AVALIAÇÃO DO USO DE RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LORIANE CONSUELO BENDA KALINOSKI
NAYARA CRISTINA ROSSINI SANGALLI
AVALIAÇÃO DO USO DE RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO
DISTRIBUIDA EM RESIDÊNCIAS NA MITIGAÇÃO DE PICO DE
ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM UMA MICROBACIA PERIURBANA
EM PATO BRANCO/PR
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PATO BRANCO
2017
2
LORIANE CONSUELO BENDA KALINOSKI
NAYARA CRISTINA ROSSINI SANGALLI
AVALIAÇÃO DO USO DE RESERVATÓRIOS DE DENTENÇÃO
DISTRIBUIDA EM RESIDÊNCIAS NA MITIGAÇÃO DE PICO DE
ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM UMA MICROBACIA PERIURBANA
EM PATO BRANCO/PR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Campus Pato Branco.
Orientador: Prof. Dr. Cesar Augusto Medeiros Destro
PATO BRANCO – PR
2017
3
MINISTERIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANA DEPARTAMENTO ACADEMICO DE CONTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
TERMO DE APROVAÇÃO
AVALIAÇÃO DO USODE
RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO
DISTRIBUÍDA EM RESIDÊNCIAS NA
MITIGAÇÃO DE PICO DE ESCOAMENTO
SUPERFICIAL EM UMA MICROBACIA
PERIURBANA EM PATO BRANCO- PR
Loriane Consuelo Benda Kalinoski
Nayara Cristina Rossini Sangalli
No dia 21 de novembro de 2017, ás 10h20min, na SALA V 102 da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná, este trabalho de conclusão de curso foi julgado e, após arguição pelos membros da
Comissão Examinadora abaixo identificados, foi aprovado como requisito parcial para a obtenção do
grau de Bacharel em Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná— UTFPR,
conforme Ata de Defesa Pública n°-29-TCC/2017.
Orientador: Prof. Dr. CESAR AUGUSTO MEDEIROS DESTRO
(DACOC/UTFPR-PB)
Membro 1 da Banca: Prof. Dr. MURILO CESAR LUCAS
(DACOC/UTFPR-PB)DACOC/UTFPR-PB)
Membro 2 da Banca: Prof.Dr.NEY LYZANDRO TABALIPA
(DACOC/UTFPR-PB)DACOC/UTFPR-PB)
DACOC / UTFPR-PB Via do Conhecimento, Km 1 CEP 85503-390 Pato Branco-PR www.pb.utfpr.edu.br/ecv Fone +55 (46) 3220-2560
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RESUMO
KALINOSKI, Loriane Consuelo Benda; SANGALLI, Nayara Critina Rossini. Avaliação
do Uso de Reservatórios de Detenção Distribuida em Residencias na Mitigação
de Pico de Escoamento Superficial em uma Microbacia Periurbana em Pato
Branco/PR. 99 f. Trabalho de Conclusao de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil)
– Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2017.
Com as constantes ineficiências dos sistemas de drenagem pluvial urbano brasileiro,
os elevados custos desses tipos de obras, e o impacto ambiental e social causado no
meio por obras ineficientes, esse trabalho teve como objetivo realizar análise de uma
implantação de um sistema de drenagem sustentável. Essa análise foi efetuada em
um loteamento no município de Pato Branco/PR, a qual foi delimitada uma quadra,
para a implantação de reservatórios de detenção distribuída, visando somente
impactos no sistema de galerias, sem reuso na edificação. Foi criado cenários de uso
e ocupação do solo conforme o Plano Diretor do município prevê para tal área,
considerando seu estado natural, sem impermeabilização, e seu estado urbanizado,
e coletada duas séries de chuva do pluviômetro mais próximo de diferentes
intensidades e durações, a qual possibilita ver qual será o comportamento do
reservatório em diferentes ocasiões. Os reservatórios foram dimensionados em
conformidade com a NBR15.527– Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em
áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos e para as simulações foi adotado o
software EPA SWMM, o qual possibilitou implementar os cenários e os reservatórios,
e fazer o comparativo de seus resultados, assim avaliando a contribuição de um
sistema de detenção distribuída para o sistema de drenagem pluvial.
Palavras-Chave: Detenção Distribuída, Drenagem Pluvial Urbana, Sustentabilidade,
Hidrograma, EPA SWMM.
5
ABSTRACT
KALINOSKI, Loriane Consuelo Benda; SANGALLI, Nayara Critina Rossini.
Evaluation of distributed detention reservoir usage in residences, on the
superficial runoff peak mitigation at a peri-urban micro-basin in Pato Branco/PR.
99 Final Paper (Bachelor on Civil Engineering) - Federal Technological University of
Paraná. Pato Branco, 2017.
With the constant inefficiencies of the Brazilian urban drainage system, its high
construction costs, the environmental and social impact caused by ineffective
constructions, the objective of this work was to analyze a sustainable drainage system.
This analysis was performed at a subdivision of Pato Branco municipality, state of
Paraná, where a block was delimited for the implementation of distributed detention
system reservoirs, aiming only gallery system impacts, without reuse in constructions.
Soil use and occupation scenarios were created following the city's long term
development plan (Director Plan), considering its natural state, without waterproofing
and its urbanized state, and collected two rain series from the closest rain gauge, of
different intensities and duration, allowing the verification of the reservoir's behavior at
different times. The reservoirs were designed according to the standard NBR 15.527
(Rain water - Roof utilization in urban areas for non-portable purposes - Requirements)
and the simulations were executed by the EPA SWMM software, which enabled the
creation and comparison between the scenarios and reservoirs, thus evaluating the
contribution of a distributed detention system for the rainwater drainage system.
Key-Words: Distributed detention, Rain water urban drainage, sustainability,
hydrograph, EPA SWMM.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Leito maior e menor de um rio ................................................................ 9
Figura 2- Hidrograma Hipotético ............................................................................ 10
Figura 3- Impactos da Urbanização no Hidrograma ............................................. 11
Figura 4 – Sistema Unitário e Sistema Separador Absoluto ............................... 13
Figura 5 – Paisagens Sustentáveis ........................................................................ 15
Figura 6 – Balanço Hídrico Comparativo .............................................................. 17
Figura 7 – Comparativo entre Drenagem Tradicional e Drenagem Sustentável LID
.................................................................................................................................. 18
Figura 8 – Sistemas de Drenagem Sustentáveis .................................................. 21
Figura 9- Bacia de Detenção a céu aberto ............................................................ 22
Figura 10- Bacia de Detenção Enterrada ............................................................... 23
Figura 11 – Lago do parque Barigui em Curitiba/PR ............................................ 24
Figura 12 – Projeto de Reservatório Enterrado com Quadra Poliesportiva ....... 25
Figura 13 – Fase de Obra do Reservatório de Detenção ..................................... 25
Figura 14 – Obra finalizada ..................................................................................... 26
Figura 15 – Uso da Água em Residências para fins não potáveis ...................... 28
Figura 16 – Exemplo de aproveitamento de águas pluviais com reuso ............. 28
Figura 17– Mapa de Localização de Pato Branco ................................................. 35
Figura 18 – Mapa de Localização de Loteamento em Estudo ............................. 36
Figura 19– Planta do Projeto de Drenagem do de Loteamento em Estudo ....... 37
Figura 20 – Representação do reservatório não-linear ........................................ 33
Figura 21 – Fluxograma das Simulações .............................................................. 40
Figura 22 – Estimativa de Área Média de Telhados .... Erro! Indicador não definido.
Figura 23- Interface no EPA SWMM ....................................................................... 46
Figura 24 – Gráfico da Série Temporal 01 .................... Erro! Indicador não definido.
Figura 25 – Afluência Total nas Bocas de Lobo ................................................... 48
Figura 26 – Hidrograma Final para Cenário 01 com Série Temporal 01 ............. 49
Figura 27 – Perfil Longitudinal da Tubulação ....................................................... 50
Figura 28 - Gráfico da Série Temporal 02 ..................... Erro! Indicador não definido.
Figura 29 - Afluência Total nas Bocas de Lobo .................................................... 51
Figura 30 – Hidrograma Final para Cenário 01 com Série Temporal 02 ............. 52
7
Figura 31 - Perfil Longitudinal da Tubulação ........................................................ 52
Figura 32 - Afluência Total nas Bocas de Lobo .................................................... 54
Figura 33 - Hidrograma Final para Cenário 02 com Série Temporal 01 .............. 55
Figura 34 - Perfil Longitudinal da Tubulação ........................................................ 55
Figura 35 - Afluência Total nas Bocas de Lobo .................................................... 56
Figura 36 - Hidrograma Final para Cenário 02 com Série Temporal 02 .............. 57
Figura 37- Perfil Longitudinal da Tubulação ......................................................... 57
Figura 38 – Afluência na Boca de Lobo após uso da detenção distribuída ....... 59
Figura 39 – Afluência na Bacia de Detenção ........................................................ 60
Figura 40 – Hidrograma Final ................................................................................. 61
Figura 41 – Perfil Longitudinal da Tubulação ....................................................... 61
Figura 42 – Vazão na Boca de Lobo após uso da detenção distribuída............ 62
Figura 43 - Afluência na Bacia de Detenção ........................................................ 64
Figura 44 – Hidrograma Final ................................................................................. 65
Figura 45 - Perfil Longitudinal da Tubulação ........................................................ 65
Figura 46 - Vazão na Boca de Lobo com orifício utilizado de 35mm .................. 67
Figura 47 - Afluência na Bacia de Detenção ......................................................... 67
Figura 48 – Hidrograma Final para Série Temporal 02 utilizando Orifício de 35mm
.................................................................................................................................. 68
Figura 49 - Perfil Longitudinal da Tubulação ........................................................ 68
Figura 50 – Hidrograma Final Comparativo dos Impactos na Série Temporal 01
.................................................................................................................................. 69
Figura 51 - Comparativo Final dos Impactos na Série Temporal 02 ................... 70
Figura 52 - Comparativo Final dos Impactos na Série Temporal 02 alterando o
diâmetro do orifício ................................................................................................. 71
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1– Dados Extraídos do Projeto de Drenagem Pluvial .............................. 38
Tabela 2 – Série de chuva de curta duração e alta intensidade ocorrida em
14/03/2015 em Pato Branco/PR denominada Série Temporal 01Erro! Indicador
não definido.
Tabela 3– Série de chuva de longa duração e baixa intensidade ocorrida em
09/10/2017 em Pato Branco/PR denominada Série Temporal 02 ........................ 81
Tabela 4– Valores dos Números CN da Curva de Runoff para Bacias Rurais ... 30
Tabela 5– Valores de CN para Bacias Urbanas e Suburbanas ............................ 31
Tabela 6 - Coeficiente de Aproveitamento Máximo dos Lotes ............................ 42
Tabela 7 – Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia ............................ 47
Tabela 8 – Síntese da Profundidade de Água nos Nós ........................................ 48
Tabela 9 - Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia ............................ 50
Tabela 10 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós ....................................... 51
Tabela 11 - Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia .......................... 53
Tabela 12 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós ....................................... 53
Tabela 13 - Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia ......................... 56
Tabela 14 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós ....................................... 56
Tabela 15 - Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia .......................... 59
Tabela 16 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós ....................................... 60
Tabela 17 - Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia .......................... 62
Tabela 18 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós ....................................... 63
Tabela 19 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós ....................................... 66
9
LISTA DE TABELAS DO APÊNDICE
Tabela Apêndice 1 - Escoamento nas Bocas de Lobo Cenário 01 Série 01 ....... 83
Tabela Apêndice 2 – Dados do Hidrograma Final Cenário 01 Série 01 .............. 83
Tabela Apêndice 3 - Escoamento nas Bocas de Lobo Cenário 01 Série 02 ....... 84
Tabela Apêndice 4 - Dados do Hidrograma Final Cenário 01 Série 02 ............... 85
Tabela Apêndice 5 - Escoamento nas Bocas de Lobo Cenário 02 Série 01 ....... 86
Tabela Apêndice 6 - Dados do Hidrograma Final Cenário 02 Série 01 ............... 86
Tabela Apêndice 7 - Escoamento nas Bocas de Lobo Cenário 02 Série 02 ....... 87
Tabela Apêndice 8 - Dados do Hidrograma Final Cenário 02 Série 02 ............... 88
Tabela Apêndice 9 – Comportamento da Bacia de Detenção ............................. 89
Tabela Apêndice 10 - Dados do Hidrograma Final Cenário 02 Série 01 com Bacias
de Detenção Distribuída ......................................................................................... 90
Tabela Apêndice 11 – Comportamento das Bacias de Detenção com Série
Temporal 01 ............................................................................................................. 91
Tabela Apêndice 12 - Dados do Hidrograma Final Cenário 02 Série 02 com Bacias
de Detenção Distribuída ......................................................................................... 92
Tabela Apêndice 13 – Comportamento das Bacias de Detenção com Orifício de
35mm ........................................................................................................................ 93
Tabela Apêndice 14 - Dados do Hidrograma Final Cenário 02 Série 02 com
Orifício de 35mm ..................................................................................................... 94
10
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1 ................................................................................................................ 33
Equação 2 ................................................................................................................ 33
Equação 3 ................................................................................................................ 43
Equação 4 ................................................................................................................ 44
Equação 5 ................................................................................................................ 44
11
LISTA DE SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
BMP - Best Management Practices
CEPED- Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres
CT- Compensatory Techniques
DEP/IPH- Departamento de Esgotos e Aguas Pluviais de Posto Alegre
EPA - Environmetal Protection Agency
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMAP- Instituto Municipal de Administração Publica
LID - Low Impact Development
NBR - Norma Brasileira
NWI- National Water Initiative
PROSAB- Programa de Pesquisa em saneamento Básico
SUDS - Sistemas Urbanos de Drenagem Sustentáveis
SWMM - StormWater Management Model
WSUD - Water Sensitive Urban Design
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
1.1 OBJETIVOS ..................................................................................................... 7
1.1.1 Objetivos Gerais ................................................................................................. 7
1.1.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 7
1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 8
2 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ......................................................................... 9
2.1 ENCHENTES URBANAS ................................................................................. 9
2.2 ABORDAGEM TRADICIONAL DA DRENAGEM URBANA ............................. 12
2.2.1 AS DIFERENTES ABORDAGENS SUSTENTÁVEIS ....................................... 14
2.2.2 WSUD (Water Sensitive Urban Design) ............................................................ 16
2.2.3 LID (Low Impact Development)......................................................................... 17
2.2.4 CT (Compensatory Techniques) ....................................................................... 19
2.2.5 SuDS (Sustainable Drainage Systems) ............................................................ 19
2.3 RESERVATÓRIOS DE ARMAZENAMENTO ................................................. 21
2.3.1 Detenção Distribuida (Rainwater Harvesting Water) ......................................... 26
2.3.2 Com Aproveitamento na Edificação .................................................................. 27
2.3.3 Sem Aproveitamento na Edificação .................................................................. 29
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 35
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO .............................................................. 35
3.2 MODELAGEM DA DRENAGEM URBANA ..................................................... 38
3.3 EPA SWMM .................................................................................................... 31
3.4 ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS E DADOS DE ENTRADA ............................. 39
3.4.1 Séries Temporais .............................................................................................. 41
3.4.2 Determinação do CN ........................................... Erro! Indicador não definido.
3.4.3 Dimensionamento dos Reservatórios de Detenção Distribuída e dos Orifícios 42
4 RESULTADOS E DISCUÇÕES ............................................................................ 46
4.1 ANÁLISE DOS CENÁRIOS ..................................................................................... 46
4.1.1 Cenário 01 com Série Temporal 01 .................................................................. 46
4.1.2 Cenário 01 com Série Temporal 02 .................................................................. 50
13
4.1.3 Cenário 02 com Série Temporal 01 .................................................................. 52
4.1.4 Cenário 02 com Série Temporal 02 .................................................................. 55
4.2 INCLUSÃO DAS BACIAS DE DETENÇÃO NOS CENÁRIOS URBANIZADOS ...................... 58
4.2.1 Série Temporal 01 ............................................................................................ 58
4.2.2 Série Temporal 02 ............................................................................................ 62
4.2.3 Comparando Resultados Obtidos ..................................................................... 69
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 72
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 74
APÊNDICE I .............................................................................................................. 81
6
1 INTRODUÇÃO
O processo de urbanização se deu de forma rápida em meados do século
XX, onde a população se expandiu rapidamente, e passou a ocupar um espaço
reduzido e a disputar recursos naturais tais como água e solo. Esse processo de
desenvolvimento urbano teve um alto impacto na transformação do ambiente
rural para ambiente urbano, e provocou alterações nos ciclos hidrográfico e
biogeoquímicos. O Brasil cresceu de forma desenfreada nos últimos anos e a
população urbana tem ultrapassado a casa dos 80%, próximo à saturação, de
forma rápida e sem infraestrutura necessária que comportasse essa evolução
(TUCCI, 2008).
