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Brasil PREBTERNO Novembro de 2007 Ano 50 / Nº 638 - R$ 1,80 Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Rede Presbiteriana de Comunicação Divulgação Página 13 Brasileiros são impactados pelo testemunho dos irmãos coreanos Letícia Ferreira Páginas 10 e 11 (E) Rev. Davi Charles Gomes, diretor do Centro Presbiteriano de Pós-graduação, traduz palestra do dr. Os Guinness na Universidade Presbteriano Mackenzie, em São Paulo Página 12 Presbítero dá aula de vitalidade ao completar 91 anos Letícia Ferreira Página 14 Lançada Bíblia na língua indígena Guajajara Divulgação Evento trouxe palestrante de renome para discorrer sobre os desafios dos cristãos no mundo pós-moderno Mackenzie promove congresso com tema Cristianismo e Cultura Mackenzie promove congresso com tema Cristianismo e Cultura

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Evento trouxe palestrante de renome para discorrer sobre os desafios dos cristãos no mundo pós-moderno Lançada Bíblia na língua indígena Guajajara (E) Rev. Davi Charles Gomes, diretor do Centro Presbiteriano de Pós-graduação, traduz palestra do dr. Os Guinness na Universidade Presbteriano Mackenzie, em São Paulo Brasileiros são impactados pelo testemunho dos irmãos coreanos Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Presbítero dá aula de vitalidade ao completar 91 anos

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B r a s i lPRES­BI­TERI­A­NO

Novembro de 2007 Ano 50 / Nº 638 - R$ 1,80Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

RedePresbiteriana

de Comunicação

Divulgação

Página 13

Brasileiros são impactados pelo testemunho dos irmãos coreanos

Letícia Ferreira

Páginas 10 e 11

(E) Rev. Davi Charles Gomes, diretor do

Centro Presbiteriano de Pós-graduação,

traduz palestra do dr. Os Guinness na Universidade

Presbteriano Mackenzie, em São Paulo

Página 12

Presbítero dá aula de vitalidade ao completar 91 anos

Letícia Ferreira

Página 14

Lançada Bíblia na língua indígena Guajajara

Divulgação

Evento trouxe palestrante de renome para discorrer sobre os desafios dos cristãos no

mundo pós-moderno

Mackenzie promove congresso com tema Cristianismo e Cultura

Mackenzie promove congresso com tema Cristianismo e Cultura

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO2 Novembro de 2007

AssinaturasPara qualquer assunto

relacionado a assinaturas e distribuição do BP,

entre em contato com a Rede Presbiteriana de Comunicação

(11) 3255 [email protected]

Rua Maria Antônia 249, 1º andarVila Buarque

CEP 01222-020 - São Paulo

eus se revela na histó-ria humana. Por isso os cristãos celebram

datas como a Ressurreição, a mais importante data cristã, o Pentecostes e, um pouco depois, o Natal. Para que nenhuma data fosse esquecida, a Igreja estabe-leceu o ano litúrgico. Nem todas as igrejas, atualmen-te, usam esse calendário. Porém, o calvinista suíço Von Allmen, disse em O Culto Cristão que “o ano litúrgico com muita efici-ência impede a docetização do Evangelho”, isto é, não deixa os cristãos romanti-zarem e espiritualizarem demais a Escritura e esque-cerem das implicações coti-dianas da fé. O calendário começa com o período nata-lino e, no último domin-go, terceiro ou quarto de novembro, celebra Cristo, o Rei do Universo.Essa data não deixa que

o povo cristão, imerso nas mais diferentes e dramáticas situações da vida, se esque-

ça que Jesus é Rei. Ele é Rei do Universo e Senhor da História. Apocalipse regis-tra o choro de João ao ver o livro que encerra a história humana fechado e o con-solo recebido porque Jesus podia abri-lo. Jesus conhe-ce a história e a conduz. Numa sociedade injusta que destrói, mata, desilude, entristece, somos desafia-dos a ver em Jesus a con-dução da história humana. Um dos maiores teólogos cristãos, Agostinho, escre-veu Cidade de Deus, onde diz que há uma história que os seres humanos fazem, com imperfeições e peca-do; porém, há uma história divina sendo construída e Deus está trabalhando para que a história humana seja completamente renovada na história divina. Jesus Cristo é o centro, em todos os sen-tidos, dessa história e dessa renovação.Cabe aos cristãos, desafia-

dos pela doutrina do senho-rio de Cristo, trabalhar para desenvolver todos os aspectos possíveis de Seu

reinado enquanto vivem a história humana, aspectos como enfatiza Paulo: “o reino de Deus é justiça, paz e alegria” (Rm 14,12). Não podemos cruzar os braços diante de quaisquer situa-ções humanas. Precisamos agir, orientados pelo Rei, para que as características de Seu reinado sejam espa-lhadas.O domingo que cele-

bra Cristo como o Rei do Universo é sucedido pelo período do Advento, a cele-bração natalina que nos lem-bra que o Rei nasceu humil-de, singelo e pobre, tendo como berço uma mange-doura. A Igreja e os cristãos são desafiados a desenvol-ver e espalhar as notícias e influências do Rei, como Ele foi: humilde, sem poder humano e riqueza, mas na singeleza do evangelho. A Igreja e os cristãos devem seguir o Rei Jesus, cujo rei-nado é na força do amor e no poder da humildade.

Cristo, o Rei do Universo

Conselho Deliberativo:Gunnar Bedicks Júnior – presidenteJared Ferreira Toledo da Silva – secretárioAndré Luis da Silva Mello – titularDarly Gomes Silveira Filho – titularEuclides de Oliveira – titularJohnderson Nogueira de Carvalho - titularRicardo da Mota – titular

EXPEDIEN­TE

Rede Presbiterianade Comunicação

Brasil PRES­BI­TERI­A­NOAno 50, nº 638 – Novembro de 2007

Rua Maria Antônia, 249, 1º andar, CEP 01222-020, São Paulo – SPTelefone: 0(XX)11 3255 7269

E-mail: [email protected]

Órgão Oficial da

www.ipb.org.br

Uma publicação da

Opinião

Edição e chefia de reportagem: Letícia FerreiraDRT/PR: 4225/17/65.E-mail: [email protected]

Textos: Letícia Ferreira - [email protected]

e Caroline Santana - [email protected]

Diagramação: Aristides Neto

Impressão: Folhagráfica

Conselho Editorial:Valdeci da Silva Santos - coordenadorJuarez Marcondes Filho - membroMarcos José de Almeida Lins - membroRomildo Lima de Freitas - membroSilas Luiz de Souza - membroWalcyr José de Paiva Gonçalves - membro

Vejo todo sábado o programa Verdade e Vida e tem sido algo de muito especial para minha vida vida espiritual. Que Deus abençoe cada dia mais a todos os envolvidos no mesmo.

Lucio José da Silva

Seu recado

DSilas Luiz de Souza

Silas Luiz de Souza é pastor da IPB e professor do Seminário Presbiteriano

do Sul, em Campinas (SP).

A Manager Assessoria em RH está assessorando entidade

educacional nacional de grande porte, muito bem conceituada no mercado, em processo seletivo

para o cargo de:

Gerente de AuditoriaExperiência mínima de 8 anos na área de

Auditoria Interna/Externa, com sólidos conhecimentos em auditoria contábil de

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Auditorias Operacional e de Sistemas.

Formação superior completa.Pós Graduação ou MBA desejável.

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 3Novembro de 2007

ergunta: O mundo foi criado em seis dias? Quando?

Resposta: Assunto muitís-simo amplo. Vou fazer algu-mas considerações não aca-dêmicas. Escrevi esta res-posta em setembro. No prin-cípio de outubro, foi lançado o importante livro de Adauto Lourenço intitulado Como Tudo Começou, pela Editora Fiel, São Paulo. Obra muito bem elaborada e ilustrada, é muito bem fundamentada cientifiamente.

I. A Bíblia declara que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo (Gn 1.31 e 2.1-3). Difícil não entender literalmen-te, porque essa declaração se repete muitas vezes na Escritura (exemplos: Êx 20.8-11 – notar: “Seis dias trabalharás... porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou”; Êx 23.12; 31.15. 17; Dt 5.12,13 (quase quarenta anos depois do êxodo do Egito); Ez 46.1 (séculos depois); Lc 13.14 (já no Novo Testamento).

Os cientistas variam quan-to à idade do Universo. A diferença entre alguns é de milhões de anos. Os cientis-tas que merecem esse título só se apóiam em fatos (que eles chamam “fenômenos”). Mas não podem examinar os fatos que aconteceram nos dias da criação. Nem podem examinar o que acon-teceu logo depois da queda do homem, que ocasionou tremendos transtornos à humanidade e no cosmos (Gn 3.17 e contexto). Não

pode haver segurança sobre os fatos acontecidos antes do Dilúvio. Os fósseis dão algu-mas pistas, mas não descre-vem os fatos, salvo alguns casos, como o do escorpião que, apertando o nariz dos evolucionistas, era, há milha-res de anos, igual ao atual, segundo fósseis descobertos desse animal. Alguns pro-cessos para determinar datas ou períodos ou fatos muito antigos não são perfeitos. Em agosto, a mídia divulgou defeitos desses processos.

Primeira Conclusão: Confiar cegamente em dados científicos sobre fatos tão antigos não é uma atitude científica.

II. Em face de alguns pon-tos obscuros relacionados com a cronologia bíblica, é possível admitir um período mais longo do que o atribu-ído geralmente por judeus e cristãos. Exemplos de pon-tos obscuros: 1. Não se sabe com que idade Adão gerou seu primeiro filho; 2. Não se sabe com que idade exata Terá gerou Abraão, porque são mencionados três filhos no mesmo versículo (Gn 11.26); 3. As cronologias bíblicas (até mesmo a de Jesus) em geral são sele-tivas, raramente indicando sucessão imediata: pai > filho > neto etc.

Segunda Conclusão: Não há base para admitir uma diferença grande demais entre as datas aproxima-das fornecidas pela Bíblia e as datas exageradas suge-ridas por alguns cientistas.

III. É certo que nem sempre a palavra “dia” significa um período de 24 horas na Bíblia (exemplos: Jó 20.28; Sl 20.1; Zc 12.3-9). Mas há dezenas

de passagens da Escritura em que significa. O certo é que toda a Escritura, do Antigo e do Novo Testamentos, está calcada no fato de que Deus criou o mundo em seis dias – com seis atos criadores específicos, em seqüência ao ato geral e universal no ver-sículo primeiro. Declaração universal: Deus criou os céus e a terra (1.1). A descri-ção posterior especifica os atos particulares de criação diária. Pense o amigo leitor no seguinte: Se entender-mos esses dias como longos períodos, como fica a guar-da do quarto mandamento? Trabalharás seis longos perí-odos de tempo e descansarás no sétimo longo período de tempo!

