Análise e Interpretação de Texto

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análise e interpretação de texto Concursos > > Materiais > > Português > > Os dez mandamentos para análise de textos Os dez mandamentos para análise de textos 1 – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido. 2 – Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição. 3 – Sublinhar, em cada parágrafo, a idéia mais importante (tópico frasal). 4 – Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi pedido. 5 – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para não se confundir no momento de responder à questão. 6 – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a idéia mais importante contida neles. 7 – Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. 8 – Se o enunciado mencionar tema ou idéia principal, deve-se examinar com atenção a introdução e/ou a conclusão. 9 – Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento. 10 – Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.) Compreensão (ou intelecção) e interpretação de texto Compreensão ou intelecção de texto – consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta: As considerações do autor se voltam para... Segundo o texto, está correta... De acordo com o texto, está incorreta... Tendo em vista o texto, é incorreto... O autor sugere ainda... De acordo com o texto, é certo... O autor afirma que... Interpretação de texto – consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. O enunciado normalmente é encontrado da seguinte maneira: O texto possibilita o entendimento de que... Com apoio no texto, infere-se que... O texto encaminha o leitor para... Pretende o texto mostrar que o leitor... O texto possibilita deduzir-se que... Três erros capitais na análise de textos

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análise e interpretação de texto

Concursos > > Materiais > > Português > > Os dez mandamentos para análise de textosOs dez mandamentos para análise de textos

1 – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido.2 – Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição.3 – Sublinhar, em cada parágrafo, a idéia mais importante (tópico frasal).4 – Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi pedido.5 – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para não se confundir no momento de responder à questão.6 – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a idéia mais importante contida neles.7 – Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu.8 – Se o enunciado mencionar tema ou idéia principal, deve-se examinar com atenção a introdução e/ou a conclusão.9 – Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento.10 – Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.)Compreensão (ou intelecção) e interpretação de textoCompreensão ou intelecção de texto – consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta:As considerações do autor se voltam para... Segundo o texto, está correta... De acordo com o texto, está incorreta... Tendo em vista o texto, é incorreto... O autor sugere ainda... De acordo com o texto, é certo... O autor afirma que...Interpretação de texto – consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. O enunciado normalmente é encontrado da seguinte maneira:O texto possibilita o entendimento de que... Com apoio no texto, infere-se que... O texto encaminha o leitor para...Pretende o texto mostrar que o leitor... O texto possibilita deduzir-se que...Três erros capitais na análise de textos1 – Extrapolação É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito. Muitas vezes são fatos reais, mas que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está relatado.2 – Redução É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele.3 – Contradição É o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras, como: “pode”, “deve”, “não”, verbo “ser”, etc.

Concursos > > Materiais > > Português > > Interpretação de textosInterpretação de textos

TextoOs concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.

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As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.Denotação e ConotaçãoSabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado.Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações).Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.Como Ler e Entender Bem um TextoBasicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura.

Concursos > > Materiais > > Português > > Como interpretar textosComo interpretar textos

É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos.

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Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relacionadas a textos. TEXTO – é um conjunto de idéias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua idéia principal. A partir daí, localizam-se as idéias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 4. RESUMIR – é concentrar as idéias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.

EXEMPLO

TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES

"O HOMEM UNIDO ”

A INTEGRAÇÃO DO MUNDO A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE A UNIÃO DO HOMEMHOMEM + HOMEM = MUNDOA MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)

CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR Fazem-se necessários: a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;

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OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonimia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. c) Capacidade de observação e de síntese e d) Capacidade de raciocínio. INTERPRETAR x COMPREENDER

INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA

- EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR.- TIPOS DE ENUNCIADOS • Através do texto, INFERE-SE que...• É possível DEDUZIR que...• O autor permite CONCLUIR que...• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que...

- INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO.- TIPOS DE ENUNCIADOS:• O texto DIZ que...• É SUGERIDO pelo autor que...• De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação...• O narrador AFIRMA...

ERROS DE INTERPRETAÇÃO É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais freqüentes são: a) Extrapolação (viagem) Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado idéias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. b) Redução É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de idéias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. c) Contradição Não raro, o texto apresenta idéias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conseqüentemente, errando a questão. OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais. COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sedo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:

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QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER ANTECEDENTE. MAS DEPENDE DAS CONDIÇÕES DA FRASE.

QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR. QUEM (PESSOA) CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O POSSUIDOR E DEPOIS, O OBJETO POSSUÍDO.

COMO (MODO) ONDE (LUGAR) QUANDO (TEMPO) QUANTO (MONTANTE) EXEMPLO: Falou tudo QUANTO queria (correto)Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ). • VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BARBARISMO, SOLECISMO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem expressões que são mal empregadas, e, por força desse hábito cometem-se erros graves como: - “ Ele correu risco de vida “, quando a verdade o risco era de morte.- “ Senhor professor, eu lhe vi ontem “. Neste caso, o pronome correto oblíquo átono correto é O . - “ No bar: “ME VÊ um café”. Além do erro de posição do pronome, há o mau usoConcursos > > Materiais > > Português > > Acentuação gráficaAcentuação gráfica

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS

1) Monossílabos (mono=um) - Tem apenas uma sílaba Ex: PÉ, PÓ, SAL, RÉU e PNEU 2) Dissílabos (di=duas) - Possui duas sílabas Ex: RU-A e CA-SA 3) Trissílabos (tri=três) - Possui três sílabas Ex: CA-VEI-RA e RE-LÓ-GIO 4) Polissílabos (poli=várias) - Possui quatro ou mais sílabas Ex: IN-TE-LI-GÊN-CIA e IN-TE-GRI-DA-DE CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO A SUA TONICIDADE

1) Sílaba Tônica - É aquela que possui maior intensidade no momento da pronúncia. Ex: CA-FÉ e VÍ-RUS 2) Sílaba Átona - É aquela que possui menor intensidade no momento da pronúncia. Ex: LÁ-PIS e BO-NÉ 3) Subtônica - É aquela que possui intensidade intermediária, não tão forte e nem tão fraca. Ex: SOZINHO: SO (Subtônica) ZI (tônica) NHO (átona)

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OBS: É importante saber que o acento prosódico, ou tônico, é o timbre mais forte na pronúncia, enquanto que o acento gráfico é utilizado na escrita. CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA 1) Proparoxítonas - A sílaba tônica é a antepenúltima da palavraEx: MATEMÁ-TI-CA 2) Paroxítonas - A sílaba tônica é a penúltima da palavraEx: CARÁ-TER 3) Oxítonas - A sílaba tônica é a ultima da palavra Ex: CA-FÉ REGRAS DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS OXÍTONAS

1) Acentuam-se com acento agudo:

a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas abertas grafadas -a, -e ou -o, seguidas ou não de -s:está, estás, já, olá; até, é, és, olé, pontapé(s); avó(s,), dominó(s), paletó(s,), só(s). Obs.: Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em -e tónico/tônico, geralmente provenientes do francês, esta vogal, por ser articulada nas pronúncias cultas ora como aberta ora como fechada, admite tanto o acento agudo como o acento circunflexo: bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guichê ou guichê, matiné ou matinê, nené ou nenê, ponjé ou ponjê, puré ou purê, rapé ou rapê. O mesmo se verifica com formas como cocó e cocô, ré (letra do alfabeto grego) e ré. São igualmente admitidas formas como judô, a par de judo, e metrô, a par de metro.

b) As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas com os pronomes clíticos lo(s) ou la(s), ficam a terminar na vogal tónica/tônica aberta grafada -a, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: adorá-lo(s) (de adorar-lo(s)), dá-la(s) (de dar-la(s) ou dá(s)-la(s) ou dá(s)-la(s)), fá-lo(s) (de faz-lo(s)), fá-lo(s)-às (de far-lo(s)-ás), habita-la(s)-iam (de habitar-la(s)-iam), tra-la(s)-á (de trar-la(s)-á).

c) As palavras oxítonas com mais de uma sílaba terminadas no ditongo nasal (presente do indicativo etc.) ou -ens:acém, detém, deténs, entretém, entreténs, harém, haréns, porém, provém, provéns, também.

d) As palavras oxítonas com os ditongos abertos grafados –éi, éu ou ói, podendo estes dois últimos ser seguidos ou não de –s: anéis, batéis, fiéis, papéis; céu(s), chapéu(s), ilhéu(s), véu(s); corrói (de correr), herói(s), remói (de remoer), sóis.