Sem a dada infraestrutura, a urbanização acarretou em danos graves para
a população e para as cidades, tais como as enchentes em áreas ocupadas,
provocando destruição, doenças e prejuízos à população e ao governo.
Especificamente quanto ao ciclo hidrológico, a urbanização e a consequente
impermeabilização do solo ocasionaram a pouca infiltração da precipitação no
solo, as cheias dos rios, o aumento do escoamento superficial, sedimentos no
escoamento, e o depósito dos mesmos nos rios (SANTOS 2009).
A ampla utilização dos sistemas tradicionais de drenagem aliada à prática
frequente de métodos não sustentáveis e pouco planejados, por falta de
diretrizes tais como um Plano Diretor Urbano, é muito comum em países em
desenvolvimento.
Para mitigar tais efeitos, os sistemas de drenagem sustentável têm o
objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas, e visam restabelecer
proximidades com o ciclo hidrológico natural, outrora alterado em função da
impermeabilização do solo. Por conta da urbanização, mas proporcionando uma
conformidade entre população e meio natural. Os sistemas sustentáveis vêm
sendo implantados gradativamente, compreendendo as informações de uso e
ocupação do solo, por meio de um Plano Diretor Urbano, levando em conta
regiões da cidade, índices pluviométricos locais, e taxa de permeabilidade do
solo.
No intuito de promover qualidade de vida da população e a
sustentabilidade ambiental, esse trabalho tem como objetivo avaliar o impacto
7
da utilização de reservatórios de detenção distribuída para que a bacia
hidrográfica se aproxime ao máximo de seu ciclo natural.
Para tal, a área de estudo será caracterizada do ponto de vista do uso e
ocupação do solo atual e futura, além de se considerar dados de precipitação,
permeabilidade do solo através de uma análise de campo do loteamento
Araucária, coletando dados, traçando hidrogramas e simulando para futuras
áreas impermeáveis provenientes de telhados, calçadas, que lá possam vir a ter,
com o auxílio do software Storm Water Management Model (SWMM),
desenvolvido pela Agência Ambiental Norte Americana (EPA). A seguir, será
simulada a implantação de reservatórios de detenção distribuída nas
residências, para contribuição da amortização das vazões de pico e alivio no
sistema de drenagem pluvial dos loteamentos e, aproximar o hidrograma da
bacia hidrográfica ao seu ciclo natural.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivos Gerais
Simular a implantação de reservatórios de detenção nas residências do
loteamento e avaliar o impacto de vazões de pico.
1.1.2 Objetivos Específicos
• Caracterizar as áreas de estudo com coleta de dados através do
Plano Diretor Urbano e dados hidrológicos do município de Pato
Branco;
• Projetar os reservatórios de detenção distribuída;
• Proceder às simulações no software SWMM com os cenários de
uso e ocupação do solo;
• Avaliar dados e impactos na micro bacia hidrológica e no sistema
de drenagem pluvial;
8
1.2 JUSTIFICATIVA
A urbanização e a impermeabilização do solo trouxeram consigo
algumas consequências, tais como a alteração do uso e ocupação do solo e do
ciclo hidrológico, consequentemente aumentando o volume de escoamento
superficial e as enchentes, além de diminuir a infiltração de água no solo, dentre
outras consequências. Isso fez com que houvesse uma busca por soluções
alternativas aos sistemas tradicionais de drenagem urbana. Assim, o sistema de
drenagem pluvial ganhou destaque no planejamento urbano para o adequado
funcionamento das cidades e para a gestão das águas nesse ambiente (TUCCI,
2012).
Com o intuito de promover melhorias de vida populacional e de manter
a área estudada o mais perto dos ciclos naturais, mesmo em função da
impermeabilização do solo, esse trabalho tem como finalidade aproximar o
hidrograma de uma área habitada à de uma área natural. Através da simulação
da implantação de reservatórios de detenção distribuída nas residências, com
isso minimizando os impactos do homem na micro bacia em questão, enfatiza a
relevância deste estudo. Por ser um loteamento novo, e pouco ocupado no
momento, pode-se simular o que ocorrerá quando ele estiver parcialmente e
totalmente ocupado.
O município de Pato branco teve um alto índice de crescimento nos
últimos anos. Com isso, o surgimento e implantação de novos loteamentos foi
grande e a área urbana segue em contínua expansão. A escolha deste tema se
deu pela importância atual da gestão das águas superficiais em áreas urbanas
e, não obstante, a área de estudo foi selecionada considerando a existência de
outros estudos na área, os quais podem subsidiar e corroborar o estudo da
drenagem urbana sustentável.
Em um contexto geral, a viabilidade financeira de implantar reservatórios
de detenção distribuída nas residências é relativamente menor comparando com
outros métodos e soluções, dessa forma, essa solução se torna muito atrativa
aos olhos do poder público, onde obras de drenagem geralmente são caras e
até muitas vezes inviáveis (TUCCI, 2012).
9
2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2.1 ENCHENTES URBANAS
Enchentes são eventos naturais presentes na história desde civilizações
antigas, que impactam diretamente na população e no meio ambiente. Tais
eventos não alteram só a vazão do rio que causa a enchente, mas todo o
conjunto natural e áreas urbanizadas que possam existir próximo às margens de
um corpo hídrico (WOLLMANN, 2013). A partir do momento que as enchentes
atingem áreas urbanizadas, ela passa a ser considerado um evento catastrófico
segundo o CEPED (2011).
As enchentes urbanas ocorrem em função de distintos processos, que podem
ser tratados de forma isolada ou em conjunto, que segundo Tucci (2007) é a
urbanização ou enchentes ribeirinhas. A ocupação indevida e mal planejada do
solo urbano, a falta de Planos Diretores Municipais, limitando os loteamentos e
ocupação desenfreada, e a ocupação por populações de baixa renda sem
realojamento, são alguns fatores que causam a ocupação da área de leito maior,
na qual ira por um processo natural do rio, sofrer as consequências da enchente,
posteriormente atingindo pessoas e moradias nas quais está situada nessa área,
chamada área ribeirinha. Conforme a figura 01 pode-se identificar a área de leito
maior, onde há ocupação ribeirinha que pode ser atingida em eventos de
inundação.
Figura 1 - Leito maior e menor de um rio Fonte: Tucci, 2008.
10
As enchentes devido à urbanização são quando a área permeável é
drasticamente reduzida por conta de áreas de telhado, de pavimentação de ruas
e calçadas, sendo assim, o escoamento superficial tem um aumento significativo.
Essa água que antes infiltrava lentamente, agora escoa toda superficialmente e
tem que ser direcionada a condutos de drenagem pluvial. Esses condutos por
sua vez, devem atender esse escoamento com alta velocidade em pouco tempo
de concentração, mas grande vazão, evitando possíveis alagamentos nas áreas
ocupadas e urbanizadas (TUCCI, 2007).
Conforme a Figura 2 pode-se observar a variação da vazão em função do
tempo em áreas urbanizadas e não urbanizadas. Outro fator que afeta
diretamente o hidrograma de uma bacia é a densidade populacional. Quanto
maior a população, maior os índices de vazão. Verifica-se essa afirmação na
figura 3, onde é apresentada uma modelagem gráfica referente à densidade
populacional, intervalo de tempo e vazão.
Figura 2- Hidrograma Hipotético Fonte: Tucci, 2007.
11
Figura 3- Impactos da Urbanização no Hidrograma Fonte: Motta e Tucci, 1984.
Segundo o estudo de Ferreira e Cunha (1996), demostrou-se os efeitos
da urbanização no Rio Grande (Arroio Fundo), que o crescimento demográfico
não organizado com altos índices de aumento populacional alteram o ciclo
hidrológico natural. A população quadruplicou em apenas uma década e isso fez
com que alterasse o volume das enchentes, o tempo de recorrência de cheias
resultando na defasagem dos sistemas atuantes de drenagem pluvial. A
defasagem dos sistemas de drenagem trouxe consigo enchentes, atingindo a
população e muitos prejuízos. Isso demonstra que houve mudanças no ciclo
hidrológico da bacia do Rio Grande em Jacarepaguá, assim comprovando a
figura 03, e essa mudança deu-se em função do aumento populacional.
Consegue-se visualizar mais facilmente a modificação da infiltração da
água no solo, e do impacto das chuvas na bacia através de um hidrograma
simplificado, comparando as curvas de uma área natural e de seu ciclo de
infiltração e escoamento superficial com uma área urbanizada. A primeira
percepção é de que a vazão de pico, ou vazão máxima, é muito mais elevada, e
em um tempo muito menor, do que em uma área não urbanizada, na qual
demora mais tempo para obter um escoamento superficial, por conta da
infiltração da água no solo até a sua saturação. A vazão máxima em uma área
12
não urbanizada é menor se comparada com uma área impermeabilizada, e é
obtida em um intervalo muito maior de tempo comparada com a vazão de uma
área urbana (TUCCI, 2008).
2.2 ABORDAGEM TRADICIONAL DA DRENAGEM URBANA
Tradicionalmente a drenagem urbana é subdividida em drenagem na
fonte, microdrenagem e macrodrenagem. A drenagem na fonte corresponde à
drenagem dos lotes, estacionamentos e empreendimentos particulares segundo
o Manual de Drenagem Urbana de Porto Alegre (DEP/IPH, 2005). A
microdrenagem já é caracterizada por atender uma rede primária, composto por
ruas, bocas de lobo e galerias de aguas pluviais (TOMAZ, 2013). Já a
macrodrenagem atende grandes áreas, de no mínimo 2 km², dependendo do
tamanho da malha atendida e da bacia hidrográfica (TOMINAGA, 2013).
A abordagem tradicional tem como finalidade coletar a água precipitada
em locais impermeáveis e escoa-la a jusante rapidamente, assim evitando
possíveis alagamentos na área drenada. Mas não leva em consideração áreas
urbanas que se encontram a jusante, e podem sofrer consequências com essa
água. A drenagem tradicional também não leva em conta nenhum princípio do
ciclo natural, preservação do meio ambiente, qualidade de água escoada e do
corpo receptor, nem ocupação do solo, seu princípio é somente o de escoamento
superficial (CANHOLI, 2005).
Observando a evolução de conceitos em drenagem urbana,
sustentabilidade e meio ambiente, antigamente as obras hidráulicas eram todas
voltadas para esgotamento pluvial e o esgotamento sanitário de certo modo era
esquecido provando a ignorância com relação a dejetos domésticos. Com a
aparição da água encanada, surgem também as descargas hídricas e
tecnologias nas quais se desenvolveu a consciência humana de que deveria
haver uma destinação apropriada para resíduos domésticos afim de evitar
doenças, contaminações e manter o bem-estar da população em geral. A partir
desta evolução, surgiram dois sistemas bem distintos e com diferentes
vantagens e desvantagens entre si, o sistema combinado e o sistema separador
absoluto (FERNANDES, 1997).
13
Sistema combinado ou sistema unitário, esse sistema é a junção dos
despejos de esgotamento sanitário com os despejos provenientes de água
pluviais. Tal sistema pressupõe a condução e o tratamento integral desse esgoto
e água pluvial coletados, mas em casos de vazões altas, que a estação de
tratamento não comporte, parte dela será direcionada a extravasores a montante
no corpo hídrico (TSUTYA E BUENO, 2004).
O sistema separador absoluto separa a coleta de águas pluviais, da coleta
do esgoto doméstico em dois sistemas distintos, com destinos diferentes, ao
contrário do sistema combinado. Sua implantação é de forma independente um
do outro, sendo que esse sistema desobriga a implantação de galerias de águas
pluviais em todos os logradouros, diferente do sistema combinado (TSUTYA e
SOBRINHO, 1999). Pode-se perceber claramente a diferença entre os sistemas
verificando a figura 4, na qual exemplifica o sistema combinado e o sistema
separador absoluto, desde sua captação até destino final.
Figura 4 – Sistema Unitário e Sistema Separador Absoluto Fonte: Adaptado de Brombach et al. (2005).
Os primeiros sistemas combinados surgiram segundo Tsutya e Sobrinho
(1999) nos Estados Unidos e na Europa em que sua finalidade era a captação
de águas pluviais. Mas em 1915 Londres autorizou os despejos domésticos a
14
serem lançados na rede, e anos mais tarde, a prática foi amplamente usada. O
sistema combinado foi difundido e instalado em várias capitais pelo mundo.
Alguns locais, tais como no Rio de Janeiro, mais tarde sofreram alterações por
conta das características de funcionalidade do sistema não serem comportados
em determinada região por conta de diversos fatores, desde climáticos até de
infraestrutura.
O sistema combinado é indicado para regiões frias, subtropicais e com
baixos índices de chuvas. Para locais onde há uma incidência alta de chuvas,
esse sistema acaba se tornando muito caro, por conta do tratamento do volume
total de líquido que o sistema acaba gerando. No caso de um sistema separador
absoluto, não tem custos com o tratamento de águas pluviais, somente à
destinação de tal para os corpos receptores. Mas em contrapartida, o sistema
unitário preserva a jusante de rios de poluição que podem vir junto consigo nas
águas pluviais (TSUTYA e SOBRINHO, 1999).
O sistema separador absoluto é um sistema com custos menores, pois é
bem aceito em vias sem pavimentação, e os efluentes para tratamento final nas
Estações de Tratamento são consideravelmente reduzidos, sua tubulação é de
material mais barato, e com diâmetros menores e tem-se uma flexibilidade na
obra (FERNANDES, 1997).
