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Profa. Dra. Geilma Vieira Laboratório de Materiais de Construção Civil Campo da Matéria O memorial descritivo é a descrição e indicação dos materiais a serem empregados e dos locais da construção. Especificações técnicas: Elementos escritos de um projeto de engenharia: um projeto de engenharia não consiste apenas em plantas, desenhos e cálculos. Inclui também uma de redação sob a forma de memorial descritivo e especificação técnica Especificações para os materiais e para a execução As especificações técnicas indicam minunciosamente as propriedades mínimas que o material deve ter e a técnica que será empregada na construção Campo da Matéria Como especificar materiais? É necessário a maior exatidão possível, definindo todos os elementos que possam variar de procedência Procurar citar todos os dados técnicos do material desejado. Mesmo que eles pareçam evidentes ao projetista, podem não ser para o construtor, assim como este poderá vir a aproveitar-se dessa omissão para agir de má fé. Convém não apenas nomear o material, mas também a classificação, o tipo, a dimensão desejada e, eventualmente, a marca (procedência) Procurar não esquecer nenhum material. A experiência demonstra que o projetista esquece, geralmente, os materiais de menor custo ou volume, e é justamente em relação à eles que surgem as maiores dúvidas É sempre conveniente rever os catálogos e normas técnicas dos materiais que estão sendo especificados, para uma melhor atualização Campo da Matéria Normas Técnicas? São elaboradas com o objetivo de regulamentar a qualidade, classificação, a produção e emprego dos diversos materiais Entidades Normalizadoras: no Brasil, a normalização cabe à ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), com sede no Rio de Janeiro. ABNT se dedica à elaboração de normas técnicas, sua difusão e incentivo. O que não impede que outras entidades, particulares ou oficiais tenham o mesmo objetivo. Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Instituto Brasileiro do Concreto (IBC). Nos EUA, essa responsabilidade é da ASTM (American Society for Testing Material) e a ASA (American Standard Association). Na Alemanha, responde a DIN (Deutsche Normenausschuss). Inglaterra, a BSI (Standard Institution). Universidade Federal do Espírito Santo Centro Tecnológico Departamento de Engenharia Civil Laboratório de Materiais de Construção Civil AGREGADOS Profa. Dra. Geilma Lima Vieira [email protected] Referências para essa aula: (MEHTA e MONTEIRO, 1994/2008) NBR 7211 (ABNT, 2009) AGREGADOS Definição Material granular, sem forma e volume definidos, geralmente inerte, de dimensões e propriedades adequadas para uso em obras de engenharia; Ex: rochas britadas, seixos rolados, materiais de jazidas provenientes de alterações de rocha. Aplicação: lastro de vias férreas, bases para calçamentos, adicionados aos solos para pavimentação, composição de revestimentos betuminosos, e confecção de argamassas e concretos. AGREGADOS Exemplos

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Profa. Dra. Geilma VieiraLaboratório de Materiais de

Construção Civil

Campo da Matéria

O memorial descritivo é a descrição e indicação dosmateriais a serem empregados e dos locais daconstrução.

Especificações técnicas:

Elementos escritos de um projeto de engenharia: um projeto deengenharia não consiste apenas em plantas, desenhos e cálculos. Incluitambém uma de redação sob a forma de memorial descritivo e especificaçãotécnica

Especificações para os materiais e para a execução

As especificações técnicas indicam minunciosamenteas propriedades mínimas que o material deve ter e atécnica que será empregada na construção

Campo da Matéria

Como especificar materiais?

� É necessário a maior exatidão possível, definindo todos os elementos quepossam variar de procedência

� Procurar citar todos os dados técnicos do material desejado. Mesmo queeles pareçam evidentes ao projetista, podem não ser para o construtor,assim como este poderá vir a aproveitar-se dessa omissão para agir de máfé.

� Convém não apenas nomear o material, mas também a classificação, otipo, a dimensão desejada e, eventualmente, a marca (procedência)

� Procurar não esquecer nenhum material. A experiência demonstra que oprojetista esquece, geralmente, os materiais de menor custo ou volume, eé justamente em relação à eles que surgem as maiores dúvidas

� É sempre conveniente rever os catálogos e normas técnicas dosmateriais que estão sendo especificados, para uma melhor atualização

Campo da Matéria

Normas Técnicas?

� São elaboradas com o objetivo de regulamentar a qualidade, classificação,a produção e emprego dos diversos materiais

� Entidades Normalizadoras: no Brasil, a normalização cabe à ABNT(Associação Brasileira de Normas Técnicas), com sede no Rio de Janeiro.

� ABNT se dedica à elaboração de normas técnicas, sua difusão e incentivo.O que não impede que outras entidades, particulares ou oficiais tenham omesmo objetivo. Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP),Instituto Brasileiro do Concreto (IBC).

� Nos EUA, essa responsabilidade é da ASTM (American Society for TestingMaterial) e a ASA (American Standard Association). Na Alemanha,responde a DIN (Deutsche Normenausschuss). Inglaterra, a BSI (StandardInstitution).