2) Acentuam-se com acento circunflexo:

a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam –e ou –o, seguidas ou não de –s: cortês, dê, dês (de dar), lê, lês (de ler), português, você(s); avô(s), pôs (de pôr), robô(s).

b) As formas verbais oxítonas, quando conjulgadas com os pronomes clíticos -lo(s) ou la(s), ficam a terminar nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam –e ou –o, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas –r, -s ou –z: detê-lo(s) (de deter-lo-(s)), fazê-la(s) (de fazer-la(s)), fê-lo(s) (de fez-lo(s)), vê-la(s) (de ver-la(s)), compô-la(s) (de compor-la(s)), repô-la(s) (de repor-la(s)), pô-la(s) (de por-la(s) ou pôs-la(s)).

3º) Prescinde-se de acento gráfico para distinguir palavras oxítonas homógrafas, mas heterofónicas/heterofônicas, do tipo de cor (ô), substantivo, e cor (ó), elemento da locução de cor; colher (ê), verbo, e colher (é), substantivo. Excetua-se a forma verbal pôr, para a distinguir da preposição por.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS

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1º) As palavras paroxítonas não são em geral acentuadas graficamente: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo; avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro; descobrimento, graficamente, moçambicano

2º) Recebem, no entanto, acento agudo:

a) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em –l, -n, -r, -x e –ps, assim como, salvo raras exceções, as respectivas formas do plural, algumas das quais passam a proparoxítonas: amável (pl. amáveis), Aníbal, dócil (pl. dóceis), dúctil (pl. dúcteis), fóssil (pl. fósseis), réptil (pl. répteis; var. reptil, pl. reptis); cármen (pl. cármenes ou carmens; var. carme, pl. carmes); dólmen (pl. dólmenes ou dolmens), éden (pl. édenes ou edens), líquen (pl. líquenes), lúmen (pl. lúmenes ou lúmens); acúcar (pl. açúcares), almíscar (pl. almíscares), cadáver (pl. cadáveres), caráter ou carácter (mas pl. carateres ou caracteres), ímpar (pl. ímpares); Ájax, córtex (pl. córtex; var. córtice, pl. córtices, índex (pl. índex; var. índice, pl. índices), tórax (pl. tórax ou tóraxes; var. torace, pl. toraces); bíceps (pl. bíceps; var. bicípite, pl. bicípites), fórceps (pl. fórceps; var. fórcipe, pl. fórcipes). Obs.: Poucas palavras deste tipo, com a vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua e, por conseguinte, também de acento gráfico (agudo ou circunflexo): sémen e sêmen, xénon e xênon; fêmure fémur, vómer e vômer; Fénix e Fênix, ónix e ônix.

b) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -um, -uns ou -us: órfã (pl. órfãs), acórdão (pl. acórdãos), órgão (pl. órgãos), órgão (pl. órgãos), sótão (pl. sótãos); hóquei, jóquei (pl. jóqueis), amáveis (pl. de amável), fáceis (pl. de fácil), fósseis (pl. de fóssil), amáreis (de amar), amaveis (id.), cantaríeis (de cantar), fizéreis (de fazer), fizésseis (id.); beribéri (pl. beribéris), bílis (sg. e pl.), íris (sg. e pl.), júri (di. júris), oásis (sg. e pl.); álbum (di. álbuns), fórum (di. fóruns); húmus (sg. e pl.), vírus (sg. e pl.). Obs.: Poucas paroxítonas deste tipo, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua, o qual é assinalado com acento agudo, se aberto, ou circunflexo, se fechado: pónei e pônei; gónis e gônis, pénis e pênis, ténis e tênis; bónus e bônus, ónus e ônus, tónus e tônus, Vénus e Vênus.

3º) Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei e oi da sílaba tónica/tônica das palavras paroxítonas, dado que existe oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua articulação:assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; coreico, epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio (do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia, hoia, boina, comboio (subst.), tal como comboio, comboias, etc. (do verbo comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia, moina, paranoico, zoina.

4º) É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito per¬feito do indicativo, do tipo amámos, louvámos, para as distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo (amamos, louvamos), já que o timbre da vogal tónica/tônica é aberto naquele caso em certas variantes do português.

5º) Recebem acento circunflexo: a) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -l, -n, -r, ou -x, assim como as respetivas formas do plural, algumas das quais se tornam proparoxítonas: cônsul (pl. cônsules), pênsil (pl. pênseis), têxtil (pl. têxteis); cânon, var. cânone (pl. cânones), plâncton (pl. plânctons); Almodôvar, aljôfar (pl. aljôfares), âmbar (pl. âmbares), Câncer, Tânger; bômbax(sg. e pl.), bômbix, var. bômbice (pl. bômbices).

b) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -ão(s), -eis, -i(s) ou -us: bênção(s), côvão(s), Estêvão, zângão(s); devêreis (de dever), escrevêsseis (de escrever) ,fôreis (de ser e ir), fôsseis (id.), pênseis (pl. de pênsil), têxteis (pl. de têxtil); dândi(s), Mênfis; ânus .

c) As formas verbais têm e vêm, 3ªs pessoas do plural do presente do indicativo de ter e vir, que são foneticamente

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paroxítonas (respetivamente / tãjãj /, / vãjãj / ou / têêj /, / vêêj / ou ainda / têjêj /, / vêjêj /; cf. as antigas grafias preteridas, têem, vêem, a fim de se distinguirem de tem e vem, 3ªs pessoas do singular do presente do indicativo ou 2ªs pessoas do singular do imperativo; e também as correspondentes formas compostas, tais como: abstêm (cf. abstém), advêm (cf. advém), contêm (cf. contém), convêm (cf. convém), desconvêm (cf. desconvém), detêm (cf. detem), entretem (cf. entretém), intervêm (cf. intervém), mantêm (cf. mantém), obtêm (cf. obtém), provêm (cf. provém), sobrevêm (cf. sobrevém). Obs.: Também neste caso são preteridas as antigas grafias detêem, intervêem, mantêem, provêem, etc.

6º) Assinalam-se com acento circunflexo:

a) Obrigatoriamente, pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo), no que se distingue da correspondente forma do presente do indicativo (pode).

b) Facultativamente, dêmos (1ª pessoa do plural do presente do conjuntivo), para se distinguir da correspondente forma do pretérito perfeito do indicativo (demos); fôrma (substantivo), distinta de forma (substantivo; 3ª pessoa do singular do presente do indicativo ou 2ªpessoa do singular do imperativo do verbo formar).

7º) Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contêm um e tónico/tônico oral fechado em hiato com a terminação -em da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo, conforme os casos: creem, deem (conj.), descreem, desdeem (conj.), leem, preveem, redeem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem.

8º) Prescinde-se igualmente do acento circunflexo para assinalar a vogal tónica/tonica fechada com a grafia o em palavras paroxítonas como enjoo, substantivo e flexão de enjoar, povoo, flexão de povoar, voo, substantivo e flexão de voar, etc.

9º) Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para distinguir palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras proclíticas. Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (é), substantivo ou combinação de per e lo(s); polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); etc.

10º) Prescinde-se igualmente de acento gráfico para distinguir paroxítonas homógrafas heterofónicas/heterofônicas do tipo de acerto (ê), substantivo, e acerto (é,), flexão de acertar; acordo (ô), substantivo, e acordo (ó), flexão de acordar; cerca (ê), substantivo, advérbio e elemento da locução prepositiva cerca de, e cerca (é,), flexão de cercar; coro (ó), substantivo, e flexão de corar; deste (ê), contracção da preposição de com o demonstrativo este, e deste (é), flexão de dar; fora (ô), flexão de ser e ir, e fora (ó), advérbio, interjeição e substantivo; piloto (ô), substantivo, e piloto (ó), flexão de pilotar, etc.

