CADERNO DE INSTRUÇÃO MANEABILIDADE DE VIATURAS BLINDADAS CI 17-1/3

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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES Caderno de Instrução MANEABILIDADE DE VIATURAS BLINDADAS 1ª Edição 2002 (Experimental) Preço: R$ CARGA EM______________ CI 17-1/3

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MINISTÉRIO DA DEFESAEXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Caderno de Instrução

MANEABILIDADE DE VIATURASBLINDADAS

1ª Edição 2002

(Experimental)

Preço: R$CARGA

EM______________

CI 17-1/3

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MINISTÉRIO DA DEFESAEXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

PORTARIA N° 009-COTER, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2001.

Caderno de Instrução CI 17-1-3Maneabilidade das Viaturas Blin-dadas

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso dadelegação de competência conferida pela letra d), item XI, Art. 1° da Portaria N°441, de 06 de setembro de 2001, resolve:

Art. 1° Aprovar, em caráter experimental, o Caderno de Instrução CI17-1-3 Maneabilidade das Viaturas Blindadas.

Art. 2° Estabelecer que a experimentação deste Caderno de Instruçãoseja realizada durante os anos de 2002, 2003 e 2004.

Art. 3° Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de suapublicação.

Gen Ex FREDERICO FARIA SODRÉ DE CASTROComandante de Operações Terrestres

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CI – 17 – 1/3

MANEABILIDADE DE VIATURAS BLINDADAS

NOTA

O CI 17-1/3 - Maneabilidade de Viaturas Blindadas - foi elaborado peloCentro de Instrução de Blindados General Walter Pires. Após revisão do COTER,foi expedido para experimentação em 2002, 2003 e 2004.

Solicita-se aos usuários deste Caderno de Instrução a apresentação desugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou que se destinem à supressãode eventuais incorreções.

As observações apresentadas, mencionando a página, o parágrafo e alinha do texto a que se referem, devem conter comentários apropriados para seuentendimento ou sua justificação.

A correspondência deve ser enviada diretamente ao CIBldGWP, de acordocom Art 78 das IG 10-42 – INSTRUÇÕES GERAIS PARA A CORRESPONDÊN-CIA, PUBLICAÇÕES E OS ATOS NORMATIVOS NO ÂMBITO DO EXÉRCITO,onde serão avaliadas, respondidas e, se for o caso, remetidas ao COTER paraaprovação e divulgação.

1ª EDIÇÃO – 2002Experimental

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ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag

CAPÍTULO 01 – INTRODUÇÃO1-1. Generalidades ...............................................................................1-11-2. Finalidade ......................................................................................1-21-3. Objetivos .......................................................................................1-2

CAPÍTULO 02 – UTILIZAÇÃO DO TERRENO2-1. Generalidades ...............................................................................2-12-2. Utilização de Cobertas ...................................................................2-12-3. Utilização de Abrigos .....................................................................2-22-4. Técnicas de Progressão ................................................................2-32-5. Quadros demonstrativos do uso correto de Vtr Bld .......................2-5

CAPÍTULO 03 – VULNERABILIDADE DAS VIATURAS BLINDADAS3-1. Generalidades ...............................................................................3-13-2. Obstáculos Naturais ......................................................................3-13-3. Obstáculos Artificiais .....................................................................3-43-4. Outras Vulnerabilidades ................................................................3-7

CAPÍTULO 04 – POSIÇÃO DE TIRO4-1. Generalidades ...............................................................................4-14-2. Características ..............................................................................4-14-3. Tipos de Desenfiamento ................................................................4-24-4. Posições Desniveladas..................................................................4-34-5. Posições Melhoradas ....................................................................4-44-6. Posições Principais, Suplementares e de Muda ............................4-4

CAPÍTULO 05 – DEFESA CONTRA AERONAVES5-1. Generalidades ...............................................................................5-15-2. Táticas de Aviação ........................................................................5-25-3. Medidas Passivas ..........................................................................5-25-4. Medidas Ativas ..............................................................................5-6

CAPÍTULO 06 – DEFESA CONTRA MÍSSEIS E ARMAS ANTICARRO6-1. Generalidades ...............................................................................6-16-2. Limitações dos Blindados ..............................................................6-16-3. Medidas de Proteção .....................................................................6-26-4. Ações contra Armas Anticarro .......................................................6-36-5. Ataque às Armas AC .....................................................................6-4

CAPÍTULO 07 – COMBATE NOTURNO7-1. Generalidades ...............................................................................7-1

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7-2. Planejamento................................................................................. 7-17-3. Reconhecimento ............................................................................ 7-27-4. Conduta Durante a Progressão .....................................................7-27-5. Equipamentos de Visão Noturna ................................................... 7-3

CAPÍTULO 08 – ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL8-1. Generalidades ............................................................................... 8-18-2. Tipos de Iluminação ...................................................................... 8-18-3. Projetores dos Carros de Combate ...............................................8-38-4. Técnicas de Iluminação .................................................................8-48-5. Operações Ofensivas ....................................................................8-4

CAPÍTULO 09 – TRANSPOSIÇÃO DE CURSO D´ÁGUA E TRAVESSIA DE VAU9-1. Generalidades ............................................................................... 9-19-2. Procedimentos Anteriores à entrada na Água ............................... 9-19-3. Avaliação da Correnteza do Curso D´Água ...................................9-29-4. Entrada da Água ............................................................................ 9-39-5. Saída da Água ............................................................................... 9-4

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1-1. GENERALIDADES.

- O campo de batalha está, progressivamente, mais letal e de alta mobilida-de, com especial atenção para um grande poder de fogo e destruição. As guarni-ções deverão estar preparadas para obter os melhores resultados de suas fraçõese viaturas.

- Para vencer as forças inimigas e sobreviver, as guarnições deverão terperfeito conhecimento de suas viaturas, das técnicas de maneabilidade, táticasde engajamentos de alvos, do uso efetivo de todo o armamento disponível, dosequipamentos de comunicações e dos diversos sistemas existentes. Os comba-tentes blindados deverão, ainda, conhecer e entender os procedimentos e con-dutas táticas que permitirão manobrar com eficiência.

Figura 1-1. Campo de batalha

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- As viaturas blindadas são armas bastante poderosas, que através da mo-bilidade, potência de fogo, ação de choque e da proteção blindada podem definirresultados. A eficiência operacional depende da capacidade de liderança de seuscomandantes, e do nível de adestramento das guarnições e do perfeito funcio-namento dos sistemas das viaturas.

- As guarnições de viaturas blindadas devem ter, intimamente arraigado emsi, o espírito da ofensiva. Devem ser flexíveis e capazes de, pela iniciativa, alterarplanos preconcebidos para se ajustar à rápida evolução dos acontecimentos, eambientar-se com a rapidez e a presteza das situações de grande mobilidade.Devem ser treinadas para penetrar profundamente em território hostil, e acostu-mar-se com a presença do inimigo à frente, flancos e retaguarda, como umasituação normal no combate de blindados. A guarnição de viaturas blindadas éuma equipe e deve trabalhar como tal. O sucesso depende do trabalho conjuntode todos os seus componentes e da reação rápida, automática e eficaz em todasas situações.

- Os armamentos modernos são altamente sofisticados e possuem umaenorme potência de fogo. Estas armas possibilitam o tiro a grandes distâncias esão extremamente precisas, dispondo de enorme poder destrutivo. Podem des-truir qualquer alvo exposto, a menos que sejam neutralizadas ou destruídas an-tes.

- O longo alcance do armamento moderno aumentou a distância deengajamento em combate. Um pelotão poderá ser atacado ̀ a distâncias de 3000mou mais. Isto significa que o campo de observação e tiro terá que cobrir grandesespaços, a fim de localizar e destruir o inimigo, antes que ele o possa fazer.