Deus pôde criar “os céus e

a terra” numa grande ação de poder (Gn 1.1). O mesmo Deus poderá, no “Dia do Senhor”, isto é, no dia do glorioso retorno de Jesus Cristo, desfazer os céus e a terra atuais e criar “novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pe 3.10-13).

Terceira conclusão: As teorias científicas ou pre-tensamente científicas, quando invadem o terreno da teologia ou da doutrina cristã, pouco ajudam – se é que ajudam.

A Bíblia não tem a preten-são de ensinar ciência e, em alguns pontos, não é clara para o nosso entendimento. Entretanto, é absolutamente clara nestes pontos funda-mentais: Deus é o criador

de todos e de tudo; Deus fez tudo muito bem feito (Gn 1.31); o homem se rebelou contra Deus e trouxe mal-dição sobre a humanidade e sobre a terra (Gn 3.17); o homem pode ser restaurado, pela fé em Cristo, e o uni-verso será restaurado, será “regenerado” (Mt 19.28; Rm 8.19-22); Deus enviou Seu Filho unigênito ao mundo para recuperar o homem, reconciliar-se com Ele e dar-lhe perdão e salvação eterna (Jo 3.16; 2 Co 5.19), e para que o salvo seja bênção na terra (Gn 12.3; Ef 2;10; Fp 2.15). Amém.

P

Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática

do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail:

[email protected]

Odayr Olivetti

Criação do mundoConsultório Bíblico

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO� Novembro de 2007

Acontece

IP em Vitória promove seminário sobre sexualidade

A IP em Jardim Camburi, em Vitória (ES) pro-move, nos dias 10 e 11 de novembro, um semi-nário sobre sexualidade. O preletor será Willy Torrezini, do Ministério Exodus (www.exodus.org.br). As palestras terão os títulos O propó-sito de Deus para com a minha sexualidade, Abuso sexual: efeitos e prevenção, Raízes da homossexualidade e desafios para a igreja e A importância da educação sexual no lar e na igreja. O evento terá início no sábado, dia 10, às 16h, com a primeira palestra, e termina no domingo, dia 11, com um culto às 19h.Informações pelo e-mail [email protected] e pelos telefones (27) 3337 1505/8127 833�.

Federação de UPHs do Presbitério do Vale São Mateus promove congresso

De 16 a 18 de novembro, a Federação de UPHs do PVSM (Presbitério do Vale São Mateus – ES) promove seu 31º congresso. Será na Segunda IP de Nova Venécia (ES), tendo como preletor o rev. Geraldo Batista Neto, pastor da Primeira IP Campo Grande, de Cariacica (ES), falando sobre o tema Homens fortalecidos para servir.Informações com o secretário da federação, Izaias Ribeiro da Fonseca, pelo e-mail [email protected].

Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos de São Paulo promove sua jornada anual em novembro

O CPPC (Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos) de São Paulo promove sua jornada anual no dia 2� de novembro, das 8h30 às 16h. Neste ano, o tema será Agostinho - luz e sombra - o difícil equilíbrio: conseqüências na doutrina e na saúde psicológica.O evento será na capela da Universidade Presbiteriana Mackenzie e tem confirmadas as presenças do psicólogo e pastor Karl Kepler, de Ageu Lisboa, psicólogo e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; do rev. Cássio Martins, psicólo-go e pastor jubilado da IPB, com �5 anos de ministério, de Ricardo Gouvêa, doutor em estudos históricos e teológicos, professor de filosofia e teologia em seminários teológicos

e na Universidade Presbiteriana Mackenzie, e de Zenon Lotufo Jr., analista transacional e doutorando em Ciências da Religião pela PUC de São Paulo.Informações e Inscrições na secretaria CPPC/SP pelo telefone (11) 6951 7330 ou pelo e-mail [email protected].

Associação do Instituto de Castro convoca assembléia ordinária

O secretário da ACI (Associação do Instituto de Castro), do Paraná, Carlos Ronaldo Henrique, por ordem da presidência da associação, con-voca todos os cotistas ou seus herdeiros para se reunirem em Assembléia Geral Ordinária no dia 2� de novembro, às 10h. A finalidade da assembléia é a eleição da nova diretoria e assuntos gerais.Todos estão convocados ainda para uma Assembléia Geral Extraordinária, no mesmo dia, às 1�h, para reforma dos estatutos e atua-lização dos cotistas.Os eventos acontecerão na sede da ACI em Castro (PR), na Rodovia Guataçara Borba Carneiro, km 3.Informações com o secretário pelo e-mail [email protected] e pelo telefone (�2) 3232 2108.

Federação de Homens do Presbitério Madureira realiza 35º congresso

Nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, a Federação de Homens do Presbitério Madureira (RJ) realiza seu 35º congresso sob o tema Nós servos escolhidos por Deus, para fazermos e vivermos a diferença. Igreja, família e mundo: “Sê generoso para com o teu servo, para que eu viva e observe a tua palavra. Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravi-lhas da tua lei” Sl 119.17-18.No dia 30, às 19h30, pregará o rev. Renato Marcondes, da IPB Central de Irajá e Presidente do Presbitério Rio Norte.No dia 1º, após o café-da-manhã às 8h, o congresso terá uma palestra com a irmã Marly Pereira Botelho, da IPB Central de Senador Câmara e, a seguir, os trabalhos regulares.

Segundo Encontro de Casais do Sínodo Sudoeste Paulista transfere data

No Hotel de Lazer Santa Cristina, em Paranapanema (SP), será realizado o Segundo

Encontro de Casais do Sínodo Sudoeste Paulista, de 11 a 13 de abril de 2008 . O preletor será o rev. Antônio José do Nascimento Filho, mestre em Teologia e doutor em Missiologia pelo Reformed Theological Seminary, em Jackson, Mississipi, Estados Unidos. É pro-fessor convidado da Escola Superior de Teologia do Instituto Presbiteriano Mackenzie. Informações com o coordenador do evento, presb. Clodoaldo Furlan, pelos telefones (1�) 38�8 2170/38�8 1760/9671 5050 ou pelo e-mail [email protected].

Conferaternização mensal das famílias presbiterianas de Jundiaíe região

O presb. João Nicanor, correspondente do Prid (Presbitério de Indaiatuba), presidente da FTM (Federação do Trabalho Masculino) do Prid e da Confederação do Trabalho Masculino do Sínodo de Sorocaba, informa que continu-am acontecendo, mensalmente, nas IPBs de Jundiaí, Várzeas Paulistas, Itupeva, Campo Limpo Paulista, cidades do interior do Estado de São Paulo, os encontros mensais de confra-ternização de famílias presbiterianas. Segundo ele, esses encontros visam à confraternização dessas famílias e o despertamento social e missionário nas igrejas, rompendo assim com o individualismo e promovendo uma maior integração.O evento foi iniciado pela FTM do Prid que, atualmente, tem uma diretoria própria que coor-dena e administra os encontros. “Estamos no segundo ano de realizações dos nossos encon-tros, buscando novas alternativas para esses eventos”, conta o presb. João. Entre essas alternativas, ele destaca o intercâmbio de pas-tores e de grupos de louvor, que irão acontecer em 2008, e a extensão dos encontros familia-res a todas as congregações presbiteriais das regiões do Prid, que já está com uma reunião marcada para tratar desses assuntos. Ele enfa-tiza que, nesses encontros, têm contado com o apoio do grupo Gam (Grupo de Apoio aos Missionários) da IP de Campo Limpo Paulista, em Vila Imape.O presbítero declara que a idéia desse trabalho é dos presbitérios do Triângulo Mineiro e Pontal do Triângulo Mineiro, que já realizaram eventos semelhantes em Uberlândia (MG), com as igre-jas de sua jurisdição. “Precisamos unir nossas forças para que, juntos, possamos trabalhar e desenvolver meios para divulgar e anunciar a Palavra do Senhor nosso Deus”, completa.

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 5Novembro de 2007

História: As Confissões Reformadas

mbora os séculos 16 e 17 tenham sido o perío-do áureo do confessio-

nalismo reformado, em épocas posteriores, principalmente no século 19, foram produzi-dos novos documentos dessa natureza, vários deles associa-dos ao surgimento das igrejas livres (não-estatais). Alguns exemplos são os seguintes: Confissão dos Metodistas Calvinistas do País de Gales (1823), Declaração da União Congregacional da Inglaterra e do País de Gales (1833), Confissão da Igreja Livre de Genebra (1847), Constituição da Igreja Livre de Vaux (1847), Constituição das Igrejas Livres Francesas (1849), Confissão da Igreja Livre Italiana (1870), Declaração do Sínodo Geral

Francês (1872), Confissão dos Congregacionais Americanos (1883), Confissão da Igreja Presbiteriana de Cumberland (1883).

O conhecido princípio Ecclesia reformata semper reformanda (“Igreja reformada, sempre se reformando”) tem sido interpre-tado por muitos grupos como um apelo para que as igrejas estejam sempre atualizando sua herança confessional, colocan-do-a numa linguagem contem-porânea e relacionando-a com novas situações e desafios. Um documento relevante da tradi-ção reformada no século 20 é a Declaração Teológica de Barmen (1934), redigida prin-cipalmente pelo teólogo suíço Karl Barth (1886-1968), que representou uma resposta do Sínodo Confessional da Igreja Evangélica Alemã à ideologia

totalitária do nacional-socialis-mo ou nazismo. Outro docu-mento de destaque é a Confissão de 1967, da Igreja Presbiteriana Unida dos Estados Unidos (UPCUSA), que seguiu a Declaração de Barmen em esti-lo e substância. Esse texto não pretendeu ser uma afirmação abrangente da doutrina cristã, mas aplicar a doutrina da recon-ciliação aos prementes proble-mas sociais da época, como o racismo, a guerra, a pobreza e o desregramento sexual.

O Livro de Confissões, uma parte da Constituição da atual P.C. (USA), inclui, além da Confissão de 1967, o Credo Niceno, o Credo dos Apóstolos, a Confissão Escocesa, o Catecismo de Heidelberg, a Segunda Confissão Helvética, a Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Menor de

Westminster e a Declaração Teológica de Barmen.

O legado das confissões refor-madas varia nas diferentes igre-jas ligadas a essa tradição. Os grupos de orientação teológica aberta ou progressista tendem a reter os documentos do passado principalmente por seu valor histórico, já não abraçando muitas de suas posições dou-trinárias. As igrejas comprome-tidas com a fé reformada clás-sica se apegam firmemente às antigas confissões e catecismos, embora muitos de seus pastores tenham dúvidas quanto a certos pontos, e os documentos como um todo sejam desconhecidos de boa parte dos membros. A adequada apreciação das con-fissões reformadas depende de um correto entendimento do seu significado. Elas não são textos normativos no mesmo sentido

que a Escritura Sagrada, mas expressam a maneira pela qual os nossos pais na fé leram e interpretaram a revelação bíbli-ca. Como tais, são um recurso valioso e duradouro que nos permite firmar nossa identida-de, valores e convicções nos dias confusos em que vivemos, nos quais somos chamados a dar o nosso testemunho. Como declarou o grande apóstolo dos gentios: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para jus-tiça e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Rm 10.9-10).

