Anais Iiirea Xii Abanne Numerado

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III REUNIÃO EQUATORIAL DE ANTROPOLOGIA (REA) XII REUNIÃO DE ANTROPÓLOGOS NORTE E NORDESTE (ABANNE) “DIÁLOGOS INTERCULTURAIS NA PAN-AMAZÔNIA” PERÍODO: 14, 15, 16 e 17 de agosto de 2011 LOCAL: Universidade Federal de Roraima (UFRR)

Transcript of Anais Iiirea Xii Abanne Numerado

  • III REUNIO EQUATORIAL DE ANTROPOLOGIA (REA)

    XII REUNIO DE ANTROPLOGOS NORTE E NORDESTE (ABANNE)

    DILOGOS INTERCULTURAIS NA PAN-AMAZNIA

    PERODO: 14, 15, 16 e 17 de agosto de 2011

    LOCAL: Universidade Federal de Roraima (UFRR)

  • COMISSO ORGANIZADORAProf. Carlos Alberto Marinho Cirino (Presidente)

    Prof. Carmen Lcia Silva LimaProf. Jos Carlos Franco de Lima

    Prof. Jos Francisco Luitgards MouraProf. Marcos Antonio Braga Freitas

    Prof. Marcos Antonio PellegriniProf. Marisa Barbosa Araujo Luna

    Prof. Mauricio Elias ZoueinProf. Maxim Paolo Repetto Carreno

    Prof. Olendina de Carvalho CavalcanteProf Maria Alejandra Rosales

    COMISSO REGIONALRodrigo de Azevedo GrunewaldElizabeth Maria Beserra Coelho

    Julio Antoinette CavignacOdair Giraldin

    Fabiano de Souza GontijoEsabelle Braz Peixoto da Silva

    Jane Felipe BeltroFrank Nilton Marcon

    Deise Lucy Oliveira MontardoFtima Regina Gomes Tavares

    Cntia Beatriz MullerCarlos Guilherme Octaviano do Valle

    Jonatas Silva MenesesRenato Monteiro Athias

    Silvia Aguiar Carneiro Martins Gilton Mendes dos Santos

    Mariana Ciavatta Pantoja FrancoJos Augusto Laranjeiras Sampaio

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA UFRR

    Reitor: Dr. Roberto RamosEndereo: Av. Ene Garcez, n 2413, Bairro Aeroporto, CEP: 69304-000,

    Boa Vista/RR.

    Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-Graduao da UFRRPr-Reitor: Dr. Luiz Alberto Pessoni

    Pr-Reitoria de ExtensoPr-Reitora: Prof. Msc. Geyza Alves Pimentel

    Diretor de Ps-Graduao: Prof. Dr. Alberto Moura de Castro Ncleo Histrico Socioambiental - NUHSA

    Coordenador: Dr. Carlos Alberto Marinho CirinoDepartamento de Antropologia

    Coordenadora: Carmen Lucia Silva Lima

    COMISSO CIENTFICACarlos Alberto Marinho Cirino (UFRR)Jos Augusto Laranjeiras Sampaio (UNEB)Max Maranho Priosky Aires (UECE)Orlando Sampaio Silva (UFPA)Peter W. Schroeder (UFPE)Thereza Cristina Cardoso Menezes (UFAM)Vnia Rocha Fialho de Paiva e Souza (UPE)

    PROJETO GRFICO EDIAGRAMAO ELETRNICAHefrayn Lopes

    CRIAO DE CAPAMaurcio Zouein

  • 3SUM

    RI

    O

    4 | APRESENTAO

    5 | PROGRAMAO

    6 | CONFERNCIAS

    6 | MESAS REDONDAS

    9 | FRUNS

    11 | MINI CURSOS

    13 | GRUPOS DE TRABALHOS

  • H cerca de um ano, realizamos o I Encontro de Antropologia da UFRR, ocasio em

    que a direo da Associao Brasileira de Antropologia ABA se fez presente e, naquele

    momento, surgiu a possibilidade de sediarmos a III Reunio Equatorial de

    Antropologia/REA e a XIII Reunio de Antroplogos do Norte e Nordeste/Abanne. O

    convite, no entanto, s foi formalizado depois da 27 Reunio Brasileira de Antropologia

    ocorrida no mesmo ano em Belm.

    Para a Universidade Federal de Roraima e, especificamente, o Departamento de

    Antropologia da UFRR era um desafio, considerando algumas peculiaridades na sua

    realizao, entre elas a superao da distncia em relao a outros centros e regies. Por

    sua vez, a UFRR, criada h vinte dois anos, j oferecia condies estruturais para sediar

    um evento dessa magnitude. No incio, no pensvamos num evento com o nmero de

    atividades que foram se construindo ao longo de sua organizao. Aqui temos presentes

    pesquisadores de Programas de Ps-Graduao de quase todos os estados, afora de

    pases vizinhos. O esforo para traz-los foi grande.

    Com o tema Dilogos Intrerculturais na Pan-Amaznia, essa REA e Abanne

    buscam promover uma interlocuo e produo de conhecimento acerca de temas

    diversos, a partir de uma multiplicidade de perspectivas.

    A III Reunio Equatorial de Antropologia e XII Reunio de Antroplogos Norte e

    Nordeste/Abanne na UFRR marcam tambm a criao do nosso Instituto de

    Antropologia INAN ocorrida h dois meses, a criao do Curso de Graduao em

    Antropologia, iniciado ano passado e um Mestrado Interinstitucional em Antropologia

    iniciado uma semana antes desse evento, numa parceira com o Ncleo Histrico

    Socioambiental-NUHSA/UFRR, Universidade Federal de Pernambuco-UFPE e Governo

    do Estado de Roraima.

    Ns, que fizemos parte da organizao desse evento, a UFRR e demais parceiros,

    desejamos a todos que esto vindo a Roraima um excelente de trabalho.

    Comisso OrganizadoraA

    PRES

    ENTA

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  • PRO

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    CONFERNCIAS

    Abertura OficialData: 14/08/11Horrio: 18:00 HorasLocal: Auditrio do PRONAT

    Conferencia 01Bela Feldman-Bianco (Presidente da Associao Brasileira de Antropologia)Entre Cincia e Poltica: Desafios Atuais da AntropologiaData: 14/08/11Horrio: 18:30 HorasLocal: Auditrio Auditrio do PRONAT

    Conferncia 02Deborah Duprat (Sub-Procuradora da Repblica)As Comunidades Remanescentes Luz da Constituio de 1988Data:15/08/11Horrio: 18:30 HorasLocal: Auditrio Alexandre Borges

    Conferncia 03Fernando Garcia (Pesquisador Flasco/Ecuador)Del Reconecimiento de los Derechos Colectivos a su Aplicacin: El caso de los Pueblos Indgenas y Afro Ecuatorianos. Data: 16/08/11Horrio: 18:30Local: Auditrio Alexandre Borges

    MESAS REDONDAS

    Data: 15/08/11 - Horrio: 16:00 s 18 Horas

    Povos e Comunidades Tradicionais: Etnicidade e Territorializao.Local: Auditrio Auditrio do PRONATCoordenador: Rodrigo de Azeredo Grnewald (UFCG)Expositores: Joo Paheco de Oliveira (UFRJ), Henyo Trindade Barretto Filho (IEB) e Alfredo Wagner Berno de Almeida (UFAM e UEA)

    Os Desafios da Pesquisa Educativa Intercultural na Amrica LatinaLocal: Auditrio Ciclo BsicoCoordenador: Maxim Repetto (UFRR)Expositores: Maria Bertely (CIESAS Mxico), Luis Henrique Lopez (PROEIB ANDES Bolvia; GTZ Guatemala) e Jurg Gasch (IIAP Peru)

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  • Fronteiras, Dilogos e Interveno Social na Pan-AmazniaLocal: Auditrio Ciclo BsicoCoordenador: Jose Exequiel Basini Rodriguez (UFAM)Expositores: Mrcia Regina Calderipe Rufino Farias (UFAM), Nelson Rodrguez Aguirre (Universidad Central de Equador) e Renato Monteiro Athias (UFPE)

    Violncia, Polcia e Priso: possibilidades temticas e metodolgicas da pesquisa antropolgica.Local: Auditrio MedicinaCoordenador: Jos da Cruz Bispo de Miranda (UESPI)Expositores: Carlos Alberto Mximo Pimenta (UNIFEI), Jos da Cruz Bispo de Miranda (UESPI) e Milton Jlio de Carvalho Filho (UFBA)

    Projetos culturais: interfaces, perspectivas e dilemas.Local: Auditrio Ciclo Bsico (3)Coordenador: Jos Carlos Franco de Lima (UFRR)Expositores: Alejandra Astrid Leon Cedeno (UEL) e Rosemeire Almeida (Associao Cornlia MEVH Viegle)

    Revitalizao de Lnguas indgenas na Amrica LatinaLocal: Auditrio Alexandre BorgesCoordenador: Bruna Francheto (PPGAS MN UFRJ)Expositores: Inge Isichra (Proeibandes UII), Elder Jos Lanes (PPGL UFRR) e Bruna Francheto (PPGAS MN UFRJ)

    Amaznia Caribenha em Perspectiva MultidisciplinarLocal: Auditrio CCHCoordenador: Reginaldo Gomes de Oliveira (UFRR)Expositores: Renate De Bies (Anton de Kom Universitei van Suriname AdeKUS) e Andrea Idelga Jubithana-Fernand (Anton de Kom Universitei van Suriname - AdeKUS)

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    Data: 16/08/11 - Horrio: 16:00 s 18 Horas

    tica em pesquisas antropolgicasLocal: Auditrio PronatCoordenador: Luiz Fernando Duarte (UFRJ)Expositores: Maria Helena Ortolan Matos (UFAM), Luiz Fernando Dias Duarte (UFRJ) e Jane Felipe Beltro (UFPA)

    Poltica Indigenista e FronteirasLocal: Auditrio Ciclo BsicoCoordenador: Edson Damas da Silveira (NECAR)Expositores: Isaias Montanari Junior (UFRR), Helder Giro Barreto (TRF) e Argemiro Procpio Filho (UNB)

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  • Convvio nos Contatos Internos e Conflitos nos Contatos Externos entre os Povos Indgenas e a Sociedade Inclusiva no Nordeste de RoraimaLocal: Auditrio Ciclo BsicoCoordenador: Orlando Sampaio Silva (UFPA)Expositores: Carlos Alberto Marinho Cirino (UFRR) e Roberto Cortez de Souza (UFPA-MPEG)

    A etnologia de lngua alem e seu papel histrico para o estudo das culturas indgenas na Amaznia: uma avaliao com base em pesquisas recentesLocal: Auditrio CCHCoordenador: Peter Schrder (UFPE)Expositores: Michael Kraus (UFMG), Marco Antonio Gonalves (UFRJ) e Edwin Reesink (UFPE)

    Caractersticas clave de las antropologas latinoamericanas en el pasado y el presente: hacia una panormica comparadaLocal: Auditrio MedicinaCoordenador: Fernando Garcia (FLACSO/Ecuador)Expositores: Alfredo Wagner Berno de Almeida (UFAM/ UEA)

    As prticas de Percia Antropolgica em situaes de conflito envolvendo Comunidades Tradicionais e EtniasLocal: Auditrio Aklexandre BorgesCoordenador:Eliane Cantarino ODwyer (UFF)Expositores: Aderval Costa Filho (UFMG), Paulo Srgio Delgado (UFMT) e Andra Zhouri (UFMG)

    Conhecimentos Tradicionais, Biodiversidade e Povos Indgenas na AmazniaLocal: Auditrio HidrosCoordenador: Renato Athias (UFPE)Expositores: Stanford Zent (Lab. Ecologia Humana/ Instituto Venezuelano de Investigaciones Cientficas) e Juan Alvaro Echeverri (IMANI/ UNC)

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    Data: 17/08/11 - Horrio: 16:00 s 18 Horas