1-2. FINALIDADE

- Este caderno de instrução foi elaborado para proporcionar um melhordesempenho das guarnições de viaturas blindadas, sendo composto por novecapítulos em um volume.

1-3. OBJETIVOS

a. Os objetivos deste caderno de instrução são:

1) Apresentar as técnicas de maneabilidade.

2) Explicar os aspectos mais importantes no emprego das viaturasblindadas.

3) Exemplificar procedimentos durante uma progressão.

4) Citar as principais vulnerabilidades das viaturas blindadas.

5) Apresentar novos conceitos sobre o combate com blindados.

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CAPÍTULO 2

UTILIZAÇÃO DO TERRENO

2-1. GENERALIDADES

- Ao observarmos, de uma maneira mais ampla, a progressão de uma via-tura blindada no terreno, verificamos que os princípios de escolha de posição,escolha de itinerário, camuflagem e outros aspectos terão os mesmos funda-mentos utilizados pela tropa a pé. Basta, então, termos o cuidado de adaptardeterminadas características das viaturas ao aproveitamento ideal do terreno. Oavanço tecnológico dos equipamentos de visão noturna fazem com que até anoite tenhamos que buscar a utilização apropriada do terreno.

2-2. UTILIZAÇÃO DE COBERTAS

a. Como já é de nosso conhecimento, cobertas são todos os acidentesnaturais ou artificiais, que dão proteção contra as vistas do inimigo (terrestre ouaérea), sem, contudo, proteger contra os fogos.

b. Para tirar o melhor proveito possível de uma coberta, a viatura blindadadeve observar determinadas regras práticas quando da sua ocupação e utiliza-ção.

c. Finalidades da ocupação de cobertas

1) A viatura blindada ocupa uma coberta com as seguintes finalidades:

a) Para observar.

b) Como ponto de parada no decorrer da progressão.

c) Para atirar, somente quando não dispuser de abrigos (principalmentepara os CC que não possuam sistema de estabilização).

d) Para mediante trabalho de organização do terreno (OT), transformá-

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2 - 2

la em abrigo.

d. Regras para ocupação de cobertas

1) Utilizar a sombra - Ao ocupar uma coberta, a viatura deve, sempreque possível, aproveitar a sombra, pois não terá a blindagem iluminada e,consequentemente, será menos visível do que se ficar exposta à luz. Nas noitesde lua também deverão ser utilizadas as sombras.

2) Confundir-se com o terreno - As árvores, os arbustos, a terra e asconstruções, porventura existentes no terreno, formam fundos que variam decor e aparência. A viatura blindada deverá escolher cobertas que se harmonizemcom a sua pintura, levando em conta a cor dos objetos à sua volta e o fundocontra o qual se projeta. É importante alterar ou disfarçar o contorno de objetose equipamentos conhecidos, para que se tornem irregulares e mais difíceis deserem identificados. Os reflexos de luz sobre objetos brilhantes também deve-rão ser eliminados. Deve-se ter cuidado para que a camuflagem não atrapalheos diversos sistemas existentes nas viaturas, principalmente, os sistemas detiro.

3) Não projetar no horizonte - As figuras que se projetam na linha dohorizonte podem ser vistas, mesmo à noite, a grandes distâncias, porque oscontornos escuros ressaltam em contraste com o céu mais claro. A silhueta daviatura formada nestas condições, torna-a um alvo fácil. Por esse motivo a viatu-ra deve evitar mostrar-se nas cristas e partes altas do terreno.

4) Evitar pontos notáveis do terreno - Deve-se evitar a ocupação de co-bertas que se constituam ou estejam próximas a pontos notáveis do terreno, taiscomo árvores isoladas, construções isoladas, arbustos que se destaquem demaisetc. Estes pontos atraem a atenção do inimigo.

5) Evitar usar cobertas como posição de tiro - Pois estas não oferecemproteção contra o fogo inimigo. Uma boa posição de tiro deve estar abrigada.

2-3. UTILIZAÇÃO DE ABRIGOS

a. Genericamente, abrigo é qualquer coisa que proteja contra os efeitos dofogo inimigo, particularmente do fogo direto. Além dos abrigos naturais, encon-trados no terreno, pode-se, através de trabalhos de OT, construir espaldões ouabrigos sumários e posições preparadas.

b. Os abrigos devem satisfazer as seguintes condições:

1) Oferecer proteção contra os tiros inimigos.2) Permitir a observação.3) Facilitar a execução do tiro.4) Estar camuflado.

c. Exemplos de abrigos:

1) Montes de terra.2) Montes de pedras.3) Dobras no terreno.

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4) Fossos.5) Escavações.6) Construções.

2-4. TÉCNICAS DE PROGRESSÃO

a. Para minimizar suas vulnerabilidades face ao inimigo, aumentando acapacidade do armamento, todos deverão seguir as seguintes regras:

1) Evite expor-se – não permita que o inimigo possa lhe observar.

2) Neutralize o inimigo – não permita que o inimigo ajuste fogos sobre atropa.

3) Destrua o inimigo antes que ele o destrua.

b. Para não se expor à observação do inimigo, progrida sempre coberto eabrigado. Utilize ao máximo cobertas e abrigos. O ideal é deslocar-se por cami-nhos desenfiados, de uma posição coberta e abrigada para outra.

LEMBRE-SE: O APROVEITAMENTO DO TERRENO LIMITA A OBSER-VAÇÃO DO INIMIGO E DIMINUI O EFEITO DE SEUS FOGOS.

c. Se necessitar deslocar-se por terreno descoberto, faça-o o mais rápidopossível, proteja-se com fumaça, aproveite a noite, enfim, dificulte a observaçãodo inimigo ou neutralize-a.

d. Para neutralizar o inimigo, utilize fogos diretos e/ou indiretos sobre asposições conhecidas.

e. Blindados, por si só, não são garantia de vitória. Dependem do trabalhoem conjunto com o apoio de artilharia, do apoio ao movimento executado pelaengenharia, da eficiência dos meios de comunicações e do apoio logístico.

Figura 2-1. Blindados

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APRENDA A COMBATER EM COMBINAÇÃO COM TODAS AS ARMAS,OU SERÁS DERROTADO POR UM INIMIGO QUE SAIBA FAZÊ-LO.

f. A tropa blindada em combate executa três tarefas básicas. Destas tare-fas, comuns a todas a operações de combate, decorre todo o adestramento datropa.

1) Observar o campo de batalha e o inimigo.

2) Progredir com rapidez e segurança.

3) Atirar com eficiência e precisão.

g. Descubra e identifique o inimigo o mais longe possível, para evitar ocombate em condições adversas.

Figura 2-2. Combate de encontro

h. O aproveitamento do terreno deve constituir-se num hábito, o qual deveser rigorosamente seguido quando o contato com o inimigo for pouco provávelou iminente.

i. Tome estas precauções:

1) Use todas as cobertas e abrigos .

2) Não projete sua silhueta. “Não dê sopa na crista”.

3) Quando em face ao inimigo, não se mova diretamente para frente aosair de uma posição de tiro.

4) Cruze as áreas descobertas o mais rápido possível.

5) Evite os pontos notáveis. Eles servem como referência para o inimigo.

6) A testa de uma coluna ao emergir de uma crista, bosque ou cortina defumaça, deve estar protegida por outras viaturas em posições cobertas, paraproporcionar o apoio de fogo necessário.

j. Evite as vias de acesso evidentes. É melhor progredir com dificuldade do

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que combater em condições desfavoráveis. Também evite áreas amplas e des-cobertas, quando as mesmas são circundadas por terrenos dominantes, quepossam servir de posições para o inimigo.

2-5. QUADROS DEMONSTRATIVOS DO USO CORRETO DA VTR BLD.