Mas Bernardes e Soares (2004) sobressaltam com relação ao uso do
sistema separador absoluto. Ele exige intensa fiscalização para evitar ligações
clandestinas, pois os efluentes coletados a partir das galerias de águas pluviais
são levados aos corpos receptores mais próximos e não passam por tratamento.
2.2.1 AS DIFERENTES ABORDAGENS SUSTENTÁVEIS
O crescimento urbano desenfreado acarretou diversos danos ao meio
ambiente, tais como poluição do solo e rios, desmatamento e perda da
diversidade de espécies, ocupação de margens e encostas, impermeabilização
do solo, doenças e perdas financeiras para o homem dentre outros fatores,
descrito por Braga (2003).
Comentado por Dias e Antunes (2010), com a evolução dos centros
urbanos pode-se perceber que a drenagem tradicional não está mais sendo
15
efetiva, pois a concentração de água drenada de tal local irá ser despejada a
jusante, atingindo demais áreas e causando mais danos ambientais, tais como:
✓ Elevação da temperatura em função da impermeabilização do solo e
do desmatamento, causando ilhas de calor;
✓ Carreamento de sólidos;
✓ Deterioração da qualidade da água pluvial, consequência da poluição,
e consequentemente dos corpos hídricos receptores;
✓ Contaminação das águas subterrâneas;
Dessa forma surge a necessidade de projetos de drenagem que pensem
sustentavelmente, que atuem em longo prazo, de forma a se aproximar dos
ciclos naturais, minimizando custos futuros, com planejamento, amortecendo
vazões de pico, atenuando as concentrações e protegendo o meio ambiente
(LOURENÇO, 2014).
Segundo Tucci (2007), a drenagem sustentável possui alguns princípios,
que é evitar transferir o problema a jusante, controlar o volume da bacia através
de projeto e não aumentar a vazão de pico natural do local, com controle de
vazões de entrada e saída. Alguns modelos sustentáveis já vêm sendo
empregados em diversas partes do mundo e pode ser visto na figura 5.
Figura 5 – Paisagens Sustentáveis Fonte: Low Impact Development a design manual for urban areas (2010).
16
2.2.2 WSUD (Water Sensitive Urban Design)
A Austrália é um país onde a maioria da população mora em centros
urbanos, e o impacto destes centros urbanos vai muito além do território que eles
ocupam. Tais fatores que agravam estes efeitos são a crescente população, os
recursos naturais em volta das cidades são finitos, as mudanças climáticas com
chuvas variáveis e a seca. Com intuito de ajudar a minimizar esses efeitos, o
governo australiano firmou um acordo para melhoria da gestão das águas
urbanas no país, NWI (National Water Initiative). Assim surge o WSUD (Water
Sensitive Urban Design), uma gestão integrada do ciclo urbano das águas,
envolvendo o abastecimento de água, águas residuárias, águas pluviais e a
proteção ao meio ambiente. O planejamento das cidades por meio do WSUD
retrata uma mudança fundamental na forma como os recursos hídricos são
acertados. Como um método de drenagem urbana sustentável, o WSUD traz
consigo alguns pontos característicos no seu emprego, tais como:
✓ Operar equipamentos eficientes na gestão das águas;
✓ A detenção em vez do seu transporte rápido, fazendo com que se
aproxime do seu hidrograma natural, e evite cheias em pontos a
jusante;
✓ Ao invés do sistema de drenagem tradicional, com condutos, a
proposta é deter as águas para reutilizar ou infiltrar no solo
posteriormente;
✓ Uso de vegetação para infiltração no solo, paisagismo;
✓ Sistemas de tratamento para águas residuais;
✓ Fornecimento destas águas recicladas para reuso;
O WSUD é uma tendência internacional, as práticas tradicionais já estão
dando lado para técnicas sustentáveis, com longo prazo de duração, qualidade
de vida para a população e preservação do meio ambiente. É crescente a cada
dia mais a implantação de técnicas sustentáveis pelo mundo segundo o
Evaluating Options for Water Sensitive Urban Design- a National Guide (2009).
Ainda segundo o National Guide (2009), o WSUD tem como princípio
respeitar o ciclo natural da água, adaptar as cidades ao ciclo hidrológico natural,
e não adaptar o ciclo posteriormente à urbanização, que é o que vem ocorrendo
na abordagem tradicional. Tratamento das águas pluviais em pequenas
17
quantidades, sem o seu manejo e transporte, ocorrendo nas proximidades dos
locais onde ela se depositou, e o seu consumo.
O Water Sensitive Urban Design (WSUD) instiga empregar métodos que
se aproximem do meio natural, evitando as tradicionais sarjetas, canaletas,
bocas de lobo, substituídas por vegetações, paisagismo e áreas permeáveis
para infiltração no solo, podendo ser observado e melhor assimilado conforme o
balanço hídrico comparativo na figura 6. (REZENDE, 2010).
Figura 6 – Balanço Hídrico Comparativo Fonte: Adaptado de Hoban e Wong, (2006).
2.2.3 LID (Low Impact Development)
Desenvolvimento de Baixo Impacto, conhecido mundialmente como LID,
sua técnica é muito semelhante ao WSUD. Com a necessidade de um manejo
sustentável das águas provenientes da drenagem, e da preservação dos corpos
receptores, o LID é implementado no tratamento local das águas pluviais
segundo Souza et al. (2012) listado abaixo.
✓ LID surgiu em meados dos anos 80, com a demanda de projetos
sustentáveis. Seus elementos principais são:
✓ A preservação das áreas de vegetação e mata nativa, criando um
curso de drenagem natural para direcionando a água pluvial,
18
incentivando a infiltração em terras úmidas e com vegetação,
assim oportunizando a recarga de aquíferos;
✓ Levar em conta as características locais, e adaptar os ambientes
urbanos e de drenagem a eles, sem muitas modificações, assim
preservando a bacia e a paisagem local;
✓ Seu manejo deve ser próximo a sua fonte, para não gerar
escoamento desta agua, e uso local;
✓ E essencialmente, manutenção dos locais de infiltração,
prevenção de poluição e educação da população, inserindo-a
num contexto de participação e prevenção e conscientização dos
métodos sustentáveis e seu funcionamento;
Na Figura 7 há um comparativo entre técnicas de engenharia sustentáveis
e tradicionais de drenagem urbana.
Figura 7 – Comparativo entre Drenagem Tradicional e Drenagem Sustentável LID Fonte: Low Impact Development a design manual for urban areas (2010).
A drenagem convencional apenas transfere a poluição para outro local por
meio dos condutos, já a drenagem sustentável, por meio da infiltração natural, e
áreas verdes de paisagismo, metaboliza os poluentes no local, por meio da
filtragem na vegetação, e a infiltração no solo (LOW IMPACT DEVELOPMENT
A DESIGN MANUAL FOR URBAN AREAS, 2010).
Segundo o Low Impact Development Standards Manual (2014), em
ambientes naturais, a maior parte de sua agua é infiltrada ou evapotranspirada,
no entanto, com a impermeabilização do solo, e a falta de vegetação, isso diminui
19
drasticamente. Isso pode causar o aumento da proliferação de bactérias, de
poluentes e nutrientes, erosão, assoreamento e elevação de temperatura local.
LID tem como finalidade preservar a qualidade das águas, manter o meio
ambiente protegido e aproximar o ciclo hidrológico de áreas urbanizadas o mais
próximo possível de áreas naturais. O método do LID é a bioretenção, infiltração,
paisagismo funcional, áreas impermeáveis reduzidas, qualidade da água através
de medidas de controle implementadas no sistema, remoção de poluentes
através de ciclos naturais, proteção de áreas a jusante, dentre outras.
2.2.4 CT (Compensatory Techniques)
Técnicas compensatórias são sistemas de drenagem urbanos
alternativos, e podem assumir diversas formas, ou uma combinação delas, tais
como valas, trincheiras, fossas, pavimentos permeáveis, poços, telhados
armazenadores, bacias, para áreas pequenas ou grandes conforme Brito (2006).
Essas técnicas são classificadas:
✓ Armazenamento na fonte, de pequena área, tais como
residências, e podem fazer uso de valas de infiltração, telhado
verde;
✓ Trincheiras e pavimentos permeáveis, implantados em grandes
áreas com necessidade de pavimento, tais como
estacionamentos e ruas;
✓ Para áreas de drenagem de grande porte são utilizadas bacias de
detenção e retenção;
Essas soluções buscam primeiramente a infiltração e depois a detenção
temporária da água (BRITO, 2006).
2.2.5 SuDS (Sustainable Drainage Systems)
Quando não era mais possível a intervenção nos sistemas de drenagem
tradicionais, por conta de uma infraestrutura inviável ou por custos exacerbados,
surgiu os Sistemas de Drenagem Sustentáveis. Muitas das vezes os custos para
refazer esse tipo de obra são muito elevados, ou é inviável solucionar de maneira
20
tradicional a grande vazão de pico, ou até mesmo a área a jusante está sendo
severamente afetada, resultando em soluções tradicionais ineficientes. As SuDS
controlam na fonte as vazões, assim minimizando o sistema de drenagem
convencional, ou até mesmo em alguns casos, ele sendo totalmente dispensável
(LOURENÇO, 2014).
SuDS surgiu no Reino Unido e ganhou força nos anos 90, segundo Poleto
(2011, apud Silveira 2008), e é muito empregado em países desenvolvidos. Já
em países em desenvolvimento, seu emprego é de forma tardia, por conta da
falta de planejamento e infraestrutura.
O Brasil conta com a maior fatia de água doce do planeta e deveria
consideravelmente levar em conta o princípio de preservação de suas bacias,
mas o cenário nacional com relação a isso é outro. Seria primordial o emprego
de SuDS nos grandes centros urbanos que sofrem com as enchentes nas
épocas de chuvas, para o alivio do sistema de drenagem pluvial, aumento da
infiltração e recarga de aguas subterrâneas, diminuição e contenção do
escoamento superficial e a jusante. Mas o Brasil conta com situações mais
críticas, que acaba tornando o emprego de SuDS dificultoso por conta do grande
crescimento desenfreado, a ocupação de extensas áreas ribeirinhas, enormes
áreas de risco e falta de conscientização ambiental da população em geral
(Poleto, 2011).
Ainda segundo Poleto (2011, apud Silveira 2002), as obras de
infraestrutura de drenagem urbana no Brasil além de seguirem o conceito
higienista, sofrem com falta de manutenção na rede, a maioria das vezes são
mal executadas e planejadas, falta preservação do meio ambiente, baixa
qualidade de vida de alguns grupos populacionais, tais como os ribeirinhos,
lançamento de esgotamento sanitários clandestinos a rede e diversos outros
fatores acabam dificultando ainda mais a implementação de SuDS no cenário
nacional. Mas algumas características pontuais interferem diretamente nessa
implementação:
✓ A falta de integração urbana com o paisagismo, devido as construções
desenfreadas e sem planejamento algum, tornando o cenário uma
selva de pedra;
✓ A contaminação das aguas pluviais por dejetos humanos e lixo;
✓ Falta de manutenção no sistema tradicional;
21
✓ Falta de consciência da população e dos governantes;
A quantidade de água poluída por esses fatores é imensa, e por conta
disso, o Brasil ainda passa longe de se encaixar em modelos como SuDS.
Figura 8 – Sistemas de Drenagem Sustentáveis Fonte: Low Impact Development a design manual for urban areas (2010).
Os SuDS podem ser caracterizados de diversas formas, conforme as já
citadas acima, ou como pavimentos e concretos permeáveis, telhados verdes,
faixas de infiltração com vegetações nativas, trincheiras de infiltração,
reservatórios de detenção e retenção, calhas e poços de infiltração, dentre
outros, que de diversas formas, possuem o mesmo princípio (Poleto, 2011).
2.3 RESERVATÓRIOS DE ARMAZENAMENTO
Os reservatórios são para infiltração e/ou armazenagem temporária das
águas pluviais, para reduzir o volume de escoamento superficial. Podem ser
esvaziados após alguns dias, permanecerem cheios sempre, podem ser a céu
aberto conforme a Figura 9 ou enterradas, conforme a Figura 10, segundo
Baptista et al. (2005).
Quando não há espaço hábil para uma bacia a céu aberto por conta da
densidade populacional e urbanização, ou até mesmo custos elevados, é optado
por bacias enterradas. Construídas em concreto, essas bacias são feitas em
22
nível de subsolo e deve ter um sistema de bombeamento para esvaziar após
chuvas de grande porte (BICHANÇA, 2006).
Reservatórios de detenção são aqueles que se configuram de forma a
somente armazenar a água temporariamente, para aos poucos esvaziar,
conduzindo à água a jusante. Quando o reservatório não está sendo usado,
permanece seco e pode ser utilizado como áreas de recreação utilizadas pela
população conforme a figura 9. Esses reservatórios podem ser infiltrantes
também, ou impermeáveis dependendo da contaminação da água presente na
área (NAKAZONE, 2005).
Figura 9- Bacia de Detenção a céu aberto Fonte: ABCP (2013).
23
Figura 10- Bacia de Detenção Enterrada Fonte: ABCP (2013).
São nomeadas bacias de retenção, quando somente tem a funcionalidade
de reter a água temporariamente até seu escoamento gradual, e o reservatório
possui uma lamina de água permanente, que é o caso de alguns lagos em
parques, como por exemplo, o lago no Parque Barigui em Curitiba/PR mostrado
na Figura 10. Reservatórios de retenção necessitam de cuidados específicos
com a qualidade da água, e atuam também como áreas infiltrantes. Em geral são
alocados em lugares onde lençóis freáticos são altos, assim possibilitando a
recarga do mesmo (NAKAZONE, 2005).
24
Figura 11 – Lago do parque Barigui em Curitiba/PR Fonte: IMAP Curitiba/PR (2014).
Conforme o IMAP (2014), essa bacia de retenção localizada no Parque
Barigui em Curitiba/PR, ajuda a minimizar temporariamente os impactos á
jusante da bacia. Ela possui um vertedor alocado na saída do parque junto á BR-
277, que elimina de forma gradual e lentamente a água excedente no
reservatório, sempre que necessário.
Mas conforme Bichança (2006), a bacia de retenção também possui
funções qualitativas com relação à água, pois há uma sedimentação de sólidos
presentes na água. Outras vantagens da bacia de retenção são os baixos custos
comparados aos custos de ampliação de sistema de drenagem, rápida
construção, criação de reservas de água, embelezamento estético, área para
realocar animais, por exemplo, patos e capivaras.
Apresentando segundo o Plano Diretor de Drenagem Urbano de Porto
Alegre/RS (2013) um caso de reservatório de detenção ou piscinão. Foi uma das
medidas que foram viabilizadas para conter diversas inundações que a cidade
sofria, por conta da sobrecarga na Bacia do Arroio da Areia. O local de
implantação do reservatório foi a Praça Celso Luft, e essa obra teve início em
meados de 2009 e concluída um ano depois. Na Figura 11, temos uma ilustração
25
do projeto. Uma bacia de detenção do tipo enterrada, com superfície para fins
recreativos da população com quadras de esporte e paisagismo.