E

Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da

IPB. E-mail: [email protected]

Alderi Souza de Matos

O Legado Duradouro das Confissões

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO6 Novembro de 2007

Jovens cristãos do Rio de Janeiro ganham revista especializadaBeatriz Amorim

Uma novidade marcou a Décima Semana da Juventude da IP do Rio de Janeiro, que aconte-ceu de 29 de julho a � de agosto (ver reportagem na edição de setembro deste ano do BP, pági-na 16): o lançamento da revista Alvo, publicação voltada para a juventu-de do Rio de Janeiro, com conteúdo cristão, inteligente e instigante. "Quem tem alvo, tem foco. Sabe de onde veio, onde está e para onde está indo. Vejo assim a nossa UMP ao lançar a sua revista", disse o rev. Guilhermino Cunha, pastor da igreja.Produzida por jornalistas membros da UMP-Rio, a revista semestral foi apresentada à igreja logo na abertura da Semana da Juventude. A equipe editorial foi chamada à frente para agradecer a Deus pela reali-zação do sonho. "A revista é resultado de um trabalho árduo, mas feito com amor. Nós é que fomos alvo das bênçãos sem medida de Deus", afirmou Lívia Vieira, secretária de Comunicação da UMP-Rio.Com tiragem inicial de três mil exemplares, a revista Alvo caiu no gosto de jovens de várias idades e gera-ções. A edição de lançamento trouxe matérias como a entrevista com o juiz federal William Douglas, "expert" em concursos públicos; Como Administrar o Tempo, um desafio da atualidade; Tolerância Zero, a dificulda-de de respeitar quem pensa diferente, além de artigos sobre missões e crises da juventude. Para maiores informações, mande um e-mail para: [email protected].

Segunda IP de Campo Mourão, no Paraná,é organizadaRev. Lessandro Martins Kobi

No dia 1º de julho, se deu a organização da Segunda IP de Campo Mourão, no Paraná, pelo PRVI (Presbitério Vale do Ivaí). A congregação nasceu em dezembro de 2002, de uma bela visão do conselho da igreja-mãe, bem como do pastor João dos Anjos, que abraçou a idéia. À época, foi designado um evangelista, Sérgio Barros, para conduzir os trabalhos da congregação, permanecendo por um ano. No dia 2 de janeiro de 200�, chegou para assumir o belo trabalho o rev. Lessandro Martins Kobi com a esposa Aurélia e os dois filhos Filipe e Isaac. O novo pastor já assumiu a congregação com o objetivo da organização da mesma em igreja.Em maio daquele ano, por meio de uma campanha que envolveu toda a igreja, dois lotes foram adquiridos.Em meados de 2006, as instalações começaram a ser construídas. Depois de um ano, os membros da congregação puderam começar a se reunir no novo templo, com capacidade para 300 pessoas.Assim, chegou-se à organização da Segunda IP de Campo Mourão, uma cidade que tem 85 mil habitan-tes. A nova igreja conta com cinco presbíteros: Celso Resende, Adalberto Bathke Veiga, Nevilson Ventura, Antônio Gilson da Silva e Valdeir Cardoso; com cinco diáconos: Claudinei Henriques da Silva, Adão Pereira, João Batista Beteto, Silvando Régis e Jairo Theodoro da Silveira. Tem 90 membros comungantes e 35 não-comungantes. É uma grande vitória do povo de Deus nesta cidade.

Seminário do Rio de Janeiro recebe dr. Paul MaierRev. Eurípedes da Conceição

No dia 17 de setembro, o Seminário Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, teve o privilégio de rece-ber a visita do dr. Paul Maier, pastor luterano, escritor renomado, conferencista internacional e professor de História Antiga na Western Michigan University, nos Estados Unidos.Interpretado pelo rev. Guilhermino Cunha, pastor da IP do Rio de Janeiro, o dr. Paul falou a uma audiência formada por vários professores, pastores e seminaris-tas, dissertando sobre o tema O apóstolo Paulo e a expansão da fé cristã. Registrou-se também a presen-ça da liderança da Igreja Luterana no Rio de Janeiro, que, gentilmente, propiciou a vinda do dr. Paul Maier ao Brasil.Dr. Maier é autor de diversas obras publicadas, tanto populares quanto acadêmicas. As mais conhecidas são Pontius Pilate, The Flames of Rome e A Skeleton in God's Closet. Esta última ficou em primeiro lugar entre os bestsellers em ficção religiosa nos Estados

Unidos.Ele ministra muitas palestras e já recebeu inúmeras homenagens e prêmios internacionais. Escreveu tam-bém quatro livros infantis e produziu uma série de três vídeos de quatro horas a respeito de Jesus, o apóstolo Paulo e a Igreja Primitiva.

Círculo Boas Novas se reúne em Guararapes, interior de São PauloBianca Lemos

Um encontro realizado na IP de Guararapes (SP), que é congregação da IP de Araçatuba, reuniu, no dia 29 de setembro, o Círculo Boas Novas. Quase cem pes-soas das Primeira, Segunda e Terceira Ips de Marília, Araçatuba, Lins e Guararapes lotaram as dependên-cias da congregação, onde ouviram a mensagem do rev. Eduardo Henrique Ferraz, pastor da IP de Araçatuba. O evento contou ainda com as presenças dos pastores Silas Braz e Augusto Pinheiro, respec-tivamente, da Primeira e da Segunda IPs de Marília (SP), acompanhando suas SAFs que percorreram quase 200 km para estar na reunião.Os trabalhos foram conduzidos pelos dirigentes da federação: Ângela Betolucci (presidente), Becks Mendes (vice), Terezinha Benevenuto (secretária exe-cutiva), Márcia Fontes (primeira secretária), Ester de Rossi (segunda secretária), Miriam Dias (tesoureira), Roberto Benevenuto (secretário presbiterial) e Jaci Arede (relatora do círculo).No final, as irmãs confraternizaram durante um deli-cioso lanche oferecido pelas anfitriãs e combinaram presença maciça no próximo encontro que fará o trajeto oposto: as SAFs da região de Araçatuba serão recebidas pelas de Marília, na Segunda IP dessa cidade.

Quarta Conferência Missionária é promovida na IP em Novo Horizonte, no Espírito SantoWilma Moreira Sales Alvarez

Com o tema Mão no arado e foco voltado para os países da Europa (berço do cristianismo), a IP em Novo Horizonte, na cidade de Serra (ES), pastorea-da pelo rev. Oscar Manuel Alvarez Ojeda, realizou a Quarta Conferência Missionária durante todo o mês de setembro. O evento contou com a presença de missionários, mobilizadores de missões e pastores de vários lugares, além de representantes das agências missionárias Portas Abertas e AMEM e da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais da IPB. Foram dias marcantes, quando a Palavra do Senhor calou profundamente em cada coração presente.A Secretaria de Missões da igreja conta com 17 mem-bros e tem projetos na área social, como o Gota de Esperança, que trabalha com crianças em situação de risco social do bairro, o Caja (Curso de Alfabetização

Aconteceu

Divulgação

Divulgação

(E) Rev. Jurandir Barbosa, pastor auxi-liar da Primeira IP de Campo Mourão; presb. Adriano Rodrigues, secretário executivo do PRVI, rev. Élio Calvino Ferreira, pastor da IP de Umuarama (PR) e presidente do PRVI, rev. Hélio Inocêncio, pastor auxiliar da Primeira IP de Campo Mourão, rev. Arnildo Klumb, pastor titular da Primeira IP de Campo Mourão, rev. Ebenézer Emerich, pastor da IP de Cianorte (PR), e rev. Lessandro Martins Kobi, pastor da Segunda IP de Campo Mourão.

Divulgação

Dr. Paul Maier (ao centro), ladeado pelos reverendos Gilberto Zaparolli (diretor do seminário) e Claudio Pombal (à esquerda), e pelos reveren-dos Guilhermino Cunha e Eurípedes da Conceição (à direita)

Divulgação

Círculo Boas Novas reunido em Araçatuba

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 7Novembro de 2007

de Jovens e Adultos), o Reparadores de Brechas, grupo de irmãos que intercedem por missões e, em andamento, a abertura de um Ponto de Pregação em outro bairro.

Festa dos Sonhos reúne três mil crianças em Imbituva, no ParanáRev. Francisco de Assis M. dos Santos

Uma associação beneficente da IP de Imbituva (PR), a Sabiá (Sociedade dos Amigos Beneficentes da Infância e do Adolescente), cujo slogan é Ensinar à criança a excelência da vida, organizou, no dia 12 de outubro, Dia das Crianças, a Festa dos Sonhos em Imbituva (PR). O evento aconteceu na Vila Zero, bairro carente da cidade, reunindo cerca de três mil crianças.Ficamos maravilhados! Foi montado um palco com som e banda e brincamos com palhaços. Muita músi-ca e diversão. Cada criança recebeu um presente e um lanche.Queremos expressar nossa gratidão à Associação de Moradores do local e aos voluntários que, direta e indiretamente, colaboraram para a realização desse sonho: aqueles que correram o dia inteiro na organi-zação, aqueles que limparam a quadra, distribuíram senhas, prepararam o lanche, organizaram filas, emprestaram seus carros, suas máquinas, suas pane-las, aparelhagem de som, distribuíram o lanche e os presentes, e todos os corações que se doaram com todo amor na concretização desse projeto.A Sabiá vem trabalhando na proteção de crianças em situação de risco, alcançado 200 crianças com aulas de futsal para meninos e meninas, aulas de música (teclado, violão, canto e coral), artesanatos com o projeto Menina Prendada e atendimento às famílias com aconselhamentos.

