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8/2/2019 acupuntura24_02
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CESAC Centro de Estudos de Acupuntura
Medicina Tradicional Chinesa:
Passado e Futuro
Monografia de Concluso do CursoEspecializao em Acupuntura Mdica
Rogerio Luz Coelho Neto
Curitiba 2008
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Rogerio Luz Coelho Neto
Medicina Tradicional Chinesa: Passado e Futuro.
Trabalho apresentado como parte integrantedo curso de Especializao em AcupunturaMedica, ministrado pelo CESAC PR, soborientao dos professores: Claudia Manoel,Mario Carbonar e Augusto Weber.
Curitiba 2008
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AGRADECIMENTOS
Agradeo meus amigos, meus colegas de turma e
especialmente aos professores, com sua infinita
pacincia, que se puseram a disposio para ensinar,
testar novas idias e teorias sobre essa que
verdadeiramente a arte de curar.
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A coisa mais importante nunca parar de questionar. A curiosidade tem sua prpria razo de existir. S podemos nos maravilhar quando em contemplao dos mistrios da eternidade, da vida, da maravilhosa
estrutura da realidade. suficiente que tentemos compreender um pouco desse mistrio a cada dia, nunca perca uma sagrada curiosidade.
- Albert Einstein
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RESUMO
Esse trabalho descreve definies, aspectos histricos e interaes entre vaiosconceitos bsicos da Medicina Tradicional Chinesa, alm disso ele vem somarao conheccimento atual sobre a relao entre estudos recentes deNeurofisiologia da Dor e a maneira pela qual a Acupuntura atua comoanalgsico e anestsico.
Palavras chave: Medicina Tradicional Chinesa, Acupuntura, Filosofia Chinesa,
Yin Yang, Cinco Elementos, Substncias Vitais, Zang Fu, Neurocincia da Dor.
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SumrioINTRODU O.......................................................................................................................11
CAP TULO 1: Teoria do YIN e YANG.........................................................................................12
1. Hist ria do pensamento Oriental. .................................................................................................131.1 Confucionismo ..................................................................................................................141.2 Tao smo .............................................................................................................................151.3 Considera es finais a respeito da Hist ria da Teoria Yin e Yang....................................16
2. Taoismo e teoria do Yin/Yang .....................................................................................................182.1 Compara o entre o pensamento Greco-romano e o oriental ................................................19
3. Defini ao de Yin/Yang .................................................................................................................214. Rela es entre Yin/Yang...............................................................................................................22
4.1 Fases distintas de um mesmo movimento c clico. .................................................................224.2 Oposi o entre Yin e Yang ....................................................................................................234.3 Rela es de Cria o e Destrui o. .........................................................................................24
5. Aplica es na MTC ......................................................................................................................265.1 Anatomia 8, 13, 16, 18............................................................................................................265.2 Fisiologia ..............................................................................................................................275.3 Sintomatologia ......................................................................................................................285.4 Diagn stico e Tratamento. .....................................................................................................28
5.4.1 Graficamente:..................................................................................................................295.4.1.0 Estado de Equil brio................................................................................................295.4.1.1 Estados Yang:..........................................................................................................295.4.1. Estados Yin ...............................................................................................................30
6. Considera es Finais:....................................................................................................................32
CAP TULO 2: Teoria dos Cinco Elementos ....................................................................................33
1. Hist rico da Teoria dos Cinco Elementos ....................................................................................342. Tradu o de Wu Xing...................................................................................................................363. Conceito de Cinco Elementos. .....................................................................................................374. Rela es entre os Cinco Elementos...............................................................................................39
4.1 Sequ ncia Cosmol gica:.........................................................................................................394.2 Rela o de Gera o................................................................................................................404.3 Rela o de Controle ..............................................................................................................414.4 Rela o de Excesso de Trabalho ..........................................................................................444.5 Rela o de Les o. ..................................................................................................................45
5. Cinco Elementos Aplicados na Medicina Tradicional Chinesa. ..................................................465.1 Cinco Elementos aplicados a Fisiologia.................................................................................47
5.1.1 Rela o de Gera o entre os rgos. ............................................................................47
5.1.2 Rela o de Controle entre os rgos..............................................................................485.1.3 Rela o Cosmol gica......................................................................................................495.2 Cinco Elementos Aplicados a Patologia. ...............................................................................51
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5.2.1 Rela o de Excesso de Trabalho. ...................................................................................515.2.2 Sequ ncia de Les o ........................................................................................................525.2.3 Outra Sequ ncia Patol gica............................................................................................53
