Aula 02

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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA TÉCNICO JUDICIÁRIO DO TJDFT PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, prezado aluno! Nesta aula 1, trataremos do emprego e da colocação de classes de palavras, assunto importante nas provas do Cespe. Portanto estude o assunto com muito empenho. Ao todo, são dez as classes de palavras. Umas variáveis e outras invariáveis. É importante fazermos uma síntese delas e de suas definições nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro que resume bem a parte teórica: Classe Gramatical Definição Substantivo É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares, instituições, animais, entes de natureza espiritual ou mitológica, etc.) Substantivo comum de dois números Tem a mesma forma para o singular e o plural: lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será estabelecida por meio de outro elemento linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus etc. Substantivo comum de dois gêneros Apresenta uma só forma para ambos os gêneros. Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de qualquer outro determinante. Exemplos: o/a colega, o/a agente, o/a lojista. Substantivo sobrecomum Possui uma só forma e um só gênero a fim de designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o monstro. Substantivo epiceno Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de designar animais de ambos os sexos. Usam-se as expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a

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    TCNICO JUDICIRIO DO TJDFT

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    Ol, prezado aluno!

    Nesta aula 1, trataremos do emprego e da colocao de

    classes de palavras, assunto importante nas provas do Cespe. Portanto

    estude o assunto com muito empenho.

    Ao todo, so dez as classes de palavras. Umas variveis e outras

    invariveis. importante fazermos uma sntese delas e de suas definies

    nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro que resume bem a parte

    terica:

    Classe Gramatical Definio

    Substantivo

    a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares,

    instituies, animais, entes de natureza espiritual

    ou mitolgica, etc.)

    Substantivo comum de

    dois nmeros

    Tem a mesma forma para o singular e o plural:

    lpis, vrus, nibus, mil-folhas. A diferena ser

    estabelecida por meio de outro elemento

    lingustico: o lpis, os lpis, o vrus, os vrus

    etc.

    Substantivo comum de

    dois gneros

    Apresenta uma s forma para ambos os gneros.

    Efetua-se a distino por meio do artigo ou de

    qualquer outro determinante. Exemplos: o/a

    colega, o/a agente, o/a lojista.

    Substantivo

    sobrecomum

    Possui uma s forma e um s gnero a fim de

    designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a

    pessoa, a vtima, a criana, o cnjuge, o

    monstro.

    Substantivo epiceno

    Apresenta uma s forma e um s gnero a fim de

    designar animais de ambos os sexos. Usam-se as

    expresses macho e fmea para fazer-se a

    distino. Exemplos: a guia macho ou fmea, a

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    cobra macho ou fmea, o crocodilo macho ou

    fmea, o jacar macho ou fmea, etc.

    Artigo

    (definidos: o, a, os,

    as; indefinidos: um,

    uma, uns, umas)

    a palavra que se antepe ao substantivo,

    servindo basicamente para generalizar ou

    particularizar o sentido desse substantivo. Em

    alguns casos, o artigo essencial na identificao

    do gnero e do nmero do substantivo. Exemplos:

    Um aluno faltou aula. / O aluno faltou

    aula. O gerente foi demitido. / A gerente foi

    demitida. O pires quebrou. / Os pires

    quebraram.

    Adjetivo

    Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe

    atribuir uma caracterstica. Com ele concorda em

    nmero e gnero. Exemplos: mulher alta, livros

    bons, rvore alta, tapete novo etc.

    Adjetivo uniforme

    Mantm a mesma forma tanto quando se refere a

    substantivos masculinos quanto a femininos.

    Exemplos: Deciso favorvel, parecer favorvel,

    obra incrvel, livro incrvel, rapaz adorvel, moa

    adorvel.

    Numeral

    a palavra que indica a quantidade ou a posio

    dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem

    (cardinais); segundo, dcimo quinto, centsimo

    (ordinais); meio, um tero, um inteiro e treze

    avos (fracionrios); dobro, triplo, qudruplo

    (multiplicativos).

    Advrbio

    a palavra invarivel que se refere a um verbo, um

    advrbio ou a um adjetivo, indicando uma

    circunstncia (causa, tempo, modo etc.). Exemplos:

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    Ele chegou cedo. (refere-se forma verbal

    chegou, modificando-lhe o sentido). Voc agiu

    bastante mal. (refere-se ao advrbio mal,

    intensificando-lhe o sentido). Essa a atitude

    menos correta. (refere-se ao adjetivo correta,

    intensificando-lhe o sentido).

    Interjeio

    a palavra invarivel que exprime emoes ou que

    procura agir sobre o interlocutor, levando-o a

    adotar certo comportamento sem que se faa uso

    de estruturas lingusticas mais elaboradas.

    Exemplos: Ah! Psiu! Opa! Eia!

    Preposio

    a palavra invarivel que conecta (liga) palavras

    ou oraes. Exemplos: flor da boca da pele do

    cu. Vou Roma de Csar. O aluno pediu

    para sair mais cedo.

    Conjuno

    a palavra invarivel que une oraes ou termos

    de uma orao. No desempenho desse papel, a

    conjuno pode relacionar termos e oraes

    sintaticamente equivalentes (as chamadas oraes

    coordenadas) ou relacionar uma orao principal a

    uma orao que lhe subordinada. Exemplos:

    Pedro e Paulo saram. Pedro foi ao cinema, e

    Paulo foi ao teatro. preciso que estudemos.

    Verbo

    a palavra que designa um processo (ao, desejo,

    estado, mudana de estado, fenmeno). a classe

    gramatical mais rica em variao de formas. Pode

    mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, nmero

    e voz. No dicionrio, so encontrados no modo

    infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser,

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    amanhecer), que , por assim dizer, o nome do

    verbo. Exemplos: Ele estuda. (ao) /

    Desejamos a classificao. (desejo) / Ele est

    doente. (estado) / A lagarta virou borboleta.

    (mudana de estado) / Choveu forte.

    (fenmeno)

    Pronome

    Palavra que substitui o nome (pronome

    substantivo) ou que o acompanha (pronome

    adjetivo) para tornar claro o seu significado.

    Existem seis classes de pronomes:

    Pessoal

    Indica diretamente as pessoas do discurso (no

    singular ou no plural): 1 pessoa: quem fala; 2

    pessoa: com quem se fala; 3 pessoa: de quem se

    fala. Eu, tu, ele, ela, ns, vs, eles, elas. Me, te,

    se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim,

    comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco,

    convosco. Tambm so pessoais os pronomes de

    tratamento: voc, o senhor, a senhora, vossa

    senhoria, vossa excelncia, etc.

    possessivo

    Refere-se s pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a

    posse de algo.: Meu, minha, meus, minhas,

    nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus,

    tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua,

    seus, suas.

    demonstrativo

    Indica a posio dos seres em relao s pessoas

    do discurso, situando-os no tempo e no espao.

    1. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.

    2. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.

    3. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas,

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    aquilo.

    relativo

    aquele que, em uma orao, se refere a um

    termo constante em orao anterior, chamado

    antecedente. Exemplo: O avio que chegou estava

    danificado. So pronomes relativos: que, quem,

    quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual,

    a qual, os quais, as quais.

    indefinido

    Refere-se terceira pessoa do discurso num

    sentido vago ou exprimido quantidade

    indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre

    alcana. Alguns podem flexionar-se em gnero e

    nmero. So pronomes indefinidos: algum,

    alguns, nenhum, nenhuns, qualquer,

    quaisquer, ningum, tudo, nada, algo etc.

    interrogativo aquele usado para formular uma pergunta direta

    ou indireta: que, quem, qual, quanto.

    Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe, Esaf e

    FCC no se detm, geralmente, nos questionamentos sobre a definio dessas

    classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em que esto

    inseridas e, consequentemente, o nexo semntico que estabelecem com o

    restante do perodo. Todavia, a partir do conhecimento das definies que

    reuniremos subsdios para compreender o funcionamento de cada classe

    gramatical.

    Emprego de substantivos

    Com frequncia, as formas sintticas de aumentativo e diminutivo

    indicam valor semntico pejorativo: mulherzinha; livreco, sabicho etc.

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    s vezes, essas mesmas formas so empregadas para traduzir

    valor semntico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulhero, mezona, paizinho

    etc.

    Em alguns casos, o emprego dessas formas j no indica mais a

    ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado

    diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixo, cartilha, folhinha

    (calendrio), pelcula, porto, flautim, calo etc.

    [...]

    1. (Cespe/STJ/Tcnico Judicirio/Telecomunicaes e Eletricidade/2012) Na

    construo do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocbulo

    militar, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora

    como substantivo, ora como verbo.

    Comentrio Como substantivo, o vocbulo militar significa integrante de

    uma das Foras Armadas. Como verbo, significa seguir uma carreira, ou atuar

    em um partido, uma organizao etc. Portanto possvel entender que o

    jornalista aproveitou a oportunidade para reclamar da intromisso das Foras

    Armadas na liberdade de imprensa ou para, a exemplo do coronel, desabafar

    sobre as dificuldades da sua prpria atividade profissional.

    Resposta Item certo.

    Emprego de artigos

    1) Ambos

    Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior,

    caso este admita o seu uso.

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    Ex.: Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas

    substantivo que admite artigo.)

    Ambas as leis esto obsoletas. (Leis substantivo que admite

    artigo.)

