Materia 03 - Tecnica e Maneabilidade de Salvamento

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CAPTULO 3 TCNICA E MANEABILIDADE DE SALVAMENTO 3.1 Generalidades 3.2 -Equipamentos de salvamento 3.2.1 - Desencarcerador (Aparelho Lukas e Ferram. Hidrulicas) 3.2.2 - Macaco Hidrulico 3.2.3 - Almofadas Pneumticas 3.2.4 Tirfor 3.2.5 Trip 3.2.6 Tesouro 3.2.7 Moto-serra 3.2.8 Moto-cortador 3.2.9 Gerador Gasolina 3.2.10 Rdio Transceptor (Porttil) 3.2.11 Cones de Sinalizao 3.2.11 - Escada de Duralumnio (Prolongvel) 3.2.12- Croque 3.2.13- Alavanca 3.2.14- Malho 3.2.15- P 3.2.16- Luva de Raspa de Couro 3.2.16- culos de Proteo 3.2.17- Botas de Borracha 3.2.17- Lanternas 3.2.17- Machado 3.2 -Equipamentos e Tcnicas de Salvamento em Altura 3.2.1 Corda 3.2.1 Mtodos de Enrolar a Corda 3.2.2 Ns 3.2.3 Equipamentos e tcnicas de descidas 3.2.3 Tcnica Bsica de Descida 3.3 Entradas Foradas e ArrombamentoCENTRO DE FORMAO E APERFEIOAMENTO DE PRAAS

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3.3.1 Fechaduras 3.3.2 Abertura de portas comuns 3.3.3 Abertura de portas de Enrolar 3.3.4 Abertura de portas de Vidro 3.3.5 Abertura de Janelas com painis de vidro 3.3.6 Abertura de Grades 3.3.7 Abertura de Paredes 3.3.8 Abertura de Telhados 3.3.9 Abertura de Forros 3.3.10 Abertura de Divisrias 3.4 Operaes com Produtos Perigosos 3.4.1 Identificao 3.4.2 Painel de Segurana 3.4.3 Nmero de Risco 3.4.4 Rtulos de Risco 3.4.5 Diamante de Homel 3.4.6 Rotas de exposio 3.4.6 Salvatagem

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3.1 - GeneralidadesO salvamento a atividade desenvolvida pelos bombeiros destinada a resgatar vidas humanas, salvar animais, resgatar corpus e proteger bens, dessa forma, so inmeras as atividades desenvolvidas pelos bombeiros ttulo de salvamento, e proporcionalmente, surgem as tcnicas empenhadas nesta nobre misso, que aliadas aos equipamentos garantem o xito do bombeiro. O presente capitulo pretende abordar estes assuntos de forma clara e sucinta, permitindo ao militar o conhecimento bsico dos equipamentos e a correta forma de utilizao destes, garantindo que o soldado bombeiro cumpra com fidelidade a misso confiada por seus superiores. Contudo, frente as inmeras possibilidades de modelos, marcas e fabricantes, torna-se impossvel descrever as caractersticas de todos os equipamentos, bem como a operao de cada um deles. Destarte, sero abordadas caractersticas genricas, comuns nos mais diversos modelos e marcas, e ficaria sob a responsabilidade do instrutor, durante o curso, a adaptao das informaes aqui prestadas, que deve basear sua instruo na ficha tcnica e manual de operao do equipamento disponvel para a instruo, mas sem deixar de lembrar aos alunos que existem outros modelos, e se possvel, destacar as diferenas.

3.2 -Equipamentos de salvamento 3.2.1 - Desencarcerador (Aparelho Lukas e Ferram. Hidrulicas)Antes de apresentar o equipamento cabe ressaltar que o nmero de acidentes de trnsito vem aumentando vertiginosamente nos ltimos tempos, ao ponto que chega a ocupar, muitas das vezes, o primeiro lugar na estatstica diria de socorros prestados, e o desencarcerador o principal equipamento usado em colises para o salvamento das vitimas. A misso do bombeiro neste evento o de retirar as ferragens da vtima permitindo aos militares do GSE o atendimento e remoo da vtima ao hospital, contudo se a viatura de socorro mdico no estiver no local do evento, a guarnio de salvamento dever atender a vtima empregando os conhecimentos apreendidos na matria socorros de urgncia. Vale lembrar que em nenhum momento o militar deve ficar desatento com o fator segurana, por ser este essencial para uma operao bem-sucedida. So muitos os perigos existentes nas colises de veculos, como o de incndio, instabilidade dos veculos, ferragens pontiagudas, estilhaos de vidro, produtos qumicos perigosos etc. Portanto necessrio utilizar os equipamentos de proteo individual e tomar medidas para evitar riscos integridade fsica dos bombeiros, da vtima e dos transeuntes. Deve-se ter sempre em mente que a prioridade do bombeiro garantir o acesso s vitimas, estabilizar e proteger a vitima de novas leses, que poderiam ser ocasionadas por fascas, vidros, metais e at mesmo pelas ferramentas de resgate. Neste sentido, os seguintes procedimentos de segurana devem ser observados: Ter ateno para o desembarque da viatura. O desvio do fluxo de veculos da rea de trabalho. Deve-se cuidar da sinalizao para evitar novas colises.CENTRO DE FORMAO E APERFEIOAMENTO DE PRAAS

