BRIZ_Atenuação e Atenuadores. Estratégias e Táticas.

download BRIZ_Atenuação e Atenuadores. Estratégias e Táticas.

of 34

Transcript of BRIZ_Atenuação e Atenuadores. Estratégias e Táticas.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    1/34

    A ATENUAO E OS ATENUADORES: ESTRATGIASE TTICAS/ THE ATTENUATION AND THE

    ATTENUATORS: STRATEGIES AND TACTICS

    Antonio Briz*

    Verso para o portugus:Luiz Antnio da Silva**,Adriana Marcelle de Andrade***

    Ramiro Carlos Humberto Caggiano Blanco****

    Resumo: Este trabalho se inscreve em um projeto de pesquisa(ES.POR.ATENUAO) que busca analisar e explicar a

    atividade atenuadora em diferentes variedades regionais doespanhol e do portugus, com o fim de realizar, poste-riormente, diferentes estudos contrastivos intralingusticos einterlingusticos. Neste artigo, pretendemos explicar algunsdos princpios tericos e metodolgicos nos quais se sustentaa anlise qualitativa e quantitativa. E, principalmente, iremosreferir-nos ao conceito de atenuao (Briz 1995, 2002, 2003,2005, 2007a, 2012).

    Palavras-chave: atenuao; cortesia; modalizao; im-pessoalizao; interculturalidade

    * Catedrtico de Lngua Espanhola da Universidad de Valencia, Espanha; email:[email protected]

    ** Professor da Universidade de So Paulo; [email protected]***

    Doutoranda na Universidade de So Paulo.****Mestrando na Universidade de So Paulo.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    2/34

    282

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    Abstract: This work is inscribed in a research project(ES.POR.ATENUAO) that seeks to analyze and explainthe attenuator activity in different regional varieties of

    Spanish and Portuguese, in order to perform, subsequently,different contrastive intralinguistic and interlinguisticstudies. In this article, we explain some of the theoreticaland methodological principles on which are based thequalitative and quantitative analysis. And especially, wewill refer to the concept of attenuation (Briz 1995, 2002,2003, 2005, 2007a, 2012).

    Keywords: Attenuation; Courtesy; Modality; Impersonal;

    Interculturalism.

    Introduo

    Este artigo1inscreve-se no projeto de pesquisaES.POR.ATENUAO,do qual fazem parte vrios grupos ou pesquisadores das seguintes regies:Espanha (Valncia, Granada, Las Palmas, Valladolid); Mxico (Monterrey);

    Argentina (Buenos Aires, Tucumn); Chile (Santiago); Uruguai (Montevidu);Costa Rica (San Jos); Porto Rico (San Juan); Cuba (Havana); Colmbia(Barranquilla, Medelln); Brasil (So Paulo, Recife); Portugal (Porto, Coimbra,Lisboa, Braga); Venezuela (Mrida).

    Para um projeto como o mencionado, que cobre vrias zonas, duas lnguase do qual participam muitos pesquisadores diferentes, necessrio partir deuma definio comum de atenuao e conciliar, a partir desta, os diferentesmodos e enfoques empregados por tais pesquisadores, at o momento, em seus

    estudos particulares. Alm de propor a citada definio, exporemos o princpioexplicativo de situao e de eficcia conversacional que lhe d suporte, a partirdo qual, como veremos, possvel reconhecer quando h ou no atenuao, ouse uma expresso ou no atenuadora.

    1 La atenuacin y los atenuadores: estratgias y tcticas (ES.POR.ATENUACIN) ottulo original do artigo, escrito, inicialmente, para ser apresentado no CongressoCortesia, realizado em Lisboa nos dias 6 e 7 de setembro de 2012. Este texto contm

    as bases de um amplo projeto que tem por finalidade estudar o tema da atenuaonombito do espanhol e do portugus.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    3/34

    283

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    Nos ltimos tempos, a atenuao (hedging, hedges, mitigao) vemrecebendo significativa ateno a partir da Pragmtica Interacional 2 ou,especificamente, das pesquisas aplicadas a certos mbitos ou gneros discursivos,

    especialmente, os de tipo acadmico e cientfico3

    . Os trabalhos e refernciasdedicados ao tema por parte dos analistas da cortesia so cada vez maisnumerosos, embora, neste caso, parece que a atenuao e a cortesia soconsideradas um mesmo conceito4. Para os pesquisadores que tratam deste ltimotema, a atenuao considerada um modo de expresso da cortesia, e,especialmente, uma estratgia de mitigao e reparao dos atos ameaadoresda imagem alheia e da prpria; em outras palavras, a atenuao entendidaassim como o lado lingustico da manifestao da cortesia. Nesse sentido, se seratenuado fosse ser corts, no ser corts significaria descortesia, o que ,

    evidentemente, falso.Contudo, o conceito de atenuao na linguagem acadmica, efetivamente,

    parte da ideia de proteger a imagem do pesquisador, escritor ou falante, de modoque a funo corts aparece, caso aparea, somente como algo acrescido (quandose discute a opinio de outro pesquisador, por exemplo). Em outras palavras,

    para estes, a atenuao apenas parece ser considerada uma atividade do falantee, para aqueles, somente uma expresso de cortesia, isto , uma questo deouvinte e falante.

    Sem dvida, a cortesia constitui um princpio explicativo da atenuao,mas no o nico. A atenuao lingustica relaciona-se sempre com a eficciae com a atividade argumentativa (cf. ESTELLS, 2010), provavelmente com aimagem em geral, mas nem sempre com a cortesia. Quando se apresenta um

    2 Ver, entre outros, Briz (1998), Kerbrat-Orecchioni (2005).3 Podem ser consultados, efetivamente, para o seu estudo no discurso cientfico, entre

    outros: Myers (1989), Hyland (1996), Markkanen e Schrder (eds.) (1997), Mendilucee Hernndez (2003), Morales, Cassany e Gonzlez (2007); sobre a necessidade demanifestar a atenuao para ganhar em eficcia e efetividade: Fortanet, Palmer ePostiguillo (2001). Ver tambm para o estudo da atenuao em artigos de pesquisa,Ferrari (2010) e Morales (2010).

    4 Lakoff (1973); Brown e Levinson (1978[1987]); Leech (1983); Fraser (1980 e 1990);Haverkate (1994 e 2004); Briz (1995), (1998) e (2005); Bravo (2001), (2002) e Bravo(ed.) (2005); Hernndez Flores (2002) e (2004); Fant e Granato (2002), Spencer-Oatey (2003); Kerbrat-Orecchioni (2004); Albelda (2004); lvarez (2005), lvarez eJoven Best (2005); Bernal (2005); Rodrguez Alfano (ed.) (2009), entre outros. Nombito hispnico, N. Hernndez Flores (2004, p. 100), indica que a cortesia aparece

    com muita frequncia como atenuadora em situaes de risco para a imagem, ou seja,uma espcie de remdio de conflitos na comunicao.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    4/34

    284

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    resumo de um trabalho para que seja aceito em um congresso e se atenua ottulo (Uma aproximao a,Esboo, Reflexes para o estudo) e os objetivos(pretendemos abordar na medida do possvel)estamos atenuando, com o fim,

    por exemplo, de que aceitem a nossa participao no evento, mas, nesse caso,no somos corteses ou o somos devido a alguma particularidade. Somos corteses,entretanto, quando minimizamos as possveis discrepncias com outras propostas(no concordamos exatamente com).

    Certamente, alguns estudos da cortesia parecem asseverar que a atividadecorts no pode estar direcionada a si mesmo (HERNNDEZ FLORES, 2004,

    p. 98, n. 3), mas no em outros casos em que, inclusive, fala-se de autocortesia,esquecendo-se de que a cortesia sempre um fenmeno de dois.

    1 Conceito de atenuao

    A atenuao5 uma atividade argumentativa (retrica) e estratgica deminimizao da fora ilocutria e do papel dos participantes na enunciao,

    para conseguir chegar-se com sucesso meta prevista e que utilizada emcontextos situacionais, com menor carter imediato ou que requerem ou se deseja

    que apresentem menos imediatez comunicativa. Assim, em alguns casos, haveratenuao de falante e, portanto, a estratgia ser de autoproteo:

    Exemplo 1

    Me eligieron a m REINA de las fiestas de mi pueblo// yo era muy guapita

    Mam mam/ me he hecho un rotitoen el pantaln

    Juan no vendr/ bueno/yo no es que lo sepa seguro.

    Em outros, haver atenuao de falante e ouvinte e, portanto, frequente-mente cortesia:

    5 Sobre o conceito e definio de atenuao, com uma perspectiva mais lingustica, verFraser (1980 e 1990), Meyer-Hermann (1988), Haverkate (1994), Briz (1995, 1998,2005 e 2007), Ducrot (1995), Ruiz Gurillo e Pons (1995), Ferrer e Snchez Lanza(1998), Caffi (1999 e 2007), Sbis (2001), Kerbrat-Orecchioni (2004); lvarez (2005),

    Douglas de Sirgo (2007), Cestero (2010), Albelda e Cestero (2011), Samper Hernndez(2011).

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    5/34

    285

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    Exemplo 2

    Es que eres un poquitobestia

    Deberas ir al mdico

    Siento darte la paliza a estas horas /pero es quenecesito que me traigas losapuntes de lengua del martes

    Entendemos que so estas as palavras-chave ou suas chaves conceituais:categoria pragmtica, estratgia, atividade retrica, atividade social, cortesia,minorao, distanciamento lingustico (e aproximao social), debilitaoargumentativa, tticas de relativizao e impessoalizao, contextos com menorcarter imediato(existentes ou construdos no decorrer do contato social).