ACENTUAÇÃO DAS VOGAIS TÓNICAS/TÔNICAS GRAFADAS I E U DAS PALAVRAS OXÍTONAS E PAROXÍTONAS

1º) As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas levam acento agudo quando antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo e desde de que não constituam sílaba com a eventual consoante seguinte, excetuando o caso de s: adaís (pl. de adail), aí, atraí (de atrair), baú, caís (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, etc.; alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraiam (de atrair), atraísse (id.) baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo, paraíso, raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche, etc.

2º) As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas não levam acento agudo quando, antecedidas de vogal com que não formam ditongo, constituem sílaba com a consoante seguinte, como é o caso de nh, l, m, n, r e z: bainha, moinho, rainha; adail, paul, Raul; Aboim, Coimbra, ruim; ainda, constituinte, oriundo, ruins, triunfo; atrair, demiurgo, influir, influirmos; juiz, raiz; etc.

Page 9: Análise e Interpretação de Texto

3º) Em conformidade com as regras anteriores leva acento agudo a vogal tónica/tônica grafada i das formas oxítonas terminadas em r dos verbos em -air e -uir, quando estas se combinam com as formas pronominais clíticas -lo(s), -la(s), que levam à assimilação e perda daquele -r: atraí-lo(s,) (de atrair-lo(s)); atraí-lo(s)-ia (de atrair-lo(s)-ia); possuí-la(s) (de possuir-la(s)); possuí-la(s)-ia (de possuir-la(s) -ia).

4º) Prescinde-se do acento agudo nas vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras paroxítonas, quando elas estão precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila (var. cauira), cheiinho (de cheio), saiinha (de saia).

5º) Levam, porém, acento agudo as vogais tónicas/tônicas grafadas i e u quando, precedidas de ditongo, pertencem a palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s: Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús. Obs.: Se, neste caso, a consoante final for diferente de s, tais vogais dispensam o acento agudo: cauim.

6º) Prescinde-se do acento agudo nos ditongos tónicos/tônicos grafados iu e ui, quando precedidos de vogal: distraiu, instruiu, pauis (pl. de paul).

7º) Os verbos aguir e redarguir prescindem do acento agudo na vogal tónica/tônica grafada u nas formas rizotónicas/rizotônicas: arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas, argua, arguam. Os verbos do tipo de aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, por oferecerem dois paradigmas, ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas igualmente acentuadas no u mas sem marca gráfica (a exemplo de averiguo, averiguas, averigua, averiguam; averigue, averigues, averigue, averiguem; enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxague, enxaguem, etc.; delinquo, delinquis, delinqui, delinquem; mas delinquimos, delin quis) ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas acentuadas fónica/fônica e graficamente nas vogais a ou i radicais (a exemplo de averíguo, averíguas, averígua, averíguam; averígue, averígues, averígue, averíguem; enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxágue, enxáguem; delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínqua, delínquam). Obs.: Em conexão com os casos acima referidos, registe-se que os verbos em -ingir (atingir, cingir, constringir, infringir, tingir, etc.) e os verbos em -inguir sem prolação do u (distinguir, extinguir, etc.) têm grafias absolutamente regulares (atinjo, atinja, atinge, atingimos, etc.; distingo, distinga, distingue, distinguimos, etc.).

ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS PROPAROXÍTONAS

1º) Levam acento agudo:

a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta: árabe, cáustico, Cleópatra, esquálido, exército, hidráulico, líquido, míope, músico, plástico, prosélito, público, rústico, tétrico, último;

b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta, e que terminam por seqüências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): álea, náusea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie, série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua, língua; exíguo, vácuo.

2º) Levam acento circunflexo:

a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica vogal fechada ou ditongo com a vogal básica fechada: anacreôntico, brêtema, cânfora, cômputo, devêramos (de dever), dinâmico, êmbolo, excêntrico, fôssemos (de ser e ir), Grândola, hermenêutica, lâmpada, lôstrego, lôbrego, nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo, trôpego;

b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam vogais fechadas na sílaba tónica/tônica, e terminam por seqüências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes:

Page 10: Análise e Interpretação de Texto

amêndoa, argênteo, côdea, Islândia, Mântua, serôdio.

3º) Levam acento agudo ou acento circunflexo as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tónicas/tônicas grafadas e ou o estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais grafadas m ou n, conforme o seu timbre é, respetivamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua: académico/acadêmico, anatómico/anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, fenómeno/ fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue.

Obs.: Este artigo já está em conformidade com o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, para saber mais sobre o acordo ortográfico clique aqui.

Interpretação de Textos

A interpretação de textos é primordial para a resolução de questões e também para a produção de novos textos, como a redação para concursos. Ela está relacionada a leitura que um indivíduo tem de um texto e o que ele conseguiu extrair e entender de seu significado, captando a mensagem que o autor queria transmitir.Assim, é preciso entender que o texto é a unidade principal de organização de informações, ideias e conceitos. Ele sempre terá um interlocutor, ou seja, o indivíduo que irá lê-lo.Nas provas de concursos públicos, o candidato deve ter o hábito de fazer leituras diárias, pois é através dela que o indivíduo terá um vocabulário mais amplo e um conhecimento aprimorado da língua portuguesa. Praticar a leitura, faz com que a interpretação seja mais aguçada e o concurseiro possa entender os enunciados de outras questões no decorrer de sua prova. Ao estudar, se houverem palavras não entendidas, procure no dicionário. Ele será seu companheiro na hora das dúvidas.Em questões que cobram a interpretação de textos como por exemplo aquelas que existem textos de autores famosos ou de notícias, procure entender bem o enunciado e verificar o que está sendo cobrado, pois é preciso responder o que exatamente está sendo cobrado no texto e não aquilo que o candidato pensa.Ao ler um texto procure atingir dois níveis de leitura: leitura informativa e de reconhecimento e leitura interpretativa. No primeiro caso, deve-se ter uma primeira noção do tema, extraindo informações importantes e verificando a mensagem do escritor. No segundo tipo de leitura, é aconselhável grifar trechos importantes, palavras-chaves e relacionar cada parágrafo com a ideia central do texto.Geralmente, um texto é organizado de acordo com seus parágrafos, cada um seguindo uma linha de raciocínio diferente e de acordo com os tipos de texto, que podem ser narrativo, descritivo e dissertativo. Cada tipo desses, possui uma forma diferente de organização do conteúdo.

Para saber mais sobre os textos e treinar para as provas, acesse o site Dicas de Redação!

Veja algumas dicas de como fazer uma redação para não perder pontos na hora da prova: Leia duas vezes o texto. A primeira para ter noção do assunto, a segunda para prestar atenção às partes

importantes. Lembre-se de que cada parágrafo desenvolve uma ideia. Durante a segunda leitura, sublinhe o que for mais significativo, a ideia principal de cada parágrafo. Também é

possível fazer anotações à margem do texto.

Page 11: Análise e Interpretação de Texto

Volte ao texto, a cada pergunta feita durante a prova. Assim, o candidato terá mais chances de entender e marcar a resposta correta.

Procure conversar com o texto e responda as perguntas essenciais: o que, quem, quando, onde, como, porquê, para que, para quem, etc.

Cuidado com provas que utilizam figuras de linguagem, conjunções e pronomes. Domine esse conteúdo! Fique atento à pontuação, como os travessões e as vírgulas. Às vezes, esses elementos podem ser usados para

desorientar o candidato. Treine muito. Faça os exercícios de provas anteriores, saiba o estilo das questões da banca examinadora e

quais os assuntos mais cobrados. Leia atentamente o comando da questão, para saber realmente o que se pede. Muitas vezes interpreta-se

erroneamente por não ter entendido o enunciado. Atenção quando pedir a "alternativa falsa", ou seja, " a única alternativa que difere", " a alternativa que não está no texto", etc.

Quando o enunciado indicar uma linha ou uma expressão extraída do texto, volte e releia o parágrafo inteiro atentamente. Se necessário releia mais de um parágrafo para entender a ideia do contexto indicado.