Memória e saudadeAconteceu

Irandy RizzoPelos reverendos Carlos Alberto Tinson Krebs e Francisco Alves Costa

Aos 81 anos, faleceu, no dia 11 de julho, em Pirajuí (SP), a irmã Irandy Rizzo, membro da IP de Pirajuí. Era filha do casal Aníbal Garcia de Figueiredo Rizzo e Ana Albertina Rizzo (um mimo de irmã na fé, que Deus nos deu o privilégio de conhecer) e uma dos seis filhos do casal. Natural de Pirajuí, ali nasceu, em 30 de janeiro de 1926. Como prova da sobe-rania e providência divinas, pois foi alvo de uma enfermidade mui atroz, cresceu, tornou-se profes-sora primária e desfrutava de sua aposentadoria. Batizada na infância em Pirajuí, professou a fé a 5 de janeiro de 196�, aos 38 anos, sendo oficiante o rev. Josias Rosa.Era uma pessoa especialmente alegre, mas, por outro lado, também, séria e responsável. Não cres-ceu somente fisicamente, intelectualmente, mas, em especial, espiritualmente. Foi utilíssima no corpo de Cristo como irmã na fé que usava o telefo-ne para interceder e suplicar em favor do próximo, distribuir literatura religiosa e falar da salvação; ajudar o pastor na visitação aos irmãos, também como motorista (fui alvo de seu favor). Proclamava a Palavra com desenvoltura quando da ausência do pastor no campo; era solista na igreja, em especial quando de casamentos. Era ornamentadora do templo, em especial no Natal, até em outras igrejas irmãs. Foi ainda superintendente e professora de crianças e adolescentes na Escola Dominical, rela-tora do departamento Ana Albertina Rizzo, na SAF local, atuando sempre com dedicação e amor até o dia em que o nosso senhor Jesus a chamou, após mais um momento delicado de enfermidade.No âmbito municipal, por algum tempo trabalhou no Departamento de Educação Básica de Adultos (DEBA) de Pirajuí. Escrever, falar e pensar em Irandy Rizzo é o mesmo que fazer descortinar a história da IPP. “O Senhor a deu, o Senhor a tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21). “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos” (Sl 116.15). Louvamos muito a Deus eu, rev. Francisco Alves Costa (que há mais de 20 anos tem servi-do à igreja e pôde isso testemunhar), e todos os membros da comunidade presbiteriana de Pirajuí pelos anos de vida que foram concedidos à irmã Irandy e pelo serviço prestado ao corpo de Cristo na Proclamação da Palavra.

Presbíteros Ledwar Vieira de Moraes e Oscar de Souza Alves FilhoPor presb. Benedito Moreira Filho

"Sim na cruz, sim na cruz,Nela me glorio, Pois enfim vou descansar, salvo, além do rio"

Com o refrão desse belo hino quero prestar a minha homenagem póstuma aos irmãos recolhidos pelo Senhor recentemente, que deixaram na IP de Itapetininga (SP) e em nossa cidade uma grande lacuna, pelos seus feitos em várias áreas de suas vidas:Presb. Oscar de Souza Alves FilhoBom homem, bom esposo, bom pai de família, bom amigo e irmão, foi recolhido pelo Senhor em 17 de maio, após um ano de luta contra o câncer.

Ano esse que viveu sofridamente os revezes da doença, sem, contudo, blasfemar contra o Senhor. Comerciante, trabalhador correto em seus negó-cios, sempre testemunhou a fé em Cristo perante a comunidade local. Presbítero leal há muitos anos na IP de Itapetininga, onde sempre fez “o que pôde e o que não pôde” para o bom andamento da obra do Senhor em nossa cidade, tendo sempre uma palavra amiga e de fé, deixando em nós e no seio de sua família eterno sentimento de saudade.Presbítero Ledwar Vieira de MoraesNascido e criado em nossa igreja, estudou e ensi-nou os seus filhos no caminho correto. Médico há mais de 50 anos, muito conceituado, salvou muitas vidas física e espiritualmente. Trouxe à vida muitas crianças, dando sempre o melhor de si tanto para as mães como para as crianças por ocasião dos partos.Em seu consultório examinava, receitava a medi-cação, mas não deixava o paciente sair sem uma palavra de fé e de esperança, aproveitando a oca-sião para lançar uma semente da Palavra de Deus. Professor da escola dominical, sempre levou à sua classe ensinos relevantes, dividindo com todos sua vasta experiência profissional e espiritual. Foi recolhido à seara santa pelo Senhor em 17 de julho, deixando aos irmãos e a toda sua família eterna saudade.

Daniel Marcos de AlcântaraPor rev. Amândio Pereira da Silva

No dia 5 de julho, faleceu na cidade de Caraguatatuba (SP) o irmão Daniel Marcos de Alcântara. Ele nas-ceu na cidade de São Paulo, em 1937. Aos 18 anos, fez sua Pública Profissão de Fé na Igreja Metodista de Santo Amaro, também na capital paulista. Era casado com Myrthes Olivieri Alcântara. Em 1960, veio morar em Caraguatatuba, onde o casal se tor-nou membro da IPB, trabalhando na Congregação do Morro do Algodão. Deixa a esposa, a filha Priscila e os filhos Rafael e Felipe, bem como duas netas e um neto. O oficio fúnebre foi realizado na Congregação do Morro do Algodão.

Rev. Francisco Cardoso de MoraesAnônimo

No dia 11 de julho, o nosso Senhor promoveu à glória o nosso amado rev. Francisco Cardoso de Moraes. Ele era pastor jubilado do Presbitério de Volta Redonda (RJ) e pastor emérito da Terceira IP de Volta Redonda. Casado com Benedita Freitas de Moraes, o rev. Francisco deixa seis filhos: Obede, Eber, Ornam, Eder, Adna F. de Adbeel, bem como noras, genro e netos.O rev. Francisco serviu ao Senhor por meio da IPB por 36 anos. Foi ordenado no dia 2� de janeiro de 195� e jubilado no dia 5 de março de 1990. Pastoreou igrejas em diversos lugares, dentre os quais destacamos Parambu (CE), que pertencia ao Presbitério Ceará/Amazônia; Cajati (SP), Juquiá (SP), Ribeirão (SP), Mantena (MG), Vila Nova (SP), Ecoporanga (ES), Paulista (SP), Imburana (ES), Resende (RJ), Piraí (RJ), Barra do Piraí (RJ) e Terceira e Quarta IPs de Volta Redonda (RJ). A Deus seja a glória e a honra pelo trabalho que nosso saudoso rev. Chiquinho (forma carinhosa com a qual gostava de ser tratado) realizou, e que certamente está marcada pela fidelidade ao serviço do Mestre.

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Rev. Francisco (com o microfone) e a banda Elluz, da IP de Imbituva,animando a criançada

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Equipe organizadora da Conferência Missionária na IP em Novo Horizonte

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO8 Novembro de 2007

Em agosto, a IP de Itápolis, em São Paulo, comemorou aniversário de 10� anos, tendo 81 anos de organização. O trabalho foi iniciado pelas mãos do rev. Roberto Dalle Daffin, por volta de 1903, que foi organizado em igreja em maio de 1926.

Atualmente, aqui se reúnem várias famílias tradicionais do município e os nossos principais objetivos são levar o evangelho de Cristo a toda criatura, ensinar os confessos na fé salvadora de Cristo Jesus e ocupar-se em obras sociais, aju-dando a comunidade naquilo que for possível.

Temos também uma congregação em Tabatinga (SP), que desenvolve uma Escola Dominical exclu-siva para crianças e seus pais não crentes. É por essas e outras bênçãos que Deus tem dado a nós, presbiterianos de Itápolis, que tivemos um culto especial em agradecimento ao nosso Deus Altíssimo, que contou com a presença do rev. Sansão Pereira de Castro, pregador da ocasião, pastor do presbitério de Marília (SP).

IP de Itápolis (SP) 104 anos, 81anos de organizaçãoRev. José Português

Aniversários

Momento do louvor durante a comemo-ração do aniversário da IP de Itápolis

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A IP Ipaúna, localizada em Dom Cavati (MG), completou 83 anos de vida eclesiástica no dia 9 de agosto de 2007. Essa data significativa foi comemorada com um simpósio sobre revitaliza-ção da igreja local, realizada pela CNE (Comissão Nacional de Evangelização) da IPB, na pessoa do secretário executivo, rev. Cícero Ferreira da Silva, juntamente com o pastor da igreja, rev. Dílson Domingos Silva.

A IP Ipaúna tem sido uma agência atuante de Deus nessa cidade e seus arredores e trabalha também em favor de outros campos missionários

IP Ipaúna (MG) 83 anosRev. Dílson Domingos Silva

nacionais e internacionais.A palavra “ipaúna” significa areia preta e a his-

tória dessa igreja é marcante pois, durante esses 83 anos ela tem contrastado com a areia preta, anunciando o evangelho do Senhor a centenas de almas, transformando corações escuros no peca-do em alvejados pelo precioso sangue de Jesus. Cumpre o “Ide” de Jesus e faz com que a mensa-gem genuína da Bíblia seja anunciada. Por isso, é com muita alegria que festejamos essa data. Não nos esquecendo dos valorosos irmãos fundadores e daqueles que nosso Deus já levou para a glória eterna, destacamos no nosso meio a pessoa do presb. Emérito Dimas Emerick, que serviu ativa-mente o presbiterato nesta igreja por �5 anos.

É com muita alegria, dedicação, zelo e presteza que pastoreio esta igreja há quase seis anos. Toda honra e glória seja dada ao nosso salvador Jesus Cristo.

Membros da IP de Ipaúna em frente ao templo

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Jácomo de Rossi Neto 40 anos de presbiteratoBianca Lemos

Presb. Jácomo, 40 anos de ministério como presbítero

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A Primeira Igreja Presbiteriana de Marília (SP) teve o privilégio de entregar o título de presbíte-ro emérito ao sr. Jácomo de Rossi Neto pelos �0 anos do irmão nessa função. O culto de ação de graças foi realizado dia 7 de outubro no templo da igreja e a mensagem foi ministrada pelo rev. Ademir Ramos de Morais, da IP de Dourados (MS). A cerimônia contou com a presença de amigos, ex-pastores e irmãos que participaram da bem sucedida trajetória do presbítero nesses �0 anos de dedicação à obra de Deus, abaixo relembrada por um de seus filhos:

“Nascido dia 5 de abril de 1937, em Oscar Bressane (SP), Jácomo mudou-se para Marília aos nove anos com o propósito de estudar num

internato de padres. Ainda jovem, trabalhou como secretário numa escola evangélica onde conheceu sua esposa e teve os primeiros con-tatos com o Senhor Jesus.

Convertido ao evangelho, professou a fé em 1962, casou-se em 1963 com Esther e, em abril de 1967, foi eleito diácono. Entretanto, em outubro do mesmo ano, foi eleito presbítero, exercendo o cargo por �0 anos ininterruptos.

Na igreja, ocupou vários cargos, entre eles conselheiro da UMP, professor e secretário da escola dominical, secretário da Junta Diaconal, da UPH, da Assembléia e do conselho por mais de 35 anos. Na secretaria do Presbitério da Região de Marília trabalha desde 1998. Foi agente do jornal Brasil Presbiteriano, líder do Ministério Casados para Sempre e atuante no Encontro de Casais com Cristo.