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Todos os bombeiros devem proteger-se com os EPIs correspondentes s suas misses. Os bombeiros devem estar prontos para combater princpios de incndio. Desligar ou cortar os cabos da bateria. Interromper ou controlar os vazamentos de combustvel. O aparelho de desencarceramento Lukas composto por uma bomba hidrulica, que acionada por um motor 4 tempos gasolina, pressuriza um sistema formado por mangueiras com sistemas de engate rpido e vrias ferramentas hidrulicas, estas serviro no desencarceramento das vitimas, executando afastamentos, cortes e tracionamentos. O conjunto de salvamento pode ser utilizado em acidentes envolvendo veculos, desabamentos, arrombamentos, ou at mesmo em trabalhos submersos, dentro do limite de 40 m de profundidade. Componentes do Desencarcerador ( Fig. 3.1 e Fig. 3.2) 1.Bocal de abastecimento da gasolina; 2.Tela de proteo; 3.Manopla de acionamento; 4.Bocal de abastecimento de leo do motor; 5.Silencioso com escudo protetor; 6.Comando de partida,acelerao e parada (Sistema Choke-a-Mantic); 7.Filtro de ar; 8.Carburador; 9.Cabeote; 10.Vela; 11.Identificao do motor; 12.Bocal de abastecimento do fludo hidrulico; 13.Visor de nvel do fludo hidrulico; 14.Bujo de dreno; 15.Identificao do modelo de bomba; 16.Reservatrio do fludo hidrulico; 17.Alavanca de pressurizao; 18.Bloco da vlvula . Fig. 3.1

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Fig. 3.2

Pina hidrulica (LSP 40 e LSP 44B) (fig. 3.3) 1.Braos antideslizantes de ao; 2.Eixo central de fixao; 3.Manga de proteo; 4.Disco anatmico para abertura e fechamento; 5.Punho; 6.Plug de engate rpido. 7.mangueiras

Fig. 3.3

Pina LSP 40 e LSP 44B (Fig. 3.4)

Fig. 3.4 Pina hidrulica (LS 300 e LS 200)CENTRO DE FORMAO E APERFEIOAMENTO DE PRAAS

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Fig. 3.5 Operao Prtica do conjunto de salvamento A operao s pode ser iniciada depois que os operadores estiverem equipados com o EPI adequado, tais como luvas e culos apropriados. De uma forma genrica, a operao das diversas pinas a mesma, a diferena est na escolha da pina adequada para o servio. Seqncia: 1 - A alavanca de pressurizao do fludo deve estar na posio vertical (sistema despressurizado). A alavanca de pressurizao controla uma vlvula que responsvel pela liberao do fluido em direo ferramenta, de forma que, na posio horizontal, tambm chamada em by-pass, o sistema encontra-se despressurizado, e na posio horizontal o sistema encontra-se pressurizado. 2 - Conecte as mangueiras atravs dos plugues tipo engate rpido e abra a vlvula de combustvel girando-a cerca de de volta em sentido anti-horrio. 3 - Posicione o comando do acelerador na posio START (afogado). 4 - Segure a manopla de acionamento e puxe suavemente at sentir resistncia, a fim de retirar a folga. Em seguida, puxe rapidamente o cordo, dando partida no motor, deixando a manopla retornar sua sede gradualmente. 5 - Quando a mquina funcionar, mova o comando do acelerador posio desejada de rotao do motor, na faixa entre SLOW e FAST. 6 - Coloque a alavanca de pressurizao do fluido na posio vertical, afim de pressurizar o sistema. 7 - Segure a pina hidrulica pela ala e pelo punho, atuando com o dedo polegar no disco anatmico proporcionando o movimento desejado, respeitando as indicaes de abertura e fechamento encontradas no corpo da pina hidrulica. 8 - Ao final da operao, coloque a alavanca de pressurizao na posio horizontal (despressurizado). 9 - Desligue o motor passando o comando do acelerador para STOP. 10 - Feche a vlvula de combustvel, girando-a em sentido horrio. 11 - Desconecte as mangueiras e coloque as capas apropriadas.CENTRO DE FORMAO E APERFEIOAMENTO DE PRAAS

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Utilizao do Jogo de Correntes Dentre os acessrios disponveis est o jogo de correntes, este acessrio operado em combinao com as pinas. De forma que o jogo de correntes deve ser engatado na pina com os braos abertos no ponto mximo, e depois de ancoradas as extremidades da corrente, uma num ponto fixo e a outra no objeto que se deseja mover, executa-se o fechamento da pina hidrulica. Consideraes Gerais 1 - Contudo antes da operao, devem ser verificados os nveis de combustvel, leo do motor e fludo hidrulico. 2 - Durante o corte os braos da pinas devero permanecer perpendiculares superfcie na qual se pretende cortar, caso contrrio haver o perigo de danificar a pina e de no se conseguir efetuar o corte, deve-se manter o objeto a ser cortado o mais prximo possvel do centro das lminas para o melhor aproveitamento da capacidade de corte da pina, deve-se realizar cortes contnuos, evitando dar pequenos trancos, acionando e voltando o disco, para no causar danos s vlvulas internas do aparelho e sobrecarregar, desnecessariamente, o motor. 3 - Durante o uso o aparelho deve permanecer nivelado, para evitar problemas com o nvel de fludo hidrulico. 4 - Deve-se evitar o corte de metais muito duros, e somente em ltimo caso este dever ser realizado, pois tais metais tm a caracterstica de quebrarem quando sob tenso. Desta forma, dois problemas podero ocorrer: ferimentos na vtima ou no operador ocasionados por fragmentos projetados e danos nos braos da ferramenta em funo do choque produzido. 5 - Ao final da operao, deve-se deixar as pontas dos braos da pina afastadas uma da outra, cerca de 1 ou 1,5 cm. Isto evitar presses desnecessrias entre as partes.