Leia mais de uma vez cada alternativa a fim de eliminar os absurdos. Frequentemente, os enunciados dão indícios da resposta. Fique atento!

Se a questão pede a ideia principal ou tema do texto, normalmente deve situar-se na primeiro ou no último parágrafo -introdução ou conclusão.

Se a questão busca a argumentação, deve localizar-se nos parágrafos intermediários - desenvolvimento.

oesão e coerência são dois elementos que não devem ser esquecidos em uma oração, pois são eles que dão todo o sentido para um texto, mas estes termos são bem diferentes, enquanto que a coesão é o estudo de como as palavras deve ser articuladas para dar sentido ao texto, a coerência trabalha para que o texto tenha sentido e não na estrutura em si.

Uma das coisas mais importantes em um texto é justamente que ele tenha começo, meio e fim e que seja um texto bem coerente.

O que é coesão?

Coesão é quando as palavras são usadas de forma harmoniosa em um texto, ou seja, sem repetições desnecessárias, sendo que para isso se deve usar várias palavras diferentes em um contexto, como substantivos, provérbios, advérbios, adjetivos, enfim, se deve ter um vocabulário bem vasto, mas com todo cuidado para que o texto não fique sem sentido.

Exemplo: Era uma vez uma menina bem feliz e que estava passeando pelo parque, bem saltitante e irradiava felicidade pelos 4 cantos da cidade.

Observe que o texto acima, apesar de ser pequeno, teve todo cuidado com a coesão, ou seja, do início ao fim, o texto foi escrito de forma harmoniosa, sem fugir do contexto.

O que é coerência?

Coerência é quando um texto tem uma lógica, ou seja, não há a fuga do assunto, tem começo, meio e fim e o melhor de tudo, o escritor consegue mandar a mensagem de forma simples e que todo mundo entenda e que o texto deve ficar intacto, sem mudanças drásticas e que não mude de assunto antes que o anterior esteja terminado.

Exemplo: Era uma vez uma menina bem feliz e que estava passeando pelo parque, bem saltitante e irradiava felicidade pelos 4 cantos da cidade.

Page 12: Análise e Interpretação de Texto

Observe que o texto acima teve coerência, ou seja, teve começo, meio e fim para a sua ideia, além de focar na caminhada da menina.

ícios de Linguagem: Pleonasmo, Redundância e Tautologia

ocê certamente já ouviu expressões como “descer para baixo”, “subir para cima” e “última versão definitiva”. Está correto? Obviamente, não. Trata-se de pleonasmo (ou redundância): um vício de linguagem.

O pleonasmo (do grego, pleonasmos = superabundância) é a repetição desnecessária de um termo dentro de um texto.

Pleonasmo literário

A repetição existe de forma proposital dentro de textos literários. Nesse caso, é sempre referida como pleonasmo literário, de reforço, estilístico ou semântico. Em outras palavras, é o uso da repetição de forma ‘correta’, possibilitado pela “licença poética”, para enfatizar algo que o autor quer mostrar. É também utilizado para dar “musicalidade” ao texto literário.

Confira alguns exemplos de Pleonasmo Literário:

"Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves Dias)"E rir meu riso" "E derramar meu pranto." (Vinicius de Moraes)"Chovia uma triste chuva de resignação"(Manuel bandeira)

Pleonasmo vicioso

A Repetição fora da Literatura é conhecida como “Redundância” ou “Pleonasmo Vicioso” e é um erro, um vício de linguagem. É dizer a mesma coisa duas vezes. Portanto, é necessário evitar.

Confira algumas situações em que pode ocorrer o Pleonasmo vicioso. Note que, em alguns casos, nem sabemos que estamos cometendo um pleonasmo/redundância. Confira alguns exemplos:

Pleonasmo lexical:

Ocorre quando repete-se duas palavras com o mesmo sentido, como em:

Acabamento final; Subir para cima;Vida vivida;Novidade inédita;Manter o mesmo;Repetir de novo, etc.

Pleonasmo gramatical

No pleonasmo gramatical há a repetição de vocábulos, como as preposições e outras partículas textuais. Exemplos:

“A minha amiga eu a vi no supermercado”.“Digo que com algumas pessoas vale a pena conversar com elas.”“Minha amiga mora naquela casa onde lá tem um portão vermelho.”

Page 13: Análise e Interpretação de Texto

Epítetos de natureza

São expressões redundantes que as pessoas utilizam no dia a dia e têm o objetivo de realçar as características naturais de seres e objetos. Exemplos:

Sol quente;Mar salgado;Gelo frio;Defunto mudo;

Tautologia

Já a tautologia é a repetição de um sentido, em um trecho geralmente maior: é dizer a mesma coisa em outras palavras. Por exemplo:

“É possível que haja uma guerra bélica por causa da água.” (“guerra” e “bélico” têm o mesmo sentido)“Nunca coloque os problemas como a primeira prioridade na vida.” (“prioridade” e “primeiro”, na frase, possuem o mesmo sentido)“Traição no casamento não é algo correto, porque é ficar com alguém fora do relacionamento.” (“ficar com alguém fora do casamento” já está expresso em “traição no casamento”).

E então?

Português 35. Coesão e Coerência Textual, argumentação.Vamos Lá galera, Vamos iniciar neste post o último tema da Português do Edital da Unir.

Coesão Textual:

Conceito: São mecanismos linguísticos que permitem uma relação lógica entre as partes do Texto, sejam palavras, frases, parágrafos e etc. Temos 4 elementos da coesão:

A) As referências e reiterações: Quando um termo faz referência a outro dentro do mesmo texto, quando corrobora algo que já foi dito antes ou quando uma palavra é substituída por outra que possui com ela alguma relação semântica.

B) Substituições Lexicais: quando um termo é substituído por outro dentro do texto, estabelecendo com ele uma relação de sinônimo ou antonino.

C) Conectores: estabelecem as relações de dependência e ligação entre os termos.

D) Correlação dos Verbos: Correta utilização do verbo ordenando assim os acontecimentos de uma forma lógica e linear, que irá permitir a compreensão da sequência dos mesmos.

Coerência Textual:

Conceito: Significado de um texto, não da forma estrutural do texto, mas sim do sentido, que tem que ter uma coerência como um todo. Princípios Básicos da Coerência Textual:

A) Não Contradição: Em um texto não se pode ter situações ou ideias que se contradizem entre si.

Page 14: Análise e Interpretação de Texto

B) Não Tautologia: Um texto coerente precisa transmitir alguma informação, mas quando há repetição excessiva de palavras ou termos, o texto corre o risco de não conseguir transmitir a informação.

C) Relevância: Fragmentos de textos que falam de assuntos diferentes, e que não se relacionam entre si, acabam tornando o texto incoerente, mesmo que suas partes contenham certa coerência individual.

Argumentação:

Conceito: recurso que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o comportamento alterado. Tipos de Argumentação:

A) Por citação: Sempre que queremos defender uma ideia, procuramos pessoas ‘consagradas’, que pensam como nós acerca do tema em evidência.B) Por comprovação: Sempre que queremos defender uma ideia, usamos informações apresentadas (dados, estatísticas, percentuais) que a acompanham.

C) Raciocínio Lógico: A criação de relações de causa e efeito é um recurso utilizado para demonstrar que uma conclusão é necessária, e não fruto de uma interpretação pessoal que pode ser contestada.

Domínio dos mecanismos de coesão textual – Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos desequenciação textual.

10/11/2010ACESSO RÁPIDO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS COM LINKS:CAIXA 2014 – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO COM LINKSBANCO DO BRASIL 2014 – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO COM LINKSNão esqueça de baixar gratuitamente meu livro A Fortaleza do Centro e depois fazer um comentário: BaixarDomínio dos mecanismos de coesão textual.

Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos desequenciação textual.

Palavras como preposições, conjunções e pronomes possuem a função de criar um sistema de relações, referências e retomadas no interior de um texto; garantindo unidade entre as diversas partes que o compõe. Essa relação, esse entrelaçamento de elementos no texto recebe o nome de Coesão Textual.