Em família, demonstrou seu amor trabalhan-do em dois empregos para, com o apoio da esposa, proporcionar estudos aos seus três filhos. Mesmo diante da perda do filho caçula, aos 25 anos, o casal não tirou os olhos do alvo maior, sendo de grande testemunho para fami-liares e amigos. Sempre solícito, Jácomo está sempre pronto a ajudar não só os filhos, mas os que entraram na família e se tornaram seus filhos e netos.

Ainda com todo vigor, mesmo aos 70 anos completados neste mês, Jácomo pode dizer, como o apóstolo Paulo: ‘combati o bom comba-te, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda’(2 Tm �. 7,8)”.

As IPBs de Marília reconhecem o trabalho desse valoroso irmão, que também fez parte da história de cada uma dessas comunidades, desejando ricas bênçãos sobre ele e sua famí-lia.

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 9Novembro de 2007

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO10 Novembro de 2007

dr. Os Guiness, cientista social e teólogo, foi o con-

vidado especial deste ano para o Congresso Ética e Cidadania, promovido em sua terceira edição em setembro, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com o tema Cristianismo e Cultura. Segundo o chan-celer da Universidade e organizador do evento, rev. Augustus Nicodemus, o dr. Guinness é um homem que entende realmente de cris-tianismo e cultura, além de ser um cristão comprometi-do com a fé reformada e, ao mesmo tempo, bem aberto para dialogar com outras tradições evangélicas e cris-tãs. “O fato dele ter vivido na Europa, Ásia e Estados Unidos lhe dá um conheci-mento prático da pluralida-de cultural, da diversidade que há no mundo”, afirma o chanceler. Segundo ele, o dr. Guinness foi muito influenciado pelo teólogo, pensador, professor e pas-tor presbiteriano, o suíço Francis Schaeffer, de quem é admirador e de quem foi discípulo na comunidade de estudo L’Abri, na Suíça.

O dr. Guinness deu pales-tras em Brasília e São Paulo, pois, pela primeira vez, o congresso foi realizado nos três campi do Mackenzie: Distrito Federal, capital

paulista e Rio de Janeiro. O rev. Augustus diz que o objetivo, já que o evento faz parte do calendário anual da universidade, é torná-lo totalmente disponível para os demais campi já em 2008: “Pensamos também em ampliar o alcance do congresso usando a tecno-logia de transmissão ao vivo via satélite, já disponível no Mackenzie, beneficiando seminários, institutos bíbli-cos e escolas presbiteria-nas”.

No dia 10, o dr. Guinness deu, em Brasília, uma confe-rência com o tema A World Safe for Diversity: Living with our deepest differen-ces in an age of exploding pluralism (literalmente: Um mundo seguro para a diver-sidade: vivenciando nos-sas profundas diferenças num tempo de pluralismo explosivo). O resumo dessa conferência está disponí-vel na Internet, no blog O Tempora, O Mores! (http://tempora-mores.blogspot.com/2007/09/como-convi-ver-com-differenas-profun-das.html).

Esta e outras palestras, segundo o rev. Augustus, muito atuais, relevantes, penetrantes e atraentes, dadas pelo dr. Os Guinness no con-gresso foram em São Paulo. No dia 11, Globalization and its human challenges (literalmente: Globalização e seus desafios para a

humanidade), transmitida em video-conferência para o Rio de Janeiro; no dia 12: The Calling (literalmente: O Chamado), baseada em livro homônimo; no dia 13: Unspeakable – facing up to the challenge of evil in an age of genocide and ter-ror (literalmente: Indizível: enfrentando o desafio do mal num tempo de genocí-dio e terror) e, no dia 14, a mesma palestra dada em Brasília.CRISTIANISMO, CULTURA MODERNA E PÓS-CRISTÃ

Para o dr. Os Guinness, a religião, em geral, tem sido reconhecida como uma das forças formadoras da humanidade. E o cristia-nismo, em particular, tem sido reconhecido como a religião, entre outras, que deu origem, no Ocidente, às instituições modernas que hoje caracterizam essa cul-tura, como as universidades, os sistemas financeiros, a moderna ciência, a demo-cracia. Portanto, refletir sobre a interação entre o cristianismo e a cultura é importante para quem dese-ja ser capaz de relacionar-se criticamente com o mundo, em vez de ser levado na cor-rente do lugar comum.

“Infelizmente”, ele diz, “a cultura ocidental, antes influenciada pelo cristia-nismo, hoje se afasta cada vez mais de seus valores e

princípios, sendo cada vez mais minada pelas religi-ões místicas orientais, pelo materialismo e a seculari-zação em todas as áreas da

vida. Como resultado, nossa cultura é pós-cristã”.

O objetivo do congresso de Ética e Cidadania doMa-ckenzie é, pois, contribuir

OLetícia Ferreira

Mackenzie promove congresso com tema Cristianismo e Cultura

Evento trouxe palestrante de renome para discorrer sobre os desafios dos cristãos no mundo pós-moderno

Reflexão

Dr. Os Guinness na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em setembro

Letícia Ferreira

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 11Novembro de 2007

O BP fez uma pequena entrevista com o dr. Os Guiness, confira:

BP: Foi dito sobre o senhor que é “ini-gualavelmente equipado para discorrer sobre os desafios para a cristandade no mundo pós-moderno”. Por isso, gostaria que o senhor falasse um pouco sobre sua visão a respeito desses desafios.

Dr. Os Guinness: Venho lutando durante toda minha vida adulta com os desafios da chamada “modernidade” e, mais recentemtente, “globalização”. Digamos que o mundo moderno, ou o mundo criado pela Revolução Industrial, é o maior desafio que a igreja tem enfren-tado, assim como a maior oportunidade desde os tempos apostólicos. O desafio não está em idéias opostas ao cristianis-mo, ainda que existam idéias perigosas, mas na força do mundo moderno em nos moldar de uma maneira que danifica nosso testemunho cristão. Um exemplo, é a maneira como a fé pode ser “priva-

tizada”, ou seja, restrita a uma esfera privada e excluída do “mundo real”, da esfera pública, tornando-se “priva-damente engajada e publicamente irre-levante”.

BP: O que o senhor sabe sobre a cris-tandade no Brasil? Por que o senhor acreditou que o congresso no Mackenzie era um evento importante e quis fazer parte dele?

Dr. Os Guinness: Eu não tenho acom-panhado suficientemente a igreja no Brasil para comentar sobre sua situ-ação como um todo. Fiquei honrado em aceitar o convite para o congresso porque nunca havia estado na America Latina e senti que o Brasil seria o lugar para começar. Não fiquei decepcionado. Todos os que conheci foram muito calo-rosos e as conversas com os estudantes e professores do Mackenzie foram muito estimulantes. Foi um grande privilégio e uma experiência maravilhosa.

para a formação de uma mentalidade crítica e cons-trutiva quanto à cultura em geral, a partir da cosmovi-são cristã, em diálogo com outras perspectivas.

Para o rev. Augustus Nicodemus, apesar do discurso de pluralidade e diversidade, as universida-des hoje são provavelmente os ambientes mais intole-rantes e monopolizados que se pode encontrar. Ele acre-dita que, mesmo com o dis-curso politicamente correto, a academia está controlada por uma visão de mundo anticristã e antireligiosa em geral. A visão que a domina é a do pensamento científi-co oriundo do Iluminismo, fechada para o transcenden-te e totalmente darwinis-ta. Os alunos são formados na visão secularizada de mundo e são ensinados a se amoldar à cultura. “Nosso

alvo é sermos o contradi-tório, apresentando uma visão de mundo a partir de valores transcendentes, os do cristianismo, dando, dessa forma, ferramentas para que os alunos sejam críticos coerentes da cultura secularizada. As palestras do dr. Guinness, por exem-plo, são exemplos muito bons de como um soció-logo cristão pode analisar, entender e criticar a socie-dade e a cultura modernas a partir de pressupostos cris-tãos reformados”, afirma o chanceler.

Para ele, o mérito do sucesso do evento, que con-tou com aproximadamen-te 1.200 pessoas inscritas, cabe à Escola Superior de Teologia do Mackenzie, que esteve à frente do con-gresso. O próximo já está marcado para outubro de 2008.

ENTREVISTA

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO12 Novembro de 2007

m um lugar qualquer, existia um pequeno rebanho de ovelhas.

Naquele lugar, a prática pastoril era bem tradicio-nal. Todos os dias o pas-tor responsável conduzia as ovelhas para um pasto verdejante, onde as frá-geis e indefesas ovelhas pastavam com certa segu-rança. Devido ao trabalho bem feito daquelas pesso-as que ali labutavam, com o passar do tempo perce-beu-se que o rebanho esta-va mais numeroso, mais robusto. Quando, no pasto, se encontrava o rebanho, havia até uma atmosfera diferente, mais alegre, com certeza!O pastor, embora com

algumas limitações, exercia satisfatoriamente sua fun-ção. Todos, ou quase todos, reconheciam isso. Mas, um dia qualquer, quando o rebanho estava gozan-do de momento sublime, quando o sol estava limpo, as árvores pareciam dançar de alegria, surgiu sorratei-ramente um lobo. Era um lobo diferente! Ele, dife-rente dos de sua espécie, parecia ser muito dócil. Um pastor que por ali estava, apesar de toda experiên-cia, pensou na possibilida-de de não ser um lobo, e, sim, um cão. Não! Era lobo mesmo. Ele chegou andan-do devagar, observando as coisas com detalhe, andan-do de um lado para o outro.

Olhou para o pastor, para as ovelhas e foi embora. Seu jeito diferente impediu uma reação ou qualquer inten-ção de defesa por parte do pastor.O pastor ficou olhando

até que o lobo sumisse por entre as árvores. Ele repa-rou que as ovelhas ficaram atônitas e confusas. Parecia que estavam a perguntar umas às outras: “por que o pastor não expulsou o lobo logo de cara? Será que ele não percebeu que era um lobo e não um cão?” Em um outro dia qualquer, quando as ovelhas foram mais uma vez para aquele pasto com cenário celestial, o lobo apareceu novamen-te. Jeito maroto, com um jeito de cachorro de mada-me. Desconfiado, o reba-nho continuou a desfrutar das delícias do local, espe-rando o chamado do pastor. Mas, ele resolveu aproxi-mar-se do lobo. Percebeu o jeito manso e, até certo ponto “amigável” daquele temível animal. Parecia mesmo um cão-amigo. O “ingênuo” pastor fez nele um afago. O lobo corres-pondeu com um pequeno rosnado, mostrando acei-tação. O tempo passou, a desconfiança do rebanho foi sendo vencida à medida que o lobo se aproximava do rebanho dia após dia e, apenas olhava...Menos “ingênuo”, o pas-

tor deu sinais ao lobo que não ignorava sua nature-za e, com palavras firmes,

o repreendeu. Mas, não o afugentou como, pensa ele, deveria ter feito. Todo caso...