3.2.2 - Macaco HidrulicoAparelho destinado ao levantamento de cargas atravs do deslocamento de um embolo que sobe impulsionado pela presso do leo hidrulico, que bombeado com o vai e vem do pisto. Para a descida do embolo usa-se a vlvula de retorno que aberta com sua toro no sentido anti-horrio. (fig. 3.6)

Fig. 3.6

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3.2.3 - Almofadas PneumticasO Sistema Maxiforce de Almofadas Pneumticas caracterizado pela fora, leveza e praticidade o que lhe garante grande versatilidade e aplicabilidade nas operaes de levantamento de cargas ou afastamento, sendo indicado para salvamento em eventos de coliso de veculos, desmoronamentos e outras situaes de socorro. O sistema opera com os cilindros de ar comprimido usados nas mscaras autnomas, somado as almofadas e os reguladores de presso. O sistema funciona com a utilizao do ar comprimido nos cilindros a altas presses que passa pelo regulador de presso, reduzindo a presso para 125 PSI, que a presso de trabalho. Depois o ar segue para a almofada, que inflanda sob o controle do bombeiro. Para segurana o equipamento conta com uma vlvula de alivio que libera o ar a 118 PSI. So muitos os tamanhos e formatos de almofadas de ar MAXIFORCE, cada uma indicada para uma determinada carga ou situao, contudo todas possuem um X no centro indicando o local correto de posicionamento da almofada no centro da carga, o que garantir o mximo deslocamento e uma melhor estabilidade. (Fig. 3.7)

(Fig. 3.7)

A - Etiqueta com dados tcnicos B - Bico de entrada de ar.

Operao Antes de iniciar a operao, importante que todos os bombeiros que estiverem operando o equipamento estejam usando os EPIs adequados como capacete, culos de proteo, luvas, botas, etc. Deve-se avaliar cuidadosamente o que ser feito, determinando o peso e o tamanho a ser movimentado, sempre garantindo o mximo contado entre a almofada e a carga. Seqncia: 1 - Fixe os cilindros em um ponto fixo, poste, muro ou carro e inspecione as vlvulas do cilindro e o regulador para verificar a presena de defeitos na rosca, sujeira, poeira, leo ou graxa. 2 - Enrosque o regulador de presso ao cilindro e aperte firmemente.

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3 - Antes de abrir a vlvula do cilindro, deve-se girar a ala em T do manmetro at a mola de ajustagem estar solta, posicione-se do lado oposto ao regulador e abra lentamente a vlvula do cilindro, mantendo-se entre o cilindro e o regulador. Depois calibre o manmetro de baixa presso para 125 PSI girando a alavanca em T, o boto de ajustagem, para a direita. Vlvula de Controle e Vlvula de Segurana (VCVS) ( Fig. 3.8) A Vlvula de Controle e Vlvula de Segurana (VCVS) formada por um sistema duplo de segurana e controle de ar e usada para inflar ou esvaziar as almofadas, capaz de controlar a operao de duas almofadas individualmente, as duas vlvulas de alvio da presso so fabricadas com regulagem de 87psi ou 118psi dependendo da aplicao, para prevenir um enchimento acima do possvel.

Fig. 3.8 O Sistema vem acompanhado por trs mangueiras: duas mangueiras (uma vermelha e outra amarela) so conectadas entre a VCVS e as almofadas, e uma (preta) conectada entre o regulador e a VCVS. Todas as almofadas, mangueiras e reguladores so equipados com conexes de encaixe rpido fabricados em tamanho especial para evitar conexes erradas.

Fig. 3.9

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4 - Conecte a mangueira do regulador (preta) na VCVS, e em seguida abra completamente a vlvula de sada de ar, girando o boto para controle de sada de ar para a direita, o que levar o ar at a vlvula de controle, conecte a almofada e coloquea sob a carga, e antes de infl-la verifique se as vlvulas de segurana (alvio) esto na posio FECHADO. 5 - Proceda abertura da vlvula de controle lentamente, e dessa forma v controlando o levantamento da carga, sempre mantendo ateno presso a que ela est submetida, atravs do manmetro correspondente da VCVS, e quando o manmetro estiver acusando presso na rea vermelha a vlvula de segurana (alvio) dever se abrir e o ar escapar por ela em grande velocidade.

Observaes: No permita que a almofada receba presso acima da necessria para erguer ou escorar a carga em que se est operando. Assim que o objeto estiver erguido na altura desejada, calce-o ou escore-o, e durante o calamento o operador deve interromper o enchimento, lembre-se que as almofadas no precisam de uma superfcie regular para apoiar-se, mas necessrio calamento e escoramento. Nunca trabalhe sob a carga apoiada apenas pela almofada. As almofadas no podem ser usadas sob objetos cortantes ou em uma superfcie com temperatura superior a 105C, contudo se isto for absolutamente necessrio, coloque uma proteo flexvel (lonas industriais, borracha, couro) entre a superfcie quente ou cortante e a almofada. Duas almofadas podem ser usadas simultaneamente, tanto para levantar grandes pesos com dois pontos de apoio, ou empilhadas, para garantir um maior deslocamento, sendo que a maior fica embaixo e esta deve ser enchida em primeiro. 5 - Para esvaziar a almofada, feche ambas as vlvulas de controle e lentamente gire o boto da vlvula de segurana (alvio) para a direita.

3.2.4 TirforO Tirfor um aparelho muito comum nas viaturas de salvamento e tem uma larga rea de atuao em iamento e trao de cargas, muito verstil, serve para remoo de carga em qualquer direo, distncia e altura. Ele opera com a ao de dois pares de mordentes lisos, de ajuste automtico, que no momento do iamento ou da descida da carga, esses dois pares de mordentes, alternadamente, apertam e soltam o cabo, para pux-lo no sentido da subida ou ret-lo no sentido da descida, sendo que os dois conjuntos de mordentes apertam o cabo conforme a trao do cabo, ento quanto mais pesada a carga, mais forte ser o aperto. Para o deslocamento dos mordentes so manipulados duas alavancas que constituem o avano ou a marcha r. O tirfor opera com o empenho de acessrios como correntes, clips, grampos-manilha, moites, cadernais, lingas e o indispensvel cabo, que varia de dimetro conforme o modelo do tirfor.