    Situando o trfico de pessoas na fronteira Norte do Brasil em perspectivaLocal: Auditrio CCHCoordenador: Sidney Antonio da Silva (UFAM)Expositores: Adriana Piscitelli (PAGU/UNICAMP), Rafael da Silva Oliveira (UFRR) e Mrcia Maria de Oliveira (UFAM)

    Estudos Sobre Religio no N-NE: Estado da Arte e Visibilidade NacionalLocal: Auditrio Alexandre BorgesCoordenador: Msia Lins Reesink (UFPE)Expositores: Heraldo Maus (UFPA), Roberto Motta (UEPB) e Roberta Campos / Msia Lins Reesink (UFPE)

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  • Dilogos Norte-Norte na antropologia equatorialLocal: Auditrio Hidros Coordenador: Carlos Caroso (UFBA)Expositores: Antonio Motta (UFPE), Margarita Bolaos Arqun (Universidad de Costa Rica) e Maria Eugenia Bozzoli Vargas (Universidad de Costa Rica)

    Etnografias da governana global: prticas de desenvolvimento em perspectiva multisituadaLocal: Auditrio Ciclo BsicoCoordenadora: Kelly Cristiane da Silva (UNB)Expositores: Karenina Andrade (UFMG), Maria Barroso Hoffmann (UFRJ) e Kelly Cristiane da Silva (UNB)

    Patrimnio Cultural e InterculturalidadeLocal: Auditrio Ciclo BsicoCoordenadora: Deise Lucy Oliveira Montardo (UFAM)Expositores: Ananda Machado (UFRR), Shirlei Martins dos Santos (UFRR) e Geraldo L. Andrello (UFSCAR)

    Unidades de conservao e dilogo com populaes tradicionais: estratgias de manuteno da sociobiodiversidade.Local: Auditrio PronatCoordenadora: Ana Beatriz Viana Mendes (UFMG)Expositores: Ronaldo Joaquim da Silveira Lobo (UFF), Eliana Simes (Coord. Ncleo de reas Marinhas da Fundao Florestal) e Thiago Mota Cardoso (IPE).

    Movilizaciones Indgenas en Amrica LatinaLocal: Auditrio MedicinaCoordenador: Max Maranho Piorsky Aires (UECE)Expositores: Miguel A. Bartolom (INAH/Mxico)Alicia M. Barabas (INAH/ Mxico)

    FRUNS

    Data: 15 a 17/08/11Horrio: 14:00 s 16 Horas

    1 | Dilogo e multivocalidade na construo do conhecimento arqueolgico sobre a Amaznia.Coordenador: Helena P. Lima (UFAM)Debatedores: Eduardo Ges Neves (USP), Carla Gibertoni Carneiro (USP), Bruno Marcos Moraes (UEA), Raoni Maranho Valle (PPGARQ-MAE-USP), Marcia Bezerra (UFPA), Tereza Parente, Helena P. Lima (UFAM)Local: Auditrio Ciclo Bsico

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  • 2 | Dilogos Interculturais nas Fronteiras Setentrionais do BrasilCoordenador: Eiiti Sato (UNB)Debatedores: Cleber Batalha Franklin (UFRR), Erick Cavalcanti Linhares Lima (TJ/RR), Haroldo Eurico Amoras dos Santos (UFRR) e Paulo Gilberto Facundes Vizentini (UFRG) Local: Auditrio Ciclo Bsico

    3 | Mobilizaes Indgenas ContemporneasCoordenador: Joo Pacheco de Oliveira (UFRJ) Debatedores: Carlos Alberto Marinho Cirino (UFRR), Carlos Guilherme O. do Vale (UFRN), Kelly Emanuelly de Oliveira (UFPE) e Paulo Santilli (UNESP) Local: Auditrio Medicina

    4 | Antropologias Nacionais em Dilogos TransnacionaisCoordenadores: Antonio Motta (UFPE) e Miriam Pillar Grossi (UFCS) Debatedores: Bela Feldman-Bianco (UNICAMP),Candice Vital (PUC/MG), Carmen Rial (UFSC), Christiano Key Tambascia (PAGU/UNICAMP), Fabienne Wateau (Univ.Nanterre Paris X/Paris), Fernanda Aras Peixoto (USP), Germn Soprano (Univ. Nacional de la Plata), Gustavo Lins Ribeiro (UNB), Julie Cavignac (UFRN), Priscila Faulhaber Barbosa (MUSEU GOELDI) e Wilson Trajano Filho(UNB)Local: Auditrio do CCH

    5 | Indgenas na Cidade: Abordagens Multidisciplinares de Diversas SituaesCoordenadores: Carmen Lucia Silva Lima (UFRR) e Reginaldo Gomes de Oliveira (UFRR) Debatedores: Priscilla Cardoso Rodrigues (UFRR), Florncio Almeida Vaz (UFRR), Estevo Martins Palitot (UFPB), Glademir Sales dos Santos (UEA), Raimundo Nonato F. do Nascimento (UFPE) Local: Auditrio Ciclo Bsico (3)

    6 | Dilogos sobre Conflitualidade Social, Territorialidades e Fronteiras.Coordenador: Nashieli Rangel Loera (UNICAMP) Debatedores: Flvia Melo da Cunha (UFAM), Ral Ortiz Contreras (UNICAMP) e Senilde Alcntara Guanaes (UNILA) Local: CCH

    7 | Mediao e Polticas de ReconhecimentoCoordenadores: Jos Maurcio de P. A. Arruti (PUC/RIO) e Vnia Rocha F. de P. e Souza (UFPE)Debatedores: Rita de Cssia M. Neves (UPE), Paula Montero (USP), Melvina Arajo (UNIFESP), Andr Figueiredo (UFRJ), Rosa Acevedo Marin (UFPA), Csar Barreto (UFC), Miriam Hartung (UFSC) e Omar Thomaz (UNICAMP) Local: CCH

    8 | Processos Socioculturais nas Fronteiras AmaznicasCoordenador: Francilene dos Santos Rodrigues (UFRR)Debatedores: Helion Povoa Neto (IPPUR-UFRJ), Mariana Cunha Pereira (UFG), Jos Carlos Alves Pereira (UNICAMP) e Luciana Miranda Costa (UFPA)

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  • Local: CCH9 | Antroplogos, Antropologias e Barragens: Estudos, Enfoques eContextos Recentes na Pan Amaznia.1 Sesso: Cincia, planejamento e democracia: Barragens e Antropologia2 Sesso: Barragens na Amaznia3 Sesso: Barragens na Pan-AmazniaCoordenadores: Andra Zhouri (UFMG), Sonia Maria Barbosa Magalhes (UFPA) e Rosa Elizabeth Acevedo Marin (UFPA) Debatedores: Gustavo Lins Ribeiro (UNB), Edna Castro (NAEA/UFPA), Sonia Magalhes (NCADR/UFPA), Joo Akira (MPF), Marcelo Peidrafita Iglesias (AEPI/ACRE), Carlos Vainer (IPPUR/UFRJ), Aurlio Vianna (FORD), Ananda Machado (UFRR), Antonio Carlos Magalhes (UFPA), Luis Novoa (UFRR), Stephen Baines (UNB), Henri Acselrad (IPPUR/UFRJ), Alfredo Wagner Berno de Almeida (UFAM), Annelito Wesiyuma (Univ.Ind.Venezuela), Guilherme Carvalho (FASE), Maxim Rapetto (UFRR) e Roberto Guimares (Peru)Local: Auditrio Hidros

    10 | Dilemas e Desafios da Formao dos Antroplogos nos Novos Cursos de Graduao no Brasil.Coordenador: Jos Maria Trajano Vieira (UFAM) Debatedores: Gilse Elisa (UFAM), Cristian Farias Martins (UFAM), Mirian Pillar Grossi (UFSC), Silvana de Souza Nascimento (USP),Widney Pereira de Lima (UFRGS), Neon Solim?es Paiva Pinheiro (UFAM), Mislene Metchacuna Martins Mendes (UFAM), Marcos Antonio Pellegrini (UFRR), Michel Justamand (PUC/SP), Senilde Alcntara Guanaes (UNILA), Eunice R. Durham (USP), Flavia Maria Silva Rieth (Univ. Fed. Pelotas), Julio Cezar Mellati (UNB) Local: Alexandre Borges

    11 | Interdisciplinaridade: Diferentes Formas de Apreenso e Uso dos Recursos Naturais.Coordenador: Marcos Jos Salgado Vital (UFRR)Debatedores: Olendina de Carvalho Cavalcante (UFRR) e Muriel Saragoussi (GTA) Local: Auditrio Pronat

    MINI CURSOSLocal: Bloco do CCH

    1 | O Trabalho Etnogrfico em Percias AntropolgicasCoordenao: Joo Pacheco de Oliveira (UFRJ), Carlos Guilherme Otaviano do Valle (UFRN) e Paulo Santilli (UNESP)

    2 | Antropologia e Pesquisa Educativa InterculturalCoordenao: Maxim Repetto (UFRR), Maria do Socorro Pimentel (UFRG) e Fabola Carvalho (UFRR)

    3 | Identidade entre o Brasil, Cuba e o Benin: enfoques transdisciplinares.Coordenao: Hippolyte Brice Sogbossi (UFSE), Sahily Borrero Marin (Asociacin Hermanos Saz, La Habana, Cuba)

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  • 4 | A Abordagem Antropolgica no Campo da Educao Escolar Indgena.Coordenao: Marcos Antonio Braga de Freitas (UFRR) e Carlos Alberto Marinho Cirino (UFRR-NUHSA)

    5 | Proteo Ambiental e Patrimnio Cultural: Desafios e PossibilidadesCoordenao: Ana Beatriz Vianna Mendes (UFMG), Eliana Santos Junqueira Creado (UFES) e Marisa Barbosa Araujo Luna (UFRR)

    6 | ndios e a Cidade: Processos IdentitriosCoordenao: Srgio Augusto Domingues (UNESP), Raimundo Nonato Pereira da Silva (UFAM) e Rodrigo Barbosa Ribeiro (UFU)

    7 | Antropologia e Direitos Humanos: A Questo de Gnero e EtnicidadeCoordenao: Carmen Lcia Silva Lima (UFRR), ngela Celia Sacchi (FUNAI/DF) e Nelita Frank (NMR/SRT-RR)

    8 | Lnguas Indgenas em RoraimaCoordenao: Elder Jos Lanes (UFRR), Maria Odileiz Cruz (UFRR) e Manoel Gomes do Santos (UFRR)

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    GT1 -JUVENTUDE, COTIDIANO E SUBJETIVIDADE (PAG. 15)Local: Bloco do CCH

    GT2-POVOS TRADICIONAIS: CONFLITOS E DESAFIOS CONTEMPORNEOS (PAG. 22)Local:Bloco do CCH

    GT3-DILEMAS TICOS E DIFICULDADES OPERACIONAIS: COMO ETNOGRAFAR PRTICAS E PENSAMENTOS MORALMENTE CONDENVEIS? (PAG. 27)Local: Bloco do CCH

    GT4-FESTAS E CIDADES: TEORIA E METODOLOGIA DE UM CAMPO EM FORMAO (PAG. 36)Local: Bloco do CCH

    GT5-AGENCIAMENTOS TERAPUTICOS E SISTEMAS DE ATENO SADE: REDES, TRNSITOS E HIBRIDISMOSGT6- EDUCAO E CONFLITO INTERCULTURAL NA RELAO ENTRE POVOS INDGENAS E ESTADOS NACIONAIS (PAG. 42)Local: Bloco do CCH