    A atenuao uma categoria pragmtica, um mecanismo estratgico ettico (portanto, intencional), que se relaciona efetividade e eficcia dodiscurso, ao alcance dos objetivos na interao, alm de se tratar de uma funos determinvel a partir do contexto.

    uma estratgia, uma vez que se atenua, argumentativamente falando,para conseguir o acordo ou a aceitao do outro (inclusive, quando seja esta apenasuma aceitao social). Logo, um mecanismo retricopara convencer, conseguir

    um benefcio, persuadir e, ao mesmo tempo, para cuidar das relaes interpessoaise sociais ou evitar que estas sofram algum tipo de menoscabo. Mais concretamente,a mencionada estratgia consiste linguisticamente em diminuir, minimizar, mitigar,debilitara ao e a inteno ou o efeito que estas possam ter ou ter tido na interao,debilitao argumentativa, portanto, e em tal estratgia esto envolvidos os falantes,os ouvintes e, inclusive, terceiros (presentes ou ausentes).

    Exemplo 3

    H:oye papi/ es que querair al cine esta tarde porquehay una peli que el profesor deliteratura nos ha dicho que vamos a comentar en clase/ pero no tengo un clavo // damealgode pasta / te juro que el sbado ya no

    Em (3), a ao e a inteno so uma petio, e a meta conseguir ter seupedido atendido, ou, metaforicamente falando, o filho quer dar o bote em seupai, objetivo que aquele tenta conseguir mediante a estratgia atenuadora e todauma srie de tticas de minimizao: expresses carinhosas, movimentos de

    justificao, quantificadores, estruturas suspensas, distanciamento do objetivo(ir ao cinema no minha vontade, mas sim a do professor, etc.)

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    6/34

    286

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    Conforme tnhamos dito, a atenuao afeta as relaes interpessoais e,assim, alm da atividade lingustica, participa de uma atividade social.Efetivamente, a atenuao um mecanismo estratgico de distanciamento

    lingustico da mensagem e, por sua vez, deaproximao social: linguisticamente,atenuao significa distncia; socialmente, atenuao significa aproximao. Olocutor mitiga ou debilita a fora ilocutria, de tal maneira que consegue, assim,distanciar-se de sua mensagem para se aproximar (social e afetivamente) ouno se afastar extremamente do interlocutor ou de terceiros. Certamente, umindivduo atenuadamente corts para aproximar-se ou no se afastarextremamente do outro e assim conseguir o objetivo, chegar com sucesso meta, uma meta local (obter algo em um momento dado) ou global (conseguir o

    acordo ou minimizar o desacordo).Em particular, com tal abrandamento, conseguem-se diversos graus de

    distanciamento da mensagem, ora mediante a relativizao, ora atravs daimpessoalizao, que so, de forma abstrata, as tticasempregadas para atenuar.Estas ltimas so realizadas mediante diferentes recursos verbais e no verbais,como notaremos a seguir e como j vimos em (3).

    2 Funes ou estratgias gerais de atenuao

    De acordo com as anlises realizadas, a partir de conversaes coloquiaise entrevistas semiformais (BRIZ, 2007 e BRIZ, 2012), trs so as funesatenuadoras: autoproteo, preveno e reparao.

    2.1 Autoproteo

    Trata-se de uma estratgia para velar por si mesmo, isto , parasalvaguardar o eu (locutor), isto , buscar no responsabilizar-se ou minoraras responsabilidades ou, ainda, ser politicamente correto no momento de falarde certos temas, de certas pessoas ou de certas instituies, etc. Vincula-se ao

    papel do eu e, portanto, a unidades monologais, que afetam o que dito e ainteno do prprio falante: atenuao de falante. , assim, um mecanismoautocntrico (FANT; GRANATO, 2002) ou uma atividade de imagem de falante,

    segundo N. Hernndez Flores (2004).

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    7/34

    287

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    Serve, efetivamente, para autoproteger-se do que dito ou no dito, feitoou no feito, como em (4):

    Exemplo 4

    (Situao: na rua, um jornalista se dirige ao entrevistado e lhe pergunta sobre as touradas.Na Espanha antiga a polmica que enfrentam os favorveis e os contrrios s touradas,reforada pela proibio recente desta prtica na Catalunha)

    J: qu opinin tiene sobre la prohibicin de los toros?

    E:yo- bueno hay gente a quienle gusta ya quien no/ entonces lo de prohibirpuedeque seauna medida quizsexcesiva

    A mudana de planos com o movimento de reformulao argumentativa,

    que despersonaliza (no sou eu, mas sim os outros que vo opinar), o uso deperfrases e do advrbio de dvida (possibilidade) so as tticas empregadas nesteexemplo para no comprometer-se, ficar em cima do muro ou precaver-se6.

    2.2 Preveno

    Trata-se de uma estratgia para prevenir possveis danos imagem ou,

    ainda, problemas causados pela intromisso ou invaso do territrio ou espaodo outro. um modo de evitar tenses e conflitos (portanto, salvaguardar olocutor (eu) e o interlocutor (tu)). Nesta estratgia, o atenuador adquire,frequentemente, um valor corts. Note-se o trabalho preventivo em (5) e (6):

    Exemplo 5

    S: No es que yo lo sepa seguro/ pero pareceque Tina se casa porque se ha quedadoembarazada/ no s/ buenoeso es lo que dicenpor ah

    Exemplo 6Te veogordita. Estis un poquitodistrados. Podrasdejarme los apuntes. Deberasir al mdico

    Em outras palavras, trata-se de utilizar-se de meios para que no surjaum problema com o interlocutor e assim conseguir-se a meta prevista.

    6 Nota dos tradutores: No original, curarse en salud, um provrbio popular que se

    refere no s a precaver-se, mas tambm evitar um ato ou situao que possa serincmodo ou prejudicial.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    8/34

    288

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    2.3 Reparao

    Trata-se de reparar7uma ameaa imagem do outro ou uma intromissono territrio do interlocutor. Neste caso, salvaguarda tanto o locutor (eu) quantoo interlocutor (tu), assim como no caso anterior, explicvel, frequentemente,

    por cortesia.

    Se foi produzido j um dano ou um problema nas relaes interpessoais,o mesmo falante que o produziu ou o interlocutor reparam esse dano por meioda atenuao. Assim, em (7), a intromisso de C (C1) no territrio de A e oaborrecimento manifestado por ele em sua segunda interveno (A2)desencadeiam as intervenes agora atenuadas (C2 e C3):

    Exemplo 7

    (Situao:Amigos, homens, menores de 25, nvel sociocultural: A, alto; B, C e D, mdio;interao no campo, enquanto comem. O interlocutor A comprou um computadorApple]

    A1: un Maquintos

    C1: y por qu no te has comprao un- un Pec!?

    A2: coo! cllate ya! hombre/ porque es el nico que conozco

    C2: pero ese no es el mejor

    (())C3: vamos! [yo es que todo el mundo=]

    A3: [no/ pero da lo mismo]

    C: = que conozco se compra Pec/ no est tan caro

    [BRIZ e grupo Val.Es.Co., 2002: H.38.A.1, p. 70-71, linhas 803-807 e 814-816]

    3 As tticas ou recursos lingusticos (verbais e no verbais) deatenuao

    H duas grandes tticas atenuadoras que englobam mltiplos recursosverbais e no verbais: despessoalizao (ocultao)e relativizao8.

    7 Ver a distino em Bernal (2005) entre cortesia estratgica atenuadora e cortesia

    estratgica reparadora, que parece vincular a atenuao apenas preveno.8 Cp. C. Fuentes (2009), quando se refere expresso da reserva enunciativa.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    9/34

    289

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    3.1 Despessoalizao (ocultao)

    O distanciamento atenuador conseguido graas despessoalizao dosparticipantes da enunciao, do eu, do tu ou de terceiras pessoas afetadas

    na interao, evitando, assim, a responsabilidade sobre o que dito ou feito:te/me oculto ou protejo, te/me disfaro ou acoberto. So recursos lingusticosde despessoalizao:

    a) Formas Impessoais Gramaticais: se, uno, nosotros como plural demodstia, ou timpessoal.

    Exemplo 8

    Es que nunca sabes qu hacer! que haces esto/malo! que hace aquello/ tambin mal

    b) Expresses de generalizao: todo el mundo, segn dicen

    c) Construes que escondem o agente da ao: nominalizaes (El

    anlisis de los datos no lugar de Analic los datos), passivas sem agente

    explcito ou passiva sinttica (embora, provavelmente, no espanhol da Espanha

    ocorra mais a ativa).

    d) Construes nominais com adjetivo relacional, que se distanciameufemisticamente de algum termo que se deseje evitar: imigrantes irregulares

    (em lugar de imigrantes ilegais), assistente sexual (prostituta),presso fiscal

    (em vez de aumento de imposto), etc.

    3.2 Relativizao ou indeterminao do que se expressa

    Neste caso, debilita-se ou minora-se a fora argumentativa com relao verdade ou certeza do enunciado, ao grau de conhecimento ou ao

    compromisso do falante. Seguramente tudo disfarado. Expresso de dvida,

    de possibilidade, de incerteza so tticas que subtraem responsabilidade, que

    previnem ou que reparam, so escudos autoprotetores quando no tambm

    protetores do outro. So recursos relativizadores:

    a) Certosverbos performativos que expressam valores modais epistmicos

    e, inclusive, de evidncia (no saber -no s-, parecer, pensar, creer -yo creo o

    creo yo).

