e dosimetria.

A ICNIRP é uma organização registrada na Alemanha sem fins lucrativos. A

renda da ICNIRP provém de fontes distintas, porém não é aceita nenhuma

contribuição da indústria, assim como os membros da comissão não podem ser

empregados na indústria. A renda regular da ICNIRP é provida por um pagamento

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anual da Associação Internacional de Proteção contra Radiadões (International

Radiation Protection Association - IRPA). A Comissão também recebe contribuição

financeira do governo, em sua maioria do German Enviroment Ministry for ICNIRP`s

Scientific Secretariat que se localiza em Munique. Todas as outras receitas vêm de

contratos de trabalho (com a exclusão de qualquer contrato com a indústria),

organização de reuniões científicas e venda de publicações científicas. Na maioria

das vezes a renda por contrato de trabalho é feita com organizações como a

Organização Mundial de Saúde (OMS ou WHO – World Health Organization) e com

a Comissão Europeia (EC). Os membros da ICNIRP não são pagos para trabalhar

pela comissão, sendo todos voluntários.

Os principais insumos para o trabalho científico da ICNIRP são obtidos

através das atividades das Comissões Científicas Permanentes (Scientific Standing

Committees). Cada Comissão Permanente tem o seu próprio programa de trabalho

estabelecido no acordo com a Comissão Principal para resolver os problemas

científicos de proteção contra radiações não ionizantes (NIR).

3. REGULAMENTAÇÃO BRASILEIRA SOBRE EXPOSIÇÃO A CAMPOS

ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE BAIXA FREQUÊNCIA

O art. 4º da Lei nº 11.934, de 5 de maio de 2009, estabeleceu que sejam

adotados os limites recomendados pela OMS para a exposição ocupacional e da

população em geral a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos gerados por

estações transmissoras de radiocomunicação, por terminais de usuário e por

sistemas de energia elétrica que operam na faixa até 300 GHz. No Art. 11 desta

mesma Lei é atribuída competência à ANEEL para regular e fiscalizar o atendimento

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do cumprimento do art. 4° descrito acima. Segue abaixo trechos dos art. 4° e 11 da

Lei nº 11.934, dispondo sobre este assunto:

...

Art. 4o Para garantir a proteção da saúde e do meio ambiente em todo o território brasileiro, serão adotados os limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde - OMS para a exposição ocupacional e da população em geral a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos gerados por estações transmissoras de radiocomunicação, por terminais de usuário e por sistemas de energia elétrica que operam na faixa até 300 GHz.”

Parágrafo único. Enquanto não forem estabelecidas novas recomendações pela Organização Mundial de Saúde, serão adotados os limites da Comissão Internacional de Proteção Contra Radiação Não Ionizante - ICNIRP, recomendados pela Organização Mundial de Saúde.

...

Art. 11. A fiscalização do atendimento aos limites estabelecidos por esta Lei para exposição humana aos campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos gerados por estações transmissoras de radiocomunicação, terminais de usuário e sistemas de energia elétrica será efetuada pelo respectivo órgão regulador federal.

...

Desta forma em 23 de março de 2010 a ANEEL publicou a resolução 398 que

regulamenta os limites de exposição humana a campos elétricos e magnéticos

originários de instalação de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica,

na frequência de 60 Hz.

A Error: Reference source not foundTabela 1 foi retirada da Resolução 398 da

ANEEL e demonstra os níveis de referência para exposição humana a campos

elétricos e magnéticos de 60 Hz.

Tabela 1- Níveis de Referência para campos elétricos e magnéticos variantes no tempo

na frequência de 60 Hz.

Campo Elétrico (kV/m) Campo Magnético (µT)Público em Geral 4,17 83,33

Público Ocupacional 8,33 416,67

No ano de 2010, posteriormente à publicação da Resolução Normativa da

ANEEL, o ICNIRP publicou a revisão do “Guidelines for limiting exposure for time-

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varying eletric and magnetic fields (1 Hz to 100 kHz)”. Os valores máximos

estabelecidos pela ANEEL estão abaixo dos novos valores colocados pela revisão

da ICNIRP e, desta forma, os valores permitidos pela ANEEL são mais

conservadores.

Em 3 de novembro do mesmo ano, a ANEEL publicou a resolução nº 413 que

altera os seguintes pontos da resolução n° 398:

Na resolução n° 398 os equipamentos utilizados na medição de campos

deveriam ser certificados pelo Inmetro, na resolução n° 413 esta

certificação pode ser feita por qualquer entidade competente nacional

ou internacional, aferidos em laboratório especializado ou centro de

pesquisa;

Altera os prazos para regulamentação das concessionárias;

E altera a relação dos dados a serem encaminhados à ANEEL referentes

às medições e cálculos dos campos elétricos e magnéticos.

A resolução n° 398 da ANEEL determina que os campos elétrico e magnético

produzidos pelas instalações de geração, de transmissão, de distribuição e de

interesse restrito, em qualquer nível de tensão, devem atender às Restrições

Básicas. E atendendo aos níveis de referência descritos acima, estas restrições

básicas já estarão atendidas.

O memorial descritivo ou relatório de medição de campos elétricos e

magnéticos dos agentes de transmissão de energia deve ser entregue à ANEEL

dentro de prazos estipulados pela resolução.

Caso, a medição ou cálculos dos campos elétricos e magnéticos apontem

valores superiores aos níveis de referência, o agente deve apresentar à ANEEL o

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Page 15: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Relatório de Conformidade ou o Plano de Adequações. Caso o Plano de

Adequações indique a necessidade de investimento, a ANEEL pode exigir a

apresentação do Relatório de Conformidade.

É obrigatório calcular ou medir os campos elétricos e magnéticos de

instalações com tensão igual ou superior a 138 kV. As instalações com tensão

menor que 138 kV não precisam enviar à ANEEL tais cálculos ou medições, mas

devem enviar à ANEEL um Relatório de Conformidade em que conste que a

instalação atende aos níveis de referência recomendados. Se alguma instalação de

tensão inferior a 138 kV estiver com os valores de campos elétricos e magnéticos

superiores aos Níveis de Referência recomendados, a ANEEL poderá punir esta

instalação de acordo com a legislação vigente.

É determinado pela Resolução os locais e formas que se devem efetuar as

medições.

4. CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS E A SAÚDE PÚBLICA (OMS)

O consumo de eletricidade tornou-se parte integrante do cotidiano do ser

humano. Sempre que há um fluxo de eletricidade, criam-se campos elétricos e

magnéticos ao longo das linhas de transmissão.

Desde os finais dos anos setenta, têm-se levantado dúvidas sobre as

possíveis consequências causadas pela exposição de pessoas a estes campos

eletromagnéticos (CEM) de frequências extremamente baixas. Desde então, tem

ocorrido numerosos estudos, que têm contribuído para a resolução de importantes

questões e estreitando o foco de pesquisas futuras.

As aplicações de tecnologias que utilizam campos estáticos são cada vez

mais comum em certas atividades, tais como o uso da ressonância magnética em

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Page 16: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

sistemas de medicina, sistemas de transporte usando corrente continua ou campos

magnéticos estáticos, e em pesquisas de altas energias.

4.1EXPOSIÇÃO HUMANA A CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS

A Exposição a campos eletromagnéticos não é um fenômeno novo. No

entanto, no século XX, a exposição ambiental aumentou progressivamente com o

aumento da demanda por eletricidade, o avanço constante da tecnologia e as

mudanças de hábitos sociais que têm demandado cada vez mais fontes artificiais de

campos eletromagnéticos.

No organismo, as pequenas correntes elétricas ocorrem devido a reações

químicas de funções normais do corpo, mesmo na ausência de campos elétricos

externo, como por exemplo, os sinais nervosos emitidos pela transmissão dos

impulsos elétricos.

Os campos elétricos de baixa frequência influenciam o corpo humano, da

mesma forma que influenciam qualquer outro material feito de partículas carregadas.

Quando estes campos atuam sobre materiais condutores, é afetada a distribuição de

cargas elétricas na superfície, provocando uma corrente que flui através do corpo

humano para o solo.

Os campos magnéticos de baixa frequência induzem correntes circulantes no

corpo. As intensidades destas correntes dependem da intensidade do campo

magnético externo. Se suficientemente intenso, as correntes podem estimular os

nervos e músculos ou até mesmo afetar outros processos biológicos.

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Page 17: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Se ultrapassarem determinados limiares os campos eletromagnéticos, podem

provocar efeitos biológicos. As exposições a níveis mais elevados são limitadas

pelas diretrizes nacionais e internacionais.

Um olhar sobre as manchetes dos últimos anos dá uma ideia das várias

questões de interesse para a sociedade. Durante a última década têm-se levantado

questões relativas aos efeitos sobre a saúde de muitas fontes de campos

eletromagnéticos, tais como linhas elétricas, fornos de micro-ondas, monitores de

computador e televisão, dispositivos de segurança, radares, e mais recentemente,

telefones celulares e suas estações bases.

O principal efeito biológico de campos eletromagnéticos de radiofrequência

(RF) é o aquecimento, fenômeno que é utilizado em fornos de micro-ondas para

aquecer o alimento. Os níveis de campos de RF aos quais as pessoas estão

normalmente expostas são muito inferiores aos necessários para produzir

aquecimento significativo.

A exposição a campos elétricos externos e magnéticos de baixa

frequências induz tensões e correntes no interior do corpo. A dosimetria descreve a

relação entre os campos externos, o campo elétrico induzido e a densidade de

corrente no corpo, ou de outros parâmetros associados com a exposição a estes

campos. O campo elétrico induzido localmente e a densidade de corrente são de

particular interesse, pois se referem à estimulação de tecidos excitáveis, tais como

nervos e músculos.

Os corpos de humanos e dos animais perturbam significativamente a

distribuição espacial de um campo elétrico de ELF (frequência extremamente baixa).

Em baixas frequências, o corpo humano é um bom condutor e as linhas do campo

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perturbador externamente ao corpo são quase perpendiculares à superfície do

corpo. Cargas oscilantes são induzidas na superfície do corpo exposto e estas

correntes induzem no interior do corpo. As principais características de dosimetria

para a exposição de pessoas a campos elétricos ELF são as seguintes:

O campo elétrico no interior do corpo é normalmente de cinco a seis

ordens de grandeza menor do que o campo elétrico externo.

Quando a exposição ocorre a campos verticais, a direção predominante

dos campos induzidos também é vertical.

Para um dado campo elétrico externo, os campos induzidos são mais

fortes caso o corpo humano estiver em perfeito contato dos pés com a

terra (aterrados) e mais fracos caso o corpo estiver isolado do solo

(em "espaço livre").

A corrente total que flui em um corpo em contato perfeito com o solo é

determinada pelo tamanho e forma corporal (incluindo postura), ao

invés de condutividade do tecido.

A distribuição de correntes induzidas através dos vários órgãos e tecidos é

determinada pela condutividade desses tecidos.

A distribuição de um campo elétrico induzido também é afetada pelas

condutividades que , entretanto, pesa menos que a corrente induzida.

Existe também um fenômeno independente, no qual a corrente no

corpo é produzida através de contato com um objeto condutor

localizado em um campo elétrico.

Para os campos magnéticos, a permeabilidade do tecido é a mesma que a do

ar, de modo que o campo no tecido tem a mesma intensidade do campo externo. Os

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Page 19: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

corpos humanos e de animais não perturbam significativamente o campo. A principal

interação dos campos magnéticos se dá pelos campos elétricos e densidades de

corrente nos tecidos condutores induzidos pela Lei de Faraday As principais

características de dosimetria para a exposição de pessoas a campos magnéticos em

ELF são as seguintes:

O campo elétrico induzido e a corrente dependem da orientação do campo

externo. Campos induzidos no corpo como um todo são maiores

quando o fluxo é alinhado no sentido da frente para trás do corpo, mas

para alguns órgãos individuais, os valores mais elevados se

desenvolvem para o campos alinhados de lado a lado.

Campos elétricos mais fracos são induzidos por um campo magnético

orientado ao longo do eixo vertical do corpo.

Para certa uma intensidade e direção de campo magnético, campos

elétricos mais elevados são induzidos em corpos maiores.

A distribuição do campo elétrico induzido é afetada pela condutividade dos

vários órgãos e tecidos. Estes têm um efeito limitado sobre a

distribuição da densidade de corrente induzida.

4.2DANOS À SAÚDE PÚBLICA

Nos últimos 30 anos, aproximadamente 25.000 artigos foram publicados

sobre efeitos biológicos e aplicações médicas de radiações não ionizantes. Embora

alguns profissionais dizem da necessidade de mais pesquisas, o conhecimento

científico acumulado neste campo é mais extenso que os adquiridos para os efeitos

da maioria dos produtos químicos, por exemplo. Baseado em uma revisão exaustiva

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Page 20: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

da literatura cientifica, a organização mundial da saúde (OMS) concluiu que os

resultados existentes não confirmam que a exposição a campos eletromagnéticos de

baixo nível causem quaisquer consequências para a saúde. De acordo com

experimentos com voluntários saudáveis, em curto período de exposição a níveis

presentes no ambiente ou em casa não produzem qualquer efeito manifestado

prejudicial. A exposição a níveis mais elevados, que poderiam ser prejudiciais, é

limitada pelas diretrizes nacionais e internacionais. Contudo, no conhecimento

sobre os efeitos biológicos existem algumas lacunas que precisam ser preenchidas.

Está sendo atribuído uma vasta quantidade de sintomas, devido à exposição

humana a campos eletromagnéticos de baixo nível em residências.

Entre os sintomas estão dores de cabeça, ansiedade, suicídio, depressão,

náuseas, fadiga e perda de libido. Até o momento, nenhuma evidencia cientifica

confirma a existência de uma relação entre esses sintomas com a exposição a

campos eletromagnéticos.

4.3OS ESTUDOS

Para se avaliar possíveis efeitos adversos à saúde devido aos campos

eletromagnéticos, é necessária a realização muitos estudos, em diferentes campos

de pesquisa. Estes estudos procuram identificar alterações moleculares ou

celulares produzidas pelo campo eletromagnético o que proporcionaria pistas sobre

como a energia do campo se transformaria em ação biológica no corpo, entretanto,

nestes experimentos, as células individuais ou tecidos estudados são removidas do

seu ambiente natural, o que poderia neutralizar os mecanismos potenciais de

compensação. Outros estudos utilizando animais estão mais intimamente

relacionados com as condições reais, fornecendo resultados mais relevantes para 20

Page 21: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

se determinar os níveis seguros de exposição para as pessoas e, também,

investigar para diferentes intensidades de campos eletromagnéticos a relação entre

dose e resposta.

Os estudos epidemiológicos e médicos com pessoas é outra fonte direta de

informações sobre os efeitos de longo prazo da exposição a campos. Estes estudos

investigam a causa e a distribuição da doença em condições reais, para

comunidades e grupos profissionais. Os investigadores tentam determinar se

haveria uma associação estatística entre o tipo de exposição aos campos

eletromagnéticos e a incidência de uma determinada doença ou efeito adverso à

saúde. Por estas razões, antes de se chegar às conclusões sobre possíveis riscos à

saúde, os cientistas avaliaram todos os cenários de interesse, incluindo

epidemiologia, animais e estudos celulares.

5. GUIA DA ICNIRP SOBRE LIMITES DE EXPOSIÇÃO A CAMPOS ELÉTRICOS E

MAGNÉTICOS EM FREQUÊNCIAS ENTRE 1 Hz E 100 kHz

O guia da ICNIRP sobre limites de exposição a campos elétricos e

magnéticos em frequências entre 1 Hz e 100 kHz teve sua última revisão publicada

em 2010. Este capítulo se refere à este Guia.

5.1 ESCOPO E PROPÓSITO

O objetivo principal desta publicação é estabelecer diretrizes para os limites

de exposição a campos elétricos e magnéticos que irão prover proteção contra todos

os efeitos de saúde adversos estabelecidos.

Estudos sobre efeitos diretos e indiretos de campos elétricos e magnéticos

foram avaliados: resultados de efeitos diretos de interações diretas de campos com

21

Page 22: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

o corpo e efeitos indiretos envolvendo interações com um objeto condutor onde o

seu potencial elétrico é diferente do potencial do corpo. Os resultados de laboratório

os estudos epidemiológicos, os critérios básicos de avaliação, e os níveis de

referência para avaliação de perigos práticos são discutidos, e as diretrizes

apresentadas aqui são aplicáveis para exposição ocupacional e pública.

As restrições destas diretrizes foram baseadas em evidências estabelecidas

em relação a efeitos agudos. Atualmente o conhecimento disponível indica que a

adoção destas restrições protege trabalhadores e público em geral, dos efeitos

adversos de saúde decorrentes da exposição, a campos elétricos e magnéticos de

baixa frequência. Os dados epidemiológicos e biológicos relativos às condições

crônicas foram cuidadosamente revisados e foi concluído que não há provas

evidentes que eles estão causalmente relacionados à exposição a campos elétricos

e magnéticos de baixa frequência.

Estas diretrizes não apontam padrões de desempenho de produtos no quesito

de limites de emissão de campos elétricos e magnéticos de dispositivos sob

condições específicas de teste, e nem lidam com as técnicas utilizadas para

mensurar alguma quantidade física que caracteriza um campo elétrico, magnético ou

eletromagnético.

O atendimento das diretrizes apresentadas não garante necessariamente a

mitigação de interferência com equipamentos médicos tais como próteses metálicas,

marca-passos cardíacos, desfibriladores implantados e implantes cocleares.

Interferências com marca-passos cardíacos devem ocorrer em níveis abaixo dos

níveis de referência recomendados. As advertências para se evitar estes problemas

escapam do escopo do Guia da ICNIRP.

22

Page 23: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Estas diretrizes são revisadas e atualizadas periodicamente conforme os

avanços no conhecimento científico em observância a qualquer aspecto relevante

para os limites de exposição a campos elétricos e magnéticos de baixa frequência.

