Análise de Resistência e Massa Específica de Concreto Simples Dosado Com Adição de Agregados...

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    1 Acadêmico do curso de engenharia civil da Escola Politécnica da Católica do Tocantins. E-mail:

    [email protected] Acadêmica do curso de engenharia civil da Escola Politécnica da Católica do Tocantins. E-mail:

    [email protected] Professor Eng. Me. na Escola Politécnica da Católica do Tocantins. Mestre em Estruturas e Construção

    pela UNB. Doutorando pela IPEN-USP. Email: Alexon.Dantas@católica.to.edu.br3 Professor Dr. na Escola Politécnica da Católica do Tocantins. Mestre em Ciências dos Materiais pela

    UNESP e Doutor em Química pela UFG. Email: [email protected]

    ANÁLISE DE RESISTÊNCIA E MASSA ESPECÍFICA DE CONCRETOSIMPLES DOSADO COM ADIÇÃO DE AGREGADOS LEVES

    Gabriel Luan Paixão Mota1 

    Laurinda Dias Neves2

     Alexon Braga Dantas3 

    Antônio Rafael de Souza Alves Bosso4 

    RESUMOEste trabalho buscou analisar o comportamento mecânico de quatros

    tipos de concreto, bem como a redução de massa específica naqueles quetiveram adições de esferas de EPS e vermiculita. O estudo foi realizado pormeio da dosagem racional através do método ACI/ABCP e de ensaiosexperimentais, tanto no procedimento de caracterização dos materiais como no

    de avaliação da resistência à compressão. Ao finalizar tais etapas pôde serconcluído que a areia fina não poderá ser utilizada como único agregado miúdoe que o pó de brita não é um bom substituto da areia. Além disto, as adiçõesobtiveram significativa redução da massa específica, embora ao custo dereduzir também a resistência do concreto.

    Palavras-chave: concreto; dosagem método ACI; resistência.

    ABSTRACTThis study aimed to examine the mechanical behavior of four types of concrete,

    as well as density reduction in patients who had additions of EPS spheres andvermiculite. The study was conducted through rational dosage form by themethod ACI / ABCP and experimental trials both in the characterizationprocedure of materials as in the evaluation of compressive strength. At the endof such steps could be concluded that the sand can not be used as a single fineaggregate and the crushed powder is not a good substitute for sand. In addition,the additions were significantly reduced in density, while also reducing the costof concrete strength.

    Keywords: concrete; dosage ACI method; resistance.

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    Cimento Portland Comum : cimento Portland obtido pela moagem declínquer Portland, ao qual se adiciona, durante a operação, quantidadeadequada de uma ou mais formas de sulfato de cálcio. Durante a moagem, são

    permitidas adições a essa mistura de materiais pozolânicos, escóriasgranuladas de alto-forno e materiais carbonáticos. Em função dessas adições,o cimento Portland comum é classificado como: Cimento Portland ComumSimples (CPS), Cimento Portland Comum com Escória (CPE) ou CimentoPortland Comum com Pozolana (CPZ).

    Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (ARI):  cimento Portland queatende ás exigências de alta resistência inicial, obtido peia moagem de clínquerPortland. Durante a moagem, não é permitida a adição de outra substância anão ser uma ou mais formas de sulfato de cálcio.

    Cimento Portland de Alto-forno (AF): cimento Portland obtido pelamistura homogênea de clínquer Portland e escória granulada básica de alto-forno, moídos em conjunto ou separadamente, com adição eventual de uma oumais formas de sulfato e carbonato de cálcio.

    Cimento Portland Pozolânico (PQZ): cimento Portland obtido pelamistura homogênea de clínquer Portland e materiais pozolânicos moídos emconjunto ou separadamente. Durante a moagem, adiciona-se uma ou maisformas de sulfato de cálcio.

    Clínquer Portland : clínquer constituído, em sua maior parte, por silicatose aluminatos de cálcio hidráulicos, obtido por queima, até fusão parcial, demistura homogênea e adequadamente proporcionada, composta basicamentede calcário e argila.

    Materiais Pozolânicos : materiais silicosos ou silicoaluminosos quepossuem pouca ou nenhuma atividade aglomerante, mas que, quandofinamente moídos e na presença de água, fixam o hidróxido de cálcio, àtemperatura ambiente, formando compostos com propriedades hidráulicas.