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Fig. 3.10

Fig. 3.11 - Tirfor TU-10

1 - Orifcio para admisso do cabo; 2 - Alavanca de avano - Destina-se ao movimento alternado de vai e vem, acionando os pares mordentes para o tracionamento da carga, acionado pela alavanca telescpica que nela se encaixa, quando nesta operao; 3 - Alavanca de recuo - Destina-se ao movimento alternado de vai e vem, acionando os pares de mordentes para o retorno do cabo e favorece a liberao da carga, acionado pela alavanca telescpica que nela se encaixa, quando nesta operao; 4 - Punho de debreagem- Destina-se ao movimento de debreagem, acionando ou liberando os pares de mordentes, para passagem livre do cabo; 5 - Trava de debreagem- Aciona-se para travar o punho de debreagem em sua posio; 6 - Gancho/bloco de amarragem - Para ancoragem da linga ou cabo de ao amarrado ao peso a ser deslocado; 7 - Alavanca telescpica; 8 - Cabo de ao. Operao O militar deve manter ateno especial ao EPI, principalmente com relao s mos, que so um alvo freqente de leses. Aps este cuidado, o militar deve desenrolar o cabo, pressionar o punho de debreagem em direo alavanca telescpica at trav-lo, introduzir a ponta do cabo at sair do lado oposto, ancorar o aparelho pelo eixo de ancoragem num ponto fixo e resistente, puxar o cabo, a mo, at ficar bem esticado e colocar o punho de debreagem posio inicial. Antes de iniciar o tracionamento, conveniente a verificao da ancoragem do aparelho e o ngulo de trabalho, para que o cabo trabalhe em linha reta, ento deve-se introduzir e travar a alavanca telescpica no seu brao e para iar ou tracionar, movimenta-se em vai e vem a alavanca, j para o recuo ou descida deve-se introduzir a alavanca telescpica no brao que fica no meio do aparelho e movimentando-se em vai e vem, obter o deslocamento desejado da carga. Para finalizar a operao, deve-se movimentar a alavanca em marcha a r, at afrouxar o cabo e, aps isto, elevar o punho de debreagem a frente, liberando o cabo.

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3.2.5 - Trip formado por trs peas tubulares com 3,5 metros de altura, que possuem encaixe na parte superior, que os mantm unidos, formando uma estrutura piramidal estvel. Ele muito til para o iamento de cargas, especialmente em poos. Para a sua utilizao deve-se adaptar uma talha, cadernal ou moito, no centro do aparelho para iar a carga, o que permite a utilizao do tirfor. (Fig. 3.10)

Fig. 3.12

3.2.6 Tesouro uma ferramenta formada de ao com lminas que utilizada no corte de barras metlicas, fios, cabos, arames e chapas. O tamanho da ferramenta proporcional a sua capacidade de cortar peas de maior espessura. (Fig. 3.11)

Fig. 3.13

3.2.7 Moto-serraEste equipamento essencial nos eventos de corte de arvore, j que facilita o corte dos galhos e troncos, agilizando o trabalho, mas em momento algum devem ser afastadas as tcnicas e nem o fator segurana, afinal o bombeiro no pode permitir que

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a velocidade influencie no fator segurana. A moto-serra composta de um motor a exploso e um sabre com corrente, conforme ser demonstrado abaixo: As moto-serras so constitudas dos seguintes componentes, o bservados na (fig. 3.12)

1 Sabre 2 Corrente 3 Punho 4 Filtro de ar 5 Acelerador 6 Trava do acelerador 7 Afogador 8 Protetor do punho 9 Retm do acelerador 10 Vela de ignio 11 Tampa do crter 12 Garra Fig. 3.14

Operao 1 - Para dar a partida na moto-serra, o militar deve equipar-se com o EPI, colocar o afogador em O, apertar o boto de meia acelerao e bloquea-lo. Para acionar o arranque, deve-se primeiramente fixar a moto-serra contra o solo, segurandose o suporte tubular com a mo esquerda e a manete do cabo de arranque com a direita, retirar a folga do cabo at travar, e puxar rpido e firmemente, no largando no retorno, mas levando-o at a posio inicial. 2 - Com a moto-serra j em funcionamento, deve-se colocar o afogador em I, soltar o bloqueio da alavanca do acelerador, e manter a acelerao do motor at que o motor passe a marcha lenta. Quando o motor j estiver quente, no necessita de acionamento do afogador, e muitas vezes tambm no preciso da meia acelerao. 3 - Para desligar o motor, vire a chave interruptora na posio off. O abastecimento realizado com uma mistura de leo 2 tempos e gasolina na proporo 1:40 - O fabricante especifica a marca Castrol Super TT, prprio para motores 2 tempos de alta rotao.

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3.2.8 Moto-cortadorEquipamento com o funcionamento semelhante da Moto-Serra, contudo usado para cortes. possvel a utilizao de vrios tipos de discos, mas na corporao, utilizase o disco para corte de ferro e ao, o que capacita o equipamento ao salvamento de pessoas em acidentes automobilsticos, ou para arrombamentos de portas de ao, ou ainda outras situaes onde caiba sua utilizao, como para o corte de vergalhes em desabamentos. Os moto-cortadores so constitudos dos seguintes componentes, observados na fig. 30: 1 Disco 2 Protetor do Disco 3 Punho 4 Filtro de ar 5 Acelerador 6 Trava do acelerador 7 Afogador 8 Borboleta da regulagem do protetor Fig. 3.13

Operao O procedimento para dar a partida no motor do Moto Cortador o mesmo do acima descrito para a moto-serra, no entanto alguns cuidados especiais devem nortear a operao deste equipamento, j que h a gerao de centelhas durante o corte, o que oferece riscos ao bombeiro, ao p atrimnio e das possveis vtimas envolvidas, criando a possibilidade de incndios, caso haja derramamento de inflamveis ou exploso se houver escapamento de gases combustveis.

3.2.9 Gerador GasolinaO gerador um equipamento formado por um motor exploso destinado fornecer corrente eltrica aos materiais operacionais, comumente usado para garantir a iluminao do local do evento, principalmente quando este estiver distante da viatura.