5.3 Cinco Elementos Aplicados ao Diagn stico ..........................................................................535.3.1 O Diagn stico atrav s do exame do Paciente. ...............................................................55
5.4 Cinco Elementos no Tratamento.............................................................................................575.4.1 Tratamento de acordo com as v rias sequ ncias.............................................................585.4.2 Tratamento de acordo com os Pontos de Transporte (Su antigos) .................................59
5.5 Considera es finais dos Cinco Elementos MTC: ..............................................................62
CAP TULO 3: Teoria das Subst ncias Vitais...................................................................................64
1. Conceito.........................................................................................................................................65
2. Qi...................................................................................................................................................672.1 Tradu o do termo Qi.............................................................................................................672.2 Qi Como Base dos Fen menos...............................................................................................692.3 Conceito de Qi Aplicado a MTC............................................................................................71
2.3.1 Fun o de Transforma o...............................................................................................722.3.2 Transporte.......................................................................................................................722.3.3 Manuten o.....................................................................................................................722.3.4 Ascend ncia....................................................................................................................732.3.5 Prote o...........................................................................................................................732.3.6 Aquecimento...................................................................................................................73
2.4 Patologias do Qi .....................................................................................................................752.4.1 Defici ncia......................................................................................................................752.4.2 Submers o.......................................................................................................................752.4.3 Estagna o .....................................................................................................................762.4.4 Rebeli o .........................................................................................................................77
3. Sangue (Xue) ................................................................................................................................783.1 Forma o do Sangue (Xue) ...................................................................................................783.2 Patologias do Sangue (Xue) ...................................................................................................79
3.2.1 Defici ncia de Sangue (Xue) .........................................................................................793.2.2 Calor no Sangue (Xue) ...................................................................................................803.2.3 Estase de Sangue (Xue) ..................................................................................................82
4. Jin Ye (L quidos Org nicos) ........................................................................................................834.1 Defici ncia de Jin Ye..............................................................................................................854.2 Estagna o (ou Ac mulo) de Jin Ye.......................................................................................85
4.2.1 Edema..............................................................................................................................854.2.2 Fleuma.............................................................................................................................86
5. Jing (Ess ncia) .............................................................................................................................876. Considera es Finais sobre as Subst ncias Vitais. .......................................................................89
CAP TULO 4 TEORIA DOS ZANG FU (SISTEMAS INTERNOS)...........................................90
1 Teoria dos Zang Fu.........................................................................................................................912. Cora o (Xin) ...............................................................................................................................93
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2.1 Padr es de Defici ncia............................................................................................................952.1.1 Defici ncia do Qi do Cora o.........................................................................................952.1.2 Defici ncia do Yang do Cora o....................................................................................952.1.3 Colapso do Yang do Cora o (Xin) ...............................................................................962.1.4 Defici ncia do Sangue (Xue) do Cora o (Xin).............................................................972.1.5 Defici ncia do Yin do Cora o (Xin) ............................................................................97
2.2 Padr es de Excessos...............................................................................................................982.2.1 Agita o do Fogo do Cora o (Xin)...............................................................................982.2.2 Fleuma Fogo Afetando Cora o (Xin).........................................................................992.2.3 Fleuma Obscurecendo a Mente (Shen)........................................................................100
2.3 Padr o Misto - Estase de Sangue (Xue) no Cora o (Xin)...................................................1023. F gado (Gan)................................................................................................................................103
3.1 Padr es de Excesso...............................................................................................................1053.1.1 Estagna o do Qi de Gan..............................................................................................1053.1.2 Estase do Sangue (Xue) no F gado (Gan).....................................................................1063.1.3 Fogo do F gado (Gan) em Ascend ncia........................................................................1073.1.4 Vento do F gado (Gan) Agitado....................................................................................108