    GT6-EDUCAO E CONFLITO INTERCULTURAL NA RELAO ENTRE POVOS INDGENAS E ESTADOS NACIONAIS (PAG. 47)Local: Bloco do CCH

    GT7-PATRIMNIO IMATERIAL, MEMRIA E IDENTIDADE (PAG. 55)Local: Bloco do CCH

    GT8-OS ESTUDOS SOCIOESPACIAIS E OS DESAFIOS DIALGICOS DA ANTROPOLOGIA CONTEMPORNEA (PAG. 61)Local: Bloco do CCH

    GT9-MIGRAES, FRONTEIRAS E GNERO (PAG. 66)Local: Bloco do CCH

    GT10-A ETNOLOGIA INDGENA DA AMAZNIA E DO NORDESTE BRASILEIRO (PAG. 72)Local: Bloco do CCH

    GT11-ANTROPOLOGIA, ETNOGRAFIA E CULTURAS ESCOLARES (PAG. 77)Local: Ciclo Bsico

    GT12-REVISITANTO A ETNOLOGIA J (PAG. 84)Local: Ciclo Bsico

    GT13-A ANTROPOLOGIA INDGENA EM CONTEXTOS DE INTERVENCO SOCIAL: LIMITES E POTENCIALIDADES (PAG. 89)Local:Ciclo Bsico

    GT14-CARTOGRAFIA SOCIAL: IDENTIDADES COLETIVAS, PROCESSOS DE TERRITORIALIZAO E CONFLITOS NA AMAZNIA (PAG. 96)Local:Ciclo Bsico

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  • GT15-POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS NA PAN-AMAZNIA: TERRITRIOS E DIREITOS FACE S INTERVENES DESENVOLVIMENTISTAS (PAG. 104)Local:Ciclo Bsico

    GT16-AS DIFERENTES IMAGENS DO EXTRATIVISMO NA AMAZNIAGT17- ANTROPOLOGIA, IDENTIDADES & POLTICAS PBLICAS (SOCIAIS) (PAG. 112)Local:Ciclo Bsico

    GT17-ANTROPOLOGIA, IDENTIDADES & POLTICAS PBLICAS (SOCIAIS) (PAG. 116)Local:Ciclo Bsico

    GT18-INTERCESSES DE GNERO, RAA E MOVIMENTOS SOCIAIS: OLHARES COMPARATIVOS SOBRE DIFERENTES REPRESENTAES (PAG. 125)Local: Ncleo NUPEPA

    GT19-ANTROPOLOGIA DO SECULARISMO E DA MODERNIDADE RELIGIOSA (PAG. 131)Local: Ncleo NUPEPA

    GT20-POLTICAS ETNOEDUCACIONAIS E IDENTIDADES NA PAN-AMAZNIA: FRONTEIRA, PRODUO, CIRCULAO E CONSUMO (PAG. 138)Local: Ncleo NAPRI

    GT21-IDENTIDADES SOCIAIS EMERGENTES NA PAN-AMAZNIA E NO NORDESTE: COMUNIDADES, TERRITRIOS E DIREITOS (PAG. 145)Local: Ncleo de Prtica Jurdica

    GT22-ETNOLOGIA DA AMAZNIA MERIDIONAL: INVESTIGANDO AS POPULAES INDGENAS NAS FRONTEIRAS ENTRE A FLORESTA E O CERRADO DO BRASIL CENTRAL (PAG. 149)Local: Instituto Insikiran

    GT23-POPULAES TRADICIONAIS, TERRITORIALIDADES E ETNOCINCIAS (PAG. 153)Local: Instituto Insikiran

    GT24-IMAGENS SOBRE A AMAZNIA - UM OLHAR A PARTIR DA ANTROPOLOGIA VISUAL (PAG. 160)Local: Auditrio: Alexandre Borges

    GT25-OS INDGENAS E A CIDADE: PROCESSOS IDENTITRIOS, DIREITO E POLTICAS PBLICAS NO CONTEXTO URBANO (PAG. 165)Local: Instituto Insikiran

    GT26-SCIOANTROPOLOGIA MARTIMA E PESQUEIRA (PAG. 173)

    Local: Instituto Insikiran

    GT27-ANTROPOLOGIA E SADE PBLICA (PAG. 178)Local: Instituto Insikiran

    Gt28 -HISTRIA DA ANTROPOLOGIA: TEORIA E CAMPO NA AMAZNIA (PAG. 184)Local: Instituto Insikiran

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  • JUVENTUDE, COTIDIANO E SUBJETIVIDADE

    A juventude tem sido pensada na interseo entre dois temas clssicos das cincias sociais: gerao e classe social. Metodologicamente, enfatiza-se a impossibilidade de compreender a juventude como categoria singular e a importncia da comparao para a construo do conhecimento sobre os jovens. Existem alguns pontos consensuais entre pesquisadores que se dedicam a analisar as juventudes. O primeiro deles refere-se aos aparentemente contraditrios, conjuntos de sentidos relacionados aos jovens: eles so socialmente classificados como "problema social" e projeo societria de futuro.

    Os estudos sobre a temtica tambm so orientados pelo pressuposto de que alm das estruturas de classe e das estratificaes sociais que lhes so prprias, a sociedade moderna constituda pela criao das faixas etrias e a consequente cronologizao do tempo. A Escola, o Estado, o Direito so instituies organizadas com base no reconhecimento destas fases e na expectativa de institucionalizao do curso da vida. Tais classificaes so orientadas por representaes sobre o envelhecimento natural, mas no determinadas por ele. possvel dizer que resultam de lutas simblicas para a definio e legitimao do que ser criana, adolescente, jovem, adulto e velho.

    O principal objetivo do grupo de trabalho propor e realizar anlises comparativas, orientadas por metodologias qualitativas e quantitativas, que permitam compreender as singularidades e pluralidades da experincia juvenil contempornea. O foco nas tenses entre as expectativas sociais e a experimentao subjetiva da juventude ser privilegiado. Sero priorizados trabalhos tericos e empricos sobre identidade, educao, sexualidade, subjetividade, emoes, vises de mundo e estilos de vida.

    A transformao das juventudes em problema de pesquisa foi o objetivo que nos conduziu a propor as primeiras edies deste grupo, na I e na II REA. O primeiro momento de internacionalizao da proposta ocorreu na 8 RAM.

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    SESSO I- SEXUALIDADES E CORPORALIDADES

    1- Tatuagens e juventude: reflexes sobre corpo e autonomia

    Andra Barbosa Osrio (UFF)

    Pesquisa realizada em um estdio de tatuagem da cidade do Rio de Janeiro apontou para a predominncia da prtica na faixa etria dos 20 aos 29 anos. Cerca de 60% do pblico do estdio formado por jovens entre 16 e 29 anos. Por trs da seduo que a tatuagem exerce sobre a juventude, creio estar um processo de marcao social sobre o corpo de autonomia pessoal, na forma 'o corpo meu e fao com ele o que quero', conforme vrias vezes repetido por tatuados durante a pesquisa de campo. Este processo de autonomia foi nomeado na literatura dedicada ao estudo da tatuagem contempornea como posse de si, conceito que remete emergncia de um processo de individualizao, em que a tatuagem pode se apresentar como signo propcio uma prova pessoal (e social) de fora e coragem ou como epteto de uma rebelio silenciosa contra instncias de controle do indivduo, sobretudo a famlia.

    JUVENTUDE, COTIDIANO E SUBJETIVIDADE

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  • 2- Entre o proibido e o permitido: sociabilidade homoertica na praa da Gentilndia

    Ccera Glaudiane Holanda (UFPE)

    A vida cotidiana expressa diversas formas de vivncias, que se inventam e reinventam num processo contnuo. A inveno ou reinveno que ser abordada neste trabalho trata das aes, representaes e sentidos experimentados por um determinado pblico, em um lugar singular na urbanidade de Fortaleza: a praa da Gentilndia e seus frequentadores/as das noites de sextas entre os anos de 2004 e 2006, jovens (com a faixa etria variando entre 13 a 24 anos), que se aproximavam para estabelecerem desejos comuns, identificando-se com sensaes e prticas semelhantes, ou melhor, pessoas identificadas entre si a partir do sentimento de pertencer a uma determinada orientao sexual. Esses jovens produziram uma imagem multifacetada, lugar de trocas afetivas territrio de sociabilidade onde os sujeitos romperam com um modelo heteronormativo e recriaram um espao em que a homossociabilidade estaria presente e visvel.

    3- Sexualidade e juventude: Sociabilidades entre jovens universitrios residentes em repblicas estudantis

    Carine Lavrador de Farias (UENF)

    Esta pesquisa teve por objetivo compreender as formas de sociabilidades efetivadas por estudantes universitrios, focalizando a relao entre o uso do tempo livre, grupos religiosos, as relaes afetivas entre os jovens e por fim, a sexualidade. A partir das entrevistas e da observao participante investiguei sobre sexualidade, namoro, liberdade, e relatei que as vivncias sexuais dos jovens, em alguns casos, trazem certas problemticas. Tais problemticas tm tido destaque nos veculos de comunicao de massa, o que pode ser percebido em diversas reportagens que tratam do assunto, campanhas, artigos acadmicos, entre outros (Rosistolato, 2007). Principalmente no Brasil, enquanto a juventude socialmente apresentada como sinnimo de liberdade e que residir em repblica estudantil ainda um tabu, para a maioria. Devido a isto, procurei analisar os jovens atravs de aspectos pertinentes ao seu cotidiano e de suas culturas juvenis enquanto residente em repblica estudantil.

    4- Reflexes sobre a experincia do corpo e da sexualidade entre jovens com deficincia fsica em Natal/RN

    Fabola Tase da Silva Arajo (UFRN)

    O presente resumo pretende apresentar uma reflexo acerca dos temas do corpo, e da sexualidade entre jovens com deficincia fsica em Natal/RN. O objetivo do nosso texto entender como se d a experincia do corpo e da sexualidade entre jovens com deficincia fsica que freqentam a Associao dos Deficientes fisicos do RN (ADEFERN). Desejamos refletir sobre a problemtica que envolve a construo das idias de corpo-eficiente/deficiente, e como essas ideias refletem na experincia da sexualidade e sade e doena. Os principais autores elencados para esse debate so Marcel Mauss, com a noo de tcnicas do corpo, Merleau-Ponty com a ideia de experincia do corpo, Pierre Bourdieu, com a noo de habitus e Michel Foucault, de Histria da sexualidade. Nossa metodologia consiste em pesquisa etnogrfica, entrevistas semi-estruturas e observao participante na ADEFE-RN. Pretendemos ainda expandir nosso campo para a Sociedade Amigos do Deficiente (SADEFRN) e para a companhia de Dana Contempornea Gira Dana, grupo de Dana de Natal, que realiza um trabalho sobre os temas das corporalidades e de afetos, o mesmo composto por danarinos deficientes e "no deficientes".

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    SESSO II- MSICA E CULTURAS JUVENIS URBANAS

    1- Arte e Squats: a constituio das identidades punk no Rio de Janeiro

    Fernanda Delvalhas Piccolo (IFRJ)

    O presente trabalho fruto da pesquisa em andamento Cultura, vises de mundo e a constituio da identidade punk na sociedade urbana contempornea. A presente pesquisa torna-se fundamental, pois visa estudar as vises de mundo, a constituio da identidade de grupos punks, e como so estabelecidas as relaes sociais entre eles e a sociedade abrangente. Neste trabalho, tem-se como objetivo compreender e analisar as vises de mundo e a constituio da identidade punk, mediante anlise de duas ocupaes/squats punk existentes no RJ. Para tal privilegia-se o mtodo etnogrfico. Os primeiros resultados apontam para uma mudana na identidade e no significado do que ser punk. Se antes era sinnimo de vestir-se de preto, com cabelos moicanos, hoje, ser punk, para esses jovens, est na cabea, em ter atitude, acreditar que as coisas podem ser diferentes. Para tais jovens o intuito dessas ocupaes/squats para, alm de um local de moradia, fins culturais. Afirmam que so espaos auto-gestionados, mas que tm regras e disciplina. Apontam que expressar-se como punk ou identificar-se com esta viso de mundo um fenmeno da juventude.

