Apresentação iTCC.pdf

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escola de arquiteturaUFMG/1° sem/2015

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OFICINA DA ESCOLA

SÍNTESE DO PROJETOQual seria o imaginário de uma escola de arquitetura ideal para seus alunos?

Esse e outros questionamentos se confundem com os desejos que temos para repensar o ensino da arquitetura e do urbanismo e sua prática profis-sional. Aliamos essa vontade de questionar a academia com nossa vocação de transformar manualmente os materiais em objetos e espacialidades, uti-lizando processos que contemplam desde a pesquisa sobre os modos de produção industrial até as práticas em oficinas de marcenaria e serralheria.

Acreditamos que uma escola de arquitetura e urbanismo deva proporcionar a seus alunos a oportunidade de aprender a construir construindo e não apenas projetar através de conceitos e programas muito distantes da reali-dade dos canteiros e oficinas. Entender as práticas e ofícios que permeiam a arquitetura e colocá-las à prova dentro do próprio ambiente acadêmico é uma forma de expandir as possibilidades de uma profissão tão ampla mas que é ao mesmo tempo limitada pelo modelo de ensino atual.

MOTIVAÇÕESAusência de espaços físicos dentro da escola que proporcionem aos alunos a possibilidade de prototipar e aprenderem mais sobre processos construti-vos.

Cenário profissional nada estimulante, em que os arquitetos trabalham muitas vezes com representação arquitetônica de projetos de qualidade bastante contestável.

Falta do estímulo, por parte das ementas curriculares, para a busca de práticas manuais durante o desenvolvimento e apresentação de processos e trabalhos

Vocação para o desenvolvimento de trabalhos manuais que aliem o projeto de design e a execução do mesmo. Além disso, acreditamos que este tipo de ambiente prático-criativo é propício a inovações técnicas e conceituais dentro do campo da arquitetura e design.

PESQUISA E DESENVOLVIMENTOInicialmente a proposta para o trabalho do TCC era de criar uma rede de “caçambistas” que pudessem se aproveitar dos materiais de construção deixados em caçambas para transformá-los em mobiliário ou sistemas construtivos. Mas os questionamentos acerca da nossa própria capacidade de materializar através dos resíduos nos forçou a buscar na capacitação in-dustrial o conhecimento dos processos embutidos na construção.

Através de um curso de serralheria oferecido gratuitamente pelo SENAI CE-DETEM e financiado por recursos federais do PRONATEC, foi possível aprender a fundo vários processos industriais existentes na fabricação de móveis e outros objetos metálicos. Este curso incluía aulas de soldagem, tecnologia da produção do aço, estudo dos sistemas métricos, desenho técnico e prática de oficina (operação das máquinas, normas de segurança e procedimentos industriais).

LEITURASDepois do curso o panorama da pesquisa se expandiu e paralelo a isso a criação da Peixaria - Espaço Experi-mental foi determinante para nos mostrar que dentro da Escola de Arquitetura poderia funcionar uma oficina em que os alunos pudessem aprender construindo. Além disso, as leituras propostas ajudaram basta com-preender melhor os nosso anseios. Uma delas é a do livro Bauhaus: Novarquitetura (GROPIUS, 1972), que em seu segundo capítulo mostra a proposta bauhausiana de introduzir no ensino da arquitetura o aprendizado industrial de diversos assuntos: tecelagem, marcenaria, serralheria etc.

Outro autor que traduziu bem algumas de nossas inquietações foi Sérgio Ferro. Em seu texto mais famoso “O canteiro e o desenho” (FERRO, 1976), o autor critica a relação entre a representação arquitetônica e o canteiro de obras, chamando atenção para o domínio que aquele exerce sobre este, por se tratar de um ponto de me-diação entre o projeto e a construção em si, entre trabalhador e seu produto ou entre trabalhador e capital. Sérgio Ferro define o canteiro como um espaço de predomínio da manufatura, o que contradiz a ideia de que temos uma construção civil industrializada, pois a execução da obra é feita por operários e não máquinas. Além disso ele acrescenta que este modo de operar da nossa construção é alienante, pois coloca o operário em alguns tipos de funções específicas e faz com que ele perca a noção do processo como um todo. Desta mesma forma, o autor acredita que os arquitetos perderam ao longo do tempo (mais precisamente desde o renascimento) a capacidade de entender as técnicas construtivas utilizadas no canteiro de obras, determinan-do a ruptura radical entre trabalho intelectual e manual.

SÍNTESE DO PROJETOPor que um arquiteto urbanista tem que entender de ofícios artesanais?

Acreditamos que para poder projetar de uma forma mais crítica e se opor ao cenário alienante do modo de trabalhar na construção civil um arquiteto deva conhecer melhor os processos industriais, as técnicas de trabalho, as formas como os materiais são fabricados e como eles se apresentam dentro do mercado (o que inclui conhecer também tamanhos padronizados de componentes materiais, perfis, comportamentos mecânicos e interfaces).

Mediante esses estudos, o formato escolhido por nós para trabalhar na se-gunda parte da pesquisa contempla a criação, junto aos alunos e profes-sores (e quem mais estiver interessado) da Escola de Arquitetura, de uma oficina que pudesse dar suporte às disciplinas, tanto da Arquitetura quanto do Design, que se utilizassem de práticas construtivas como parte de sua ementa. Além de ser um local para a produção de conhecimentos que rela-cionem o uso da serralheria e marcenaria às questões de ordem arquitetôni-ca.

REFERÊNCIAS

ARANTES, Pedro Fiori (org.). Sérgio Ferro: arquitetura e trabalho livre. São Paulo: Cosac Naify, 2006

GROPIUS, Walter. Bauhaus: Novarquitetura. São Paulo, Perspectiva, 1994.

LINO, Sulamita Fonseca . O Arquiteto não é um Lacaio Estetizante. In: V Projetar: Processos de Projeto: Teorias e Práticas, 2011, Belo Horizonte. V Projetar: Processos de Projeto: Teorias e Práticas, 2011.

Banca final de disciplina da Escola de Arquitetura em que osalunos projetaram e construíram habitáculos. Foto: Bernardo Carvalho

Mutirão de limpeza da sala da Peixaria Espaço Experimental Foto: Karine Nieman

Marcenaria da Escola Politécnica da UFBA. Foto: Bernardo Carvalho.