3.1.4.1 Vento devido a Calor Extremo..............................................................................1083.1.4.2 Vento devido a Aumento do Yang do F gado (Gan).............................................109
3.2 Padr o de Defici ncia Defici ncia do Sangue (Xue) do F gado (Gan) ............................1093.3 Padr o Misto Ascens o do Yang do F gado (Gan) ...........................................................1103.4 Padr es de Invas o pelo Qi do F gado (Gan) ......................................................................111
4. Pulm o (Fei) ...............................................................................................................................1134.1 Padr es de Defici ncia..........................................................................................................114
4.1.1 Defici ncia do Qi do Pulm o (Fei) ..............................................................................1144.1.2 Defici ncia do Yin do Pulm o (Fei) ............................................................................1154.1.3 Secura do Pulm o (Fei) ................................................................................................115
4.2 Padr es de Excesso do Pulm o (Fei) ...................................................................................1164.2.1 Vento-Frio Invadindo Pulm o (Fei)..............................................................................1174.2.2 Vento-Calor Invadindo Pulm o (Fei)...........................................................................1184.2.3 Vento- gua Invadindo Pulm o (Fei) ...........................................................................1184.2.4 Fleuma-Umidade obstruindo Pulm o (Fei) ..................................................................1194.2.5 Fleuma-Calor Obstruindo o Pulm o (Fei)....................................................................1204.2.6 Fleuma-Fluidos Obstruindo o Pulm o (Fei) ................................................................120
5. Ba o (Pi)......................................................................................................................................1225.1 Padr es de Defici ncia do Ba o (Pi). ..................................................................................123
5.1.1 Defici ncia do Qi do Ba o (Pi) ....................................................................................1235.1.2 Defici ncia do Yang do Ba o (Pi) ...............................................................................1245.1.3 Submers o do Qi do Ba o (Pi) .....................................................................................1245.1.4 Ba o (Pi) Falha ao Controlar o Sangue (Xue) .............................................................125
5.2 Padr es de Excesso do Ba o (Pi) .........................................................................................1265.2.1 Umidade Frio Invadindo Ba o (Pi)...............................................................................1265.2.2 Umidade Calor Invadindo Ba o (Pi) ...........................................................................127
6. Rim (Shen)...................................................................................................................................1286.1 Padr es de Defici ncias........................................................................................................129
6.1.1 Defici ncia do Yin do Rim ..........................................................................................1306.1.2 Defici ncia do Yang do Rim (Shen).............................................................................1306.1.3 Aus ncia de Firmeza do Qi do Rim (Shen)..................................................................131
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6.1.4 Rim (Shen) Falhando ao Receber o Qi.......................................................................1326.1.5 Defici ncia do Jing do Rim (Shen)..............................................................................132
6.2 Padr es de Defici ncia Combinados com Excesso..............................................................1336.2.1 Defici ncia do Yang do Rim (Shen) gua Fluindo em Abund ncia............................1346.2.2 Defici ncia do Yin do Rim (Shen) com Fogo Resplandecendo...................................134
7. Considera es Finais sobre os Padr es dos Zang Fu..................................................................136
CAP TULO 5: Neurofisiologia da Dor Aplicada Acupuntura. ...................................................138
1. Defini o de Dor. ......................................................................................................................1392. Teorias da Dor. ...........................................................................................................................140
2.1 Teoria do Portal Convergente ou Portal da Dor. .................................................................1402.2 Teoria da Especificidade da Dor...........................................................................................145
2.2.1 Componentes Perif ricos..............................................................................................1462.2.2 Dor Referida Visceral - Cut nea...................................................................................1472.2.3 Dor P s Cordotomia 19. ...............................................................................................148
3. Unifa o das Teorias da Dor.......................................................................................................1504. A Acupuntura e a Analgesia. ......................................................................................................151
4.1 Altera es do Limiar da Dor. ...........................................................................................1514.2 Pept deos Opi ides...............................................................................................................1524.3 Regula o das C lulas Inibidoras ...................................................................................153
5. Considera es Finais sobre a Neurofisiologia e a Acupuntura. .................................................154
Refer ncias Bibliog ficas................................................................................................................155
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INTRODUO
Essa Monografia de Concluso de Curso redigida confome
normatizao fornecida pelo CESAC PR. Essas normas orientam que todaMonografia apresentada no ano de 2008 seja feita da seguinte forma: quatrotemas especificados pela comisso de correo e um tema livre.
Este trabalho tem como temas pr definidos pela comisso do Curso deEspecializao em Acupuntura Mdica ministrado pelo CESAC: Teoria do Yine Yang, Teoria das Substncias Vitais, Teoria dos Zang Fu e Neurofisiologia daDor aplicada Acupuntura.
Como tema livre escolhi a Teoria dos Cinco Elementos, pois entendique assim poderia fazer uma ligao mais consistente entre a Teoria do Yin eYang e as das Substncias Vitais e dos Zang Fu. Por uma questo de lgicacoloco a Teoria dos Cinco Elementos logo seguindo a Teoria Yin e Yang. Dessaforma alm de uma sequncia lgica, fao um paralelo ao desenvolvimentohistrico do pensamento oriental.