Há, portanto, coesão, quando seus vários elementos estão articulados entre si, estabelecento unidade em cada uma das partes, ou seja, entre os períodos e entre os parágrafos.Tal unidade se dá pelo emprego de conectivos ou elementos coesivos, cuja função é evidenciar as várias relações de sentido entre os enunciados. Veja um exemplo de um texto coeso:“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que o Brasil não vai atender ao governo interino de Honduras, que deu prazo de dez dias para uma definição sobre a situação do presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado na embaixada brasileira desde que retornou a Tegucigalpa, há uma semana. Caso contrário, o governo de Micheletti ameaça retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira no país, segundo informou comunicado da chancelaria hondurenha divulgado na noite de sábado, em Tegucigalpa”.(Jornal O Globo – 27/09/2009)Quando um conectivo não é usado corretamente, há prejuízo na coesão. Observe:A escola possui um excelente time de futebol, portanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.O conectivo “portanto” confere ao período valor de conclusão, porém não há verdadeira relação de sentido entre as duas frases: a conclusão de não vencer não é possuir um excelente time de futebol. Analisaremos, a seguir, o problema na coesão:É óbvio que existem duas ideias que se opõem, são elas: possuir um time de futebol x não vencer o campeonato.

Page 15: Análise e Interpretação de Texto

Logo, só podemos empregar um conector que expresse ideia adversativa, são eles: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.O período reescrito de forma adequada, fica assim:A escola possui um excelente time de futebol, mas até hoje não conseguiu vencer o campeonato….,porém até hoje não conseguiu vencer o campeonato.…,contudo até hoje não conseguiu vencer o campeonato.…,todavia até hoje não conseguiu vencer o campeonato.…,entretanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.…, no entanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.…, não obstante até hoje não conseguiu vencer o campeonato.A palavra texto provém do latim”textum”, que significa tecido, entrelaçamento. Expondo de forma prática, podemos dizer que texto é um entrelaçamento de enunciados oracionais e não oracionais organizados de acordo com a lógica do autor.Há de se convir que um texto também deve ser claro, estando essa qualidade relacionada diretamente aos elementos coesivos (ligação entre as partes).Falar em coesão é necessariamente falar em endófora e exófora. Aquela se impõe no emprego de pronomes e expressões que se referem a elementos nominais presentes na superfície textual; esta faz remissão a um elemento fora dos limites do texto. Vejamos as principais características de cada uma delas:

Endófora é dividida em: anáfora e catáfora.a) Anáfora: expressão que retoma uma ideia anteriormente expressa.“Secretária de Educação escreve pichação com “x”. Ela justifica a gafe pela pressa”.Observe que o pronome “Ela” retoma uma expressão já citada anteriormente – Secretária de Educação – , portanto trata-se de uma retomada por anáfora.Dica: vale lembrar que a expressão retomada (no exemplo acima representada pela porção Secretária de Educação) é, também, chamada, em provas de Concurso, de referente ideológico.b) Catáfora: pronome ou expressão nominal que antecipa uma expressão presente em porção posterior do texto. Observe:Só queremos isto: a aprovação!No exemplo, o pronome “isto” só pode ser recuperado se identificarmos o termo aprovação, que aparece na porção posterior à estrutura. É, portanto, um exemplo clássico de catáfora. Vejamos outros:Eu quero ajuda de alguém: pode ser de você.(catáfora ou remissão catafórica)Não viu seu amigo na festa.(catáfora ou remissão catafórica)“A manicure Vanessa foi baleada na Tijuca. Ela levou um tiro no abdome”.(anáfora ou remissão anafórica)Três homens e uma mulher tentaram roubar um Xsara Picasso na Tijuca: deram 10 tiros nocarro, mas não conseguiram levá-lo. (anáfora ou remissão anafórica)

Exófora: a remissão é feita a algum elemento da situação comunicativa, ou seja, o referente está fora da superfície textual.Mecanismos de coesão: é meio pelo qual ocorre a coesão em um texto. Os principais são:

1) Coesão por substituição: consiste na colocação de um item em lugar de outro(s) elemento(s) do texto, ou até mesmo de uma oração inteira.Ele comprou um carro. Eu também quero comprar um.Ele comprou um carro novo e eu também.Observe que ocorre uma redifinição, ou seja, não há identidade entre o item de referência e o item pressuposto. O que existe, na verdade, é uma nova definição nos termos: um, também. Comparemos com outro exemplo:Comprei um carro vermelho, mas Pedro preferiu um verde.O termo “vermelho” é o adjunto adnominal de carro. Ele é, então, o modificador dosubstantivo.Todavia, esse termo é silenciado e, em seu lugar, faz-se presente a porção especificativa “verde”. Logo, trata-se de uma redefinição do referente.2) Coesão por elipse: ocorre quando elemento do texto é omitido em algum dos contextos em que deveria ocorrer.-Pedro vai comprar o carro?– Vai!

Page 16: Análise e Interpretação de Texto

Houve a omissão dos termos Paulo (sujeito) e comprar o carro (predicado verbal), todavia essa não prejudicou nem a correção gramatical nem a clareza do texto. Exemplo clássico de coesão por elipse.3) Coesão por Conjunção: estabelece relações significativas entre os elementos ou orações do texto, através do uso de marcadores formais – as conjunções. Essas podem exprimir valor semântico de adição, adversidade, causa, tempo…Perdeu as forças e caiu. (adição)Perdeu as forças, mas permaneceu firme. (adversidade)Perdeu as forças, porque não se alimentou. (causa)Perdeu as forças, quando soube a verdade. (tempo)Observe que todas as relações de sentido estabelecidas entre as duas porções textuais são feitas por meio dos conectores: e, mas, porque, quando.4) Coesão Lexical: é obtida pela seleção vocabular. Tal mecanismo é garantido por dois tipos de procedimentos:a)Reiteração: ocorre por repetição do mesmo item lexical ou através de hiperônimos, sinônimos ou nomes genéricos.O aluno estava nervoso. O aluno havia sido assaltado. (repetição do mesmo item lexical)Uma menina desapareceu. A garota estava envolvida com drogas.(coesão resultante do uso de sinônimo)Havia muitas ferramentas espalhadas, mas só precisava achar o martelo.(coesão por hiperônimo: ferramentas é o gênero de que martelo é a espécie)Todos ouviram um barulho atrás da porta. Abriram-na e viram uma coisa em cima da mesa.(coesão resultante de um nome genérico)Observação: nos exemplos acima, observamos que retomar um referente por meio de uma expressão genérica ou por hiperônimo é um recurso natural de um texto.Muitos estudantes de concursos ou vestibulares perguntam se é errado repetir palavras em suas redações. A resposta é simples: se houver, na repetição, finalidade enfática você não será penalizado.Todavia, a escolha dos recursos coesivos mais adequados deve ser feita, levando-se em consideração a articulação geral do texto e, eventualmente, os efeitos estilísticos que se deseja obter.b)Coesão por colocação ou contiguidade: consiste no uso de termos pertencentes a um mesmo campo semântico.Houve um grande evento nas areias de Copacabana, no último dia 02.O motivo da festa foi este: o Rio sediará as olimpíadas de 2016.

Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro.Os elementos de coesão determinam a transição de ideias entre as frases e os parágrafos.Observe a coesão presente no texto a seguir:“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país,porque consideram injusta a atual distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-terra.”JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala Educacional, 2007, p. 566As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do texto, podemos dizer que elas são responsáveis pela coesão do texto.Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os principais são:- Palavras de transição: são palavras responsáveis pela coesão do texto, estabelecem a inter-relação entre os enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções, alguns advérbios e locuções adverbiais.