5.2 BASES CIENTÍFICAS PARA LIMITES DE EXPOSIÇÃO

Estas diretrizes para limite de exposição foram desenvolvidas seguindo uma

revisão completa da literatura científica publicada. Critérios bem estabelecidos foram

usados para avaliar a validade científica da metodologia, resultados e conclusões de

descobertas. Apenas efeitos para os quais haviam evidências científicas confiáveis

foram usadas como base para restrições de exposição.

Os efeitos biológicos da exposição a campos eletromagnéticos de baixa

frequência estão sendo revisados pela Agência Nacional de Pesquisa sobre o

Câncer (em inglês “International Agency for Research on Cancer - IARC”), ICNIRP, a

Organização Mundial de Saúde e grupos de especialistas internacionais. Estas

publicações proveram as bases científicas para estas diretrizes.

Tabela 2 - Grandeza e unidade correspondente de acordo com o SI.

Fonte: ICNIRP, Guideline for limiting exposure to time-varying electric and magnetic fields (1 Hz TO 100 kHz) - 2010

23

Page 24: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Como detalhado a seguir, são duas as bases para as diretrizes. A exposição

a campos elétricos de baixa frequência podem causar respostas biológicas bem

definidas, que vão desde a percepção de um incômodo, até efeitos de cargas

elétricas de superfície. Além disso, o único efeito bem definido em voluntários

expostos a campos magnéticos de baixa frequência são a estimulação do tecido

nervoso central e periférico e a indução de fosfenos na retina, que é uma fraca

cintilação de luz na periferia do campo visual. A retina faz parte do sistema nervoso

central e é considerado como um modelo apropriado, embora conservador, para

efeitos de campos elétricos induzidos sobre o circuito neural do sistema nervoso

central em geral.

Tendo em vista as incertezas inerentes dos dados científicos, fatores de

redução foram aplicados no estabelecimento de diretrizes de exposição.

5.3 CONCLUSÕES DA LITERATURA CIENTÍFICA ATUAL

Neurocomportamental. A exposição a campos elétricos de baixa frequência

causa respostas biológicas bem definidas, variando de percepção a incômodo,

através dos efeitos de cargas elétricas de superfície (Reilly 1998, 1999). Os limiares

para a percepção direta em 50-60 Hz pelos 10% mais sensíveis dos voluntários

variaram entre 2 e 5kVm

e 5% acharam incômodo em 15−20kVm

. A descarga de uma

centelha de uma pessoa para o solo é considerado doloroso para 7% dos

voluntários em um campo de 5kVm

, ao passo que seria doloroso para 50% em um

campo de 10kVm

. Limiares para a descarga de centelha de um objeto carregado

24

Page 25: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

através de uma pessoa aterrada depende do tamanho do objeto e, portanto, requer

uma ponderação individual.

A capacidade de resposta de um nervo e um tecido muscular eletricamente

excitáveis a um estímulo elétrico (incluindo aqueles induzidos pela exposição a

campos eletromagnéticos de baixa frequência) foram bem estabelecidos por muitos

anos (por exemplo, Reilly 2002; Saunders e Jefferys 2007). Foi estimado que fibras

nervosas mielinizadas do sistema nervoso periférico humano têm um valor limiar

mínimo em torno de 6V peak

m (Reilly 1998, 2002), baseado em cálculos teóricos

usando um modelo de nervo. Entretanto, estímulos induzidos em nervos periféricos

durante a exposição voluntária aos campos magnéticos de gradiente comutado de

sistemas de ressonância magnética sugeriram que o limiar para percepção deve ser

tão baixo quanto cerca de 2Vm

(Nyenhuis et al. 2001), baseado em cálculos usando

um modelo de espectro humano homogêneo. Um cálculo mais apurado de campos

elétricos induzidos em tecidos de um modelo humano heterogêneo, baseado em

dados do estudo de ressonância magnética citado, foi realizado pela SO et al.

(2004). Estes autores estimaram que o limiar mínimo para estimulação de nervos

periféricos está entre aproximadamente 4−6Vm

, assumindo-se que a estimulação

ocorreu na pele ou na gordura subcutânea. Com um estímulo mais forte, desconforto

e então a dor são percebidos; a porcentagem mais baixa para estimulação

intolerável é aproximadamente 20% acima do limiar médio para percepção (ICNIRP

2004). As fibras de nervos mielinizados do sistema nervoso central podem ser

estimulados por campos elétricos induzidos durante uma estimulação magnética

transcranial; os campos pulsantes induzidos no tecido cortical durante a estimulação

25

Page 26: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

magnética transcranial são um pouco mais altos (¿100Vm

), embora cálculos teóricos

sugiram que o limiar mínimo de estimulação deva ser baixo, como 10Vm

(Reilly 1998,

2002). Para ambos conjuntos de nervos, os limiares crescem acima de

aproximadamente 1-3 kHz devido ao tempo progressivamente mais curto disponível

para a acumulação de carga elétrica na membrana de nervos e abaixo de

aproximadamente 10 Hz devido à acomodação de um nervo a um estímulo de

despolarização lenta.

Células musculares são geralmente menos sensíveis à estimulação direta do

que o tecido nervoso (Reilly 1998). O tecido muscular cardíaco merece atenção

particular porque disfunção pode ser fatal. Entretanto, o limiar de fibrilação

ventricular excede aqueles para estimulação do músculo cardíaco por um fator de 50

ou mais (Reilly 2002), embora este fator caia consideravelmente se o coração é

repetidamente excitado durante o período vulnerável do ciclo cardíaco. Os limiares

crescem para de 120 Hz devido à constante de tempo mais longa das fibras

musculares comparada com os nervos mielinizados.

O efeito de campo elétrico estabelecido de forma mais robusta abaixo dos

limiares para excitação de nervo ou músculo é a indução de fosfenos magnéticos, a

percepção de uma fraca cintilação de luz na periferia do campo visual, na retina de

voluntários expostos a campos magnéticos de baixa frequência. O limiar mínimo de

densidade de fluxo é em torno de 5 mT em 20 Hz, aumentando em mais altas e mais

baixas frequências. Nestes estudos, os fosfenos são pensados como resultado da

interação do campo elétrico induzido com as células eletricamente excitáveis na

retina. Isto é formado como um subproduto do prosencéfalo e pode ser considerado

um bom, mas conservativo, modelo de processo que ocorre no tecido em geral do

26

Page 27: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

sistema nervoso central (Attwell 2003). Estima-se que o limiar para a intensidade de

campo elétrico induzido na retina está situado entre aproximadamente 50 e 100mVm

em 20 Hz, aumentando em frequências mais altas e mais baixas (Saunders e

Jefferys 2007) embora haja uma considerável incerteza associada a estes valores.

As propriedades de integração do tecido nervoso do sistema nervoso central,

e portanto funções como os processos cognitivos e a memória, podem torná-lo

sensível aos efeitos desses campos elétricos psicologicamente fracos. Saunders e

Jefferys (2002) sugeriram que a polarização de neurônios no sistema nervoso

central por tais campos elétricos fracos podem melhorar a sincronização de grupos

ativos de neurônios e afetar o recrutamento de neurônios não ativos, de forma a

influenciar na excitabilidade e na atividade global das células nervosas. Evidências

In vitro de estudos usando pedaços do cérebro sugerem que os limiares mínimos

para estes efeitos fiquem em frequências abaixo de 100 Hz e podem ser tão baixas

quanto 100mVm

(Saunders e Jefferys 2007).

Dois grupos de pesquisa investigaram os efeitos de campos elétricos de baixa

frequência, aplicados diretamente na cabeça através de eletrodos, na atividade

elétrica e função cerebral em humanos. Um grupo (Kanai et al. 2008) relatou que a

estimulação do córtex visual induziu a percepção de fosfenos corticais (similar em

aparência aos fosfenos induzidos na retina) quando a frequência do estímulo era

característica para a atividade visual do córtex mesmo em condições de escuridão

(por volta de 10 Hz) ou em condições de claridade (por volta de 20 Hz), mas não em

mais altas e mais baixas frequências. O outro grupo (Poogosyan et al. 2009) aplicou

um sinal de 20 Hz ao córtex motor de voluntários durante a execução de uma tarefa

visuo-motora e encontrou uma pequena, mas estatisticamente significante,

27

Page 28: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

diminuição da velocidade de movimento da mão durante a execução da tarefa, a

qual foi consistente com um aumento da sincronização de 20 Hz da atividade do

córtex motor. Nenhum efeito foi notado em estímulos de frequência mais baixa. Em

resumo, ambos os grupos de autores encontraram que campos elétricos de 10-20

Hz, acima do limiar para fosfenos da retina, podem interagir com atividade elétrica

rítmica em curso no córtex visual e motor e afetar levemente o processamento visual

e a coordenação motora, levando à implicação de que campos elétricos induzidos a

partir de campos eletromagnéticos de 10-20 Hz de magnitude suficiente podem ter

efeitos similares.

Entretanto, a evidência de outros efeitos neurocomportamentais na atividade

elétrica cerebral, capacidade cognitiva, sono, e humor em voluntários expostos a

campos eletromagnéticos de baixa frequência é muito menos clara. (Cook ET AL.

2002, 2006; Crasson 2003; ICNIRP 2003ª; Barth ET AL. 2010). Geralmente, tais

estudos têm sido feitos em níveis de exposição em torno de 1-2 mT ou abaixo disto

(por exemplo, abaixo dos níveis necessários para induzir os efeitos descritos

anteriormente) e produziu evidências de efeitos súbitos e transitórios em sua

maioria. As condições necessárias para provocar tais respostas não estão bem

definidas ainda.

Algumas pessoas afirmam ser hipersensíveis a campos eletromagnéticos em

geral. Entretanto, a evidência de estudos através de provocação cega de

duplamente cega sugere que os sintomas relatados não estão relacionados com a

exposição a campos eletromagnéticos (Rubin ET AL. 2005; WHO 2007a).

Há apenas evidências inconclusivas e inconsistentes de que a exposição a

campos elétricos e magnéticos de baixa frequência cause sintomas depressivos ou

suicídio (WHO 2007a).28

Page 29: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Em animais, a possibilidade da exposição a campos de baixa frequência

poder afetar funções neurocomportamentais tem sido explorada por um número de

perspectivas usando uma gama de condições de exposição. Poucos efeitos têm sido

estabelecidos. Há evidências convincentes de que campos elétricos de baixa

frequência podem ser detectados por animais, a maioria como resultado de efeitos

de carga de superfície, e podem provocar excitação passageira ou leve estresse.

Outras possíveis mudanças dependentes de campo não são bem definidas (WHO

2007a).

Assim, a percepção de carga elétrica de superfície, a estimulação direta de

tecidos nervosos e musculares e a indução de fosfenos na retina são bem

estabelecidas e podem servir como base para orientação. Além disso, há também

evidências científicas indiretas que funções cerebrais como processamento visual e

coordenação motora podem ser transitoriamente afetadas por campos elétricos

induzidos. Entretanto, a evidência de outra pesquisa neurocomportamental em

voluntários expostos a campos elétricos e magnéticos de baixa frequência não é

suficientemente confiável para prover uma base para limites de exposição humana.

Sistema neuroendócrino. Os resultados de estudos voluntários assim como

estudos epidemiológicos residenciais e ocupacionais sugerem que o sistema

neuroendócrino não é afetado adversamente pela exposição a campos elétricos e

magnéticos de 50-60 Hz. Isto se aplica particularmente aos níveis de circulação de

hormônios específicos, incluindo melatonina liberada pela glândula pineal, e a um

número de hormônios envolvidos no controle psicológico e do metabolismo do

corpo, liberados pela glândula pituitária. A maioria dos estudos laboratoriais de

efeitos de exposição em 50-60 Hz nos níveis noturnos de melatonina em voluntários

29

Page 30: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

não encontrou nenhum efeito quando cuidados foram tomados para controlar

possível confusão (OMS 2007a).

Do grande número de estudos em animais investigando os efeitos de campos

elétricos e magnéticos de 50-60 Hz nos níveis de soro pineal de melatonina em

ratos, alguns relataram que a exposição resultou em supressão noturna de

melatonina, enquanto outros estudos não. Em animais de reprodução sazonal, a

evidência de um efeito de exposição a campos de 50-60 Hz nos níveis de

melatonina e no estado de reprodução dependente da melatonina é

predominantemente negativo (ICNIRP 2003a; OMS 2007a). Nenhum efeito

convincente em níveis de melatonina tem sido visto em um estudo de primatas não

humanos expostos cronologicamente a campos de 50-60 Hz.

Nenhum efeito consistente tem sido visto em hormônios relacionados ao

estresse no eixo pituitário-adrenal em uma variedade de espécies mamíferas, com a

possível exceção de estresse de curto tempo de duração após o início da exposição

a campos elétricos de baixa frequência até níveis altos o suficiente para serem

percebidos (ICNIRP 2003a; OMS 2007a). Similarmente, enquanto poucos estudos

foram realizados, a maior parte dos efeitos foram negativos ou inconsistentes nos

níveis do hormônio de crescimento e dos hormônios envolvidos no controle da

atividade metabólica ou associados com o controle do desenvolvimento sexual e da

reprodução.

No geral, estes dados não indicam que os campos elétricos ou magnéticos

afetam o sistema neuroendócrino de uma forma que provocaria um impacto adverso

na saúde humana.

30

Page 31: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Doenças neurodegenerativas. Existe a hipótese de que a exposição a

campos de baixa frequência está associada com várias doenças

neurodegenerativas. Para a doença de Parkinson e esclerose múltipla, o número de

estudos tem sido pequeno e não há evidência para uma associação entre exposição

a campos de baixa frequência e estas doenças. Para a doença de Alzheimer e

esclerose lateral amiotrófica, mais estudos têm sido publicados. Alguns destes

relatos sugerem que pessoas empregadas em ocupações elétricas podem ter um

aumento dos riscos de desenvolver a esclerose lateral amiotrófica. Até o momento,

nenhum mecanismo biológico tem sido estabelecido, o que pode explicar esta

associação, embora isto possa ter surgido devido a fatores confusos relacionados a

cargas elétricos, como o choque elétrico. Além disso, estudos usando métodos mais

sofisticados de avaliação de exposição, tais como, matrizes de exposição por

emprego, não têm observado um aumento dos riscos (Kheifets et al. 2009). Para a

doença de Alzheimer, resultados são inconsistentes. Associações mais fortes têm

sido encontradas em estudos clínicos com um grande potencial de viés de seleção,

mas um aumento nos riscos também tem sido observado em alguns, mas não todos,

estudos baseados em populações. Análises de subgrupos dentro destes estudos

fortalecem a impressão de dados inconsistentes. (Kheifets et al. 2009). A

heterogeneidade estatística entre resultados de estudo fala contra o agrupamento

dos resultados disponíveis, embora estas tentativas tenham sido feitas (Garcia et al.

2008). Além disso, há algumas evidências de viés de publicação. O controle de

potenciais confusões de outras exposições ocupacionais geralmente não tem sido

feitas. Até agora apenas um estudo residencial está disponível, indicando um risco

maior de ocorrência da doença de Alzheimer após uma exposição a longo prazo,

mas baseado em um número muito pequeno de casos (Huss et al. 2009).

31

Page 32: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Os estudos investigando a associação entre a exposição a campos de baixa

frequência e a doença de Alzheimer são inconsistentes. No geral, a evidência de

associação entre a exposição a campos de baixa frequência e a doença de

Alzheimer e a esclerose lateral amiotrófica é inconclusiva.

Doenças cardiovasculares. Estudos experimentais de exposições a curto e

a longo prazo indicaram que, enquanto o choque elétrico é um perigo óbvio para a

saúde, outros efeitos cardiovasculares perigosos associados com campos de baixa

frequência não são susceptíveis a ocorrer em níveis de exposição comumente

encontrados ambientalmente e ocupacionalmente (OMS 2007a). Embora várias

mudanças cardiovasculares têm sido relatadas na literatura, a maioria dos efeitos

são pequenos, e os resultados não têm sido consistentes dentro ou entre estudos

(McNamee et al. 2009). A maioria dos estudos de morbidade e mortalidade de

doenças cardiovasculares tem mostrado nenhuma associação com a exposição

(Kheifets et al. 2007). Se uma determinada associação existe entre exposição e

alteração autonômica do controle do coração, esta permanece especulativa. Em

geral, as evidências não sugerem uma associação entre exposição a campos de

baixa frequência e doenças cardiovasculares.

Reprodução e desenvolvimento. No geral, estudos epidemiológicos não

mostraram uma associação entre resultados adversos reprodutivos do ser humano e

a exposição maternal ou paternal a campos de baixa frequência. Há algumas

evidências limitadas de aumento do risco de aborto associado à exposição materna

a campo magnético, mas esta associação relatada não foi encontrada em outros

estudos e, em geral, a evidência para tal associação é pobre. Exposições a campos

elétricos de baixa frequência foram avaliadas em várias espécies de mamíferos,

incluindo estudos com grupos de grandes dimensões e exposição ao longo de várias

32

Page 33: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

gerações; os resultados mostraram consistentemente nenhum efeito adverso de

desenvolvimento (ICNIRP 2003ª; OMS 2007a).

A exposição de mamíferos a campo magnético de baixa frequência não

resulta em mau formações externas brutas, viscerais ou esqueléticas usando

campos acima de 20 mT (Juutilainen 2003, 2005; OMS 2007a). No geral, a

evidência de uma associação entre baixa frequência e efeitos reprodutivos e no

desenvolvimento é muito fraca.