Alm da parte tradicional esse trabalho requer uma parte sobre aNeurofisiologia do Dor. Assunto difcil, ainda muito controverso, mesmo maisde um sculo depois que se iniciou a discusso. Esse trabalho, em especial oCaptulo 5, se dedica a dar um vislumbre de onde estamos e para ondepoderemos ir com relao a MTC tentar chegar a ser aceita de forma cientfica
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CAPTULO 1: Teoria do YIN e YANG
Professores abrem a porta, no entanto
o aprendiz que tem que atraves-la
- Provrbio Chins
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1. Histria do pensamento Oriental.
O Oriente tem sido uma fonte de assombro e curiosidade para a mente Ocidental desd
primrdios das civilizaes perenes. A principal divergncia entre as sociedades Greco-Roma
o Oriente tem sido a maneira como suas idias e mentes so antagnicas em suas premissas
bsicas1
Desde o primeiro contato, pode-se inferir o quanto uma sociedade deve ter
impressionado com o modo diferente da outra de agir, pensar e lidar com o Universo.2
As questes mais bsicas e comuns ao ser humano como: "De onde vim?"; "Para o
vou" e "Como isso funciona" tem respostas completamente diversas se levarmos em consider
diferenas culturais. Mas nada que se compare com a diferena entre o mtodo Greco-Roman
Oriental. No cerne dessa diferena encontramos as religies Orientais.1,2
Faz mais de mil anos que se tem notcia do que comumente chama-se de Trs Relig
Chinesas. Essas religies so: Confucionismo, Taosmo e Budismo.
Das trs o Budismo a mais recente, sendo introduzido na China no primeiro sculo
era crist. Tem suas origens na ndia no sculo V aC. Suas origens e seus textos so b
documentados e datados com certa exatido.
As outras duas so os pilares da cultura chinesa, sendo que suas origens se perdem
antiguidade, tornando-se muito difcil de determinar qual das duas mais antiga.
A Confcio so miticamente atribudos os Cinco Tesouros da literatura clssica chin
So esses Cinco Tesouros que trazem todo o conhecimento da antiguidade chinesa at os dia
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hoje. No h dvidas no entanto que esses Cinco Tesouros remontam a uma poca muito ante
Confcio, sendo ele apenas o "codificador" desses escritos.1,3
1.1 Confucionismo
O Confucionismo geralmente considerado como tendo comeado aps o nasciment
seu fundador, mas existem evidncias que mostram ser um sistema de pensamento muito
antigo. A figura histrica Confcio viveu entre os anos de 551 e 478 aC. No entanto ele me
afirmou Sou um transmissor, no um descobridor referindo-se a seu papel de chefe da es
filosfica. Seu neto ainda comenta: ele nos trouxe as doutrinas de Yao e Shun (2300aC
elegantemente mostrou as regulamentaes de Wan e Wu(1200aC), tomando-as como seu mod
2.
Essa escola mais facilmente estudada pela maneira que seu fundador a organizou e p
textos que sobreviveram depois de sua morte. Alguns inclusive sculos depois que Confci
falecido.
Confucionismo uma filosofia moralista e tica, e no seu principal escrito Anacletosse
encontra determinado como toda uma sociedade deve se portar para que haja um equilbrio
suas partes. Foi usado vrias vezes durante a civilizao chinesa, por vrias dinastias, com
ferramenta fundamental em torno do qual se organizou a funo do estado chins e sua rel
com os cidados.