Veja algumas palavras e expressões de transição e seus respectivos sentidos:- inicialmente (começo, introdução)- primeiramente (começo, introdução)- primeiramente (começo, introdução)- antes de tudo (começo, introdução)- desde já (começo, introdução)- além disso (continuação)

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- do mesmo modo (continuação)- acresce que (continuação)- ainda por cima (continuação)- bem como (continuação)- outrossim (continuação)- enfim (conclusão)- dessa forma (conclusão)- em suma (conclusão)- nesse sentido (conclusão)- portanto (conclusão)- afinal (conclusão)- logo após (tempo)- ocasionalmente (tempo)- posteriormente (tempo)- atualmente (tempo)- enquanto isso (tempo)- imediatamente (tempo)- não raro (tempo)- concomitantemente (tempo)- igualmente (semelhança, conformidade)- segundo (semelhança, conformidade)- conforme (semelhança, conformidade)- assim também (semelhança, conformidade)- de acordo com (semelhança, conformidade)- daí (causa e consequência)- por isso (causa e consequência)- de fato (causa e consequência)- em virtude de (causa e consequência)- assim (causa e consequência)- naturalmente (causa e consequência)- então (exemplificação, esclarecimento)- por exemplo (exemplificação, esclarecimento)- isto é (exemplificação, esclarecimento)- a saber (exemplificação, esclarecimento)- em outras palavras (exemplificação, esclarecimento)- ou seja (exemplificação, esclarecimento)- quer dizer (exemplificação, esclarecimento)- rigorosamente falando (exemplificação, esclarecimento).Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso cotidiano. Assim sendo, quem a pratica possui uma melhor qualidade de vida.- Coesão por referência: existem palavras que têm a função de fazer referência, são elas:- pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os...- pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso...- pronomes demonstrativos: este, esse, aquele...- pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo...- pronomes relativos: que, o qual, onde...- advérbios de lugar: aqui, aí, lá...Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. Tal resultado demonstra que ela se esforçou bastante para alcançar o objetivo que tanto almejava.- Coesão por substituição: substituição de um nome (pessoa, objeto, lugar etc.), verbos, períodos ou trechos do texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido próximo, evitando a repetição no corpo do texto.

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Ex.: Porto Alegre pode ser substituída por “a capital gaúcha”;Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos”;João Paulo II: Sua Santidade;Vênus: A Deusa da Beleza.Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária. Não é por acaso que o"Poeta dos Escravos" é considerado o mais importante da geração a qual representou.Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados agrupados em conjuntos.Por Marina CabralEspecialista em Língua PortuguesaEquipe Brasil Escola

Antes de começar a dica de hoje peço aos queridos leitores que tenham muita atenção e calma, pois o estudo dos conectivos lógicos (e, ou, ou...ou, se...então, ...se e somente se...) é um pouco capcioso. Vamos nessa!

Também chamados de operadores lógicos, os conectivos lógicos, são símbolos ou palavras usados para unir duas ou mais proposições dando-lhes valores lógicos.

Seguem-se os mais usados:

• Conectivo “e” que expressa conjunção e tem como símbolo “∧”

Exemplo: Paulo é dentista e Júlio é jogador de futebol.

Representemos da seguinte forma: p ∧ q, sendo p = Paulo é dentista e q = Júlio é jogador de futebol.

Uma proposição conjuntiva só terá seu valor verdadeiro se ambas as afirmativas forem verdadeiras, logo, nessa proposição composta acima ambos têm de desempenhar tais funções para haver um valor lógico verdadeiro.

• Conectivo “ou” que expressa disjunção e tem como símbolo “∨”

Exemplo: Irei à praia ou irei ao cinema.

Representemos da seguinte forma: p ∨ q

Uma proposição disjuntiva só terá seu valor falso se ambas as afirmativas forem falsas. De outro modo será considerada verdadeira. Na proposição acima ou eu irei a um lugar ou irei a outro, mesmo não indo a um desses lugares eu posso ir ao outro, só não posso deixar de ir a um deles! Captou?!

• Conectivo “ou...ou...” que expressa disjunção exclusiva e tem como símbolo “∨”

Exemplo: Ou irei à praia ou irei ao cinema.

Representamos da seguinte forma: p ∨ q

No exemplo da proposição disjuntiva eu poderia ir a um lugar ou a outro, poderia ir até aos dois, entretanto, na disjunção exclusiva SÓ posso ir ou a um ou a outro, nunca aos dois.

• Conectivo “se...então...” que expressa condição e tem como símbolo “ ⇒”

Exemplos: Se amanhã eu acordar de bom humor, então irei à praia. / Se Paulo é dentista, então Júlio é jogador de futebol.

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Representamos da seguinte forma: p ⇒ q

Note que a condição necessária para eu ir à praia é eu ter acordado de bom humor. E no segundo exemplo a condição necessária para Júlio ser jogador de futebol é Paulo ser dentista.

• Conectivo “ ...se e somente se...” que expressa bicondicionalidade e tem como símbolo “⇔ ”

Exemplo: Taís fica triste se e somente se brigarem com ela.

Representamos da seguinte forma: p ⇔ q

Para a proposição bicondicional ser verdadeira ambas afirmações precisam ser verdadeiras ou ambas precisam ser falsas, caso contrário a proposição bicondicional será falsa.

Esclarecendo: “Taís fica triste quando brigam com ela” / “Taís não fica triste quando não brigam com ela”. Não posso dizer que “Taís fica triste quando não brigam com ela”.

Argumento

Argumento é o que relaciona um conjunto de proposições (p1, p2, p3,... pn), chamadas premissas ou hipóteses, o resultado dessas premissas será chamada conclusão (c :).

Exemplo 1:

p1: Todos os paulistas cantam rap.p2: Todos cantores de rap gostam de música.c : Todos os paulistas gostam de música.

Exemplo 2:

p1: Todos os mecânicos se sujam.p2: João está sujo.c : João é mecânico.

Nesses exemplos apresentamos o silogismo, o qual é composto por duas premissas mais a conclusão.

Verificaremos agora se os argumentos são válidos ou inválidos:

• São chamados argumentos válidos quando sua conclusão é uma consequência obrigatória de suas premissas.

Podemos notar a validez no exemplo 1, pois se todos que cantam rap gostam de música e todos os paulistas cantam rap, logo, todos os paulistas gostam de música.

• São chamados argumentos inválidos quando suas premissas não são suficientes para garantir a verdade da conclusão.

Podemos notar a invalidez no exemplo 2, pois dizer que só pelo fato de João está sujo ele é mecânico é insuficiente para isso ser uma verdade obrigatória.

Argumentos dedutivos

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Quando as premissas do argumento fornecem as informações suficientes para tornar a conclusão verdadeira.

Exemplo:

Todo ser humano é racional.Todos os homens são humanos.Todos os homens são racionais.

Argumentos indutivos

Quando as premissas "não" fornecem as informações suficientes para tornar a conclusão verdadeira.

Exemplo:

O avô de João foi um ótimo boxeador.O pai de João foi um ótimo boxeador.João é um ótimo boxeador.O filho de João será um ótimo boxeador.

Perceba que não posso ter a convicta certeza de que o filho de João será um ótimo boxeador só pelo fato dos seus antepassados terem sido.Proposições é um termo que possui enunciados que podem ser tomados como verdadeiros ou falsos.

Exemplo: “O sol é o maior astro da via Láctea” estamos diante de uma proposição de valor verdadeiro. Mas se eu disser “Bom dia!” não estarei diante de uma proposição, pois, não posso atribuir um valor lógico.

Não existem proposições que possam ser ao mesmo tempo verdadeiras e falsas. Sempre será ou verdadeira ou falsa, nenhum outro valor diferente.