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3.2.10 Rdio Transceptor (Porttil) um equipamento indispensvel para eventos mais complexos por facilitar a comunicao entre os membros da equipe de salvamento, e membros de outras equipes, j que facilita a coordenao da prestao do socorro. As viaturas de salvamento devem estar equipadas com este equipamento.

3.2.11 Cones de SinalizaoObjeto de borracha de formato tronco cnico branco e laranja, empregado na sinalizao em vias de transito e isolamento da rea do evento.

3.2.12 - Escada de Duralumnio (Prolongvel)Escada composta de duralumnio para garantir resistncia e versatilidade, composta de dois lanos, um fixo e um mvel. O lano mvel desloca-se sobre o fixo atravs de encaixes.

3.2.12- CroqueFerramenta composta por um cabo de fibra subdividido em 3 (trs) p artes com 1,5 m, que servem para prolongar o equipamento, possuindo em sua extremidade possui uma pea em forma de gancho.

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3.2.13- AlavancaEquipamento aplicado em vrios tipos de salvamentos, constitudo de uma barra de ferro de seo circular ou octogonal, com comprimento, formas e extremidades variadas, usado em atividades de arrombamento e deslocamento de cargas.

3.2.14- MalhoFerramenta em ao de resistncia superior aos aos comuns, possuindo uma extremidade em forma retangular e seo quadrada conectada a um cabo de madeira ou ferro, destinado a trabalhos que exijam grandes esforos de deslocamento ou deformacao, especialmente em arrombamentos.

3.2.15- P um equipamento formado com uma chapa metlica de formato cncavo dotado de cabo de madeira, usado em remoo de material e escavao, comum a sua utilizao em colises quando h o vazamento de combustveis e leos.

3.2.16- Luva de Raspa de CouroLuva formada por uma camada de couro, usada em atividades que gerem atritos que poderiam ferir a mo.

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3.2.16- culos de Proteo destinado a proteo dos olhos do bombeiro contra agentes agressivos e partculas.

3.2.17- Botas de BorrachaCalcado de borracha com um cano longo usado em atividades em que haja a proteo dos ps em relao lquidos, contudo deve ser evitado o contato com agentes agressivos borracha e superfcies aquecidas.

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3.2.17- LanternasAparelho destinado a iluminao, alimentado por pilhas, destina-se a iluminao de pequenas reas nas operaes de salvamento.

3.2.17- MachadoFerramenta de ao com o formato semi-circular e de gume afiado dotado de um cabo de madeira, usado em arrombamentos e cortes.

3.2 -Equipamentos e Tcnicas de Salvamento em Altura GeneralidadesSalvamento em alturas o salvamento executado em prdios e estruturas mais altas que o alcance das Auto-escadas mecnicas e Auto-Plataformas mecnicas, ou onde estas no possam chegar ou estabelecer-se, contudo nada impede que tcnicas e equipamentos abordados neste item no possam ser empregados em outros salvamentos ou operaes.

3.2.1 - Corda o material mais utilizado nestes salvamentos, basicamente a corda formada por fios unidos e torcidos uns sobre os outros, formando um conjunto uniforme e resistente trao. Existem vrios tipos de cordas, principalmente em funo do material usado em sua fabricao, entre eles temos : os cabos de fibras de origem animal (seda, crina e couro), os cabos de fibra vegetal (manilha, sisal e cnhamo), os de fibra sinttica (nylon seda, polietileno e polister pr-estirado) , e os de fibra mineral (ao ). A corda de prontido presente nas viaturas de salvamento de polister com alma de seda, dimetro de 9 mm a 12 mm e comprimento variado, porm ,tradicionalmente, considera-se o comprimento de 30 m. Com o intuito de facilitar e padronizar os nomes das partes de uma corda,

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adota-se a seguinte terminologia. (Fig. 3.14) Acochar ajuste de um cabo quando de sua utilizao ou manuseio. Aduchar o acondicionamento de um cabo com vista ao seu pronto emprego. Ala uma volta ou curva em forma de U. Anel uma volta onde se verifica a interseo da corda. Bitola o dimetro do cabo. Cabo Guia o cabo utilizado para direcionar o iamento ou a descida de uma vtima ou objeto, tambm o cabo usado no apoio a bombeiros quando esto entrando em locais de difcil visibilidade. Cabo Solteiro o cabo com 2 ou 3 m de comprimento e bitola de 6 a 10 mm, usado na segurana individual do bombeiro. Carga de ruptura a tenso mnima necessria para o rompimento de um cabo. Cabo de Sustentao o cabo principal onde est sendo executado o salvamento ou operao. Coado o cabo pudo, desgastado por conseqncia do atrito. Falcaa o agrupamento dos cordes na extremidade da corda para evitar que esta descoxe. Firme (ou vivo) Parte livre da corda prxima ao feixe de enrolamento e fixao. Morder ou Estrangular Prender uma corda com ela mesma. N Entrelaamento das partes de um ou mais cabos. Retesar Esticar a corda. Seio Parte da corda que fica entre os chicotes, ou entre este e o firme, em forma de U, semelhante a ala.

3.2.1 Mtodos de Enrolar a CordaOs trs mtodos mais usados para enrolar cordas so: Tipo corda de prontido ( da forma de 8) indicado para cordas de at 30 m. (fig. 3.15)

Fig. 3.15

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Corrente simples e dupla indicado para cordas de 30 m a 60 m. (Fig. 3.16)

Fig. 3.16

Forma de vai-e-vem, com arremate no centro do feixe - indicado para cordas com mais de 60 m. (Fig. 3.17)

Fig. 3.17

3.2.2 NsOs ns so extremamente importantes para o trabalho do bombeiro, ao ponto que sua aplicao estende-se alm da prpria operao de salvamento em altura e atinge varias outras misses no mbito do servio do bombeiro.