    Ambos vocs esto suspensos. (Vocs pronome de tratamento

    que no admite artigo.)

    2) Todos

    Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento

    posterior, caso este admita o seu uso.

    Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores.

    Todas as leis devem ser cumpridas.

    Todos vocs esto suspensos.

    3) Todo

    Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar

    integralidade do que considerado, totalidade da parte; no se usa para

    indicar generalizao.

    Ex.: Todo o pas participou da greve. (O pas todo, inteiro.)

    Todo pas sofre por algum motivo. (Qualquer pas, todos os

    pases.)

    ATENO! muito comum surgirem em provas questes que abordam a

    diferena entre os sentidos desses tipos de enunciados. Normalmente,

    perguntado se o emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a

    informao original. Perceba que h alterao de sentido. Tomando o segundo

    exemplo como ponto de partida, a construo Todos os pases (no plural

    mesmo) sofrem por algum motivo conserva o significado inicial.

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    4) Cujo

    No se usa artigo aps o pronome relativo cujo.

    Ex.: As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e

    no: cujas as bolsas.)

    5) Nomes de jornais, revistas, obras literrias

    Deve-se evitar contrair com preposio o artigo que faz parte do

    nome de jornais, revistas, obras literrias.

    Ex.: Li a notcia nO Estado de So Paulo. (ou Li a notcia no Estado de

    So Paulo) no recomendado

    Li a notcia em O Estado de So Paulo. recomendado

    [...]

    [...]

    2. (Cespe/STM/Analista Judicirio/Execuo de Mandados/2011) A insero

    do artigo definido plural os imediatamente antes da palavra policiais

    (L.6) no alteraria o sentido original do perodo.

    Comentrio Sem o artigo, o substantivo entendido em sentido genrico,

    no especificado. Quais ou quantos policiais: todos, alguns, dois, trs? Com o

    artigo definido os, o substantivo policiais tem seu alcance semntico

    delimitado. A referncia agora a todos os policiais da delegacia.

    Resposta Item errado.

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    [...]

    3. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) Os substantivos velhice (L.1) e tese

    (L.11) esto empregados no texto de forma indefinida e com sentido

    genrico.

    Comentrio Para resolver acertadamente esta questo, voc precisa notar o

    que vem antes desses substantivos. Em velhice, tem-se a fuso da

    preposio a com o artigo definido a. Os artigos definidos (o, os, a, as) so

    antepostos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado.

    Semelhantemente, isso que tambm ocorre em tese.

    Resposta Item errado.

    Emprego de adjetivos

    Destacarei dois fatos importantes quanto ao emprego deles. O

    primeiro que tambm atingimos o grau superlativo (elevao ou reduo da

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    qualidade de um ser no mais alto grau em comparao ou no com a de outro

    ser) com a repetio do adjetivo:

    Ex.: O filme foi muito lindo.

    O final do filme foi lindo, lindo.

    O segundo fato que, quando comparamos a mesma qualidade

    atribuda a dois seres, no empregamos as formas mais bom, mais mau,

    mais grande e mais pequeno.

    Ex.: Conquistar melhor do que ganhar.

    A reprovao pior do que alguns meses de dedicao.

    Mas quando comparadas duas qualidades do mesmo ser,

    usamos a forma analtica desses adjetivos.

    Ex.: Joo mais pequeno do que inteligente.

    Seu comportamento mais bom do que mau.

    Emprego de pronomes

    1. Diferena quanto ao emprego dos pronomes pessoais

    a) Ele virou ela.

    b) Quero falar com ele.

    Sou til a ele.

    Vi-o na rua.

    c) Eu contei a ti o que acontecera.

    Voc ter de viajar com ns dois.

    Voc ter de viajar conosco.

    Sero empregados os do caso oblquo nas

    demais funes sintticas (complemento

    verbal, complemento nominal etc.)

    Os pronomes oblquos tnicos so

    precedidos de preposio.

    Usa-se com ns ou com vs

    quando tais expresses vierem

    acompanhadas de elementos de

    realce, numeral, pronome ou

    orao adjetiva.

    Na funo de sujeito e de predicativo, o pronome

    pessoal utilizado ser, via de regra, do caso reto.

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    CUIDADO! No v sem eu saber.

    Todos saram, exceto eu.

    d) Maria fez aniversrio. Pedro deu-lhe um presente.

    Maria fez aniversrio. Pedro a presenteou.

    e) Mandei-o sair da sala.

    Fiz-lhes ver que estavam errados.

    2. Pronomes de tratamento

    PRONOME DE

    TRATAMENTO ABREVIATURA

    USADO PARA SE

    DIRIGIR A

    Senhor, Senhora Sr., Sr tratamento formal

    Voc V. tratamento informal

    Vossa Alteza V. A. prncipes e duques

    Vossa Eminncia V. Em cardeais

    Vossa Excelncia V. Ex altas autoridades e

    oficiais-generais

    Vossa Magnificncia V. Mag reitores de universidades

    Como complementos

    verbais, o(s), a(s)

    desempenham funo de

    objeto direto; lhe(s), de

    objeto indireto.

    Mesmo diante de preposio, o

    pronome pessoal do caso reto

    ser empregado quando for

    sujeito de verbo, ainda que este

    esteja elptico.

    LHE(S) s poder ser sujeito de

    verbo infinitivo transitivo direto.

    Mandei-lhe sair da sala seria

    uma construo errada, j que

    sair tem regncia intransitiva.

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    Vossa Majestade V. M. reis e imperadores

    Vossa Reverendssima V. Rev.ma sacerdotes em geral

    Vossa Santidade V. S. papa

    Vossa Senhoria V. S tratamento formal para

    pessoas graduadas.

    As formas de tratamento designam indiretamente a 2 pessoa do

    discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem todas as concordncias

    nominal e verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural,

    conforme o caso.

    Particularidades

    a) Vossa Excelncia fez um belo discurso. (para dirigir-se pessoa, ainda

    que por meio de correspondncias)

    Sua Excelncia fez um belo discurso. (fala-se da pessoa)

    b) Vossa Excelncia apresentar seus projetos? (note que o verbo e o

    pronome correspondem terceira pessoa; o adjetivo tende a concordar

    com o gnero da pessoa concordncia ideolgica)

    c) Se voc chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado)

    Se voc chegar cedo, eu vou ajud-lo (voc). (certo)

    (muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os

    outros pronomes para a terceira pessoa)

    3. Pronomes possessivos

    Referem-se s pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de

    algo. Concordam em gnero e nmero com a coisa possuda.

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    Primeira pessoa Meu(s), minha(s),

    nosso(s), nossa(s)

    Segunda pessoa Teu(s), tua(s),

    vosso(s), vossa(s)

    Terceira pessoa Seu(s), sua(s)

    4. Pronomes demonstrativos

    Indicam a posio dos seres em relao s pessoas do discurso,

    situando-os no tempo e no espao.

    RONOMES TEMPO ESPAO

    Este(s), esta(s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala

    Esse(s), essa(s), isso Passado prximo Perto da pessoa com

    quem se fala

    Aquele(s), aquela(s),

    aquilo

    Passado longnquo Longe de quem fala e da

    pessoa com quem se fala

    Ex.: Nestas ltimas horas tenho aprendido muito.

    Este rapaz ao meu lado meu amigo.

    Essas horas que passamos na praia foram muito agradveis.

    O que isso a do teu lado?

    Naquela poca, a vida era melhor.

    O que aquilo atrs do carro?

    Casos Especiais

    a) Meu argumento este: no h democracia sem justia. (Este:

    empregado quando ainda vai ser feita a referncia; promove a coeso

    textual conhecida como catafrica.).

    Ex.: Eu trouxe meu caderno.

    Tu trouxeste tuas canetas.

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    No h democracia sem justia. Esse meu argumento. (Esse:

    empregado quando j foi feita a referncia; promove a coeso textual

    conhecida como anafrica)

    b) Comprei um carro e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmo; aquele,

    para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar elementos j

    citados. Este diz respeito ao ltimo termo; aquele, ao primeiro.)

    c) O que ele disse era verdade.

    Passar a que for mais capacitada. (O e a diante de que pronome

    relativo e de preposio sero pronomes demonstrativos)

    [...]

    16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execues

    acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas:

    h uma espcie de vergonha. Essa discrio apresentada como

    19 um progresso: os povos civilizados no executam seus

    condenados nas praas. Mas o dito progresso , de fato, um

    corolrio da incerteza tica de nossa cultura.

    [...]

    4. (Cespe/DPF/Papiloscopista/2012) O termo Essa discrio (l.18)

    refere-se apenas ao que est expresso na primeira orao do perodo

    que o antecede.

    Comentrio Este um caso tpico em que o pronome demonstrativo foi

    usado como elemento de coeso anafrica. A tal discrio a maneira como

    as mencionadas execues so feitas: em lugares fechados, diante de poucas

    testemunhas.

    Resposta Item certo.

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    5. Pronomes indefinidos

    So os que tm sentido vago, impreciso, indeterminado. Alguns

    podem flexionar-se em gnero e nmero.

    Casos Particulares

    a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido.

    Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo.

    b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor

    positivo, exprime possibilidade.

    Livro algum deve ser igual a este. Depois, tem valor negativo, expressa

    impossibilidade.

    6. Pronomes relativos

    a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei.

    Eis o instrumento de que lhe falei.