    2- Nem deuses, venenos ou prises: a nova cara do punk/ hard core no universo juvenil dos straight edges da capital paraense

    Deylane Corra Pantoja Baa (UFPA)

    Este trabalho trata do universo dos straight edges jovens do meio punk/ hard core que abdicam do uso de drogas e assumem tal denominao e da articulao das suas prticas com novas formas de sociabilidade, identidade e comestibilidade. Objetivou-se identificar as discusses travadas com relao ao vegetarianismo, bem como, analisar os principais elementos que convergem para suas escolhas. Assim, partimos de sua ideologia alimentar, dando destaque para a compreenso dos gostos, dos hbitos, das representaes, das prticas e das repulses da alimentao vegetariana. Alm disso, utilizaram-se referncias sobre o surgimento do movimento punk no mundo e seu desenvolvimento no Brasil, para que fosse vivel o entendimento do contexto no qual os straight edges esto situados. Durante a pesquisa, foi possvel perceber que a ideia straight edge, como meus interlocutores a ela se referem, permite que cada um faa adaptaes de acordo com suas experincias e posicionamentos individuais.

    3- Dinmicas e significados no rock metal underground de Fortaleza

    Abda Medeiros (UFC)

    Neste estudo busco compreender as dinmicas no interior do rock Metal underground no qual esto inseridos os metaleiros (cujo significado batedores de cabea) da cidade de Fortaleza. Por underground, entende-se como um conjunto de prticas e saberes ligados ao estilo musical citado, cujas aes no possuem (ou possuem pouca) visibilidade nos meios de comunicao e que no se orienta pela lgica de mercado inerente indstria cultural, mas, no exclui a possibilidade de recorrer a ela quando lhe for favorvel, numa tentativa de elucidar os cruzamentos culturais, por meio dos descolecionamentos e da desterritorializao dos smbolos consumidos, variando conforme o contexto cultural no qual estes indivduos esto inseridos (Canclini, 1998). O que reivindicado pelos

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  • metaleiros a demarcao de territrios, a formao de um pblico afinado com o rock Metal e a afirmao de um estilo de vida que caracterizam os modos de fazer rock Metal e de ser metaleiro, utilizados ora como estratgia de diferena, ora como situacional, articulados com outras identidades que esto em jogo e com as quais forma um sistema (Cunha,1985). A metodologia de pesquisa inclui informaes e materiais que servem de elo entre os metaleiros e entrevistas que versam sobre o underground e as dimenses associativas que estabelecem nesse universo.

    4- Identidades e Novas Formas de Sociabilidades: O Estilo de Vida Urbano de B-Boys em Mamanguape

    Marco Aurlio Paz Tella (UFPB)

    Meu propsito apresentar resultados parciais de uma investigao em curso com grupos de jovens danarinos de break em Mamanguape (cidade localizada no litoral norte paraibano, com pouco mais de 40.000 habitantes). Os objetivos da pesquisa, iniciada em 2010 dentro do Grupo Pesquisa Etnografias Urbanas - Diferenas e Alteridades (Guetu), so mapear, interpretar e comparar jovens que se organizam em grupos de break, a partir das redes sociais estabelecidas entre eles e com grupos de outras cidades paraibanas. Podemos identificar dois aspectos importantes nos jovens que esto ligados a esses grupos: a possibilidade de passar da invisibilidade para o reconhecimento social; e ao obter visibilidade, romper com a imagem estigmatizada socialmente construda. Os dois aspectos refletem e influenciam nas subjetividades, identidades e estilos de vida de jovens identificados com esta arte da cultura hip-hop.

    5- A cena e o circuito da cultura da msica eletrnica no espao urbano de Joo Pessoa

    Pedro Tadeu Faria D'Allevedo (UFPB)

    A comunicao pretende apresentar elementos da cultura da msica eletrnica, popularmente conhecida como cultura clubber e/ou raver. Destaca-se que esta cultura jovem nasceu na Inglaterra na segunda metade dos anos 1980, e a partir de seu local de origem estendeu seus tentculos para diversas localidades do planeta, inclusive o Brasil. Observa-se a sua ocorrncia tambm entre os jovens que residem na cidade de Joo Pessoa, contexto em que vem se desenvolvendo com notvel pujana desde o final dos anos 1990, constituindo um circuito-cena que adquire visibilidade no espao urbano por meio de festas, bares e casas noturnas que fazem parte intestina da vida noturna e do contexto cultural da cidade. A relevncia do estudo est em descortinar a complexa trama de relaes sociais que os atores afiliados a cultura e-music desenvolvem neste contexto urbano-social, no qual adotam um estilo de vida cujas prticas implicam o estabelecimento de atitudes nas quais formas e contedos internos promovem processos distintivos e hierarquizantes que permitem a dissociao das identidades, tanto individuais quanto grupais, por intermdio do gosto musical.

    6- Os jovens usam a cidade: Um estudo sobre a pichao na cidade de Joo Pessoa.

    Paulo Sergio dos Santos (UFPB)

    Muitas vezes olhamos a juventude como um conjunto social formado por indivduos que fazem parte de uma determinada fase da vida, ela vista como uma aparente unidade que segue uma trajetria biogrfica se situando entre a infncia e a idade adulta. S que no devemos nos prender a esta viso, pois, quando falamos em juventude devemos ter em mente a sua diversidade, ou seja, no devemos fazer uma imposio singular da ideia juventude, mas sim pluraliz-la. No meio urbano esta pluralidade algo gritante, os jovens se valem de diversos meios de interao na cidade, em alguns casos esta interao ocorrer de forma transgressora, o caso da pichao, em que grupos juvenis se apropriam

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  • do espao alheio para transmitir algo. Ao mesmo tempo em que utilizam esta manifestao para comunicarem, eles tambm interagem com a cidade que vivem, modificando-a, transformando-a. Assim o objetivo deste trabalho mostrar como a pichao acontece em Joo Pessoa, enfocando como esses grupos juvenis interagem com a sociedade urbana que esto inseridos.

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    SESSO III- JUVENTUDES POPULARES URBANAS E RURAIS

    1- Juventudes populares e educao de nvel superior: projetos de formao e campos de possibilidades.

    Rodrigo Rosistolato (UFRJ)

    A pesquisa juventudes populares e projetos de escolarizao de nvel superior tem por objetivo interpretar o discurso de jovens oriundos de famlias com baixo poder aquisitivo e reduzido capital cultural, que mesmo percebendo a precariedade de sua formao bsica decidem potencializar seu capital escolar para dar sequncia aos estudos, no nvel superior. A investigao realizada no nico pr-vestibular popular da cidade de Petrpolis, regio serrana do Rio de Janeiro. A metodologia utilizada qualitativa. Pretende-se, neste texto, analisar as justificativas da opo por curso popular e as representaes sobre as profisses escolhidas. Existem representaes de senso comum que indicam que os estudantes oriundos das classes populares buscam cursos alternativos simplesmente porque so gratuitos. A pesquisa discute outros elementos que orientam a escolha do curso analisado.

    2- Entre cotidianos e projetos: consideraes sobre a constituio das identidades de jovem negra e quilombola em Capoeiras (RN)

    Mara Samara de Lima Freire (UFRN)

    Este trabalho encontra-se em processo de elaborao e tem como intuito problematizar o lugar das jovens negras na Comunidade de Capoeiras, localizada no municpio de Macaba (estado do Rio Grande do Norte), composta por cerca de 300 famlias que, nos ltimos sete anos, iniciou processo de reconhecimento enquanto comunidade remanescente de quilombo. Partindo da percepo dessas jovens, sobre o que ser jovem em uma comunidade tnica, compreendendo os diversos sentidos atribudos a esta categoria e como essa se articulam com outras identidades como a de negra e quilombola no processo de construo poltica por que passa o grupamento familiar.

    Quero pensar a participao (e ao mesmo tempo constituio) de uma juventude quilombola na implementao de um processo poltico- organizativo, o modo como essas jovens mulheres veem o processo de formao quilombola (desde o pertencimento a um grupo ao reconhecimento deste pertencimento). A pesquisa prope pensar as jovens quilombolas enquanto sujeitos polticos, ativos no cotidiano do grupo e detentores de projetos individuais (como estudar e conseguir um trabalho) e sociais (como ter seus direitos tnicos reconhecidos). Compreendendo a identidade de jovem quilombola ao longo das redes sociais marcadas por processos polticos e histricos (no caso, a situao quilombola), acompanha-se a categoria jovem e quilombola articulada em diversos contextos e com mltiplos usos e significados, que so somados a outras diferentes identidades perceptveis na prtica e nos discursos das interlocutoras.

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  • 3- Rabicheiros e bazuqueiros: identidades juvenis rurais na dispora do agronegcio

    Valria Silva (UFPI)

    Pesquisa desenvolvida em Sebastio Leal-PI, regio tradicionalmente assentada nas prticas da agricultura familiar e recente fronteira agrcola monocultora, que objetiva interpretar as identidades juvenis no contexto das interrelaes apontadas. Entendendo as identidades como movimentos de pertena, identificao e diferenciao que tm lugar nas relaes scio-culturais. A relevncia do tema prende-se magnitude e complexidade das mudanas ocorridas no campo piauiense a partir dos novos processos produtivos instalados, as quais se verificam no apenas quanto situao econmica das localidades, mas fundamentalmente quanto s relaes simblicas experimentadas. A observao, a entrevista semi-estruturada e a fotografia tornaram possvel visualizar que os jovens experimentam principalmente relaes identitrias em trnsito, diaspricas, provisrias, fragmentadas, recombinadas; funcionais s necessidades de adaptao s novas realidades, tambm de trabalho precarizado, que enfrentam.

    4- Relaes de pesquisa com jovens em diversos tempos e espaos do campesinato assentado na regio de Marab - PA.

    Beatriz Maria de Figueiredo Ribeiro

    O trabalho, de modo geral, visa contribuir para o entendimento dos modos de reproduo das famlias assentadas pelas polticas de reforma agrria, ressaltando as aparentes descontinuidades e ambigidades estruturais presentes nestas polticas, bem como o processo de constituio e longa durao do campesinato brasileiro. Para isso, realizei o estudo sobre o campesinato por juventude. Considerei como principal interlocutor da pesquisa essa gerao que est em posio de se integrar produtivamente na sociedade. Busquei, assim, realizar uma reflexo sobre a forma social do futuro da famlia camponesa. O texto enfatiza a idia de uma metodologia de andanas ao extrapolar unidades espaciais restritas permitindo compreender as mltiplas possibilidades de pensar campesinato e juventude. Apresento a travessia metodolgica do trabalho de pesquisa, a partir da descrio de uma metodologia que foca outras possibilidades de dilogos que no aquelas diretivas centradas na relao sujeito-objeto.

    5- Experimentaes subjetivas da juventude: o sonho de ser jogador de futebol

    Radames Rogerio (UFC)

    Quem nunca sonhou em ser um jogador de futebol? Esta uma pergunta muito conhecida e disseminada no Brasil, por qu? Ser apenas porque o Brasil o pas do futebol? evidente que a forte presena desse esporte no imaginrio coletivo brasileiro um dado importante, mas acreditamos que outros contextos justificam que o sonho de tornar-se jogador profissional permeie to intensamente s experimentaes subjetivas de nossa juventude. Nesta comunicao, objetivamos refletir sobre como e porqu o futebol configura-se como um sonho comum da juventude do municpio de Fortaleza capital do Ceara. Uma hiptese importante aponta a possibilidade de vencer a pobreza como um dos grandes atrativos do futebol profissional. Os altos ndices de desigualdade social no Nordeste e, particularmente, no Cear justificam uma investigao que busque demonstrar a relao entre aspectos scio-econmicos e imaginrio juvenil na perspectiva tambm de uma etno-sociologia das emoes.

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  • 6- Esporte Juvenil: um estudo entre os praticantes de Skate em Joo Pessoa-PB

    Claudiovan Ferreira da Silva (UFPB)

    O skate um esporte que surgiu como uma prtica ligada as manifestaes juvenis e a busca pela explorao e apropriao diversa da cidade e de seus equipamentos. Ao longo do tempo o skate foi adquirindo os traos do esporte moderno (como define Norbert Elias). Nesta pesquisa buscou-se analisar o desenvolvimento do processo de esportivizao em curso relacionado ao skate na cidade de Joo Pessoa-PB. O objetivo foi compreender e analisar de que maneira tal processo modifica as prticas cotidianas dos adeptos deste esporte, que so na sua grande maioria jovens, e quais representaes os mesmos fazem das mudanas que vm ocorrendo no universo do skate. Os praticantes deste esporte fazem desta prtica um estilo de vida, que passa a abarcar cada vez mais o cotidiano destes jovens, o modo como se vestem, os locais que frequentam, a linguagem que utilizam, so maneiras de demonstrarem sua identidade e seu estilo de vida Na pesquisa utilizamos as tcnicas metodolgicas da antropologia e da sociologia.