Figura 2-3. Progredir coberto das vistas aéreas, do ladoda sombra e por baixo das árvores.

Figura 2-4. Rodar sobre estradas que não levantem poeira,resguardando os motoristas e viaturas.

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Figura 2-6. Mudar de posição as viaturas, de acordo com asmudanças de direção dos raios solares.

Figura 2-5. Utilizar cuidadosamente a sombra das árvores.

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Figura 2-7. Colocar as viaturas em entradas, passagenssubterrâneas ou garagens, ocultos da vista da força aérea inimiga.

Figura 2-8. Parar com boa dispersão, de modo que nãose torne um alvo compacto.

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Figura 2-10. Quando fuzileiros desembarcam para reconhecer eafastar os obstáculos.

Figura 2-9. Camuflar-se pelas encostas e coberto pela copa das árvores.

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Figura 2-11. Quase na orla do bosque, ocupar uma posição e,com o auxílio de um binóculo, explorar o terreno próximo.

Figura 2-12. Entrar de ré em uma coberta, permitindouma saída fácil.

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Figura 2-14. Soldados experimentados inspecionam a situaçãodo sol, mesmo que ele não brilhe no momento.

Figura 2-13. O comandante da viatura deixa a torre para balizar omotorista. Em movimentos à ré, serão necessários dois balizadores.

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Figura 2-15. As folhas das árvores não camuflam a viaturapor inteiro, devendo ser coberta por galhos e ramos da vegetação local.

Figura 2-16. Um reconhecimento prévio do terreno facilita aescolha de itinerários e possibilita a remoção de obstáculos.

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Figura 2-18. Utilizar ravinas para a mudança de direção.

Figura 2-17. Contornar uma cota.

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Figura 2-19. Aproveitar-se das menores ondulações do terreno.

Figura 2-20. Ao aproximar-se de trechos destacados de floresta,aproveitá-la como cobertura para a travessia.

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Figura 2-22. Aproveitar o terreno de fundo escuro pararealizar todos os movimentos.

Figura 2-21. Aproveitar a cobertura de construçõespara a aproximação.

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Figura 2-23. Alongar um pouco a marcha para aproveitarmelhor a parte do campo coberto por vegetação.

Figura 2-24. Coberto dos tiros frontais, colocar-se em posição.

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CAPÍTULO 03

VULNERABILIDADES DAS VIATURAS BLINDADAS

3-1. GENERALIDADES

- Para realizarmos a maneabilidade adequada de viaturas blindadas, preci-samos conhecer suas vulnerabilidades, de modo a conseguirmos obter seuemprego correto e seguro.

Figura 3-1. FT Blindada

3-2. OBSTÁCULOS NATURAIS

a. Cursos de água - Várias viaturas blindadas necessitam de meios detravessia.

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Figura 3-2. Travessia

b. Rampas - A maioria das viaturas blindadas não sobe rampas com maisde 60%.

Figura 3-3. Rampa

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c. Terreno pedregoso - Em terreno muito pedregoso as viaturas blindadasencontram dificuldades para atravessar, podendo por em risco as condições téc-nicas ideais.

Figura 3-4. Terreno pedregoso

d. Bosques - As guarnições de viaturas blindadas têm pouca capacidade deobservar em bosques, e muitas vezes a densidade de bosques ou matas dificultama movimentação.

Figura 3-5. Bosque

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e. Pântanos - As viaturas blindadas têm dificuldades para ultrapassarpântanos.

Figura 3-6. Pântano

3-3. OBSTÁCULOS ARTIFICIAIS

a. Campos de Minas - As viaturas blindadas são vulneráveis às minas AC.

Figura 3-7. Campo de mina

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b. Fossos - As viaturas blindadas não ultrapassam grandes fossos.

Figura 3-8. Fosso

c. Áreas Edificadas - As viaturas blindadas são vulneráveis em localidades.

Figura 3-9. Áreas edificadas

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d. Abatises - As viaturas blindadas podem ser retardadas por abatises. Abrecha deve ser aberta com emprego de explosivos para não consumirindevidamente a munição explosiva de canhões (no caso de CC).

Figura 3-10. Abatis

e. Estacas - As estacas rompem as lagartas ou rodas. Podem ser destruídaspor explosilvos.

Figura 3-11. Estacas

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3-4. OUTRAS VULNERABILIDADES

a. Nevoeiro - As guarnições de viaturas blindadas têm pouca capacidadede observar em condições de nevoeiro, dificultando o deslocamento.

Figura 3-12. Nevoeiro

b. Fumaça - As guarnições de viaturas blindadas têm pouca capacidade deobservar em condições de fumaça, dificultando o deslocamento e o controle.

Figura 3-13. Fumaça

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c. Helicópteros e aviões à baixa altura - Aeronaves são inimigos mortais datropa blindada.

Figura 3-14. Helicópteros.

d. Armas Anticarro - Armas AC provocam grandes baixas em viaturasblindadas.

Figura 3-15. Arma AC

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Figura 3-16. Míssil AC

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CAPÍTULO 4

POSIÇÕES DE TIRO

4-1. GENERALIDADES

- Posições de tiro são ocupadas para destruir ou neutralizar o inimigo pelofogo. Em situações ofensivas, normalmente, são empregadas para apoiar oselementos que avançam, e em situações defensivas, para retardar ou bloquear oavanço do inimigo.

Figura 4-1. Posições de tiro

4-2. CARACTERÍSTICAS

Uma posição de tiro deve apresentar as seguintes características:

a. Ter um acesso fácil e desenfiado, que possibilite uma rápida ocupação edesocupação.

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b. Ter bons campos de observação e tiro, que possibilitem a observação eo fogo sobre todas as prováveis posições inimigas que possam interferir no mo-vimento do elemento que avança, ou sobre as vias de acesso do inimigo, emcaso de operação defensiva.

c. Ser ampla o suficiente para possibilitar uma boa dispersão entre os carros.

d. Em operações ofensivas, deve ser localizada de tal modo que a via deacesso das tropas amigas não restrinja seus campos de tiro.

e. Ser coberta e abrigada, a fim de possibilitar o desenfiamento de couraça.

4-3. TIPOS DE DESENFIAMENTO

Para posições de tiro, as viaturas procuram posições desenfiadas. Odesenfiamento pode ser:

a. DE COURAÇA - Possibilita o fogo de todas as armas da viatura, estandoa couraça protegida dos fogos diretos do inimigo pela massa cobridora. É aposição básica para a realização do tiro. O posicionamento da viatura, nodesenfiamento de couraça, é comandado pelo atirador. O atirador permaneceobservando pela aparelhagem de pontaria, MANTENDO O CANHÃO NIVELA-DO, enquanto o motorista avança lentamente com a viatura pela encosta damassa cobridora. Quando o atirador observar as posições inimigas conhecidasou prováveis, comanda “ALTO”. Se a viatura estiver corretamente posicionada, omotorista não deverá ter visão sobre as posições inimigas, ao observar pelosperiscópios. O Auxiliar do atirador poderá checar o desenfiamento fazendo umavisada pelo tubo.

b. TOTAL – É utilizado para proteger a viatura inteiramente, antes do com-bate. A viatura permanece em uma posição abrigada dos fogos diretos do inimi-go, e coberto da observação aérea e terrestre. Um elemento da guarnição élançado à frente para observar, uma vez que não o é possível da posição doscarros. Na aproximação do inimigo, a viatura passará ao desenfiamento de torreou de couraça.

c. DE TORRE – E utilizado para observar. Toda a viatura fica abrigada pelamassa cobridora, apenas o comandante da viatura fica exposto, em condiçõesde observar. O posicionamento correto da viatura no desenfiamento de torre écomandado pelo Cmt, mantendo a cabeça de fora da torre comandará ALTO,quando observar as posições inimigas. O terreno deve permitir que um carroestando em desenfiamento de torre passe para o desenfiamento de couraça sehouver necessidade de realizar o tiro.

d. DE LAGARTA –É utilizado quando se deseja uma proteção mínima paraa viatura. Apenas o trem de rolamento está fora das vistas do inimigo. O motoris-ta, neste caso, pode auxiliar na observação e correção do tiro.