    O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir

    coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposies com duas ou mais

    slabas e dispensa sem e sob

    Lembre-se de que para ser conjuno integrante, esse vocbulo

    deve unir uma orao subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto

    indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) sua principal.

    Considere este fragmento: ...eles explicam que tipo de rodovia cada uma .,

    em que a orao sublinhada objeto direto da forma verbal explicam e o

    que no pronome relativo.

    b) A casa onde morei era muito antiga. (certo)

    A reunio onde estvamos acabou tarde. (errado)

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    ONDE usado restritivamente em referncia a lugar.

    A escola onde estudo foi fechada.

    A escola aonde vais muito longe.

    A escola donde vens muito longe.

    ONDE pronome relativo quando substitui um termo antecedente,

    como no primeiro exemplo (onde = escola). No deve ser confundido com

    onde = advrbio interrogativo: Onde voc estuda?. Observe que agora o

    vocbulo onde no substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma

    pergunta que exprime a ideia de lugar.

    Usaremos aonde (contrao de a + onde) quando o verbo que

    surgir aps esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a

    preposio a. Caso o verbo indicativo de movimento reger preposio de,

    usaremos donde (contrao de de + onde).

    Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e no

    permanncia (como no primeiro exemplo). Com verbos estticos, que

    exprimem permanncia, a preposio empregada ser em. Na Lngua

    Portuguesa no existe nonde, isto , a contrao de em + onde.

    c) Ele participou da reunio, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho.

    O relativo o qual (e variaes) til para desfazer ambiguidades.

    Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a

    seguinte dvida: a reunio ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho?

    d) uma pessoa com cujas opinies no podemos concordar.

    O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relao de

    posse/dependncia entre os termos antecedente e consequente. Concorda em

    gnero e nmero com a coisa possuda.

    Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituio dele

    por outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que sero mantidas a

    correo gramatical e a coerncia argumentativa. ISSO NO VERDADE.

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    17

    NO POSSVEL FAZER TAL SUBSTITUIO. No confunda o caso

    anterior (correspondncia entre que e o/a qual) com este.

    Observe esta construo: O professor cujo o filho nasceu est feliz.

    O que acha dela? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical no abona o

    emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO,

    da o motivo de no se empregar o acento indicativo de crase diante dele.

    1 A China j entendeu que sua passagem de emergente

    para desenvolvida no pode prescindir da qualificao de seus

    trabalhadores. Os chineses tm investido pesadamente no

    4 ensino superior, cujo nmero de matrculas foi multiplicado por

    seis nos ltimos dez anos. [...]

    Editorial, O Estado de S. Paulo, 19/7/2012.

    5. (Cespe/TRE-RJ/Tcnico Judicirio/2012) Mantm-se a correo gramatical

    do perodo ao se substituir cujo (L.4) por qual.

    Comentrio Se voc leu atentamente o que eu acabei de escrever, no

    deve ter perdido tempo com esta questo. No possvel substituir cujo por

    qual. O pronome relativo cujo estabelece relao de

    posse/dependncia/pertencimento entre o antecedente e o consequente

    (nmero de matrculas do ensino superior).

    Resposta Item errado.

    e) Esta a pessoa a quem prezo como amigo.

    O pronome relativo QUEM utilizado em referncia a pessoas e se

    faz acompanhar de preposio. Eu disse PREPOSIO e no artigo. Portanto,

    se perguntarem a voc qual a classe gramatical daquele a em negrito, NADA

    DE DIZER ARTIGO.

    f) Esqueci tudo quanto foi dito.

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    18

    Podemos confiar em todos quantos esto presentes.

    Podemos confiar em todas quantas esto presentes.

    QUANTO (e variaes) ser pronome relativo quando estiver

    acompanhado de tudo (e variaes).

    g) Essa a hora quando as garas levantam vo.

    No entendi a maneira como ela se dirigiu a mim.

    QUANDO e COMO so pronomes relativos sempre que se referirem a um

    termo antecedente (a hora e a maneira, nessa ordem). O primeiro tem

    valor semntico de tempo; o segundo, de modo.

    [...]

    [...]

    6. (Cespe/STM/Tcnico Judicirio/rea Administrativa/2011) O elemento que

    possui, em todas as suas ocorrncias (L.7, 8, 13 e 14), a propriedade de

    retomar palavras ou expresses que o antecedem no texto.

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    19

    Comentrio Preste muita ateno no enunciado. O que o examinador

    procura, na verdade, um pronome relativo, pois ele que retoma palavras

    ou expresses antecedentes. Assim sendo, o item est errado. Vejamos:

    mostra que h setores (l. 7) => conjuno integrante,

    pois introduz orao (substantiva) que funciona como objeto direto do verbo

    mostrar.

    como a construo civil, que tem uma (l. 8) =>

    pronome relativo, pois substitui a expresso construo civil na orao em

    que aparece. Repare: a construo civil tem uma. Observao: a orao

    introduzida por pronome relativo chamada subordinada adjetiva.

    que um equvoco (l 13) => outra conjuno

    integrante, pois introduz orao (substantiva) que funciona como objeto

    direto do verbo mostrar (l. 12).

    mostram que o mercado de trabalho j bem (l. 14) =>

    outra vez temos uma conjuno integrante, que introduz orao

    substantiva. O que introduz o objeto direto do verbo mostrar. Repare o

    artifcio: Os nmeros mostram ISSO. O vocbulo ISSO se equivale orao

    (substantiva) que o mercado de trabalho j ...

    Resposta Item errado.

    [...]

    [...]

    7. (Cespe/TJ-ES/Analista Judicirio/2011) A supresso da preposio em em

    que desrespeitaria as regras gramaticais, pois, por meio dela, se

    indica que o pronome que retoma subjetividade .

    Comentrio No verdade que o pronome relativo que retoma

    subjetividade. Ele retoma o antecedente thos. A orao adjetiva pode ser

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    20

    reescrita assim: A sociabilidade assume um tom caracteristicamente

    marcante na thos.

    Resposta Item errado.

    [...]

    8. (Cespe/FUB/Analista de Tecnologia da Informao/2011) Na linha 49, o

    vocbulo se empregado com a mesma funo nas duas ocorrncias: a

    de marcar reciprocidade de ao.

    Comentrio No verdade. No primeiro caso, o se parte integrante do

    verbo assemelhar-se (= ser semelhante a; parecer-se), como em queixar-se,

    suicidar-se etc. No segundo, o pronome indica reciprocidade, ou seja, Criador

    e criatura praticam e sofrem a ao um em relao ao outro.

    Resposta Item errado.

    Colocao dos Pronomes Oblquos tonos

    Antes de apresentar os casos de colocao pronominal assunto

    que no muito explorado pelo Cespe , cabe lembrar que prclise a

    ocorrncia do pronome antes do verbo (Fingiu que no o reconheceu.).

    Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge aps o verbo, temos um

    caso de nclise, que na escrita marcada pela presena do hfen (D-me sua

    ajuda.). A mesclise, que s ocorre com verbos no futuro do presente e no

    futuro do pretrito, o emprego do pronome no meio do verbo, entre a

    forma infinitiva e a desinncia modo-temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.).

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    21

    Casos de Prclise

    a) Palavras de sentido

    negativo

    Nada me far desistir.

    Ningum me far desistir.

    b) Advrbios sem pausa Aqui se fazem chaves.

    Talvez se cumprimentassem.

    c) Conjunes

    subordinativas e pronomes

    relativos

    Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito.

    O livro que me deste muito interessante.

    d) Conjunes

    coordenativas alternativas

    Ora se atribulava, ora se aquietava.

    Das duas uma: ou as faz ela, ou as fao eu.

    e) Pronomes e advrbios

    interrogativos

    Quem lhe contou a verdade?

    Por que te afliges tanto?

    f) Pronomes indefinidos Tudo me foi dado.

    Algum te contou a verdade?

    g) Frases exclamativas e

    optativas

    Como te atreves!

    Deus o abenoe, meu filho!

    h) Preposio em +

    verbo no gerndio

    Em se tratando desse assunto, nada mudar.

    Casos de Mesclise

    a) Verbo no futuro do

    presente ou do pretrito,

    sem palavra atrativa

    Amar-te-ei a vida inteira. (No te amarei a vida

    inteira.)

    Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.)

    Casos de nclise

    a) Antes de tentar decorar

    qualquer outra regra,

    fundamental saber que a

    tendncia da lngua

    portuguesa recai sobre

    o uso da nclise.

    Levante-se e lute.

    Tratando-se desse assunto, nada mudar.

    Vend-lo era o que mais importava.

    Aqui, fazem-se chaves.

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    22

    Portanto, se no ocorrer

    qualquer um dos casos

    mencionados

    anteriormente, usaremos a

    nclise.

    Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento:

    1 O particpio no admite nclise.

    Dada-me a resposta, calei-me. (errado)

    Dada a mim a resposta, calei-me. (certo)

    2 O futuro do presente e o futuro do pretrito tambm no admitem nclise.

    Direi-te a verdade. (errado)

    Dir-te-ei a verdade (certo)

    3 O numeral ambos, quando sujeito, tambm atrai o pronome oblquo tono.

    Ambos se casaro amanh.

    4 licita a prclise ou a nclise quando o infinitivo estiver precedido de

    preposio ou palavra negativa.

    Estou aqui para te servir (ou servir-te).

    Meu desejo era no o incomodar (ou incomod-lo).