    7- Jovens indgenas em So Gabriel da Cachoeira- AM: relaes e conflitos na cidade

    Claudina Azevedo Maximiano (UFAM)

    A proposta deste texto pensar a partir das proposies de jovens indgenas as relaes e situaes de conflitos vividas por eles no contexto urbano, neste caso especfico a cidade de So Gabriel da Cachoeira, situada na regio do Alto Rio Negro, Estado do Amazonas. Partindo do conceito de compreender, perspectiva analtica desenvolvida por P. Bourdieu (1997), na perspectiva de tecer um dilogo visando iniciar uma reflexo a partir das falas dos adolescentes e jovens indgenas, sobre questes diversas de seu cotidiano na cidade. Discutindo temas como, identidade tnica, violncia e formas de organizao dos adolescentes e jovens indgenas na cidade. Destacando a questo da atrao que a cidade exerce sobre esses agentes sociais e as diversas formas de relaes que vo sendo construdas no contexto urbano.

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    S) POVOS TRADICIONAIS: CONFLITOS E DESAFIOS CONTEMPORNEOS

    Estudos produzidos por antroplogos acerca de povos tradicionais - como quilombolas, indgenas, faxinalenses, ribeirinhos, dentre outros - tm subsidiado polticas pblicas relacionadas titulao de territrios, assistncia social e meio-ambiente, dentre outras. Tais estudos tm repercutido de forma significativa nas reivindicaes de direitos no Brasil e na Amrica Latina ao buscar potencializar a compreenso de diferentes saberes e sensibilizar profissionais envolvidos em prticas jurdicas e administrativas. Desafios esto postos antropologia que, em dilogo com outros campos cientficos como a histria, geografia, direito e ecologia, instigada a refletir acerca de processos de territorializao tnica, de interao entre comunidades tradicionais e meio-ambiente, movimentos sociais e polticas pblicas. A regio da Pan-Amaznia, assim como as regies Norte e Nordeste do Brasil, revelam-se universos analticos extremamente variados para a investigao uma vez que comportam um grande nmero de pesquisadores e universos em distintas situaes de sobreposio de fronteiras: administrativas, de expanso de capital, de diversidade biosocioambiental, tnicas e sociais, e outras. Assim, a proposta deste GT o de reunir pesquisadores que desenvolvam estudos sobre e com povos tradicionais centrando as discusses de cada sesso sobre um dos trs eixos: a) antropologia do estado: desafios da (super)burocratizao; b) antropologia e dilogos com outros campos disciplinares: obstculos e potencialidades a partir de experincias de campo; e c) antropologia do direito: possibilidades de expresso da diversidade cultural em espaos jurdico e administrativos.

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    SESSO I ANTROPOLOGIA E DIREITO: DILOGOS CRTICOS

    1- Ao Direta de Inconstitucionalidade 3239: uma anlise a partir da antropologia do direito

    Cntia Beatriz Mller (UFBA)

    Tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) Ao Direita de Inconstitucionalidade (ADI) movida pelo ex-Partido da Frente Liberal (PFL) contra o Decreto 4.887/2003, referente regularizao fundiria das comunidades quilombolas no Brasil. Ao longo da ADI diferentes atores passaram a juntar peties denominadas Amicus Curiae apresentando esclarecimentos sobre a questo Corte. Levando-se em considerao que as aes judiciais so um espao privilegiado de anlise do embate de argumentos antagnicos proponho, neste artigo, analisar a partir da antropologia do direito os argumentos utilizados na disputa pelo convencimento dos Ministros do STF tomando por base material juntado ADI por diferentes atores polticos e sociais.

    2- Construindo o Pluralismo Jurdico no Brasil: A experincia de harmonia coercitiva do Povo Xukuru do Ororub.

    Sandro Henrique Calheiros Lbo (UFPE)

    Discutir como o Povo Xukuru do Ororub tem construdo e aplicado suas prprias normas jurdicas. Justificativa: O Povo Xukuru do Ororub, grupo indgena localizado no Estado de Pernambuco, a partir do processo de territorializao iniciado no final da dcada de 80 do sculo passado, construiu mecanismos de tomada de deciso que asseguram a resoluo de conflitos internos ao grupo por sua prpria organizao social. Esse processo possibilitou a construo de um sistema de justia indgena que est em constante dilogo com o Estado, assegurando que se

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  • reconhea na prtica uma pluralidade de ordens jurdicas existentes no Brasil, assegurando a autonomia dos povos indgenas frente ao Estado. Esse trabalho ser uma oportunidade de estreitar o dilogo interdisciplinar entre a Antropologia e o Direito.

    3- O caleidoscpio conservacionista: o SNUC como um acordo temporrio no ambientalismo

    Eliana Santos Junqueira Creado (UFES)Lcia da Costa Ferreira (Unicamp)

    Pensar-se- a aprovao de um documento legal, o Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC), como uma situao social na qual houve um acordo contingente entre posies ambientalistas no Brasil, sendo que o atributo da tradicionalidade e os direitos de povos e comunidades que habitam o interior ou o entorno de unidades de conservao um dos maiores pontos de discordncia. Grosso modo, as posies ambientalistas podem ser caracterizadas em dois plos principais, dentre os quais h todo um rol das mais variadas combinaes entre discursos e agncias: (1) as centradas na manuteno da biodiversidade, na forma do enfoque sobre espcies e/ou ecossistemas; e (2) as centradas na defesa dos direitos de grupos sociais ou povos, afetados, direta ou indiretamente, pelas unidades de conservao. O chamado socioambientalismo, no Brasil, procura realizar uma conciliao entre ambas. Mas, no que diz respeito ao texto do SNUC, a diviso das duas posies claramente perceptvel.

    4- Tratados internacionais, populaes tradicionais e diversidade biolgica

    Ana Beatriz Vianna Mendes (UFMGAderval Costa Filho (UFMG)

    Nossa proposta apresentar um balano histrico e analtico do arcabouo jurdico que regula a proteo ambiental e a proteo diversidade cultural no Brasil a partir de uma leitura crtica, fundamentada na legislao brasileira, a respeito de algumas convenes internacionais ratificadas pelo Brasil que regulam a matria, a saber: a Conveno Relativa Proteo do Patrimnio Mundial, Cultural e Natural (promulgada no Brasil em 1972), a da Diversidade Biolgica (1998), a n169 da Organizao Internacional do Trabalho (2004), e a que trata da Promoo da Diversidade das Expresses Culturais (2007). A partir da anlise desses documentos, procuraremos delinear uma trajetria da institucionalizao desses temas em mbito internacional e, sobretudo, seus reflexos e repercusses no Brasil. Finalizaremos com a anlise da Poltica Nacional de Desenvolvimento Sustentvel dos Povos e Comunidades Tradicionais (2007).

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    SESSO II- CONFLITOS AMBIENTAIS, ARTICULAO POLTICA E POVOS TRADICIONAIS.

    1- Os projetos de infraestrutura de grande escala em turismo (PGE-Tur) e as contraprogramticas macrorregionais analisadas aps a casustica 'UHE Belo Monte': populaes tradicionais costeiras, etnodesenvolvimento e conflito territorial no litoral Cear-Piau-Maranho

    Potyguara Alencar dos Santos (UnB)

    Prope-se a apreciao de uma sntese dos resultados angariados em trs anos de pesquisas etnogrficas exploratrias e intensivas desenvolvidas junto a algumas populaes tradicionais martimas residentes no litoral Cear-Piau-Maranho, macrorregio onde o Programa de Regionalizao do Turismo (PRT), do Governo Federal, vem implementando o roteiro integrado em

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  • turismo Rota das Emoes. Procura-se discutir a ideia de impactao esta por vezes referida s transformaes perpetradas por grandes projetos em socioterritrios indgenas (Ramos, 2010; Baines, 2004; Oliveira, 2000; Little, 2002) quando utilizada para pensar os projetos de infraestrutura de grande escala em zonas costeiras onde residem populaes tradicionais. Aduz-se que a formao de redes estaduais de turismo comunitrio, por exemplo, seriam aes contraprogramticas efetivas aos grandes projetos, expressando a face de um projeto contra-hegemnico de etnodesenvolvimento (Batalha, 1995) gerido por proponentes locais.

    2- Territrio canavieiro e identidade quilombola: Engenho Siqueira, um estudo de caso na Zona da Mata Sul de Pernambuco

    Marli Gondim de Arajo (UFPE)Caio Augusto Amorim Maciel (UFPE)

    O trabalho objetiva explicitar as compatibilidades culturais e tcnicas entre a agroecologia e as prticas agrcolas de populaes tradicionais, a partir de um estudo de caso na comunidade remanescente de quilombo do Engenho Siqueira, municpio de Rio Formoso, Pernambuco. Destacando os conhecimentos dos agroecossistemas litorneos por parte desses camponeses pescadores, investiga-se a importncia da conservao de suas prticas cotidianas em relao ao territrio para o desenvolvimento de modelos agroecolgicos de produo. A relevncia de uma possvel interseo com o modelo de produo ecolgico e sustentvel evidenciada em contraponto ao padro monocultor e agroexportador da Zona da Mata Sul pernambucana, via plantation canavieira. A monotonia da paisagem agroindustrial justifica que se estude a agricultura diversificada da populao negra rural remanescente de quilombo, de modo a estabelecer referncias de prticas de manejo de ecossistemas mais sustentveis para a regio.

    3- Poltica Partidria e Organizao Social no alto Rio Negro: a experincia dos indgenas de So Gabriel da Cachoeira/AM

    Jean Ricardo Ramos Maia (Unicamp)

    As eleies em So Gabriel da Cachoeira, na regio conhecida como Alto Rio Negro no difere, primeira vista, das que ocorrem nos demais municpios do estado do Amazonas. A questo da poltica partidria no interior do estado sempre tema de diversas contradies e quase nunca se enquadra fora dos parmetros de quem pode pagar mais. A histria dos indgenas e da FOIRN movimento indgena no alto rio negro ressalta o papel da agncia indgena apesar das tradicionais mazelas da poltica oficial. Meu objetivo neste artigo demonstrar como as noes de organizao social tradicional so mais importantes que outros aspectos, no jogo de legitimao e organizao social de poder na regio. Quero investigar se a eleio de 2008 representa para o movimento indgena um novo lugar de embate poltico ou apenas um evento isolado, sem maiores consequncias. Para tanto, estarei analisando o perfil de vereadores da atual Cmara Municipal e alguns fatos das eleies de 2010.

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  • SESSO 3 TERRITORIALIDADES TRADICIONAIS: POSSIBILIDADES E POLTICAS PBLICAS

    1- Terra e Territrio: formas de territorializao Awa-Guaj do Gurupi ao Pindar - Maranho.

    Jos Maria Mendes de Andrade (UFPA)

    O povo Awa-Guaj, um dos ltimos grupos indgenas da Amaznia Oriental ou Pr-Amaznia Maranhense que tm se orientado por um tempo e lugar diferenciado em funo de sua mobilidade espacial para reproduo social, sejam os grupos de contato recente e/ou isolados. Porm, a situao de contato tem levado os grupos a (re) pensarem as diferentes formas de ocupar o territrio. A partir de uma interlocuo permanente com o grupo e agentes externos nas aldeias procurei compreender as diferentes formas de territorializao do grupo. Sejam quelas resultantes das relaes e prticas interculturais e intertnica orientada por uma lgica espacial de uso da terra indgena como meio de produo; ou por uma simblica que tem o territrio como lugar da reproduo fsico-cultural, responsvel pela atualizao de prticas rituais, como o caso do Oho Iwape, marcador social de constituio da pessoa Awa-Guaj.