Câncer. Um número considerável de relatórios epidemiológicos,

desenvolvidos particularmente durante os anos 80 e 90, indicaram que a exposição

a longo prazo a campos magnéticos de 50-60 Hz, de ordem de grandeza abaixo

dos limites das diretrizes de exposição de 1998 do ICNIRP podem estar associados

com câncer. Enquanto os primeiros estudos eram voltados para o câncer infantil em

relação aos campos magnéticos, as pesquisas posteriores investigaram o câncer em

adultos. No geral, as associações observadas inicialmente entre os campos

magnéticos de 50-60 Hz e os vários tipos de câncer não foram confirmadas em

estudos destinados a verificar se as descobertas iniciais poderiam ser replicadas.

Entretanto, para a leucemia infantil a situação é diferente. A pesquisa que seguiu o

primeiro estudo sugeriu que pode haver uma pequena associação entre os níveis

mais altos de exposição a campos magnéticos residenciais de 50-60 Hz e o risco de

leucemia infantil, embora não seja claro, se é, causal: a combinação de viés de

seleção, um certo grau de confusão e o acaso poderiam explicar os resultados

(OMS 2007a). Duas análises agregadas (Ahlbom et al. 2000; Greenland et al. 2000)

indicam que um risco excessivo pode existir para exposições médias excedendo 0.3-

0.4 µT, embora os autores dessas análises alertavam fortemente que seus

33

Page 34: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

resultados não poderiam ser interpretados como sendo um relacionamento causal

entre campos magnéticos e leucemia infantil.

Ao mesmo tempo, nenhum mecanismo biofísico tem sido identificado e

resultados experimentais de estudos animal e celular de laboratórios não suportam a

noção de que a exposição a campos magnéticos de 50-60 Hz seja a causa de

leucemia infantil.

Pode ser notado que não há atualmente nenhum modelo animal adequado da

forma mais comum de leucemia infantil, a leucemia linfoblástica aguda. A maioria

dos estudos não relata nenhum efeito de campos magnéticos de 50-60 Hz na

leucemia ou linfoma em modelos de roedores (ICNIRP 2003a; OMS 2007a). Vários

estudos em larga escala e a longos prazos em roedores não mostraram nenhum

aumento consistente em nenhum tipo de câncer, incluindo hematopoiético, de

mamária, cerebral e tumores na pele.

Um número substancial de estudos examinou os efeitos de campos

magnéticos de 50-60 Hz em tumores mamários induzidos quimicamente em ratos

(ICNIRP 2003a; OMS 2007a). Resultados inconsistentes foram obtidos que podem

ser devido, ao todo ou em parte, as diferenças em protocolos experimentais, como o

uso sub-raças específicas. A maioria dos estudos sobre os efeitos da exposição a

campo magnético de 50-60Hz em modelos de leucemia/linfoma induzidos

quimicamente ou por radiação foram negativos. Estudos de lesões pré-neoplásticas

do fígado, tumores na pele quimicamente induzidos e tumores cerebrais relataram

resultados predominantemente negativos.

Geralmente, estudos dos efeitos da exposição a campos de baixa frequência

de células têm mostrado nenhuma indução de genotoxicidade em campos abaixo de

34

Page 35: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

50 mT (Crumpton e Collins 2004; OMS 2007a). No geral, em contraste com a

evidência epidemiológica de uma associação entre a leucemia infantil e a exposição

prolongada a campos magnéticos na frequência do sistema elétrico de força, dados

de câncer animal, particularmente aqueles estudos de tempo de vida em larga

escala, são quase universalmente negativos. Os dados de estudos celulares são

baseados geralmente em estudos com animais.

5.4 FUNDAMENTAÇÕES PARA AS DIRETRIZES RECOMENDADAS PARA

BAIXA FREQUÊNCIA

A ICNIRP aborda efeitos agudos e crônicos de saúde e considera recentes

desenvolvimentos dosimétricos nesta orientação.

Efeitos agudos. Há vários efeitos agudos bem estabelecidos de exposição a

campos eletromagnéticos de baixa frequência no sistema nervoso: a estimulação

direta do tecido nervoso e muscular e a indução de fosfenos na retina. Há também

evidências científicas indiretas que funções cerebrais, como o processamento visual

e coordenação motora, pode ser transitoriamente afetado por campos elétricos

induzidos. Todos estes efeitos têm limites abaixo dos quais estes efeitos não

ocorrem e podem ser evitados reunindo-se restrições básicas apropriadas de campo

elétrico induzido no corpo.

Seguindo as recomendações feitas relativas às orientações de limites de

exposição a campos magnéticos estáticos (ICNIRP 2009), a ICNIRP considera que

há circunstâncias ocupacionais onde, com aconselhamento adequado e

treinamento, é razoável que os trabalhadores experimentem voluntariamente e

conscientemente os efeitos transitórios como os fosfenos da retina e, possíveis

pequenas alterações em funções cerebrais desde que não seja claro que eles 35

Page 36: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

resultem em efeitos patológicos de saúde em longo prazo. A exposição de todas as

partes do corpo nestas circunstâncias deveria ser limitada a fim de se evitar a

estimulação de nervos mielinizados periférico e central. A ICNIRP observa a

margem relativamente estreita entre a percepção do nervo periférico e o limiar da

dor. Para ambos tipos de nervos, os limites crescem para frequências acima de

aproximadamente de 1-3 kHz devido à curta constante de tempo da membrana

resultando em mielinização, e abaixo de cerca de 10 Hz devido à acomodação a um

estímulo de despolarização lento.

Evitando-se fosfenos da retina deveríamos também estar também protegendo

o indivíduo contra qualquer possível outro efeito em funções cerebrais. Limiares de

fosfenos são mínimos em torno de 20 Hz e aumentam rapidamente em frequências

mais altas e mais baixas, intercedendo com os limites da estimulação de nervos

centrais e periféricos, nos quais uma estimulação de nervos periféricos passa a

ocorrer. Para trabalhadores não treinados e inconscientes de seus estados de

exposição a restrição básica é definida com base no limiar de fosfenos a fim de se

evitar estes efeitos transitórios, mas potencialmente perturbadores, de exposição.

Para membros do público, um fator de redução de 5 é aplicado ao limiar de fosfenos.

A exposição de campos elétricos de baixa frequência causa respostas

biológicas bem definidas através de efeitos de cargas elétricas de superfície. A

prevenção de efeitos dolorosos de cargas elétricas de superfície induzidas no corpo

por tal exposição são abordados pelos níveis de referência.

Efeitos crônicos. A literatura sobre efeitos crônicos de campos de baixa

frequência foi avaliada em detalhe por cientistas e por estudos científicos. O instituto

de pesquisa sobre o câncer da Organização Mundial de Saúde, a Agência

Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), avaliou os campos magnéticos de 36

Page 37: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

baixa frequência em 2002 e classificaram-nos em categoria 2 B, a qual traduz ser

“possivelmente cancerígeno para o ser humano”. A base para a classificação foram

resultados epidemiológicos em leucemia infantil. A visão da ICNIRP é de que as

atuais evidências científicas de que a exposição prolongada a campos magnéticos

de baixa frequência está causalmente relacionada com a leucemia infantil é muito

fraca para formar a base para as diretrizes de exposição. Em particular, se o

relacionamento não é causal, então, nenhum benefício à saúde seria acumulado se

reduzirmos a exposição a tais campos.

Dosimetria. Historicamente, os modelos de campo magnético assumiram que

o corpo tem uma condutividade homogênea e isotrópica e, aplicava simples modelos

condutivos circulares fechados, para estimar as correntes induzidas em diferentes

órgãos e regiões do corpo. Os campos elétricos induzidos por campos elétricos e

magnéticos variantes no tempo foram computados usando simples modelos

elipsoidais homogêneos. Nos últimos anos, cálculos mais realistas baseados em

modelos heterogêneos anatomicamente e eletricamente refinados (Xi e Stuchly

1994; Dimbylow 2005, 2006; Bahr et al. 2007) resultaram em um conhecimento

muito melhor de campos elétricos internos no corpo devido à exposição a campos

elétricos e magnéticos.

Os resultados de dosimetria mais úteis para os propósitos destas orientações

foram obtidas de cálculos de alta resolução de campos elétricos induzidos com

voxels de tamanho inferior a 4 mm (Dimbylow 2005; Bahr et al. 2007; Hirata et al.

2009; Nagaoka et al. 2004). O campo elétrico máximo é induzido no corpo quando

os campos externos são homogêneos e paralelos ao eixo do corpo (campo E) ou

perpendicular (campo H). De acordo com esses cálculos, o pico máximo local do

campo elétrico induzido por um campo magnético de 50 Hz no cérebro é de

37

Page 38: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

aproximadamente por mT, dependendo da orientação do campo e do modelo de

corpo adotado. Não há nenhum fator de conversão disponível para o tecido nervoso

perimétrico até o momento. Entretanto, a pele, que contém terminações nervosas

perimetrais, foi escolhida como o pior caso dentre os tecidos. O campo elétrico

induzido na pele por tal campo é de aproximadamente 20−60mVm

por mT. O

máximo campo elétrico induzido por um campo elétrico de 50 Hz no cérebro é de

aproximadamente 1,7−2,6mVm

por kVm

, enquanto na pele é de aproximadamente

12−33mVm

por kVm

.

Tendo em vista as incertezas da dosimetria disponível bem como a influência

dos parâmetros do corpo na derivação dos níveis de referência, a ICNIRP adota

uma abordagem conservadora para os níveis de referência decorrentes das

restrições básicas.

5.5 DIRETRIZES PARA LIMITES DE EXPOSIÇÃO A CAMPOS

ELETROMAGNÉTICOS

Diretrizes separadas são dadas para exposição de público ocupacional e

exposição de público geral. A exposição de público ocupacional refere-se a adultos

expostos a campos elétricos e magnéticos variantes no tempo de 1 Hz a 10 MHz em

seus locais de trabalho, geralmente sob condições conhecidas, e como um resultado

da execução de suas atividades regulares de trabalho ou de atividades de trabalho a

ele atribuídas. Em contraste, o termo população geral refere-se a indivíduos de

todas as idades e de variados estados de saúde o que pode aumentar a

variabilidade de susceptibilidades individuais. Em muitos casos, membros do público

38

Page 39: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

não têm conhecimento da sua exposição a campos eletromagnéticos. Estas

considerações subjazem a adoção de restrições de exposição mais rigorosas para o

público geral do que para trabalhadores enquanto eles estiverem expostos.

5.6 OBSERVAÇÕES QUANTO À INCERTEZA CIENTÍFICA

Todos os dados científicos e suas interpretações estão sujeitos a um grau de

incerteza. Os exemplos são variabilidades metodológicas e inter individuais, inter

espécies, e diferenças inter tensão. Tais incertezas no conhecimento são

compensadas por fatores de correção.

Há, entretanto, informação insuficiente em todas as fontes de incerteza para

prover uma base rigorosa que permita estabelecer fatores de redução sobre toda a

faixa de frequências e todos os padrões de modulação. Por isso, o grau em que a

precaução é aplicada na interpretação do banco de dados disponível e na definição

dos fatores de redução é, em grande medida, uma questão de avaliação

especializada.

5.7 RESTRIÇÕES BÁSICAS E NÍVEIS DE REFERÊNCIA

As limitações de exposição que são baseadas na quantidade física ou

quantidades diretamente relacionadas aos estabelecidos efeitos na saúde são

chamadas restrições básicas. Nesta orientação, a quantidade física usada para

especificar as restrições básicas à exposição a campos eletromagnéticos é a

intensidade de campo elétrico interno Ei, que é o campo elétrico que afeta células

nervosas e outras células eletricamente sensíveis. A intensidade do campo elétrico

interno é de difícil avaliação. Portanto, para fins práticos de avaliação de exposição,

níveis de referência de exposição são fornecidos. A maioria dos níveis de referência 39

Page 40: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

é derivada de restrições básicas relevantes usando técnicas de medição e/ou

computação, mas algumas se dirigem à percepção (campo elétrico) e efeitos

adversos indiretos de exposição a campos eletromagnéticos. As quantidades

derivadas são intensidade de campo elétrico (E), intensidade de campo magnético

(H), densidade de fluxo magnético (B) e correntes fluindo através dos membros (IL).

A quantidade que se dirige aos efeitos indiretos é a corrente de contato (IC). Em

qualquer situação de exposição particular, valores medidos ou calculados de

qualquer uma destas quantidades podem ser comparados com os níveis de

referência adequados. A conformidade com o nível de referência garantirá a

observância da restrição básica pertinente. Se o valor calculado ou medido exceder

o nível de referência, não implica necessariamente que a restrição básica será

ultrapassada. Entretanto, sempre que um nível de referência for ultrapassado é

necessário testar a conformidade com a restrição básica relevante e determinar se

medidas adicionais de proteção são necessárias.

5.8 RESTRIÇÕES BÁSICAS

O objetivo principal desta publicação é estabelecer diretrizes para limitar a

exposição a campos eletromagnéticos que irão prover proteção contra efeitos

adversos à saúde. Como notado acima, os riscos vêm de respostas transitórias do

sistema nervoso, incluindo o sistema nervoso periférico, e da estimulação do nervo

central, a indução de fosfenos de retina e possíveis efeitos em alguns aspectos da

função cerebral.

Tendo em vista as considerações acima para frequências no intervalo de 10

Hz a 25 Hz, a exposição ocupacional deveria ser limitada a campos que induzem

intensidades de campo elétrico no tecido do sistema nervoso central da cabeça (por

40

Page 41: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

exemplo, o cérebro e a retina) menor que a fim de se evitar a indução de fosfenos

na retina. Estas restrições também devem prevenir qualquer possível efeito

transitório na função cerebral. Estes efeitos não são considerados como efeitos

adversos de saúde; entretanto, o ICNIRP, reconhece que eles podem provocar

distúrbios em algumas circunstâncias ocupacionais e devem ser evitadas, mas

nenhum fator de redução adicional é aplicado. Os limiares de fosfenos aumentam

rapidamente em frequências mais altas e mais baixas, coincidindo com os limiares

para estimulação de nervos mielinizados centrais e periféricos em 400 Hz. Em

frequências acima de 400 Hz, os limites de estimulação de nervos periféricos são

aplicados em todas as partes do corpo.

A exposição em ambientes controlados, onde os trabalhadores estão

informados sobre possíveis efeitos transientes de tal exposição, deve ser limitados a

campos, que induzam campos elétricos na cabeça e no corpo, menores que a fim

de se evitar a estimulos aos nervos mielinizados centrais e periféricos. Um fator de

redução de 5 foi aplicado ao limiar de estimulação a fim de explicar as incertezas

acima. Estas restrições aumentam acima de 3 kHz.

Para o público geral, é aplicado um fator de redução de 5 para o tecido do

sistema nervoso central da cabeça, dando uma restrição básica de entre 10 e 25

Hz. Acima e abaixo destes valores, as restrições básicas aumentam. Em 1 Hz, estes

valores interceptam com as restrições básicas que protegem contra a estimulação

do nervo mielinizado central e periférico. Aqui, o fator de redução de 10 resulta em

uma restrição básica, a qual deve ser aplicada aos tecidos de todas as partes do

corpo.

As restrições básicas estão presentes na e na .

41

Page 42: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

5.9 TEMPO MÉDIO

A ICNIRP recomenda que as restrições contra campos elétricos induzidos

internamente por campos elétricos e magnéticos, incluindo os transitórios ou de pico

de curta duração, devem ser consideradas como valores instantâneos e não como

valor médio (veja também a seção sobre exposição a campos não senoidais).

5.10 MÉDIA ESPACIAL DO CAMPO ELÉTRICO INDUZIDO

Ao restringir os efeitos adversos de campos elétricos induzidos em células e

redes nervosas, é importante definir a distância ou o volume sobre o local onde o

campo elétrico induzido deve ser médio. Como um compromisso prático que

preencha as condições para uma sólida base biológica e as limitações

computacionais, a ICNIRP recomenda determinar os campos elétricos induzidos

como um vetor que represente a média do campo elétrico em um volume pequeno

de tecido contíguo de 2 x 2 x 2 mm³. Para um tecido específico, 99% do valor de

campo elétrico é o valor relevante para ser comparado com a restrição básica.

Tabela 3 - Restrições básicas para exposição humana a campos elétricos e magnéticos

variantes no tempo

42

Page 43: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Fonte: ICNIRP, Guideline for limiting exposure to time-varying electric and magnetic fields (1 Hz TO 100 kHz) - 2010

Figura 1 Restrições básicas para exposição de público geral e ocupacional em termos da

intensidade de campo elétrico sobre os efeitos no sistema nervoso central e periférico.

Fonte: ICNIRP, Guideline for limiting exposure to time-varying electric and magnetic fields

(1 Hz TO 100 kHz) - 2010

Basicamente, os efeitos do campo elétrico em neurônios e outras células

eletricamente excitáveis são efeitos locais, mas há fatores eletrofisiológicos e

dosimétricos práticos que condicionam o volume mínimo ou a distância. O principal

fator físico que perturba a função de neurônios e redes neurais é a tensão produzida

pelo campo elétrico induzido sobre a membrana da célula. Para as fibras nervosas

isoladas alinhadas ao longo da direção do campo elétrico (máximo acoplamento)

esta tensão é integrada a partir do campo elétrico ao longo da distância eletrônica

variando de 2 a 7 mm para nervos invertebrados (Reilly 1998; Reilly e Diamant

2003). Para células nervosas mielinizadas uma boa suposição da distância de

integração é aproximadamente 2 mm, a qual é a máxima distância internodal entre

os nós de Ranvier. Estas distâncias são relevantes quando considera-se os limiares

43

Page 44: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

de estimulação para células nervosas isoladas. No caso de um sub-limiar de fraco

efeito de campo elétrico, como os fosfenos da retina, o efeito coletivo da rede de

numerosas interações entre células nervosas deve ser levado em consideração. O

limite do efeito é consideravelmente menor do que o limite de estimulação de células

nervosas isoladas, devido à soma e à integração de pequenas tensões induzidas na

sinapse. Isto sugere que o volume médio para o campo elétrico induzido deve se

basear em no mínimo 1000 células interagindo, o que é aproximadamente 1 mm³ na

maioria dos tecidos nervosos (Jefferys 1994). Assim, uma distância média

biologicamente razoável poderia estender de 1 a 7 mm. De um ponto de vista

prático, é difícil alcançar uma precisão satisfatória na resolução milimétrica

computacional de campos elétricos induzidos, e ainda mais difícil seria mensurá-los.