Figura 12 – Projeto de Reservatório Enterrado com Quadra Poliesportiva Fonte: Divulgação Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
O material do reservatório foi concreto conforme Figura 12 e sua
capacidade é de 6.000 m³.
Figura 13 – Fase de Obra do Reservatório de Detenção Fonte: Divulgação Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Além de diminuir alagamentos nesta área, a prefeitura disponibilizou uma
área para práticas de esporte e lazer a população, melhorando a qualidade de
vida naquela região, observados na obra finalizada, conforme Figura 13.
26
Figura 14 – Obra finalizada Fonte: Divulgação Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
2.3.1 Detenção Distribuida (Rainwater Harvesting Water)
Os reservatórios de detenção nada mais são, do que mecanismos para
retardar e amortizar os picos de escoamento superficial a jusante (NAKAZONE,
2005 apud TUCCI, 1997).
Segundo o Rainwater Harvesting Best Practices Guidebook (2012), os
primeiros sistemas dataram na década de 1920, e ter um reservatório de
detenção distribuída requer responsabilidade e manutenção.
O enchimento dos reservatórios de detenção é temporário, pois, não é
reservatório de acumulação, e o mesmo deve ser mantido vazio. É possível
aplicar o conceito de detenção distribuída utilizando diversos dispositivos,
como: valas de infiltração, trincheiras de infiltração, pavimentos permeáveis,
telhados armazenadores, bacias de infiltração, entre outros. De acordo com o
objetivo do projeto é possível selecionar o dispositivo a ser utilizado
(VILLABONA,2013).
Esses reservatórios de detenção segundo NAKAZONE, 2005 apud
O’LOUGHLIN et al. (1995), TUCCI (2006) e BAPTISTA et al. (2011), podem
acarretar benefícios listados a seguir:
27
✓ Promover uma aproximação do ciclo hidrológico natural;
✓ Evitar enchentes;
✓ Promover reuso;
✓ Aumentar as probabilidades de recarga de águas subterrâneas
por meio de infiltração gradual;
✓ Controlar vazões a jusante;
✓ Qualidade da água controlada, diminuindo poluentes
provenientes do escoamento superficial em áreas urbanas;
✓ Diminuir o tempo de escoamento superficial;
Mas esse sistema também conta com algumas desvantagens, comparado
a outros sistemas sustentáveis de drenagem. Segundo Nakazone (2005), o
visual paisagístico é simplista, a armazenagem pode ainda causar impactos a
jusante, pois a água pluvial ainda assim irá escoar, mesmo que em lenta
descarga, o sistema tradicional deverá existir em escalas de dimensionamento
normal, não é a solução sustentável mais econômica, depende muito da criação
de políticas públicas para a sua implantação dependendo de um planejamento
de uso e ocupação e conscientização populacional para sua implantação.
Um estudo comprovou a redução da vazão de pico de 10% a 20% em
uma área residencial, com a instalação dos reservatórios de detenção
distribuída. A área contava com 2,69 hectares e 140 cisternas com capacidade
de armazenagem de 0,5 m³ (SOARES et al. 1998).
Os reservatórios de detenção devem ser mantidos secos. O enchimento
é temporário e o reservatório não é de acumulação.
2.3.2 Com Aproveitamento na Edificação
A água é um recurso finito e que foi usado de forma desenfreada e
desnecessária ao longo dos anos, sem preservação a poluição alguma. A
escassez desse recurso em vários lugares no planeta trouxe consigo um alerta
mundial para sua preservação e uso consciente (SILVEIRA, 2008).
O armazenamento de aguas pluviais para o reuso na própria fonte é
característica de diversos sistemas de drenagem pluvial sustentáveis já
comentados acima. Além de amortizar as vazões de pico nos eventos chuvosos,
28
seu reuso faz com quem as vazões a jusante proveniente destas fontes sejam
reduzidas ou até mesmo zeradas.
Figura 15 – Uso da Água em Residências para fins não potáveis Fonte: PROSAB, 2009.
Figura 16 – Exemplo de aproveitamento de águas pluviais com reuso Fonte: Carvalho Jr (2009).
O reuso de aguas pluviais em residências diminui a demanda de agua
potável, e seu emprego em fins que não são necessários potabilidade, tais como
pontos hidráulicos de vasos sanitários que utilizam até 21% do uso total de agua
em uma residência, segundo o Programa de Pesquisa em Saneamento Básico
29
(PROSAB, 2009), torneiras de jardim para irrigação, lavagem de automóveis,
dentre outros empregos, poupando o uso de agua potável.
2.3.3 Sem Aproveitamento na Edificação
Com finalidade única e exclusiva de amortizar as vazões de pico e de
reestabelecer a capacidade de amortecimento de vazão perdida pela
impermeabilização do solo, sem o uso na edificação. Tem como principal função
armazenar as contribuições na fonte, tais como telhados e de áreas
impermeabilizadas de calçada, diminuindo a vazão na microdrenagem pluvial do
loteamento, e reduzindo o impacto na bacia a jusante (TUCCI et al. 1998).
Não prevê nenhum tipo de tratamento, filtro, ou tubulação para reuso em
edificações, somente uma contribuição para o sistema de drenagem.
2.3.4 CN
O índice que representa a combinação empírica do grupo do solo,
cobertura do solo e condições de umidade antecedente do solo, é o CN. Ou seja,
o número da curva de Runoff do escoamento superficial (MCCUEN, 1998).
Existem tanto para bacias rurais como para bacias urbanas tabelas do
número do CN da curva de Runoff. Os valores de CN podem ser corrigidos em
situação de solo muito seco ou após ter ocorrido uma chuva intensa (TOMAZ,
2013). As tabelas 4 e 5 a seguir apresentam os valores do número CN para
bacias rurais, urbanas e suburbanas, respectivamente.
30
Tabela 1– Valores dos Números CN da Curva de Runoff para Bacias Rurais
Uso do solo Superfície do solo
Grupo do Solo
A B C D
Solo lavrado Com sulcos retilíneos 77 86 91 94 Em fileiras retas 70 80 87 90
Plantações regulares
Em curvas de nível 67 77 83 87
Terraceado em nível 64 76 84 88
Em fileiras retas 64 76 84 88
Plantações de cereais
Em curvas de nível 62 74 82 85
Terraceado em nível 60 71 79 82
Em fileiras retas 62 75 83 87
Plantaçõe de legumes ou cultivados
Em curvas de nível 60 72 81 84
Terraceado em nível 57 70 78 89
Pobres 68 79 86 89
Normais 49 69 79 94
Boas 39 61 74 80
Pastagens
Pobres, em curvas de nível 47 67 81 88
Normais, em curvas de nível 25 59 75 83
Boas, em curva de nível 6 35 70 79
Campos permanentes
Normais 30 58 71 78
Esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83
Normais 36 60 73 79
Densas, de alta transpiração 25 55 70 77
Chácaras Estradas de terra
Normais 56 75 86 91
Más 72 82 87 89
De superfície dura 74 84 90 92
Florestas
Muito esparsas, baixa transpiração 56 75 86 91
Esparsas 46 68 78 84
Densas, alta transpiração 26 52 62 69
Normais 36 60 70 76
Fonte: (Tucci et al, 1993).
31
Tabela 2– Valores de CN para Bacias Urbanas e Suburbanas
Utilização ou cobertura do solo Grupo de solos
A B C D
Zonas cultivadas: sem conservação do solo 72 81 88 91
com conservação do solo 62 71 78 81
Pastagens ou terrenos em más condições 68 79 86 89
Baldios em boas condições 39 61 74 80
Prado em boas condições 30 58 71 78
Bosques ou zonas com cobertura ruim 45 66 77 83
Florestas: cobertura boa 25 55 70 77
Espaços abertos, relvados, parques, campos de golfe, cemitérios, boas condições
Com relva em mais de 75% da área 39 61 74 80
Com relva de 50% a 75% da área 49 69 79 84
Zonas comerciais e de escritórios 89 92 94 95
Zonas industriais 81 88 91 93
Zonas residenciais
Lotes de (m2) % média impermeável
<500 65 77 85 90 92
1000 38 61 75 83 87
1300 30 57 72 81 86
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84
Parques de estacionamentos, telhados, viadutos, etc. 98 98 98 98
Arruamentos e estradas
Asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98
Paralelepípedos 76 85 89 91
Terra 72 82 87 89
Fonte: (Tucci et al, 1993).
2.4 EPA SWMM
O Storm Water Management Model- SWMM (Modelo de gestão de
drenagem urbana da EPA), é um modelo dinâmico chuva-vazão que simula a
quantidade e a qualidade do escoamento superficial, principalmente em áreas
urbanas. Pode ser utilizado para a simulação de um único evento chuvoso, bem
como para uma simulação contínua de longo prazo. O componente relativo ao
escoamento superficial opera com um conjunto de sub-bacias hidrográficas que
32
recebem precipitações e geram escoamentos e cargas poluidoras. (ROSSMAN,
2012).
Ainda segundo Rossman (2012), o SWMM acompanha a evolução da
quantidade e da qualidade do escoamento dentro de cada sub-bacia, assim
como a altura de escoamento, a vazão e a qualidade da água em cada canal e
tubulação, durante um período de simulação composta por múltiplos intervalos
de tempo.
Através do conjunto versátil de ferramentas do SWMM, é possível
manipular redes de tamanho ilimitado, utilizar diferentes geometrias para os
condutos, tanto abertos quanto fechados, assim como para os canais naturais.
As principais aplicações do programa são em:
✓ Concepção e dimensionamento de componentes da rede de
drenagem para controle de inundações;
✓ Dimensionamento de estruturas de retenção e acessórios para o
controle de inundações e a proteção da qualidade das águas;
✓ Delimitar zonas de inundação em leitos naturais;
✓ Conceber estratégias de controle para minimizar o
transbordamento de sistemas unitários e mistos.
O modelo SWMM realiza as simulações de geração de escoamento e
propagação em redes de drenagem através de dois modelos computacionais:
Runoff e Extrain. Para a realização desta pesquisa, utilizou-se o modelo Runoff.
O módulo Runoff atua de forma simplificada, pode ser utilizado em
simulações de eventos contínuos ou simplificados. É embasado em dados de
precipitação ou neve, simula infiltrações em áreas permeáveis, detenção em
superfícies, degelo, entre outras simulações.do formato quali-quantitativo do
escoamento gerado em áreas urbanas e, sua respectiva propagação na
superfície (GARCIA & PAIVA, 2006).
Segundo Collodel (2009), o módulo Runoff, responsável pela geração de
escoamento superficial, atua sobre as sub bacias, admitindo, que elas se
comportem como reservatórios não lineares. Na figura 20 é representado um
reservatório não-linear, que pode ser definido a partir da equação de Manning
combinada com a equação da continuidade, que são apresentadas,
respectivamente, nas Equações 1 e 2.
33
Figura 17 – Representação do reservatório não-linear Fonte: Collodel (2009).
𝑸 =𝑾
𝑵(𝑰,𝑷).
[𝑫−𝑫(𝑰,𝑷)]𝟓𝟑
𝟏. 𝑺𝟏/𝟐 Equação 1
na qual:
Q= vazão (m³/s);
W= largura da sub-bacia (m);
𝑁(𝐼,𝑃)= coeficiente de rugosidade de Manning para I (superfícies
impermeáveis) e P (superfícies permeáveis) (m);
S= declividade da sub-bacia (m/m);
D= altura da água (m);
𝐷(𝐼,𝑃)= profundidade do armazenamento em depressão para I
(superfícies impermeáveis) e P (superfícies permeáveis) (m);
𝒅𝑽
𝒅𝑻=
𝑨𝒅𝑫
𝒅𝑻= 𝑨. 𝒊∗(−𝑸) Equação 2
na qual:
V= a.d = volume de água sobre a subárea (m³);
t= tempo (s);
A= área da sub-bacia (m²);
i*= chuva efetiva (m/s).
34
Os dois módulos computacionais supracitados são interligados através
das vazões obtidas para as sub-bacias, referentes ao escoamento superficial.
São inseridos como contribuição aos nós (COLLODEL, 2009).
35
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O presente estudo foi realizado na cidade de Pato Branco/PR cuja
localização (Figura 17), no loteamento Araucária, situado no bairro Gralha Azul
(Figura 18). A cidade é situada no sudoeste do estado do Paraná e segundo
dados coletados no Instituto Brasileiro Geografia e Estatísticas (IBGE), conta
com uma população de 80.710 habitantes. Possui uma área de 537,8 km² e a
densidade demográfica é de 134,25 hab/km².
Figura 18– Mapa de Localização de Pato Branco Fonte: Tabalipa e Fiori (2008).
36
Figura 19 – Mapa de Localização de Loteamento em Estudo Fonte: Autoria Própria (2017).
Os dados de entrada do software EPA SWMM foram extraídos de um
projeto já elaborado de drenagem pluvial urbana (LODI, 2016), as dimensões
das bocas de lobos e tubulações, cotas terreno e profundidade dos poços de
visita, extensões, dentre outras (Figura 19).
O loteamento em estudo encontra-se desabitado por se tratar de um
empreendimento novo, contando apenas com a pavimentação asfáltica nas ruas,
e ampla área infiltrante. Dessa forma, pode-se estudar o comportamento atual
do hidrograma na área, e como passará a se comportar conforme os lotes
venham sendo ocupados, e parcialmente impermeabilizados. A partir disto,
pode- se implementar a proposta de armazenamento na fonte, que será os
reservatórios de detenção distribuída, e fazer o comparativo entre os dados,
analisando qual é a contribuição desse sistema para a bacia da região e para o
sistema de drenagem pluvial local.
37
Figura 20 – Planta do Projeto de Drenagem do de Loteamento em Estudo em Pato Branco-PR
Fonte: Lodi (2016).
Como a área de estudo foi delimitada nos quarteirões 2063 e 2064, as
informações pertinentes foram selecionadas, e podem ser visualizadas na
Tabela 1.
38
Tabela 3 – Dados Extraídos do Projeto de Drenagem Pluvial
Cota a montante (m) Cota a Jusante (m)
trecho extensão
(m) TERREN
O TUBO BL TERRENO TUBO BL
BL40 - BL39 8,00 29,50 24,40 1,10 29,40 15,77 1,10
BL42 - BL41
8,00 19,00 17,05 1,10 18,90 15,77 1,10
BL39 - BL 41 44,00 29,40 28,30 1,10 18,90 17,80 1,10
BL41 - BL43 44,50 18,90 17,80 1,10 12,00 10,90 1,10
BL44 - BL43 8,00 12,30 11,20 1,10 12,00 7,25 1,10
trecho declividade
(m/m) área (ha) intensidade (mm/min)
vazão (m3/s)
ɸ Calculado
(m)
ɸ adotado
(m) Velocidade
(m/s)
BL40 - BL39 1,0788 0,16 2,47 0,28 0,18 0,40 17,22
BL42 - BL41 0,1600 0,16 2,47 0,27 0,26 0,40 6,63
BL39 - BL 41 0,2386 0,16 2,47 0,28 0,25 0,40 8,10
BL41 - BL43 0,1551 0,16 2,47 0,28 0,27 0,60 8,55
BL44 - BL43 0,4938 0,16 2,47 0,28 0,21 0,60 15,27
Fonte: Lodi (2016).