    2- Da invisibilidade excluso, da marginalidade s polticas pblicas: os ciganos em foco como populaes tradicionais

    Erisvelton Svio Silva de Melo (UFPE)

    O texto tem por objetivo discutir como so constitudas e acionadas as relaes de pertencimento e identidade nos espaos do discurso da emergncia tnica, para as formulaes de polticas pblicas afirmativas e compensatrias a partir dos ciganos, enquanto grupo no territorializado. Pois, nas prticas sociais, como indivduos de direitos com cidadania plena, partindo de uma base legal, eram ignorados devido marginalidade e a invisibilidade, impostas ao longo da histria por meio dos estigmas de minoria disseminados sobre eles. Assim, com a Portaria Ministerial n. 2 de 17/01/ 2006, criou-se alguns grupos de trabalho para pensar e construir polticas para essas minorias scio-excludas. O GT Cigano um desses grupos, responsaveis para modificar esta realidade, trabalhando em prol dos direitos humanos e tnicos dos ciganos enquanto populao tradicional; sendo, os matrias produzidos e as aes executadas, uma base para fomentao das questes sobre o tema nos aportes da Antropologia Poltica, a partir das abordagens do conflito e da representao.

    3- Direitos Territoriais ou Territrios de Direitos?

    Carlos Eduardo Marques (Unicamp)

    Prope um debate sobre categorias ligadas a novos sujeitos de direitos, os quilombolas urbanos. Interessa inferir o modo como noes intrnsecas destes direitos, construdas no interior de cada grupo quilombola, dialogam com o ordenamento jurdico estatal na conformao de seu lcus tnico, ou seja, sua territorialidade. Pretende-se indagar como modos performativos (formas de sociabilidade) de ser, fazer e viver (Ex: o samba, o soul, a capoeira, o candombl) se transmutam em novos direitos para essas comunidades quilombolas. Tal percepo poder permitir a compreenso, por um lado, da relao entre sociabilidade, etnicidade e apropriao territorial urbana. Por outro lado, a relao entre Estado, direitos e sociedade diante destas novas identidades tnicas.

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  • 4- Quilombos urbanos e rurais: relaes, continuidades e semelhanas.

    Laura Gomes Nascimento (UFBA)

    Trata-se de um estudo comparativo entre quilombos em contextos urbanos e rurais, tendo como referncia os quilombos rurais. A pesquisa consistir em uma etnografia comparativa entre os contextos e se realizar por meio de um levantamento das caractersticas em ambos os casos, tendo como finalidade a identificao dos traos caractersticos das condies de emergncia desses grupos tnicos em contextos urbanos e rurais. Justificativa: Verificando-se a existncia de um nmero muito pequeno de trabalhos referentes ao estudo aprofundado da situao do quilombo na urbe, assim como de sua relao com outros grupos da sociedade envolvente e de suas prprias relaes comunitrias tnicas, apresenta-se como urgente o desenvolvimento de trabalhos concernentes a essa temtica, principalmente se levarmos em conta a atual emergncia de um grande nmero de quilombos urbanos, e junto com ela, intensos embates polticos envolvendo diversos segmentos da sociedade, relacionados, principalmente, a disputas territoriais.

    - Pster 1: Estudo sobre as apropriaes e expectativas do ofcio de antroplogo na contemporaneidade: algumas consideraes

    Mariana de Oliveira Marcho (UnB)

    A antropologia, desde a Constituio de 1988, vem realizando um papel importante dentro do Estado no que concerne ao dilogo entre justia e sociedade, especialmente quando se trata de garantia dos direitos dos grupos minoritrios. A atuao dos antroplogos nos rgos estatais, ou em parceria com esses, j possui uma certa tradio de trabalhos relativamente consolidados, como o caso da Procuradoria Geral da Repblica que tem realizado uma parceria positiva com a antropologia (OLIVEIRA, 1994). Este trabalho buscar expor algumas reflexes acerca da atuao dos antroplogos especificamente no Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (INCRA), que se d mais precisamente no Servio de Regulamentao de Territrios Quilombolas, outrora denominado DFQ. Se as comunidades tradicionais apresentam questes contemporneas, em algum sentido tambm se faz pertinente reconhecer desafios da atuao da antropologia em suas questes contemporneas, uma vez que essa atuao est inserida no mbito das polticas pblicas.

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  • DILEMAS TICOS E DIFICULDADES OPERACIONAIS: COMO ETNOGRAFAR PRTICAS E PENSAMENTOS MORALMENTE CONDENVEIS?

    Este grupo de trabalho pretende agregar etngrafos cujos interlocutores ou problemticas de estudo provoquem dificuldades ao desenvolvimento emprico e ao tratamento analtico pesquisa, seja por desencadear dilemas ticos e morais ou apresentar obstculos associados sua divulgao. Alm de propostas que abordam prticas correntemente denominadas de violentas ou que constituam alvo de represso policial e condenao jurdica, buscamos reunir trabalhos em que a censura e a condenao moral aos sujeitos da pesquisa sejam fortemente sentidas pelo antroplogo. Pretendemos tematizar e debater o trabalho de campo e a construo da anlise antropolgica em funo: a) dos problemas ticos ou morais concernentes ao estudo; b) de limitaes e obstculos de divulgao dos resultados (objetos empricos que envolvam atividades ilegais, ilcitas ou condenveis pelas moralidades hegemnicas e cuja divulgao de dados traria diversas ameaas ao etngrafo e/ou aos seus interlocutores); c) da novidade do objeto de estudo (agrupamentos de existncia recente e conformao dissonante em relao aos grupos, sociedades, culturas, objetos tpicos, enfim, da antropologia pensada como cincia ortodoxa); e, decorrente do que precede, d) de eventuais insuficincias de conceitos disponveis para dar conta das realidades vividas pelas pessoas a partir das quais se elaboram as etnografias (que contrariam ou no se deixam enquadrar nas linguagens conceituais enraizadas no discurso antropolgico). O objetivo do GT, portanto, o de exercitar e fazer circular a reflexo de encaminhamentos ou solues para impasses da pesquisa antropolgica, a saber, conceituais, de mtodo e morais ou ticos.

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    SESSO 1- ETNOGRAFAR SEXUALIDADESCoordenador: Jorge Mattar Villela Debatedor: Antnio Carlos Rafael Barbosa

    1- Relaes sexuais entre crianas

    Patrcia dos Santos Begnami (UFSCar)

    A infncia vista como uma das etapas da vida em que h dependncia dos adultos uma fase em que os seres no trabalham, no tm responsabilidades e no tm vida sexual, pois as crianas so tratadas como seres incompletos, seres em socializao e que necessitam de cuidados especiais, proteo e assistncia. Porm, na pesquisa realizada na favela do Gonzaga, pude observar uma situao adversa, isso porque no Gonzaga as crianas fazem besteirinhas, isto , mantm relaes sexuais entre si e com os adultos, algo impensvel para crianas. Dessa forma, nas discusses dessa pesquisa, as preocupaes so baseadas nas questes ticas e na moral; em como expor publicamente esses dados e como lidar com algo que visto como pertencente ao universo dos adultos, portanto, proibido para crianas. As besteirinhas das crianas so atitudes moralmente condenveis pela grande parcela da populao, mas o que fazer esses dados em mos, denunciar? Ocultar? Seria eu, cmplice dessa situao? O desafio particular ouvir as crianas seriamente a despeito das imagens e dos pr-conceitos que muitas reas lhes submetem.

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  • 2- A sexualidade como delicada tarefa de pesquisa

    Rose-France de Farias Panet (UFMA)

    A presente pesquisa me fez percorrer o caminho sinuoso das questes do sexo e da sexualidade de um modelo sexual praticado entre os Canela chamado por eles de Kr J pi. Este ritual serviu de ponto de partida para minha reflexo construda e motivada pelo sentido da prtica do Kr J pi e do sexo sequencial, termo empregado pelo antroplogo William Crocker, bem como da onipresena da sexualidade no quotidiano desta sociedade. Trata-se, o Kr J pi, de um tipo de sexo sequencial que consiste na prtica sexual de vrios homens com uma ou algumas mulheres, que acontece no encerramento dos rituais de iniciao masculina. Esta prtica serviu de parmetro explicativo de como a sexualidade vivenciada entre os Canelas e como se d a construo dos sexos sociais. Objetivos: Analisar o sexo como fenmeno estruturador e reprodutor da sociedade e da ordem social e como fenmeno de compreenso da relao entre homens e mulheres e questionar as dificuldades de abordagem do tema.Justificativa da relevncia do Tema: Trabalhar com sexualidade, foi um desafio que caminhou lado a lado comigo. A caracterstica dissonante da sexualidade Canela face sexualidade vivenciada pelos no-indgenas da regio foi por vrios momentos questionada por mim no sentido de temer a exposio dos Canelas ao pblico menos familiarizado com as alteridades trabalhadas pela antropologia. Considerado pelos habitantes da regio como prtica moralmente condenvel, o sexo sequencial e o Kr j pi servem de parmetro de representao dos no-indgenas da regio e de auto representao por parte dos Canelas que se definem 'como cachorros' quando o assunto sexualidade.

    3- Se eu fosse voc eu dava pra ele: a tica da seduo na realizao do trabalho de campo em uma casa de suingue

    Manuela Vieira Blanc (UENF)

    A partir da relao estabelecida entre a pesquisadora e seus observados durante a realizao do trabalho de campo em uma casa de suingue carioca, e as estratgias de abordagem acionadas por ambos os atores, questes ticas e metodolgicas se evidenciam. Ao mesmo tempo em que a escolha de um objeto caracterizado pela anlise de prticas de foro ntimo relaes sexuais pblicas e/ou grupais pe em relevo as mais simplrias questes em torno da metodologia etnogrfica, o faz a partir de situaes extremas, sejam elas de cunho tico, relativista ou envolvendo a prpria definio dos conceitos metodolgicos. O que define o carter participativo de uma observao? O desafio nesta proposta de discusso , sobretudo, repensar uma dinmica de pesquisa demarcada por uma relao de coqueteria constante em que pesquisadora e nativos, de acordo com interesses cientficos e sexuais, respectivamente, negociam fronteiras relacionais.

    4- Pesquisar homossexualidades masculinas: um primeiro ensaio sobre a problemtica do distanciamento

    Guilherme Rodrigues Passamani (UFMS)

    Este trabalho parte de uma pesquisa maior realizada no interior do Rio Grande do Sul (cidade de Santa Maria) entre 2002 e 2005 com homens jovens com prticas homossexuais. Destaco neste ensaio um ponto importante e nefrlgico na antropologia que a construo do distanciamento, a produo e prtica da alteridade em grupos urbanos de sociedades complexas. Estas so situaes, sobremaneira, novas no cenrio antropolgico, haja vista que durante mais de um sculo a construo da alteridade na antropologia se deu a partir do contato com grupos humanos muito distantes geogrfica e culturalmente. Ao problematizar homens jovens com prticas homossexuais do interior gacho, estou

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  • discutindo situaes e comportamentos muito prximos a mim, o que exige uma srie de cuidados ticos e cognitivos que, talvez, no fossem necessrios aos nossos colegas mais clssicos. Este trabalho, ento, presta-se a ser uma radiografia destes primeiros campos, com suas dvidas, erros, acertos e, sobretudo, aprendizados, no universo das homossexualidades no-pblicas em cenrios tradicionais e conservadores.