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    10/34

    290

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    Exemplo 9

    Yo pienso que tampoco me he portado tanmal Yo creoque no vamos bien porque t no quieres

    El da ventiunoome imagino que vendris animar y hacer fotografas

    b) Modificaes de verbos performativos nas formas temporais oumodais: uso do futuro do pretrito, do imperfeito de indicativo ou do subjuntivo:querra, quisiera, queraen lugar de quiero):

    Exemplo 10a

    Quisiera-querraque vinieraisa mis bodas de plata

    Exemplo 10bQuiero que vengis a mis bodas de plata

    Exemplo 10c

    Venida mi boda

    Exemplo 11a

    Te recomendara que no fueras

    Exemplo 11b

    No vayas

    c) Marcadores discursivos: modalizadores, como en mi opinin, alparecer, en principio, quizs, a lo mejor, seguramente e controladores decontacto: oye, mira, hombre, mujer(e outras formas apelativas, como chamar

    pelo nome do interlocutor quando, por exemplo, algo lhe solicitado ou quando

    ocorre uma certa desconformidade), eh?, no?9

    Exemplo 12

    A decir verdad /no me haba dado cuentaEn mi opinin/ deberas ir

    9 Para o estudo da atenuao e os marcadores discursivos, ver Fraser (1999), Pons(2003), Briz (2006), Briz (2011), Briz e Estells (2010), Montolo (2006) e Fant(2007). Pode-se consultar on line (www.dpde.es) o Diccionario de Partculas

    Discursivas del Espaol, coordenado por Briz, Pons e Portols (2008), um projetoem curso financiado atualmente pela Fundao Comillas.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    11/34

    291

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    Yo creo que- no sque tienes actos muy- muy liberalesA lo mejor /tienes raznOyeven

    d)Estruturas causais explicativas ou justificativas, temporais, condi-cionais, concessivas (caso muito frequente na conversao dos movimentosconcessivo-opositivos, bueno, pero com um preldio concessivo que d arazo para retir-la depois10).

    Exemplo 13

    S que no tienes tiempo /pero me gustara decirte una cosaSiento darte la paliza a estas horas /pero es que necesito que me traigas losapuntes de lengua del martesNo quiero molestar /pero lo que tengo que decir es importanteBueno /tienes razn/pero a m no me parece tan mal

    e) Alguns movimentos de reformulao (iniciados com frequncia commarcadores discursivos, que em tais contextos adquirem valor atenuador):

    Exemplo 14

    Ests gordao sea te sobra algn milito

    Te equivocas bueno no tienes del todo razn

    f) Construes indiretas, includas as construes suspensas ou truncadasque esquivam ou elidem a concluso:

    Exemplo 15

    T tendrs/ tabaco rubio/ por ah por casualidad?

    De haberlo sabido

    Yo estudiar estudio / luego que apruebe o no

    g) Recursos intraproposicionais, como:

    - uso do diminutivo:

    Exemplo 16

    Estis distradillos

    10 Ver a anlise detalhada de D. Holmlander (2011, p. 167-248) sobre o movimento

    concessivo-opositivo do tipo tienes razn, pero, assim como o trabalho sobre a partculadiscursiva no(no/tienes razn) de Briz (2006).

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    12/34

    292

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    - quantificadores e partculas difusoras ou que se aproximam do signifi-cado: ms o menos, aproximadamente, como, en algunos casos, poco:

    Exemplo 17

    Est comomuy lejos

    Es ms o menospor ah

    - formas diticas: ah (la calle esa est porah), all, as, algo as, yeso, cujo significado vago, dada a sua extenso significativa, evita, s vezes,responsabilidades pelo que se expressa11.

    - eufemismos, fenmenos de litote:

    Exemplo 18

    No est bienlo que hacis(no lugar de Est mal).

    4 O princpio situacional

    Por variao pragmticaentendemos as mudanas que, em virtude dasituao, podem sofrer, na interao, os registrosou estilos de comunicao,

    assim como os modos de realizao destes, que so osgneros discursivos, e,assim, toda a atividade estratgica(BRIZ, 2012, p. 90 e ss.). E entendemos por

    situao, segundo a proposta Val.Es.Co. (BRIZ, coord., 1995, p. 25 e ss; BRIZe grupo Val.Es.Co., 2002; BRIZ, 2010 e 2012), um feixe de traos vinculados:

    a) quantomaior ou menor relao de igualdadesocial ou funcional entreos interlocutores que participam da interao (estratos sociais e papis);

    b) quantomaior ou menor relao vivencial de proximidade (saberes

    compartilhados, aproximao interpessoal) entre os interlocutores;c) marco ou espao interacional, quanto mais ou menos cotidiano;

    d) quanto maior ou menor cotidianidade temtica do eventocomunicativo;

    e) efinalidade da interao, quanto mais ou menos interpessoal.

    11 L. Fant (2007) fala de modificao do acerto formulativo por aproximao ou por

    generalizao. Concretamente, lvarez (2005) refere-se tambm ao uso atenuado dealguns destes elementos diticos na fala venezuelana.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    13/34

    293

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    Por sua vez, com maior ou menor presena destes traos, associam-se,respectivamente a:

    f) um grau maior ou menor de planejamento em andamento;

    g) um tom mais ou menos informal.

    Em outras palavras, segundo a proposta Val.Es.Co., cabe distinguir entresituaes de maior ou menor coloquialidade e situaes de maior ou menorformalidade(ver entre a constelao comunicativa +/-coloquial e a +/-formal,no que se refere nossa proposta, LPEZ SERENA, 2007, ou, nas palavras deOESTERREICHER, 1996; e KOCH e OESTERREICHER, 1990,situaes de

    mais ou menos imediatez comunicativa). Assim, h consequncias sobre todo omapa diafsico: nos gneros discursivos, mais ou menos orais ou mais ou menosescritos, no sentido conceitual destes12. E, certamente, tudo isso afeta a atividadeestratgica: a funo e a forma pragmticas dependem da variao diafsica ousituacional. Isto , os traos situacionais e os registros e gneros que estesfavorecem entram em correlao com uma srie de fatos lingusticos, tambmno caso da atenuao: quanto maior a coloquialidade, em princpio, menor aatividade atenuadora. Certamente, em situaes de maior imediatez

    comunicativa, distendem-se as relaes interpessoais e, com isso, as atividadesque zelam pela prpria imagem e pela imagem do outro.

    E, do mesmo modo, uma situao de menor imediatezou, o que omesmo, de mais formalidade supe, em princpio, uma menor tenso (no slingustica, mas tambm pragmtica e social), isto , +controle maior do que

    produzido e, em consequncia, uma maior frequncia das estratgias e tticasde atenuao, (um maior tratamento de distncia) (ver algumas anlises empricasque demonstram as correlaes anteriores em ALBELDA, 2004, BRIZ, 2007,

    ALBELDA, 2010).

    Poucos entenderiam na Espanha um ato de petio comopor favor, si note molesta, podras pasarme el pan,durante um jantar de amigos ntimos; tantaatenuao poderia conduzir a um fracasso conversacional que provocaria, nomnimo, risos. A razo obvia: em um contexto de mxima coloquialidade, demxima aproximao social, inadequado o excesso de atenuao corts. Sseria explicvel, estrategicamente, se o que se procura criar realmente

    12 Ver as referncias anteriores aos trabalhos de Koch e Oesterreicher.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    14/34

    294

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    +distncia, por exemplo, aps um problema na interao. De outro modo,geralmente, aproxima-se socialmente do outro quando h distncia com este ouquando os fins desejados so igualmente distantes.

    Tais escalas formam um continuumgradual e dinmico, no sentido deque os traos podem mudar inclusive na mesma interao. Uma relao de mais

    proximidade, pode, por momentos, diminuir gradualmente; uma conversaopode ser, em certo momento, menos dinmica, menos dialogal, etc., sendo assimmenos conversacional e, por momentos, inclusive, pode estar mais prxima deoutro gnero. E isso alterar, certamente, as estratgias e tticas lingusticasempregadas, tambm no caso que nos ocupa de atenuao.

    5 O reconhecimento da atividade atenuadora

    Mesmo que haja acordo quanto ao conceito de atenuao, nem sempreh coincidncias no reconhecimento do aspecto atenuador de um elemento, assimuma forma pode tanto ser atenuadora para um investigador como no ser paraoutro.

    Como fenmeno pragmtico, a atenuao tambm um fenmeno

    contextual, de modo que, para controlar o processo de reconhecimento, sernecessrio estabelecer de incio aquelas situaes que favorecem o seu emprego,seja o contexto geralou o que chamamos de contexto interativo concreto noqual se realiza a suposta atividade atenuadora, o que se consegue a partir dosdiferentes parmetros que sero expostos a seguir.

    5.1 Contextos comunicativos

    Seguindo com a correlao anterior, a atenuao aparece em maior grauquando o tom mais formal e, ao mesmo tempo, quando o discurso mais

    planejado. E, do mesmo modo, quando ofim (mais) transacional.

    Os gneros formais (por exemplo, acadmico-profissionais: conferncias,apresentaes em congressos, artigos de pesquisa) apresentam, estatisticamente,maior presena dessa estratgia atenuadora. Assim, a entrevista semidirigida (deacordo com as anlises de ALBELDA, 2004, 2010 e 2012) ou os gneros escritos

    acadmicos e, em geral, o discurso cientfico, usam atenuao, especialmente,como salvaguarda do eu.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    15/34

    295

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    E, certamente, tambm os tipos de textos se associam no s frequncia,como tambm ao uso de um ou de outro tipo de atenuao. Em textosargumentativos e polmicos, seriam colocadas em jogo todas as funes e,

    seguramente, a maioria das tticas, em contraste com os textos de carter narrativoou descritivo, nos quais sero menores as ocorrncias de atenuadores.