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Figura 4-2. Desenfiamento de couraça

Figura 4-3. Desenfiamento de torre

Figura 4-4. Passagem do desenfiamento detorre para desenfiamento de Couraça.

4-4. POSIÇÕES DESNIVELADAS

- Devem ser evitadas as posições desniveladas lateralmente, pois elasinfluem na trajetória dos tiros. Não havendo outro local, e dispondo-se de tempo,as viaturas podem ser niveladas através de troncos ou pedras sob as lagartas ourodas.

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SE ATIRAR DESNIVELADO, FAÇA AS CORREÇÕES NECESSÁRIAS!

Figura 4-5. Posição desnivelada

4-5. POSIÇÕES MELHORADAS

- Quando houver tempo e meios de engenharia disponíveis, as posições detiro devem ser melhoradas. Onde não houver abrigos, parapeitos devem serconstruídos para prover a segurança às viaturas blindadas. As viaturas entram,em desenfiamento, sempre de frente para o inimigo, em movimentos retrógrados,para manterem a blindagem frontal sempre face ao inimigo (munições AC debaixa velocidade podem atingir a couraça, ultrapassando a massa cobridora),além de facilitar a ocupação de posições preparadas, principalmente à noite.

Figura 4-6. Posição melhorada

4-6. POSIÇÕES PRINCIPAIS, SUPLEMENTARES E DE MUDA

a. Na defensiva, as unidades blindadas impedem, resistem, repelem oudestroem um ataque inimigo. A finalidade da defesa é ganhar tempo para criarcondições mais favoráveis para a ação ofensiva, economizar forças em umaárea, de modo a concentrar forças superiores na ofensiva etc. No emprego dearmas combinadas, os blindados podem executar as seguinte tarefas:

1) Destruir os blindados inimigos e outros alvos pesados.

2) Proteger a tropa a pé.

3) Contra-atacar, aproveitando sua potência de fogo, mobilidade e açãode choque.

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b. No combate defensivo, os blindados devem, em primeiro lugar, travar ocombate a longa distância, engajando, principalmente, os blindados inimigos. Asposições das viaturas devem ser selecionadas de modo a permitir:

1) Fogos a longa distância para engajar o inimigo o mais cedo possível.

2) Fogos nos flancos do inimigo, quando este cerrar sobre a área dedefesa.

c. Tipos de posições:

1) Posição principal - Posição onde as viaturas barram a principal via deacesso do inimigo. Possibilita a abertura de fogo a longa distância.

2) Posição suplementar - São posições selecionadas que podem serocupadas no desenrolar do combate, de acordo com a situação. São ocupadasmediante ordem superior, quando a posição principal torna-se insustentável, oupara se obter uma posição mais vantajosa em relação ao inimigo. Posiçõessuplementares são também designadas para cobrir uma via de acesso secundá-ria que possa ameaçar os flancos ou retaguarda de uma fração.

3) Posição de muda - Na posição principal e na suplementar, os Cmt deviatura devem reconhecer posições de muda para suas viaturas. As posições demuda devem cobrir o mesmo setor de tiro da posição anterior e são ocupadaspor iniciativa dos chefes de viatura, quando a posição principal ou suplementarnão oferecer segurança. A mudança de posição deve ser efetuada nos dois sen-tidos : PRINCIPAL - MUDA, MUDA - PRINCIPAL.

Figura 4-7. Posições de Tiro

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CAPÍTULO 5

DEFESA CONTRA AERONAVES

5-1. GENERALIDADES

- A cada dia que passa, é maior a ameaça aérea no campo de batalha. E seno futuro tivermos que entrar em combate, nossa força aérea e nossos artilheirosAAe terão a grande responsabilidade de manter distantes as aeronaves inimi-gas. Apesar disso, enquanto de um lado cresce a capacidade de ataque e onúmero de aviões, nas forças armadas modernas aumenta a sofisticação dosmeios de defesa aérea. Esta ameaça é particularmente grave para as forças emoperações na zona de combate, onde o ataque de um único avião pode colocarem risco não apenas a vida dos soldados, mas também o próprio cumprimentoda missão.

- Como podemos observar, será imperativo que as tropas blindadas estejamem condição de enfrentar a sempre presente ameaça dos ataques aéreos doinimigo. Para tanto, será necessário instruir e adestrar a tropa blindada, come-çando pelo nível guarnição. Todos devem saber tomar medidas passivas paraevitar revelar suas posições e medidas ativas para enfrentar as aeronaves ata-cantes. A presteza e a eficiência da reação poderão significar a diferença entre amorte e a sobrevivência, entre a destruição e o cumprimento de missão.

- Não pense que abater uma aeronave inimiga com as armas orgânicasdas viaturas blindadas é impossível. Na Guerra da Coréia, a Força Aérea dosEstados Unidos perdeu 544 aparelhos abatidos pelo fogo combinado de armasAAe e armas leves, quase cinco vezes as perdas em combates aéreos. NoVietnam do Sul, foram derrubados 410 aviões e 2100 helicópteros. E nos ataquesaéreos de Vietnam do Norte, as armas leves contribuíram decisivamente para onúmero de aeronaves abatidas. Durante a Guerra do Oriente Médio, unidadesde ambos os lados usaram armas leves para repelir, danificar ou destruir aviõesinimigos.

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- Qual será o segredo da eficácia do fogo de armas leves contra aeronaves?Em poucas palavras: VOLUME DE FOGO. Um comandante de divisão israelen-se assim expressou-se: “lance um grande volume de fogo de pequeno calibre. Aprecisão não é tão importante, volume sim”.

- Se você puder estragar o dia de um piloto, colocando uma grande quanti-dade de projetis em seu caminho, com certeza terá criado para você mesmoalguma proteção.

5-2. TÁTICAS DE AVIAÇÃO

a. De uma maneira geral, o ataque é normalmente com dois elementos edois aviões cada. Enquanto observa-se e engaja-se um elemento, o outro atacará,utilizando-se da velocidade para obter a surpresa. Devido à sua grande velocida-de, os aviões a jato procurarão atacar sobrevoando a sua formação no sentidolongitudinal, para obterem maior tempo sobre o alvo, ou então atacarão vindosda direção do sol, com o intuito de dificultarem a observação. O armamento dosaviões, normalmente, consiste de canhões automáticos, foguetes e bombas.

b. Voando distanciado do segundo elemento, o elemento líder localiza oalvo, informa ao segundo elemento e executa uma finta, ganhando altura rapida-mente, para desviar a atenção do alvo, até que o segundo elemento ataquevoando a baixa altura e a grande velocidade.

c. Se a tropa não adotar ações imediatas ao ser surpreendida pelo elemen-to líder, o segundo elemento obterá um resultado devastador.

d. Tenha sempre em mente que os pilotos inimigos:

1) Buscarão a surpresa e tentarão desviar a atenção do pelotão.

2) Voarão a baixas altitudes. Se voarem a alturas superiores a 350m,ficarão bem mais expostos à artilharia AAe.

3) Voarão a grande velocidade, realizando manobras evasivas, a fim dedificultar o tiro das armas leves.

5-3. MEDIDAS PASSIVAS

- O piloto inimigo precisa primeiro encontrar o comboio. Portanto, apliqueos fundamentos de aproveitamento do terreno, já conhecidos. Atente, principal-mente, para os seguintes detalhes:

a. Forma

- Não se pode fazer muito para mudar a forma de uma viatura andandona estrada. Pequenos arbustos, galhos e folhas ajudarão um pouco. Treine osmotoristas para, ao saírem da estrada, procurarem arbustos, árvores ou qualquercoberta, para quebrar a forma da viatura vista de cima.