Proposições podem ser simples ou compostas:

Proposições simples: são aquelas que vêm sozinhas. Exemplo: O Lula já foi presidente do Brasil.Proposições compostas: quando duas ou mais proposições vêm conectadas entre si. Exemplo: Carlos é eletricista e Paulo é pedreiro

As proposições são representadas por letras minúsculas (p, q, r, s etc.) Exemplos:

p: Rosa é manicure.q: 6<2

Na linguagem usada no raciocínio lógico, ao afirmarmos que é verdade que Rosa é manicure (proposição p acima), representaremos isso apenas com: VL(p)=V, ou seja, o valor lógico de p é verdadeiro. No caso da proposição q, que é falsa, diremos VL(q)=F

Palavras como preposições, conjunções e pronomespossuem a função de criar um sistema de relações, referências e retomadas no interior de um texto, garantindo unidade entre as diversas partes que o compõe. Essa relação, esse entrelaçamento de elementos no texto recebe o nome de Coesão Textual.Há, portanto, coesão, quando seus vários elementos estão articulados entre si, estabelecento unidade em cada uma das partes, ou seja, entre os períodos e entre os parágrafos.Tal unidade se dá pelo emprego de conectivos ou elementos coesivos, cuja função é evidenciar as várias relações de sentido entre os enunciados. Veja um exemplo de um texto coeso:

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"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que o Brasil não vai atender ao governo interino de Honduras, que deu prazo de dez dias para uma definição sobre a situação do presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado na embaixada brasileira desde que retornou a Tegucigalpa, há uma semana. Caso contrário, o governo de Micheletti ameaça retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira no país, segundo informou comunicado da chancelaria hondurenha divulgado na noite de sábado, em Tegucigalpa".(Jornal O Globo - 27/09/2009)

Quando um conectivo não é usado corretamente, há prejuízo na coesão. Observe:

A escola possui um excelente time de futebol, portanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.

O conectivo "portanto" confere ao período valor de conclusão, porém não háverdadeira relação de sentido entre as duas frases: a conclusão de não vencer não é possuir um excelente time de futebol. Analisaremos, a seguir, a falha na coesão.É óbvio que existem duas ideias que se opõem, são elas: possuir um time de futebol x não vencer o campeonato.Logo, só podemos empregar um conector que expresse ideia adversativa, são eles:mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.O período reescrito de forma adequada, fica assim:

A escola possui um excelente time de futebol, mas até hoje não conseguiu vencer o campeonato.

...,porém até hoje não conseguiu vencer o campeonato.

...,contudo até hoje não conseguiu vencer o campeonato.

...,todavia até hoje não conseguiu vencer o campeonato.

...,entretanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.

..., no entanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.

..., não obstante até hoje não conseguiu vencer o campeonato.

Page 22: Análise e Interpretação de Texto

Elementos de

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Coesão – tabela de conectivosÉ fundamental na redação a apresentação clara das ideias, e para se alcançar isso as frases devem estar bem articuladas. Essa articulação chama-se coesão textual, a qual é explicitada por meio de elementos conectivos, normalmente conjunções, advérbios e pronomes.Os elementos de coesão promovem o encadeamento das ideias: frase B retoma elemento da frase A; parágrafo B refere-se à informação do parágrafo A. Assim o texto tem um encaminhamento lógico, pois mantém o eixo temático.Mas, na hora de escrever, difícil mesmo é lembrar todas as possibilidades ou evitar a repetição dos mesmos conectivos. Pensando nisso, disponibilizo para você uma tabela com os principais conectivos, assim, quando for produzir suas próximas redações tenha ela em mãos para não falhar na coesão textual e, consequentemente, ampliar o seu vocabulário.

Coesão e coerência textuais

os textos de toda ordem, há elementos invisíveis para uma pessoa que não tem habilidade com técnicas

gramaticais e textuais, mas existem elementos dispersos na gama de letras e ideias que traduzem a

compreensão e a clareza de entendimento entre as partes que compõem uma redação.

 

A microestrutura textual é a parte interna do texto ligada à gramática e ao léxico. Por isso, o raciocínio exposto

não pode apresentar lapsos, deslocamentos abruptos das informações e excesso incoerente de ideias. Já a

macroestrutura textual é a relação lógica e harmônica entre as ideias ordenadas e interligadas de maneira

clara, que formam uma unidade.

 

Fala-se que um texto é coeso quando há conexão entre as palavras através de elementos formais que

assinalam o vínculo entre os seus componentes. Para que um texto apresente coesão, devemos escrever de

maneira que as ideias se liguem umas às outras, formando um fluxo lógico e contínuo. Quando um texto está

coeso, sua leitura se dá com facilidade.

 

A conexão entre vários enunciados não é, obviamente, fruto do acaso, mas sim das relações de sentido que

existem entre eles, sobretudo, por certa categoria de palavras, denominadas conectivos ou elementos de

coesão: preposições (a, de, para, por,...); conjunções (que, para que, quando, embora, mas, e, ou,...);

pronomes (ele, sua, este, aquele, que, o qual, cujo,...); advérbios (aqui, lá, assim, aí,...); e vocabulário

(sinônimo, hiperônimo, hipônimo e perífrase).

 

A coerência trata da relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de

sentido. Está, portanto, ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê.

Para um texto ser coerente, é necessário que todas as ideias se amarrem textualmente, formando uma

unidade que se prende ao título e ao tema. Os assuntos discutidos devem ser concordantes e articulados

conforme a necessidade de seu autor na exposição do assunto abordado. Dessa forma, as remissões estão

presentes para auxiliar a coerência. Veja algumas remissões:

Page 24: Análise e Interpretação de Texto

 

Remissão anafórica referencial: ocorre por meio de pronomes em geral, além de outras palavras. 

Exemplos:

Os Titulares do 1º Distrito Policial e a 2ª Delegacia Seccional de Polícia foram homenageados: esta, porque

desvendou crimes sérios contra o patrimônio; aquele, prendeu o maior estuprador de todos os tempos.

Rio de Janeiro é uma cidade onde possui muitos casos de homicídio.

Há muitos policiais escritores cujas obras lemos com prazer.

Tenho várias tarefas a cumprir, isso é importante para a elucidação do crime.

Remissão anafórica sequencial: estabelece relações lógicas entre as ideias do texto. Para tanto, utilizamos os

chamados colaboradores textuais (conjunções). Exemplos:

Ela é muito estudiosa, por isso passou no concurso. (consequência, conclusão)

Ela conseguiu a aprovação, já que é muito estudiosa. (causa)

Paulo se preparou para o concurso, porém, no dia da prova, acidentou-se. (oposição)

Você pode ter êxito nos concursos, desde que estude com afinco. (condição)

Remissão anafórica lexical: permite evitar a repetição de palavras e, também, unir partes de um texto. Pode

ser alcançada utilizando-se sinônimos, hiperônimos, hipônimos e perífrases.

O presidente do clube afirmou que o time tem todas as condições para ganhar o campeonato. Segundo o

dirigente, o troféu já está reservado. (sinônimo)

Ana estava na poltrona do cinema esperando o filme começar, quando, de repente, no assento da frente, uma

pessoa passou mal. (hiperônimo e hipônimo)

A vigilância policial nos estádios de futebol é necessária, pois as torcidas às vezes agem com violência. Na

verdade, não é mais possível a realização de qualquer campeonato sem a presença de profissionais treinados

para garantir não só a ordem, mas também proteger a segurança dos cidadãos que desejam acompanhar o

jogo em tranquilidade. (perífrase)

Observação: 

Hiperônimo tem sentido abrangente e pertence ao mesmo campo semântico. A palavra animal está associada

a todas as espécies de animais: mamífero etc.

 

Hipônimo tem sentido mais restrito que os hiperônimos, ou seja, hipônimo é um vocábulo mais específico.

Exemplo: mamífero.

Exemplos:

meios de transporte (hiperônimo): ônibus (hipônimo);

casa (hiperônimo): cozinha (hipônimo);

Page 25: Análise e Interpretação de Texto

profissão (hiperônimo): médico (hipônimo);

doença (hiperônimo): câncer (hipônimo).

Inferencias linguísticas

Um questionamento parece bater à porta quando nos posicionamos na qualidade de interlocutores: ao analisá-las, constatamos se tratar de uma linguagem verbal associada à outra não verbal, isso é fato. Mas, será que a intencionalidade discursiva se limita apenas aos dizeres que se encontram explícitos?

O fato é que em se tratando de um leitor desavisado, a resposta a tal pergunta simplesmente irá se efetivar como positiva e, assim se concebendo, provavelmente a mensagem não tenha ficado clara, coesa, interpretável, digamos assim. Todavia, analisando por outro lado, caso se trate de um leitor com um conhecimento de mundo um pouco mais amplo, possivelmente irá compreender que as intenções, tanto do cartunista Quino, quanto de Myrria, não se limitaram apenas ao universo do explicitamente dizível, haja vista que por trás das falas conferidas às personagens da charge e da tirinha reside uma intenção maior: talvez a de denunciar acerca de uma temática amplamente polêmica, quem sabe...