    Exemplo 19

    B: to// yo no te quiero agobiarperooo/ me gustaraque me dijeras lo que te pasa

    A: es queNO/ es/ soy YO y-y-y/ soy YO y-y / no quiero meterteB: pero yo quiero que me metasA: mira no lo s/ cre- es que no no no-es queya no estoy seguro de nadaB: pero de qu? de lo de salir conmigo?A: no lo sB: pero lo quieres dejar?A: NO QUIERO DEJARLO// PERO/ RECONCELO/ NOVAMOS BIENB: yo creoque no vamos bien porque t no quieresA: PERO// porque- porque yo no quiero/ bah// miraB: no s/ yo he hecho algo mal? ests- es por algo que yo

    A: NO/ si- yo s que el problema soy yo

    Entretanto, em geral, o grau de atenuao deveria ser mais acentuadotambm no discurso escrito do que no discurso oral. Em princpio, parece quese atenua mais quando se escreve, devido menor imediatez existente (nestecaso tambm espao-temporal), do que quando se fala (certamente, h maisimediatez e atualidade entre falante e ouvinte que entre escritor e leitor). Dequalquer maneira, parece (e uma impresso) que as palavras soam mais durasno discurso escrito do que no oral e, a partir disso, entende-se que se podeapresentar normalmente mais zelo no uso da estratgia atenuadora ao escrever

    do que ao falar, inclusive, com amigos e conhecidos. A comunicao eletrnicaentre jovens uma exceo, ainda que tal fato seja explicvel pelo fato de que omeio grfico, mas a concepo est no mbito da oralidade13

    Se o tpico anterior verdadeiro e parece que o , sob a luz de algumasanlises, ainda escassas , a consequncia ou generalizao que se obtm obvia: o

    13 Para o tratamento ampliado da distino de Oesterreicher (1996) entre meio econcepo no discurso escrito e no falado, ver Lpez Serena (2007).

    Nota dos Tradutores: para o estudo da lngua portuguesa, consultar o artigo Usos dalinguagem verbal, publicado por Hudinilson Urbano em: PRETI, Dino (Org.).Oralidade em diferentes discursos. So Paulo: Humanitas, 2006, p.19-55.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    16/34

    296

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    componente autocntrico ou alocntrico da atenuao, e a funcionalidade e as tticasem ambos os tipos dependem da variao diafsica ou situacional (dos registros edos formatos em que se manifestam, que so os gneros). Logo, dever ser dedicada

    especial ateno s correlaes situao-funo e forma da atenuao.Seguramente, variao situacional se acrescenta a variao sociolingus-

    tica: osexo, a idadee o nvel sociocultural, j que estes fatores podem incidirno uso e frequncia da atenuao e, ao mesmo tempo, na funo de tal atividadeatenuadora, como existem anlises que assim o demonstram (ALBELDA;CESTERO, 2011; GARCA, 1993 e 2002; BOLVAR, 2002; MADFES, 2004;HOLMLANDER, 2008 e 2011).

    E, para a anlise contrastiva, as diferentes sociedades e culturas so,

    igualmente, determinantes. Existem culturas que tendem aproximao em maiorou menor grau, como a espanhola peninsular; e outras que tendem aodistanciamento, em maior ou menor grau, como a inglesa, o que explicaria omaior uso de atenuao nestas do que naquelas, e o que nos permitiria entender asnotveis diferenas no emprego e frequncia desta estratgia na Espanha, escassa,e na Amrica Hispnica, abundante (BRIZ, 2007, 2010; FERRER; LANZA, 1998;PUGA, 1997). Efetivamente, a Espanha apresenta a cultura de mximaaproximao e solidariedade, de mxima imediatez (coloquialidade) social e

    discursiva e, assim, de menos atenuao (HAVERKATE, 2004; BRIZ, 2004, 2005,2007; ALBELDA, 2004, BERNAL, 2005). Mas este feito sociopragmtico outroobjetivo, outra conferncia (que, creio, j apresentei aqui) e outro projeto14.

    No obstante, esses conceitos, como tambm outros aqui tratados, noso estticos, mas esto, de acordo com a nossa proposta, em contnuomovimento: por exemplo, em uma conversao coloquial, prottipo do discursode aproximao social ou interpessoal, h momentos de distanciamento e, naconversao formal, prottipo do distanciamento, h momentos de aproximao.

    A variao, neste sentido, gradual, relativa e, como no podia ser deoutro modo, dinmica. Por isso, juntamente com o contexto geral que favorecea atenuao, necessrio considerar, para o seu reconhecimento preciso e fivel,o contexto interativo concretono qual se produz.

    Como temos demonstrado, os fatores situacionais so a nossa vara demedir pragmaticamente a atenuao, de reconhec-la, alm de serem fundamen-

    14

    Cp. Matsumoto (1989), Wierzbicka (1991 e 1992), Sifianou (1992), Bravo (1996 e1999), Kerbrat-Orecchioni (1994 e 2004, p. 50), Haverkate (2004) e Travis (2006).

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    17/34

    297

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    tais no momento de explicar as nossas anlises e de estabelecer correlaesentre: situao, feito lingustico e estratgia. Mas a novidade mais importanteconsiste no tratamento dinmico dos traos situacionais, como ser explicado

    em seguida.

    5.2 Contexto interativo concreto

    necessrio tentar obter uma identificao confivel de quando ummecanismo funciona como atenuador.

    Em (20), o interlocutor A produz uma afirmao, olhando para o cu que

    comea a ficar nublado:

    Exemplo 20

    A: puedeque llueva

    O verbo poderatua como atenuador? Se o verbo modal poder indicasimplesmente que existe essa possibilidade, supe-se, portanto, uma meramodificao semntica, portanto no se trata de um atenuador (observar adiferena unicamente na escala da certeza com Va a llover, Seguro que llueve).Se a possibilidade transforma-se em um modo de distanciar-se do que dito

    para minimizar a rejeio, que uma interpretao possvel, por exemplo, dentrode um contexto interativo de resposta a uma interveno anterior de oferecimentoou convite, como mostram (21) e (22), ento adquire um valor atenuador:

    Exemplo 21

    B1: te espero a las cinco en casa eh?

    A: puedeque llueva

    B2: acaso no quieres venir?

    Ante o oferecimento de B1, a interveno de A pode ser interpretadacomo justificao da possvel recusa, assim, uma ao atenuada (tambm, pelaeliso da concluso No ir). Do mesmo modo, a interveno reativa-iniciativade B2 (acaso no quieres venir?),ajuda-nos a interpretar a interveno A1 nomesmo sentido.

    Em um contexto compartilhado pelos interlocutores no sentido de quecerto Juan no uma pessoa querida nem apreciada pelo grupo de amigos que

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    18/34

    298

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    vai a um evento, o ato de (22) uma declarao com dvida fingida, que j no dvida, a no ser atenuao autoprotetora do eu-falante, que evita assim aresponsabilidade sobre o que dito:

    Exemplo 22

    [Juan no pessoa querida no grupo de amigos]

    Viene Juan a la fiesta/(bueno) creo

    A reformulao e a posio final de creonos ajudaro tambm na decisode considerar a forma creocomo atenuador, como um marcador discursivo.

    E o que dissemos da estratgia atenuadora serve tambm para as tticas.Um diminutivo pode servir como ttica de atenuao, mas, nem sempre, todosufixo qualificativo atenua. Assim, em (23):

    Exemplo 23

    Me he comprado um perrito

    Se o diminutivo afetar somente o significado da base lxica, isto , sereferir-se compra de um co pequeno, o sufixo qualificativo diminuisemanticamente, mas no atenua. O valor atenuador no pode estabelecer-se a

    partir do ato de fala em que se integra o sufixo, mas a partir de um contexto, porexemplo, como o seguinte: quem comprou o cachorro no tinha a aprovao da

    pessoa com quem divide a casa onde mora; em tal caso, o diminutivo adquireum valor pragmtico atenuador; concretamente, minimizador dos possveisefeitos negativos que possa produzir no outro a sua atuao (vale destacar, almdisso, que o cachorro pode ser um So Bernardo).

    5.3 Contexto interacional concretoAo falar de contexto interacional concretonos referimos ao momento ou

    aos momentos pontuais de fala em uma interao que afetam, favorecem ou chegama determinar os usos e estratgias lingusticos. Este conceito pode permitir-nosexplicar que uma situao geral de imediatez comunicativa possibilita, em ummomento dado, passar a ser menos imediata ou que, ao contrrio, uma situao deno imediatez pode ter momentos de maior imediatez. A noo de contextointeracional concretodinamiza, portanto, o conceito mais geral de situao de

    comunicao e explica a atividade lingustica em uma contextualizao seriada,contexto preciso a contexto preciso.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    19/34

    299

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    Com relao a nosso objetivo de estudo da atividade atenuadora, entendemospor contexto interacional concretoa combinao dos seguintes segmentos: o membrodo discurso afetado por atenuao, o membro do discurso causador ou desencadeador,

    a expresso atenuadora concreta e, nesse caso, o efeito que produz.Em toda atenuao, pois, intervm trs partes: osegmentodesencadeador,

    o que favorece ou provoca a atenuao; o elemento ou segmento atenuador, oque atenua, e o segmentoatenuado, o que se atenua. E como atividade estratgica

    pode ter importncia tambm o efeito que produz.