Os valores máximos em um voxel em um tecido específico estão propensos a

grandes degraus de erro associados aos cantos retos do voxel cúbico. Uma solução

para obter aproximações de pico mais estáveis é baseada em escolher para o valor

de pico um valor que represente 99% do campo induzido em um tecido específico.

Do ponto de vista biológico entretanto, esta é uma escolha um tanto arbitrária, pois o

valor de pico depende da resolução. Outra opção para a média espacial é definir o

campo elétrico local como um valor médio e, um pequeno volume ou ao longo de um

segmento de reta (Reilly e Diamand 2003).

Como uma regra geral, o volume médio não deve estender além do tecido,

exceto para tecidos como o da retina e da pele, os quais são muito finos para cobrir

todo o cubo médio. Para a pele, o mesmo volume médio de 2 x 2 x 2 mm³ pode ser

assumido, e pode se estender ao tecido subcutâneo. Para a retina, o volume médio

pode se estender para os tecidos atrás e em frente a ela.

44

Page 45: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

5.11 NÍVEIS DE REFERÊNCIA

Os níveis de referência são obtidos através de modelagem matemática

usando dados publicados (Dimbylow 2005, 2006). Eles são calculados para a

condição de máximo acoplamento do campo com o individuo exposto,

proporcionando máxima proteção. A dependência da frequência e incertezas de

dosimetria são levadas em conta. Os níveis de referência apresentados consideram

dois efeitos distintos e aproxima uma combinação dos campos elétricos induzidos no

cérebro relevantes para efeitos no Sistema Nervoso Central (CNS), e os campos

elétricos induzidos nos tecidos não pertencentes ao Sistema Nervoso Central (CNS),

relevantes para efeitos no sistema nervoso periférico (PNS). Por exemplo, em 50Hz,

o fator usado para conversão da restrição básica de efeitos CNS para exposição à

campos magnéticos externos é 33 Vm-1/T , e para efeito PNS é 60 Vm-1/T. Um fator

de redução adicional de 3 foi aplicado para este valores calculados para suprir a

incerteza de dosimetria.

Além disso, o nível de referência para exposição do público ocupacional à

campos elétricos de frequências maiores que 25 Hz inclui uma margem suficiente

para prevenir efeitos de estimulação de correntes de contato sob todas as condições

nesta banda de frequência.

Os níveis de referência para exposição de público geral a campos elétricos de

frequências maiores que 10 Hz previnem efeitos adversos indiretos (como choque

elétrico e queimaduras) para mais de 90% dos indivíduos expostos. Além disso, os

níveis de referência para exposição de público geral a campos elétricos de

frequências maiores que 50 Hz incluem margem suficiente para evitar efeitos das

cargas elétricas superficiais como os percebidos na maioria das pessoas.

45

Page 46: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

As Tabela 4 e Tabela 5 sumarizam os níveis de referência para exposição dos

públicos ocupacional e geral, respectivamente, e estes níveis são ilustrados na

Figura 2 e Figura 3. Os níveis de referência assumem uma exposição por um campo

uniforme (homogêneo) respeitando a extensão espacial do corpo humano.

Tabela 4 - Níveis de referência para exposição do publico ocupacional a campos elétricos

e magnéticos variantes no tempo.

Fonte: ICNIRP, Guideline for limiting exposure to time-varying electric and magnetic fields (1 Hz TO 100 kHz) – 2010

46

Page 47: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Tabela 5 - Níveis de referência para exposição do publico geral a campos elétricos e

magnéticos.

Fonte: ICNIRP, Guideline for limiting exposure to time-varying electric and magnetic fields (1 Hz TO 100 kHz) - 2010

Figura 2 - Níveis de referência para exposição a campos variantes no tempo.

Fonte: ICNIRP, Guideline for limiting exposure to time-varying electric and magnetic fields

(1 Hz TO 100 kHz) - 2010

47

Page 48: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Figura 3 - Níveis de referência para exposição a campos elétricos variantes no tempo.

Fonte: ICNIRP, Guideline for limiting exposure to time-varying electric and magnetic fields

(1 Hz TO 100 kHz) - 2010

5.12 MÉDIA ESPACIAL DOS CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS

EXTERNOS

Os níveis de referência foram determinados para as condições de exposição

nas quais a variação dos campos elétricos e magnéticos no espaço é relativamente

pequena. Na maioria dos casos, no entanto, a distância da fonte geradora do campo

é tão pequena que a distribuição do campo não é uniforme ou é localizado em uma

pequena parte do corpo. Nestes casos a medição da máxima intensidade do campo

em um lugar do espaço ocupado pelo corpo sempre resulta em uma avaliação de

exposição segura, embora muito conservadora.

Para uma fonte bem localizada a uma distância de alguns centímetros do

corpo, a única opção realista para a avaliação da exposição é a determinação do

campo elétrico induzido dosimetricamente, caso a caso. Quando a distância excede

20 cm, a distribuição do campo fica menos localizada, mas ainda não uniforme, e

48

Page 49: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

assim é possível determinar a média espacial ao longo do corpo ou parte dele

(Stuchly and Dawson 2002; Jokela 2007). A média espacial não deve exceder o

nível de referência. A exposição localizada pode exceder o valor de referência, mas

não deve exceder a restrição básica. É tarefa dos órgãos de normatização

estabelecer outras orientações nos casos específicos de exposição onde a média

espacial pode ser aplicada. Esta orientação deve ser baseada em dosimetria bem

estabelecida. Os órgãos de normatização também devem estabelecer novos níveis

de referência para tipos especiais de exposição não uniforme.

5.13 ADITIVIDADE DE EXPOSIÇÃO A CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS

Cada campo magnético e elétrico externo induz uma componente de campo

elétrico que é adicionada vetorialmente no tecido. No caso de análise baseada nos

campos elétricos e magnéticos externos, uma aproximação conservadora seria

supor que as componentes de ambos os campos induzidos elétrico e magnético

atinjam o valor máximo no mesmo ponto critico e com a mesma fase. Isso implica

que a exposição ao campo elétrico e magnético externos são aditivas (Cech ET AL.

2008). Tal situação, no entanto, é considerada muito infrequente levando em conta a

grande diferença na distribuição dos campos elétricos induzidos magneticamente ou

eletricamente induzidos.

5.14 NÍVEIS DE REFERÊNCIA PARA CORRENTES DE CONTATO

Os níveis de referência para correntes de contato em frequências de até 10

MHz são estabelecidos de forma a se evitar choque e perigo de queimas. Os níveis

de referência de ponto de contato são apresentados na Tabela 6. Já que o limite de

correntes de contato que provoca efeitos biológicos em crianças é aproximadamente

49

Page 50: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

metade dos aplicáveis a adultos, os níveis de referências para corrente de contato

para o público geral são definidos abaixo dos valores para exposição ocupacional

por um fator de 2. É importante notar que estes níveis de referência não têm a

intenção de prevenir a percepção, mas sim de evitar choques dolorosos. A

percepção de correntes de contato não é perigosa, mas pode ser considerada

incomoda. A prevenção de corrente de contato alta é possível através de soluções

técnicas.

Tabela 6 - Níveis de referência para correntes de contato variantes no tempo em objetos

condutores.

Fonte: ICNIRP, Guideline for limiting exposure to time-varying electric and magnetic fields

(1 Hz TO 100 kHz) - 2010

5.15 EXPOSIÇÃO SIMULTÂNEA À CAMPOS DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS

É importante determinar se as situações de exposição simultânea a campos

de diferentes frequências têm efeitos aditivos. A fórmula a seguir é aplicada às

frequências relevantes em situações práticas de exposição. Para simulações

elétricas, relevantes para frequências de até 10 MHz, os campos elétricos internos

devem ser adicionados de acordo com a fórmula a seguir:

∑j=1 Hz

10Mhz Ei , j

EL , j

≤1 (Eq. 14)

50

Page 51: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Onde Ei , j é a intensidade do campo elétrico interno induzido na frequência j,

e EL, j é a restrição à intensidade do campo elétrico induzido na frequência j como

dado na Tabela 3.

Para aplicações práticas das restrições básicas, os seguintes critérios

relativos aos níveis de referência de intensidade dos campos elétricos devem ser

aplicados:

∑j=1 Hz

10Mhz E j

ER , j

≤1 (Eq. 15)

E

∑j=1 Hz

10Mhz H j

H R, j

≤1(Eq. 16)

Onde

E j=intensidadedecampoel é triconafrequenciaj;ER, j=nivelderefereciadain tensidadedocampoelétriconafrequenciaj

dadonas REFRef 326753970¿REFRef 326753970¿¿Tabela4 e REFRef 326753974¿¿Tabela5H j=intensidadedecampomagnéticonafrequenciaj ;

H R, j=nivelderefereciadaintensidadedocampomagnéticonafrequenciajdadonas REFRef 326753970¿REFRef 326753970¿¿Tabela4 e REFRef 326753974¿¿Tabela5

Para corrente nos membros e corrente de contato, respectivamente, os

requisitos seguintes devem ser aplicados:

∑j=1 Hz

10Mhz I jI R, j

≤1 (Eq. 17)

Onde I j é a componente de corrente de contato na frequência j. e IR, j é o

nível de referência da corrente de contato na frequência j dado na Tabela 6.

5.16 EXPOSIÇÃO A CAMPOS NÃO SENOIDAIS

Em frequências menores que 100 kHz, o campo elétrico e, particularmente, o

campo magnético são na maioria dos casos distorcidos pelas componentes

harmônicas que estão distribuídas por uma larga banda de frequência.

51

Page 52: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Consequentemente, as formas de ondas dos campos apresentam formas

complexas, muitas vezes pulsadas. É sempre possível decompor um campo como

este em um espectro de componentes discretas usando as técnicas da

Transformada de Fourier (FT) e aplicando a regra das frequências múltiplas

apresentada acima. Este procedimento é baseado na suposição que as

componentes do espectro, estejam em fase. Esta é uma suposição realista quando

o número de componentes do espectro é limitado e as suas fases não são

coerentes, ou seja, as fases variam de forma aleatória. Para fases fixas não

aleatórias esta suposição não será necessária e muito conservativa. Uma alternativa

ao método do espectro é de medir os campos elétricos e magnéticos externos, o

campo elétrico induzido e a corrente induzida com filtro, que esta relacionada com a

restrição básica ou com os níveis de referência (ICNIRP 2003b; Jokela 2000). No

caso de um campo de banda larga que consiste em componentes harmônicas a

restrição imposta pela filtragem pode ser representada matematicamente como:

¿(Eq. 18)

Onde t é o tempo e E Li é o limite de exposição na iº frequência harmônica f i,

onde Ai, θi e φi, são, respectivamente, a amplitude do campo, ângulo de fase do

campo e ângulo de fase do filtro nas frequências harmônicas. Mais direções sobre a

implementação prática de determinação de um Pico de Exposição Ponderada é

dado no item 6.20.

52

Page 53: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

5.17 MEDIDAS DE PROTEÇÃO

A ICNIRP aponta que a proteção de pessoas contra campos elétricos e

magnéticos pode ser assegurada garantindo o cumprimento de todos os aspectos

deste guia.

As medidas de proteção dos trabalhadores incluem controles administrativos

e de engenharia, e programas individuais de proteção. Medidas de proteção

apropriadas devem ser implementadas quando os resultados das medições de

exposição no local de trabalho exceder aos valores das restrições básicas. Como

um primeiro passo, medidas de engenharia de proteção devem ser tomadas sempre

que possível para se reduzir emissões de campos pelos dispositivos a níveis

aceitáveis.

Estas medidas incluem um projeto enfocando a segurança, e, quando

necessário, o uso de bloqueios ou outras medidas similares visando a proteção da

saúde.

Medidas de proteção administrativas, como a limitação do acesso físico e a

utilização de sinais visíveis e audíveis, devem ser empregados em conjunto com as

soluções de engenharia. Medidas de proteção pessoal, tais como roupas de

proteção, embora útil em certas circunstâncias, devem ser consideradas como um

último recurso para se garantir a segurança do trabalhador. As medidas de proteção

administrativas e de engenharia devem ter prioridade sempre que possível. Além

disso, quando itens, como luvas isolantes, são usadas para proteger os indivíduos

contra choque, é importante que as restrições básicas não sejam excedidas, já que

o isolamento protege os indivíduos apenas contra os efeitos indiretos dos campos.

53

Page 54: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Com exceção do uso de roupas de proteção ou outro tipo de proteção

individual, as mesmas medidas de proteção podem ser tomadas quando a

exposição aos campos ultrapassa as restrições básicas para o público geral.

Também é essencial que algumas regras sejam estabelecidas e implantadas

visando prevenir:

Interferências com equipamentos médicos eletrônicos e dispositivos

(incluindo marca-passo cardíaco);

Detonação de dispositivos detonadores de explosivos;

Incêndios e explosões devido à ignição de materiais inflamáveis causadas

por faíscas elétricas produzidas pelos campos induzidos, por correntes

de contato ou descargas por arcos.

5.18 CONSIDERAÇÕES SOBRE POSSÍVEIS EFEITOS DE LONGO PRAZO

Como se observado, estudos epidemiológicos tem consistentemente

evidenciado que a exposição à campos magnéticos de baixa intensidade (acima de

0,3 – 0,4 μT) é associada com o aumento de risco de leucemia infantil. A IARC

classificou estes campos como possivelmente cancerígenas. Entretanto, uma

relação causal entre campos magnéticos e leucemia infantil não foi estabelecido,

assim como nenhum outro efeito de longo prazo foi. Esta falta de causa

estabelecida significa que não se pode colocar esta relação nas restrições básicas.

Entretanto, orientações no sentido de se realizar análise de risco que inclua estas

considerações sobre medidas de precaução foram explicitadas pela OMS (2007a e

b) e por outras entidades.

54

Page 55: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

5.19 DETERMINAÇÃO DO PICO PONDERADO DE EXPOSIÇÃO

A ponderação deve ser feita primeiramente computando-se o seu espectro e

depois aplicando a equação acima. Em muitas aplicações, entretanto, é mais

conveniente filtrar analógica ou digitalmente a forma de onda no domínio do tempo.

O ganho do filtro (razão entre do sinal de saída pelo sinal de entrada) deve variar em

função da frequência em relação direta com o limite de exposição G=EL(f ref )EL(f )

, onde

EL é o limite na frequência f ref e f , é uma referência de frequência arbitraria, de 1 Hz

até 100 kHz. O pico da forma de onda filtrada não pode exceder o valor de

exposição limite (restrição básica ou nível de referência) convertido no valor de pico

(amplitude) na frequência de referência. ATabela 7 - Limites de pico derivado para

campos elétricos e magnéticos não senoidais – A frequência de referência é de 50

Hz. Tabela 7 mostra um exemplo dos limites de pico. Além da amplitude os filtros

sempre interferem na fase do campo, o que muda o valor de pico do campo filtrado.

Como mostrado na Figura 1, Figura 2 e Figura 3 os limites são divididos por

faixas de frequência onde os limites variam diretamente proporcional à 1

f 2,1f,

1

f 0

(constante) e f . Nas faixas de 1

f 2,1f,

1

f 0 e f o ângulo de fase do filtro φ i(ver equação

18) é de 180°, 90°, 0°, e -90°, respectivamente. O filtro ponderado pode ser

aproximado de um filtro eletrônico ou digital, onde a atenuação não deve desviar-se

mais de 3 dB e a fase não deve variar mais que 90° da resposta exata de frequência

linear. Como exemplo, a Figura 4 mostra a atenuação e fase em função da

frequência do filtro usado para a ponderação do campo elétrico induzido. As curvas

aproximadas são baseadas por simples aproximação de uma função do filtro tipo RC

55

Page 56: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

(resistor e capacitor). A aproximação do pico ponderado pode ser usado para campo

coerente ou não. No caso de campos coerentes a medida de tempo deve ser longa

o suficiente para detectar o pior valor de pico com uma probabilidade razoável. No

caso dos campos não coerentes, compostos por poucas frequências, a aproximação

do pico ponderado é idêntica a soma de espectros.

Tabela 7 - Limites de pico derivado para campos elétricos e magnéticos não senoidais –

A frequência de referência é de 50 Hz.

Fonte: ICNIRP, Guideline for limiting exposure to time-varying electric and magnetic fields (1 Hz TO 100 kHz) - 2010

Figura 4 - Resposta em fase e amplitude da ponderação do campo elétrico induzido.

Fonte: ICNIRP, Guideline for limiting exposure to time-varying electric and magnetic fields

(1 Hz TO 100 kHz) - 2010

56

Page 57: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

57

Page 58: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

6. CÁLCULO CAMPO ELÉTRICO E MAGNÉTICO

No Brasil a energia elétrica é gerada em 60 Hz. O comprimento de onda de

um sinal de 60 Hz é muito grande, de tal sorte que qualquer circuito funcionando

nesta frequencia fica curto em relação ao comprimento de onda do sinal. Sendo

assim, toda a análise que fizermos pode ser feita como se o sinal que trafega na

linha fosse em corrente contínua, ou seja, o defasamento do sinal ao longo da linha

pode ser desprezado e podemos portanto utilizar as equações da eletrostática e

magnetostática, que são mais simples, sem cometer erros consideráveis.

6.1 CAMPO ELÉTRICO

A intensidade da força entre dois objetos pequenos, separados pelo espaço

pelo vácuo, considerando a distancia entre eles muito maior que seus raios, terá

uma intensidade diretamente proporcional ao produto entre as cargas, e

inversamente proporcional ao quadrado da distancia entre eles. A força de atração e

repulsão é governada pela lei de Coulomb.