O lobo observava uma ovelha específica. Não que ela fosse especial em rela-ção às demais. As ovelhas são iguais, têm as mesmas necessidades e carências e um destino definido. Aquela ovelha nasceu ali mesmo, naquele pasto. Quem sabe isso a fazia especial? A mãe se mostrava orgulhosa por sua cria. Pastavam e pas-seavam juntas. Sim, era ela que o lobo observava. Ele a desejou e, diferente dos

lobos comuns, ele não a atacou, ele a conquistou. Foi assim: aproximou-se sem provocar som assus-

tador, não agiu precipita-damente, soube esperar. Este lobo, quase racional, percebeu o momento em que a ovelha se distanciou da mãe, percebeu que esta-va triste por algum moti-vo, e, então, aproximou-se ainda mais. Cheirou-a carinhosamente, e se foi. A partir dali, sempre se encontravam. Por fim, se encontravam escondidos. Eles saíram da área segura. Havia um tom maligno no

ar. Parecia incrível, mas, a ovelha se mostrava encan-tada pelo lobo. Em comum acordo resolveram enga-nar o pastor e o rebanho. Conseguiram por certo tempo. Mas, um dia, a ove-lha caindo em si, percebeu que era ovelha e não loba, que o lobo era lobo e não cão. Se a estória terminasse aqui, talvez aquele pastor teria se sentido mais con-fortado. Mas, infelizmente não foi assim. Eles foram embora. A ovelha vivendo como se fosse loba, o lobo vivendo como se fosse ove-lha. Ora pastavam como se estivessem em uma mati-lha, ora como se estivessem junto ao rebanho. O pastor, deste então, ficou entris-tecido. Afinal, ele nunca tinha visto um lobo tão diferente! Quem sabe ele tivesse pensado ter encon-trado um “lobo- amigo”?É certo que, por convivên-

cia ou conveniência, o lobo e a ovelha podem viver em outro pasto, mas, a natu-reza e o resultado de tal relacionamento poderá ser monstruoso. Disseram ao pastor entris-

tecido, que a ovelha pode-ria não ser, de fato, uma ovelha e sim, uma loba. Ele recusou aceitar isso e explicou: “eu ouvi o gemi-do da ovelha e o rosnado do lobo.” O pastor conhe-ceu sua ovelha e, por expe-riência, conheceu o lobo. Fazer o que?

Desabafo de um pastorArtigo

ERicardo da Mota

“As ovelhas são iguais, têm as mesmas necessi-dades e carências e um destino definido.”

Rodrigo Baleia/Folha Imagem

Ricardo da Mota é pastor da IP Central de Uberlândia (MG).

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 13Novembro de 2007

m 2005, o rev. Daniel Ramos da Silva Júnior, pastor da IP de Lapão, no

sertão da Bahia, passou 15 dias na Coréia do Sul para conhe-cer o que Deus estava fazendo naquela nação. Durante o perí-odo em que esteve lá, conhe-ceu cerca de trinta igrejas.

Ele conta que, independente-mente do horário do culto, as igrejas estavam sempre cheias. E quando se fala horário, ima-gine-se quatro da manhã ou dez da noite. Todos estavam lá sedentos pela presença de Deus, clamando ao Senhor e se quebrantando diante da sua presença poderosa e santa.

No ano passado, ele partici-pou, em São Paulo, da Primeira

Conferência Internacional inti-tulada Chamado para acordar o Leigo, promovida todos os anos pela Sarang Community Church da Coréia em parceria com a IP Coreana Água Viva de São Paulo. Ele informa que essa conferência é realizada uma vez por ano na Coréia do Sul e abre vagas para 500 participantes. Quando as ins-crições são abertas, em menos de dois minutos são preenchi-das. “Na conferência realizada no Brasil, Deus, na Sua graça, misericórdia e providência, abriu uma grande porta e nas-ceu entre a IP de Lapão e a IP Coreana Água Viva uma aben-çoada parceria”, comemora o rev. DanielINTERCÂMBIO

De 10 a 13 de julho, a IP

de Lapão recebeu 36 irmãos da IP Coreana e da Sarang Community Church numa pro-gramação, segundo o pastor Daniel, marcante para toda a região. Ele conta que foi feito um trabalho com 500 crianças e adolescentes que sabe que marcará para sempre as suas vidas. Entre eles, membros da Igreja Coreana que moram no Brasil e outros que vieram pela primeira vez.

Ele destaca detalhes nos irmãos coreanos que lhe cha-maram a atenção. Primeiro, a disposição para servir a Deus com excelência: “Entre os membros da Igreja Coreana havia médico, empresários, exportadores, doutores, exe-cutivos, jovens, adolescentes, senhoras, todos com um só

propósito: servir a Deus com excelência”.

O segundo ponto que o rev. Daniel destaca é a vida de ora-ção e profundidade no conheci-mento das Sagradas Escrituras. O pastor da IP de Lapão afirma que ele, os líderes e os mem-

bros da igreja baiana sentiram um grande impacto com o tes-temunho dos irmãos da igreja coreana: “se um grupo peque-no da igreja é capaz de fazer tamanha revolução, imagine aí o que é que uma igreja grande pode fazer!”.

IPB do sertão da Bahia recebe IP CoreanaIntercâmbio Brasileiros são impactados pelo testemunho dos irmãos coreanos

E

Coral Jovem da IP Coreana cantou na IP de Lapão

Divulgação

Letícia Ferreira

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO1� Novembro de 2007

ntre os dias 5 e 7 de outu-bro aconteceu, nas cida-des de Arame, Grajaú

e Barra do Corda (MA), o lançamento da Bíblia na língua indígena Guajajara. Fizeram-se presentes representantes de igrejas evangélicas, agên-cias missionárias e, é claro, o povo Guajajara. O rev. Sérgio Nascimento, presidente da APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais), também acompanhou o even-to.

No dia 5, a programação con-centrou-se em Arame. Além de um culto especial no Centro de Treinamento Rio Jordão, mantido pelos missionários da Missão Evangélica aos Índios do Brasil e da Missão Cristã Evangélica do Brasil, incluiu uma passeata pelas ruas da cidade. Durante o trajeto, os irmãos Guajajara, ornamenta-dos com cocás de penas de arara e pintura de jenipapo, cantavam hinos em sua própria língua.

O hino mais repetido de todos dizia Tupàn ta’yr a’e wà, huryete a’e wà que, traduzido, quer dizer “os filhos de Deus são alegres”. À medida que passávamos pelas avenidas da cidade, a população se pergun-tava sobre o que estava aconte-cendo. Eles ainda não sabiam, mas aquele era um momento histórico por se tratar do lança-mento da terceira Bíblia com-pleta em uma língua indíge-na no Brasil. Embora no país sejam faladas 180 línguas indí-genas, somente em três delas a Bíblia completa está traduzida até o momento (as outras são Waiwai e Guarani Mbyá). A passeata seguiu até o Centro

Cultural da cidade, onde foi realizada uma cerimônia espe-cial, com a participação de autoridades convidadas.

Após o almoço, a comitiva de indígenas e missionários foi para a aldeia Zutywa, talvez a maior aldeia Guajajara da região, com uma população de mais de 500 pessoas. Foi nessa aldeia que, em 1969, o casal Carlos e Carla Harrison, tradutores da Bíblia Guajajara, iniciou o trabalho entre este povo. A passeata se repetiu e a comitiva caminhou até o local da antiga casa do casal Harrison, que hoje abriga um templo que recebe os irmãos indígenas semanalmente.

Um dos momentos mais emocionantes foi quando transmitiu-se uma mensagem dos Harrisons em vídeo, uma vez que por motivos de saúde não puderam vir dos Estados Unidos, onde residem. Muitos choraram, certamente lembran-do os bons tempos de quando a tradução e o evangelho che-garam pela primeira vez pelas mãos desse casal tão querido.

No dia seguinte, fomos para Grajaú, região de grande maio-ria católica, mesmo entre os indígenas. Mas o evangelho já chegou também nas aldeias de lá. Tivemos o privilégio de rea-lizar um culto na aldeia Morro Branco. Dez jovens Guajajara se converteram e vieram à frente, declarando publica-mente a sua fé em Jesus.

No dia 7, fomos para Barra do Corda, onde tivemos três cultos especiais, realizados na sede do novo Centro de Treinamento Carlos Harrison. Esse centro, criado pela Missão Evangélica aos Índios do Brasil, tem como finalidade treinar líderes e obreiros indí-genas da região norte/nordeste do Brasil.TESTEMUNHOS

Um dos pontos fortes das cerimônias foi o testemunho e a manifestação de alegria do povo Guajajara ao receber a Bíblia completa em sua lín-gua. Quando, por exemplo, a filha de Floriano Guajajara foi chamada à frente para receber um exemplar da Bíblia pelos

serviços que Floriano prestou à tradução, houve comoção. Ela disse: “estou triste porque meu pai não viveu para ver

esse dia”.Floriano talvez tenha sido o

co-tradutor mais importante que os Harrisons tiveram em todo o processo de tradução. Além de tradutor, era um evan-gelista nato. Nos últimos anos de sua vida, porém, passou por dificuldades e frieza em sua

fé. Floriano morreu em 2006, antes de ver a Bíblia com-pleta entregue ao seu povo. Ouvimos de vários irmãos Guajajara o testemunho de que Floriano havia se arrependido e retornado ao evangelho antes de morrer.

Os Harrisons vieram para o Brasil em 1969 e ficaram aqui até 2002. Depois deles, eu e Lau, além da missionária Lídia Correa, trabalhamos na revisão e preparação para publicação. Foram quatro anos de viagens para as aldeias, verificações e leituras de todos os versos do Velho Testamento, tanto nas áreas de Barra do Corda como em Arame. No final do pro-cesso de verificação, tanto eu quanto o dr. Carlos Harrison adoecemos e chegamos a pen-sar que essa tradução não seria

concluída. Foram anos de luta e oração. Mas, finalmente, a Palavra está nas mãos dos Guajajara. Agora, de espada nas mãos, cabe a eles levar essa Palavra até aos confins da terra. Essa é a história do cris-tianismo. A tradução da Bíblia não é o fim, é apenas o início.

Rev. Norval Oliveira da Silva

Lançada Bíblia na língua indígena Guajajara

Missionários da AMPT participam do projeto que oferece a terceira versão das sagradas escrituras para indígenas

Missões Transculturais

Divulgação

Rev. Sérgio Nascimento, presidente da APMT, em uma das passeatas comemorativas

Guajajaras comemoram lançamento da Bíblia em sua língua

Divulgação

E

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 15Novembro de 2007

DMV, Dia Mackenzie Voluntário, chegou a sua quarta edição no

dia 6 de outubro. Mais uma vez reuniu voluntários em várias regiões do país, dis-postos a praticarem o amor ao próximo. As atividades con-centraram-se dentro e fora das diversas unidades do Instituto Presbiteriano Mackenzie, beneficiando todo o tipo de pessoa, do mais carente ao próprio doador.