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1.2 Taosmo
O Taosmo tambm tem seu incio remetido a uma figura central histrica, Lao-tsu. P
que se sabe o nascimento de Lao-tsu foi aproximadamente no ano de 640aC. Assim ele era 50
mais velho que Confcio. Os dois parecem ter se encontrado mais de uma vez, podendo inclus
termo Lao-tsu (O Velho Mestre) ter sido cunhado por Confcio em conversas com s
discpulos. Como Confcio, Lao-tsu tambm faz meno de outras figuras mais antigas quan
refere a sua filosofia. muito interessante que em toda a obra de Lao-tsu (To-te-ching)
exista nenhuma referncia a sequer um nico nome prprio, e que referncias histricas seja
mais vagas possvel. No entanto essa obra est repleta de comentrios que remetem a sbio
antigamente e escritores de dizeres cujas palavras ele estava usando para expressar
prprias teorias.1,3
O mais famoso de seus seguidores Chuang-tsu, ao contrrio, cita inmeros regent
sbios, sendo que na maioria dos casos no se consegue achar nada para comprovar que ten
realmente existido. A exceo feita a Hwang Ti (O Imperador Amarelo) que supostamente
seu reinado comeando em 2697aC, e que o escritor confirma como um seguidor do Tao.2
Interessante notar que foi somente aps a divulgao do Budismo na China qu
Taosmo se tornou uma religio propriamente dita, com templos e monastrios, imagens e rit
No comeo o taosmo aparece mais como esforo metafsico e especulao filosfica. Ap
chegada do Budismo a China comea uma nova era de desenvolvimento do Taosmo com alg
supersties prprias remetendo a mais longnqua antiguidade (como o cultivo do Tao par
obter longevidade) e outras que comearam a prosperar aps o declnio da dinastia Kau (alqu
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astrologia, espiritualismos, etc.).2
Contraditoriamente, o movimento Taosta vai durante os sculos seguintes influenc
inclusive o prprio Budismo, sendo um dos pilares do Chan chins, que depois vir a fundar o
japons se tornando uma das escolas budistas mais praticadas no ocidente.1
1.3 Consideraes finais a respeito da Histria da Teoria Yin e Yang
Talvez o comeo da dualidade na filosofia chinesa veio da realizao da necessidade
opostos macho-fmea para a procriao.
[...] talvez no seja improvvel concluir que uma cultura baseada nagricultura, veja a criao de gado e outros animais domsticos como ummaneira inicial de inferir a existncia do dualismo na natureza (Unschu1943, p. 85)
Essa dualidade teria evoludo da necessidade de dicotomia homem-mulher na procria
para uma explicao do funcionamento do Universo.
Em uma segunda etapa, a noo de pares de opostos como pr-requisitos pa gerao de uma nova vida podem ter sido expandidos para se tornar umexplicao para o funcionamento do Universo como um todo. Novos termeram necessrios para refletir a ampla aplicabilidade filosfica desparadigma, e se achou apropriado reinterpretar as designaes das faces nortsul de colinas, yin e yang, como termos significando uma noo ao mesmtempo opostos uns dos outros e formando uma unio inseparvel (Unschu2003, p.85)
Unschuld sobre o assunto da histria do Yin e Yang ainda acredita que no tem
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uma certeza de datas e momentos histricos como se apresentam da maneira histrica tradicion
Uma discusso exaustiva do histrico da emergncia e desenvolvimento ddoutrinas de Yin Yang [...] ainda est para ser escrita. No entanto, poaparecerem noSu Wen bvio que por mais simplista que possa ser suaterminologia, essas doutrinas refletem uma percepo muitas vezes compleda existncia humana dentro de um mundo dinmico (Unschuld, 2003 84-85)
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2. Taoismo e teoria do Yin/Yang
No h mais dvida que a palavra Tao ou Dao possa ser traduzida por Caminh
Mesmo havendo no sculo XIX muitas tentativas de tradues como Natureza4 e Mente do
Divino5 , chega-se hoje em dia a um consenso que a traduo mais acertada seja mes
Caminho. Resultando que Taosmo seja traduzido como a busca pelo caminho.3
A teoria do Yin e Yang uma das bases do Taoismo, e em grande parte devido
Taoismo que essa teoria tem sido transmitida a novas geraes durante os sculos. A represen
grfica mais comum do Tao o desenho doTai Ji, traduzido como existncia ou existncia
completa. Essa traduo vem da tradio Taosta onde se acredita que oTai Ji(Fig. 1) tenha
surgido doWu jiou vacuidade primordial.1,3
Figura1. Smbolo Tai Ji, tambm conhecido como o smbolo Yin-Yang.