N simples Empregado na extremidade do cabo para evitar que este se distora, e para formar um boto. (Fig. 3.18)

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Fig. 3.18

N de frade Usado para evitar que a extremidade de um cabo escape de uma amarrao. comum a sua utilizao na confeco de escada de corda. (Fig. 3.19)

Fig. 3.19

N direito Aplicado na unio de cabos com o mesmo dimetro. (Fig. 3.20)

Fig. 3.20 N torto ou esquerdo Sua confeco muito parecida com a do n direito, contudo os chicotes no ficam paralelos aos seus firmes. (Fig. 3.21)

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Fig. 3.21

N de envergue Semelhante ao n direito, porm muito mais confivel na emenda de cordas do mesmo dimetro. (Fig. 3.22)

Fig. 3.26 N de escota simples e dupla Empregado para unir cabos de dimetros diferentes, a diferena da simples para a dupla que neste d-se mais uma volta com o chicote. (Fig. 3.23 e Fig. 3.24)

Fig. 3.23 - Simples

Fig. 3.24 - Duplo

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Volta do Fiel ou N de Barqueiro um n de fixao empregado para fixar a corda no ponto de amarrao. (Fig. 3.25 e Fig. 3.26)

Fig. 3.25

Fig. 3.25 Pelo Firme N UIAA um n de segurana dinmica, o atrito com o prprio cabo minimiza o risco de grandes impactos em caso de queda, permite at o bloqueio da corda, evitando a queda. (Fig. 3.26)

Fig. 3.26

N Paulista No propriamente um n e sim um conjunto de trao. (Fig. 3.26)

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Fig. 3.26 N prussik Usado quando h a necessidade de progredir em uma corda verticalmente. (Fig. 3.27)

Fig. 3.27

N de Aboo Utilizado para servios que envolvam cargas pesadas e para unir amarras grossas ou cabos pesados. (Fig. 3.28)

Fig. 3.28 N de Cabrestante ou Lais de Guia Empregado na confeco de uma ala fcil de desatar. Conhecido na corporao como N de Salvao. (Fig. 3.29)CENTRO DE FORMAO E APERFEIOAMENTO DE PRAAS

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Fig. 3.29

N de Cabrestante Duplo comumente utilizado para formar uma cadeira improvisada para descida ou subida de vtimas e socorristas. (Fig. 3.30)

Fig. 3.30 N de Azelha Empregado quando h a necessidade de empregar uma ala que no corra no cabo. (Fig. 3.31)

Fig. 3.31 N Balso pelo Seio Usado para fazer uma ala em qualquer ponto de um cabo, podendo ser usado como uma cadeira. (Fig. 3.32)

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Fig. 3.32 N de Catau Usado para diminuir o comprimento de um cabo ou isolar uma rea da corda que est coada. (Fig. 3.33)

Fig. 3.33 N Boca de Lobo e Pata de Gato Usados para fixar a corda ao gato de um aparelho de trao ou para ancorar uma corda dobrada. (Fig. 3.34 e Fig. 3.35)

Fig. 3.34 Boca de Lobo

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Fig. 3.35 Pata de Gato Encapeladura simples e dobrada Usados para formar alas que corram, a simples tambm conhecida como algema. (Fig. 3.36)

Fig. 3.36

3.2.3 Equipamentos e tcnicas de descidasCinto Cadeira e Baudrier Equipamento destinado a envolver o bombeiro ou a vtima dando sustentao ao corpo com segurana e equilbrio, fornecendo um ponto de fixao. (Fig. 3.37)

Fig. 3.37CENTRO DE FORMAO E APERFEIOAMENTO DE PRAAS

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Mola de Segurana (Mosqueto) Equipamento usado como sistema de segurana com engate rpido, serve como freio de descida, e como componente de sistemas de fora. (Fig. 3.37)

Fig. 3.37

Oito Pea com o formato do algarismo oito, usado como freio para a descida de pessoas e cargas. (Fig. 3.38)

Fig. 3.38

Fita Tubular So fabricadas normalmente de polipropileno, perlon ou nylon-seda, com 3 cm de largura e 3 mm de espessura, usado como ponto de ancoragem e para a confeco de cintos-cadeiras ou amarraoes em vitimas e macas. (Fig. 3.39)

Fig. 3.39

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3.2.3 Tcnica Bsica de DescidaNum primeiro momento, o militar deve fazer a amarrao de ancoragem, se equipar com o cinto cadeira ou baudrier e colocar a mola de segurana no olhal da frente do cinto. Em seguida deve-se colocar o aparelho oito na corda e prend-lo na mola de segurana. Depois de uma rigorosa conferncia de equipamento, o militar deve colocar-se para fora da sacada e iniciar a descida, segurando a corda firmemente na altura da coxa, com a palma da mo voltada para baixo. O militar tem que esticar as pernas para se afastar do apoio e liberar a corda, sem no entanto permitir que sua mo se desloque da coxa. A velocidade com que a corda liberada determina a velocidade da descida. (Fig. 3.40)

Fig. 3.40

3.2.4 Entradas Foradas e ArrombamentoGeneralidades Os conhecimentos descritos neste item destinam-se a capacitar o bombeiro a retirar obstculos que estejam obstruindo a passagem do bombeiro. A entrada forada o ato pelo qual o militar adentra em um recinto fechado valendo-se de meios no convencionais, sempre buscando o menor dano possvel no patrimnio alheio, ou seja, deve-se evitar o arrombamento.

3.3 FechadurasSo muitas as formas alternativas de se abrir uma porta, por exemplo, se a fechadura for do tipo tambor, o bombeiro pode forc-lo a entrar com sucessivas batidas, o que permitir o acesso do militar lingeta por dentro da caixa da fechadura. Se o tambor for cilndrico, deve-se quebrar o seu parafuso de fixao girando-o com o auxilio de uma chave de grifo ou alicate de presso. Com a fechadura embutida e a fechadura na maaneta, utiliza-se um p-de-cabra para tirar a fechadura da porta.