Neste ano, os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, além do Distrito Federal, fize-ram parte dessa grande cor-rente de solidariedade, que ganhou um novo integrante,

o estado de Santa Catarina. O projeto Itajaí fazendo o bem sempre foi liderado pelos presbiterianos do município de Itajaí, com a direção do rev. Jair de Almeida Júnior.

O pastor conta que tomou a consciência da dimensão desse projeto quando o assun-to foi exposto em seu curso de validação do diploma em Teologia, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, em agosto deste ano: “Acreditei ser uma exce-lente forma de despertar e envolver a igreja no desenvol-vimento de sua responsabili-dade social”.

Por meio dessa iniciativa, foram oferecidos à população de Itajaí vários serviços, como consultas médicas e veteriná-

rias, orientação jurídica, corte de cabelo, doação de animais, orientação sobre declaração de imposto de renda, chek-up automotivo e práticas despor-tivas. Também foi promovida a evangelização, com distri-buição de folhetos.

Para um “marinheiro de primeira viagem”, o projeto conseguiu reunir um núme-ro considerável de voluntá-rios. O rev. Jair contabilizou cerca de 80 pessoas engajadas nas atividades que atenderam centenas de pessoas. “Por ser um evento ainda desconhe-cido na cidade, acredito que alcançamos nosso objetivo. Certamente teremos ainda melhores números em edições futuras”, completa o pastor, que diz ter recebido a suges-

tão de um de seus presbíteros de realizar esse evento pelo menos duas vezes ao ano.

Para o rev. Jair, além de ser um precioso serviço presta-do à comunidade, o DMV trouxe um inestimável bene-fício para a igreja. Segundo a opinião dos envolvidos, foi uma experiência maravi-lhosa exercer as habilidades

profissionais como corpo de Cristo. “Mesmo aqueles que não tinham alguma capacita-ção profissional que pudesse ser aplicada diretamente na assistência da população, de bom grado se dispuseram a ser apoiadores no que fosse necessário. A conclusão de todos é que foi uma enorme bênção”, finaliza.

Responsabilidade Social Dia Mackenzie Voluntário ganha novo parceiro no Sul do país

OCaroline Santana Pereira

Recreação infantil no Dia Mackenzie Voluntário em Itajaí, Santa Catarina

Divulgação

O bem fez bem em Santa Catarina

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO16 Novembro de 2007

pós ter participado da edição de 2005 do Dia Mackenzie

Voluntário, a IP de Uberaba (MG) resolveu prosseguir com os traba-lhos de ação social desen-volvidos naquela ocasião. Assim nasceu o Projeto

Presbiteriano Voluntário, que entrou de fato para a vida da igreja local no dia 26 de maio de 2007.O rev. Saulo Monteiro,

pastor da IP de Uberaba, conta que, por meio de iniciativas como essa, os irmãos pretendem alcançar Uberaba com ações edifi-cantes, concretas, somadas à evangelização. Para ele, uma igreja que não evan-geliza não sobrevive e só vencerá de fato as barrei-ras do inferno sendo forte na doutrina bíblica pauta-da pelo sistema reformado calvinista, além de ter uma boa ação diaconal.Conforme descrição do

rev. Saulo, Uberaba, como qualquer cidade brasilei-ra, carece da Palavra de Deus. Lá se misturam o luxo e a miséria, a riqueza a pobreza e tantos outros elementos paradoxais. Esse cenário mostra que o muni-cípio necessita da pregação do verdadeiro evangelho e programas sociais precisos,

no que as IPBs locais estão engajadas.ATIVIDADESMoradores de regiões

carentes do município foram beneficiados de diversas maneiras, con-forme suas necessidades pessoais. No Presbiteriano Voluntário, 15 projetos estiveram em funciona-mento, promovendo edu-cação, lazer, saúde, asses-soria jurídica e outros (ver quadro). Segundo o pastor, a sociedade recebeu com bons olhos todos os traba-lhos, que ganharam apoio e divulgação da mídia, a primeira porta de entrada para a evangelização e, nas

palavras do pastor, “uma enorme porta para a pre-gação”.Os que procuraram pelos

serviços oferecidos saí-ram de lá com fortaleci-mento espiritual, graças a ministração das Sagradas Escrituras em dois momen-tos do dia. Um no meio da programação e outro no

culto de encerramento, que contou com a participação dos envolvidos no projeto Musicart (ver quadro).PLANOSA IPB é a única igreja

na cidade que comprome-teu-se integralmente com esse projeto, informa o rev. Saulo, mas convida outras denominações irmãs a abraçarem esse desafio já no próximo ano. Pretende-se também atingir outras cidades e envolver outras igrejas, por meio da par-ticipação do Presbitério Pontal Rio Grande.Informações pelo e-mail

[email protected].

Presbiterianos voluntários ajudam população carente

Ação Social Projeto realizado em Minas Gerais pode ser considerado fruto do Dia Mackenzie Voluntário

Caroline Santana Pereira

Fotos: Divulgação

Corte de cabelo

A

Assessoria jurídica

1- Pão e Vida: Arrecadação e distribuição de cestas básicas, juntamente com um Novo Testamento ou uma Bíblia e um folheto evangelizador.

2- Musicarte: Oferece noções básicas de percussão.

3- Prevenção e Orientação Contra Drogas: Palestras com psicólogo, soldado da Polícia Militar e agente da Policia Federal.

4- Saúde Bucal: Orientação e ensino sobre escova-ção e doação de kit dentário.

5- Alimente-se Bem: Fornece almoço a mais de 300 pessoas e, no final da tarde, um lanche a todos os parti-cipantes.

6- Panfletagem e divulgação: Distribuição de panfletos convidando a comunidade a participar do Presbiteriano Voluntário. Utilizam-se os meios de comu-nicação como a TV Universitária, as rádios AM e FM e jornais da cidade.

7- Assessoria Jurídica: São fornecidas Carteiras de Trabalho, orientação jurídica, orientação à cidadania e fotos para documentos.

8- Conscientização Ambiental: Orientações sobre o aproveitamento do lixo e sua reciclagem.

9- Corte de Cabelo: Serviço gratuito, com orientação sobre cuidados especiais.

10- Jeito Diferente de Aprender: Ensino através do teatro e fantoches, voltado para crianças.11- Cine Kids: Apresenta filmes educativos, com direi-to a pipoca e refrigerante aos participantes.

12- Prevenção a saúde: Promove palestras sobre prevenção de acidentes domésticos, orientação quanto a diabetes, pressão arterial e outros.

13- Evangelização: Pregação da palavra de Deus ao longo do dia, anunciando Jesus como único salvador.

14- Fisioterapia: Atende diversas pessoas com seqüelas físicas, como correção de postura física.

15- Amparando Gestante com Amor: Voltado para as futuras mães carentes. Orienta sobre os prin-cipais cuidados com o corpo e com o bebê durante a gestação; oferece fisioterapia para gestante e palestras sobre prevenção e tratamento de câncer de mama e colo de útero e aleitamento materno. As gestantes recebem também a palavra de Deus, uma Bíblia, folheto evange-lístico e um enxoval para o bebê, confeccionado pelas irmãs que participam da Oficina Dorcas e outras voluntá-rias da comunidade, que não são membros da igreja.

Projeto Presbiteriano Voluntário:

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 17Novembro de 2007

otriguaçu tem uma pequena população de 20 mil habitantes.

É um município tranqüilo. A maioria dos membros da igreja é proveniente da zona rural e é assídua na Casa do Senhor. A congregação conta com 36 membros comungan-tes e 15 não-comungantes. Há um bom número de famílias recém chegadas na cidade e interessadas no evangelho.

A precariedade do município é um fato típico da região Noroeste do estado do Mato Grosso. A educação e a assis-tência à saúde são péssimas. Cotriguaçu teve a última clas-sificação no ranking de ensino do Brasil. Tem um pequeno

hospital, um posto de saúde e dois médicos para fazer todo o atendimento. Os casos mais difíceis são conduzidos para outra cidade com mais recur-sos. O acesso e saída na cida-de são complicados em época de chuvas. Às vezes, só com avião ou com os tratores da prefeitura que puxam os carros espalhados na estrada. O custo de vida é alto, o comércio é bem fraco, com pouquíssimas opções. A principal atividade econômica ainda é o extrati-vismo de madeira (incluído na Amazônia Legal).RESULTADOS E PLANOS

Conseguimos estabelecer um programa de rádio, Fé para Hoje, que também é transmi-tido via Internet (www.arcoi-risfm.com.br), aos sábados,

das 13h às 13h30 (uma hora depois fora das regiões Norte e Centro-oeste do país).

Pela primeira vez, o projeto de construção das instalações da igreja está parado. Mas, para glória a Deus, já estamos nos reunindo na base, com as paredes levantadas, janelas e portas.

Agradecemos as intercessões

que têm sido feitas a nosso favor. Sabemos que tudo que temos feito é fruto do direcio-namento destas orações, da vontade do Senhor se cum-prindo em nossas vidas e no ministério da Igreja do Senhor. Continuem orando por alguns alvos a serem alcançados em Cotriguaçu, como o término da construção do templo, a

evangelização das famílias, a organização da escola domi-nical e a aula de flauta para crianças e em favor de nossas vidas, principalmente nossa filha Talita, que, desde que chegou aqui, tem passado por problemas de saúde.

Um sonho é investir na área de ensino. Minha esposa cursa Pedagogia e viaja 150 km para outra cidade mensalmen-te, para dar continuidade aos seus estudos. Existem dois terrenos à venda nos fundos da igreja e temos orado para que o Senhor abra as por-tas para que ali possa existir, futuramente, nosso prédio de educação religiosa e salas de aula.

Contatos via e-mail [email protected].