    5 Quando o infinitivo vier precedido pela preposio a, a prclise no ser

    possvel se o pronome for o ou a.

    Estamos a contempl-la.

    Se soubesse, no continuaria a l-lo.

    Comeou a lhe ensinar portugus (ou ensinar-lhe).

    At agora, a posio do pronome oblquo tono levou em conta a

    existncia de apenas um verbo. Veja a seguir como empreg-los em relao a

    uma locuo verbal (verbo auxiliar + verbo principal).

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    23

    a) Verbo auxiliar + infinitivo

    Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (nclise do verbo auxiliar)

    Eu devo fazer-lhe um favor. (nclise do verbo principal)

    Eu no lhe devo fazer um favor. (prclise do verbo auxiliar; a palavra

    atrativa impede a nclise)

    Eu no devo fazer-lhe um favor. (nclise do verbo principal; o advrbio

    no insuficiente para impedi-la)

    b) Verbo auxiliar + preposio + infinitivo

    Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (prclise do principal)

    Os jovens deixaram de falar-se. (nclise do principal)

    c) Verbo auxiliar + gerndio

    Ex.: Estou-lhe obedecendo. (nclise do auxiliar)

    Estou obedecendo-lhe. (nclise do principal)

    No lhe estou obedecendo. (prclise do auxiliar, em virtude da palavra

    atrativa, que impede a nclise)

    No estou obedecendo-lhe. (nclise do principal; distante, o advrbio

    perde sua fora atrativa)

    d) Verbo auxiliar + particpio

    Ex.: Havia-me levado ao cinema. (nclise do auxiliar; no possvel a nclise

    do verbo principal por estar ele no particpio)

    No me havia levado ao cinema. (prclise do auxiliar, em virtude do

    advrbio de negao)

    Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentemente do

    que ocorre na tradio lusitana), os pronomes oblquos tonos tendem a ficar

    solto entre o verbo auxiliar e o principal, formando a prclise deste, como

    atestam os exemplos abaixo, extrados de excelentes escritores modernos.

    a) Mas agora j sabemos nos defender (Guimares Rosa)

    b) Meus olhos iam se enchendo de gua. (Raquel de Queirs)

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    24

    c) A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestgio para isso? (Jorge

    Amado)

    Advrbios

    Referem-se a um verbo, um advrbio ou a um adjetivo,

    acrescentando-lhes informaes circunstanciais, acessrias.

    Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se forma verbal chegou e indica

    quando a ao verbal se realizou)

    Voc agiu bastante mal. (refere-se ao advrbio mal,

    intensificando o modo indicado pelo advrbio)

    Essa a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo correta,

    adicionando-lhe valor semntico intensificador)

    Em alguns casos, os advrbios podem se referir a uma orao

    inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliao de quem fala ou

    escreve sobre o contedo da orao.

    Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas.

    As providncias foram infrutferas, lamentavelmente.

    Observamos que os advrbios bem e mal, quando juntos a

    adjetivos (ou a particpios), so empregados na forma analtica para indicar o

    grau comparativo de superioridade.

    Ex.: O quarto est mais bem pintado (do) que a sala.

    Joaquim mais mal educado (do) que Pedro.

    Alguns advrbios podem assumir formas diminutivas (e passam a

    ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva.

    Ex.: Chegaram agorinha.

    Terminei a prova rapidinho.

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    25

    Ocorrendo o emprego sequencial de advrbios terminados em

    mente, a terminao pode ser usada apenas no ltimo advrbio ou em todos

    eles.

    Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos.

    Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os

    ensinamentos.

    ATENO! possvel que alguns adjetivos sejam empregados com advrbios.

    Nesse caso, ficam invariveis.

    Ex.: No falem alto!

    As aulas de portugus no custam caro.

    Preposies

    Conecta (liga) palavras e oraes, estabelecendo uma relao de

    subordinao do consequente ao antecedente.

    Ex.: O caderno de portugus ficou na escola. (a preposio estabeleceu

    vnculo entre as palavras caderno e portugus, pertencentes

    mesma orao)

    O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a

    preposio promoveu o vnculo entre o substantivo medo e a

    orao completiva nominal fracassar.

    Usualmente, as preposies so desprovidas de valor semntico.

    Porm, s vezes indicam noes fundamentais compreenso da frase.

    Ex.: Estou com voc. (associao, a favor)

    Estou contra voc. (posio contrria)

    Pus sob a mesa. (posio inferior)

    Pus sobre a mesa (posio superior)

    s noites, jogava domin. (tempo habitual, periodicidade)

    Dei pirulitos para as crianas, uma a uma. (distribuio)

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    26

    Veio de casa. (origem)

    1 A tecnologia passou a dominar no apenas o

    comrcio, as cidades, a vida cotidiana e a intimidade do

    homem, mas foi alm: transformou-se na linguagem do mundo

    4 contemporneo, nossa mediao universal. Como sistema

    universal, a Histria da mesma maneira que as cincias, as

    artes e a poltica vista da mesma perspectiva, isto , por

    7 meio de um conjunto de regras de conhecimentos, geralmente

    quantificados, que valem de forma diferenciada para todas as

    dimenses do real.

    10 impossvel despojar o mundo das suas

    ambiguidades, paradoxos e enigmas, e domin-lo plenamente

    por meio da racionalidade tcnica e de forma sistemtica. Em

    13 vez de habitar o mundo, acolh-lo, viver no meio dos

    acontecimentos, o homem moderno tem a pretenso de

    domin-lo pela tcnica. Mas ele no se d conta de que essa

    16 pretenso o que o transforma no escravo moderno: dominado

    por causas exteriores, o homem perde a prudncia e age como

    qualquer ser passional, isto , tudo o que ele faz s faz porque

    19 levado pelos acontecimentos.

    Russell A. Mittermeyer. Um planeta febril. In: Isto, 23/12/2009, p. 117 (com adaptaes).

    9. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) Considerando o uso das estruturas

    lingusticas no texto, assinale a opo correta.

    (A) A expresso da mesma maneira (l.5) estabelece uma comparao entre

    o sistema universal (l.4-5) e o conjunto de regras de conhecimentos

    (l.7).

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    27

    (B) A expresso por meio de (l.6-7) e o vocbulo pela (l.15) atribuem a

    ideia de instrumento, respectivamente, a um conjunto de regras (l.7) e

    a tcnica (l.15).

    (C) Os pronomes em domin-lo (l.11) e em o transforma (l.16) referem-se

    a mundo, respectivamente, nas linhas 10 e 13.

    (D) Na linha 12, a repetio da preposio de, que precede racionalidade

    tcnica e forma sistemtica, indica que se trata de dois complementos

    para a expresso por meio.

    (E) A preposio de, em dos acontecimentos (l.13-14), corresponde

    preposio a e por ela pode ser substituda, sem prejudicar a correo e a

    coerncia do texto.

    Comentrios Alternativa A: Muito cuidado, pois apenas uma parte do que

    foi dito est correta. Embora a locuo conjuntiva da mesma maneira que

    estabelea uma comparao, esta ocorre entre a Histria e as cincias, as

    artes e a poltica.

    Alternativa B: aqui no h problemas. A locuo prepositiva

    por meio de confere ao termo um conjunto de regras circunstncia de

    instrumento, o qual utilizado para que a Histria seja vista da mesma

    maneira que as cincias, as artes e a poltica. Semelhantemente, a contrao

    da preposio per com o artigo a (= pela) provoca o mesmo efeito no termo

    tcnica por meio dela que o homem moderno tem a pretenso de

    dominar o mundo.

    Alternativa C: este item trata da funo referencial dos

    pronomes, aspecto que as bancas gostam de explorar. O exerccio no difcil,

    mas requer ateno do candidato quanto leitura do texto. Em domin-lo, o

    pronome realmente se refere ao termo mundo. O problema surge agora: em

    o transforma, o pronome oblquo se refere a homem moderno (l. 14).

    Alternativa D: em da racionalidade tcnica, a preposio

    (que se contraiu com o artigo a) indica exatamente o que o examinador

    afirmou. J em de forma sistemtica, a preposio integra locuo adverbial

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    28

    com valor semntico de modo/maneira (de dominar o mundo plenamente).

    Portanto a relao estabelecida com o verbo dominar.

    Alternativa E: eu sugiro a reescritura da passagem como

    propes a banca, pois facilita a anlise.

    Em vez de habitar o mundo, acolh-lo, viver no meio aos

    acontecimentos...

    notria a falta de coeso entre os elementos textuais, a qual

    consequentemente prejudica a coerncia argumentativa. Experimente manter

    a presente alterao e trocar o conectivo no por em:

    Em vez de habitar o mundo, acolh-lo, viver em meio aos

    acontecimentos...

    Ficou melhor assim? Como isso no foi proposto, o item

    tambm est errado.

    Resposta B

    1 Afirma-se que a inovao e, particularmente, seus

    produtos tecnolgicos estimulam a competitividade e, dessa

    forma, contribuem para o crescimento econmico do pas.