3.2 MODELAGEM DA MICRO DRENAGEM URBANA
A metodologia deste trabalho tem como intuito avaliar os cenários
hidrológicos resultantes de um controle de drenagem pluvial na fonte através de
reservatórios de detenção distribuída, utilizando uma modelagem matemática do
contexto. Quais os efeitos da detenção distribuída na bacia em cenários de
pouca e total ocupação dos loteamentos propostos.
Para tal modelagem matemática, os dados necessários para
implementação do modelo no software de trabalho proposto serão:
✓ Dados de chuva do município de Pato Branco e da bacia em
estudo, denominada séries temporais de chuva obtidas através
do pluviômetro;
✓ Plantas e mapas das disposições dos lotes do empreendimento;
✓ Rede de galerias de drenagem pluvial do loteamento;
39
✓ Estimativa de uso e ocupação em função do tempo;
✓ Dados da detenção distribuída das bacias;
✓ Dimensionamento dos Reservatórios com base na NBR
15.527/2007 – Água de chuva – Aproveitamento de coberturas
em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos.
3.3 ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS E DADOS DE ENTRADA
A elaboração dos cenários neste presente trabalho dará pela simulação
da ocupação do loteamento em questão, tendo como base a ocupação já
existente nos arredores e os tipos de edificações na vizinhança. A perspectiva
de crescimento do loteamento será para quando o loteamento se encontrar sem
nenhuma ocupação e total ocupação, e um comparativo entre ambas as
situações.
A taxa de ocupação dos lotes será obtida através da taxa de
permeabilidade do solo obtida através do Plano Diretor Urbano do município de
Pato Branco para o bairro Gralha Azul, assim distinguindo qual será a área
impermeável máxima e qual será a área infiltrante média do local em estudo.
O cenário no qual ainda não haverá edificações presentes no loteamento
irá simular como os lotes irão contribuir com a capacidade de 100% de área
infiltrante, sendo que apenas as áreas de passeio e ruas irão contribuir para o
sistema de drenagem pluvial, e quando o solo for totalmente saturado. Assim
tem-se o primeiro parâmetro comparativo para os demais casos que são a
urbanização gradual do loteamento.
O cenário com projeção de 10 anos será para quando todos os lotes já
estiverem com edificações construídas e contando com uma área de total
urbanização. Esse cenário é o mais crítico para o sistema de drenagem pluvial,
pois conta com uma área impermeável muito superior do que nos demais casos.
Os cenários de urbanização contarão com uma série temporal de chuva
de grande intensidade e longa duração, assim podendo avaliar o impacto que
essa chuva causará nos primeiros instantes e ao longo de sua duração, e os
40
efeitos que causará tanto no sistema de drenagem pluvial, quanto no sistema de
detenção distribuída proposto.
Os dados da série temporal de chuva foram coletados do site do Centro
Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEM) e o
pluviômetro será o da estação Alvorada número 411850102A.
Coletando os dados do pluviômetro, e tendo elaborado os cenários de
uso e ocupação do solo, foi feita a implantação do sistema de detenção
distribuída, e avaliar os resultados e impactos gerados no sistema de drenagem
pluvial em determinada parte da drenagem do loteamento, definido por um
quarteirão, e uma galeria principal. A diretriz da impermeabilização do solo será
o CN, e a sua variação dirá a área infiltrante do terreno, conforme a ocupação.
Esses impactos poderão avaliar se o sistema contribui de forma
significativa ou não para o sistema, como ele se comporta no evento chuvoso e
se o sistema será eficiente.
O CN adotado para o primeiro cenário será CN=77 (DINGMAN, 2015).
O CN para um cenário de urbanização do loteamento será Zonas Residenciais
com área de lotes inferior a 500m² cm CN=92, no grupo de solos classificação D
segundo o estudo aplicado de Balena et al (2009), sendo o solo predominante
do município.
A Figura 21 demonstra um fluxograma simplificado da aplicação das
simulações e dados básicos aplicados para melhor entendimento.
Figura 21 – Fluxograma das Simulações
Fonte: Autoria Própria (2017).
41
3.3.1 Séries Temporais
Com base no local do estudo, foram coletados os dados de duas séries
de chuva, ocorridas na cidade de Pato Branco-PR. Uma contendo os dados de
uma chuva de curta duração e alta intensidade, ocorrida em 14/03/2015
denominada Série Temporal 01 (Figura 22), a outra, contendo os dados de uma
chuva de longa duração e, baixa intensidade, ocorrida em 09/10/2017,
denominada Série Temporal 02 (Figura 23). Conforme os dados, é possível
analisar e avaliar os aspectos das duas situações.
Figura 22 - Hietograma da Série Temporal de Chuva com Alta Intensidade e Curta
Duração 01 Fonte: CEMADEN (2015).
Figura 23 – Hietograma da Série Temporal de Chuva com Baixa Intensidade e Longa
Duração 02 Fonte: CEMADEN (2017).
0
5
10
15
20
25
30
21:00 21:10 21:20 21:30 21:40 21:50 22:00 22:10 22:20
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Tempo Transcorrido (horas)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
03
:40
04
:10
04
:40
05
:10
05
:40
06
:10
06
:40
07
:10
07
:40
08
:10
08
:40
09
:20
09
:50
10
:20
10
:50
11
:20
11
:50
12
:20
12
:50
13
:30
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Tempo Transcorrido (horas)
42
3.3.2 Dimensionamento dos Reservatórios de Detenção Distribuída e dos
Orifícios
A área média de telhados ficou em torno de 70 m² por residência, podendo
algumas residências ocuparem uma área menor, e outras uma área maior.
Conforme dados coletados do endereço eletrônico da Prefeitura Municipal de
Pato Branco demonstrado na Tabela 6, o coeficiente de permeabilidade para
residências no bairro Gralha Azul é de 0,5, e área mínima dos lotes é de 360m².
A área dos lotes é de 396 m², (12m de testada e 33m de comprimento), a área
de ocupação máxima é de 198 m² para residências de 1 pavimento. Por conta
dessa variação, foi adotado a pior situação de ocupação do lote, no qual é
ocupada toda a área disponibilizada no Plano Diretor do município, que é 50%
da área total do lote. Logo nossa área de telhado será de 198m² de contribuição
para o sistema de galerias pluviais e o sistema de detenção distribuída.
Tabela 4 - Coeficiente de Aproveitamento Máximo dos Lotes
Fonte: Prefeitura Municipal de Pato Branco (2017).
A precipitação média anual de Pato Branco segundo Tabalipa e Fiori
(2008) é de 2109,79 mm/ano, e o mês de outubro é o mês mais chuvoso do ano
e agosto o menos chuvoso.
Tendo os dados de área de telhado, precipitação média, pode-se então
iniciar o dimensionamento dos reservatórios pelo método adotado Prático Inglês
43
demonstrada na Equação 3. Será adotada a metodologia usada por Soccol et al
(2008), onde foi elaborado um comparativo entre os métodos práticos de
dimensionamento de reservatórios para fins não potáveis da NBR 15.527, mas
observou-se que pode ser adotado um coeficiente de aproveitamento do método
de 70% a 85% para não super dimensionar o reservatório. A Figura 24 é uma
ilustração esquemática das bacias de detenção distribuída.
𝑉 = 0,05 . 𝑃 . 𝐴 . 0,7 Equação 3 Na qual:
V= volume total do reservatório (L)
P = precipitação média anual (mm)
A = área impermeável (m²)
𝑉 = 0,05 . 2109,79 . 198 . 0,7
𝑉 = 14.620,84 𝐿
Figura 24 – Esquema demonstrativo das bacias de detenção distribuída
Fonte: Autoria Própria (2017)
Esse é o volume de um reservatório para apenas um dos lotes. O
loteamento foi subdividido em sub-bacias, das quais cada sub-bacia abrange
quatro lotes. Logo, cada sub-bacia necessitará de um reservatório que abranja
um volume de 58,48 m³.
Para simular a situação de pré urbanização, cada bacia de detenção irá
contar com um orifício de saída. A bacia de detenção irá reter a água que
44
supostamente iria infiltrar no solo em condições anteriores, e será despejada
gradativa e lentamente no sistema de galerias pluviais, assim evitando um pico
de escoamento superficial, que a impermeabilização do solo traz consigo. Dessa
forma, esse orifício de saída será calculado com base na vazão de saída de cada
sub-bacia, para a chuva de alta intensidade na qual é 1,16 L/s.
A Equação 4 é para o cálculo de pequenos orifícios afogados de parede
fina e Equação 5 é a correção para o coeficiente de descarga.
𝑄 = 𝐶𝑑′. 𝐴. √2𝑔ℎ Equação 4
Onde:
𝐶𝑑′ = 𝐶𝑑 (1 + 0,13𝑘) Equação 5 Na qual:
Q= vazão em m³/s
Cd’= coeficiente de descarga corrigido
A= área em m²
g= gravidade m/s²
h= carga hidráulica em m
k= coeficiente de correção adotado igual 0,25 para orifícios circulares
junto a uma parede lateral ou fundo do reservatório.
Calculando o Cd´ corrigido:
𝐶𝑑 = 0,62
𝐶𝑑´ = 0,62 (1 + 0,13 . 0,25)
𝐶𝑑´ = 0,64
Calculando a área do pequeno orifício:
1,16
1000= 0,64. 𝐴. √2.9,81.1,5
𝐴 = 0,00033 𝑚²
𝐴 = 𝜋. 𝐷²
4
0,00033 = 𝜋. 𝐷²
4
𝐷 = 0,02 𝑚 = 20 𝑚𝑚
Já para a chuva de longa duração e baixa intensidade, a vazão de saída
de cada sub-bacia é de 0,30 L/s, assim, mudando o diâmetro do orifício de saída.
Calculando a área do pequeno orifício:
45
0,30
1000= 0,64. 𝐴. √2.9,81.1,5
𝐴 = 0,000086 𝑚²
𝐴 = 𝜋. 𝐷²
4
0,000086 = 𝜋. 𝐷²
4
𝐷 = 0,01 𝑚 = 10 𝑚𝑚
46
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 ANÁLISE DOS CENÁRIOS
Selecionada área de estudo, foi composta por dois quarteirões com
presença de 24 lotes. Esses lotes foram subdividos em 6 sub-bacias com áreas
de 0,16 hectares cada, abrangendo 4 lotes cada sub-bacia, podendo observar a
inserção das sub-bacias no software EPA SWMM (Figura 25).
Figura 25- Interface da Área de Trabalho Fonte: Autoria Própria (2017).
Esses cenários irão contemplar o caso no qual não há urbanização ainda
na área de estudo. Denominadas BL40, BL39, BL41, BL42, BL43, BL44, são as
bocas de lobo que atendem as sub-bacias e EXU1 é o exutório desse recorte de
trecho da microdrenagem.
4.1.1 Cenário 01 com Série Temporal 01
Conforme citado na metodologia, o Cenário 01 utilizou a série de chuva
01, com curta duração e alta intensidade. Em um cenário não urbanizado,
47
levando em conta apenas áreas impermeáveis de passeio, totalizando 10% de
área impermeável e CN=77, justificando seu uso por terrenos baldios. Essa
chuva tem data de 14 de março de 2015, a qual foi selecionada pelo fato de ser
uma chuva expressiva em comparação com vários outros meses analisados em
diversos outros anos. Teve início às 21:00 horas, com medições a cada 10
minutos, e término as 22:20, sendo seu pico as 21:10 com 25,10mm e uma
precipitação total de 62,10mm.
Analisando os resultados provenientes da simulação no software EPA
SWMM, foi obtida a precipitação total e a infiltrada na área das sub-bacias. A
precipitação total em cada sub-bacia foi de 10,353 mm, a precipitação infiltrada
foi de 8,199 mm e houve um escoamento superficial de 1,841 mm e um
armazenamento superficial final de 0,331, que ficam armazenadas em folhas ou
em possíveis empoçamentos. Não foi considerados dados de evaporação, a
quantidade de dias sem chuva foi fixada em 7. Demonstrado na Tabela 7 o
comportamento da precipitação nas sub-bacias e o coeficiente de Runoff, que é
o quociente entre a água que escoa superficialmente pelo total da água
precipitada.
Tabela 5 – Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia
Fonte: Autoria Própria (2017).
Na Tabela 8 ilustra os resultados obtidos em cada nó (ver Figura 23), que
simboliza cada boca de lobo. Por conta da grande área de infiltração, a lâmina
de água se manteve pequena, e não houve instabilidades ou inundações em
nenhuma das bocas de lobo.
48
Tabela 6 – Síntese da Profundidade de Água nos Nós
Fonte: Autoria Própria (2017).
Como forma de observar o comportamento em cada boca de lobo, foi feito
um comparativo entre elas em formato de gráfico, conforme Figura 25, e seus
respectivos dados demonstrados na Tabela do Apêndice 1, assim podendo
visualizar a vazão em cada boca de lobo e a lâmina de água, e qual boca de lobo
foi a mais solicitada.
Figura 26 – Afluência Total nas Bocas de Lobo
Fonte: Autoria Própria (2017).
Assim, obteve-se o hidrograma final dessa primeira simulação (Figura 26),
e os respectivos dados na Tabela do Apêndice 2. O hidrograma final contempla
as vazões que ocorrem no exutório, teve seu pico em 20 minutos com vazão de
6,93 L/s.
49
Figura 27 – Hidrograma Final para Cenário 01 com Série Temporal 01 Fonte: Autoria Própria (2017).
O perfil da tubulação demonstrado na Figura 27 é o trecho entre BL43 e
o EXU1, onde o diâmetro calculado em projeto é 600 mm, e tem sua lâmina de
água máxima a vinte minutos após início da precipitação.
Outro ponto a ser ressaltado, é que na presente modelagem não foram
consideradas outras contribuições vindas de outros trechos da microdrenagem
do loteamento. Isso justifica o elevado diâmetro do trecho do exutório, e as
pequenas lâminas d’água.
50
Figura 28 – Perfil Longitudinal da Tubulação do Exutório Fonte: Autoria Própria (2017).
4.1.2 Cenário 01 com Série Temporal 02
Nessa situação a série temporal adotada foi uma de longa duração, mas
baixa intensidade, com data de 09 de outubro de 2017 com início às 09:40 e
término as 13:30, com um total precipitado de 49,3 mm, conforme demonstrado
na Figura 28. Foram mantidos os dados de infiltração e CN.
A precipitação total em cada sub-bacia foi de 8,14 mm, a precipitação
infiltrada foi de 6,62 mm e houve um escoamento superficial de 1,28mm
conforme Tabela 9. Pode-se notar que nessas situações de pré-urbanização não
se tem um efeito muito significativo no sistema de drenagem de águas pluviais,
por conta das grandes quantidades infiltradas.
Tabela 7 - Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia
Fonte: Autoria Própria (2017).
Como pode ser notado nos dados demonstrados na Tabela 10
proveniente das bocas de lobo, pela ampla área infiltrante, a chuva não teve um
grande impacto nos sistemas de drenagem, mantendo sua vazão baixa.