    O elemento causador ou desencadeador pode ser um ato (ou algo dentrodeste) ou a interveno de um mesmo falante (incios ou reaes), pode ser provocado

    por outra interveno (reao sempre, portanto) ou, ainda, pelo contexto

    compartilhado no explcito. Inclusive, o que favorece o uso da atenuao podeestar relacionado tanto com este contexto no explcito, por exemplo, comdeterminadas convenes culturais, como com a interao propriamente que estsendo produzida (assim, a minimizao de uma aprovao a si mesmo produto deambos os causadores ou desencadeadores, do fator sociocultural e da prpriainterao). Nos exemplos de 24 a 28, sero marcados pelo sublinhado.

    O elemento ou segmento atenuador, isto , o recurso de atenuao sermarcado nos exemplos 24 a 28 com negrito.

    O elemento ou segmento atenuado refere-se ao ou inteno queconvm atenuar. Em algumas ocasies, o segmento atenuado coincide com osegmento causador ou desencadeador. Nos exemplos 24 a 28, o elemento ousegmento atenuado ser marcado com itlico.

    Notemos o contexto interativo concreto da atividade atenuadora em algunsintercmbios. Em (24), uma afirmao (interveno reativa) do falante B, quese v excessivamente comprometido (segmento causador e atenuado), atenua-se mediante o movimento reformulador (segmento atenuador) na interveno

    deste mesmo falante:

    Exemplo 24

    A: vendrn Luis y Ana a la fiesta

    B: Con ellos te lo pasas- bueno te lo puedes pasar muy bien

    [Elem. causador e atenuado] [Elem. atenuador]

    Em (25), uma afirmao (interveno iniciativa), a modo de crtica, censura,

    com relao aos interlocutores pela sua escassa participao na conversao, mitiga-se atravs do regulador ftico-apelativo eh?:

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    20/34

    300

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    Exemplo 25

    A: hablis pocoeh?

    [Elem. causador e atenuado] [Elem. atenuador]

    C: para qu?

    E em (26), uma afirmao de A, com a qual B no est de acordo, leva atenuao do desacordo de B (a diferena com relao a 24 que, neste exemplo,a reformulao dialogal, ou seja, produzida na interveno de um falante, B,que corrige o que foi dito por outro falante, A):

    Exemplo 26

    A: con ellos te lo pasas [causador]

    B: bueno/ te lo puedes pasar muy bien

    [Elem. atenuador] [Elem. atenuado]

    E em (27) e em (28), o causador ou desencadeador o contexto compar-tilhado prvio:

    Exemplo 27

    (Juan no pessoa querida no grupo de amigos)

    [situao prvia causadora]Viene Juan a la fiesta/(bueno) creo

    [Elem. atenuado] [Elem. atenuador]

    Exemplo 28

    (No h acordo entre o casal sobre ter um cachorro em casa)

    [situao prvia causadora]

    He he comprado un perrito

    [Elem. atenuado] [Elem. atenuador]

    Reconhecidas as partes que constituem o padro interativo em cada caso,so marcados os limites no s funcionais, como tambm estruturais (formais)

    para o fenmeno da atenuao e, exatamente, fornece-se ao analista um critrio,em nossa opinio, mais slido para o seu reconhecimento.

    Igualmente, determinados o membro do discurso atenuado e a expresso

    atenuadora, pode-se dar conta da posio desta com respeito quele. O interessede observar a posio reside na possvel correlao entre posio e funo (como

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    21/34

    301

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    o caso do valor atenuador de alguns marcadores discursivos e sua posiodiscursiva, ver BRIZ; ESTELLS, 2010; e BRIZ, 2011).

    Contudo, falar da posio que ocupa um atenuador nos possibilitar a

    categorizao dos atenuadores em virtude de que se efetivamente constituem:

    - uma unidade discursiva dependente: Yo creo que te equivocas/nos: aqui a partcula discursiva no s um modificador modalizadorda ao principal.

    - ou independente (no caso de um ato de atenuao): Me voy/es quetengo prisa; Tu vecina se ha separadobueno eso dicen en el bar;Tienes tabaco?. Em tais exemplos,Es que tengo prisa ebueno eso

    dicen, Tienes tabaco?so aes: um ato de justificao, no primeiroexemplo; um ato de reformulao, no segundo, e uma petio indireta,no terceiro.

    - ou se so meras partes de outras (ou seja, seriam atenuadores quefazem parte do que dito, da estrutura proposicional, que no tmcontorno meldico prprio ou, o que o mesmo, aparecem integradosem tal proposio: Estis un poquitodistrados).

    Trata-se de observar, portanto, como se apresenta, na construo, oatenuador no discurso, o tipo de unidade que representa (atravs do que foimencionado, j possvel verificar que existem modificadores atenuadores deum ato e atos propriamente de atenuao), seu grau de integrao na proposio,o grau de especializao de alguns atenuadores (por exemplo, de algunsmarcadores discursivos; ver BRIZ; ESTELLS, 2010; e BRIZ, 2011).

    Contemplar dinamicamente o processo situacional e interacional nos

    permitir explicar com relativa facilidade as mudanas de estratgias no uso daatenuao, de maior ou menor atenuao, em virtude dos movimentos dos traossituacionais. Por exemplo, ainda que a situao geral de uma interao seja de+imediatez comunicativa, podem ocorrer fatos que afetem a proximidade dosinterlocutores e, em tais momentos, construa-se ou se tente construir um poucomais de distncia com o uso da atividade atenuadora. No invalidar a correlaogeral mantida at aqui de quantomaior a coloquialidade ou imediatez, menoratenuao, pois, inclusive em uma conversao de mxima coloquialidade e,

    portanto, de aproximao social, pode haver momentos de distncia e demovimentos no uso da estratgia atenuadora. Dessa forma, a correlao continua

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    22/34

    302

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    sendo vlida, ainda que vinculada a um contexto interativo mais preciso econcreto que possibilita distncia e favorece a presena da atenuao: quantomenor coloquialidade ou imediatez comunicativa (em um contexto interativo

    concreto dentro de uma mesma conversao), maior atenuao.

    Consideraes Finais

    Um dos problemas mais graves da anlise do discurso a falta de limitesfuncionais e formais. Aqui, h uma contribuio para estabelecer os limites daatividade atenuadora, tanto tericos como metodolgicos, sobretudo, pensandoem apresentar um modelo comum de anlise aos investigadores (um projetoque tem como finalidade o estudo da atenuao nas distintas normas regionaisdo espanhol e do portugus) e favorecer, mais tarde, estudos contrastivos intrae interlingusticos, tanto a partir do ponto de vista sociolingustico quanto

    pragmalingustico.

    Recordemos que a atenuao, como categoria pragmtica, umaestratgia de distanciamento da mensagem, o que faz com que o locutor no seresponsabilize por uma parte ou por tudo o que dito ou feito, isto , que o grau

    de certeza que imprime o seu compromisso com essa verdade seja menor; tudoisso para prevenir, curar ou autoproteger-se. Ento, a atenuao umaatividade estratgica interacional argumentativa, de mitigao, minorao oudebilitao da fora das aes; uma atividade interacional, com a finalidade deevitar tenses e conflitos; uma atividade social, de aproximao do outro ou

    para no se afastar extremamente deste. Com tais atividades, pretende-se serefetivo e eficaz, isto , conseguir os fins previstos ou, como dizamos, conseguiro acordo ou aceitao do outro (ainda que apenas seja uma aceitao social).

    A mencionada atividade favorecida por contextos de no imediatez oude distncia discursiva favorecidos pela situao em geral da interao ou pelocontexto interacional concreto dentro desta. Logo, preciso, para oreconhecimento e explicao da atividade atenuadora, identificar o que a provoca(desencadeador ou causador, esteja explcito ouimplcito); qual o membro dodiscurso afetado (atenuado) e qual meio ou meios empregados (atenuador), bemcomo o efeito que, s vezes, produz.

    A partir do ponto de vista formal, o atenuador pode no constituir unidadee aparecer integrado em uma estrutura proposicional que pode ser um ato de

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    23/34

    303

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    atenuao independente ou pode constituir uma unidade discursiva dentro deoutra, em cujo caso pode ocupar diferentes posies (inicial, intermediria efinal), e, neste sentido, pode ter maior ou menor mobilidade.

    Tudo o que foi mencionado anteriormente, como dizamos, demarcacertos limites funcionais e formais ao conceito de atenuao, o que ajuda o seureconhecimento mais seguro e fivel, assim como a sua descrio e explicao.

    Notem a resposta do pai ao filho do exemplo (29) interveno de P:

    Exemplo 29

    H:oye papi/ es quequerair al cine esta tarde porquehay una peli que el profesor deliteratura nos ha dicho que vamos a comentar en clase/ pero no tengo un clavo // dame

    algode pasta / te juro que el sbado ya noP: te lo dara/ pero hijoes queva a venir el de la lavadora y no s si tendrbastante para pagarle

    H: vale vale / es igual

    Observem-se os recursos de atenuao. Trata-se das mesmas estratgiasatenuadoras para rejeitar o pedido.

    Conversar ganhar. Usando algumas postulaes de Sebasti Bonilla, a

    conversao como um jogo. Todos jogam para ganhar (ainda que seja s paraganhar amigos, isso que se denominou fim socializante). E, se o fim ganhar,

    preciso fazer alguma pequena trapaa. No em vo que os atenuadoresconstituem essas pequenas trapaas. Por acaso, dizer a algum es que estsun poquito imbcilno fazer uma espcie de trapaa?

    Assim, a conversao e quem mais ganha quem manipula adequa-damente as estratgias e as tticas atenuadoras.