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3.3.2 Abertura de portas comunsPrimeiramente deve-se verificar o sentido de abertura da porta, que pode ser para dentro do ambiente ou para fora, quando para fora do ambiente comum as dobradias estarem mostra, ento deve-se retirar os pinos para que a porta ou janela se solte. Com a porta abrindo para dentro do ambiente, deve-se num primeiro momento identificar onde esto os trincos e fechaduras forando a porta de cima baixo, j que a porta oferecer resistncia nestes pontos. Depois o militar deve colocar a ponta da alavanca imediatamente acima ou abaixo do trinco e forando-o no sentido da porta dever abri-la, depois repete-se o procedimento com todos os outros trincos e fechaduras.

3.3.3 Abertura de portas de EnrolarSo portas feitas de metal muito comuns nos estabelecimentos comerciais, possuem dois tipos de travas, uma junto ao cho e outra nas laterais. A trava junto ao solo pode estar fixada por um cadeado, que facilmente cortado com o tesouro, ou pode estar presa por uma trava tipo cilindro que prende a porta argola, que estando mostra deve ser golpeada com o malho, agora se no estiver mostra, prefervel a utilizao da pina hidrulica do aparelho Lukas, que deve ser colocada entre a porta e o cho. J as travas laterais devem ser cortadas com o moto cortador em suas extremidades.

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3.3.4 Abertura de portas de VidroPodem ser encontradas portas de vidro comum e de vidro temperado, a de vidro comum vem circundada por uma moldura onde se encontram a fechadura e as dobradias, esta porta no pode sofrer impacto, toro o compresso, seno pode se u partir, portanto a nica alternativa do bombeiro para abrir esta porta sem quebrar o painel de vidro forando com a chave de grifo o tambor da fechadura ou retirar os pinos da dobradia. Caso o vidro seja temperado deve-se buscar outros mtodos de entrada, evitando a quebra do vidro por que esta porta tm um custo bem superior ao da de vidro comum, alm de que a porta de vidro temperado bem mais resistente. Caso tenha que quebrar o vidro deve-se golpear a porta na proximidade das dobradias e fechadura.

3.3.5 Abertura de Janelas com painis de vidroNum primeiro momento deve o bombeiro buscar a abertura da janela sem quebrar o vidro forando a moldura no sentido de sua abertura, no sendo possvel a abertura, deve-se quebrar um dos painis de vidro e proceder a liberao dos trincos ou trancas. No caso de janela duplas de deslocamento horizontal, o bombeiro deve buscar a trava que fica entre as folhas, em todos os casos se no encontrar outra alternativa o bombeiro deve quebrar apenas uma das partes de vidro e abrir o fecho, se houver risco de ferir algum com este procedimento, o bombeiro deve colar fitas adesivas no vidroCENTRO DE FORMAO E APERFEIOAMENTO DE PRAAS

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antes de quebra-lo.

3.3.6 Abertura de GradesAs grades podem ser cortadas com o moto cortador ou com as pinas hidrulicas do Lukas.

3.3.7 Abertura de ParedesA abertura de paredes feita com malho, talhadeira e alavanca. Deve-se ter cuidado em no atingir paredes estruturais, colunas e vigas, por que o arrombamento destas podem comprometer a estabilidade da edificao.

3.3.8 Abertura de TelhadosPara andar no telhado o bombeiro precisa ser auxiliado por uma escada, que servir na distribuio de seu peso pela estrutura fixa do telhado. Depois de se posicionar no local de entrada, ser efetuada a retirada das telhas.

3.3.9 Abertura de ForrosOs forros podem ser feitos de madeira, gesso, cermica, painis de metal etc. Na sua retirada o bombeiro deve pux-los para baixo com o auxilio do croque.

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3.3.10 Abertura de DivisriasMuito comuns em escritrio, so empregadas para compartimentar os ambientes, podem ser retiradas com o emprego de duas alavancas uma na parte de cima da placa e outra prxima ao cho.

3.4 Operaes com Produtos PerigososGeneralidades O presente capitulo, assim como os demais, no pretende esgotar todos os assuntos que surgem com o presente titulo, apenas busca dar os conhecimentos mnimos para que o bombeiro identifique um produto perigoso e tome as medidas cabveis para uma atuao segura e eficaz, at que a guarnio do Grupamento de Operaes com Produtos Perigosos comparea ao local.

3.4.1 IdentificaoO produto perigoso pode ser identificado pelo painel de segurana, pelo rotulo de risco e pelo diamante de homel.

3.4.1 Painel de SeguranaO painel de segurana encontrado nos veculos responsveis pelo transporte rodovirio dos produtos perigosos. Na parte inferior do painel encontra-se o numero ONU, que uma numerao estabelecida pela ONU, e na parte superior o numero de risco, que constitudo por trs algarismos, o primeiro determina o risco principal e o segundo e/ou terceiro os riscos secundrios.

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3.4.3 Nmero de RiscoNmero 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Significado do 1 Algarismo Gs Lquido Inflamvel Slido Inflamvel Substncias Oxidantes ou Perxidos Orgnicos Substncia Txica Substncia Radioativa Substncia Corrosiva Significado do 2 e/ou 3 Algarismo Ausncia de Risco Explosivo Emana Gs Inflamvel Fundido Oxidante Txico Radioativo Corrosivo Perigo de reao violenta resultante da decomposio espontnea ou de polimerizacao

- A letra X no incio do nmero significa que proibido o uso de gua no produto. - A repetio do mesmo nmero significa uma intensificao do risco, por exemplo : 60 produto txico, 66 produto muito txico.

O primeiro nmero X423 indica produto slido que libera vapores e gases inflamveis. A letra X que precede o nmero indica que o produto no pode ser molhado com gua! O nmero 2257 o nmero correspondente ao Potssio.