    5- Antroplogas no campo da prostituio: breves reflexes sobre o fazer etnogrfico, risco e liminaridade no Litoral Norte da Paraba

    Silvana de Souza Nascimento (UFPB)

    Pretendo fazer uma reflexo sobre a relao observador(a)/observado(a) a partir de espaos de prostituio feminina e travestir em Mamanguape, Litoral Norte da Paraba. Essa reflexo faz parte de uma pesquisa financiada pelo CNPq que tem como objetivo compreender a dinmica urbana e rural dessa regio e analisar a complexidade de gnero de sua populao. Em diferentes etapas da formao e faixas etrias, as pesquisadoras elaboraram estratgias de insero em campo de modo a construir relaes com as nativas em momentos especficos de sua rotina na prostituio (definida como perifrica e realizada em lugares de fronteira), e tentar acompanhar suas constantes mobilidades, relaes permeadas pela violncia e uso do crack. Apesar da prostituio j ser uma questo em pauta nas pesquisas antropolgicas, mostra-se necessrio uma maior discusso acerca do lugar do(a) antroplogo(a) nesses espaos no convencionais, inclusive aspectos que envolvem negociaes polticas e situaes de risco.

    6- Questionando o sujeito herico da antropologia: desejos dissonantes

    Suzana Moura Maia (UFRB)

    J h mais de vinte anos, antroplogos conhecidos como ps-modernos tm apontado para o carter construdo ou ficcional da etnografia. De acordo com eles, existe uma relao intrnseca entre o aparato conceitual ou terico, a pesquisa de campo e a escrita etnogrfica; e o resultado do projeto antropolgico lida, necessariamente, com estes trs momentos distintos e a relao entre esses. Preocupados em defender objetos/sujeitos de pesquisa que vivem em contextos de opresso, os antroplogos, muitas vezes, acabam por criar personagens cuja fora herica e capacidade de resistncia so as qualidades que mais se destacam. Mas o que acontece quando os sujeitos da pesquisa so eles prprios opressores? O que acontece com outras esferas da existncia que no se encaixam numa viso mais funcionalista de um sujeito regido por necessidades econmicas ou polticas? O que conceitos diversos, como desejo, podem acrescentar a uma compreenso e uma representao mais complexa dos sujeitos estudados pela antropologia? As reflexes que pretendo discutir nesta apresentao tiveram incio no mbito de minha pesquisa de doutorado sobre mulheres brasileiras na indstria sexual de Nova York, e tem se estendido para um questionamento mais amplo sobre o fazer antropolgico em outros contextos de pesquisa. Presentemente, tenho realizado essas reflexes no mbito do Programa de Pesquisa sobre Populaes Indgenas do Nordeste Brasileiro (PINEB), assim como no contexto de pesquisa sobre relaes de gnero entre marisqueiras e pescadores numa comunidade quilombola do recncavo baiano.

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  • Pster: 1- Aqui um lugar onde se vende fantasias e desejos Percursos etnogrficos na prostituio masculina no Rio de Janeiro

    Victor Hugo de Souza Barreto (UFF)

    Nesta comunicao pretendo refletir sobre minha experincia etnogrfica em ambientes onde se exerce o mercado da prostituio masculina na cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa antropolgica tem sido repensada nas ltimas dcadas a partir do questionamento de paradigmas que afirmavam a necessidade do distanciamento e da objetividade para a obteno de resultados ditos cientficos. Maneiras diversas para escapar a esses dilemas envolvem desde a indagao da autoridade etnogrfica, bem como do comportamento dos antroplogos em campo, at reflexes sobre os modos de interpretao das realidades estudadas. Pesquisas realizadas no campo da sexualidade demandam reflexes acerca dessa temtica, ainda mais quando se trata de indagar sobre o campo do sexo, ou o sexo no campo. Meu objetivo aqui pensar nessas questes, tendo como ponto de partida a discusso sobre a subjetividade ertica dos pesquisadores em campo, sobre os impactos criados a partir de minha presena nesses locais enquanto antroplogo, seja sobre mim, seja sobre os sujeitos que observo e com quem dialogo, quanto discusso sobre as questes ticas da pesquisa antropolgica.

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    SESSO 2- ETNOGRAFAR ILEGALISMOSCoordenadora: Jania Perla Digenes de AquinoDebatedor: Jorge Mattar Vilela

    1-Aborto provocado na regio metropolitana de belm: dilemas na realizao da pesquisa

    Denise Machado Cardoso; Karen Gabriely Sousa Santos; Euniani Aparecida dos Santos Ramos; Glaucia Silva dos Santos (UFPA)

    Este trabalho resultado de investigao com mulheres que realizaram aborto na regio metropolitana de Belm/PA. Em termos de atendimento de abortos, a legislao penal brasileira criminaliza a mulher que interrompe a gravidez, a exceo de situaes especficas, mas se observa que h inmeros casos de abortamentos revelia do que determina a legislao vigente. Isso ocasiona sequelas, e at mesmo a morte das mulheres que abortam, e essa situao faz com que essa prtica se torne um assunto polmico, requerendo cautela em sua abordagem. Este estudo analisa as razes apresentadas por essas mulheres e os impactos do abortamento em seu estado fsico e emocional de seu corpo. A anlise prioriza os relatos de vida e percepes sobre o tema, alm de aspectos ligados a marcadores sociais. Evidenciou-se que, muitas so as mulheres que praticaram e praticam a interrupo da gravidez, mas nem sempre elas esto dispostas a tratar desse tema devido a fatores scio-culturais.

    2- Contornos iniciais de impasses ticos e morais em uma etnografia feita com estupradores

    Adalton Jos Marques (UFSCAR)

    Neste paper apresento uma sistematizao preliminar de dados etnogrficos obtidos em meados de 2010 durante conversas com presos que se encontravam no Centro de Deteno Provisria - Pinheiros III (SP) espera de julgamento ou j condenados pela prtica dos crimes de estupro e/ou de atentado violento ao pudor (art. 213 e antigo art. 214 do Cdigo Penal, respectivamente). Focando em suas descries, argumentaes e juzos acerca dos motivos e influncias que os levaram a estuprar no caso dos interlocutores confessos , e acerca dos instantes que antecederam os acontecimentos que

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  • os levaram priso no caso dos interlocutores que defendem serem inocentes , mobilizo este pequeno quadro etnogrfico, a ttulo de encaminhamento preliminar de impasses ticos e morais, para evocar algumas crticas feministas (Henrietta Moore e Teresa de Lauretis), bem como para problematizar e trazer para o cerne do esforo antropolgico o imperativo levar a srio o nativo.

    3- Antropofagia, predao e socialidade guerreira: um experimento etnogrfico de simetrizao nas praias nordestinas

    Leonardo Damasceno de S (UFC)

    Este paper problematiza a troca de condio com uma pessoa guerreira. Prope um relato de campo sobre a relao com um praticante de canibalismo simblico e que se declarava predador de seus inimigos. Explicita a convivncia com um interlocutor j morto, chamado Jos. Discute como a imaginao conceitual da antropofagia, implicada nesta relao, aponta para uma prtica etnogrfica de conhecimento como modo de interagir com uma socialidade de predao. Baseado em trabalho de campo intensivo e contnuo de dois anos em uma favela beira-mar, habitada por 35 mil pessoas, na zona porturia, em Fortaleza, onde faces armadas provocam, h dcadas, sries de homicdios, tretas em torno de quem o bicho da favela, gerando assim fortes imputaes e estigmas de violncia e criminalidade de seus moradores na ordem simblica da cidade. Os materiais esto organizados em minha tese de doutorado Guerra, mundo e considerao: uma etnografia das relaes sociais dos jovens no Serviluz.

    4- Dilemas e riscos na etnografia de um antroplogo e nativo

    Greilson Jos de Lima (UFPE)

    Este trabalho problematiza dois dilemas enfrentados na prtica etnogrfica realizada junto a emigrantes de uma pequena cidade da Paraba, Esperana, que moram no bairro Vila So Luiz, Duque de Caxias - RJ. O primeiro diz respeito a minha condio de pesquisador e nativo, de ser da mesma cidade do grupo estudado, o que remete a uma experincia particular sobre a alteridade antropolgica; e o segundo refere-se aos riscos enfrentados durante minha permanncia em campo, tanto nas ocasies em que tive acesso a informaes de atividades ilcitas e corria o risco de ser visto como um potencial denunciador, como tambm nos momentos em que acompanhava os emigrantes no comrcio de Sacolo,quando era necessrio adentrar vrias favelas cariocas controladas por grupos armados ligados ao trfico de drogas. 5- Um estudo exploratrio sobre os contextos de uso e modalidades de consumo de substncias psicoativas na zona urbana de Juazeiro-BA

    Jos Hermgenes Moura da Costa (UNIVASF)

    Um estudo exploratrio acerca do consumo de substncias psicoativas, seus contextos e modalidades de uso, na zona urbana de Juazeiro-BA. Com o objetivo de identificar e caracterizar as modalidades de consumo dessas substncias, seus contextos e cultura de uso, incluindo padres, normas e sanes sociais, explorando as dimenses socioculturais do fenmeno, o perfil dos usurios, seus hbitos, prticas e representaes. A questo das drogas no pode negligenciar temas como os significados atribudos ao uso e a sua persistncia; os distintos usos e as formas de vida relacionadas; as expectativas sobre os efeitos do uso; a identidade social do usurio, do toxicmano, do traficante. O estudo faz parte de uma perspectiva mais ampla, complementar s abordagens propostas no mbito do Laboratrio de Pesquisa Interdisciplinar sobre o Uso de Substncias Psicoativas/UNIVASF.

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  • 6- Um policial estudando a polcia: identidade e reflexividade

    Fagner Pereira Vieira (UFAM)

    O presente trabalho parte de uma discusso deste pesquisador levantada em seu trabalho de ps-graduao em antropologia social. Tem como objetivo levantar reflexes sobre pesquisadores/pesquisados que fazem parte dos mesmos campos de pesquisa, principalmente levando questes tcnicas, metodolgicas e ticas. As aes aqui relatadas esto voltadas polcia militar de Roraima na qual este pesquisador faz parte. Sendo assim, dentro do processo formao do Estado Democrtico as corporaes policiais vm sendo incessantemente cobradas no que tange preparao do policial e a resoluo de ocorrncias. Outro fenmeno importante que algumas corporaes vm despontando com a abertura, mesmo que limitada, para pesquisadores das mais diversas reas e at mesmo membros da prpria corporao. Portanto, ao pesquisar no universo em que estou inserido profissionalmente, vrias implicaes foram apresentadas, como por exemplo: h maior ou menor facilidade de distanciamento sendo eu um agente dentro deste campo, as entrevistas foram mais abertas j que falo e entendo a linguagem policial. Mesmo sendo abertas, acordos foram feitos, como por exemplo, nem tudo que for falado pode ser escrito e muito menos publicado ou gravado.

    7- A produo de territorialidades alternativas no espao urbano e o desafio da pesquisa de campo

    Rogria Campos de Almeida Dutra; Leonardo Francisco de Azevedo (UFJF)

    Este trabalho tem como objetivo refletir sobre as dificuldades do trabalho de campo de uma pesquisa em andamento sobre as atividades do setor informal, particularmente o comrcio de camels e comida nas ruas de Juiz de Fora/MG. A partir da investigao dos sujeitos envolvidos em atividades que se situam no limbo entre legalidade e ilegalidade, os pesquisadores se depararam com uma srie de limitaes em relao coleta de dados oficiais e extra-oficiais, bem como na construo de uma postura tica na coleta e publicao de dados.Como filtrar e publicar informaes que ora esto no campo da legalidade(como a permisso do comrcio pela prefeitura e a participao na associao dos vendedores ambulantes da cidade), ora na ilegalidade(como a origem e garantia dos produtos comercializados e as formas de transporte e circulao desses sujeitos aos centros comerciais do pas)?Estes so alguns dos dilemas encontrados no campo e que questionam constantemente a postura e tica do pesquisador

    Pster 1: (Des) apropriaes do espao urbano: discurso e prticas de justia

    Andressa Lidicy Morais Lima (UFRN)

    O presente trabalho aborda atravs de pesquisa etnogrfica os grupos sociais envolvidos no fenmeno das ocupaes urbanas que vem modificando atravs de seus efeitos e ambiguidades as concepes do direito a moradia em algumas capitais brasileiras. Acompanhando a trajetria dos moradores e observando o discurso jurdico posicionado entre a tenso que atravessa um carrossel de estigmas, gerados, sobretudo pelo uso do termo invaso quando falamos de ocupao. Observa-se que percepes esses moradores tm sobre a legalidade e a ilegalidade dessa forma de habitao, bem como a rigidez constitucional gerada a partir do discurso jurdico frente ao direito a moradia, mediada pela utilizao do espao urbano como possibilidade de aproximao do ser cidado, no intuito de conferir relevncia e visibilidade aos grupos sociais envolvidos nesse importante fenmeno urbano. O tom exposto na pesquisa, aproximao e recusa desses interlocutores, o acesso a informaes e, sobretudo a tica do antroplogo na elaborao e efeitos do texto etnogrfico so alguns problemas enfrentados na construo deste trabalho.