    Escória Granulada de Alto-Forno : subproduto da produção de gusa em

    alto-forno obtido sob forma granulada por resfriamento brusco, constituído emsua maior parte de óxidos de cálcio, silício e alumínio. Possui a característicade, quando pulverizada, apresentar propriedades hidráulicas latentes.

    Adições : produtos de origem mineral adicionados aos cimentos,argamassas de concretos, com a finalidade de alterar suas características.

    Aditivo : produto químico adicionado em pequenos teores às caldas,argamassas e concretos, com a finalidade de alterar suas características noestado fresco e/ou no endurecido.

    Pega : caracterização da perda de plasticidade das pastas, caldas,argamassas e concretos de cimento.

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    Hidratação : processo químico pelo qual um aglomerante de origemmineral reage com a água.

    Endurecimento : fase subsequente ao período de pega, na qual oaglomerante passa a oferecer resistência a esforços mecânicos.

    3.2 COMPOSIÇÃO DO CONCRETO

    O concreto é produto da mistura de agregado (miúdo e graúdo) ecimento sob solução aquosa, tornando-o uma composição cimentícia com boaresistência mecânica, em especial no que se refere a compressão uniaxial.

    A mistura do cimento com a água forma a pasta de cimento.

    Adicionando o agregado miúdo, como a areia, obtém-se aargamassa de cimento. Juntando o agregado graúdo, como apedra britada ou seixos rolados, tem-se o concreto simples.(FUSCO, 2008, p. 13)

    O concreto tem sua utilização mais comum nas estruturas armadas ouprotendidas, sabendo que possui boa resistência à compressão, embora sejapouco resistente na tração, muito presente sob forma de flexão nos elementosde lajes, vigas e pilares. Entretanto, sua deficiência é suprida pela armaduraque tem como característica mais importante a capacidade de resistir aosesforços de tração e flexão.

    O concreto simples caracteriza-se por sua razoável resistênciaà compressão, usualmente entre 20 e 40 MPa, e por umareduzida resistência à tração, usualmente menor que 1/10 desua resistência à compressão. (FUSCO, 2008, p. 13)

    Embora já tenhamos falado do concreto como uma composição, seráimportante discorrer, resumidamente, sobre os produtos desta composição,tendo em vista suas classificações, terminologias, origem ou cuidados naescolha dentre diferentes opções de produtos, como por exemplo, os diversosagregados possíveis de serem empregados na composição do concreto.

    O principal componente do concreto é o cimento, sendo ele oresponsável pela aglomeração dos agregados, além de conferir, dependendoda sua quantidade, a resistência quando endurecido. Existem vários tipos decimentos no mercado, embora sua composição tenha alguns componentesbásicos, como a cal (GaO), a sílica (SiO2), a alumina (Al2O3) e o óxido de ferro(Fe2O3), e dever-se-á escolher aquele que possui as característicasnecessárias para cada obra específica. Há aqueles que possuem baixo calorde hidratação para evitar o fissuramento da pasta, outros que ganhamresistência já nas primeiras idades ou ainda aqueles que são mais resistentesaos ataques agressivos do meio que deverão se encontrar.

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    Os diferentes tipos de cimento existentes no mercado ou sãofabricados para o atendimento de necessidades usuais ouespecíficas de aplicação, ou são decorrentes doaproveitamento de subprodutos de outras indústrias, como é ocaso da escoria de alto-forno. Os componentes básicos doscimentos são sempre os mesmos, variando, para cada tipo, aproporção em que esses componentes comparecem. (FUSCO,2008, p. 19)

    Os agregados do concreto podem ser classificados em graúdos emiúdos, de acordo com o tamanho das suas partículas, isto é, segundo acomposição granulométrica. O método para a determinação da composiçãogranulométrica é estabelecido pela NBR NM 248/2003, enquanto que a NBR7211/2005 especifica os requisitos mínimos para a aceitação de agregadograúdo e miúdo na produção de concreto de cimento Portland.

    De acordo com a NBR 7211 (2005), agregado miúdo é aquele em queos seus grãos passam através da peneira de abertura 4,75 mm e ficam retidosna peneira de abertura 150 µm, enquanto que o agregado graúdo é aquele emque os seus grãos ficam retidos na peneira de abertura 4,75 e passam napeneira com abertura de 75 mm.