A lei de Coulomb define a força produzida entre duas cargas elétricas como:

F= 14 π ε0

Q1Q2

R2 N (Eq. 19)

Sendo: Q1 e Q2 as cargas elétricas envolvidas;

R a distância entre as cargas;

ε 0 a permeabilidade elétrica do vácuo, onde:

ε 0~¿ 1

36πx10−9 F

m (Eq. 20)

58

Page 59: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Ainda segundo a Lei de Coulomb, uma carga elétrica “Q” produz em sua

vizinhança um campo de força. Ao colocarmos uma carga de prova positiva “q” na

região de influência deste campo ela estará submetida a uma força “F”, fruto do

campo elétrico no local. O vetor intensidade de campo elétrico nos arredores da

carga “Q” é definido como a razão entre a força “F” e a carga “q”, como mostra a

equação .

E=Fq

(Eq. 21)

Substituindo a fórmula, obtemos:

E= 14 π ε0

Q

R2aR (Eq. 22)

Esse vetor intensidade de campo elétrico para uma carga pontual está na

direção da força exercida sobre a carga de teste positiva e está dirigida radialmente

para fora de Q, como simbolizado pelo vetor unitário aR. O vetor intensidade de

campo elétrico para uma carga pontual decai inversamente com o quadrado da

distância.

Sabe-se que o campo elétrico produzido por uma linha de transmissão está

diretamente relacionado com a tensão da linha. A Figura 5 ajuda a ilustrar o conceito

de tensão.

59

Page 60: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Figura 5 – Conceito de tensão

Para deslocar a carga “q”, imersa em um campo elétrico “E”, do ponto “a” ao

ponto “b” deve-se fornecer uma energia a esta carga. Essa energia pode ser

calculada fazendo a integral de linha da força elétrica “F” exercida sobre a carga “q”

pelo campo elétrico “E”:

F=q . E (Eq. 23)

W ba=−∫a

b

F .d l (Eq. 24)

A tensão ou diferença de potencial entre os pontos “a” e “b” é o trabalho (ou

energia) por unidade de carga necessária para deslocar uma carga “q” entre estes

pontos:

V ba=W ba

q=( 1

q ) .(−∫a

b

F .d l)=( 1q ) .(−q .∫

a

b

E .d l)V ba=−∫

a

b

E .d l (Eq. 25)

Substituindo as equações e resolvendo a integral obtemos:

V ba=Q

4 π ε0( 1rb

−1ra ) (Eq. 26)

60

Page 61: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

A Lei de Gauss define que a integral de uma superfície fechada da densidade

de fluxo elétrico que atravessa essa superfície é equivalente à carga que produziu

esta densidade de fluxo elétrico, ou seja, a carga envolvida pela superfície

gaussiana, como mostra a equação a seguir.

∮s

D .d s=Qenvolvida(Eq. 27)

Desenvolvendo a equação, obtem-se:

∮s

D .d s=¿D .∮s

ds=D .2 . π . r .l ¿ (Eq. 18)

Para determinarmos a distribuição linear de carga em um condutor cilíndrico

vamos considerar a seguinte superfície gaussiana.

Pela definição de distribuição linear de carga, podemos obter a carga total no

condutor da Figura 5 através do produto da distribuição linear de carga no condutor

pelo seu comprimento.

Qenvolvida=ρl .l (Eq. 29)

Assim, pode-se concluir:

D .2. π .r . l=ρl . l (Eq. 30)

D=ρl

2.π . r. ar (Eq. 31)

Como a densidade de fluxo elétrico é igual ao produto do campo elétrico pela

permissividade elétrica do meio que circunda o condutor:

D=ε .E (Eq. 32)

E=ρl

2. π . ε .r. ar (Eq. 33)

6.1.1 Distribuição Linear de Cargas

61

Gabriela Kascher, 25/11/12,
Fiquei em dúvida se é mesmo essa figura – conferir na leitura final.
Page 62: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

A distribuição linear de cargas possui uma densidade linear ρl C/m. Para

analise do comportamento do campo elétrico gerado por uma distribuição linear

infinita de cargas, é necessário tomar duas cargas incrementais (ρl C/m), em uma

distribuição linear de cargas, como mostrado na Figura 6.

Figura 6 - Campo elétrico produzido por uma distribuição linear de carga.

O campo elétrico em um ponto P, situado a uma distância r, perpendicular à

linha infinita de cargas criado por cada carga incremental é dE, orientado na direção

da linha que une o incremento de carga ao ponto P. Cada um desses campos pode

ser decomposto em duas componentes, sendo elas: uma paralela à linha, dEz, e

outra perpendicular a ela, dEr. Como as cargas incrementais são simétricas em

relação à linha, as componentes dEz vão se anular, e o campo elétrico resultante

será a soma das componentes dEr. Como se trata de uma linha infinita de cargas,

para qualquer ponto z (considerando um sistema de coordenadas cilíndricas), será

sempre possível escolher conjuntos de incrementos de cargas simétricos a ele, e o

campo será sempre perpendicular à linha de cargas. Ao mover o ponto P em um

círculo em torno da linha de cargas, o campo elétrico se manterá com intensidade

inalterada, e perpendicular á linha. Movendo-se o ponto P para cima e para baixo,

mantendo-se a distância r inalterada, a intensidade do campo elétrico não

apresentará alterações. Se a distância r variar, o campo elétrico deverá variar

também.

62

Page 63: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Portanto o campo elétrico produzido por uma distribuição linear infinita de

cargas:

Possui simetria cilíndrica, e deve ser equacionado utilizando-se um sistema

de coordenadas cilíndricas.

Só varia com a componente radial.

6.2 CAMPO MAGNÉTICO

Como o presente trabalho estuda os campos em uma linha de transmissão,

pode-se considerar que o sistema é de corrente e tensão contínuas, já que o

comprimento de onda na frequencia de 60 Hz é muito grande (na ordem de 5.000

km).

O campo magnético aparece quando existem cargas em movimento, ou seja,

na presença de corrente elétrica. A corrente se apresenta pelo movimento dos

elétrons livres, ou através da recombinação das cargas elétricas positivas e

negativas de algum material quando submetido a um campo elétrico.

A corrente pode ser representada pelo vetor densidade de corrente J, cuja

unidade é Ampère por metro ao quadrado (A/m²). É definida pela corrente total

fluindo através de uma superfície, s.

I=∫s

J .ds (Eq. 34)

Em muitos materiais condutores, a densidade de corrente é proporcional ao

campo elétrico que está originando a força para mover a carga. Isto é conhecido

como a Lei de Ohm. A grandeza σ é a condutividade do material, cuja unidade é o

siemens por metro (S/m).

63

Page 64: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

J=σE (Eq. 35)

Figura 7 - Configuração preliminar de um sistema

As correntes devem necessariamente formar um caminho fechado, mas é

possível examinar as contribuições para o campo magnético devido a comprimentos

diferenciais dessa corrente. A equação a seguir demonstra este calculo,

considerando um só condutor.

B= μ . I2πr

[T ] (Eq. 36)

Para um sistema trifásico com três condutores em um plano horizontal o

cálculo pode ser feito através da equação:

B=√3μ . s . I2 π r2 [T ] (Eq. 37)

Onde:

μ é a permeabilidade magnética do meio em henry por metro (H/m);

B é o módulo de densidade de fluxo magnético a uma distância r em tesla (T);

r é a distância em relação ao centro do sistema, em metros;

I é a corrente de carga em Ampères (A) por fase;

S é a distância entre as fases.

64

Page 65: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

É importante ressaltar que a equação para sistema trifásico apresentada

aplica-se quando r>>s, as correntes de fase são simétricas nas três fases e o

espaçamento entre fases é sempre o mesmo. Além disso, os condutores são

considerados com comprimento infinito. Assim, os cálculos feitos no software

desenvolvido para o presente trabalho não foram dessa forma, já que em linhas de

distribuição reais, o espaçamento entre fases não é necessariamente o mesmo, e é

impossível a consideração de um sistema desequilibrado, já que na formulação

apresentada, o valor da corrente admitido é o mesmo para as três fases.

É necessária então a consideração de um sistema de condutores mais

genérico, assim considerou-se a Figura 8 como referência deste sistema.

Para o cálculo da densidade de fluxo magnético de um sistema genérico

assim colocado, optou-se pela dedução de uma formulação a partir da utilização do

potencial vetor, A. Uma vez determinada a densidade de fluxo magnético, B, o

campo magnético, H, pode ser facilmente obtido através da equação:

B=μ . H (Eq. 38)

Figura 8 - Configuração genérica de condutores

65

Page 66: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

As coordenadas dos pontos onde se localizam os condutores são (Xa, Ya), (Xb,

Yb) e (Xc, Yc) para os condutores localizados em três pontos distintos A, B e C. Para

calculo do campo magnético será considerado o ponto de prova P, cujas

coordenadas são (Xp, Yp).

Para facilitar a formulação, consideremos o potencial vetor A, que tem mesma

direção e sentido do vetor densidade de corrente, J, que gerou o campo magnético a

ser calculado.

A= μ4 π∫

Ird lL . az (Eq. 39)

Imaginando primeiramente somente um condutor, o cálculo inicia definindo a

distância R.

R=√z2+r A2 (Eq. 40)

Onde:

r A=√(x−x A)2+( y− y A)

2 (Eq. 41)

Assim, considerando a equação formulada anteriormente, as distancias,

pontos de prova e as coordenadas da fase, calcula-se a densidade de fluxo

magnético na direção x e y separadamente.

Bx=μ . I A2π

( y p− yA )[ 1

L+√L2+r A2.

1

√L2+r A2− 1r A

2 ] (Eq. 42)

Onde:

r A2 =( xp−xA )

2+( y p− y A)2(Eq. 43)

B y=μ . I A2π

(x p−x A )[ 1

L+√L2+r A2.

1

√L2+r A2− 1rA

2 ](Eq. 44)

66

Page 67: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Para obtenção da densidade de fluxo magnético total resultante, as parcelas

nas direções x e y devem ser somadas vetorialmente. Como não há parcela de

campo na direção z, o módulo de B será obtido por:

Btotal=√B x2+B y

2(Eq. 45)

Como o presente trabalho tem por objetivo o cálculo de campo magnético em

sistemas trifásicos (linhas de distribuição), o campo resultante será obtido a partir da

soma de cada uma das parcelas das três fases, considerando-se a defasagem entre

as correntes de cada fase.

O cálculo será feito conforme equação:

BxTOTAL=μ . I A2π

( y p− y A )[ 1

L+√L2+r A2.

1

√L2+r A2− 1r A

2 ]+ μ . IB2π( y p− yB )[ 1

L+√L2+rB2.

1

√L2+r B2− 1rB

2 ]+ μ . IC2 π( y p− yC )[ 1

L+√L2+rC2.

1

√L2+rC2− 1rC

2 ] (Eq. 46)

E

B yTOTAL=μ . I A2π

( xp−x A )[ 1

L+√L2+r A2.

1

√L2+r A2− 1r A

2 ]+ μ . IB2 π(xp−xB ) [ 1

L+√L2+rB2.

1

√L2+r B2− 1r B

2 ]+ μ . IC2π(x p−xC )[ 1

L+√L2+rC2.

1

√L2+rC2− 1rC

2 ] (Eq. 47)

6.3 METODO DAS IMAGENS

O método das imagens é um meio de se calcular a influência do solo no

cálculo do campo magnético e no campo elétrico que incidem em um ponto.

Para cálculo do campo magnético de uma linha de transmissão,

considerando-se que o solo seja um condutor perfeito, a aplicação do Método das

Imagens consiste em supor a existência de condutores idênticos, com corrente de

mesmo módulo, porém com a direção contrária, a uma mesma distância do solo que

os condutores reais conforme ilustrado na Figura 9. Assim o campo resultante deste

67

Page 68: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

arranjo, seria a soma vetorial das contribuições dos seis condutores (os condutores

reias e suas imagens).

Figura 9 - Ilustração do Método das Imagens para um solo condutor perfeito

Em solos reais, cuja resistividade é maior que zero, é necessário fazer uma

compensação na influência da imagem no campo magnético. Esta compensação é

feita afastando os condutores imagem do solo utilizando o conceito de profundidade

complexa que é dada pela equação:

p=√ ρjω μ0

(Eq. 48)

Onde p é a profundidade complexa, ω é a velocidade angular, μ0 é a

permeabilidade magnética do solo (que é considerada igual ao do vácuo), σ é a

condutividade elétrica do solo e ρ é a resistividade do solo.

Assim é considerado a existência de um plano complexo a partir do qual os

condutores reais e os condutores imagens estão dispostos simetricamente. A ilustra

esta situação.

68

Page 69: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Figura 10 - Ilustração do Método das Imagens para um solo real

O cálculo da densidade de campo magnético, considerando o efeito do solo,

deve ser feito da mesma forma deduzida anteriormente para os condutores reais. Os

efeitos dos condutores reais e imagem devem ser somados para se obter o valor

final.

As equações e representam as contribuições das imagens nos eixos X e Y,

considerando somente um condutor, a fase A.

69

Page 70: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Bx=μ IA2 π

(h p+hA+2 p )[ 1

L+√L2+r Ai2.

1

√L2+r Ai2− 1rAi

2 ] (Eq. 49)

B y=μ I A2π

(x p−x A ) [ 1

L+√L2+r Ai2.

1

√L2+rAi2− 1rAi

2 ] (Eq. 50)

6.4 EXEMPLO DE CALCULO DE CAMPO ELÉTRICO

Cálculo do campo elétrico e do campo magnético oriundos de uma linha de

transmissão com as características descritas a seguir:

V r=765∠0 °kV

V s=765∠120° kV

V t=765∠−120 ° kV

xr=1

yr=12

xs=11

ys=12

x t=21

y t=12

x p=11

y p=2

r=0,15m

ρ=1000Ω.m

70

Page 71: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

A tensão em um condutor cilíndrico se relaciona com a distribuição linear de

carga ao longo do condutor através da seguinte fórmula:

V=ρl

2.π . ε 0

. ln( dr )Portanto, a distribuição linear de carga pode ser definida por:

ρl=V .2 . π . ε0

ln( dr )Aproximando a permissividade elétrica do vácuo a:

ε 0=1

36.πx 10−9 F

m

Encontra-se a distribuição linear de carga ao longo do condutor:

ρl=V .2 . π .

136.π

x10−9

ln( dr )

ρl=

765

√3.

118

x10−6

ln( 120,15 )

ρl=5,6μCm

Para calcularmos o campo elétrico produzido por este condutor na ponta de

prova (p), deve-se calcular a distância entre cada condutor e a ponta de prova:

drp=√(xr−x p)2+( yr− y p)

2

drp=√(1−11)2+(12−2)2=√(−10)2+102=14,142 [m ]

d sp=√(xs−x p)2+( ys− y p)

2

d sp=√(11−11)2+(12−2)2=√102=10 [m ]

d tp=√(x t−x p)2+( y t− y p)

2

71

Page 72: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

d tp=√(21−11)2+(12−2)2=√102+102=14,142 [m ]

O campo elétrico produzido por um condutor cilíndrico de comprimento

tendendo ao infinito é definido por:

E=ρl

2. π . ε0 .d=

ρl

2.π .1

36. π.10−9 . d

=18. 109 . ρl

d

Pode-se calcular, então, o campo elétrico produzido por cada condutor:

Er=18x 5,6 x103

14,142. [ sen (45 ° ) . ax−cos ( 45° ) . ay ]

Er=5,040.ax−5,040 . ay [ kVm ]E s=

18x 5,6 x103

10. [−ay ]

E s=−10,080.ay [ kVm ]Et=

18x 5,6 x103

14,142. [−sen ( 45° ) . ax−cos ( 45 ° ) . a y ]

Et=−5,040.ax−5,040 . ay [ kVm ]Sabe-se que o efeito imagem influencia no campo elétrico resultante

produzido por uma linha de transmissão. Portanto, o mesmo processo para o cálculo

dos campos produzidos pelos condutores de cada uma das fases da linha deve ser

refeito para suas respectivas imagens:

ρ 'l=ρl=5,6 [ μCm ]d 'rp=√(x ' r−x p)

2+( y 'r− y p)2

d 'rp=√(1−11)2+(−12−2)2=√(−10)2+ (−14 )2=17,205 [m ]

d ' sp=√(x ' s−x p)2+( y ' s− y p)

2

72

Page 73: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

d ' sp=√(11−11)2+(−12−2)2=√ (−14 )2=14 [m ]

d 'tp=√( x 't−x p)2+( y 't− y p)

2

d 'tp=√(21−11)2+(−12−2)2=√102+(−14 )2=17,205 [m ]

E 'r=18x 5,6 x103

17,205. [ sen (35,54 ° ) . ax+cos (35,54 ° ) .a y ]

E 'r=3,406.ax+4,767 . ay [ kVm ]E ' s=

18x 5,6 x103

14. [ ay ]

E ' s=7,200.ay [ kVm ]E 't=

18 x5,6 x103

17,205. [−sen (35,54 ° ) . ax+cos (35,54 ° ) . ay ]

E 't=−3,406.ax+4,767 . a y [ kVm ]Como trata-se de um sistema trifásico, as tensões em cada uma das fases

estão defasadas em 120°. Portanto, antes de fazer a composição vetorial para

encontrar o campo resultante na ponta de prova, deve-se decompor cada vetor em

suas componentes real e imaginária:

E xreal=Erx .cos ( 0° )+E sx .cos (120 ° )+Etx .cos (−120 ° )[ kVm ]E xreal=5,040 x1+0 x (−0,5 )+(−5,040 ) x (−0,5 )[ kVm ]

E xreal=5,040+2,520=7,560[ kVm ]