O Yin e Yang so termos que so muito mais antigos que o prprio Taoismo. H estu
que mostram que os smbolos de Yin e Yang j se encontravam em ossos divinatrios datado
1500aC.1
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No cerne desses conceitos est a dicotomia instintiva e imemorial dos opostos na filos
oriental. Esses opostos que se denominam Yin e Yang so o cerne da diferena entre o pensam
Grego Aristotlico ocidental e o pensamento oriental.1
Lao Tsu com certeza no cunhou os termos Yin e Yang, no entanto, o Taosmo toma e
conceitos como base e afirma que todos os problemas do homem so de uma natureza
desequilbrio entre esses dois plos.1 Alm disso a prpria histria do Taoismo que comea com
Lao Tsu em seu "Tao Te King" j em seus primeiros versos, mostra ao seu leitos essa dicotom
universo:
O Tao que pode ser percorrido no eterno e duradouro Tao. O nome qpode ser nomeado no o eterno e duradouro nome.Sem nome o originador do cu e da terra, tendo um nome a me de todas coisas (Legge, 1992, p. 47)
2.1 Comparao entre o pensamento Greco-romano e o oriental
O pensamento Greco-romano dedicou milnios ao estudo minucioso das par
evidenciando uma caracterstica de excluso, categorizando a natureza que cerca o homem c
sendo ou isso ou aquilo. O A o oposto do anti-A, gua oposto de fogo. O pensamento ocid
cientfico-analtico deriva dessa necessria excluso, dessa sistematizao das observaes de
e qualquer fenmeno da natureza, facilitando a explicao dos mesmos.7
Enquanto isso a evoluo do pensamento oriental estava explicando o mundo a sua v
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como uma categoria relativa entre suas partes constituintes, explicando tudo como manifesta
de uma mesma origem. O A somado com o anti-A resulta no Tao, gua e fogo so aspe
diferentes de uma mesma origem. Isso faz com que o pensamento oriental seja limitado
explicar as particularidades dos fenmenos, mas consiga ver inter-relaes e generalidades m
difceis para a mente ocidental.7
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3. Definiao de Yin/Yang
Yin e Yang so opostos que somados resultam na unidade. Yin e Yang no so entida
em si mesmas, pois no existem separadamente. No existe nada apenas Yin ou Yang. Tudo o
podemos dizer que algo Yin em relao a outro algo.
Yin a manifestao da massa, a condensao, a escurido, o frio, o centrfugo
inferior, o feminino.
Yang a manifestao da energia, a expanso, a claridade, o calor, o centrpeto
superior, o masculino.8, 13, 16
Os ideagramas Chineses de Yin e Yang demonstram isso de forma simples.
este o ideagrama que representa Yin, seus constituintes so os ideagramas q
querem dizer colina e nuvem (o lado sombreado da colina).
este quer dizer Yang e constitui-se do mesmo ideagrama de colina, mas dessa v
vemos raios de sol iluminando-a (o lado ensolarado da colina).
Yin representado por uma colina sombra enquanto Yang sua corresponden
ensolarada.8
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4. Relaes entre Yin/Yang
Para que Yin e Yang sejam de utilidade no modo de pensar oriental foram estabeleci
regras conforme as quais eles se relacionam. Yin e Yang ao se relacionar vo formar o Tao
tudo que existe, mas esse relacionamento tem algumas peculiaridades bem definidas na filo
oriental.
4.1 Fases distintas de um mesmo movimento cclico.
Yin e Yang so continuamente alternados entre os ciclos naturais. A mais comum anal
a do ciclo do dia e da noite. Dia seria o Yang que passa para a noite Yin, e assim por diante1, 3, 8,
11, 13, 16
Todo universo deve passar por perodos Yin e Yang, isso acontece com todos os se
vivos da terra que so filhotes/brotos/Yang e vo terminar como velhos/rvores/Yin.
A energia conservada nesse processo, pois quando a energia se torna mais estagna
mais envelhecida, mais fixa e Yin, ocorre a morte que a liberta e a expande e a torna Y
novamente. Desse modo pronta para ser usada como substrato para a nutrio do Yin novamen28
Quanto mais contemplamos a natureza, mais conclumos que uma subdiviso do Y
Yang se torna necessria, assim temos tanto o Yang como o Yin subdividos para forma
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estaes, os ciclos de vida, de colheita, etc. E esta a origem do texto mais famoso chins I
Ching(da Dinastia Shang aproximadamente 1100 a.C.).19
Esse texto faz referncia a subdiviso do Yin e Yang em binrios, linhas cheias s
smbolos de Yang e as interrompidas do Yin. 3 linhas formam os oito trigramas. Depois ag
esses trigramas de dois em dois dando-se a esse grupo o nome de hexagrama. Juntando-se tod
possibilidades dessas permutaes temos 64 hexagramas, e assim teramos uma explica
todos os ciclos e movimentos possveis no universo.19
4.2 Oposio entre Yin e Yang
Yin e Yang so opostos, mas vo se unir para formar o todo. So polaridades opostas
juntas resultam na unidade.
No entanto isso no quer dizer que Yin e Yang sejam entidades por si s. Nada s
ou s Yang. Yin e Yang so s caractersticas relativas, isso quer dizer que uma coisa s pode
Yin em relao a outra, nunca ser Yin sozinha.8, 16
Isso quer dizer que se formos olhar com ateno errado falarmos de isso Yin
aquilo Yang pois s podemos falar de Yin ou de Yang em relao a outra coisa. Por exem
gua Yang em relao ao gelo, que Yin em relao ao vapor.8
Tambm quer dizer que geralmente os nossos objetos de estudos so Yin e Yang
mesmo tempo, apenas mudando o objeto de comparao. Por exemplo: a gua Yin em rela
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fogo, mas Yang em relao a uma pedra. E isso uma relao filosfica que no estam
condicionados a compreender no ocidente.