    Os agregados devem ser compostos por grãos de mineraisduros, compactos, estáveis, duráveis e limpos, e não devemconter substâncias de natureza e em quantidade que possamafetar a hidratação e o endurecimento do cimento, a proteçãoda armadura contra a corrosão, a durabilidade ou, quando for

    requerido, o aspecto visual externo do concreto. (NBR 7211,2005, p. 4)

    Os ensaios comumente realizados com os agregados são os seguintes:de composição granulométrica, de massa específica, massa específica,absorção de água, e inchamento de acordo com a ABNT NBR NM 248, NBRNM 52, NBR 7251, NBR NM 30 e NBR 6467, respectivamente, para osagregados miúdos, enquanto que realiza-se os ensaios de composiçãogranulométrica, assim como o miúdo, de forma dos grãos e resistência àcompressão de rocha, segundo as prescrições da NBR 7809 e NBR 6953,respectivamente.

    Além destes, a água que deverá ser utilizada no concreto, isto é, noamassamento, deverá “ser isenta de teores prejudiciais de substânciasestranhas. De acordo com a NBR 6118, presumem-se satisfatórias as águaspotáveis." (FUSCO, 2008, p. 24)

    Caso exista a necessidade de modificar alguma propriedade doconcreto, visando melhorar seu desempenho, para o emprego em algumacondição específica poder-se-á utilizar aditivos. Existem uma quantidadeenorme de tipos de aditivos, como os plastificantes, superplastificantes,

    retardador ou acelerador de pega, incorporador de ar, etc.

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    Visando diminuir o peso específico do concreto utilizar-se-á produtoscomo a vermiculita expandida e o EPS (Poliestireno expandido) nas dosagens.A vermiculita é um filossilicato pertencente à família das Micas e ao ser levadoa altas temperaturas, da ordem de 800 ºC, sofre uma grande expansão,

    aumentando em até quinze vezes o seu volume, recebendo então o nome devermiculita expandida, enquanto que o EPS é o produto comumente chamado

    de isopor ® 

    .

    3.3 MECANISMOS DE RUPTURA

    Conforme já esclarecido, o concreto tem como principal característica asua alta resistência às solicitações normais de compressão, por isso,discorreremos sobre a forma com que o processo de ruptura por compressãoocorre, desconsiderando tudo quanto se refere à tração.

    Poderemos observar dois tipos possíveis de ruptura, dependendo daresistência relativa da argamassa de cimento com a resistência do agregadograúdo, para concretos de baixa ou média resistência, ou da resistência relativada pasta de cimento com a resistência dos agregados, miúdo e graúdo,naqueles concretos de alta resistência.

    Segundo Fusco (2008, p. 66), “nos concretos de baixa ou médiaresistência, isto é, com resistências à compressão da ordem de até 40 Mpa”, oprocesso de ruptura, através de solicitação de compressão longitudinal, iráocorrer transversalmente com tração na microestrutura. Normalmente, nessesconcretos, a pasta de argamassa tem menor resistência do que o agregadograúdo, fazendo com que a ruptura ocorra na argamassa, através de fissuraçãogeneralizada, ficando intacto o agregado graúdo.

    Sendo os grãos do agregado graúdo mais rígidos e maisresistentes que a matriz de argamassa, no entorno dosmesmos surgem tensões transversais de tração,perpendiculares ao campo de compressão longitudinal aplicadoexternamente. O resultado é uma fissuração generalizada, comfissuras orientadas segundo a direção do campo decompressão, com tendência ao esboroamento da estrutura

    interna do material. (FUSCO, 2008, p. 66)

    Entretanto, quando falamos de concreto de alta resistência o processoinverte-se. A ruptura não ocorrerá mais na argamassa, mas no agregadograúdo. Isso é muito comum nesse tipo de concreto tendo em vista que é muitodifícil encontrar um agregado que possua resistência superior à da resistênciadeste tipo de argamassa.

    A partir do instante em que a matriz de argamassa se tornamais resistente que os grãos do agregado graúdo, não ocorremais o processo de microfissuração progressiva. A ruptura se

    dá de modo explosivo, com fraturamento dos grãos deagregado graúdo por tração transversal na microestrutura. O

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    concreto passa a ser um material nitidamente frágil. Nosconcretos de altíssima resistência, com valores acima de 80MPa, o fenômeno de ruptura transversal do agregado já se dáaté com os grãos de areia. O material passa então a ter umcomportamento extremamente frágil. (FUSCO, 2008, p. 67)

    4. MATERIAIS E MÉTODOS

    O presente trabalho teve basicamente como metodologia osprocedimentos estabelecidos nas normas vigentes de ensaio e o roteiro decálculo de dosagem ACI (American Concrete Institute ) da ABCP (AssociaçãoBrasileira de Cimento Portland).