Assim, no que tange ao primeiro exemplo, há de se questionar: Por que o Cristo Redentor, ainda que eleito de forma tão justificável,  sente-se “incomodado”, “exposto a riscos” pelo fato de conviver em meio a tantas balas perdidas? Não diferentemente ocorre com a atribuição de Mafalda conferida à postura de Manolito, afirmando que ele realmente havia pronunciado um palavrão: “política”. Haveria justificativa plausível para tal, levando em consideração o contexto a que estamos submetidos?

Pois bem, referindo-nos ao “contexto”, eis que em tal palavra reside o ponto central, a ideia-chave de nossa discussão, haja vista que a essa prerrogativa atribuímos todos os aspectos relacionados à Pragmática, ramo da Linguística que estuda a linguagem a partir de uma dada realidade em que ela foi proferida, não se limitando apenas ao nível da semântica proposicional ou frásica, isto é, a apenas aquilo que se encontra explicitamente demarcado, exposto. Dessa forma, com base nesses pressupostos, voltemos aos exemplos anteriores e constatemos o indizível demarcado, em primeira instância, pelo fato de que a intenção impressa no discurso de Myrria se justifica pela própria situação de violência a que se encontra exposta a chamada “cidade maravilhosa”, no caso o Rio de Janeiro, haja vista que até um dos cartões-postais do lugar não escapa às provações, isso tomado no sentido metafórico da palavra, obviamente. Bem ao gosto da denúncia propriamente dita, figura a personagem Mafalda ao afirmar que a palavra política se demarca como um verdadeiro palavrão, não referido ao sentido do grau, gramaticalmente afirmando, mas sim concebida no sentido pejorativo, no sentido de quase que abominável, dada a situação na qual nos encontramos inseridos, ou seja, em meio a tanta corrupção, em meio a tanta hipocrisia, a tanta ganância em favor dos benefícios próprios, entre tantos outros fatores que, no momento, tornam-se indiscutíveis.

Mediante as elucidações aqui firmadas, cabe a nós conscientizarmos de que aquilo que não se encontra explicitamente retratado, mas que se torna facilmente decifrável por meio das deduções que fazemos caracteriza-se como inferências linguísticas, nada mais.

O processo pelo qual uma conclusão é inferida a partir de múltiplas observações é chamado

processo dedutivo ou indutivo, dependendo do contexto. A conclusão pode ser correta, incorreta, correta

dentro de um certo grau de precisão ou correta em certas situações. Conclusões inferidas a partir de

observações múltiplas podem ser testadas por observações adicionais.

Exemplos de Inferência[editar | editar código-fonte]

Aristóteles definiu uma série de silogismos, que podem ser usados como blocos de construção para o

raciocínio mais complexo. Começamos com o mais famoso de todos eles:

Page 26: Análise e Interpretação de Texto

Todos os homens são mortais

Sócrates é um homem

Portanto, Sócrates é mortal.

O processo acima é chamado de dedutivo.

As premissas e a conclusão são verdadeiras, mas a lógica segue junto com inferência. Mas a verdade da

conclusão nem sempre se segue da verdade das premissas. A validade de uma inferência depende da forma

da inferência. Isto é, a palavra "válido" não se refere à verdade das premissas ou da conclusão, mas sim a

forma da inferência. Uma inferência pode ser válida, mesmo se as partes são falsas, e pode ser falsa, mesmo

se as partes são verdadeiras. Mas uma forma válida e com premissas verdadeiras sempre terá uma conclusão

verdadeira.

Considere o seguinte exemplo:

A - Todos os frutos são doces.

B - A banana é uma fruta.

C - Portanto, a banana é doce.

Agora voltamos a uma forma inválida:

Todo A é B.

C é um B.

Portanto, C é um A.

Para mostrar que esta forma é inválida, buscamos demonstrar como ela pode levar a partir de premissas

verdadeiras para uma conclusão falsa.

Todas as maçãs são frutas. (Correto)

Bananas são frutas. (Correto)

Portanto, as bananas são maçãs. (Errado)

Um argumento válido com premissas falsas podem levar a uma falsa conclusão:

Todas as pessoas gordas são gregas.

John Lennon era gordo.

Portanto, John Lennon era grego.

Quando um argumento válido é usado para derivar uma conclusão falsa de premissas falsas, a inferência é

válida, pois segue a forma de uma inferência correta.

Um argumento válido pode também ser usado para derivar uma conclusão verdadeira a partir de premissas

falsas:

Todas as pessoas gordas são músicos

John Lennon era gordo

Portanto, John Lennon era um músico

Page 27: Análise e Interpretação de Texto

Neste caso, temos duas falsas premissas que implicam uma conclusão verdadeira.

Inferência incorreta[editar | editar código-fonte]

Uma inferência incorreta é conhecida como uma falácia. Os filósofos que estudam lógica informal compilaram

grandes listas deles, e os psicólogos cognitivos têm documentado muitas vieses de raciocínio humano que

favorecem o raciocínio incorreto.

Inferência logica automática[editar | editar código-fonte]

Os sistemas de IA primeiro providenciaram "inferência logica automática". Uma vez que estes já foram temas

de investigação extremamente popular, levaram a aplicações industriais sob a forma de sistemas especialistas

e depois "business rule engines".

O trabalho de um sistema de inferência é a de estender uma base de conhecimento automaticamente. A base

de conhecimento (KB) é um conjunto de proposições que representam o que o sistema sabe sobre o mundo.

Várias técnicas podem ser utilizadas pelo sistema para estender KB por meio de inferências válidas.

O texto não se reduz à palavra, por isso é importante aprender a ler outras linguagens, não só a escrita.  Antigamente, aprendia-se a ler somente textos literários, não havendo a preocupação de como os textos não literários seriam lidos. Atualmente, busca-se formar cidadãos, portanto, a leitura ganhou novo significado.Ler é um exercício. Levantar hipóteses, analisar, comparar, relacionar são passos que auxiliam nessa tarefa. Entretanto, existe uma habilidade que merece destaque: a inferência. Segundo Houaiss, inferir é: concluir pelo raciocínio, a partir de fatos, indícios; deduzir.Entretanto, na prática, como isso pode ajudar na interpretação? Ao ler um texto, as informações podem estar explícitas ou implícitas.  Inferir é conseguir chegar a conclusões a partir dessas informações.Para facilitar o entendimento, vamos ao exemplo. Leia a tirinha abaixo:

Criada pelo cartunista Quino, Mafalda atravessa gerações com seus questionamentos

Após uma leitura atenta de todos os quadrinhos, o que é possível concluir?  Perceberam a profundidade da pergunta? O objetivo da interpretação não é simplesmente descrever os fatos, mas acrescentar sentido a eles.Muitos estudantes param na superfície do texto. Por exemplo, na tirinha acima, muitos diriam: “Mafalda estava em sua casa, quando seu amigo chegou. Ela pediu que ele não fizesse barulho, porque tinha alguém doente. O amigo pensou que fosse um familiar, mas deparou-se com o mundo.” Qual sentido tem essa descrição? Nenhum, não é verdade?Então, para encontrar a essência do texto, é preciso partir dos fatos e procurar o sentido que eles querem estabelecer.O fato apresentado na tira é que o mundo está doente, por isso precisa de cuidados. Isso é possível? Literalmente, não. Entretanto, se usarmos a linguagem conotativa, é possívelinferir, ou seja, interpretar, deduzir, que o objetivo da tira era chamar a atenção das pessoas para a “doença” do mundo. Em que aspectos? Os mais diversos: desigualdade social, fome, guerras, violência, poluição, preconceito, falta de amor etc. E agora, faz sentido? Então, só agora houve entendimento.É importante destacar que quando a área de atuação é a escola, falar de interpretação é falar de inferência, de conclusão, de dedução. Então, ao ler um texto, busque sempre sua essência.