    4 Consequentemente, a competitividade erigida em valor

    supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza

    imanente espcie humana. Omite-se, propositadamente,

    7 que o mais longo perodo da histria da vida humana foi

    orientado pela cooperao e solidariedade, valores

    fundamentais para a sobrevivncia da espcie. A ideologia

    10 da competio e produtividade faz parte de uma viso de

    mundo dominada pela corrida atrs da acumulao de

    capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por

    13 meios civilizados e legtimos. Para a sociedade,

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    29

    coletivamente, s haver vantagens na busca de maior

    produtividade quando seus resultados forem distribudos

    16 para elevar o nvel de bem-estar coletivo. Isso pode ser

    atingido mediante a elevao proporcional dos salrios, a

    reduo dos preos de bens e servios ou o aumento de

    19 investimentos dos lucros gerados, na expanso do sistema

    produtivo. Deixemos bem claro: no se discute aqui a

    necessidade de tecnologia nas sociedades contemporneas,

    22 mas a condio de que esta seja ambientalmente segura,

    socialmente benfica (para todos) e eticamente aceitvel.

    Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet: (com adaptaes)

    10. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 adaptada) A coerncia e a correo

    gramatical do texto seriam mantidas ao se substituir

    (A) erigida em valor supremo (l.4-5) por erigida valor supremo.

    (B) fundamentais para a sobrevivncia (l.9) por fundamentais a

    sobrevivncia.

    (C) atingido mediante a elevao (l.17) por atingido pela elevao.

    (D) condio de que esta seja (l.22) por condio que esta seja.

    Comentrio Alternativa A: a ausncia da preposio constitui erro

    gramatical e prejudica a coerncia do texto. A locuo verbal erigida (=

    erguida, construda) tem seu sentido modificado pela circunstncia expressa

    pela locuo adverbial em valor supremo. Uma locuo adverbial composta

    por preposio + substantivo (Eu caminho noite.), adjetivo (Fiz o trabalho de

    novo.) ou advrbio (Eu vim de l.). A preposio serve para conectar o termo

    anterior e o posterior; sem ela, a locuo perde sua caracterstica.

    Alternativa B: a coerncia estaria preservada, mas a correo

    gramatical no. A troca da preposio para por a faz surgir a crase (fuso da

    preposio com o artigo a), que deve ser indicada por meio do acento grave:

    .

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    30

    Alternativa C: so equivalentes a locuo prepositiva por

    meio de, a preposio acidental mediante e o vocbulo pela (contrao da

    preposio per com o artigo a), todos denotam circunstncia de instrumento.

    A preposio mediante no se aglutina com artigo,

    diferentemente da preposio per. Por isso a forma "mediante a elevao...,

    [mediante] a reduo... [mediante] o aumento de investimentos...". No h

    necessidade de repetir a preposio.

    Vamos trocar "mediante" por per, que se aglutina com

    artigo: "pela elevao..., a reduo... o aumento de investimentos...". Assim

    como no houve necessidade de repetir a preposio "mediante", no h a

    obrigatoriedade de repetir o vocbulo per.

    Alternativa D: o caso aqui semelhante ao da alternativa A.

    a preposio de conecta o substantivo condio ao seu complemento: de

    que esta seja. A ausncia dela prejudica a correo gramatical e afeta o

    sentido original do texto. Note ainda que o vocbulo que , primeiramente,

    conjuno integrante; depois, passa a ser pronome relativo.

    Resposta C

    [...] O fato que essa ininterrupta e

    incansvel luta pelo saber tem sido uma das mais importantes

    10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazo ao seu

    insacivel af de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar

    em toda sua plenitude a livre aventura do esprito, o homem

    13 depara-se com seus limites. [...]

    Ivan de Arajo Moura F. Conflitos ticos em psiquiatria. In: Jos E. Assad (Coord.).

    Desafios ticos. Braslia: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptaes).

    11. (Cespe/Inca/Cargos de Nvel Superior/2010) A repetio da preposio a

    em ao tentar (l.11) fundamental para mostrar que a orao a iniciada

    est em paralelo com a orao iniciada por ao dar vazo (l.10); e que

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    31

    no se trata de mais um termo da enumerao de verbos que

    complementam af de (l.11).

    Comentrio Antes da orao reduzida ao tentar realizar h uma

    enumerao de oraes (de descobrir, criar, conquistar) coordenadas entre si

    e ligadas ao substantivo af por meio da preposio de. A preposio a

    introduz orao que indica quando o homem se depara com seus limites.

    Resposta Item certo.

    1 A realidade atual vem exigindo dos pesquisadores

    envolvidos com a temtica da sade maiores esforos para

    compreender as mudanas recentes, pois o modo de as pessoas

    4 fazerem uso de suas capacidades fsicas, cognitivas e afetivas

    para produzir foi transformado. [...]

    Ada vila Assuno. Uma contribuio ao debate sobre as relaes sade e trabalho.

    In: Cinc. Sade Coletiva, v. 8, n. 4, p. 1.005-18, 2003 (com adaptaes).

    12. (Cespe/Inca/Cargos de Nvel Superior/2010) A organizao das ideias no

    texto mostra que realidade atual (l.1) constitui a circunstncia de tempo

    em que a temtica da sade (l.2) est sendo considerada; por isso,

    mantm-se as relaes entre os argumentos e a correo gramatical ao se

    iniciar o texto com Na realidade atual.

    Comentrio Cuidado! A realidade atual (termo personificado, usado em

    sentido figurado), o agente do processo verbal; sintaticamente, o sujeito

    dele por isso no deve ser aglutinado preposio em como se fosse um

    adjunto adverbial.

    Resposta Item errado.

    13. (Cespe/Inca/Cargos de Nvel Superior/2010) Na linha 2, em razo da

    acepo de envolvidos usada no texto, possvel substituir com a por

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    32

    na, sem prejudicar sua correo gramatical, nem tornar incoerente a

    relao entre as ideias apresentadas.

    Comentrio o significado do vocbulo o seguinte: que se envolveram ou

    deixaram envolver; implicados; comprometidos: Envolvidos em uma

    conspirao, os acusados precisam de um bom libi para escapar da priso.

    Resposta Item certo.

    14. (Cespe/Inca/Cargos de Nvel Superior/2010) A preposio em para

    compreender (l.2-3) e para produzir (l.5) expressa o sentido de

    finalidade: a finalidade dos esforos (l.2) e das capacidades (l.4),

    respectivamente.

    Comentrio No texto, a preposio para tambm exprime finalidade.

    Resposta Item certo.

    15. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nvel Superior/2011) No trecho "esto

    convencidos de que as desigualdades so, em sua maior parte, sociais ou

    histricas" (L.8-10), a omisso da preposio "de" prejudicaria a correo

    gramatical do perodo.

    Comentrio Sim, pois ela promove o vnculo entre o adjetivo convencidos

    e a orao completiva nominal subsequente. A retirada dela afetaria a coeso

    do perodo e as regras de regncia nominal.

    Resposta Item certo.

    [...]

    [...]

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    33

    16. (Cespe/TJ-ES/Analista Judicirio/Taquigrafia/2011) A substituio da

    locuo a fim de (L.16) por para manteria a correo gramatical e o

    sentido original do texto.

    Comentrio Sim, so equivalentes quanto ao sentido a locuo prepositiva

    a fim de e a preposio para, ambas exprimem circunstncia de finalidade.

    Tambm no se verifica incorreo gramatical na substituio: ...ir agachar-se

    sob o tmulo para escapar dos golpes do destino...

    Resposta Item certo.

    [...]

    17. (Cespe/STJ/Analista Judicirio/rea Judiciria/2012) A preposio para,

    em para a discusso (L.3) e em para colecionar livros (L.23), introduz

    expresso que exprime finalidade.

    Comentrio Apesar de alguns protestos por parte de alguns estudantes, no

    vejo problemas em considerar certo este item. Na linha 3, a preposio para

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    34

    introduz uma finalidade da biblioteca de Alexandria: servir de epgrafe para a

    discusso sobre a materialidade da comunicao. Na linha 23, a mesma

    preposio introduz a finalidade da procura por uma biblioteca estruturada:

    colecionar livros.

    Resposta Item certo.

    Conjunes

    Unem oraes ou termos de uma orao. No desempenho desse

    papel, a conjuno pode relacionar termos e oraes sintaticamente

    equivalentes (as chamadas oraes coordenadas) ou relacionar uma orao

    principal a uma orao que lhe subordinada.

    Note que as preposies, ao conectarem termos de uma mesma

    orao, estabelecem entre eles um vnculo de subordinao. J as conjunes,

    um vnculo de coordenao.

    Ex.: Pedro e Paulo saram. (os vocbulos Pedro e Paulo mantm

    entre si uma relao de equivalncia sinttica)

    Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as oraes Pedro foi ao

    cinema e e Paulo foi ao teatro tambm esto em um vnculo de

    coordenao)

    preciso que estudemos. (agora, a conjuno que estabelece

    uma relao de subordinao entre as oraes preciso e que

    estudemos)

    H palavras que podem pertencer a diferentes grupos de

    conjunes (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais

    importante do que memorizar as conjunes ser observ-las em seus

    contextos e, a partir dessa observao, encaix-la em um grupo

    (coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas;

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    35

    subordinativas integrantes ou adverbiais causal, comparativa, concessiva,

    condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional ou temporal).