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    SESSO 3- ETNOGRAFAR INSTITUIESCoordenador: Jorge Mattar VillelaDebatedora: Jania Perla Digenes de Aquino

    1- Para andar fora da lei preciso ser honesto: polticas da linguagem e desafios ticos no trabalho de campo com egressos do sistema penitencirio do Rio de Janeiro

    Antonio Carlos Rafael Barbosa (UFF)

    Nesta comunicao pretendo efetuar algumas consideraes sobre as particularidades do trabalho de campo com egressos do sistema penitencirio do Rio de Janeiro, buscando explorar em que medida os impasses e escolhas que orientam nossas interaes no campo so resultantes das tentativas de fundar consensos morais em torno da figura do pesquisador (e da pesquisa como figurao). Para isso, cabe examinar de que maneira alguns pressupostos de nossa linguagem analtica participam da construo de tais consensos, assim como avaliar as resistncias opostas pelos informantes (ou suas desconfianas) a uma concepo jurdica do poder que garante autoria/autoridade s falas de nativos e antroplogos.

    2- Mundo do crime e mundo do trabalho: pensando sobre os impasses da divulgao da pesquisa antropolgica

    Izabella Lacerda Pimenta (UFF)

    A presente discusso se pauta no trabalho de campo que realizo no sentido de entender as estratgias que so utilizadas no processo de ressocializao por egressos, presos do regime aberto e/ou semi-aberto, bem como por pessoas que j estiveram envolvidas de alguma forma com atividades consideradas criminosas, especialmente aquelas relacionadas ao trfico de armas e drogas. Ao acompanhar o cotidiano destes indivduos dentro e fora do local de trabalho, possvel notar a combinao de moralidades hegemnicas, ou no, na construo de um novo estilo de vida, envolvendo a conjugao de prticas e valores associados tanto ao trabalho quanto ao crime. Escrever sobre esta fluidez envolve pensar as estratgias de divulgao do estudo, pois, para alm destes indivduos que so facilmente identificveis a partir do local onde trabalham, conheo amigos, vizinhos e parentes que se mantm atuantes no mundo do crime.

    3- Etnografia e sigilo policial: como escrever sobre coisas que devem ser ditas com cautela?

    Larissa Nadai (Unicamp)

    Este trabalho tem por intuito refletir sobre os desafios que, como pesquisadores(as), enfrentamos quando temos como campo de estudo instituies oficiais do Estado, em particular, quando o material de pesquisa diz respeito a documentos e procedimentos da polcia civil. A partir de duas pesquisas distintas, uma realizada em Braslia, junto Coordenao de Crimes Contra a Vida e outra realizada em Campinas, junto Delegacia de Defesa da Mulher, discutiremos dilemas polticos, morais e ticos que perpassaram nossas etnografias. Dilemas esses que dizem respeito (a) s preocupaes nativas com o que se pode publicizar e com as expectativas geradas pela pesquisa; (b) aos modos pelos quais o pesquisador veicula seus registros, tendo em vista tais preocupaes; e (c) aos modos de se dar voz aos nativos e de levar a srio seus pontos de vista quando estudamos uma instituio que tem entre suas funes a de gerir vidas, fazendo viver algumas delas e deixando morrer tantas outras.

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  • 4- Etnografar no Instituto Mdico-Legal: reflexes metodolgicas sobre os procedimentos de produo do morto pela polcia tcnico-cientfica

    Flavia Medeiros Santos (UFF)

    O Instituto Mdico-Legal do Rio de Janeiro (IML-RJ) a burocracia pblica submetida Polcia Civil do Estado do Rio de Janeiro e responsvel pela realizao de percias Mdico-Legais e emisso de laudos que subsidiem as investigaes e o julgamento de processos criminais e cveis sobre agresses fsicas, acidentes, estupros, tentativas de homicdio, homicdios, suicdios e outras mortes consideradas violentas. Esse faz parte do grupo de instituies denominado Polcia Tcnico-Cientfica. A partir da pesquisa etnogrfica no Servio de Necrpsia no IML-RJ para a elaborao de dissertao no PPGA-UFF, sero apresentados aspectos que se referem a como os agentes da sede do IML-RJ atribuem significados diversos s suas atividades de classificao e registro de cadveres e transformam o fenmeno morte em um registro policial. Sero considerados o lugar da etngrafa na pesquisa em um lcus moralmente condenvel, impuro ou contaminado; a relao dos interlocutores com os cadveres e os discursos produzidos sobre esses; e os dilemas metodolgicos e ticos que implicam a realizao e divulgao nesse contexto emprico.

    5- As etnografias do Grupo Hybris

    Jorge Mattar Villela (UFSCAR)

    Desde h 3 anos jovens antroplogos iniciaram um processo de aglutinao em torno de dois professores de PPGAS do Estado de So Paulo. Suas teses e dissertaes reunem uma motivao comum, embora os temas e objetivos empricos sejam diversos. O interesse o de investigar novos objetos de pesquisa a partir de novos pontos de vista, livres do trinmio Lei, Norma, Regra. Esta apresentao visa expressar os problemas enfrentados por alguns dos pequisadores, alm de expor algumas reflexoes comuns ao grupo.

    6- Conhecimento partilhado ou informao controlada? (Evitando ser leva e trs e dois papo): desafios para a etnografia em situaes de luta, manuteno ou resistncia ao poder

    Mrio Miranda Neto (UFRJ)

    Este trabalho revisita prticas no esforo de etnografar grupos considerados criminosos. A partir da antropologia, limites do estado para olhar o crime so transpostos; todavia outros limites so apresentados: como fazer para que a lgica ou retrica cientfica de circulao de conhecimento se d perante grupos que, por defesa frente a agentes do estado ou por conta de neurose, estabelecem o segredo e o respeito a doutrina como estruturante das relaes de confiana e parte fundamental de sua teoria nativa? Positivamente a antropologia arregimenta e se difunde em diversos meios o que, inclusive, faz o mtodo antropolgico despertar interesse em campos diversos da atuao estatal. Poderia a antropologia ser agenciada? Teria a antropologia suas moralidades e tantos limites quanto o Direito ao lidar com o crime? A apresentao partir do trabalho com bolsistas que eram presos (porm estudantes) num esforo de produo de conhecimento que denomino interlocuo radical.

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  • Pster 1: Cabea de bem-estarista: tentando etnografar os pores da experimentao animal

    Guilherme Antunes (UFSCAR)

    O debate sobre vivisseco (o uso de animais vivos para fins cientficos) no Brasil foi recentemente reaberto por novas legislaes e pela crescente polarizao dentro do movimento de defesa dos animais (abolicionismo x bem-estarismo). Entretanto, o caminho de entrada aos contextos em que se realizam prticas vivisseccionistas ainda repleto de obstculos de ordem tica, jurdica ou burocrtica. O empreendimento etnogrfico se depara com uma circunstncia crucial: a alternativa de envolver-se com a causa animalista (leia-se disfarar-se dela) como possvel porm improvvel acesso a comits de tica, aulas prticas e biotrios nas universidades. Alm de uma discusso sobre a conduta tica do etngrafo diante do enfrentamento de um tema to caro ao cenrio acadmico, a proposta tambm visa confrontar simetricamente a cincia vivisseccionista com o ativismo pr-animal, de modo a balizar uma reflexo sobre o estatuto das moralidades (contra-)hegemnicas contemporneas.

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  • FESTAS E CIDADES: TEORIA E METODOLOGIA DE UM CAMPO EM FORMAO

    O grupo de trabalho tem como objetivo reunir experincias de pesquisa e de reflexo terica em torno do fenmeno da festa no contexto urbano. A discusso pretendida visa cotejar novos recortes temticos, experimentos metodolgicos inovadores e abordagens originais que tratem das festas urbanas em sua diversidade comercial, miditica, ldica, poltica, religiosa, turstica, etc. Busca-se, com isso, avaliar as potencialidades terico-metodolgicas do estudo desta temtica no campo mais amplo da antropologia. Dessa forma, ser possvel observar o fenmeno da festa no contexto urbano no apenas como substrato das relaes sociais, mas como meio de troca de experincias, de produo de significados e de construo de memrias coletivas que orienta a prpria configurao de tais relaes em recortes especficos da vida social. O grupo de trabalho dever abranger experincias de pesquisa de carter interdisciplinar sobre o tema em foco, mas que ao mesmo tempo proponham alguma interface com a abordagem antropolgica.

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    SESSO I: TERRITORIALIDADES URBANAS: SOCIEDADE E GRUPOS

    1- Como se diverte a lapinha? O lazer dos moradores de um bairro popular de Salvador

    Lorena Volpini (UFBA)

    Esta pesquisa prope um estudo das formas de entretenimento dos moradores da Lapinha, bairro popular na cidade de Salvador. No tocante a este tema um espao privilegiado reservado festa, que constitui no apenas um momento de distrao, de esquecimento das dificuldades, mas tambm, na sua dimenso de convvio, um espao de sociabilidade e, enfim, um cenrio privilegiado da expresso e da fruio cultural. Numa cidade onde as diferenas scio-econmicas e a segregao scio espacial persistem na dimenso da diverso, torna-se indispensvel uma abordagem da festa que preste ateno a outro aspecto: s modalidades de apropriao e uso do espao no lazer. Atravs do estudo e da descrio de momentos festivos, prope-se uma reflexo sobre as prticas e as preferncias do grupo estudado, considerando a dimenso da diverso como ponto de observao a partir do qual descortinam-se os cenrios da sociabilidade urbana, espao de inter-relaes, co-presena e justaposio de modos de vida.

    2- Migrao, Identidade e territorialidade na festa junina em Natal-RN

    Luciana Chianca (UFPB)

    Trata-se aqui de apresentar as formas simblicas de atualizao das identidades citadinas, entre jovens de origem scio-econmica desfavorecida. O resultado desse processo pode ser percebido atravs da observao de um dos rituais mais importantes da festa junina urbana; a quadrilha junina, tanto na sua forma tradicional quanto na sua nova apresentao. Dana oriunda da corte francesa, a quadrilha originalmente nobre, mas hoje pertence ao patrimnio cultural popular do Nordeste do Brasil. Reinventando a verso tradicional da dana, os jovens citadinos pobres se apresentam prefrencialmente como caipiras de luxo, vestidos em seda, veludo e cetim. De que modo essa produo identitria revelada na ordenao territorial da prpria cidade de Natal?

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  • 3- Crenas, espao e sociabilidades: as negociaes territoriais das populaes afrodescendentes atravs da religio e festas em Porto Alegre-RS

    Luciana de Mello (UFRGS)

    A presena das populaes afrodescendentes nas cidades perfazem o percurso da periferizao das classes populares, at onde interessa sobretudo a especulao imobiliria, na medida que as regies mais centrais e melhor localizadas das cidades so ocupadas pelas moradias das classes mdias, pelo comrcio e prdios e obras pblicas - pela cidade oficial. Em Porto Alegre tal fenmeno se verifica atravs da observao de espaos perifricos s zonas ento urbanizadas, locais geralmente sem infraestrutura, em sua antiga/inicial ocupao urbana. Verifica-se aqui, o que Michel De Certau nomina por estratgias e tticas, os saberes e as formas, elaborados e vividos cotidianamente atravs da cidade oficial pblica aliada por vezes aos interesses privados de lucro, e das camadas populares