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Figura 5-1. Forma

b. Textura

- Superfícies e objetos lisos refletirão a luz e atrairão a atenção do piloto.Camufle ou cubra todos os objetos brilhantes antes do deslocamento.

Figura 5-2. Textura

c. Cor

- Se a viatura não estiver pintada em padrões adequados, para seconfundir com o terreno ou disfarçar a silhueta, use lama para quebrar auniformidade da cor e modificar as linhas da silhueta.

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Figura 5-3. Cor

d. Movimento

Qualquer movimento atrai atenção. Nuvens de poeira em estradas deterra tornam o movimento ainda mais visível. Quando avistar um avião ou recebero alerta, você pode decidir entre continuar a marcha, parar imediatamente ondeestiver ou dispersar rapidamente em posições cobertas.

Figura 5-4. Aeronave aproximando-se.

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e. Observação

Verificar o inimigo antes que ele o veja, colocar a vantagem a seu favor.Dê a missão de vigilância do ar a determinados elementos da guarnição. Se amarcha durar mais que uma hora, faça com que os homens operem em turnos,a fim de evitar falhas na vigilância.

Figura 5-5. Observação

f. Distância entre as viaturas

- Se você utilizar a coluna cerrada, a tropa apresentar-se-á como umalvo compacto. Na coluna aberta, a probabilidade das viaturas serem atingidas émenor, embora dificulte o controle. Portanto, tente dispersar ao máximo as viaturas,sem perder o controle. O terreno é que vai ditar-lhe a distância ideal.

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Figura 5-6. Viaturas distanciadas

5-4. MEDIDAS ATIVAS

- Se aviões inimigos forem avistados voando em direção ao seu comboio,o que fará o comandante neste momento?

a. Parar – As viaturas ocupam os acostamentos da rodovia ou estrada.

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Figura 5-7. VBTP ocupam os acostamentos da estrada.

b. Continuar o deslocamento – A missão e o terreno podem impor a conti-nuação do deslocamento. A velocidade deverá ser aumentada.

c. Dispersar e procurar cobertura – Na situação focalizada, o comandantedo destacamento identificou aeronaves atacantes e ordenou dispersar a coluna.Uma técnica simples é estabelecer, nas NGA, que as viaturas com números deordem ímpar desloquem-se para a margem esquerda e as com números parespara a direita da estrada. Não se esqueça disso quando emitir as ordens demovimento. Contudo, dispersar as viaturas em ambos os lados da estrada nãosignifica constituir duas colunas em lugar da coluna que vinha na estrada. Asviaturas devem ser dispersadas, mas isto não constituirá problema se os moto-ristas estiverem treinados a aproveitar árvores, arbustos, dobras do terreno etc.,que poderão proporcionar proteção e cobertura. Com exceção das guarniçõesdos carros de combate e dos atiradores de armas instaladas em viaturas, osdemais combatentes desembarcarão e ocuparão posições individuais.

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Figura 5-8. VBTP espalhadas sob cobertas.

- LEMBRE-SE: atire no nariz do avião que estiver vindo diretamente sobrevocê e aponte à frente (precessão) daqueles que desfilam. Se houver tempopara coordenar o emassamento dos fogos, atirando a comando (“jato, fogo”!),ótimo. Não havendo tempo, cada combatente atira por iniciativa própria.Repetindo: TODOS ATIRAM! Esta é a única maneira de conseguir volume. Parede atirar quando o avião iniciar a subida ou quando não puder manter a armaapontada à frente do avião.

d. Como atirar?

1) Ataque Frontal – Para atirar num avião que vem direto sobre a viatura,basta apontar um pouco acima do nariz e puxar o gatilho.

Figura 5-9. Visada

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2) Inimigo de Flanco – Para o combatente que tem uma visão lateral dasrotas em desfile, há necessidade de apontar com uma certa precessão. O segredoé conservar a arma apontada à frente do avião. O comprimento de um campo defutebol é usado para materializar na mente do combatente a imagem de avanço.Para os helicópteros e aviões à hélice basta meio campo. Contra jatos,necessitamos um campo de futebol de precessão.

Figura 5-10. Atirando contra aviões à hélice e helicópteros.

Figura 5-11. Atirando contra aviões à jato.

e. Abertura de Fogo – A melhor medida de defesa é o volume de fogoproporcionado pelo emassamento dos tiros. É eficaz contra aeronaves atacantesem vôo a baixa altura. Como se vê na figura abaixo, alguns atiradores visarão onariz do avião, outros atirarão à frente dele, estimando o avanço necessárioconforme a velocidade do avião. Com todos atirando, será coberta uma áreabastante grande.

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Figura 5-12. Volume de fogo.

OS CARROS DE COMBATE DEVERÃO REALIZAR O ENGAJAMENTODE HELICÓPTEROS UTILIZANDO MUNIÇÃO FLECHA, QUANDODISPONIVEL.

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CAPÍTULO 6

DEFESA CONTRA MÍSSEIS E ARMAS ANTICARRO

6-1. GENERALIDADES

- O formidável avanço da tecnologia, após o término da Segunda GuerraMundial, criou novas famílias de armas e de equipamentos que vêm mudandosignificativamente o campo de batalha. As armas, na atualidade, são mais preci-sas, possuindo alcance e poder de destruição bem maiores do que antes. Osequipamentos dotados de sensores noturnos possibilitam o prolongamento docombate à noite com real intensidade. Podem ser operados por homens a pé,instalados sobre viaturas ou helicópteros. Poucas armas tiveram tanta influênciano desenvolvimento de novas táticas como as armas anticarro, as quais torna-ram-se extremamente eficazes na destruição de blindados.

- Por isso tudo, verifica-se que o poder de destruição e sofisticação dasarmas atuais, particularmente das armas anticarro, vem tendo acentuada influ-ência no emprego de forças blindadas.

- Apesar das armas anticarro serem armas temíveis, as guarnições de via-turas blindadas, conhecendo suas características e técnicas de emprego, pode-rão adotar medidas para minimizar ou neutralizar o efeito destas armas.

- “Os mísseis nunca atuam isolados, buscam sempre o apoio mútuo.”

6-2. LIMITAÇÕES DOS BLINDADOS

a. Basicamente, existem dois tipos de viaturas blindadas para emprego emoperações de combate, que apresentam maior probabilidade de serem alvejadaspor armas anticarro: o carro de combate (VBC ou VBR) e a viatura blindada paratransporte de pessoal (VBTP).

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b. Limitações das viaturas blindadas

1) Trem de rolamento – pode ser sobre rodas ou sobre lagartas. O tremde rolamento sobre lagartas é composto de polias (motoras e tensoras), rodasde apoio e lagartas.

2) Sensores, fendas e periscópios.

3) Tanque de combustível, quando exposto.

4) Motor – normalmente é protegido por uma tampa de blindagem leve ecom frestas para refrigeração.

5) Bases de antenas.

6) Equipamentos eletrônicos de tiro e visão noturna.

- Observação – Quando o blindado está pronto para o combate, avisibilidade da guarnição é reduzida a poucas fendas estreitas na blindagem eao pequeno campo visual de seus periscópios e blocos de visada.

7) Ruído – O ruído dentro dos blindados torna difícil a seus ocupantesouvirem os sons exteriores. O barulho do motor e das lagartas ensurdecem detal maneira a guarnição que, normalmente, a incapacita de ouvir os disparos dasarmas inimigas.