Mas importante frisar que sempre essas duas polaridades se controlam de mane
destrutiva, mesmo em estados de equilbrio, se conseguirmos observar suas nuncias veremos
Yin e Yang esto se combatendo. Embora em estados de equilbrio esse combate nunca penda
um dos lados, isso no quer dizer que o equilbrio seja esttico, muito pelo contrrio,
equilbrio dinmico e mutvel.8
Exemplos vo desde o ncleo dos tomos (com o ncleo Yin procurando estabilida
atrao e condensao em contrapartida a eletrosfera procura desordem, liberao e caos) a
universo conhecido (onde uma fora Yang est fazendo o universo expandir, enquanto a gravi
Yin o tenta refrear e contrair).
4.3 Relaes de Criao e Destruio.
Yin e Yang esto em um constante equilbrio, mas esse equilbrio dinmico. E
dinamismo quer dizer que quando um dos elementos predomina ser feito um esforo do o
elemento para que se volte ao equilbrio.8, 16, 18
Se Yang aumenta destri o Yin e vice-versa. Isso mostra como esse equilbrio dif
intrinsecamente em tudo que existe esse equilbrio constante e multifatorial. H infinitas f
atuando em qualquer sistema criando essas relaes de Yin e Yang se consumindo.
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Quando um dos estgios atinge seu mximo ele comea a transformar no seu oposto.
o significado da raiz do outro estgio na representao grfica do Yin/Yang. E
transformao depende tanto do estado de maturao do elemento quanto do tempo deco
desde o comeo do ciclo.16
Ento se Yin aumenta o suficiente, com o passar do tempo, vai comear a se transfor
em Yang, e vice versa. O Inverno s vai comear a se transformar em Yang Vero aps o
mxima fase (solstcio de inverno) e vice versa. O Fogo Yang queima at s restar carvo e c
Yin.8
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5. Aplicaes na MTC
Toda Medicina Tradicional Chinesa est baseada na dualidade Yin/Yang. Anatom
fisiologia, sintomatologia, pulso, lngua, tratamentos, tudo na MTC pode ser resumido a teor
Yin Yang.8, 13, 16, 18
5.1 Anatomia 8, 13, 16, 18
A posio anatmica na MTC difere um pouco daquela aceita pela medicina aloptica
membros superiores estariam erguidos com as mo acima da cabea com as palmas viradas p
a frente.
O superior Yang, o inferior Yin. Cabea tronco e braos so Yang em relao aos p
pernas e abdmen.
O posterior e lateral Yang, o anterior e medial Yin. O dorso, regio extensora
braos e abdutora de pernas Yang em relao ao ventre, regio flexora de braos e adutor
pernas.
O interior Yin o exterior Yang. Os rgos, vsceras, ossos e sistema nervoso cen
so Yin em relao aos msculos pele e meridianos.
Especialmente na MTC temos os rgos/Zang (Fgado, Corao, Bao/Pncreas, Pulm
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Rim e Pericrdio/Circulao Sexualidade) so Yin e as Vsceras/Fu (Vescula Biliar, Intes
Delgado, Estmago, Intestino Grosso, Bexiga e Triplo Aquecedor) so Yin.
Na MTC temos cinco substncias vitais: Energia Vital/Qi, Sangue/Xue, Lqui
Orgnicos/Jin Ye, Essncia/Jing e Mente/Shen. Desses Qi e Shen so Yang em relao a Xue
Ye e Jing. No entanto cada substncia vital tem subdivises de Yin e Yang, como tudo na natu
5.2 Fisiologia
Tudo que tiver funo catablica Yang e os que tem ao anablica so Yin.13
Assim as funes digesto, aquecimento corporal, circulao sangunea, gasto calri
Yang. J as funes de formao de protenas, resfriamento/sudorese, eliminao de dejet
estocagem de energia so Yin.8
Especialmente na MTC temos que as funes dos rgos/Zang so de agrega
produzindo Substncias Vitais Yang a partir de substratos elementares externos Yin (mater
como: Ar, Alimentos e Carga Gentica adquirida. J as Vsceras/Fu tem funo de transpo
utilizam as Substncias Vitais Yang (principalmente Qi) para produzir as outras Substncias V
Essa relao mesmo complicada e cheia de nuances uma relao particular de Yin/Yang.16
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5.3 Sintomatologia
Todos os sintomas, de todos os rgos podem apresentar uma relao Yin/Yang.13
Isso a base do diagnstico na MTC.