Missões Nacionais Campo missionário no interior do Mato Grosso

CRev. Daniel Ustsuni

Talita, missionária Waldete, Samara e rev. Daniel

Divulgação

Os desafios de pregar a palavra de Deus

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO18 Novembro de 2007

le acorda às 6h30, caminha 40 minu-tos, dorme às 22h,

come três bananas por dia e lê quatro a seis livros por mês. Seria esse o segre-do da longevidade sadia e lúcida? O presb. Jurandy Teixeira Mendes não sabe, mas está muito bem, ativo e feliz prestes a completar 91 anos. Diz que se consi-dera um pião: está rodan-do, se parar cai.O aniversário do presbí-

tero emérito da IP de Vila Mariana, em São Paulo, é no dia 6 de novembro e, no ano passado, quando completou 90 anos, a igre-ja organizou uma homena-gem e uma festa para um dos professores de escola dominical preferidos. Ele divide com outros dois professores uma classe de cerca de cem alunos. O presb. Jurandy já chegou a pedir para deixar de dar aulas, mas o superinten-dente da Escola Dominical não quis perder um dos professores mais queridos. “Não vejo razão pra ficar monipolizando”, explica o presbítero. “Mas não acei-taram, o superintendente disse que me dará a apo-sentadoria em 2050, então estou esperando”, ele brin-ca. “Somos três professores na classe, podemos revezar e, principalmente, posso ouvir, o que gosto muito”.O prebítero Jurandy diz

que, além de lecionar na Escola Dominical, seu

outro compromisso fixo na igreja, atualmente, é pre-gar na IP de Vila Monte Alegre, congregação de Vila Mariana, uma vez por mês. No ano passado, ele completou 45 anos como pregador efetivo nessa igre-ja. Até ganhou uma sala com seu nome. O outro compromisso fixo, brinca ele, é ser o motorista da SAF da IP de Vila Mariana, com a qual a esposa dele, d. Iracy, está envolvida.O bom-humor, com certe-

za, é mais um ingrediente positivo na vida do presb. Jurandy. Ele conta que, no ano passado, no progra-ma especial de aniversá-rio da igreja, pregou num dos domingos. No convite, seu nome estava precedi-do pelo título “presbítero emérito”. “Mas eu disse que sou presbítero com mérito”, ele diz, sorrindo.Pregar certamente é e foi

uma atividade importante na vida do presbítero. Ele teve compromissos fixos de pregação durante 30 anos nas IPs da Mooca, Casa Verde, do Presbitério Paulistano e da região do ABC.No entanto, já pregou

em igrejas evangélicas de Manaus a Porto Alegre, por conta das inúmeras viagens que precisava fazer como funcionário do então Banco Banespa. Nos domingos que passava fora, invariavelmente pre-gava. Também fazia pro-gramas de rádio e falava na Mocidade. “Às vezes era

elogiado por isso mas um dia esclareci. Não era van-tagem nenhuma, era egoís-mo. Porque de segunda a sábado eu trabalhava das 8h às 22h. Domingo era o desespero dos colegas porque não tinham onde ir. E eu tinha onde ir. Dava aula na escola dominical, almoçava na casa de um irmão, passava a tarde na casa dele e pregava à noite. E depois ainda ia comer uma coalhada. Foi uma experiência maravilhosa”, resume.Hoje, não recusa duas

coisas: pregar na IP de Vila Monte Alegre e convites da igreja metodista porque foi nela que se converteu a Jesus.COMUNISMO E CASAMENTOA história de vida do

presb. Jurandy é movimen-tada e feliz. Ele nasceu em Barretos, interior de São Paulo, mas logo a família mudou-se para a capital do Estado. Os pais eram espí-ritas, mas ele foi batizado e criado na igreja católi-ca. Decepcionado com o mau testemunho de padres, afastou-se dessa igreja.Quando estava com 17

anos, entusiasmou-se pelo comunismo. “Não digo que fosse ateu, mas era igno-rante. Mais do que hoje”, diz. Na idade impressioná-vel, quando o Brasil fervia com as idéias de Prestes, a repressão ao comunismo e a Intentona, o jovem, que então vivia sozinho em São Paulo, numa pensão,

e trabalhava já há quatro anos em uma empresa que agenciava artistas de tea-tro, era uma “presa” fácil à ideologia que ele mesmo, hoje, admite que entendia muito pouco na época. “Lia Marx, Engels e outros. Não entendia nada, era um ado-lescente”, conta. “A gente fazia reunião nos bondes. Três ou quatro combina-vam, distribuiam folhetos, cada um descia em um ponto para que a polícia não nos pegasse. Na ver-dade eu era um inocente útil”.O então jovem Jurandy

gostava muito do envolvi-mento com o comunismo, mas diz que começou a perceber que a liderança da célula da qual participava era formada por indivídu-os fracassados, que viviam de subempregos. Que, não podendo subir, queriam que os outros decessem pra nivelar por baixo. Então foi se afastando aos poucos.Logo outro interesse

substituiria o comunismo: a jovem Iracy. Eles come-çaram a namorar e se casa-ram em 1938. No ano pas-sado, completaram 70 anos de casados. Na época, ela era católica nominal.CONVERSÃOO presb. Jurandy conta

que tinha um parente, na verdade um sobrinho de sua madrasta, que era comunis-ta fanático e insistia para que Jurandy fosse à casa dele receber livros comu-nistas. O tempo foi passan-do e num domingo, “em

que faltou dinheiro para o cimema”, o jovem resol-veu ir à casa do parente. Deparou-se com uma reu-nião só de homens mas, ao invés das esperadas idéias comunistas, a discussão era outra. “Eu não entendi nada do que eles falavam, apóstolo Paulo, passa à Macedônia e ajuda-nos... Quando terminou a reu-nião, eu descobri: ele tinha se convertido, deixado o comunismo e estava abrin-do uma congregação meto-dista na casa dele naquele dia. Eu realmente saí com um livro, a Bíblia”.O jovem casal começou

a frequentar a igreja e pas-sou para a IP Unida. No dia 7 de janeiro de 1940, o presb. Jurandy fez a pro-fissão de fé nessa igreja. No ano seguinte, foi eleito presidente da Mocidade, o primeiro presidente da UMP da IP Unida. Tomou posse em janeiro de 1942, aos 24 anos. D. Iracy fez a profissão de fé cinco anos depois do marido.Na IP Unida ficaram

somente mais um ano, ele diz que não se adap-tou muito bem porque a igreja era muito grande. Lembrou que, no local onde hoje é o templo da IP de Vila Mariana, havia uma congregação presbi-teriana. Resolveu visitá-la, era até mais perto de onde morava. Visitou e lá ficou: “Aqui estou desde março de 1959. Em março de 2008, completo 49 anos. Já recebi uma placa come-

Saudável e feliz, presbítero completa 91 anosPerfil Membro da IP da Vila Mariana, em São Paulo, dá aula de vitalidade

ELetícia Ferreira

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 19Novembro de 2007

morativa de 45 anos como membro”.PEREGRINAÇÃOO presb. Jurandy começou

a trabalhar aos 13 anos para colaborar com o orçamen-to da família, eram quatro irmãos. Depois de onze anos trabalhando na empre-sa de teatro, fez concurso e ingressou no Banespa. Já funcionário do Banespa, conta, começou sua pere-grinação pelo Brasil. Foi morar em Campo Grande, Mato Grosso, onde ficou nove meses. Lá trabalhou na igreja lecionando.Em seguida, foi enviado

pelo banco para Catanduva,

interior de SP, onde ficou dois anos. De lá, foi ser contador do Banespa em Lins (SP). No entanto, pro-blemas de saúde o fizeram ser transferido em breve, para viver em São João da Boa Vista (SP). Nessa cida-de permaneceu por quatro anos, muito ativo não ape-nas no banco e na igreja, mas na sociedade, princi-palmente em atividades culturais. Foi superinten-dente da Escola Dominical e pregava uma vez por mês ao menos. Tinha um progra-ma de rádio aos domingos de manhã, com um jovem pastor, rev. Paulo Braga

Silveira, que faleceu há pouco tempo. Além disso, escrevia crônicas no jor-nal da cidade e tinha outro programa de rádio sobre Literatura, aos sábados à noite. Durante o tempo-que morou lá, foi também orador da Sociedade de Cultura Artística, vice-pre-sidente da Casa de Cultura, secretário do núcleo da Associação Brasileira de Escritores e da Sociedade de Proteção à Infância e à Maternidade. Era ainda jurado e presidente de mesa eleitoral. “Em cidade pequena, quem quer tra-balhar um pouco acaba se

destacando”, relembra.Em 1952, foi promovi-

do a contador do banco de Goiânia (GO). Conta que a cidade, de 40 mi habitantes, além de muito quente, tinha calçamento só no Centro e eletricidade só em duas ruas. Na igre-ja presbiteriana, os cultos eram iluminados por um farol de carbureto e velas nos bancos. Lá ele foi elei-to presbítero pela primeira vez.Foi ainda secretário do

conselho e pregava todos os domingos tanto na igreja em que era membro como em outras igrejas evan-gélicas como metodistas, batistas e presbiterianas independentes.Em Goiânia também tinha

um programa de rádio. A rádio tinha gerador pró-prio e o programa, em duas edições, nas manhãs e nas noites de domingo, era de mensagens bíblicas. De manhã, dez minutos. À noite, meia-hora, tam-bém com entrevistas. Por causa da falta de energia na maioria das casas da cidade, o presb. Jurandy achava que ninguém ouvia o programa e até pensou em acabar com ele, mas pediu a orientação a Deus. Dez dias depois, recebeu uma carta em inglês de um ouvinte na Suécia. Era resposta que precisava. Recebeu também outras cartas, de ouvintes do inte-rior do país.Em Goiânia permaneceu

com a família, então já tinha seus três filhos, um rapaz e duas moças, até 1959, voltando em seguida para São Paulo.Nessa volta, foi promovi-

do a inspetor do Banespa e passou a viajar muito.

Procurava sempre ir na segunda e voltar no sábado para não perder as ativida-des domingueiras na igre-ja. Quando ia para cidades relativamente perto, passa-va o domingo em São Paulo e voltava ao trabalho.De promoção em pro-

moção, chegou ao último posto do banco, gerente da matriz e assessor chefe da diretoria. “O cargo mais ambicionado que eu não ambicionei e também não amei porque era só abor-recimento”, conta ele, com bom humor.Na época, o governo come-

çou uma reforma na previ-dência e o presb. Jurandy percebeu que a aposenta-doria seria a melhor opção, mesmo estando com apenas 52 anos. Após se aposentar do Banespa, foi convidado para ser diretor de uma empresa de organização bancária onde ficou três anos e da qual se afastou por problemas de saúde. Fez várias cirurgias do coração. “De vez em quan-do ele me dá um susto, mas estou bem”, afirma.Para ele, chegar a 91 anos,

podendo guiar seu carro e ler seus livros é um grande privilégio.Há três meses foi entre-

vistado por alunos da Escola de Comunicação e Jornalismo da Fundação Casper Líbero. Eles fala-ram sobre o aniversário do prédio que abrigou o Banespa e da biblioteca e descobriram que o presb. Jurandy tinha lido dois mil livros. Ele diz que se assus-tou com o número, mas lhe mostraram o registro. Seus escritores preferidos são Dostoievski e Machado de Assis de quem, anualmen-te, relê um ou dois livros.

Presb. Jurandy: não parar é a regra para chegar aos 91 anos com saúde e satisfação

Letícia Ferreira

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO20 Novembro de 2007*P

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