    CONJUNES COORDENATIVAS

    aditivas e, nem, mas, tambm, mas ainda, como tambm, bem

    como

    adversativas

    e, mas, porm, todavia, contudo, entretanto, seno, ao

    passo que, antes (= pelo contrrio), no entanto, no

    obstante, apesar disso, em todo caso)

    alternativas ou, ou... ou, ora... ora, j... j, quer... quer

    conclusivas logo, portanto, por conseguinte, pois (aps verbo), por

    isso

    explicativas que, porque, porquanto, pois (antes de verbo)

    CONJUNES SUBORDINATIVAS

    integrantes (introduzem oraes

    subordinadas que funcionam como

    substantivos: subjetiva, predicativa,

    objetiva direta, objetiva indireta,

    completiva nominal, apositiva)

    que, se

    adverbiais (introduzem oraes subordinadas que traduzem circunstncias)

    causais

    que, porque, pois, como, porquanto, visto que, visto

    como, j que, uma vez que, desde que, na medida em

    que, se

    comparativas

    como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (to

    ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou

    do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do

    mesmo modo que), o mesmo que (= como)

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    36

    concessivas

    embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda

    quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por

    muito que, por menos que, se bem que, em que (pese),

    nem que, dado que, sem que (= embora no)

    condicionais se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (=

    se no), a no ser que, a menos que, dado que.

    conformativas como, conforme, segundo, consoante

    consecutivas

    que (precedido dos termos intensivos tal, to, tanto,

    tamanho, s vezes subentendidos), de sorte que, de

    modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que

    (no)

    finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que

    proporcionais

    proporo que, medida que, ao passo que, quanto

    mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos),

    quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais),

    (tanto)... quanto

    temporais

    Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre

    que, assim que, desde que, antes que, depois que, at

    que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que

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    37

    18. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Atendente Comercial/2011

    adaptada) A respeito de aspectos lingusticos do texto, julgue os itens

    abaixo.

    I. No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o

    seguinte erro: emprego da forma verbal desculpes, em vez de desculpe.

    II. Os termos Porque (v.2) e Porm (v.7) estabelecem, nos respectivos

    trechos, semelhantes relaes de sentido.

    III. No verso 5, os vocbulos Talvez e at expressam circunstncias de

    tempo.

    Comentrio Item I: errado. O verbo desculpar corretamente flexionado na

    segunda pessoa do singular do presente do subjuntivo. Quanto ao nmero e

    pessoa, a referncia o pronome TU, representante da pessoa com quem o

    enunciador fala. Quanto ao tempo e modo verbal, o subjuntivo traduz a ideia

    de possibilidade presente nas palavras do poema.

    Item II: errado. A conjuno Porque apresenta o motivo pelo

    qual o autor escreve a carta; a conjuno Porm, como conjuno

    adversativa que , introduz ideia de ressalva, contraste.

    Item III: errado. Talvez exprime circunstncia de dvida;

    at denota ideia de incluso.

    Resposta Itens errados.

    [...] A ideologia

    10 da competio e produtividade faz parte de uma viso de

    mundo dominada pela corrida atrs da acumulao de

    capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por

    13 meios civilizados e legtimos. Para a sociedade,

    coletivamente, s haver vantagens na busca de maior

    produtividade quando seus resultados forem distribudos

    16 para elevar o nvel de bem-estar coletivo. Isso pode ser

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    38

    atingido mediante a elevao proporcional dos salrios, a

    reduo dos preos de bens e servios ou o aumento de

    19 investimentos dos lucros gerados, na expanso do sistema

    produtivo. [...]

    Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet:

    (com adaptaes)

    19. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 adaptada) Julgue os itens abaixo,

    relativos ao emprego das estruturas lingusticas do texto.

    (A) Na linha 10, preserva-se a coerncia textual ao se inserir da antes de

    produtividade; mas, para se preservar a correo gramatical, ser

    necessrio mudar faz para fazem.

    (B) Para a coerncia dos argumentos no texto, indiferente o uso de

    quando (l.15) ou de se, em seu lugar, pois o perodo sinttico preserva

    a ideia de condio.

    (C) Seriam mantidas as relaes entre os argumentos se, em lugar de ou

    (l.18), antes do ltimo termo da enumerao, fosse usado e; mas a

    desvantagem seria a repetio do mesmo conectivo.

    Comentrio Alternativa A: as locues adjetivas da competio e [da]

    produtividade esto subordinadas ao substantivo ideologia por meio da

    mesma preposio: de (que se contraiu com o artigo a = da). Por isso a

    repetio dela desnecessria. Ainda que se queira empreg-la novamente, o

    ncleo do sintagma permanece ideologia (terceira pessoa do singular), o que

    obriga o verbo tambm a permanecer flexionado no mesmo nmero e na

    mesma pessoa.

    Alternativa B: frequentemente, classificamos a conjuno

    quando como subordinativa adverbial temporal. Antes, porm, preciso

    analisar o seu real valor semntico no perodo em que ocorre. o caso, por

    exemplo, da passagem aludida pelo examinador. Nela, o valor semntico do

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    39

    conectivo assemelha-se ao da conjuno condicional se. Por isso o uso de um

    ou de outro indiferente.

    Alternativa C: a conjuno alternativa ou serviu para nos

    comunicar que a concretizao de um dos fatores (elevao proporcional dos

    salrios; reduo dos preos de bens e servios e aumento de investimentos

    dos lucros gerados) suficiente para elevar o nvel de bem-estar coletivo. J a

    conjuno aditiva e muda esse entendimento e passa a indicar que deve haver

    o somatrio desses fatores (eles devem ocorrer solidariamente) para que o

    objetivo seja atingido.

    Resposta Itens errado, certo e errado.

    [...] Pesquisas cientficas

    recentes sobre a raiva reforam essa linha de pensamento, e

    7 uma delas mostra que quem reprime sua frustrao pelo

    menos trs vezes mais propenso a admitir que chegou a um

    ponto em sua carreira no qual no consegue mais progredir e

    10 que tem uma vida pessoal decepcionante. J as pessoas que

    aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma

    probabilidade muito maior de estar bem situadas

    13 profissionalmente, alm de desfrutar de maior intimidade fsica

    e emocional com seus amigos e familiares. [...]

    Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptaes).

    20. (Cespe/Inca/Cargos de Nvel Superior/2010) Por causa das duas

    ocorrncias do pronome que (l.7-8) no mesmo perodo sinttico, no

    recomendada a substituio de no qual (l.9) por que, apesar de a

    coerncia e a correo do texto serem mantidas.

    Comentrio O que (l. 7-8) conjuno integrante. Note que ele introduz

    oraes que funcionam como objeto direto dos verbos mostrar e admitir.

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    40

    Isso nada tem a ver com a substituio proposta pelo examinador, que focaliza

    pronome relativo. A razo do problema causado pela troca outra.

    O conjunto no qual (l. 9) composto pela preposio em e

    pelo pronome relativo o qual. A preposio obrigatria porque introduz o

    advrbio de lugar um ponto em sua carreira, expresso na orao anterior e

    representado pelo pronome no segmento subsequente: no consegue mais

    progredir em um ponto em sua carreira (= no qual). Substituir no qual por

    que, sem a presena da preposio em, prejudica a correo gramatical.

    Alm disso, a coerncia textual tambm sofre, observe:

    ...chegou a um ponto em sua carreira que no consegue

    mais progredir...

    Percebeu que agora a carreira que no progride mais?

    Essa mudana brusca de sentido afeta a coerncia.

    Resposta Item errado.

    [...]

    [...]

    [...]

    21. (Cespe/TJ-ES/Analista Judicirio/2011) Nos trechos que de fato

    desprezava (L.7) e que ensinamentos tirei da leitura (L.22), o elemento

    que recebe a mesma classificao morfossinttica.

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    41

    Comentrio Na linha 7, o vocbulo classifica-se como pronome relativo,

    substitui o antecedente mulheres e introduz orao subordinada adjetiva

    restritiva.

    Na linha 22, o que conjuno integrante, introduz orao

    subordinada substantiva objetiva direta.

    Resposta Item errado.

    [...]

    [...]

    22. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) Mantendo-se a correo gramatical e a

    coerncia do texto, a orao se algum executado (l.12), que expressa

    uma hiptese, poderia ser escrita como caso se execute algum, mas

    no como se caso algum se execute.

    Comentrio Alm de expressar uma hiptese por causa da conjuno

    subordinativa se, a estrutura original transmite noo de passividade do

    termo algum: ele sofre a ao de ser executado.

    A primeira proposta de substituio preserva tanto a correo

    gramatical quanto a coerncia do texto. A conjuno se foi substituda pela

    tambm conjuno condicional caso. digna de nota a flexo do verbo

    executar, obrigatoriamente conjugado no subjuntivo (execute) por causa da

    conjuno caso.

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    42

    Mas a segunda proposta apresenta problemas. Com respeito

    correo gramatical, a justaposio das conjunes condicionais se caso fere

    a normatividade da lngua. Parece que o examinador quis confundir os

    candidatos aproximando tal construo de outra bem semelhante: se acaso.

    Nesta estrutura, no temos duas conjunes condicionais, mas uma conjuno

    e um advrbio (= eventualmente). Em relao coerncia textual, segunda

    proposta transmite noo reflexiva. Algum executa a si mesmo? Pratica e

    sofre a ao ao mesmo tempo? No, no essa a ideia original.

    Resposta Item certo.

    [...]

    [...]

    23. (Cespe/PCCE/Inspetor/2012) O conector pois (L.18) introduz ideia de

    consequncia no trecho em que ocorre.