51
Tabela 8 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós
Fonte: Autoria Própria (2017).
Através da Figura 29, pode-se analisar o comportamento das vazões nas
bocas de lobo, a qual teve seu pico na primeira hora, com uma vazão de 1,78
L/s. Como algumas bocas de lobo tem o mesmo comportamento, seu gráfico foi
o mesmo, que é o caso das BL40, BL42 e BL44, onde todas recebem a mesma
vazão.
Figura 29 - Afluência Total nas Bocas de Lobo
Fonte: Autoria Própria (2017).
O comportamento do hidrograma final para tal série temporal pode ser
visto na Figura 30 e a Tabela do Apêndice 4 traz os dados referentes a tal
hidrograma. Na Figura 31 é exposto o perfil longitudinal entre BL43 e EXU1
quando tem sua lâmina de escoamento máxima cinquenta minutos após início
da precipitação.
52
Figura 30 – Hidrograma Final para Cenário 01 com Série Temporal 02 Fonte: Autoria Própria (2017).
Figura 31 - Perfil Longitudinal da Tubulação do Exutório
Fonte: Autoria Própria (2017).
4.1.3 Cenário 02 com Série Temporal 01
O cenário 02 teve como base um loteamento totalmente urbanizado,
conforme as diretrizes do Plano Diretor, levando em conta uma área
impermeável de 50% do terreno mais área de 10% de passeio, logo a área
impermeável de cada lote foi de 60%. O CN utilizado foi 92, para zonas
53
residenciais com lotes inferiores a 500 m², e a Série Temporal 01 de curta
duração e alta intensidade.
A precipitação total em cada sub-bacia foi de 10,35mm, a precipitação
infiltrada foi de 1,79 mm e houve um escoamento superficial de 8,37mm
conforme Tabela 11. Fazendo um comparativo com Cenário 01 com a Série
Temporal 01, houve um aumento de 6,73mm no escoamento superficial, isso
impacta diretamente no escoamento superficial e na vazão de cada nó.
Tabela 9 - Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia
Fonte: Autoria Própria (2017).
A Tabela 12 traz os dados referentes as bocas de lobo, tais como vazão,
fluxos provenientes de outras bocas de lobo, fluxo provenientes das sub-bacias
e o volume. Já a Figura 32 é o gráfico comparativo das vazões nas bocas de
lobo, demonstrando o aumento significativo da vazão. Seus dados constam na
Tabela do Apêndice 5.
Tabela 10 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós
Fonte: Autoria Própria (2017).
54
Figura 32 - Afluência Total nas Bocas de Lobo
Fonte: Autoria Própria (2017).
Observando os dados obtidos nos dois cenários, com a mesma
precipitação, tem-se o comparativo de como uma área urbanizada pode
modificar o hidrograma final de uma determinada área. A vazão de pico do
hidrograma no cenário 01 foi de aproximadamente 7 L/s, já na área urbanizada
ela cresceu quase sete vezes mais, dando um salto para aproximadamente 45
L/s. Esses dados em grandes quantidades são bem expressivos, e podem afetar
a área a jusante que receberá essas águas de uma forma impactante se não for
bem planejada. Na Figura 33 segue o hidrograma final e na Figura 34 o perfil
longitudinal de escoamento do trecho do exutório em sua lamina máxima no
tempo igual a vinte minutos após início da precipitação.
55
Figura 33 - Hidrograma Final para Cenário 02 com Série Temporal 01
Fonte: Autoria Própria (2017).
Figura 34 - Perfil Longitudinal da Tubulação do Exutório
Fonte: Autoria Própria (2017).
4.1.4 Cenário 02 com Série Temporal 02
A precipitação total em cada sub-bacia foi de 8,14mm, a precipitação
infiltrada foi de 1,60 mm e houve um escoamento superficial de 6,37 mm e um
armazenamento superficial final de 0,249 mm, ao longo do período da chuva,
conforme Tabela 13. Na Tabela 14 segue os dados referentes as bocas de lobo.
56
Tabela 11 - Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia
Fonte: Autoria Própria (2017).
Tabela 12 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós
Fonte: Autoria Própria (2017).
Na Figura 35 segue o comportamento das vazões nas bocas de lobo, e
na Tabela do Apêndice 7 segue os dados referentes a tal gráfico.
Figura 35 - Afluência Total nas Bocas de Lobo
Fonte: Autoria Própria (2017).
Através da análise e do comparativo de ambas as precipitações, e do
comportamento do hidrograma final, poderá ser estimado o impacto do sistema
de detenção distribuída nos dois tipos de precipitações.
Demonstrando na Figura 36 o hidrograma final para tal cenário de uso e
ocupação e na Tabela do Apêndice 8 os dados referentes.
57
Na Figura 37 o perfil longitudinal do escoamento do exutório com lâmina
de água máxima que ocorreu uma hora após início da precipitação.
Figura 36 - Hidrograma Final para Cenário 02 com Série Temporal 02
Fonte: Autoria Própria (2017).
Figura 37- Perfil Longitudinal da Tubulação do Exutório Fonte: Autoria Própria (2017).
58
4.2 INCLUSÃO DAS BACIAS DE DETENÇÃO NOS CENÁRIOS
URBANIZADOS
4.2.1 Série Temporal 01
A presente etapa do trabalho foi dada pela inclusão dos reservatórios de
detenção distribuída no software, já pré dimensionados na metodologia, que tem
como intuito amenizar o pico do hidrograma do cenário 02, e trazendo ele para
mais próximo do hidrograma do cenário 01.
A vazão de saída de cada sub-bacia no cenário de pré urbanização é de
1,16 L/s, já no cenário urbanizado é de 7,42 L/s. O reservatório de detenção
distribuída irá atenuar essa vazão alta retendo a agua precipitada, e irá
aproxima-la da vazão inicial de um cenário natural, onde a área é infiltrante e o
escoamento superficial é pequeno.
Incluídas as bacias de detenção distribuídas em cada área de
abrangência, as sub-bacias, o orifício já dimensionado para uma vazão de 1,16
L/s foi de 20 mm. Visando o comportamento do reservatório, e o seu
escoamento, percebeu-se que com esse diâmetro, houve uma demora muito
grande para o esvaziamento completo do reservatório, e sua vazão se manteve
abaixo do que a vazão de saída da bacia no cenário de pré urbanização. Assim,
justifica-se a alteração do diâmetro do orifício de saída de cada bacia de
detenção para 35 mm, a fins de aproximar a vazão original de 1,16 L/s e otimizar
seu funcionamento.
A Figura 38 demonstra como ficou a vazão na boca de lobo
subsequente de cada bacia de detenção. Isso demonstra que a vazão de saída
foi minimizada de tal forma que manteve a vazão de saída inicial de um cenário
não urbanizado, comprovando a eficácia do sistema.
59
Figura 38 – Afluência na Boca de Lobo após uso da detenção distribuída Fonte: Autoria Própria (2017).
O comportamento das bacias de detenção será muito semelhante uma
da outra, pelas suas características e áreas de abrangência serem iguais,
justificando o porquê da análise e da exposição dos dados de somente uma
delas. A Tabela 15 traz dados referentes a precipitação, total infiltrado e runoff
com reservatórios de detenção distribuída.
Tabela 13 - Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia
Fonte: Autoria Própria (2017).
Pode-se notar que a precipitação permanece a mesma em todos os
cenários, já a infiltração variou conforme a área impermeável. Na Tabela 16 pode
ser observado como ficou a divisão das vazões, e o comportamento das mesmas
nas bocas de lobo, nas bacias de detenção distribuída e nas caixas de
passagem.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
00
:10
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Tabela 14 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós
Fonte: Autoria Própria (2017).
A Figura 39 demonstra a vazão de entrada nas bacias de detenção
distribuída e a Tabela do Apêndice 9 traz os dados referentes a lâmina de água
dentro do reservatório e as vazões em cada tempo.
Figura 39 – Afluência na Bacia de Detenção
Fonte: Autoria Própria (2017).
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O hidrograma referente a simulação com a Série Temporal 01 e as
bacias de detenção distribuída pode ser visto na Figura 40 e os dados referentes
na Tabela do Apêndice 10.
O perfil longitudinal constado na Figura 41 demonstra a lâmina máxima,
que ocorreu aos cinquenta minutos após início da precipitação e se manteve
constante por cinquenta minutos.
Figura 40 – Hidrograma Final Fonte: Autoria Própria (2017).
Figura 41 – Perfil Longitudinal da Tubulação do Exutório
Fonte: Autoria Própria (2017).
62
4.2.2 Série Temporal 02
A vazão de saída de cada sub-bacia utilizando a serie temporal de curta
intensidade, mas longa duração, no período de pré urbanização foi de 0,30 l/s,
já no cenário urbanizado, essa vazão foi de 1,76 L/s. Conforme dimensionado
na metodologia, o orifício de saída para tal situação foi de 10mm, a fim de garantir
a vazão de 0,30 L/s na saída de cada sub-bacia.
Conforme demonstrado na Figura 42, pode-se perceber que a vazão na
boca de lobo subsequente à bacia de detenção foi garantida. Por ser uma chuva
de longa duração, esse fluxo permaneceu continuo por muitas horas, mas
garantiu que o sistema não fosse sobrecarregado, causando um pico de
escoamento superficial, e uma grande vazão a jusante do sistema. Na Tabela 17
segue os dados referentes a precipitação, infiltração e escamento referentes a
tal simulação.
Figura 42 – Vazão na Boca de Lobo após uso da detenção distribuída
Fonte: Autoria Própria (2017).
Tabela 15 - Síntese do Escoamento Superficial por Sub-bacia
Fonte: Autoria Própria (2017).
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Pode-se observar na Tabela 18 o comportamento das vazões nos nós e
a subdivisão das mesmas, e o comportamento da bacia de detenção, vazão e
lâmina de água. Foi criado um nó para receber a vazão proveniente da sub-bacia
e irá transferir para as bacias de detenção distribuída. Cada bacia de detenção
foi munida de orifício e uma caixa de passagem, que despeja nas bocas de lobo.
Os reservatórios foram alocados na área das ruas, mas foi
aleatoriamente, já que isso não interfere nos resultados finais.
Com os dados da Tabela do Apêndice 11 pode-se analisar os resultados
da lâmina de água da bacia, e qual foi sua vazão em determinado horário de
chuva, gerando um hidrograma simples constado na Figura 43. Esse hidrograma
será o mesmo que o referente a entrada de água da boca de lobo que recebeu
somente despejos de uma bacia, como por exemplo a BL40.
Tabela 16 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós
Fonte: Autoria Própria (2017).
64
Figura 43 - Afluência na Bacia de Detenção
Fonte: Autoria Própria (2017).
Na situação de uma chuva de longa duração e baixa intensidade, foi
possível observar que para manter a vazão dentro dos parâmetros de um cenário
não urbanizado, o período de escoamento foi longo. Aumentando o diâmetro do
orifício neste caso, não é possível manter a vazão próxima do original, pois ela
consequentemente aumenta.
Visualizando o hidrograma final presente na Figura 44, com dados na
Tabela do Apêndice 12, foi possível perceber que o escoamento se manteve
constante por muitas horas. Neste caso, se houver uma chuva de alta
intensidade, irá por encher o reservatório, inutilizando o mesmo.
O perfil longitudinal presente na Figura 45 demonstra uma vazão
extremamente baixa, comparada com o diâmetro da tubulação, e constante por
muitas horas.
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Figura 44 – Hidrograma Final Fonte: Autoria Própria (2017).
Figura 45 - Perfil Longitudinal da Tubulação do Exutório
Fonte: Autoria Própria (2017).
Foi efetuada uma simulação utilizando o ofício calculado para a vazão de
saída da Série Temporal 01. Em uma situação real, não haverá dois orifícios
para as bacias de detenção distribuída, sendo assim, imprescindível adotar um
que se adapte aos diversos tipos de precipitações. Esse orifício é o de 35mm, e
foi avaliado o comportamento das bacias e das bocas de lobo em uma chuva de
longa duração e baixa intensidade. Conforme Tabela 19, observa-se dados
66
referentes ao escoamento nos nós aplicando tal diâmetro para a Série Temporal
02.
Tabela 17 - Síntese da Profundidade de Água nos Nós
Fonte: Autoria Própria (2017).
A vazão na boca de lobo para esta situação é apresentada na Figura 46,
e é observado que a vazão de saída não foi mantida. De 0,30 L/s, ela
praticamente dobrou, em função do aumento do diâmetro do orifício de saída e
chegou a zero em aproximadamente 14 horas após. Presente na Figura 47 e na
Tabela do Apêndice 13, o fluxo de entrada nos reservatórios de detenção e
lâmina de água para cada tempo correspondente da simulação.
67
Figura 46 - Vazão na Boca de Lobo com orifício utilizado de 35mm
Fonte: Autoria Própria (2017).
Figura 47 - Afluência na Bacia de Detenção
Fonte: Autoria Própria (2017).
Hidrograma final utilizando o orifício de 35 mm constado na Figura 48 e
dados correspondentes contam na Tabela do Apêndice 14, deixam evidente os
resultados obtidos no exutório para tal situação, e o perfil constando a lâmina de
água na tubulação é visto na Figura 49, a qual se mantem constante até total
esvaziamento das bacias de detenção distribuída.
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Figura 48 – Hidrograma Final para Série Temporal 02 utilizando Orifício de 35mm
Fonte: Autoria Própria (2017).
Figura 49 - Perfil Longitudinal da Tubulação do Exutório
Fonte: Autoria Própria (2017).
69
4.2.3 Comparando Resultados Obtidos
Conforme já demonstrado os resultados obtidos a partir das simulações,
agora será feita uma comparação entre todos os cenários, comprovando ou não
a eficácia do sistema.
A Figura 40 demonstra o comportamento dos cenários com relação a
Série Temporal 01 - alta intensidade, curta duração, nos cenários de pré e pós
urbanização, e pós urbanização com a implantação de um sistema sustentável
de contribuição para a drenagem pluvial do local de estudo. Em um cenário de
pós urbanização, notou-se um hidrograma de pico elevado em curtíssima
duração, enquanto o de pré urbanização teve seu pico em curta duração, mas
muito inferior.
Implantado as medidas de detenção distribuída, foi obtido através de um
orifício de diâmetro superior que o calculado, alcançar valores muito
semelhantes em questão de vazões no exutório do sistema, em um espaço de
tempo maior, já que a água fica detida, e não infiltrada. Isso minimizou
consideravelmente os impactos de vazão no exutório conforme Figura 50. Pode-
se observar que a vazão foi mantida em valores muito semelhantes. Para tal
situação, o diâmetro utilizado foi de 35 mm.
Figura 50 – Hidrograma Final Comparativo dos Impactos na Série Temporal 01
Fonte: Autoria Própria (2017).
70
Para este caso foi notado também que as bacias de detenção, conforme
o dimensionado citado na metodologia, acabou sendo superior do que o
necessário, mesmo utilizando um coeficiente para minoração. Isso ficou evidente
nas lâminas de água, que pelo grande tamanho da bacia, acabaram se
mantendo sempre pequenas e não houve erros de transbordamento em
nenhuma simulação. Isso leva a crer, que o tamanho das bacias de detenção
poderia ser otimizado, para fins econômicos tanto de espaço físico, quanto
financeiro.