    Sistema de transcrio Val.Es.Co. (Extrado de BRIZ e Grupo Val.Es.Co., 2002,p. 28-38)

    Os signos fundamentais do sistema Val.Es.Co. so os seguintes:

    : Mudana de voz.

    A: Interveno de um interlocutor identificado como A.

    ?: Interlocutor no reconhecido.

    Sucesso imediata, sem pausa notvel, entre duas emisses de diferentes

    interlocutores.= Sustentao do turno de um participante em um solapamento.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    24/34

    304

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    [ Lugar em que se inicia um solapamento ou superposio.

    ] Final da fala simultnea.

    - Reincios e autointerrupes sem pausa.

    / Pausa curta, inferior a meio segundo.

    // Pausa entre meio segundo e um segundo./// Pausa de um segundo ou mais.

    (5") Silncio (lapso ou intervalo) de 5 segundos; indica-se o n de segundos naspausas de mais de um segundo, quando for especialmente significativo.

    Entonao ascendente. Entonao descendente.

    Entonao mantida ou suspensa.Cou Os nomes prprios, apelidos, siglas e marcas, exceto as transformadas em

    palavras-marca de uso geral, aparecem com a letra inicial maiscula.PESADO Pronunciao marcada ou enftica (duas ou mais letras maisculas).pe sa do Pronunciao silabada.

    (( )) Fragmento indecifrvel.((siempre)) Transcrio duvidosa.((...)) Interrupes da gravao ou da transcrio.(em)tonces Reconstruo de uma unidade lxica que foi pronunciada incompleta,

    quando possa perturbar a compreenso.pal Fenmenos de fontica sinttica entre palavras, especialmente marcados.

    ( ) Fragmento pronunciado com uma intensidade baixa ou prxima aosussurro.

    h Aspirao do s implosivo.

    (RISAS, TOSES GRITOS) Aparecem margem dos enunciados. No caso dosrisos, se so simultneos ao que dito, transcreve-se o enunciado e em uma nota de rodap indicadoentre risos.

    aa Alongamentos voclicos.

    nn Alongamentos consonnticos.

    !? Interrogaes exclamativas. ? Interrogaes. Tambm para os apndices do tipo no?, eh?, sabes?

    ! Exclamaes.

    s que se pareix a mosatros: Fragmento de conversao em valenciano. acom-panhado de uma nota em que se traduz o seu contedoao castelhano.

    Letra cursiva: Reproduo e imitao de emisses. Estilo direto, caracterstico dosdenominados relatos conversacionais.

    Notas de rodap: Anotaes pragmticas que oferecem informao sobre as

    circunstncias da enunciao. Traos complementrios do canalverbal. Acrescentam informaes necessrias para a correta

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    25/34

    305

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    interpretao de determinadas palavras (a correspondnciaestrangeira da palavra transcrita no texto de acordo com apronunc iao rea l, siglas , marcas, etc.), enunciados ousequncias do texto (p. ex., os irnicos), de algumas

    onomatopeias, etc.Marcas direita: Cortes conversacionais.

    * As incorrees gramaticais (fnicas, morfossintticas e lxicas) no aparecemmarcadas em geral. Portanto, segundo o usurio do corpus (p. ex., se este utilizadopor un estudiante de espaol como segunda lengua), puede ser recomendable elsoporte explicativo del profesor utilizado por um estudante de espanhol comosegunda lngua), pode ser recomendvel o suporte explicativo do professor.

    * Os antropnimos e topnimos no se correspondem em geral com os reais.

    Referncias

    ADAM, J. M. Types de squences textuelles lmentaires.Pratiques, 56, p. 54-79, 1987.

    ALBELDA, M. Los actos de refuerzo de la imagen. In:Actas del Primer Coloquiodel Programa EDICE, La perspectiva no etnocentrista de la cortesa, identidad

    sociocultural de las comunidades hispanohablantes. Universidad de Estocolmo,Departamento de espaol, portugus y estudios latinoamericanos, p. 298-305, 2003.

    ______. Cortesa en diferentes situaciones comunicativas, la conversacincoloquial y la entrevista sociolgica semiformal. In: BRAVO, D.; BRIZ, A.(eds.). Pragmtica sociocultural: estudios sobre el discurso en cortesa enespaol. Barcelona: Ariel, 2004. p. 109-134.

    ______. La intensificacin como categora pragmtica. Frankfurt am Main:Peter Lang, 2007.

    ALBELDA, M. Influence of situational factors in the codification andinterpretation of impoliteness.Pragmatics, 18:4, p. 751-773, 2008.

    ______. Cmo se reconoce la atenuacin? Una aproximacin metodolgicabasada en el espaol peninsular hablado. In: ORLETTI, F.; MARIOTTINI, L.(eds.). (Des)cortesa en espaol:Espacios tericos y metodolgicos para su estudio.Roma-Estocolmo: Universit degli Studi Roma Tre; EDICE, 2010. p. 47-70.

    ______. Variacin sociolingstica en las estrategias de atenuacin del corpus

    PRESEEA-VALENCIA del sociolecto alto. In: CESTERO MANCERA, A. M.;MOLINA MARTOS, I.; PAREDES GARCA, F. (eds.),La lengua, lugar de

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    26/34

    306

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    encuentro. Actas del XVI Congreso Internacional de la Alfal(Alcal de Henares,6-9 de junho de 2011). Alcal de Henares: Servicio de Publicaciones de laUniversidad de Alcal, 2012. p. 1857-1866.

    ______.; CESTERO, A.M. De nuevo, sobre los procedimientos de atenuacinlingstica.Espaol Actual, 96, p. 121-155, 2011.

    ALCAIDE, E. La descortesa (tambin) vende: acercamiento al estudio deestrategias descorteses en el discurso publicitario. In: ORLETTI, F.;MARIOTTINI, L. (eds.), (Des)cortesa en espaol. Espacios tericos ymetodolgicos para su estudio. Roma: Universit degli Studi Roma Tre yPrgrama EDICE, 2010.

    LVAREZ, A. Huellas de la cortesa, las reparaciones en el habla de Mrida,Delta, 18, 2, p. 173-202, 2002.

    ______. Cortesa y descortesa. Mrida: Universidad de los Andes, 2005.

    ______.; BLONDET, M. A. Si lo hubieras pedido de otra forma, estudio de lavariabilidad meldica en frases corteses. In: HERRERA, E.; MARTNBUTRAGUEO, P. (eds.). La tona, dimensiones fonticas y fonolgicas.Mxico: El Colegio de Mxico, 2003.

    LVAREZ, A.; JOVEN BEST, C. Atenuantes y sus funciones corteses. In:BRAVO, D. (ed.). Estudios de la (des)cortesa en espaol. Buenos Aires:Dunken, 2005. p. 119-144.

    AZNREZ MAULEN, M.; GONZLEZ RUIZ, R. (2006): Semntica ypragmtica de algunas expresiones de sinceridad en espaol actual, In:CASADO VELARDE, M., GONZLEZ RUIZ, R.; ROMERO GUALDA, M.V. (eds.).Actas del I Congreso Internacional Anlisis del discurso: lengua,cultura, valores, Vol. I. Madrid: Arco/Libros, 2006. p. 1211-1228.

    BEINHAUER, W.El espaol coloquial. Madrid: Gredos, 1929/1985.

    BERNAL, M. Hacia una categorizacin sociopragmtica de la cortesa, ladescortesa y la anticortesa. El caso de conversaciones espaolas de registrocoloquial. In: BRAVO, D. (ed.).Estudios de la (des)cortesa en espaol. BuenosAires: Dunken, 2005.

    BOLVAR, A. Los reclamos como actos de habla en el espaol de Venezuela.

    In: PLACENCIA, M. E.; BRAVO, D. (eds.). Actos de habla y cortesa enespaol. Munich: Lincolm Europa, 2002. p. 37-53.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    27/34

    307

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    ______.; LVAREZ, A. La cortesa verbal en Venezuela. In: BRAVO, D.; BRIZ,A. Pragmtica socio-cultural: estudios sobre el discurso de cortesa en espaol.Barcelona: Ariel, 2004. p. 169-179.

    BORETTI, S. H. Aspectos de la cortesa lingstica en el espaol coloquial deArgentina. Oralia, 4, p. 75-102, 2001.

    BRAVO, D. La risa en el regateo: Estudio sobre el estilo comunicativo denegociadores espaoles y suecos. Estocolmo: Institutionen fr spanska och

    portugisiska; Stockholms Universitet, 1996.

    ______. Imagen positiva vs. Imagen negativa?: pragmtica social ycomponentes delface. Oralia, 2, p.155-184, 1999.

    ______. Sobre la cortesa lingstica, estratgica y conversacional en espaol.Oralia, 4, p. 299-314, 2001.

    ______. (ed.). Cortesa lingstica y comunicativa en espaol. Buenos Aires:Dunken, 2005.

    ______. Actos asertivos y cortesa, Imagen del rol en el discurso de acadmicosargentinos. In: PLACENCIA, M. E.; BRAVO, D. (eds.).Actos de habla y cortesaen espaol. Munich: Lincolm Europa, 2002. p. 141-174.

    ______.; BRIZ, A.Pragmtica sociocultural: anlisis del discurso de cortesaen espaol. Barcelona: Ariel, 2004.

    BRIZ, A. (1995). La atenuacin en la conversacin coloquial. Una categorapragmtica. In: CORTS, L. (ed.).El espaol coloquial. Actas del I Simposiosobre anlisis del discurso oral.Universidad de Almera, p. 103-122, 1995;ampliado in: BRIZ, A. (1998, cap. 4 e 6).