    Comentrio A conjuno pois introduz uma explicao ou justificativa

    para o progresso do cientista poltico Phillippe Schmitter. Eis alguns conectivos

    que transmitem a ideia de consequncia alegada pelo examinador: que

    (precedido dos termos intensivos tal, to, tanto, tamanho, s vezes

    subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira

    que.

    Resposta Item errado.

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    43

    24. Mantm-se a correo gramatical e as informaes originais do perodo ao

    se substituir o conectivo pois (L.1) por j que, uma vez que,

    porquanto, visto que ou porque.

    Comentrio Perceba que existe uma relao de causa e efeito entre as

    oraes ligadas por meio da conjuno pois, a qual introduz a orao

    subordinada causal. Releia, portanto, o quadro das conjunes subordinativas

    adverbiais causais para confirmar que todas as conjunes apresentadas pelo

    examinador podem expressar noo de causa.

    Resposta Item certo.

    Verbos

    a) FLEXES VERBAIS

    Voz

    1. ATIVA indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo.

    Ex.: Cabral descobriu o Brasil.

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    44

    2. PASSIVA indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo.

    Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral.

    ATENO! 1 Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o

    SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o

    OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva.

    2 Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for

    INDETERMINADO, na voz passiva no haver AGENTE DA PASSIVA.

    Ex.: Resolveram as questes. voz ativa com sujeito indeterminado.

    As questes foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questes.) voz

    passiva sem agente da passiva.

    3 A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analtica e

    pronominal ou sinttica.

    Ex.: Aquelas crianas foram abandonadas. verbo auxiliar + verbo principal

    no particpio = analtica.

    Abandonaram-se aquelas crianas. verbo TRANSITIVO DIRETO +

    pronome SE = sinttica.

    Agora considere o seguinte trecho: [...] Pacientes afetados pela

    sndrome ultrapassaram muito a fronteira da adaptabilidade s demandas

    [...]. Novamente, vamos treinar a transformao da voz ativa para a passiva.

    VOZ ATIVA VOZ PASIVA

    Sujeito

    Pacientes

    afetados pela

    sndrome

    Agente da

    passiva

    pelos pacientes

    afetados pela

    sndrome

    Verbo

    transitivo

    direto

    ultrapassaram (o

    que?)

    Locuo verbal

    (voz passiva

    analtica)

    foi ultrapassada

    Objeto direto

    a fronteira da

    adaptabilidade s

    demandas

    Sujeito

    paciente

    A fronteira da

    adaptabilidade s

    demandas

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    45

    H ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa:

    a) Ficou-se feliz com o resultado. verbo de LIGAO + SE =

    sujeito indeterminado

    b) Vive-se bem neste lugar. verbo INTRASITIVO + SE =

    sujeito indeterminado

    c) Precisa-se de professores. verbo TRANSITVO INDIRETO +

    SE = sujeito indeterminado

    d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO

    DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado

    3. REFLEXIVA indica que o processo verbal praticado e sofrido pelo

    sujeito ao mesmo tempo.

    Ex.: No me considero to importante.

    Reservamo-nos o direito de ficar calado.

    Ele se deu um presente.

    ATENO! 1 Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo

    vem acompanhado de um pronome oblquo que lhe serve de objeto e

    representa a mesma pessoa do sujeito.

    2 Na prtica, identifica-se a voz reflexiva acrescentando,

    conforme a pessoa, as expresses a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo,

    etc.

    Ex.: Feri-me a mim mesmo.

    Julgai-vos a vs mesmos.

    3 No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade.

    Ex.: Os amigos se cumprimentaram.

    Amavam-se um ao outro.

    1 Um dos aspectos mais notveis da aventura do homem

    ao longo da histria tem sido seu constante anseio de

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    46

    buscar novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos,

    4 investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o

    conhecimento. Desde seus primrdios, os seres humanos

    dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade,

    7 este desejo de conhecer, uma das mais significativas foras

    impulsoras da humanidade. O fato que essa ininterrupta e

    incansvel luta pelo saber tem sido uma das mais importantes

    10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazo ao seu

    insacivel af de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar

    em toda sua plenitude a livre aventura do esprito, o homem

    13 depara-se com seus limites. [...]

    Ivan de Arajo Moura F. Conflitos ticos em psiquiatria. In: Jos E. Assad (Coord.).

    Desafios ticos. Braslia: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptaes).

    25. (Cespe/Inca/Cargos de Nvel Superior/2010) Seriam preservadas a

    correo gramatical do texto, bem como a coerncia de sua

    argumentao, se, em lugar de tem sido (l.2), fosse usada a forma

    verbal ; no entanto, a opo empregada no texto ressalta o carter

    contnuo e constante dos aspectos mencionados.

    Comentrio Vamos reescrever a passagem utilizando a forma verbal

    sugerida: Um dos aspectos mais notveis da aventura do homem ao longo da

    histria seu constante anseio.... Pronto, ficou claro que realmente no

    existe problema. Usado no presente, o verbo ser indica um fato atual,

    simultneo ao ato da fala. Mas o pretrito perfeito composto, de fato, imprime

    passagem um aspecto durativo, contnuo, no limitado no tempo. Vamos

    ouvir o que Cegalla tem a nos dizer: O pretrito perfeito composto traduz

    um fato passado repetido, ou que se prolonga at o presente:

    Tenho-lhe dado sempre bons conselhos.

    Resposta Item certo.

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    1 O regime trabalhista, ao adotar estratgias de proteo

    sade do trabalhador, institui mecanismos de monitorao

    dos indivduos, visando a evitar ou identificar precocemente os

    4 agravos sua sade, quando produzidos ou desencadeados

    pelo exerccio do trabalho. [...]

    Elias Tavares de Arajo. Percia mdica. In: Jos E. Assad (Coord.). Desafios

    ticos. Braslia: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptaes).

    26. (Cespe/Inca/Cargos de Nvel Superior/2010) Para se realar mecanismos

    de monitorao (l.2), em vez de regime trabalhista (l.1), poderia ser

    usada a voz passiva, escrevendo-se so institudos em vez de institui

    (l.2), sem que a coerncia entre os argumentos e a correo gramatical

    do texto fossem prejudicadas.

    Comentrio Faa a troca exatamente como sugere o examinador e constate

    o quanto descabida a proposio: O regime trabalhista [...] so institudos

    mecanismos de monitorao dos indivduos.... Notou a falta de concordncia

    entre sujeito e verbo? Notou que no h agente da passiva corretamente

    indicado pelo vocbulo pelo (contrao da preposio per com o artigo o). A

    alterao adequada deveria ser assim: Mecanismos de monitorao dos

    indivduos so institudos pelo regime trabalhista....

    Resposta Item errado.

    [...]

    10 A declarao no previu que o desenvolvimento

    capitalista chegasse sua atual etapa de globalizao e de

    capitais volteis, especulativos, que, sem controle, entram e

    13 saem de diferentes pases, gerando instabilidade permanente

    nas economias perifricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,

    [...]

    Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

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    Direitos mais humanos. Braslia: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptaes).

    27. (Cespe/TRT 21 Regio/Analista Judicirio/2011) A orao A declarao

    no previu (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:

    Na declarao, no se previu.

    Comentrio A banca resolveu explorar a mudana de voz verbal, que veio

    acompanhada por outras modificaes. Em vez de transformar o sujeito (A

    declarao) em agente da passiva, a banca tornou-o adjunto adverbial

    (antecipado, o que justifica o uso da vrgula): Na declarao. At aqui, tudo

    bem. No podemos dizer que a nova redao est errada s por causa disso.

    Tambm no h incorreo na formao da voz passiva sinttica (formada pela

    combinao de verbo transitivo direto com pronome apassivador): se previu,

    nem na posio procltica do tal pronome, atrado pelo advrbio no. Com a

    nova redao, a forma verbal previu passou a concordar com o sujeito

    oracional que o desenvolvimento capitalista chegasse...

    Resposta Item certo.

    [...]

    que fragiliza e subordina economias nacionais. No

    admissvel que grupos privados transnacionais no mais do

    19 que trs centenas , com negcios que vo do setor produtivo

    industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas

    comunicaes, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do

    22 mundo, hegemonizando governos e naes, derrubando

    restries alfandegrias, impondo seus interesses particulares.

    [...] Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

    Direitos mais humanos. Braslia: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptaes).

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    28. (Cespe/TRT 21 Regio/Analista Judicirio/2011) A correo gramatical do

    texto seria mantida caso o trecho No admissvel (l. 17-18) fosse

    substitudo por No se admitem.

    Comentrio Na redao original, o verbo ser est na voz ativa e concorda

    na terceira pessoa do singular com o sujeito oracional que grupos privados

    transacionais... sejam... o verdadeiro governo do mundo. Na redao

    proposta, o sujeito continua o mesmo, embora o verbo admitir se flexione na

    voz passiva sinttica. Portanto no h razo para que o verbo admitir se

    flexione na terceira pessoa do plural.

    Resposta Item errado.

    1 No sculo XIX, enfatizou-se, nos mais diversos

    domnios, a busca de explicaes sobre as origens dos

    homens, das sociedades, das naes. Foi dentro desse quadro

    [...]

    Mrcia Regina Capelar Naxara. Cientificismo e sensibilidade romntica.

    Braslia: Ed. Universidade de Braslia, 2004, p. 24-35 (com adaptaes).