    Os ensaios realizados foram aqueles requeridos para a caracterização

    dos agregados e o de compressão simples em corpos de prova de concreto,sendo necessária a seguinte instrumentalização: balança de alta precisão,frasco de Chapman, estufa, peneiras de diversas malhas, agitador mecânico depeneiras, bandejas para coleta e transporte de material, tanque de água,betoneira, moldes cilíndricos com 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura, troncode cone, haste e base para tronco de cone e prensa para concreto.

    Os materiais utilizados foram apenas aqueles em diversidade equantidade suficiente para a dosagem dos traços estudados. Foram utilizadosos seguintes materiais: cimento Portland comum CP-II, pó de brita, vermiculita,pérolas de EPS, areia fina e brita em diversos tamanhos.

    Foram dosados quatro tipos de traços, todos para 30 Mpa, utilizando ométodo ACI/ABCP. Os resultados foram recolhidos dos ensaios e analisadoscom o auxílio de tabelas de Excel, através de estatística.

    5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    5.1 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO

    A caracterização dos agregados éum procedimento realizado para que seconheça da forma mais realista possível,a forma com que eles se comportarãodentro do concreto, sendo possível umadosagem mais racional. A falta deinformações destes materiais é umaincógnita que impossibilitará nãosomente a elaboração do traço deconcreto, mas também a avaliação dos

    resultados obtidos.

    O concreto por ser um materialheterogêneo terá suas características

     Imagem 1: Pesagem de areia para ensaio de massa

    específica 

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    dependentes de das propriedades de cada material em particular e dainteração entre eles. Por isso, justifica-se a necessidade da caracterização dosmateriais a serem utilizados.

    Foram realizados os ensaios de massa unitária, massa específica e

    composição granulométrica dos agregados.A areia foi ensaiada e obteve um módulo de finura MF de 1,716 através

    da sua composição granulométrica e massa específica de 2,645 g/cm³ atravésdo frasco de Chapman e Picnômetro. Enquanto que os ensaios com pó de britaresultou em um módulo de finura MF de 2,742 e massa específica de 2,674g/cm³ através dos mesmos procedimentos.

    A partir destes resultados conclui-se que a areia enquadra-se nacategoria de areia fina, o que não é o ideal para o concreto. Segundo a NBR7211, Agregados para concreto – especificação, a zona ótima do módulo definura varia entre 2,2 e 2,9. A areia utilizada se encontra na zona utilizávelinferior que varia de 1,55 e 2,2.

    A brita 2 (19mm) foi autilizada e também passou porensaios, resultando em umamassa específica de 2,618g/cm³ e massa unitária de 1,49g/cm³. Não foi feito nenhumensaio para avaliar a resistênciamecânica do agregado graúdo eos ensaios de compressão doscorpos de prova demonstraram

    que não seriam realmentenecessários.

    Os ensaios revelaram que as esferas de EPS utilizadas possuíam1,552x10-2 g/cm³ e a vermiculita 1,675x10-1 g/cm³ de massa específica.

    Os materiais, com exceção do EPS e da vermiculita, passaram por umprocesso de limpeza e remoção de impurezas antes de serem utilizados eensaiados. O cimento foi passado na peneira 425 micrômetros para removerimpurezas e grãos que poderiam estar petrificados devido a alguma umidade.

    5.2 DOSAGEM DO TRAÇOO procedimento de cálculo utilizado foi o estabelecido pela ACI/ABCP,

    muito utilizado no quadro técnico. O primeiro traço foi composto de brita 2, póde brita e cimento CPII, o segundo traço de areia fina, brita 2, cimento CPIIcom adição devermiculita, oterceiro de areiafina, brita 2,cimento CPII semqualquer adição

    ou aditivo, e, porfim, o quarto traço

     

     

     

     

     Imagem 2: Materiais na estufa após serem lavados 

    Tabela 1: Composições dos traços 

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    de areia fina, brita 2, cimento CPII com adição de EPS. Na tabela 1 pode-se vermelhor a distinção de materiais utilizados em cada traço.