Universidade Federal do Espírito SantoCentro Tecnológico

Departamento de Engenharia CivilLaboratório de Materiais de Construção Civil

AGREGADOS

Profa. Dra. Geilma Lima [email protected]

Referências para essa aula: (MEHTA e MONTEIRO, 1994/2008)NBR 7211 (ABNT, 2009)

AGREGADOS

Definição

� Material granular, sem forma e volume definidos, geralmente inerte, dedimensões e propriedades adequadas para uso em obras de engenharia;

� Ex: rochas britadas, seixos rolados, materiais de jazidas provenientes dealterações de rocha.

� Aplicação: lastro de vias férreas, bases para calçamentos, adicionados aossolos para pavimentação, composição de revestimentos betuminosos, econfecção de argamassas e concretos.

AGREGADOS

Exemplos

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Profa. Dra. Geilma VieiraLaboratório de Materiais de

Construção Civil

AGREGADOS

Exemplos

AGREGADOS

Exemplos

AGREGADOS

Classificação

• Artificiais: areias e pedras provenientes do britamento de rochas, poisnecessitam da atuação do homem para modificar o tamanho dos grãos.

• Agregados naturais: areias extraídas de rios ou barrancos, seixos rolados(pedras do leito dos rios)

• Agregados reciclados: resíduos de atividades civis (resíduos deconstrução civil, mármore e granito, resíduos de perfuração de P&G)

• Outra classificação: artificiais provenientes de processos especiais defabricação (escória de alto forno, cinza volante, argila expandida, etc.)

AGREGADOS

Exemplos

• Agregados reciclados: resíduos de atividades civis (resíduos deconstrução civil, mármore e granito, resíduos de perfuração de P&G)

AGREGADOSExemplos

• Agregados naturais: areias extraídas de rios ou barrancos, seixos rolados(pedras do leito dos rios)

• Em algumas regiões do Brasil, pedregulho é designado cascalho ou

seixo rolado, sendo que o primeiro é adotado pela terminologia brasileira.

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Classificação

Usados para produção de concretos pesados: bário, vários minérios de ferro e titânio

Vermiculita

Magnetita Barita

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Construção Civil

AGREGADOS

Dimensões - classificações:

• Agregado Graúdo: agregados cujos grãos passam pela peneira comabertura de malha 75 mm, em realizado de acordo com a ABNT NBR NM248.

• Ex.: Cascalho e brita

• Agregado Miúdo: agregados cujos grãos passam pela peneira comabertura de malha 4,75 mm, em realizado de acordo com a ABNT NBR NM248.

• Ex.: Areia de origem natural ou de britagem

• Agregados – Importância

Ocupam de 75 à 80% do volume deconcreto

AREIA BRITA

Mehta e Monteiro (2008)

• Agregados – Importância

Ocupam de 75 à 80% do volume deconcreto

Conhecimento de certas propriedades (massa específica, composição granulométrica, teor

de umidade)

Torna-se uma exigência para a dosagem dos

concretos

Mehta e Monteiro (2008)

• Agregados – Importância

Diagrama ilustrativo de como as condições prévias de exposição e condicionantes de fabricação do agregado e sua microestrutura afetam o traço e as propriedades do

concreto fresco e endurecido.

AGREGADOS

Definições

• Série normal e série intermediária de peneiras: são um conjunto depeneiras sucessivas caracterizadas pelas aberturas das malhas.

AGREGADO GRAÚDO

AGREGADO MIÚDO

AGREGADOSDefinições

• Dimensão máxima característica: grandeza associada à distribuiçãogranulométrica do agregado, correspondente à abertura nominal, emmilímetros, da malha da peneira da peneira da série normal ouintermediária na qual o agregado apresenta uma porcentagem retidaacumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa.

• Módulo de finura: soma das porcentagens retidas acumuladas em massade um agregado, nas peneiras da série normal, dividida por 100.

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Profa. Dra. Geilma VieiraLaboratório de Materiais de

Construção Civil

AGREGADOS

Definições

• Agregado total: resultante da britagem de rochas cujo beneficiamentoresulta numa distribuição granulométrica constituída por agregadosgraúdos e miúdos ou por mistura intencional de agregados britados e areianatural ou britada, possibilitando o ajuste da curva granulométrica emfunção das características do agregado e do concreto a ser preparado comesse material. Os limites devem atender aos critérios de ponderabilidadeem massa entre os agregados graúdos e miúdos que o compõem

AGREGADOS

Ensaios especiais

• Em determinadas regiões ou para concretos com requisitos específicos,pode ser necessária a exigência de prescrições adicionais.