Figura 6-1. Carro de combate

6-3. MEDIDAS DE PROTEÇÃO

a. A execução de fogos de artilharia, morteiros e dos próprios blindadossobre as posições dos atiradores dos mísseis, obrigará os mesmos a protege-rem-se, perdendo o controle dos mísseis em vôo. O arrebentamento das grana-das poderá partir os fios de guiamento dos mísseis, tornando-os incontroláveis.

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- “execute fogos de neutralização sobre todas as posições inimigasconhecidas ou suspeitas.”

b. Para neutralizar um míssil AC voando diretamente contra o seu carro,mova-se imediatamente para trás de uma coberta ou abrigo. Se o atirador nãoobservar a viatura, não terá meios de guiar o míssil. Se a viatura estiver emposição de tiro, recue para um desenfiamento total e ocupe uma posição demuda.

c. Assim que alguma viatura blindada for engajada, as viaturas que estive-rem em apoio devem abrir fogo imediatamente contra as posições dos mísseis.Se não houver cobertas e abrigos para as viaturas, deverão ser executadas brus-cas mudanças de direção, de modo que o atirador tenha dificuldade com o con-trole do míssil, podendo perdê-lo. Uma brusca mudança de direção nos últimossegundos de vôo, não possibilitará tempo útil para o atirador efetuar as correções.Caso a viatura disponha de lançadores de fumígenos, dispare-os formando umacortina de fumaça, que dificultará a observação do atirador inimigo.

Figura 6-2. Desvio de direção.

6-4. AÇÕES CONTRA ARMAS ANTICARRO

a. As posições de canhões anticarro possuem normalmente bons camposde tiro, boa observação e estão cobertas e abrigadas. Podem estar protegidaspor minas e por fuzileiros. Normalmente, são colocados ocultos por arbustos ouconstruções em terreno plano. Em terrenos ondulados ou acidentados podemestar parcialmente desenfiados em contra-encostas ou pelas cristas. Têm umaou mais posições de muda ou suplementar.

b. Os canhões raramente operam sozinhos. A organização da posiçãonormalmente permite o tiro de flanco, o apoio mútuo e a defesa em profundidade.Deve-se esperar fogos de flanco, pois o inimigo normalmente localiza seus ca-nhões em posições das quais possa bater as partes levemente blindadas dasviaturas.

c. O apoio mútuo entre os canhões AC torna difícil atacar um deles sem cair

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sob fogos de outro. Cada canhão é, normalmente, capaz de atirar nos flancos eretaguarda de um blindado que estiver atacando outro canhão.

d. A dissimulação é essencial na defesa AC. Um canhão, na retaguarda daposição, pode abrir fogo em primeiro lugar para atrair as viaturas, expondo-osaos fogos de flanqueamento de outros canhões melhor posicionados. Os ca-nhões nas contra-encostas atiram nos blindados que tenham ultrapassado suasposições.

6-5. ATAQUE ÀS ARMAS AC

- Sempre que possível, o fogo direto é empregado contra as posições dearmas AC. Entretanto, é preferível atacar manobrando para seus flancos ou re-taguarda. Neste caso, a tropa deverá precaver-se para não cair sob fogo deoutros canhões em apoio ao primeiro. Emprega-se a fumaça sobre as posiçõessuspeitas do inimigo, para evitar o apoio mútuo, além dos fogos com muniçãoexplosiva e das metralhadoras para destruir ou neutralizar as posições conhecidas.Tendo em vista que os canhões AC são freqüentemente protegidos por minas,os blindados não devem cerrar sobre eles, e sim destruí-los pelo fogo a longadistância.

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CAPÍTULO 7

COMBATE NOTURNO

7-1. GENERALIDADES

a. O combate noturno deve ser considerado em todas as operações deblindados. Ataques noturnos oferecem excelentes condições para a obtenção dasurpresa. O ataque noturno proporciona sigilo e oferece oportunidade para osucesso, quando as operações durante o dia são impraticáveis. Os fundamentosaplicados nas operações noturnas são os mesmos das operações durante o dia,contudo as técnicas podem variar. Por exemplo, um maior número de medidasde controle deve ser utilizado.

b. Quando uma tropa possuir equipamentos de visão noturna, o procedi-mento será semelhante ao utilizado durante o dia. Deve-se, entretanto, tomarmaiores precauções com o controle e com a observação, devido ao pequenocampo de observação dos aparelhos.

7-2. PLANEJAMENTO

a. É semelhante às operações diurnas, contudo os planos para operaçõesnoturnas devem ser mais pormenorizados e sujeitos a maiores medidas de coor-denação e controle.

b. Os itinerários utilizados devem ser escolhidos de modo a passar por pontosnítidos no terreno, para facilitar a orientação. Os azimutes entre estes pontosdevem ser medidos na carta, para, em caso de necessidade, indicarem a direçãoa ser seguida.

c. Deve ser, ainda, levantada na carta, em várias linhas do terreno, a distânciapara o objetivo, de modo a servir de referência na execução dos tiros, durante aprogressão.

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7-3. RECONHECIMENTO

a. Um reconhecimento pormenorizado dos itinerários de deslocamento deveser realizado pelos comandantes de fração, durante o dia e a noite. Os objetivosdeste reconhecimento são:

1) A ambientação com o terreno.

2) Localização de medidas de controle.

3) Balizamento de pontos críticos e passagens obrigatórias.

b. Os comandantes de fração e os motoristas das viaturas blindadas, sem-pre que possível, deverão participar dos reconhecimentos.

c. Quando for necessária a ultrapassagem de tropas amigas, o reconheci-mento deverá ser realizado juntamente com elementos das unidades em contato,podendo ser requisitados guias para conduzirem as frações através das tropas,localizarem obstáculos e definirem as posições inimigas conhecidas.

7-4. CONDUTA DURANTE A PROGRESSÃO

a. Durante uma progressão noturna, as frações devem progredir em coluna,com o comandante da fração na testa. Para o ataque (assalto), as frações deverãotomar a formação em linha ou cunha.

b. O controle é melhor exercido através do sistema rádio, respeitando-se asrestrições impostas. Sinais a braço e bandeirolas dificilmente serão visíveis ànoite, exceto se as distâncias forem muito reduzidas e a noite estiver clara. Painéisfosforescentes poderão ser usados na retaguarda das viaturas.

c. O engajamento de alvos à noite segue as mesmas técnicas usadas dedia. Se o elemento que estiver progredindo for engajado por fogos, o elementoem apoio localizará a arma inimiga pelo clarão de seus tiros e responderá aofogo imediatamente. ATIRE NOS CLARÕES!

d. Para facilitar a progressão:

1) Mantenha o contato visual entre os blindados.

2) O comandante deve progredir na testa da coluna.

3) Siga as técnicas de controle.

4) Estabeleça condutas de combate para as ações de contato com oinimigo.

5) Progrida mais lentamente.

6) Utilize guias e balizadores.

7) Utilize painéis fosforescentes.

e. Para facilitar a orientação:

1) Use os fogos de apoio para localizar o objetivo.

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2) Utilize azimutes entre os pontos nítidos.

3) Use o odômetro das viaturas para medir as distâncias percorridas.

4) Os canhões estabilizados poderão indicar a direção a seguir. Antes deiniciar a progressão, eles devem ser estabilizados na direção do objetivo. Baseie-se na direção deles para progredir.

5) Atire com munição traçante.