    29. (Cespe/TRT 21 Regio/Analista Judicirio/2011) Atenderia prescrio

    gramatical o emprego, na linha 1, da forma verbal foi enfatizada, em

    vez de enfatizou-se.

    Comentrio Sim. O sujeito continuaria sendo a expresso a busca de

    explicaes sobre as origens; o verbo continuaria na voz passiva (apenas

    passaria de passiva sinttica para passiva analtica). O gnero feminino do

    vocbulo enfatizada justifica-se pela concordncia do particpio com o

    substantivo busca.

    Resposta Item certo.

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    Nmero e Pessoa

    1 2 3

    singular eu tu ele/ela

    plural ns vs eles/elas

    [...]

    30. (Cespe/Cmara dos Deputados/Analista/Tcnico em Material e

    Patrimnio/2012) A flexo de singular na forma verbal importava (L.26)

    justifica-se por ser o sujeito da orao indeterminado, de interpretao

    genrica.

    Comentrio O verbo importava est na terceira pessoa do singular porque

    concorda com o sujeito oracional descobrir e estudar (l. 27). Basta fazer a

    boa e velha pergunta ao verbo: O que importava? A resposta o sujeito:

    Descobrir e estudar. Entenda assim, para melhor compreenso: descobrir e

    estudar importava. Como se percebe, o sujeito est bem determinado na

    passagem. Na aula sobre concordncia verbal, veremos que o verbo se

    flexiona na terceira pessoa do singular quando o sujeito, mesmo sendo

    composto, oracional (apresenta verbo em sua estrutura).

    Resposta Item errado.

    Modo e Tempo

    Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar.

    Os tempos situam o fato ou a ao verbal dentre de determinado momento

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    51

    (durante o ato da comunicao, antes ou depois dele). Mais frente falarei

    melhor sobre o emprego dos tempos e modos.

    MODOS TEMPOS SIMPLES

    indicativo

    presente (tenho)

    pretrito

    perfeito (tive)

    imperfeito (tinha)

    mais-que-perf. (tivera)

    futuro do presente (terei)

    do pretrito (teria)

    subjuntivo

    presente (tenha)

    pretrito imperfeito (tivesse)

    futuro (tiver)

    imperativo afirmativo (tem tu)

    negativo (no tenhas tu)

    MODOS TEMPOS COMPOSTOS

    Indicativo

    pretrito Perfeito (tenho/hei cantado)

    mais-que-perfeito (tinha/havia cantado)

    futuro do presente (terei/haverei cantado)

    do pretrito (teria/haveria cantado)

    Subjuntivo

    pretrito Perfeito (tenha/haja cantado)

    mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)

    futuro (tiver/houver cantado)

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    52

    ATENO! 1. O quadro acima uma sntese da formao dos tempos

    compostos da voz ativa. Eles so formados pelos verbos auxiliares ter ou

    haver, seguidos do particpio do verbo principal.

    Ex.: Temos estudado muito.

    Tinha posto a televiso na sala.

    Havamos chegado tarde.

    2. Note que no h tempos compostos relativos ao

    presente e ao pretrito imperfeito. Eles so usados para formar,

    respectivamente, o pretrito perfeito composto e o pretrito mais-que-perfeito

    composto. Tambm no h tempo composto relativo ao modo imperativo.

    3. O tempo composto da voz passiva formado com o

    emprego simultneo dos auxiliares ter ou haver e ser, seguidos do particpio

    do verbo principal.

    Ex.: Temos sido ensinados pelo professor.

    O casal havia sido visto no restaurante.

    b) EMPREGO DOS MODOS VERBAIS

    Indicativo: associado a aes presentes, pretritas (ou

    passadas) ou futuras que consideramos de ocorrncia certa.

    Subjuntivo: tambm associado a acontecimentos presentes,

    pretritos ou futuros; mas com ocorrncia provvel, hipottica, duvidosa.

    Imperativo: associado a ordens, pedidos, splicas que

    desejamos.

    Ateno! Quanto s formas nominais do verbo, o infinitivo indica a ao

    verbal em si mesma; o gerndio indica a ao em processo; o particpio

    indica uma ao em curso ou um adjunto de um substantivo.

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    c) EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS

    O presente do indicativo pode indicar valores semnticos tais

    como:

    1. fato que se realiza no momento do discurso.

    Ex.: A turma toda estuda agora.

    2. fato permanente

    Ex.: O sol aquece a Terra.

    3. fato habitual.

    Ex.: Aquele atleta levanta cedo, alimenta-se bem e treina

    intensamente.

    4. presente histrico, ou seja, substitui o pretrito para enfatizar

    a descrio do fato, conferir mais vivacidade a ele.

    Ex.: Antes de subir aos cus, Jesus diz a seus discpulos: Eu sou o

    caminho, a verdade, e a vida. Ningum vem ao Pai seno por mim (Joo

    14:6).

    5. certeza do fato a que nos referimos e que acontecer

    brevemente, substituindo o futuro do presente.

    Ex.: O artilheiro disse que joga amanh.

    Presidente americano chega amanh ao Brasil.

    ATENO! Esses dois ltmos casos tm surgido com frequncia em provas.

    Mais frente, resolveremos uma qusto semelhante. Recomendo bastante

    ateno a eles.

    O pretrito perfeito do indicativo indica que o fato foi

    perfeitamente concludo.

    Ex.: O ru recorreu da deciso do juiz.

    linguagem jornalstica

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    Tambm recorrente em provas a discusso sobre os aspectos

    indicados pelo pretrito imperfeito do indicativo. Fique atento aos valores

    semnticos desse tempo verbal:

    1. indica fato que ocorria habitualmente.

    Ex.: Joozinho era o primeiro a terminar as provas.

    2. seu uso em substituio ao presente traduz cortesia e atenua

    uma afirmao ou um pedido.

    Ex.: Eu queria saber se o diretor j chegou.

    3. indica simultaneidade entre dois fatos passados.

    Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi

    publicado.

    4. denota uma consequncia de um fato hipottico; substitui,

    nesses casos, o futuro do pretrito.

    Ex.: Houvesse estudado mais, passava em primeiro lugar.

    O pretrito mais-que-perfeito do indicativo indica um fato

    passado e anterior a outro tambm passado.

    Ex.: Quando o candidato chegou ao local do concurso, o porto j

    se fechara.

    Pode tambm surgir em frases optativas:

    Ex.: Quem me dera casar com ela...

    O futuro do presente do indicativo pode, alm de indicar um

    fato que ainda vai acontecer, sugerir valor semntico de imperativo:

    Ex.: Nas frias, viajaremos para Caldas Novas.

    No adulterars (xodo 20:13)

    Entre os valores semnticos do futuro do pretrito do

    indicativo, destaco:

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    1. o que indica ao futura expressa no passado.

    Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em

    casa.

    2. aquele que indica um fato cuja realizao depende de uma

    condio que no se concretizou no passado e que,

    provavelmente, no se realizar.

    Ex.: Se estudssemos mais, obteramos a classificao.

    CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira orao no presente ou

    no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas

    modificaes, a condio expressa por ela ser tomada como uma hiptese

    que poder ocorrer, ou no.

    Caso estudemos mais, obteremos a classificao.

    Se estudarmos mais, obteremos a classificao.

    Em relao ao subjuntivo, note que ele pode indicar hiptese,

    condio, vontade do indivduo que fala enunciadas no presente, no pretrito

    ou no futuro.

    Ex.: Meu desejo que todos sejam aprovados. (presente do

    subjuntivo)

    Paula talvez lhe telefonasse noite. (pretrito imperfeito

    do subjuntivo)

    Se estudares, ters bom resultado. (futuro do subjuntivo)

    Tambm digno de nota o emprego do pretrito imperfeito do

    subjuntivo como condio para a ocorrncia de outra ao verbal.

    Ex.: Se estudssemos mais, obteramos a classificao.

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    56

    d) CORRELAO VERBAL

    Preciso falar com voc sobre correlao verbal coerncia que,

    em uma frase ou sequncia de frases, deve haver entre as formas verbais

    utilizadas. Ou seja, preciso que haja articulao temporal entre os verbos,

    que eles se correspondam, de maneira a expressar as ideias com lgica.

    Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si. Veja este

    exemplo:

    Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lio.

    O verbo dormir est no pretrito imperfeito do subjuntivo.

    Sabemos que o subjuntivo expressa dvida, incerteza, possibilidade,

    eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de

    maneira a garantir que o perodo tenha lgica?

    Na frase, aprender usado no futuro do pretrito (aprenderia),

    um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmao condicionada

    (que depende de algo), quando esta se refere a fatos que no se realizaram e

    que, provavelmente, no se realizaro. O perodo, portanto, est coerente, j

    que a ideia transmitida por dormisse exatamente a de uma dvida, a de

    uma possibilidade que no temos certeza se ocorrer.

    Veja o mesmo exemplo, mas sem correlao verbal:

    Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lio.

    Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender est

    conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre

    outras ideias, fatos certos ou provveis. Nesse caso, no podemos dizer que

    jamais aprenderemos a lio, pois o ato de aprender est condicionado no a

    uma certeza, mas apenas hiptese (transmitida pelo pretrito imperfeito do

    subjuntivo) de dormir.

    A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais so

    concordantes:

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    1. presente do indicativo + presente do subjuntivo:

    Exijo que voc faa o dever.

    2. pretrito perfeito do indicativo + pretrito imperfeito do subjuntivo:

    Exigi que ele fizesse o deve