Ensaios especiais para agregado miúdo

Propriedades físicas Método de ensaio

Massa específica ABNT NBR NM 52

Massa unitária ABNT NBR 7251

Absorção de água ABNT NBR NM 30

Inchamento ABNT NBR 6467

Teor de partículas leves ABNT NBR 9936

Umidade superficial ABNT NBR 9775

AGREGADOS

Ensaios especiais

• Em determinadas regiões ou para concretos com requisitos específicos,pode ser necessária a exigência de prescrições adicionais.

Ensaios especiais para agregado graúdo

Determinação Método

Propriedades físicas

Massas específicas absoluta e aparente e absorção de água ABNT NBR NM 53

Ciclagem natural ABNT NBR 12695

Ciclagem artificial água - estufa ABNT NBR 12696

Ciclagem com etilenoglicol ABNT NBR 12697

Teor de partículas leves ABNT NBR 9936

Umidade total ABNT NBR 9939

Propriedades

mecânicas

Módulo de deformação estático e coeficiente de Poisson de

rochasABNT NBR10341

Resistência ao esmagamento ABNT NBR 9938

Desgaste por abrasão ABNT NBR 12042

Resistência à compressão da rocha ABNT NBR 6953

AGREGADOS

Substâncias nocivas

• Não deve exceder os limites máximos em %.

AGREGADOS

Teores de cloretos e sulfatos no agregado miúdo

• limites máximos, em %.

Pode usar areia do mar no concreto?

AGREGADOS

Granulometria

• Distribuição granulométrica: determinada segundo a ABNT NBR NM248, deve atender aos limites estabelecidos.

Peneira com

abertura de malha

Porcentagem, em massa, retida acumulada

Limites inferiores Limites superiores

Zona utilizável Zona ótima Zona ótima Zona utilizável

9,5 mm 0 0 0 0

6,3 mm 0 0 0 7

4,75 mm 0 0 5 10

2,36 mm 0 10 20 25

1,18 mm 5 20 30 50

600 µm 15 35 55 70

300 µm 50 65 85 95

150 µm 85 90 95 100

NOTA 1: o módulo de finura da zona ótima varia de 2,20 a 2,90

NOTA 2: o módulo de finura da zona utilizável inferior varia de 1,55 a 2,20

NOTA 3: o módulo de finura da zona utilizável superior varia de 2,9 a 3,50

Limites de distribuição granulométrica do agregado miúdo

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Construção Civil

AGREGADOS

Granulometria

• Distribuição granulométrica: determinada segundo a ABNT NBR NM248, deve atender aos limites estabelecidos.

Limites de distribuição granulométrica do agregado miúdo

Peneira com

abertura de

malha

Porcentagem, em massa, retida acumulada

Zona granulométrica (d/Da)

4,75/12,5 9,5/25 19/31,5 25/50 37,5/75

75 mm - - - - 0 - 5

63 mm - - - - 5 - 30

50 mm - - - 0 - 5 75 -100

37,5 mm - - - 5 -30 90 -100

31,5 mm - - 0 - 5 75 - 100 95 - 100

25 mm - 0 - 5 5 - 25b

87 - 100

19 mm - 2 - 15b 65b

- 95 95 - 100

12,5 mm 0 - 5 40b

- 65b

92 - 100 -

9,5 mm 2 - 15b

80b

- 100 95 - 100 -

6,3 mm 40b

- 65b

92 - 100 - -

4,75 mm 80b

- 100 95 - 100 - -

2,36 mm 95 - 100 - - -

a Zona granulométrica correspondente à menor (d) e à maior (D) dimensões do agregado graúdo

b Em cada zona granulométrica deve ser aceita uma variação de no máximo cinco unidades

percentuais em apenas um dos limites marcados

AGREGADOS

Composição granulométrica (ABNT NBR NM 248)

• Massa mínima, por amostra, amostra:

AGREGADOS

Composição granulométrica (ABNT NBR NM 248)

• Ensaio: (Ver norma)

• Cálculo: para cada uma das amostras de ensaio, calcular a porcentagem retida, emmassa, em cada peneira, com aproximação de 0,1%. Os valores de porcentagem retidaindividualmente não devem diferir mais que 4% entre si.

RESULTADO

AGREGADOS

Composição granulométrica (ABNT NBR NM 248)

• Dimensão Máxima Característica (DMC): corresponde à abertura da malha da peneira(em mm) na qual o agregado apresenta uma porcentagem retida acumulada igual ouimediatamente inferior a 5%.

• Módulo de Finura:

AGREGADOS

Classificação dos agregados (p.e. miúdo)

• Agregados – exercício

Determinar a composição granulométrica da amostra de agregado: módulo de finura, dimensão máxima característica

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Profa. Dra. Geilma VieiraLaboratório de Materiais de

Construção Civil

• Agregados – exercício

Determinar a composição granulométrica da amostra de agregado

• Agregados – exercício

Determinar a composição granulométrica da amostra de agregado

• Agregados – exercício

Determinar a composição granulométrica da amostra de agregado

• Agregados – exercício

Determinar a composição granulométrica da amostra de agregado

DMC = 63 mm