7-5. EQUIPAMENTOS DE VISÃO NOTURNA

a. Os equipamentos de visão noturna destinam-se a minimizar as dificulda-des da visão noturna, permitindo a observação, o deslocamento e a realizaçãode tiro e de outras atividades sem a utilização de fontes de luz visível. Além depossibilitar, de uma maneira geral, o tiro noturno e o movimento de viaturas emcompleto escurecimento, esses equipamentos permitem, nas operações defen-sivas ou nas situações estáticas, que a vigilância noturna seja feita em condi-ções semelhantes à diurna. Nas ações ofensivas, nas patrulhas e nos movimen-tos, os equipamentos de visão noturna têm especial importância na orientação ena manutenção da direção à noite.

b. Os equipamentos de visão noturna permitem, dentro de certas limita-ções, que a observação à noite seja feita da mesma maneira que durante o dia,facilitando a vigilância, o reconhecimento e a orientação. Uma limitação é o fatode que estes equipamentos são instrumentos delicados, que necessitam manu-seio cuidadoso e manutenção especializada.

c. Tipos de equipamentos de visão noturna:

1) Equipamentos Infravermelho – Os equipamentos que utilizam oinfravermelho, para iluminar o alvo à noite, são considerados, comparativamentecom os demais, baratos e práticos. Sua grande deficiência decorre de seremativos, isto é, emitem luz infravermelha e podem, por isso, ser facilmente dete-ctados pelo inimigo. Exemplos:

a) Luneta IV do Cmt CC da VBC Leopard 1 A1.

b) Periscópio IV do motorista da VBC Leopard 1 A1.

c) Periscópio IV do motorista da VBC M41 C.

d) Periscópio IV do motorista da VBTP M113 B.

2) Equipamentos de Intensificação de Imagens – Ampliam a fracaluminosidade residual do ambiente (luz das estrelas, da lua etc), produzindo anteos olhos do observador, uma imagem nítida e clara. As imagens fornecidas sãocompreensíveis por qualquer combatente. Exemplos:

a) Periscópio do motorista da VBC M60 A3 TTS.

b) Periscópio do Cmt CC VBC M60 A3 TTS (Metralhadora .50 M85).

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Figura 7-1. Periscópio do motorista da VBC M60 A3 TTS e

Figura 7-2. Periscópio do Cmt CC VBC M60 A3 TTS

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c) Periscópio de visão diurna/noturna SS 122 do atirador do Cascavel.

d) Periscópio de visão diurna/noturna SS 130 do motorista do Cascavele Urutu.

e) Periscópio de visão diurna/noturna SS 130/762 do comandante doCascavel.

3) Equipamentos de Imagem Termal (térmica) – Visando contornar adeficiência dos equipamentos ativos, foram desenvolvidos os passivos, isto é,equipamentos que ao invés de emitirem, captam a luz infravermelha que é irradi-ada pelos objetos. O desenvolvimento da tecnologia de captação da luzinfravermelha permitiu a construção de equipamentos que produzem imagenstermais (térmicas). A principal vantagem desses equipamentos é observar, aalcances maiores, objetos que estejam sob escuridão total ou cobertos por ne-blina, cortina de fumaça ou nuvem de poeira. Exemplo:

a) Periscópio termal do atirador da VBC M60 A3 TTS.

b) Visor termal do comandante da VBC M60 A3 TTS.

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CAPÍTULO 8

ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

8-1. GENERALIDADES

- É a atividade que visa proporcionar claridade, a fim de que as forças amigaspossam conduzir suas operações em períodos de escuridão ou a fim de restringirou tornar difícil o deslocamento das forças inimigas. Os principais meios de iluminaro campo de batalha são as granadas iluminativas (de morteiro ou artilharia), osprojetores de artilharia e os projetores dos carros de combate.

8-2. TIPOS DE ILUMINAÇÃO

- A iluminação quanto ao tipo pode ser:

a. Direta – Obtida quando o feixe luminoso incide diretamente sobre a áreaa iluminar.

Figura 8-1. Iluminação direta com projetor.

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b. Indireta – Obtida quando o feixe luminoso não incide diretamente sobrea área, sendo proporcionada pela difusão ou reflexão da luz gerada porequipamento próprio. A iluminação indireta, também chamada de luar artificial,proporciona uma luminosidade semelhante à da lua cheia.

1) A iluminação por difusão é aquela que aparece na área abaixo e doslados de um facho de luz de um projetor ligeiramente elevado.

Figura 8-2. Iluminação direta com granada iluminativa

2) A iluminação por reflexão é obtida pela reflexão da luz que incidesobre nuvens baixas (150 a 900m) ou em outras superfícies refletoras.

Figura 8-3. Iluminação por difusão.

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Figura 8-4. Iluminação por reflexão.

8-3. PROJETORES DOS CARROS DE COMBATE

a. A maioria dos projetores montados em carros de combate opera com luzvisível e luz infravermelha, possuindo um alcance de cerca de 1000m para luzbranca e 600 a 800m para luz infravermelha.

b. O uso de luz visível não necessita de equipamentos especiais paraobservação de seus tiros, no entanto, seu uso alerta imediatamente o inimigo.Os projetores também poderão tornar-se alvo do inimigo que não estiver sob ofeixe luminoso. Neste tipo de iluminação todo cuidado deve ser tomado para queas tropas amigas não sejam iluminadas.

c. A iluminação infravermelha é invisível a olho nu, necessitando do uso deinstrumentos especiais sensíveis aos raios infravermelhos. É mais difícil de serdetectada do que a luz visível, entretanto, pode ser detectada por outros apare-lhos infravermelhos a vários quilômetros de distância.

d. Os projetores devem ser controlados pelo comandante do pelotão e sãousados para:

1) Auxiliar na progressão noturna.

2) Buscar alvos.

3) Assinalar alvos, objetivos e limites.

4) Orientar o fogo de aeronaves etc.

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Figura 8-5. VBC Leopard 1

8-4. TÉCNICAS DE ILUMINAÇÃO

a. Os projetores são empregados por seções de carros de combate. Oobjetivo é iluminado alternadamente por cada carro, por um período de 10 se-gundos, para evitar que o inimigo abra fogo. O carro que estiver mantendo o alvoiluminado só deve apagar o seu projetor após o outro carro acender o seu, paraassegurar a constância da iluminação.

b. Execute durante o dia um reconhecimento da posição a ser ocupada,levantando, à semelhança do roteiro de tiro, a direção e elevação para pontoscríticos e áreas de alvos ou pontos a iluminar. A posição deve ser elevada para seobter maior distância e flexibilidade, A escolha da posição deve ser cuidadosa,de modo que as tropas amigas ao longo ou próximas do feixe luminoso, nãosejam iluminadas. Os carros devem utilizar o desenfiamento de couraça.

c. O inimigo que estiver sob o facho luminoso terá grande dificuldade deavaliar a distância em que se encontra o projetor, uma vez que é ofuscado aoolhar diretamente para o mesmo, não encontrando pontos de referência. Porconseguinte, dificilmente poderá realizar fogos precisos sobre o projetor. MUDEDE POSIÇÃO CONSTANTEMENTE.

8-5. OPERAÇÕES OFENSIVAS

a. Caso o inimigo esteja distante dos projetores (1000m), o feixe luminosodeve ser orientado de modo que o inimigo fique no centro da área iluminada. Oscarros e outros elementos que avançam em direção ao inimigo devem progredirao longo da extremidade do feixe luminoso, de maneira a aproveitar a difusão,sem ser diretamente iluminado pelo facho de luz.

b. Caso o inimigo esteja mais próximo (em torno de 700m), oriente o projetorde modo que o inimigo tenha que observar ao longo ou através do feixe. Oselementos amigos, ao avançarem, mantêm o feixe entre eles e o inimigo, tirandomáximo proveito do ofuscamento no inimigo.

c. Os projetores dos carros de combate são usados de acordo com os

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métodos de ataque abaixo ou combinações deles. Sempre que possível, a ilumi-nação deve ser realizada por carros que não pertençam ao elemento de mano-bra.