    ______.El espaol coloquial en la conversacin: Esbozo de pragmagramtica.

    Barcelona: Ariel, 1998.______. A. La atenuacin en una conversacin polmica. In: BLAS, J. L.;CASANOVA, M.; FORTUO, S.; PORCAR, M. (eds.).Estudios sobre lengua

    y sociedad.Universidad Jaime I de Castelln, 2002.

    ______. La estrategia atenuadora en la conversacin cotidiana espaola.Actasdel Primer Coloquio del Programa Edice. Universidad de Estocolmo, 2003.

    ______. (2004). Cortesa verbal codificada y cortesa verbal interpretada. In:

    BRAVO, D.; BRIZ, A. (eds.).Pragmtica sociocultural: anlisis del discursode cortesa en espaol. Barcelona: Ariel, 2004. p. 67-93.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    28/34

    308

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    ______. Eficacia, imagen social e imagen de cortesa. Naturaleza de la estrategiaatenuadora en la conversacin coloquial espaola. In: BRAVO, D. (ed.).Estudiosde la (des)cortesa en espaol: Categoras conceptuales y aplicaciones a corpus

    orales y escritos. Estocolmo-Buenos Aires: Dunken, 2005.______. Unidades del discurso, partculas discursivas y atenuantes. El caso deno/ tienes razn. In: FALK, J.; GILLE, J.; WACHTMEISTER, F. (eds.).

    Discurso, interaccin e identidad: Homenaje al Profesor Lars Fant. Estocolmo:Stockholms Universitet, 2006. p. 13-36.

    ______. Para un anlisis semntico, pragmtico y sociopragmtico de la cortesaatenuadora en Espaa y Amrica,LEA, XXIX/1, p. 5-44, 2007.

    ______. El registro como centro de la variedad situacional. Esbozo de lapropuesta del grupo Val.Es.Co. sobre las variedades diafsicas. In: FONTEZARABOZO, I.; RODRGUEZ ALFANO, L. (coordinadoras). Perspectivasdialgicas en estudios del lenguaje. Mxico: Editorial de la UniversidadAutnoma Metropolitana-Iztapalapa, 2010.

    ______. Lo discursivo de las partculas discursivas en el Diccionario de PartculasDiscursivas del Espaol (DPDE). La atenuacin como significado fundamentalo uso contextual. In: ASCHENBERG, H.; LOUREDA, O. (eds.).Marcadoresdel discurso: de la descripcin a la definicin. Fankfurt am Main: IberoamericanaVervuert, 2011. p. 77-108.

    ______. La (no)atenuacin y la (des)cortesa, lo lingstico y lo social: son pareja?.In: ESCAMILLA MORALES, J.,; HENRY VEGA, G. (Eds.). Miradasmultidisciplinares a los fenmenos de cortesa y descortesa en el mundo hispnico.Barranquilla: Universidad del Atlntico-Programa EDICE, 2012. p. 33-75.

    ______. Variacin pragmtica y coloquializacin estratgica. El caso de algunosgneros televisivos. In: FUENTES, C. (ed.). Estudios de pragmtica

    variacionista. Madrid: Arco-Libros, 2013. p. 89-125.______. et al. Un sistema de unidades para el estudio del lenguaje coloquial.Oralia 6, p. 7-61, 2003.

    ______.; Grupo Val.Es.Co. Corpus de conversaciones coloquiales.Anejo de laRevista Oralia. Madrid: Arco-Libros, 2002.

    BRIZ GMEZ, A.; HIDALGO NAVARRO, A. (2008). Marcadores discursivosy prosodia: observaciones sobre su papel modalizador atenuante. In:BRIZ, A.

    et al (eds.): Cortesa y conversacin: de lo escrito a lo oral.Valencia:Universidad de Valencia, 2008. Programa EDICE, 390-409.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    29/34

    309

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    BRIZ, A.; ESTELLS, M. On the relationship between Attenuation, DiscourseParticles and Position. In: KALTENBCK, G.; MIHATSCH, W.; SCHNEIDER,S. (eds.). Studies in Pragmatics 9. New Approaches to Hedging., United Kingdon:

    Emerald Group Publishing, p. 289-304, 2010.______.; PONS, S.; PORTOLS (coords.)Diccionario de partculas discursivasdel espaol,2008. Disponvel em: www.dpde.es. Acesso em 20/10/2013.

    BROWN, P.; LEVINSON, S.Politeness. Some Universals in Language Usage.Cambridge University Press, 1978/1987.

    CAFFI, C. On mitigation,Journal of Pragmatics, 31, p. 881-909, 1999.

    ______.Mitigation. Oxford: Elsevier, 2007.CESTERO, A. M. Las estrategias de atenuacin: estudio sociolingstico.Actas del

    IX Congreso de Lingstica General.Valladolid: Universidad de Valladolid, 2010.

    ______.; ALBELDA, M. La atenuacin lingstica como fenmeno variable.Oralia, 15, 2012.

    CULPEPPER, J. Towards an anatomy of impoliteness,Journal of Pragmatics,25, p. 349-367, 1996.

    CURC, C; DE FINA, A. Modo imperativo, negacin y diminutivos en laexpresin de la cortesa en espaol, el contraste entre Mxico y Espaa. In:PLACENCIA, M E.; BRAVO, D. (eds.).Actos de habla y cortesa en espaol.Munich: Lincolm Europa, 2002. p. 107-140.

    DOUGLAS DE SIRGO, S.Estrategias discursivas de la atenuacin en Tucumn.Tucumn: Universidad Nacional de Tucumn, coleccin Tesis, 2007.

    DUCROT, O. (1995). Les modificateurs dralisants,Journal of Pragmatics,24, p. 145-165, 1995.

    ESTELLS, M. (e.p.). La expresin fnica de la cortesa en tribunalesacadmicos. Las intervenciones en tribunales de tesis y trabajos de investigacin,Oralia, 16, p. 81-110, 2013.

    FANT, L. Regulacin conversacional en la negociacin, una comparacin entrepautas mexicanas y peninsulares. In: KOSTCHI, T.; OESTERREICHER, W.;

    ZIMMERMANN, K. (eds.).El espaol hablado y la cultura oral en Espaa eHispano-amrica. Frankfurt / Madri: Vervuert-Iberoamericana, 1996. p. 147-183.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    30/34

    310

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    ______. La modalizacin del acierto formulativo, Revista internacional delingstica iberoamericana, 9, p. 39-58, 2007.

    ______.; GRANATO, L. Cortesa y gestin interrelacional: hacia un nuevo

    marco conceptual. Estocolmo: SIIS, 2002.

    FLIX-BRASDEFER, C. La mitigacin en el discurso oral de mexicanos yaprendices de espaol como lengua extranjera. In: In: BRAVO, D.; BRIZ, A.(eds.). Pragmtica sociocultural: estudios sobre el discurso en cortesa enespaol. Barcelona: Ariel, 2004. p. 285-299.

    FERRARI, L. D. Modalidad epistmica y evidencialidad en las conclusiones deartculos de investigacin,Debate terminolgico, 6, p. 77-101, 2010.

    FERRER, M. C.; SNCHEZ LANZA, C. Dilogo coloquial, la atenuacin.Oralia, 1, p. 213-220, 1998.

    FORTANET, I., PALMER, J.C.; POSTEGUILLO, S. (2001). Hedging devicesin technical and academic English. In: PALMER, J.C.; POSTEGUILLO, S.;FORTANET, I. (eds.). Discourse Analisis and Terminolgy in Languages forSpecific Purposes. Castelln de la Plana: Publicaciones de la Universitat JaumeI, 2001. p. 241-257.

    FRASER, B. Conversational mitigation.Journal of Pragmatics, IV, 4, p. 341-350, 1980.

    ______. Perspectives on Politeness.Journal of Pragmatics, XIV, p. 219-236, 1990.

    ______. Pragmatic Competence: The Case of Hedging. In: KALTENBCK,G. et al(eds.).New Approaches to Hedging: Studies in Pragmatics. Bingley:Emerald, 2010. p. 15-34.

    FUENTES RODRGUEZ, C. La expresin de la reserva enunciativa.Interlingstica, 18, p. 22-37, 2009.

    ______.; ALCAIDE, E.La expresin de la modalidad en el Habla de Sevilla.Sevilla: Ayuntamiento de Sevilla; Servicio de Publicaciones, 1996.

    GARCA, C. Refusing an invitation, a case study of Peruvian style.HispanicLinguistics, 5, p. 207-242, 1992.

    ______. Making a request an responding to it. A case study of Peruvian Spanishspeakers,Journal of Pragmatics, 19, p. 127-152, 1993.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    31/34

    311

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    ______. La expresin de camaradera y solidaridad: cmo los venezolanossolicitan un servicio y responden a la solicitud de un servicio. In: PLACENCIA,M. E.; BRAVO, D. (eds.). Actos de habla y cortesa en espaol. Munich:

    Lincolm Europa, 2002. p. 55-88.GOFFMAN, E.Interactional ritual: Essays on face-to-face behavior.New York,Doubleday, 1967.

    GRICE, H.P. Logic and Conversation. In: COLE, P.; MORGAN, J. L. (eds.).Syntax and Semantics, vol. 3: Speech Acts.New York: Academic Press, 1975,

    p. 41-58.