Para a Série Temporal 02, longa duração, mas baixa intensidade, para
manter a vazão de saída inicialmente obtida através do Cenário 01, foi
necessário recalcular o orifício. Dessa forma, o orifício para tal situação foi
calculado em 10 mm. Esse diâmetro se mostrou bastante eficiente em manter a
vazão pré-determinada, mas demorou muitas horas para escoar a água detida
nos reservatórios demonstrado na Figura 51. Foram efetuadas simulações
variando os diâmetros nesse caso, e todos ultrapassaram a vazão de saída da
sub-bacia.
Figura 51 - Comparativo Final dos Impactos na Série Temporal 02
Fonte: Autoria Própria (2017).
71
Essa simulação foi realizada para avaliar o comportamento nos diferentes
tipos de precipitação, já que o reservatório irá ter apenas um orifício para todos
os tipos de chuvas. O orifício que melhor se adequou foi o calculado para a Série
Temporal 01, o de 35 mm. Assim, o escoamento para chuvas de longa duração
e curta intensidade, será maior que para um cenário de pré urbanização, mas irá
garantir que o reservatório não encha por completo, assim não inutilizando ele
por algum determinado período de tempo.
Efetuada a simulação para a precipitação de longa duração utilizando o
orifício de 35 mm, observa-se na Figura 52 que a vazão não foi mantida
semelhante à do cenário pré urbanizado, mas otimizou o funcionamento das
bacias. Mas essa vazão ainda foi garantida pelo cenário de pré urbanização com
precipitação intensa.
Figura 52 - Comparativo Final dos Impactos na Série Temporal 02 alterando o diâmetro
do orifício Fonte: Autoria Própria (2017).
Assim fica claro que o orifício de 35 mm obteve resultados satisfatórios
em ambas as simulações, sendo ele o que melhor se adaptou aos cenários e
precipitações escolhidas no presente trabalho.
72
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho foi simular a implantação de reservatórios de
detenção distribuída em lotes, sem reuso de água, em uma determinada área de
um loteamento no município de Pato Branco/PR.
A drenagem urbana atual tem sido tratada de maneira local, sem levar
em conta os impactos causados no meio ambiente e na população, resolvendo
o problema pontual, sem levar em consideração locais e população a jusante.
Dessa forma os sistemas sustentáveis de drenagem pluvial têm sido buscados
e implantados em diversas partes do mundo e se tornando mais comuns.
A simulação nos cenários de pós urbanização geraram hidrogramas, na
qual a diferença em comparação com cenários de pré urbanização, foi
consideravelmente grande, pois foi alcançado o objetivo de diminuir em sete
vezes a vazão, atenuando os altos picos de escoamento superficial. Levando em
consideração que a área estudada foi limitada a apenas dois quarteirões do
loteamento, e pode ser considerada muito pequena em comparação com o
restante do loteamento, pode-se dizer que os sistemas de detenção distribuída
demonstraram claramente nas simulações que é possível amenizar os picos de
escoamento superficial de forma sustentável.
Os reservatórios de detenção distribuída foram dimensionados de
acordo com a NBR 15.527– Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em
áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos, mas no decorrer das
simulações e a apresentação dos dados, foi possível notar que as lâminas de
água dentro dos reservatórios se mantiveram baixa. Logo, ficou evidente que tais
reservatórios ficaram superdimensionados e poderiam ser recalculados, mesmo
tendo sido utilizado um fator de minoração.
A determinação do orifício de saída das bacias de detenção distribuída foi
um fator que contribuiu significativamente para o controle das vazões. Conforme
se variou o diâmetro do orifício, o hidrograma do exutório e das bocas de lobo
subsequentes variavam também. No entanto o orifício determinado de 35 mm,
para uma situação geral de precipitações, se mostrou muito eficiente em manter
a vazão próxima do esperado, que é de aproximadamente 7 l/s e aproximar o
73
hidrograma do cenário de pré urbanização. Esse diâmetro pode ser trocado para
a obtenção de outros dados, e para um escoamento mais rápido.
O presente estudo optou por considerar somente o efeito dos
reservatórios de detenção no escoamento superficial da bacia para delimitação
do tema. Entretanto, os reservatórios poderiam ser utilizados para uso não
potável de água nas edificações, no intuito não somente de atenuar os picos de
escoamento, mas economia de água potável, que acarretam ganhos para a
população de maneira geral.
74
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da Universidade; ABRH, 1997. v. 4.
University of Arkansas Community Design Center. Low Impact Development a
design manual for urban areas. 2010.
VILLABONA, S. E. B. Aplicabilidade de um sistema de detenção distribuída
das águas pluviais na drenagem urbana: Estudo de caso na Colômbia.
Dissertação mestrado. Curitiba. 2013.
XIMENES, E. F. Enchentes e saúde: levantamento das diferentes
abordagens e percepções, Região do Médio Paraíba, RJ. Dissertação
Mestrado. Rio de Janeiro. 2010.
80
WOLLMANN, C.A. Enchentes no Rio Grande do Sul no Século XXI.
Fortaleza/CE. 2014.
81
APÊNDICE I
Tabela Apêndice 1 - Série de chuva de curta duração e alta intensidade ocorrida em 14/03/2015 em Pato Branco/PR denominada Série Temporal 01
Fonte: Cemadem (2015).
Tabela Apêndice 2– Série de chuva de longa duração e baixa intensidade ocorrida em
09/10/2017 em Pato Branco/PR denominada Série Temporal 02
Código Estação Município PR
Nome Estação Latitude Longitude Data/Hora
Valor Medido (mm)
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 03:40 0,2
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 03:50 0
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 04:00 0,39
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 04:10 0,79
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 04:20 4,72
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 04:30 6,7
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 04:40 4,33
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 04:50 0,39
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 05:00 0,4
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 05:10 0,59
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 05:20 1,18
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 05:30 1,57
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 05:40 1,18
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 05:50 2,16
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 06:00 1,37
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 06:10 0,98
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 06:20 1,18
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 06:30 1,38
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 06:40 0,79
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 06:50 0,59
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 07:00 0,39
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 07:10 0,59
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 07:20 0,2
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 07:30 0,79
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 07:40 0,59
Fonte: Cemaden (2017).
82
Tabela Apêndice 2– Série de chuva de longa duração e baixa intensidade ocorrida em 09/10/2017 em Pato Branco/PR (continuação)
Código Estação Município PR
Nome Estação Latitude Longitude Data/Hora
Valor Medido (mm)
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 07:50 0,59
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 08:00 0,39
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 08:10 0,2
PATO BRANCO 411850102ª PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 08:20 0,79
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 08:30 0,2
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 08:40 0,59
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 09:00 0,2
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 09:10 0
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 09:20 0,79
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 09:30 0,39
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 09:40 0,59
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 09:50 0,2
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 10:00 0,2
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 10:10 0,59
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 10:20 0,39
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 10:30 0,42
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 10:40 0,42
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 10:50 0,2
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 11:00 0,39
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 11:10 0,79
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 11:20 0,79
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 11:30 0,39
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 11:40 0,59
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 11:50 0,2
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 12:00 0,59
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 12:10 0,39
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 12:20 0,98
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 12:30 0,98
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 12:40 0,98
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 12:50 0,2
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 13:00 0,79
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 13:10 0,2
PATO BRANCO 411850102A PR Alvorada -52,683 -26,267 09/10/2017 13:30 0,42
Fonte: Cemaden (2017).
83
Tabela Apêndice 3 - Escoamento nas Bocas de Lobo Cenário 01 Série 01
Fonte: Autoria Própria (2017).
Tabela Apêndice 4 – Dados do Hidrograma Final Cenário 01 Série 01
Fonte: Autoria Própria (2017).
84
Tabela Apêndice 5 - Escoamento nas Bocas de Lobo Cenário 01 Série 02
Fonte: Autoria Própria (2017).
85
Tabela Apêndice 6 - Dados do Hidrograma Final Cenário 01 Série 02
Horas Prof.(m) Carga (m) Afl. Total (LPS) Horas Prof. (m) Carga (m) Afl. Total (LPS)
00:10:00 0 11 0 07:00:00 0,01 11,01 0,25
00:20:00 0 11 0 07:10:00 0,01 11,01 0,16
00:30:00 0 11 0,04 07:20:00 0,01 11,01 0,17
00:40:00 0,01 11,01 0,19 07:30:00 0,01 11,01 0,22
00:50:00 0,01 11,01 1,24 07:40:00 0,01 11,01 0,33
01:00:00 0,02 11,02 1,78 07:50:00 0,01 11,01 0,36
01:10:00 0,01 11,01 1,18 08:00:00 0,01 11,01 0,27
01:20:00 0,01 11,01 0,19 08:10:00 0,01 11,01 0,31
01:30:00 0 11 0,13 08:20:00 0,01 11,01 0,23
01:40:00 0,01 11,01 0,17 08:30:00 0,01 11,01 0,3
01:50:00 0,01 11,01 0,33 08:40:00 0,01 11,01 0,27
02:00:00 0,01 11,01 0,45 08:50:00 0,01 11,01 0,42
02:10:00 0,01 11,01 0,37 09:00:00 0,01 11,01 0,46
02:20:00 0,01 11,01 0,64 09:10:00 0,01 11,01 0,48
02:30:00 0,01 11,01 0,47 09:20:00 0,01 11,01 0,29
02:40:00 0,01 11,01 0,38 09:30:00 0,01 11,01 0,41
02:50:00 0,01 11,01 0,43 09:40:00 0,01 11,01 0,29
03:00:00 0,01 11,01 0,5 09:50:00 0,01 11,01 0,21
03:10:00 0,01 11,01 0,37 10:00:00 0,01 11,01 0,28
03:20:00 0,01 11,01 0,32 10:10:00 0,01 11,01 0,2
03:30:00 0,01 11,01 0,26
03:40:00 0,01 11,01 0,3
03:50:00 0,01 11,01 0,22
04:00:00 0,01 11,01 0,34
04:10:00 0,01 11,01 0,32
04:20:00 0,01 11,01 0,31
04:30:00 0,01 11,01 0,27
04:40:00 0,01 11,01 0,21
04:50:00 0,01 11,01 0,34
05:00:00 0,01 11,01 0,23
05:10:00 0,01 11,01 0,3
05:20:00 0,01 11,01 0,18
05:30:00 0,01 11,01 0,18
05:40:00 0,01 11,01 0,14
05:50:00 0,01 11,01 0,31
06:00:00 0,01 11,01 0,25
06:10:00 0,01 11,01 0,29
06:20:00 0,01 11,01 0,21
06:30:00 0,01 11,01 0,19
06:40:00 0,01 11,01 0,28
06:50:00 0,01 11,01 0,25
Fonte: Autoria Própria (2017).
86
Tabela Apêndice 7 - Escoamento nas Bocas de Lobo Cenário 02 Série 01
Fonte: Autoria Própria (2017).
Tabela Apêndice 8 - Dados do Hidrograma Final Cenário 02 Série 01
Fonte: Autoria Própria (2017).
87
Tabela Apêndice 9 - Escoamento nas Bocas de Lobo Cenário 02 Série 02
Fonte: Autoria Própria (2017).
88
Tabela Apêndice 10 - Dados do Hidrograma Final Cenário 02 Série 02
Horas Prof.(m) Carga (m) Afl. Total (LPS) Horas Prof. (m) Carga (m) Afl. Total (LPS)
00:10:00 0 11 0 07:00:00 0,01 11,01 0,96
00:20:00 0 11 0,01 07:10:00 0,01 11,01 0,61
00:30:00 0 11 0,09 07:20:00 0,01 11,01 0,55
00:40:00 0,01 11,01 0,58 07:30:00 0,01 11,01 0,69
00:50:00 0,03 11,03 5,72 07:40:00 0,01 11,01 1,17
01:00:00 0,04 11,04 10,43 07:50:00 0,01 11,01 1,48
01:10:00 0,03 11,03 8,21 08:00:00 0,01 11,01 1,21
01:20:00 0,02 11,02 2,94 08:10:00 0,01 11,01 1,27
01:30:00 0,02 11,02 1,72 08:20:00 0,01 11,01 0,94
01:40:00 0,01 11,01 1,5 08:30:00 0,01 11,01 1,12
01:50:00 0,02 11,02 2,04 08:40:00 0,01 11,01 1,05
02:00:00 0,02 11,02 2,79 08:50:00 0,02 11,02 1,62
02:10:00 0,02 11,02 2,62 09:00:00 0,02 11,02 1,95
02:20:00 0,02 11,02 3,82 09:10:00 0,02 11,02 2,12
02:30:00 0,02 11,02 3,27 09:20:00 0,01 11,01 1,33
02:40:00 0,02 11,02 2,62 09:30:00 0,02 11,02 1,57
02:50:00 0,02 11,02 2,63 09:40:00 0,01 11,01 1,11
03:00:00 0,02 11,02 2,89 09:50:00 0,01 11,01 0,7
03:10:00 0,02 11,02 2,29 10:00:00 0,01 11,01 0,81
03:20:00 0,02 11,02 1,82 10:10:00 0,01 11,01 0,56
03:30:00 0,01 11,01 1,4
03:40:00 0,01 11,01 1,4
03:50:00 0,01 11,01 1,02
04:00:00 0,01 11,01 1,37
04:10:00 0,01 11,01 1,39
04:20:00 0,01 11,01 1,38
04:30:00 0,01 11,01 1,17
04:40:00 0,01 11,01 0,89
04:50:00 0,01 11,01 1,29
05:00:00 0,01 11,01 0,96
05:10:00 0,01 11,01 1,12
05:20:00 0,01 11,01 0,7
05:30:00 0,01 11,01 0,61
05:40:00 0,01 11,01 0,43
05:50:00 0,01 11,01 0,94
06:00:00 0,01 11,01 0,95
06:10:00 0,01 11,01 1,12
06:20:00 0,01 11,01 0,85
06:30:00 0,01 11,01 0,7
06:40:00 0,01 11,01 0,96
06:50:00 0,01 11,01 0,95
Fonte: Autoria Própria (2017).
89
Tabela Apêndice 11 – Comportamento da Bacia de Detenção
Fonte: Autoria Própria (2017).