1) Carros apoiando pela iluminação e pelo fogo – Os carros são dispersosna posição mantendo entre si uma distância de 50 a 100m. O Cmt Pel posiciona-se no local de onde possa melhor controlar a iluminação. A iluminação é alterna-da entre os carros, sendo cada projetor apontado para seu alvo antes de iniciara iluminação, para evitar a movimentação do facho, o que pode expor o elementode manobra. Durante a iluminação, os carros, ao apagarem seus projetores,engajam pelo fogo o inimigo iluminado pelos outros carros. Na fase de consoli-dação e reorganização, a iluminação deve ficar em condições de ser transportadapara a retaguarda ou flancos da posição conquistada, no caso de contra ata-ques.

2) Carros iluminando no âmbito do elemento de manobra – Para objetivosprofundos, a iluminação é proporcionada pelo próprio elemento de manobra,sendo incumbência específica de um pelotão. Este pelotão ficará em condiçõesde ocupar posições de iluminação sempre que necessário. As posições de ilumi-nação são ocupadas de acordo com alcance dos projetores. Somente após ter-se certeza que o objetivo pode ser iluminado, é que os projetores são ligados.Após a conquista do objetivo, posições de iluminação devem ser ocupadas,prevendo-se a iluminação em caso de contra ataques. O desligamento dosprojetores é um momento crítico, uma vez que causará a perda temporária davisão noturna.

3) Carros utilizados para iluminar limites – Usados para assinalar limitesapós o início da iluminação. Utilizado em pares, seguindo a técnica de ilumina-ção alternada. Os carros movem-se por lanços, na mesma direção do elementode manobra, mantendo o feixe de luz sobre um acidente do terreno, ou em umazimute determinado.

4) Emprego do projetor para engajar alvos à noite – Alguns carros ilumi-nam, enquanto os outros atiram. Os carros que irão iluminar devem ser especi-ficados no comando de tiro.

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CAPÍTULO 9

TRANSPOSIÇÃO DE CURSO D’ÁGUA E TRAVESSIA DE VAU

9-1. GENERALIDADES

a. A transposição de curso d’água e a travessia de vau são operações queexigem conhecimento, preparação e treinamento da guarnição. Todos os inte-grantes da guarnição deverão conhecer as medidas de segurança para a execu-ção de exercícios, bem como as medidas para uma missão real. A transposiçãoserá realizada pelas VBTP anfíbias e a travessia será executada pelas demaisviaturas blindadas.

b. A travessia de vau dependerá da profundidade do curso d’água. As VBCLeopard 1 A1 e M60 A TTS podem atravessar vaus diversos, dependendo deuma maior ou menor preparação da viatura.

9-2. PROCEDIMENTOS ANTERIORES À ENTRADA NA ÁGUA

a. De um modo geral, as viaturas blindadas devem seguir as seguintesfases para a preparação da travessia de vau:

1) Inspecione as baterias.

2) Engate os equipamentos de vedação.

3) Feche e trave a escotilha do motorista.

4) Vede a torre (se for o caso).

5) Certifique-se que as válvulas de drenagem do chassis e a escotilha deemergência estão fechadas.

6) Certifique-se que o compartimento do motor está vedado.

7) Aqueça o motor.

8) Verifique o funcionamento da bomba de porão.

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9) Avalie a velocidade da corrente e suas características.

10) Verifique as condições da margem de acesso.

11) Selecione os pontos de saída da 2ª margem e as condições damargem nestes pontos.

b. Também de um modo geral, as viaturas blindadas devem seguir asseguintes fases para a preparação da transposição de curso d’água:

1) Instale os bujões e verifique se as tampas estão corretamente coloca-das.

2) Verifique se todo o equipamento e carga estão distribuídos e presos.

3) Verifique a instalação das saias laterais (borrachas).

4) Certifique-se que as bombas de porão estão funcionando.

5) Estenda o estabilizador.

6) Abra os ventiladores e feche as escotilhas.

7) Avalie a velocidade da corrente e suas características.

8) Verifique as condições da margem de acesso.

9) Selecione os pontos de saída da 2ª margem e as condições da margemnestes pontos.

9-3. AVALIAÇÃO DA CORRENTEZA DO CURSO D’ÁGUA

a. A correnteza do curso d’água é avaliada como medida de segurança datransposição das viaturas anfíbias e para que sejam determinados com precisãoos locais de entrada e saída das mesmas no rio obstáculo. A correnteza máximaé função de fatores como a turbulência da água, a quantidade de entulhos e amáxima deriva aceitável. Quando a velocidade da corrente ultrapassa os 1,80m/s, merecem atenção particular os seguintes itens: a distância de deriva, a distri-buição de cargas, a entrada na água e a perícia dos motoristas. Um processosimples para se determinar a velocidade da corrente consiste na utilização deum objeto flutuante percorrendo uma distância aferida. Mede-se uma distânciade, no mínimo, 30m ao longo da margem amiga; designa-se como A o ponto demontante e como ponto B o de jusante. O ponto A, na parte em que a correntezase apresenta com maior velocidade, lança-se um objeto flutuante como um pe-daço de madeira ou de cortiça. Determina-se então o tempo que o objeto levapara percorrer do ponto A para o ponto B. A divisão da distância, em metro, pelonúmero de segundos cronometrados, nos dá a velocidade em metros por se-gundos. Por exemplo, se o objeto leva 20 segundos para percorrer a distânciade 30m, a sua velocidade é de 1,5m/s. Deve-se repetir a experiência, no míni-mo, duas vezes, utilizando-se a média dos resultados obtidos.

b. Um curso d’água de correnteza moderada pode tornar-se correntoso empoucas horas, ou mesmo em apenas alguns minutos, em consequência de pro-longados aguaceiros. Este fenômeno ocorre, mais freqüentemente, em regiõesáridas ou tropicais. Assim, a velocidade da correnteza deve ser periodicamente

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verificada para permitir a tomada de cuidados especiais contra tais variações.

Figura 9-1. Velocidade da correnteza

c. A correnteza varia nos diversos pontos do curso d’água. É, normalmente,mais lenta junto às margens e mais rápida no canal principal, mais lenta naspartes largas e mais rápida nas partes estreitas.

9-4. ENTRADA NA ÁGUA

a. Os locais de travessia devem dispor de entradas e saídas com rampassuaves.

b. Escolha um terreno firme, livre de pedras, troncos ou escombros. Evitesolo mole ou degraus altos.

c. Entre perpendicularmente à margem do rio ou lago.

d. Entre devagar e mantenha uma velocidade baixa e a rotação mínimapara evitar a formação de onda de proa.

e. Se a água vazar para dentro da viatura, ligue as bombas de porão. Écomum a entrada de água no interior da viatura, portanto o uso das bombas deporão é constante.

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Figura 9-2. Entrada correta na água.

9-5. SAÍDA DA ÁGUA

a. Evite declives acentuados. Aproxime-se perpendicularmente à margem.

b. Reduza a velocidade e saia da água vagarosamente.

c. Abra as escotilhas e feche os estabilizadores.

d. Quando os compartimentos estiverem sem água, desligue as bombasde escoamento.

e. Lave a viatura, principalmente, a suspensão, trens de rolamento, peris-cópios e luzes. Após lavar a viatura, realize a manutenção dos pontos de lubrifi-cação do chassis.

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Figura 9-3. Saída correta da água.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- CI 17-30/1 - Pelotão de Carros de Combate.

- CI 17-36/1 - O Combinado Infantaria/Carro (Edição 1986).

- CI 2-36/1 - O Pelotão de Cavalaria Mecanizado.

- C 21-74 - Instrução Individual para o Combate.

- Nota de Aula da AMAN - O Pelotão de Fuzileiros Blindados.

- Nota de Aula da AMAN - Pelotão de Carros de Combate.

- Livro do Carros de Combate - Escrito pelo Cap Kurt Kauffmann (ExércitoAlemão) em 1940 e traduzido pelo Cap Frederico Neto dos Reis Pimentel em1943.

- FM 17-15 - Tank Platoon (US Army).