    HAVERKATE, H. La cortesa verbal: Estudio pragmalingstico. Madrid:

    Gredos, 1994.HAVERKATE, H. El anlisis de la cortesa comunicativa, categorizacin

    pragmalingstica de la cultura espaola. In: BRAVO, D; BRIZ, A. (eds.).Pragmtica sociocultural: estudios sobre el discurso en cortesa en espaol.Barcelona: Ariel, 2004. p. 55-65.

    HERNNDEZ FLORES, N. La cortesa en la conversacin espaola defamiliares y amigos; la bsqueda del equilibrio entre la imagen del hablante yla imagen del destinatario. Aalborg: Institut for Sprog og Internationales

    Kulturstudier, Aalborg Universitet, vol. 37, 2002.

    ______. La cortesa como bsqueda del equilibrio de la imagen social. In:BRAVO, D; BRIZ, A. (eds.). Pragmtica sociocultural: estudios sobre el discursoen cortesa en espaol. Barcelona: Ariel, 2004. p. 95-108.

    HOLMLANDER, D. (2008) Atenuacin con y sin cortesa. Un estudio deconversaciones interculturales entre espaoles y suecos.Actas del III Coloquiodel Programa EDICE. Cortesa y conversacin: de lo escrito a lo oral(Valencia,

    Espaa, 2006). Valencia/Estocolmo, 2008. Disponivel em .Acesso em 20/10/2013.

    ______.Estrategias de atenuacin en espaol L1 y L2. Estudio contrastivo enhablantes espaoles y suecos. Tese de doutorado,tudes romanes de Lund 89.Lund: Universidad de Lund, 2011.

    HYLAND, K. Writing without conviction? Hedging in science research articles,Applied Linguistics, 17, 4, p. 433-454, 1996.

    KALTENBCK, W. M.; SCHNEIDER, S. (eds.). Studies in Pragmatics 9. NewApproaches to Hedging. United Kingdon: Emerald Group Publishing, 2010.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    32/34

    312

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    KERBRAT-ORECCHIONI, C.Le discours en interaction.Paris: Armand Colin, 2005.

    KOSTCHI, T.; OESTERREICHER, W.; ZIMMERMANN, K. (eds.).El espaolhablado y la cultura oral en Espaa e Hispanoamrica. Frankfurt: Vervuert-

    Iberoamericana, 1996.

    LAKOFF, R. The logic of politeness: or, minding your ps and qs. In:Papersfrom the Regional Meeting. Chicago Linguistic Society, IX, p. 292-305, 1973.

    LEECH, G.Principles of pragmatics. London: Longman, 1983.

    LPEZ SERENA, A. El concepto de espaol coloquial: vacilacinterminolgica e indefinicin del objeto de estudio. Oralia, 10, p. 167-191, 2007.

    MADFES, I. (2004). Autonoma y afiliacin. El rol de los marcadoresconversacionales como ndices de gnero. In: BRAVO, D.; BRIZ, A. (eds.).Pragmtica sociocultural: estudios sobre el discurso en cortesa en espaol.Barcelona: Ariel, 2004. p. 323-339.

    MARKKANEN, R.; SCHRDER, H. (eds.).Hedging and Discourse Approachesto the Anlysis of a Pragmatic Phenomenon in Academic Texts. Berlin: Walterde Gruyter, 1997.

    MRQUEZ, R. Estrategias de cortesa en el espaol hablado en Montevideo.

    In: PLACENCIA, M E.; BRAVO, D. (eds.). Actos de habla y cortesa en espaol.Munich: Lincolm Europa, 2002. p. 89-106.

    MATSUMOTO, Y. Politeness an conversational universals: observations fromJapanese.Multilingua, 8, p. 207-221, 1989.

    MENDILUCE, G.; HERNNDEZ, A. I. Zigzagueando en medicina: el artculobiomdico en ingls y espaol. In: GARCA PEINADO, M. A.; ORTEGAARJONILLA, E. (eds.). Panorama actual de la investigacin traduccin e

    interpretacin. Granada: Atrio, 2003.MEYER-HERMANN, R. Atenuacin e intensificacin: anlisis pragmtico desus formas y funciones en espaol hablado.Anuario de Estudios Filolgicos,XI, p. 275-290, 1988.

    MONTES GIRALDO, J. J. Sobre el como de atenuacin.Boletn de Filologa,Santiago de Chile, vol. 31, p. 667-675, 1980-1981.

    MONTOLO, E. Es una buen periodista, en principio. Sobre el operadordiscursivo en principioy su funcin modalizadora en el discurso periodstico.

    Espaol Actual,79, p. 45-58, 2003.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    33/34

    313

    Linha dgua, n. 26 (2), p. 281-314, 2013

    ______. (2006).Por ahora/de momento/por el momento es un tipo encantador.Operadores de debilitamiento argumentativo de origen temporal. In: FALK, J.;GILLE, J. & WACHTMEISTER, F. (eds.).Discurso, interaccin e identidad:

    Homenaje al Profesor Lars Fant. Stockholms Universitet, 2006. p. 81-107.MORALES, O.Los gneros escritos de la Odontologa hispanoamericana. Tesede doutorado, indita: Universidad Pompeu Fabra, 2010.

    ______.; CASSANY, D.; GONZLEZ, C. La atenuacin en artculos de revisinodontolgicos publicados en espaol entre 1994 y 2004: estudio exploratorio.

    Ibrica, 13, p. 33-58, 2007.

    MORENO BENTEZ, D. La dimensin argumentativa de los adjetivos

    relacionales.Tese de doutorado, indita: Universidad de Sevilla, 2010.MYERS, G. Pragmatic politeness in scientific articles.Applied Linguistics, 10,

    p. 1-35, 1989.

    MYRE JRGENSEN, A. (2009).En planused as a hedge in Spanish TeenageLanguage. In: STENSTRM, A. B.; MYRE JRGENSEN, A. (eds.). Youngspeakin a multilingual perspective. Amsterdam: John Benjamins, 2009. p. 95-11.

    OESTERREICHER, W. (1996). Lo hablado en lo escrito: reflexiones

    metodolgicas y aproximacin a una tipologa. In: KOSTCHI, T.;OESTERREICHER, W.; ZIMMERMANN, K. (eds.).El espaol hablado y lacultura oral en Espaa e Hispano-amrica. Frankfurt / Madri: Vervuert-Iberoamericana, 1996. p. 317-340.

    ORLETTI, F.; MARIOTTINI, L. (eds.). (Des)cortesa en espaol: espaciostericos y metodolgicos para su estudio.Roma: Universit Roma Tre; ProgramaEDICE, 2010.

    PLACENCIA, M E. Politeness in Ecuadorian Spanish, Multilingua, 15,1, p.13-34., 1996.

    ______.; BRAVO, D. (ed.). Actos de habla y cortesa en espaol. In:LincomStudies in Pragmatics, 05. Munich: Lincom Europa, 2002.

    PONS BORDERA, S. (2003). From agreement to stressing and hedging: Spanishbueno and claro. In: HELD, G. (ed.). Partiken und hflichket. Frankfurt amMain: Peter Lang, 2003. p. 219-236.

    PUGA LARRAN, J. La atenuacin en el castellano de Chile: un estudiopragmalingstico. Valencia: Universitat de Valncia, 1997.

  • 7/23/2019 BRIZ_Atenuao e Atenuadores. Estratgias e Tticas.

    34/34

    BRIZ, A. A atenuao e os atenuadores

    RODRGUEZ ALFANO, L. (coord.).La (des)cortesa y la imagen social enMxico. Estudios semitico-discursivos desde varios enfoques analticos. NuevoLen, Mxico, FFyL, UANL-Programa EDICE, 2009.

    RUIZ GURILLO, L.; PONS, S. Escalas morfolgicas o escalas argumentativas.Espaol Actual, 64, p. 53-74, 1995.

    SAMPER HERNNDEZ, M. Estrategias de atenuacin en el espaol de LasPalmas de Gran Canaria. Comunicacin presentada en XVI Congreso

    Internacional de la Alfal(Alcal de Henares, p. 6-9 de junio de 2011).

    SBIS, M. Illocutionary force and degrees of strength in language use.Journalof Pragmatics, 33, p. 1791-1814, 2001.

    SCHRADER-KNIFFKI, M. (ed.).La cortesa en el mundo hispnico. Frankfurtam Main: Iberoamericana Vervuert, 2006.

    SIFIANOU, M.Politeness. Phenomena in England an Greece. A Cross-CulturalPerspective. Oxford: Clarendon Press, 1992.

    SPENCER-OATEY, H. Developing a Framework for Non-EthnocentricPoliteness Research. Actas del Primer Coloquio del Programa EDICE: La

    perspectiva no etnocentrista de la cortesa: Identidad sociocultural de lascomunidades hispanohablantes.Universidad de Estocolmo: Departamento deespaol, portugus y estudios latinoamericanos, p. 98-108, 2003.

    TRAVIS, C. E. The communicative realization of confianza and calor humanoin Colombia Spanish. In: GODDARD, C. (ed.).Etnopragmatics. Understanding

    Discourse in Culture Context. Berln: Mouton de Gruyter, 2006. p. 199-229.

    WIERZBICKA, A. Cross-cultural pragmatics. The Semantics of HumanInteraction. Berln: Mouton de Gruyter, 1991.

    ZIMMERMANN, K. Anticortesa verbal y constitucin de la identidad juvenil.Actas del Primer Coloquio del Programa EDICE: La perspectiva no etnocentristade la cortesa, identidad sociocultural de las comunidades hispanohablantes.Universidad de Estocolmo: Departamento de espaol, portugus y estudioslatinoamericanos, 2003. p. 47-59.

    Recebido: 13/10/2013

    Aprovado: 20/11/2013