E ximag=Erx . sen (0 ° )+Esx . sen (120° )+E tx . sen (−120 ° )[ kVm ]E ximag=5,040 x0+0x (0,866 )+(−5,040 ) x (−0,866 )[ kVm ]

73

Page 74: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

E ximag=0+0+4,365=4,365[ kVm ]

E yreal=E ry .cos (0 ° )+E sy .cos (120 ° )+Ety .cos (−120 ° )[ kVm ]E yreal= (−5,040 ) x 1+(−10,080 ) x (−0,5)+ (−5,040 ) x (−0,5 )[ kVm ]

E yreal=−5,040+5,040+2,520=2,520[ kVm ]

E yimag=E ry . sen (0° )+E sy . sen (120° )+E ty . sen (−120 ° )[ kVm ]E yimag= (−5,040 ) x 0+(−10,080 ) x (0,866)+(−5,040 ) x (−0,866 )[ kVm ]

E yimag=−8,729+4,365=−4,364[ kVm ]

E ' xreal=E 'rx .cos (0° )+E ' sx .cos (120 ° )+E 'tx .cos (−120 ° )[ kVm ]E ' xreal=3,406 x1+0 x (−0,5 )+(−3,406 ) x (−0,5 )[ kVm ]

E ' xreal=3,406+0+1,703=5,109 [ kVm ]

E ' ximag=E 'rx . sen (0 ° )+E 'sx . sen (120 ° )+E' tx . sen (−120 ° )[ kVm ]E ' ximag=3,406 x 0+0 x (0,866 )+(−3,406 ) x (−0,866 )[ kVm ]

E ' ximag=0+0+2,950=2,950 [ kVm ]

74

Page 75: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

E ' yreal=E' ry .cos (0 ° )+E ' sy .cos (120 ° )+E 'ty .cos (−120 ° )[ kVm ]E ' yreal=4,767 x1+7,200 x (−0,5)+4,767 x (−0,5 )[ kVm ]

E ' yreal=4,767−3,600−2,384=−1,217 [ kVm ]

75

Page 76: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

E ' yimag=E' ry . sen (0 ° )+E ' sy . sen (120° )+E ' ty . sen (−120 ° )[ kVm ]E ' yimag=4,767 x 0+7,200 x(0,866)+4,767 x (−0,866 )[ kVm ]

E ' yimag=6,235−4,128=2,107 [ kVm ]

Ereal=Exreal+Eyreal+E ' xreal+E ' yreal

Ereal=7,560+2,520+5,109−1,217=13,952

Eimag=Eximag+E yimag+E ' ximag+E ' yimag

Eimag=4,365−4,364+2,950+2,107=5,058

Emod=√Ereal2+Eimag

2

Emod=√13,9522+5,0582=14,841[ kVm ]

E fase=tan−1(E imag

E real)

E fase=tan−1( 3,23214,026 )=19,927 °

6.5 EXEMPLO DE CÁLCULO DE CAMPO MAGNÉTICO

Cálculo do campo magnético oriundos de uma linha de transmissão com as

seguintes características:

V r=755∠0 °kV

V s=755∠120° kV

76

Gabriela Kascher, 27/11/12,
Ronaldo, este texto você ainda não conferiu. Ele foi inserido após sua última revisão.
Page 77: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

V t=755∠−120 ° kV

xr=1

yr=12

xs=11

ys=12

x t=21

y t=12

x p=11

y p=2

r=0,15m

ρ=10Ω.m

O campo magnético devido a uma corrente de comprimento infinito é obtido

através da equação:

H= I2πr

Calcula a profundidade “P” em função da resistividade do solo, para

determinar a imagem dos condutores. Onde p é a profundidade complexa, ω é a

velocidade angular (ω=2πf ¿, μ0 é a permeabilidade magnética do solo e ρ é a

resistividade do solo

p=√ ρjω μ0

p=√ 102.π .60 .(4.π .10−7)

p=145,29

77

Page 78: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Para calcularmos o campo magnético produzido por este condutor na ponta

de prova (p), deve-se calcular a distância entre cada condutor e a ponta de prova:

drp=√(xr−x p)2+( yr− y p)

2

drp=√(1−11)2+(12−2)2=√(−10)2+102=14,142 [m ]

d sp=√(xs−x p)2+( ys− y p)

2

d sp=√(11−11)2+(12−2)2=√102=10 [m ]

d tp=√(x t−x p)2+( y t− y p)

2

d tp=√(21−11)2+(12−2)2=√102+102=14,142 [m ]

O campo magnético produzido por um condutor cilíndrico de comprimento

tendendo ao infinito é definido por:

H= I2.π . r

= 7552.π . r

Pode-se calcular, então, o campo magnético produzido por cada condutor:

H r=755

2. π .14,142.[cos (45 ° ) . ax−sen (45 ° ) . a y ]

H r=6,01.ax−6,01.ay A /m

H s=755

2. π .10.[−a y ]

H s=−12,02.ay A /m

H t=755

2.π .14,142.[−cos ( 45° ) . ax−sen (45 ° ) . ay ]

H t=−6,01.ax−6,01.ay A /m

Sabe-se que o efeito imagem influencia no campo magnético resultante

produzido por uma linha de transmissão. Portanto, o mesmo processo para o cálculo

78

Page 79: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

dos campos produzidos pelos condutores de cada uma das fases da linha deve ser

refeito para suas respectivas imagens:

d 'rp=√(xr−x p)2+( yr+ y p+2. p)2

d 'rp=√(1−11)2+(12+2+2 .145,29)2=√(−10)2+304,582=304,74 [m ]

d ' sp=√(xs−x p)2+( y s+ y p+2. p)2

d ' sp=√(11−11)2+(12+2+2 .145,29)2=√304,582=304,58 [m ]

√(x t−x p)2+( y t+ y p+2. p)2

d 'tp=√(21−11)2+(12+2+2 .145,29)2=√102+304,582=304,74 [m ]

H 'r=−755

2. π .304,74. [sen (1,88 ° ) . ax+cos (1,88 ° ) .a y ]

H 'r=−0,013.ax−0,394.aymA /m

H 's=−755

2. π .304,58.[−a y]

H 's=0,395.aymA /m

H 't=−755

2.π .304,74. [−sen.ax+cos (1,88 ° ) . a y ]

H 't=0,013ax−0,394.a ymA /m

Como se trata de um sistema trifásico, as correntes em cada uma das fases

estão defasadas em 120°. Portanto, antes de fazer a composição vetorial para

encontrar o campo resultante na ponta de prova, deve-se decompor cada vetor em

suas componentes real e imaginária:

H xreal=H rx .cos (0 ° )+H sx .cos (120 ° )+H tx .cos (−120 ° )

H xreal=6,01x 1+0 x (−0,5 )+ (−6,01 ) x (−0,5 )

H xreal=6,01+3,005=9,015 [A /m ]

79

Page 80: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

H ximag=H rx . sen (0 ° )+H sx . sen (120 ° )+H tx . sen (−120 ° )

H ximag=6,01x 0+0 x (0,866 )+(−6,01 ) x (−0,866 )

H ximag=0+0+5,205=5,205 [A /m ]

H yreal=H ry .cos (0 ° )+H sy .cos (120 ° )+H ty .cos (−120 ° )

H yreal=(−6,01 ) x1+(−12,02)x (−0,5)+(−6,01 ) x (−0,5 )

H yreal=−6,01+6,01+3,005=3,005 [A /m ]

H yimag=H ry . sen (0 ° )+H sy . sen (120 ° )+H ty . sen (−120 ° )

H yimag=(−6,01 ) x 0+(−12,02) x (0,866 )+ (−6,01 ) x (−0,866 )

H yimag=−10,409+5,205=−5,204 [A /m ]

H ' xreal=H ' rx .cos (0 ° )+H 'sx .cos (120 ° )+H 'tx .cos (−120 ° )

H ' xreal=−0,013 x1+0 x (−0,5 )+(0,013 ) x (−0,5 )

H ' xreal=−0,013−0,001=0,012 [A /m ]

H ' ximag=H ' rx . sen (0 ° )+H ' sx . sen (120 ° )+H 'tx . sen (−120 ° )

H ' ximag=−0,013 x0+0+(0,013 ) x (−0,866 )

H ' ximag=0+0−0,011=−0,011 [mA /m ]

H ' yreal=H ' ry .cos (0 ° )+H ' sy .cos (120 ° )+H 'ty .cos (−120 ° )

H ' yreal=−0,394 x1+(−0,395)x (−0,5)+(−0,394) x (−0,5 )

H ' yreal=−0,394+0,198+0,197=0,001[mA /m ]

H ' yimag=H ' ry . sen (0 ° )+H 'sy . sen (120 ° )+H ' ty . sen (−120 ° )80

Page 81: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

H ' yimag=−0,394 x0+(0,395) x(0,866)+(−0,394 )x (−0,866 )

H 'yimag=0−0,342+0,341=−0,001 [mA /m ]

H real=H xreal+H yreal+H ' xreal+H ' yreal

H real=9,015+3,005+0,012+0,001=12,033 [A /m]

H imag=H ximag+H yimag+H ' ximag+H ' yimag

H imag=5,205−5,204+(−0,011 )+ (−0,001 )=−0,011 [A /m ]

H=√H real2+H imag

2

Hmod=√12,0332+(−0,011)2=12,033 [ A/m ]

H fase=tan−1(H imag

H real)

H fase=tan−1(−0,01112,033 )=0,052°

Através da intensidade de campo magnético (H), calcula-se a densidade de

fluxo magnético.

B=μ0 H

B=4 π .10−7 x 11,41

7. SOFTWARE DESENVOLVIDO PARA CÁLCULO DE CAMPOS

ELETROMAGNÉTICOS

O software de simulação de campos elétricos e magnéticos oriundos de linha

de transmissão de alta tensão proposto foi desenvolvido através do MATLAB. O 81

Page 82: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

MATLAB é uma linguagem de alto nível e um ambiente interativo voltado para

computação numérica, visualização e programação. Através do MATLAB é possível

realizar análise de dados, desenvolver algoritmos e criar modelos e aplicações. A

linguagem de programação, as ferramentas e as funções matemáticas intrínsecas

do programa permitem explorar múltiplas abordagens e chegar a uma solução mais

rápida do que através de planilhas ou linguagens de programação tradicionais, como

C, C++ ou Java.

O MATLAB pode ser usado para uma gama enorme de aplicações, incluindo

processamento de sinais e comunicação, processamento de imagem e vídeo,

sistemas de controle, teste e medição, finanças e biologia computacional.

O MATLAB é bastante utilizado e, portanto, há vários exemplos e

documentação disponíveis na Internet que facilitam a solução de problemas durante

o desenvolvimento do software. Além disso, o MATLAB possui uma ferramenta bem

interessante e de fácil utilização, voltada para o desenvolvimento de interface gráfica

com o usuário, chamada GUIDE, que mais adiante será explicada. Estes foram os

principais motivos para a escolha do MATLAB para desenvolver o software de

simulação proposto.

7.1 GUIDE

O GUIDE (Graphical User Interface Development Environment) é, como seu

próprio nome já diz, um ambiente de desenvolvimento de interface gráfica com o

usuário. Uma interface gráfica com o usuário permite que os usuários do software de

simulação realizem tarefas interativamente através de controles simples e

amigáveis, como botões e barras de rolagem, por exemplo. Dentro do MATLAB,

ferramentas GUI (Graphical User Interface) permitem que você execute tarefas 82

Page 83: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

como criar e personalizar planilhas, ajuste de curvas e superfícies e análise e

filtragem de sinais. É possível ainda criar GUIs personalizados para outros usuários,

que podem executá-los em MATLAB ou como aplicativos independentes.

Os alunos da Engenharia Eletrônica e de Telecomunicação tem conhecimento

mais apurado em linguagens de programação de baixo nível, pois o objetivo deste

conhecimento é a programação de microcontroladores, microprocessadores, FPGA,

etc. Neste tipo de linguagem de programação é muito complicado desenvolver

interfaces gráficas e, por isso, o MATLAB se apresentou como uma solução bem

viável.

Para desenvolver uma GUI no MATLAB não é necessário um conhecimento

muito aprofundado da linguagem de programação. Através do GUIDE monta-se a

tela da interface gráfica de forma bem simples, adicionando botões, caixas de textos

editáveis e estáticas, barras de rolagem, menus, eixos gráficos, dentre outros, e o

próprio MATLAB se encarrega de gerar o código correspondentes a estes elementos

que o programador deseja em sua GUI. A figura a seguir mostra a tela do GUIDE

limpa com todas as suas ferramentas utilizadas na criação de novas interfaces

gráficas.

83

Page 84: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Figura 11 - Ferramenta do MATLAB usada para criar interfaces gráficas com o usuário

84

Page 85: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

CRIAR VARIÁVEISCRIAR FUNÇÕES

ENTRAR COM DADOS

CALCULAR CAMPO ELÉTRICO

CALCULAR CAMPO MAGNÉTICO

PLOTAR GRÁFICOS

INÍCIO

INÍCIO

7.2 FLUXOGRAMA

A seguir é apresentado um fluxograma do software de simulação proposto.

Este fluxograma não tem como objetivo destrinchar completamente cada etapa do

software, mas sim dar ao leitor uma visão ampla do conjunto da obra, o que facilitou

no desenvolvimento do programa e certamente facilitará na compreensão do

mesmo. No Anexo 1 serão apresentadas todas as linhas de programação do

software de simulação desenvolvido.

Figura 12 – Fluxograma do software desenvolvido

85

Page 86: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

8. MEDIÇÃO DE CAMPOS DE ACORDO COM A NORMA NBR 15415

9. MEDIÇÃO X CÁLCULO

O objetivo deste capítulo é apresentar medições de campo elétrico e campo

magnético realizadas próximo a duas linhas de transmissão de alta tensão e

confrontar os valores medidos com os valores calculados. Os cálculos foram

realizados à mão, segundo a metodologia descrita no capítulo XX, e também através

do software desenvolvido, descrito no capítulo XX.

Este capítulo não tem como objetivo descrever passo a passo os cálculos

realizados. Portanto, os resultados parciais são apresentados, mas não há uma

explicação do que foi feito. Para entender cada passo tomado no cálculo, verificar

capítulo XX. Da mesma forma, são apresentados neste capítulo apenas os

resultados referentes ao cálculo realizado pelo software. Para entender como é feito

este cálculo pelo programa, verificar capítulo XX.

As medições apresentadas neste capítulo foram contratadas para atender à

Resolução 398 da ANEEL e, portanto, seus resultados não devem ser divulgados.

Para preservar o agente responsável por tais instalações, serão apresentados neste

capítulo apenas os resultados das medições no intuito de preservar o sigilo das

informações.

As informações referentes às linhas de transmissão utilizadas para o cálculo

do campo elétrico e do campo magnético são informações reais informadas pela

86

Gabriela Kascher, 27/11/12,
Ronaldo, este texto foi incluído depois da sua revisão, favor dar um olhada.
Gabriela Kascher, 27/11/12,
Ronaldo, faeste texto foi inserido após sua revisão
Page 87: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

equipe técnica do agente responsável pelas instalações. Esta característica faz com

que os resultados da medição e do cálculo sejam bem condizentes.

9.1LINHA 1

9.1.1 DADOS DA LINHA

Segue abaixo os dados da primeira linha de transmissão.

Tensão:

V r=138∠0 °kV

V s=138∠120° kV

V t=138∠−120 ° kV

Corrente:

I r=750∠0 ° kV

I s=750∠120 ° kV

I t=750∠−120 ° kV

Posição dos condutores e da ponta de prova:

xr=1

yr=10,8

xs=1

ys=6,5

x t=7,2

y t=6,5

87

Page 88: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

x p=4,1

y p=1,5

Seção transversal dos condutores e resistividade do solo

r=0,003594m

ρ=1000Ω.m

88

Page 89: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Croquis

Figura 13 - Croqui de posição dos condutores e da ponta de prova da Linha 1

Figura 14 - Croqui de distâncias entre as fases e suas imagens e a ponta de prova da

Linha 1

89

Page 90: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Figura 15 - Croqui de ângulos dos vetores de campo (Linha 1)

9.1.2 CÁLCULO

ρls=V .2 . π .

136.π

x 10−9

ln( dr )

ρls=

138

√3.

118

x 10−6

ln( 6,50,003594 )

ρls=0,5902μCm

ρlr=

138

√3.