    Todos os traços foram calculados para 30 Mpa aos 28 dias, semutilização de ar incorporado, slump  de 100 ± 25 mm e com controle rigoroso de

    4 Mpa. Na tabela 2 é possível conferir a quantidade de cada traço.

    O quantitativo de cadamaterial relacionado na tabela2 foi o calculado, mas duranteo processo de mistura nabetoneira foi corrigido o fatorágua/cimento e água/materialseco de dois traços; do traço 4por causa do slump e do traço2 devido a adição davermiculita.

    No traço 2 foi acrescido 2000 g de água, poisa vermiculita reteve para si quase toda a água

    prevista, obtendo como novo fator a/c o valor de0,98. Isto nos indicou que os resultados decompressão deveriam ser bem baixos. Também foinecessário corrigir o fator a/c no traço 4,acrescentando 500g de água, aumentando o fatora/c para 0,59. Quanto a este último traço éimportante informar que houve problemas durante amistura das esferas de EPS na betoneira. Boa parteacabou ficando retida, sem ser envolvida pela

    argamassa, sendo necessário parar a mistura pararemover a parte retida nos cantos a fim de serem

    misturadas com a pasta.Foram moldados 4 corpos de prova de cada traço, com exceção do traço

    número 2 (com vermiculita) que foi possível moldar 6 corpos de prova. Isto jáera previsto devido ao volume dos 816,5 gramas adicionados.

    As adições de EPS e vermiculita foram feitas buscando reduzir a mesmaquantidade de massa do concreto, isto é, buscou-se estabelecer previamente aredução de 22,2% no peso de cada corpo de prova, por isso a quantidade foidistinta, em função do volume e da massa específica de cada um dosmateriais.

    Tabela 2: Quantitativo de materiais dos traços 

    ( ) () () () () ()

     

     

     

     

     Imagem 3: Materiais do traço 02 separados 

     Imagem 4: Verificação do slump do

    traço 2 

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    5.3 ENSAIOS DE COMPRESSÃO UNIAXIAL

    Os 18 corpos de prova foram submetidos a ensaios de compressão aos

    7 e 14 dias de idade através de uma prensa manual com capacidade de cargamáxima de 100 toneladas e também foram pesados. Os resultados obtidospara cada corpo de prova foram anotados e comparados tanto com relação àsua resistência quanto à sua massa específica.

    Como era de seesperar, o traço 3 foi oque obteve a maiorresistência, no entantoficou muito abaixo doestimado peloscálculos de dosagem

    ACI/ABCP. Isto podeser explicado pelo usoda areia fina, pois como se sabe não se dosa concreto somente com areia fina,pois a zona de transição do agregado graúdo e miúdo torna-se vulnerável.Contudo, infelizmente essa era a única areia disponibilizada pelo Laboratóriode Materiais e Estruturas da Escola Politécnica da Católica, que não atendeu àsolicitação do material exigido. Na tabela 3 os resultados são mostrados paracada corpo de prova.

    Outro grave problema que tivemos queenfrentar ao utilizar o referido laboratório foi

    com relação ao aparelho utilizado para oensaio de compressão. Ele não possui omínimo de precisão para que se possaconfiar nos resultados obtidos. Estaimprecisão é devida ao fato de que oequipamento é manual (a velocidade comque o operador realiza o ensaio influenciafortemente o resultado) e não possui

    bancada para um correto nivelamento.

    Na tabela 3 é possível ver que além dasimprecisões dos resultados, o CPII do traço 3está vago. Ocorreu um problema na prensadurante o ensaio deste corpo de prova. Namesma tabela é visível a imprecisão doequipamento por obter um desvio padrão elevadopara todos os traços.

    A resistência média aos 7 e 14 dias, relacionada na tabela 4, novamenteindicou a imprecisão da prensa, pois o traço 3, aparentemente, reduziu a suaresistência, ao invés de aumentar como é esperado para o concreto.

    Ignorando os erros e imprecisões do equipamento de ensaio decompressão, analisam-se abaixo mais alguns resultados.

     

     

     

     

      ()

    Traços com 7 dias: CPI, CPII e CPIII do traço 2, CPI e CPII dos demais traços.