3.4.4 Rtulos de RiscoOs rtulos de risco representam o risco na forma de smbolos, que facilitam a identificao do risco do produto. Obedecendo o seguinte cdigo de cores : Vermelho Verde Laranja Amarelo Azul Branco Preto/Branco Inflamvel/Combustvel Gs no inflamvel Explosivo Oxidante Perigoso quando molhado Veneno/Txico Corrosivo

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Amarela/Branco Vermelho/Branco Vermelho/Branco Listrado

Radioativo Combusto espontnea Slido Inflamavel

No ngulo inferior do rtulo de risco vem previsto a que classe pertence o produto, as classes so as seguintes :

Classe 1 - Explosivos Subclasse 1.1 - Substncias e artefatos com risco de exploso em massa. Subclasse1.2 - Substncias e artigos com risco de projeo. Subclasse 1.3 - Substncias e artefatos com risco predominante de fogo. Subclasse 1.4 - Substncias e artefatos que no apresentam risco significativo. Subclasse 1.4S - Substncias pouco sensveis. Subclasse 1.5 - Substncias muito insensveis com risco de exploso em massa. Subclasse 1.6 Substncias extremamente insensveis sem risco de exploso em massa.

Classe 2 Gases Subclasse 2.1 Gases inflamveis Subclasse 2.2 Gases no inflamveis, no txicos. Subclasse 2.3 Gases txicos.

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Classe 3 - Lquidos Inflamveis

Classe 4 Slidos Inflamveis Subclasse 4.1 - Slidos inflamveis Subclasse 4.2 Substncias sujeitas a combusto espontnea. Subclasse 4.3 Substncias que em contato com a gua emitem gases inflamveis.

Classe 5 Substncias Oxidantes e perxidos. Subclasse 5.1 Substancias Oxidantes. Subclasse 5.2 Perxidos Orgnicos.

Classe 6 Txicos e Infectantes. Subclasse 6.1 Substancias Txicas. Subclasse 6.2 Substancias Infectantes.

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Classe 7 - Materiais Radioativos.

Classe 8 Corrosivos.

Classe 9 - Substncias Perigosas Diversas .

3.4.5 Diamante de HomelO diamante de HOMEL no informa qual a substncia qumica, mas alerta sobre todos os riscos envolvendo o produto qumico que est armazenado, este sistema foi elaborado para instalaes fixas e no obrigatria a sua utilizao no Brasil, contudo tem se observado com certa freqncia o seu emprego em algumas empresas.

Em cada um dos quadrados so arbitrados nmeros de 0 a 4, que representam uma escala de risco da seguinte forma : VERMELHO INFLAMABILIDADE, onde os riscos so os seguintes: 4 Gases inflamveis, lquidos muito volteis, materiais pirotcnicosCENTRO DE FORMAO E APERFEIOAMENTO DE PRAAS

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3 Produtos que entram em ignio a temperatura ambiente 2 Produtos que entram em ignio quando aquecidos moderadamente 1 Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignio 0 Produtos que no queimam AZUL PERIGO PARA SADE, onde os riscos so os seguintes: 4 Produto Letal 3 Produto severamente perigoso 2 Produto moderadamente perigoso 1 Produto levemente perigoso 0 Produto no perigoso ou de risco mnimo AMARELO REATIVIDADE, onde os riscos so os seguintes: 4 Capaz de detonao ou decomposio com exploso a temperatura ambiente 3 Capaz de detonao ou decomposio com exploso quando exposto a fonte de energia severa 2 Reao qumica violenta possvel quando exposto a temperaturas e/ou presses elevadas 1 Normalmente estvel, porm pode se tornar instvel quando aquecido 0 Normalmente estvel BRANCO RISCOS ESPECIAIS, onde os riscos so os seguintes: OXY Oxidante forte ACID cido forte ALK Alcalino forte Evite o uso de gua Radioativo

3.4.6 Rotas de exposioSo quatro as rotas de exposio por onde as substncias podem entrar no corpo: inalao, absoro pela pele, ingesto e infeco. Inalao Ocorre quando a substancia entra em contato com o sistema respiratrio atravs da respirao, j que muitas substancias apresentam-se na forma de gases, vapores ou partculas. Absoro Ocorre atravs da pele, e depois da inalao a segunda rota de exposio mais importante. Ingesto Ocorre quando as substancias so ingeridas, uma rota de reduzida importncia. Infeco

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Ocorre atravs da penetrao direta da substncia no organismo atravs de feridas, cortes etc.

3.4.6 SalvatagemA salvatagem o um conjunto de aes destinadas a minimizar os danos causados pelo fogo, pela gua e pela fumaa durante e aps a atuao do Corpo de Bombeiros, para alcanar este objetivo os bombeiros devem executar diversas aes, como a cobertura de objetos (eletrodomsticos, mveis etc), escoamento de gua, secagem, transporte de objetos, etc. Para tanto, medidas como jogar gua em fumaa ou em objetos quentes (sem fogo) devem ser evitadas, pois causam mais danos que o incndio, um gasto desnecessrio de gua e a perda sensvel de tempo. O bom servio de salvatagem uma boa forma de se elevar o respeito e a estima que a sociedade tem pelo Corpo de Bombeiros, por que este servio estar minimizando os danos causados pela ocorrncia do incndio. Os mveis e materiais, portanto, devem ser cobertos e protegidos da ao nociva da gua, para facilitar a cobertura dos mveis, eles devem ser agrupados no centro da sala, e os tapetes devem ser enrolados e colocados sobre os mveis, juntamente com os objetos pequenos. O mesmo cuidado deve ser tomado com relao gua resultante do combate ao incndio, que deve ser escoada para local prprio (esgoto ou reservatrio), para impedir o seu acmulo, prejudicial edificao e ao servio. Se houver necessidade, deve-se usar uma bomba pottil, contudo normalmente a simples desobstruo das portas e escadas j permite o escoamento da gua.

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