118

x10−6

ln( 10,80,003594 )

ρlr=0,5527μCm

90

Page 91: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

E=ρl

2. π . ε0 .d=

ρl

2.π .1

36. π.10−9 . d

=18. 109 . ρl

d

Er=18x 0,5527 x103

9,803. [ cos (72° ) . ax−sen (72° ) . ay ]

Er=313,61 . ax−965,18.ay [Vm ]

E s=18x 0,5902x 103

5,883. [cos (58 ° ) . ax−sen (58 ° ) . ay ]

E s=956,94 .ax−1531,42.a y [Vm ]

Et=18x 0,5902 x103

5,883. [−cos (58° ) . ax−sen (58° ) . ay ]

Et=−956,94 . ax−1531,42.a y [Vm ]

E 'r=18x 0,5527 x103

12,685. [cos (76 ° ) . ax+sen (76 ° ) . a y ]

E 'r=189,73 . ax+760,98.a y [Vm ]

E ' s=18x 0,5902 x103

8,58. [cos (69° ) . ax+sen (69 ° ) . ay ]

E ' s=443,72 . ax+1155,94.ay [ Vm ]E 't=

18 x0,5902 x103

8,58. [−cos (69 ° ) . ax+sen (69 ° ) . ay ]

91

Page 92: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

E 't=−443,72. ax+1155,94.a y [Vm ]

E xreal=Erx .cos ( 0° )+E sx .cos (120 ° )+Etx .cos (−120 ° )[Vm ]E xreal=313,61x 1+956,94 x (−0,5 )+(−956,94) x (−0,5 )[Vm ]

E xreal=313,61[Vm ]

E ximag=Erx . sen (0 ° )+Esx . sen (120° )+E tx . sen (−120 ° )[Vm ]E ximag=313,61x 0+956,94 x (0,866 )+(−956,94 )x (−0,866 )[ Vm ]

E ximag=1971,03[Vm ]

E yreal=E ry .cos (0 ° )+E sy .cos (120 ° )+Ety .cos (−120 ° )[Vm ]E yreal= (−956,18 ) x1+(−1531,42 ) x (−0,5)+(−1531,42) x (−0,5 )[Vm ]

E yreal=575,24[ Vm ]

E yimag=E ry . sen (0° )+E sy . sen (120° )+E ty . sen (−120 ° )[Vm ]E yimag= (−965,18 ) x0+ (−1531,42 ) x (0,866)+(−1531,42) x (−0,866 )[Vm ]

E yimag=0[Vm ]

92

Page 93: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

E ' xreal=E 'rx .cos (0° )+E ' sx .cos (120 ° )+E 'tx .cos (−120 ° )[ Vm ]E ' xreal=189,73 x1+443,72x (−0,5 )+(−443,72)x (−0,5 )[ Vm ]

E ' xreal=189,73[ Vm ]

E ' ximag=E 'rx . sen (0 ° )+E 'sx . sen (120 ° )+E' tx . sen (−120 ° )[ Vm ]E ' ximag=189,73 x0+443,72x (0,866 )+(−443,72) x (−0,866 )[Vm ]

E ' ximag=768,52[Vm ]

E ' yreal=E' ry .cos (0 ° )+E ' sy .cos (120 ° )+E 'ty .cos (−120 ° )[ Vm ]E ' yreal=760,98x 1+1155,94 x (−0,5)+1155,94 x (−0,5 )[Vm ]

E ' yreal=−394,96[Vm ]

E ' yimag=E' ry . sen (0 ° )+E ' sy . sen (120° )+E ' ty . sen (−120 ° )[ Vm ]E ' yimag=760,98x 0+1155,94 x (0,866 )+1155,94 x (−0,866 )[ Vm ]

E ' yimag=0[Vm ]

E x=√ (Exreal+E ' xreal )2+(Eximag+E ' ximag )2

E x=√ (313,61+189,73 )2+(1971,03+768,52 )2=2785,41

93

Page 94: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

E y=√( Eyreal+E ' yreal )2+(E yimag+E ' yimag)

2

E y=√ (575,24−394,96 )2+ (0+0 )2=189,28

E=√E x2+E y

2

E=√2785,412+189,282=2791,83[Vm ]

H= I2.π . r

H r=

750

√32 π .9,803

[cos (72 ° ) . ax−sen (72 ° ) . a y ]=2,17 . ax−6,87 . a y [A /m ]

H s=

750

√32 π .5,883

. [cos (58 ° ) .ax−sen (58 ° ) .a y ]=6,21 . ax−9,93 . ay [A /m ]

H t=

750

√32π .5,883

. [−cos (58 ° ) . ax−sen (58 ° ) . ay ]=−6,21. ax−9,93 . a y [A /m ]

p=√ ρjω μ0

=√ 1000j2 π60.4 π .10−7 =1452 ,88

Altimagem=6,5+2x 1452,88=2912,26m

H xreal=H rx .cos (0 ° )+H sx .cos (120 ° )+H tx .cos (−120 ° ) [A /m ]

H xreal=2,17 x1+6,21 x (−0,5 )+ (−6,21 ) x (−0,5 ) [A /m ]

H xreal=2,17 [A /m ]

H ximag=H rx . sen (0 ° )+H sx . sen (120 ° )+H t x . sen (−120° ) [A /m ]

94

Page 95: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

H ximag=2,17 x0+6,21 x (0,866 )+(−6,21) x (−0,866 ) [A /m ]

H ximag=10,76 [A /m ]

H yreal=H ry .cos (0 ° )+H sy .cos (120 ° )+H ty .cos (−120 ° ) [A /m ]

H yreal=(−6,87 ) x 1+(−9,93 ) x (−0,5)+(−9,93)x (−0,5 ) [A /m ]

H yreal=3,06 [ A /m ]

H yimag=H ry . sen (0 ° )+H sy . sen (120 ° )+H ty . sen (−120 ° ) [A /m ]

H yimag=(−6,87 ) x 0+(−9,93 ) x (0,866)+ (−9,93 ) x (−0,866 ) [ A/m ]

H yimag=0 [ A /m ]

H x=√(H xreal )2+(H ximag)

2

H x=√ (2,17 )2+(10,76 )2=10,98

H y=√(H yreal)2+(H yimag)

2

H y=√(3,06 )2+ (0 )2=3,06

H=√H x2+H y

2

H=√10,982+3,062=11,40 [ Am ]9.1.3 SIMULAÇÃO

A seguir é apresentada a tela do software contendo os resultados da

simulação.

95

Page 96: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Figura 1 Resultado da simulação da Linha 1

9.1.4 MEDIÇÕES

Data Temp. Local Pos. Medição Unidade

1 0,539 µT 2 0,359 µT H = 0,66 µT H = 3,41 µT

Hora Umid. 3 0,112 µT Fator: 5,1852

1 0,267 V/m E = 0,42 V/m E = 0,46 V/m2 0,176 V/m Fator: 1,1000

3 0,273 V/m

PONTO 001 CAMPO MEDIDO CAMPO CORRIGIDO

Perímetro Subestação

Saída LT

26/09/2011

16:22

25,4° C

25%

Data Temp. Local Pos. Medição Unidade

1 0,552 µT 2 0,044 µT H = 0,72 µT H = 3,71 µT

Hora Umid. 3 0,453 µT Fator: 5,1852

1 0,399 V/m E = 0,66 V/m E = 0,72 V/m2 0,310 V/m Fator: 1,1000

3 0,420 V/m

PONTO 002 CAMPO MEDIDO CAMPO CORRIGIDO

LT Entre Torre 1B e

mirante

26/09/2011 26,5° C

16:45 35%

96

Page 97: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Data Temp. Local Pos. Medição Unidade

1 0,645 µT 2 0,080 µT H = 0,71 µT H = 3,69 µT

Hora Umid. 3 0,292 µT Fator: 5,1852

1 0,003 V/m E = 0,13 V/m E = 0,15 V/m2 0,057 V/m Fator: 1,1000

3 0,120 V/m

PONTO 003 CAMPO MEDIDO CAMPO CORRIGIDO

LT Entre Torre 1B e

mirante

26/09/2011 25,0° C

16:48 34%

9.1.5 RESUMO DOS RESULTADOS

VALORES CALCULADOS

VALORES SIMULADOS

VALORES MEDIDOS

CAMPO ELÉTRICO 2791,83[ Vm ] 2,398[ kVm ] 0,72[ Vm ]

CAMPO MAGNÉTICO 11,40 [ Am ] 11404 [mAm ] 3,71 [μT ]

97

Page 98: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

9.2 LINHA 2

9.2.1 DADOS DA LINHA

Segue abaixo os dados da primeira linha de transmissão.

Tensão:

V r=138∠0 °kV

V s=138∠120° kV

V t=138∠−120 ° kV

Corrente

o I r=570∠0 ° kV

o I s=570∠120 ° kV

o I t=570∠−120 ° kV

Posição dos condutores e da ponta de prova:

xr=5,95

yr=7

xs=1

ys=8,81

x t=5,95

y t=10,62

x p=3,532

y p=1,5

98

Page 99: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Seção transversal dos condutores e resistividade do solo

r=6,75mm

ρ=1000Ω.m

Croquis

Figura 16 - Croqui de posição dos condutores e da ponta de prova da Linha 2

99

Page 100: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Figura 17 - Croqui de distâncias entre as fases e suas imagens e a ponta de prova da Linha 2

Figura 18 - Croqui de ângulos dos vetores de campo (Linha 2)

9.2.2 CÁLCULO

ρl=V .2 . π .

136.π

x10−9

ln( dr )

ρlr=

138

√3.

118

x10−6

ln( 70,00675 )

ρlr=0,637μCm

100

Page 101: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

ρls=

138

√3.

118

x 10−6

ln( 8,810,00675 )

ρls=0,617μCm

ρ¿=

138

√3.

118

x 10−6

ln( 10,620,00675 )

ρ¿=0,601μCm

E=ρl

2. π . ε0 .d=

ρl

2.π .1

36. π.10−9 . d

=18. 109 . ρl

d

Er=18x 0,637 x103

5,963. [−cos (67,27 ° ) . ax−sen (67,27 ° ) . ay ]

Er=−742,97 . ax−1773,52.ay [ Vm ]

E s=18x 0,617 x103

7,664. [ cos (72,51° ) . ax−sen (72,51 ° ) . ay ]

E s=435,52 . ax−1382,12.ay [ Vm ]

Et=18x 0,601 x103

9,406. [−cos (75,82° ) . ax−sen (75,82 ° ) . ay ]

Et=−281,74 . ax−1115,07.a y [Vm ]

101

Page 102: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

E 'r=18x 0,637 x103

8,807. [−cos (74,84 ° ) . ax+sen (74,84 ° ) . ay ]

E 'r=−340,47 . ax+1256,61.ay [Vm ]

E ' s=18x 0,617 x103

10,564. [ cos (77,41° ) . ax+sen (77,41 ° ) . a y ]

E ' s=229,16 . ax+1026,03.ay [Vm ]

E 't=18 x0,601 x103

12,337. [−cos (79,24 ° ) .ax+sen (79,24 ° ) . a y ]

E 't=−163,71 . ax+861,46.a y [Vm ]

E xreal=Erx .cos ( 0° )+E sx .cos (120 ° )+Etx .cos (−120 ° )[Vm ]E xreal=−742,97 x1+435,52x (−0,5 )+(−281,74) x (−0,5 )[Vm ]

E xreal=−819,86 [Vm ]

E ximag=Erx . sen (0 ° )+Esx . sen (120° )+E tx . sen (−120 ° )[Vm ]E ximag=−742,97 x0+435,52 x (0,866 )+(−281,74 )x (−0,866 )[ Vm ]

E ximag=621,15[ Vm ]

E yreal=E ry .cos (0 ° )+E sy .cos (120 ° )+Ety .cos (−120 ° )[Vm ]102

Page 103: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

E yreal= (−1773,52 ) x 1+ (−1382,12 ) x (−0,5)+(−1115,07)x (−0,5 )[ Vm ]E yreal=−524,93[Vm ]

E yimag=E ry . sen (0° )+E sy . sen (120° )+E ty . sen (−120 ° )[Vm ]E yimag= (−1773,52 ) x 0+(−1382,12 ) x (0,866)+(−1115,07) x (−0,866 )[Vm ]

E yimag=−231,27[Vm ]E ' xreal=E 'rx .cos (0° )+E ' sx .cos (120 ° )+E 'tx .cos (−120 ° )[ Vm ]E ' xreal=−340,47 x1+229,16 x (−0,5 )+(−163,71)x (−0,5 )[Vm ]

E ' xreal=−373,20[ Vm ]

E ' ximag=E 'rx . sen (0 ° )+E 'sx . sen (120 ° )+E' tx . sen (−120 ° )[ Vm ]E ' ximag=−340,47 x 0+229,16 x (0,866 )+(−163,71)x (−0,866 )[Vm ]

E ' ximag=340,23[ Vm ]

E ' yreal=E' ry .cos (0 ° )+E ' sy .cos (120 ° )+E 'ty .cos (−120 ° )[ Vm ]E ' yreal=1256,61x 1+1026,03x (−0,5)+861,46 x (−0,5 ) [Vm ]

103

Page 104: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

E ' yreal=312,87[Vm ]

E ' yimag=E' ry . sen (0 ° )+E ' sy . sen (120° )+E ' ty . sen (−120 ° )[ Vm ]E ' yimag=1256,61x 0+1026,03 x (0,866 )+861,46 x (−0,866 )[Vm ]

E ' yimag=142,52[Vm ]

E x=√ (Exreal+E ' xreal )2+(Eximag+E ' ximag )2

E x=√ (−819,86−373,23 )2+(621,15+340,23 )2=1532,22

E y=√( Eyreal+E ' yreal )2+(E yimag+E ' yimag)

2

E y=√ (−524,93+312,87 )2+(−231,27+142,52 )2=229,88

E=√E x2+E y

2

E=√1532,222+229,882=1549,37[ Vm ]

104

Page 105: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

H= I2.π . r

H r=

570

√32 π .5,963

[−cos (67,27° ) . ax−sen (67,27 ° ) . a y ]=−3,39 . ax−8,10 . ay [A /m ]

H s=

570

√32 π .7,664

. [cos (72,51 ° ) . ax−sen (72,51 ° ) .a y ]=2,05 . ax−6,52 . ay [A /m ]

H t=

570

√32π .9,406

. [−cos (75,82 ° ) . ax−sen (75,82 ° ) .a y ]=−1,36 . ax−5,40 . ay [A /m ]

p=√ ρjω μ0

=√ 1000j2 π60.4 π .10−7 =1452 ,88

Altimagem=6,5+2x 1452,88=2912,26m

H xreal=H rx .cos (0 ° )+H sx .cos (120 ° )+H tx .cos (−120 ° ) [A /m ]

H xreal=−3,39x 1+2,05 x (−0,5 )+ (−1,36 ) x (−0,5 ) [ A/m ]

H xreal=3,74 [A /m ]

H ximag=H rx . sen (0 ° )+H sx . sen (120 ° )+H tx . sen (−120 ° ) [A /m ]

H ximag=−3,39x 0+2,05 x (0,866 )+(−1,36)x (−0,866 ) [A /m ]

H ximag=2,94 [A /m ]

H yreal=H ry .cos (0 ° )+H sy .cos (120 ° )+H ty .cos (−120 ° ) [A /m ]

H yreal=(−8,10 ) x 1+(−6,52 ) x(−0,5)+(−5,40) x (−0,5 ) [A /m ]

H yreal=−2,14 [A /m ]

105

Page 106: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

106

Page 107: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

H yimag=H ry . sen (0 ° )+H sy . sen (120 ° )+H ty . sen (−120 ° ) [A /m ]

H yimag=(−8,10 ) x 0+(−6,52 ) x (0,866)+(−8,40 ) x (−0,866 ) [A /m ]

H yimag=1,63 [A /m ]

H x=√(H xreal )2+(H ximag)

2

H x=√ (3,74 )2+(2,94 )2=4,76

H y=√(H yreal)2+(H yimag)

2

H y=√(−2,14 )2+(1,63 )2=2,69

H=√H x2+H y

2

H=√4,762+2,692=5,47 [ Am ]

107

Page 108: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

9.2.3 SIMULAÇÃO

A seguir é apresentada a tela do software contendo os resultados da

simulação.

Figura 19 - Resultado da simulação da Linha 2

9.2.4 MEDIÇÕES

Data Temp. Local Pos. Medição Unidade

1 2,500 µT 2 0,231 µT H = 3,97 µT H = 6,06 µT

Hora Umid. 3 3,080 µT Fator: 1,5255

1 1,308 V/m E = 2,29 V/m E = 2,51 V/m2 1,339 V/m Fator: 1,1000

3 1,312 V/m

LT 16°14'28,8"S 47°18'50,8"W

05/07/2011

16:06

29,4° C

30%

PONTO 001 CAMPO MEDIDO CAMPO CORRIGIDO

Data Temp. Local Pos. Medição Unidade

1 2,740 µT 2 0,591 µT H = 3,15 µT H = 4,81 µT

Hora Umid. 3 1,440 µT Fator: 1,5255

1 0,810 V/m E = 1,38 V/m E = 1,51 V/m2 0,865 V/m Fator: 1,1000

3 0,701 V/m

LT 16°14'28,8"S 47°18'50,8"W

05/07/2011 30° C

16:09 31%

PONTO 002 CAMPO MEDIDO CAMPO CORRIGIDO

108

Page 109: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

Data Temp. Local Pos. Medição Unidade

1 3,400 µT 2 0,184 µT H = 3,71 µT H = 5,67 µT

Hora Umid. 3 1,485 µT Fator: 1,5255

1 0,770 V/m E = 1,48 V/m E = 1,63 V/m2 0,876 V/m Fator: 1,1000

3 0,909 V/m

LT 16°14'28,8"S 47°18'50,8"W

05/07/2011 30° C

16:11 31%

PONTO 003 CAMPO MEDIDO CAMPO CORRIGIDO

9.2.5 RESUMO DOS RESULTADOS

VALORES CALCULADOS

VALORES SIMULADOS

VALORES MEDIDOS

CAMPO ELÉTRICO CAMPO MAGNÉTICO

10. GLOSSÁRIO

AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO: Avaliação sobre a exposição de uma pessoa

por, medições, modelamento, informações sobre as fontes ou outros meios.

CAMPO ELÉTRICO: Vetor de campo E medidos em Volts por metro.

CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS: A combinação dos campos elétricos e

magnéticos em um ambiente. Este termo é confundido com “Radiação

Eletromagnética” que é inadequado para frequências extremamente baixas, já que

nestas frequências a radiação é quase indetectável.

CAMPO ESTÁTICO: campo que não varia com o tempo. Na maioria dos

ambientes os campos elétricos e magnéticos variam com o tempo, mas os seus

espectros de frequência possuem componentes na frequência de 0 Hz. Esta

componente do campo quase estático pode ser medida pela média do sinal oscilante

sobre o tempo da amostra.

109

Gabriela Kascher, 11/27/12,
O que inserir no glossário? Devemos manter exatamente os mesmos termos que tinha no TCC 1?
Dina, 11/28/12,
Ronaldo estes textos foram adicionados depois de sua última revisão. Favor revisá-los.
Page 110: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

CAMPO MAGNÉTICO: Grandeza vetorial que determina o campo magnético

em qualquer ponto do espaço expresso em Ampère por metro. Veja também a

densidade de fluxo.