    Traços com 14 dias: CPIV, CPV e CPVI do traço 2, CPIII e CPIV dos demais

    Tabela 3: Resistência dos Corpos de Prova 

    Tabela 4: Resistência média dos traços 

     Imagem 5: CP II do traço 3 - Erro da

     prensa 

     

     

     

     

     

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    O traço 1 em que substituiu-se aareia pelo pó de brita obteve umaresistência média muito inferior à dotraço 3 composto com areia, apenas

    60% deste, praticamente inviabilizandoa sua utilização. A forma de ruptura detodos os traços foi semelhante,rompendo a pasta de argamassa aoinvés do agregado graúdo; o contráriosomente ocorre para concretos de altaresistência, o qual não é o caso em estudo. A linha de ruptura se deu na zonade transição da argamassa com a brita e no concreto com adição de EPS foipossível verificar que a ruptura ocorreu também na zona de transição daargamassa com as esferas de EPS.

    Pode-se observar que os traços

    com adições tiveram bom resultado,mas poderiam ter alcançado umaresistência maior se ao invés de seutilizar um fator a/c maior fazer uso deaditivos superplastificantes.

    No entanto, o principal indicadorque deve ser consultado nos traços devermiculita e esferas de EPS é a massa

    específica do concreto, pois tais traços não são destinados para elementosestruturais, mas apenas como elementos de vedação.

    A massa específica do concreto com esferas de EPS foi de 1,98 g/cm³,enquanto que o concreto com vermiculita resultou em uma massa específica de1,96, praticamente sem diferenças consideráveis. Na tabela 5 estãorelacionadas as massas específicas e as resistências de cada um dos traços.

    A partir disto é possível concluir que houve considerável redução dopeso do concreto, embora não tenha alcançado o valor previsto. Na tabela 6 osdados são apresentados. A percentagem foi calculada referenciando o traçotradicional, isto é, o de número 3.

    Percebe-se que o volume de vermiculita a ser adicionado para atingir osvalores acima é bastante elevado se comparado com o volume de EPS. Isto édevido, obviamente, à massa específica de cada material. A partir destesdados é possível traçar qual a adição é mais viável técnica e economicamente.

     

    ()

    ()

     

     

     

     

    Tabela 5: Relação de resistência e massa específica 

    Tabela 6:Redução de peso do concreto 

     Imagem 6: Linha de ruptura no concreto com vermiculita 

    () 

    (%)

    (%)

     

     

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    6. CONCLUSÃO

    Através do estudo experimental levado a cabo por este trabalho foipermitido chegar a uma avaliação dos traços estudados, contribuindo para o

    acervo técnico da área resultados. Dentre os quatro tipos de concreto o queatingiu melhor resistência foi o composto de areia sem adições, enquanto que ode pó de brita demonstrou-se insucesso, inviabilizando sua utilização. Noentanto, confirma-se o conhecimento técnico corrente de que o concreto nãopode ter a areia fina como único agregado graúdo, necessitando de materialque faça intermédio com o graúdo.

    Na análise dos traços com adição foi possível observar que tanto o EPScomo a vermiculita são materiais que reduzem consideravelmente a massaespecífica do concreto, no entanto ao custo da redução também da resistênciamecânica. E, além disso, nota-se que o volume de vermiculita a ser adicionadoé muito superior àquele requerido de esferas de EPS para a mesma redução

    de peso do concreto.Portanto, os dois parâmetros principais, resistência e peso, do concreto

    foram avaliados e comparados, segundo as metodologias previstas, podendoenfim atingir o objeto deste trabalho.

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    REFERÊNCIAS

    YAZIGI, W. A técnica de edificar. 10. ed. São Paulo: PINI, 2009. 769 p.FUSCO, P.B. Tecnologia do concreto estrutural: tópicos aplicados. 1. ed.

    São Paulo: PINI, 2008. 179 p.ABNT. NBR 7211:2005. Agregados para concreto: especificação. 2. ed.ABNT. NBR 9776:1987. Determinação da massa específica de agregadosmiúdos por meio do frasco Chapman: método de ensaio.ABNT. NBR 9937:1987. Determinação da Absorção e da Massa específicade agregado graúdo: método de ensaio.ABNT. NBR NM 248:2003. Agregados: Determinação da composiçãogranulométrica.ABNT. NBR 5738:2003. Concreto: Procedimento para Moldagem e cura decorpos-de-prova.ABNT. NBR 5739:1994. Concreto: Ensaio de compressão de corpos-de-provacilíndricos.ABNT. NBR NM 67:1998. Concreto: Determinação da consistência peloabatimento do Tronco de Cone.