90
Tabela Apêndice 12 - Dados do Hidrograma Final Cenário 02 Série 01 com Bacias de Detenção Distribuída
Horas Prof.(m) Carga (m) Afl. Total (LPS) Horas Prof. (m) Carga (m) Afl. Total (LPS)
00:10:00 0 11 0 07:00:00 0,01 11,01 0,2
00:20:00 0,01 11,01 0,91 07:10:00 0,01 11,01 0,19
00:30:00 0,03 11,03 5,37 07:20:00 0,01 11,01 0,17
00:40:00 0,03 11,03 6,7 07:30:00 0,01 11,01 0,16
00:50:00 0,03 11,03 7,32 07:40:00 0,01 11,01 0,14
01:00:00 0,03 11,03 7,7 07:50:00 0 11 0,13
01:10:00 0,03 11,03 7,64
01:20:00 0,03 11,03 7,43
01:30:00 0,03 11,03 7,2
01:40:00 0,03 11,03 6,94
01:50:00 0,03 11,03 6,65
02:00:00 0,03 11,03 6,35
02:10:00 0,03 11,03 6,04
02:20:00 0,03 11,03 5,72
02:30:00 0,03 11,03 5,39
02:40:00 0,03 11,03 5,07
02:50:00 0,03 11,03 4,74
03:00:00 0,02 11,02 4,41
03:10:00 0,02 11,02 4,08
03:20:00 0,02 11,02 3,76
03:30:00 0,02 11,02 3,43
03:40:00 0,02 11,02 3,11
03:50:00 0,02 11,02 2,78
04:00:00 0,02 11,02 2,45
04:10:00 0,02 11,02 2,1
04:20:00 0,02 11,02 1,72
04:30:00 0,01 11,01 1,42
04:40:00 0,01 11,01 1,18
04:50:00 0,01 11,01 1
05:00:00 0,01 11,01 0,85
05:10:00 0,01 11,01 0,73
05:20:00 0,01 11,01 0,63
05:30:00 0,01 11,01 0,55
05:40:00 0,01 11,01 0,49
05:50:00 0,01 11,01 0,43
06:00:00 0,01 11,01 0,38
06:10:00 0,01 11,01 0,34
06:20:00 0,01 11,01 0,31
06:30:00 0,01 11,01 0,27
06:40:00 0,01 11,01 0,25
06:50:00 0,01 11,01 0,22
Fonte: Autoria Própria (2017).
91
Tabela Apêndice 13 – Comportamento das Bacias de Detenção com Série Temporal 01
Horas Prof.(m) Afl. Total (LPS) Horas Prof. (m) Afl. Total (LPS)
00:10:00 0 0 07:00:00 0,16 0,16
00:20:00 0 0 07:10:00 0,16 0,1
00:30:00 0 0,02 07:20:00 0,16 0,09
00:40:00 0 0,1 07:30:00 0,16 0,12
00:50:00 0,01 0,99 07:40:00 0,16 0,2
01:00:00 0,03 1,76 07:50:00 0,16 0,25
01:10:00 0,05 1,36 08:00:00 0,17 0,2
01:20:00 0,07 0,46 08:10:00 0,17 0,21
01:30:00 0,07 0,28 08:20:00 0,17 0,15
01:40:00 0,07 0,25 08:30:00 0,17 0,19
01:50:00 0,08 0,35 08:40:00 0,17 0,17
02:00:00 0,08 0,47 08:50:00 0,17 0,28
02:10:00 0,09 0,44 09:00:00 0,18 0,33
02:20:00 0,1 0,65 09:10:00 0,18 0,35
02:30:00 0,1 0,54 09:20:00 0,18 0,21
02:40:00 0,11 0,43 09:30:00 0,19 0,27
02:50:00 0,12 0,44 09:40:00 0,19 0,18
03:00:00 0,12 0,48 09:50:00 0,19 0,11
03:10:00 0,13 0,38 10:00:00 0,19 0,14
03:20:00 0,13 0,3 10:10:00 0,19 0,09
03:30:00 0,13 0,23 10:20:00 0,19 0,06
03:40:00 0,14 0,23 10:30:00 0,19 0,05
03:50:00 0,14 0,17 10:40:00 0,19 0,04
04:00:00 0,14 0,23 10:50:00 0,19 0,03
04:10:00 0,14 0,23 11:00:00 0,19 0,02
04:20:00 0,14 0,23 11:10:00 0,18 0,02
04:30:00 0,15 0,19 11:20:00 0,18 0,02
04:40:00 0,15 0,14 11:30:00 0,18 0,01
04:50:00 0,15 0,22 11:40:00 0,18 0,01
05:00:00 0,15 0,16 11:50:00 0,18 0,01
05:10:00 0,15 0,19 12:00:00 0,18 0,01
05:20:00 0,15 0,11 12:10:00 0,18 0,01
05:30:00 0,15 0,1 12:20:00 0,18 0,01
05:40:00 0,15 0,07 12:30:00 0,17 0,01
05:50:00 0,15 0,16 12:40:00 0,17 0,01
06:00:00 0,15 0,16 12:50:00 0,17 0,01
06:10:00 0,16 0,19 13:00:00 0,17 0,01
06:20:00 0,16 0,14
06:30:00 0,16 0,11
06:40:00 0,16 0,16
06:50:00 0,16 0,16
Fonte: Autoria Própria (2017).
92
Tabela Apêndice 14 - Dados do Hidrograma Final Cenário 02 Série 02 com Bacias de Detenção Distribuída
Horas Prof. (m)
Carga (m)
Afl. Total (LPS)
Horas Prof. (m)
Carga (m)
Afl. Total (LPS)
Horas Prof. (m)
Carga (m)
Afl. Total (LPS)
00:10:00 0 11 0 07:00:00 0,02 11,02 1,57 13:50:00 0,02 11,02 1,6
00:20:00 0 11 0 07:10:00 0,02 11,02 1,57 14:00:00 0,02 11,02 1,6
00:30:00 0 11 0 07:20:00 0,02 11,02 1,58 14:10:00 0,02 11,02 1,6
00:40:00 0 11 0,02 07:30:00 0,02 11,02 1,58 14:20:00 0,02 11,02 1,59
00:50:00 0 11 0,08 07:40:00 0,02 11,02 1,59 14:30:00 0,02 11,02 1,59
01:00:00 0,01 11,01 0,27 07:50:00 0,02 11,02 1,6 14:40:00 0,02 11,02 1,59
01:10:00 0,01 11,01 0,58 08:00:00 0,02 11,02 1,61 14:50:00 0,02 11,02 1,59
01:20:00 0,01 11,01 0,84 08:10:00 0,02 11,02 1,62 15:00:00 0,02 11,02 1,58
01:30:00 0,01 11,01 0,97 08:20:00 0,02 11,02 1,63 15:10:00 0,02 11,02 1,58
01:40:00 0,01 11,01 1,02 08:30:00 0,02 11,02 1,63 15:20:00 0,02 11,02 1,58
01:50:00 0,01 11,01 1,05 08:40:00 0,02 11,02 1,64 15:30:00 0,02 11,02 1,58
02:00:00 0,01 11,01 1,09 08:50:00 0,02 11,02 1,64 15:40:00 0,02 11,02 1,58
02:10:00 0,01 11,01 1,13 09:00:00 0,02 11,02 1,64 15:50:00 0,02 11,02 1,57
02:20:00 0,01 11,01 1,17 09:10:00 0,02 11,02 1,64 16:00:00 0,02 11,02 1,57
02:30:00 0,01 11,01 1,22 09:20:00 0,02 11,02 1,64 16:10:00 0,02 11,02 1,57
02:40:00 0,01 11,01 1,26 09:30:00 0,02 11,02 1,64 16:20:00 0,02 11,02 1,57
02:50:00 0,01 11,01 1,29 09:40:00 0,02 11,02 1,64 16:30:00 0,02 11,02 1,56
03:00:00 0,01 11,01 1,32 09:50:00 0,02 11,02 1,64 16:40:00 0,02 11,02 1,56
03:10:00 0,01 11,01 1,35 10:00:00 0,02 11,02 1,64 16:50:00 0,02 11,02 1,56
03:20:00 0,01 11,01 1,38 10:10:00 0,02 11,02 1,64 17:00:00 0,02 11,02 1,56
03:30:00 0,01 11,01 1,4 10:20:00 0,02 11,02 1,64 17:10:00 0,02 11,02 1,55
03:40:00 0,01 11,01 1,41 10:30:00 0,02 11,02 1,64 17:20:00 0,02 11,02 1,55
03:50:00 0,01 11,01 1,42 10:40:00 0,02 11,02 1,64 17:30:00 0,02 11,02 1,55
04:00:00 0,01 11,01 1,43 10:50:00 0,02 11,02 1,64 17:40:00 0,02 11,02 1,55
04:10:00 0,01 11,01 1,44 11:00:00 0,02 11,02 1,64 17:50:00 0,02 11,02 1,55
04:20:00 0,01 11,01 1,45 11:10:00 0,02 11,02 1,63 18:00:00 0,02 11,02 1,54
04:30:00 0,01 11,01 1,46 11:20:00 0,02 11,02 1,63 18:10:00 0,02 11,02 1,54
04:40:00 0,01 11,01 1,47 11:30:00 0,02 11,02 1,63 18:20:00 0,02 11,02 1,54
04:50:00 0,01 11,01 1,48 11:40:00 0,02 11,02 1,63 18:30:00 0,02 11,02 1,54
05:00:00 0,01 11,01 1,49 11:50:00 0,02 11,02 1,63 18:40:00 0,02 11,02 1,53
05:10:00 0,01 11,01 1,5 12:00:00 0,02 11,02 1,62 18:50:00 0,02 11,02 1,53
05:20:00 0,01 11,01 1,51 12:10:00 0,02 11,02 1,62 19:00:00 0,01 11,01 1,53
05:30:00 0,01 11,01 1,51 12:20:00 0,02 11,02 1,62 19:10:00 0,01 11,01 1,53
05:40:00 0,01 11,01 1,52 12:30:00 0,02 11,02 1,62 19:20:00 0,01 11,01 1,52
05:50:00 0,01 11,01 1,52 12:40:00 0,02 11,02 1,62
06:00:00 0,01 11,01 1,52 12:50:00 0,02 11,02 1,61
06:10:00 0,02 11,02 1,53 13:00:00 0,02 11,02 1,61
06:20:00 0,02 11,02 1,54 13:10:00 0,02 11,02 1,61
06:30:00 0,02 11,02 1,55 13:20:00 0,02 11,02 1,61
06:40:00 0,02 11,02 1,55 13:30:00 0,02 11,02 1,6
06:50:00 0,02 11,02 1,56 13:40:00 0,02 11,02 1,6
Fonte: Autoria Própria (2017).
93
Tabela Apêndice 15 – Comportamento das Bacias de Detenção com Orifício de 35mm
Horas Prof.(m) Afl. Total (LPS) Horas Prof. (m) Afl. Total (LPS)
00:10:00 0 0 07:00:00 0,01 0,16
00:20:00 0 0 07:10:00 0,01 0,1
00:30:00 0 0,02 07:20:00 0,01 0,09
00:40:00 0 0,1 07:30:00 0,01 0,12
00:50:00 0,01 0,99 07:40:00 0,01 0,2
01:00:00 0,03 1,76 07:50:00 0,01 0,25
01:10:00 0,04 1,36 08:00:00 0,01 0,2
01:20:00 0,05 0,46 08:10:00 0,01 0,21
01:30:00 0,04 0,28 08:20:00 0,01 0,15
01:40:00 0,04 0,25 08:30:00 0,01 0,19
01:50:00 0,03 0,35 08:40:00 0,01 0,17
02:00:00 0,03 0,47 08:50:00 0,01 0,28
02:10:00 0,03 0,44 09:00:00 0,01 0,33
02:20:00 0,03 0,65 09:10:00 0,01 0,35
02:30:00 0,03 0,54 09:20:00 0,01 0,21
02:40:00 0,03 0,43 09:30:00 0,01 0,27
02:50:00 0,03 0,44 09:40:00 0,01 0,18
03:00:00 0,03 0,48 09:50:00 0,01 0,11
03:10:00 0,03 0,38 10:00:00 0,01 0,14
03:20:00 0,03 0,3 10:10:00 0,01 0,09
03:30:00 0,03 0,23 10:20:00 0,01 0,06
03:40:00 0,02 0,23 10:30:00 0,01 0,05
03:50:00 0,02 0,17 10:40:00 0,01 0,04
04:00:00 0,02 0,23 10:50:00 0 0,03
04:10:00 0,02 0,23 11:00:00 0 0,02
04:20:00 0,01 0,23 11:10:00 0 0,02
04:30:00 0,01 0,19 11:20:00 0 0,02
04:40:00 0,01 0,14 11:30:00 0 0,01
04:50:00 0,01 0,22 11:40:00 0 0,01
05:00:00 0,01 0,16 11:50:00 0 0,01
05:10:00 0,01 0,19 12:00:00 0 0,01
05:20:00 0,01 0,11 12:10:00 0 0,01
05:30:00 0,01 0,1 12:20:00 0 0,01
05:40:00 0,01 0,07 12:30:00 0 0,01
05:50:00 0,01 0,16 12:40:00 0 0,01
06:00:00 0,01 0,16 12:50:00 0 0,01
06:10:00 0,01 0,19 13:00:00 0 0,01
06:20:00 0,01 0,14
06:30:00 0,01 0,11
06:40:00 0,01 0,16
06:50:00 0,01 0,16
Fonte: Autoria Própria (2017).
94
Tabela Apêndice 16 - Dados do Hidrograma Final Cenário 02 Série 02 com Orifício de 35mm
Horas Prof. (m)
Carga (m)
Afl. Total (LPS)
Horas Prof. (m)
Carga (m)
Afl. Total (LPS)
Horas Prof. (m)
Carga (m)
Afl. Total (LPS)
00:10:00 0 11 0 07:00:00 0,01 11,01 0,9 13:50:00 0 11 0,06
00:20:00 0 11 0 07:10:00 0,01 11,01 0,9 14:00:00 0 11 0,05
00:30:00 0 11 0 07:20:00 0,01 11,01 0,84 14:10:00 0 11 0,05
00:40:00 0 11 0 07:30:00 0,01 11,01 0,77 14:20:00 0 11 0,05
00:50:00 0 11 0,01 07:40:00 0,01 11,01 0,75 14:30:00 0 11 0,04
01:00:00 0,01 11,01 1,09 07:50:00 0,01 11,01 0,84 14:40:00 0 11 0,04
01:10:00 0,02 11,02 2,81 08:00:00 0,01 11,01 1 14:50:00 0 11 0,04
01:20:00 0,02 11,02 3,44 08:10:00 0,01 11,01 1,1 15:00:00 0 11 0,03
01:30:00 0,02 11,02 3,43 08:20:00 0,01 11,01 1,15 15:10:00 0 11 0,03
01:40:00 0,02 11,02 3,27 08:30:00 0,01 11,01 1,11 15:20:00 0 11 0,03
01:50:00 0,02 11,02 3,11 08:40:00 0,01 11,01 1,1 15:30:00 0 11 0,03
02:00:00 0,02 11,02 3,01 08:50:00 0,01 11,01 1,11 15:40:00 0 11 0,03
02:10:00 0,02 11,02 2,97 09:00:00 0,01 11,01 1,26 15:50:00 0 11 0,03
02:20:00 0,02 11,02 2,96 09:10:00 0,01 11,01 1,51 16:00:00 0 11 0,02
02:30:00 0,02 11,02 3,02 09:20:00 0,02 11,02 1,68 16:10:00 0 11 0,02
02:40:00 0,02 11,02 3,04 09:30:00 0,02 11,02 1,62 16:20:00 0 11 0,02
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03:00:00 0,02 11,02 2,97 09:50:00 0,01 11,01 1,4 16:40:00 0 11 0,02
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Fonte: Autoria Própria (2017).