CAMPO NÃO UNIFORME: Um campo que não apresenta amplitude, direção

e fase constantes ao longo das dimensões do corpo ou de parte do corpo em

questão. No caso de campos elétricos, esta definição se aplica para todo o ambiente

que não sofre distúrbios devido à presença de um corpo.

CÂNCER: Doença caracterizada pela divisão anormal e sem controle das

células eucariontes e pela propagação da doença a locais distintos no organismo

(metástase).

CARACTERÍSTICAS: Propriedades físicas detalhadas dos campos elétricos e

magnéticos, como a amplitude, espectro de frequência, polaridade, modulação e etc.

CARGA PESADA: No caso da geração, trata-se do regime de geração

máxima de uma usina. No caso da distribuição de energia, trata-se do regime de

consumo máximo.

CONDUTIVIDADE: Propriedade dos materiais que determina a magnitude da

densidade de corrente no material quando existe a presença de um campo elétrico.

É expresso em unidades de Siemens por metro. É o inverso da resistividade.

CORRENTE DE CONTATO: Corrente que passa por um meio biológico

através de um eletrodo de contato ou por outra fonte de corrente.

CORRENTE LET-GO: Valor de corrente máxima na qual não ocorre

contração muscular involuntária prevenindo que o ser humano segure fortemente um

condutor energizado.

110

Page 111: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

DC: Abreviação para Corrente Contínua, mas também usado para indicar

campos constantes. Ver “Campo Estático”.

DENSIDADE DE CORRENTE: Vetor cuja integral sobre uma dada superfície

é igual à corrente que flui através desta superfície; a densidade em um condutor

linear é a corrente dividida pela área de sua secção transversal, expresso em

Ampère por metro ao quadrado.

DENSIDADE DE FLUXO DE CAMPO MAGNÉTICO: Grandeza vetorial que

determina a força em uma carga em movimento ou em cargas (corrente elétrica). A

densidade de fluxo magnético é medida em Tesla (T). Um Gauss (unidade obsoleta)

é igual a 10−4T .

DECARGA POR ARCO: Transferência de corrente por um GAP no ar em que

é necessária uma tensão suficiente para ionizar o ar, em oposição ao contato direto

com a fonte.

DESPOLARIZAÇÃO (celular): A redução do potencial de repouso través da

membrana celular

DISTÂNCIA MÉDIA: Distância média na qual o campo elétrico interno é

determinado para a verificação do cumprimento das restrições básicas.

DNA (ácido desoxirribonucleico): Molécula polimérica que consiste em blocos

de desoxirribonucleótido, que, em uma cadeia de forma helicoidal dupla, é o material

genético da maioria dos organismos.

DOSIMETRIA: Medição ou determinação por cálculo da intensidade do

campo elétrico interno ou da densidade de corrente induzida ou da absorção

específica (AS), ou da taxa de absorção especifica (SAR), em humanos ou animais

expostos à campos eletromagnéticos.

111

Page 112: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

DURAÇÃO DE FASE: O tempo de cruzamentos em zero de uma forma de

onda que tem média zero. Para uma onda senoidal de frequência. Para uma forma

de onda exponencial, é o tempo de duração medido do pico da forma de onda até o

instante ponto no qual a amplitude decai para do valor de pico.

EFEITO ADVERSO: Efeito prejudicial para a saúde de um indivíduo, devido à

exposição a um campo elétrico ou magnético, ou a uma corrente de contacto.

EFEITO DIRETO: Efeito biológico resultante da interação direta do EMF

(campo eletromagnético) com as estruturas biológicas.

EMF: Campo eletromagnético.

ENERGIA ELETROMAGNÉTICA: Energia armazenada em um campo

electromagnético. Expressa em joule (J).

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA: Indução de um potencial propagante em tecido

excitável através de um estímulo elétrico; Polarização elétrica de processos pré-

sinápticos que conduz a uma alteração na atividade das células pós-sináptica.

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DIRETA: Estimulação através do campo elétrico

induzido dentro de um meio biológico por um campo elétrico ou magnético externo,

sem contato direto com outros condutores ou arcos elétricos.

EXPOSIÇÃO: Sujeição de uma pessoa à influência de um campo de baixa

frequência ou à corrente de contato.

EXPOSIÇÃO, LONGO PRAZO: Este termo indica exposição durante a maior

parte da vida do sistema biológico envolvido. O período pode variar, entretanto de

poucas semanas a até muitos anos.

EXPOSIÇÃO MÉTRICA: Número único que sumariza a exposição a um

campo elétrico e/ou magnético. A métrica é determinada normalmente por uma 112

Page 113: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

combinação de processamento de sinais de um instrumento e da análise dos dados

realizadas após a medição.

EXPOSIÇÃO DE PÚBLICO GERAL OU EXPOSIÇÃO PÚBLICA: Toda

exposição a campos elétricos e magnéticos por membros do público geral, excluindo

exposição ocupacional e exposição durante procedimentos médicos.

EXPOSIÇÃO MÉDICA: Exposição à campos de baixa frequência de um

paciente submetido à diagnostico médico ou a tratamento médico reconhecido ou

como voluntário em uma pesquisa médica.

EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ou EXPOSIÇÃO DE PÚBLICO

OCUPACIONAL: Toda exposição à EMF (campos elétricos e magnéticos) de

indivíduos devido à sua atividade profissional.

FASE RELATIVA: O ângulo de fase de uma forma de onda senoidal

relacionada ao ângulo de fase de outra forma de onda medida em um ponto

diferente dentro do meio condutor ou respeitando uma forma de onda estática de

referência.

FATOR DE REDUÇÃO: Redução do efeito limiar para compensar várias

fontes de incerteza no processo de definição de diretrizes. Alguns exemplos de

fontes de incerteza sobre efeitos de exposição de níveis limiares inclui a

estrapolação dos dados de efeitos em animais para humanos, diferenças na reserva

fisiológica em diferentes pessoas com diferenças de tolerâncias e incertezas

estatísticas (limites de confiança) na função de resposta por dose. Na visão da

ICNIRP incertezas nas medições seguindo as diretrizes é um assunto mais

adequado às organizações responsáveis pelo desenvolvimento de métodos de

113

Page 114: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

conformidade. Assim, não é considerado na definição dos fatores de redução da

ICNIRP.

FIBRA NERVOSA: Um único nervo axônio.

FIBRILAÇÃO VENTRICULAR: Arritmia dos ventrículos do coração

caracterizada por contrações desordenadas.

FORMA DE ONDA: Variação da amplitude elétrica no tempo. Salvo quando

indicado o contrário, nesta norma o termo forma de onda se refere a valores ou

medições em pontos dentro do meio biológico.

FOSFENO: Sensação visual causada por estímulos não fóticos. Eletro-

fosfenos são induzidos por correntes elétricas; Magneto-fosfenos são induzidos

magneticamente.

FOSFENOS MAGNÉTICOS: A sensação de flashes de luzes causados por

correntes elétricas induzidas estimuladas na retina.

FREQUÊNCIA DE ALIMENTAÇÃO: A frequência na qual a energia elétrica

alternada é gerada. Para concessionárias de energia a frequência de alimentação é

de 60 Hz na América do Norte, Brasil e partes do Japão, e de 50 Hz na maioria dos

demais países.

FREQUÊNCIA: Número de ciclos senoidais completos de uma forma de uma

onda eletromagnética em um segundo; usualmente expressa em Hertz (Hz).

FREQUÊNCIA CARDÍACA: Medição do número de batidas do coração por

minuto.

HARMÔNICOS (frequência): Frequências múltiplas de uma frequência

fundamental, como a frequência de alimentação elétrica ou outra frequência de

referência.114

Page 115: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

HERTZ (Hz): A unidade de frequência, ( f ). Um Hertz é igual um ciclo por

segundo. 1kHz=1000Hz, 1MHz=1000kHz ,1GHz=1000MHz.

INDUÇÃO: Um campo elétrico ou magnético em um meio condutor causado

pela ação de um campo elétrico ou magnético externo variante no tempo.

INSTANTÂNEO: Adjetivo usado para descrever parâmetros particulares que

devem ser medidos ou avaliados a cada intervalo de tempo muito pequeno

(tipicamente 100 microssegundos ou menos).

INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO: Força exercida por um campo

elétrico em uma carga elétrica pontual, dividido pela carga elétrica. A intensidade do

campo elétrico é expressa em Newton por Coulomb ou Volts por metro .

INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO: Módulo do vetor de campo

magnético; expresso em Ampère por metro.

LIMIAR: Nível do estimulo que marca o limite entre a resposta e a não reposta

a este estímulo.

LIMIAR DA MEDIANA: O valor de limiar numa distribuição estatística em que

50% das amostras têm limiares maiores e 50% têm limiares menores.

MECANISMO ESTABELECIDO: Um mecanismo bioelétrico que possui as

seguintes características: (a) pode ser usado para prever um efeito biológico em

humanos; (b) Um modelo explicito elaborado utilizando equações ou relações

paramétricas; (c) foi verificado em humanos, ou os dados obtidos em animais podem

ser extrapolados para humanos; (d) é sustentado por uma forte evidência; e (e) é

amplamente aceita entre os especialistas da comunidade científica.

MÉDIA: A média aritmética de uma série de medições ou de outros dados.

115

Page 116: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

MEMBRANA CITOPLASMÁTICA: Bicamada de lipídios que cerca o

citoplasma das células animais e vegetais.

MUTAÇÂO: Qualquer alteração detectável no material genético que não foi

causada por recombinação genética.

MUTAGÉNICO: Substância que pode causar mutação.

NERVO: Um feixe de axônios.

NEURÔNIO: Uma unidade celular normalmente constituída por um axônio,

corpo celular, e árvore dendrítica.

NERVO PERIFÉRICO: Nervo encontrado fora do sistema nervoso central

que se conecta com o sistema nervoso central.

NÍVEIS DE REFRÊNCIA: Os valores RMS (eficazes) e de pico, dos campos

elétricos e magnéticos e das correntes de contato aos quais uma pessoa pode entrar

em contato sem causar a ela efeitos adversos, e considerando fatores de segurança

aceitáveis. Os níveis de referência para exposição a campos elétricos e magnéticos

dados neste documento podem ser excedidos se for demonstrado que as restrições

básicas não foram excedidas. Assim, os níveis de referência são parâmetros

práticos ou substitutos que pode ser usado para determinar a condescendência com

as Restrições Básicas.

PERMEABILIDADE: Quantidade escalar ou tensorial cujo produto pela

intensidade do campo magnético fornece a densidade do fluxo magnético. Nota:

Para meios isotrópicos, a permeabilidade é escalar e para meios anisotrópicos

corresponde a uma matriz. Sinônimo: permeabilidade absoluta. Se a permeabilidade

de um material ou meio é dividida pela permeabilidade do vácuo (que é uma

116

Page 117: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

constante magnética), o resultado é denominado permeabilidade relativa. Unidade:

Henrys por metro.

PERMEABILIDADE RELATIVA: Corresponde à permeabilidade absoluta

dividida pela permeabilidade do vácuo. Mostra se o material é facilmente

magnetizado ou não por um campo magnético externo.

PERMISSIVIDADE: Uma constante que define a influência de um meio

isotrópico nas forças de atração ou de repulsão entre corpos carregados

eletricamente. É expressa em Farads por metro a permissividade relativa é a

permissividade de um material ou meio dividido pela permissividade do vácuo.

PICO ESPACIAL: Termo usado para descrever o nível mais alto de uma

determinada quantidade média sobre uma massa ou área do corpo humano.

POLARIZAÇÃO: O potencial elétrico formado através da membrana celular.

PROTEÍNA: Pertence ao grupo de compostos orgânicos de elevado peso

molecular contendo azoto de forma e composição complexa.

PÚBLICO GERAL: Este termo de refere a toda a população. Isto inclui

indivíduos de todas as idades, e variadas condições de saúde, incluindo,

particularmente, grupos ou ínvidos vulneráveis como os enfermos, idosos,

trabalhadoras gestantes, bebês e crianças mais novas.

RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE (NIR): Inclui todas as radiações e campos

eletromagnéticos que normalmente não têm energia suficiente para produzir a

ionização da matéria; é caracterizado por uma energia por fóton abaixo de 12eV ,

que é equivalente aos comprimentos de onda maiores que 100nm, ou frequências

inferiores a 3×1015 Hz.

117

Page 118: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

RADIOFREQUÊNCIA (RF): Energia eletromagnética com frequências entre

3kHza300GHz.

RESTRIÇÕES BÁSICAS: Limitações obrigatórias sobre as quantidades que

podem produzir os mecanismos conhecidos de interação com o tecido biofísico que

podem levar a efeitos adversos à saúde.

RISCO RELATIVO: A razão da taxa de doenças no grupo que se estuda pelo

grupo de comparação, com ajustes para consideração dos fatores como idade, se

necessário. Para doenças raras, o risco relativo é praticamente o mesmo que

probabilidade.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL: A porção do sistema nervoso dos

vertebrados que consiste no cérebro e a medula espinhal, excluindo os nervos

periféricos.

TESLA (T): Unidade do S.I. para densidade de fluxo magnético.

TRABALHADORES: Ver o termo “Exposição Ocupacional”.

VALOR QUADRATICO MÉDIO (RMS): A raiz quadrada do quadrado da

média da função variante no tempo, , sobre um período especifico de tempo.

F rms=√ 1t 2−t1

∫t1

t2

[F (t) ]2dt(Eq. 19)

S.I.: Abreviação para Sistema Internacional de Unidades.

VOXEL: Um elemento computacional tridimensional utilizado para representar

tecidos animais e humanos nos modelos de dosimetria.

118

Page 119: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

11. CONCLUSÃO

O presente trabalho mostrou os estudos mais relevantes na área de

exposição humana a campos de baixa frequência, mostrando o consenso entre

entidades de que não há relação causal entre a exposição e problemas nos

sistemas reprodutivo, neuroendócrino, circulatório, bem como desenvolvimento de

doenças neurodegenerativas, câncer e problemas de desenvolvimento com

doenças.

Mesmo sem a comprovação desta relação, os níveis de referência

estabelecido pelo guia de exposição da ICNIRP foram assumidos no Brasil através

da Resolução n° 398/2010, e portanto estudos de emissão de campos da rede

elétrica brasileira se tornaram necessários e atuais.

As medições mostradas no presente trabalho em linhas de transmissão de

500 kV mostraram que é muito comum encontrar valores superiores aos permitidos

pela ICNIRP, e portanto é percebido uma necessidade eminente de adequação.

Para adequar uma instalação como esta à legislação vigente há apenas duas

alternativas: reduzir a tensão / corrente na linha ou aumentar a distância entre a

fonte dos campos (linha de transmissão) da ponta de prova (pessoas próximas à

linha). Infelizmente, nenhuma destas alternativas mostra-se viável:

Reduzir a tensão e/ou corrente nas linhas implica em um nível menor

de potência transmitida por linha e traz consigo a necessidade de

instalação de uma segunda linha;

Aumentar a distância entre a linha e os transeuntes implica em

restringir o livre acesso na faixa de servidão ou elevar as torres,

tornando a linha mais alta. Restringir o acesso à faixa de servidão é

119

Page 120: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

impossível, tendo em vista que a linha atravessa estradas por exemplo,

onde não é possível instalar uma cerca. Elevar as torres seria algo

inconcebível financeiramente, pois seria semelhante a instalar uma

nova linha em termos de investimento.

Blindagem seria outra opção, mas também com restrições técnicas e

financeiras.

É este o panorama das instalações elétricas no Brasil e a forma como o

assunto vem sendo tratado. O prazo para enviar os resultados de medições ou

cálculos de campo já esgotaram, bem como o prazo para envio dos relatórios de

adequação. É difícil acessar tais relatórios de adequação, mas diante do exposto, é

pouco provável que soluções realmente eficazes e exequíveis tenham sido

relatadas.

Esta é uma situação preocupante, pois pouco tem sido feito e esperar

apáticos os avanços das pesquisas talvez traga agressões irreparáveis aos nossos

organismos. Deve-se cobrar, fiscalizar e exigir que a Resolução seja seguida, pois a

saúde humana pode estar correndo um grande risco.

120

Dina, 28/11/12,
Ronaldo, este texto foi inserido após sua revisão, favor revisá-lo
Page 121: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AHMER, Ghada M.;GOUDA, Ossama E. Performance of crops growth under low

frequency electric and magnetic fields. IEEE, 2009.

COMISSÃO INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO CONTRA RADIAÇÕES NÃO-

IONIZANTES (ICNIRP). Guideline For Limiting Exposure To Time-Varying

Electric and Magnetic Fields - 1 Hz To 100 KHz. Alemanha: ICNIRP, 2010.

COMISSÃO INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO CONTRA RADIAÇÕES NÃO-

IONIZANTES (ICNIRP). About ICNIRP. Disponível em: <www.icnirp.de>. Acesso em

20 abr 2012.

MOREIRA, Ronaldo Kascher: Compatibilidade Eletromagnética – Blindagens

Eletromagnéticas – Princípios Básicos. Belo Horizonte: 2006.

MURTA, Marisa Lages. Estudo de técnicas de blindagem de campos

magnéticos de baixa frequência. Belo Horizonte:1998.

PAUL, Clayton R. Introduction to Electromagnetic Compatibility. Nova Jersey,

EUA: John Wiley & Sons, Inc.,2006.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS. Pró-Reitoria de

Graduação. Sistema de Bibliotecas. Padrão PUC Minas de normalização: normas

da ABNT para apresentação de trabalhos científicos, teses, dissertações e

monografias. Belo Horizonte, 2006. Disponível em:

<http://www.pucminas.br/biblioteca/>

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Extremely Low Frequency Fields,

Environmental Health Criteria. 2007. Disponível em: <http://www.who.int>.

121

Page 122: CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS DE 60 Hz

ANEXO 1

122