Sintomas Yin: depresso, astenia, peso, frio, sono, diarria, paralisias, urina clar
abundante, mucosidades claras, edemas, tremores, etc.8, 13, 16
Sintomas Yang: ansiedade, insnia, constipao, movimentos involuntrios, urina escu
escassa, mucosidades amareladas, caquexia, calor, rubor, queimao, etc.8 , 13, 16
5.4 Diagnstico e Tratamento.
A Teoria do Yin e Yang o princpio bsico e fundamental do diagnstico e do tratame
na MTC. No se pode comear o estudo da MTC sem um bom conhecimento das relaes
Yin e Yang.
Segundo o diagnstico na MTC temos apenas 2 estados patolgicos, ou estamos Yin
estamos Yang. Se formos mais a fundo veremos que cada estado (Yin e Yang) pode ser fruto o
um excesso ou de uma deficincia.
O estado de Yang (calor, vermelhido, secura, obstipao, agitao, insnia, etc.) podedevido a um excesso de Yang ou a uma deficincia de Yin.
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Tambm o estado Yin (frio, palidez, edema, diarria, sonolncia, cansao, depresso,
pode ser resultante de um excesso de Yin ou uma deficincia de Yang.8, 13
5.4.1 Graficamente:
5.4.1.0 Estado de Equilbrio
Normal
Fig. 5.0 Estado deEquil brio
YIN
Yang
Fig 5.0 Estado de equilbrio, vemos que Yin e Yang esto na mesma proprono h ao de um sobre o outro
5.4.1.1 Estados Yang:
Normal
Fig. 5.1 Excesso de YANG
YIN
Yang
Fig 5.1: Excesso de Yang. Observe que Yin est normal. Yang est emexcesso,acima do normal.
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Normal
Fig. 5.2 Defici ncia de Yin
YIN
Yang
Fig 5.2 Deficincia de Yin. Yang est normal, Yin que est deficiente.
5.4.1. Estados Yin
Normal
Fig. 5.3 Excesso de Yin
YIN
Yang
Fig 5.3 Excesso de Yin. Yang est normal, Yin que em excesso.
Normal
Fig. 5.4 Defici ncia deYang
YIN
Yang
Fig 5.4 Deficincia de Yang. Yin est normal, Yang que est deficiente.
Como vemos alm de saber se o caso Yang ou Yin temos tambm que saber se um c
de excesso ou deficincia.
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O tratamento vai depender em qual dessas categorias a pessoa se encaixa. Por exempl
a pessoa estiver em estado Yang ser necessrio um tratamento com princpios gerais Yin, e
versa. Alm disso se a pessoa estiver em uma patologia de excesso ser necessrio retirar
excesso. J se a pessoa estiver em situao de deficincia ser necessrio reforar o deficiente8, 13,
16, 18
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6. Consideraes Finais:
A Medicina Tradicional Chinesa uma forma eficaz, barata, e universal de tratame
para a sade. Para se conseguir us-la, no entanto, necessrio que se tenha um profu
entendimento da teoria Yin e Yang, pois essa a teoria que est na base de toda modalidad
diagnstico e tratamento, e sem essa teoria no existe a MTC.
Segundo Auteroche e Navailh:O excesso ou a fraqueza do Yin ou do Yang so a causa essencial dprovocao e do desenvolvimento da doena. Para o Su Wen (cap.5) primazia do Yin causa a fraqueza do Yang e reciprocamente. A primazia Yang se expressa por um aquecimento, a do Yin por um resfriamento. resfriamento que se agrava torna-se aquecimento e vice-versa'. (1992, p. 21
Regularizar o Yin e Yang no corpo a maneira que a MTC enxergou de fazer o tratam
das vrias doenas8. No entanto, a MTC desde sua concepo foi uma medicina inclusiva
holstica, como conclui Unschuld:
Na tradio doSu Wena sade de um organismo humano dependia em umaexposio balanceada aos vrios fatores climticos, como vento, frio e caltambm um um fluir correto e desimpedido desses chamadosqi atravs de
canais pelo corpo. Pela emergncia de condies normais e anormais ou ncanais ou nos rgos eles associados, tanto a fisiologia, a patologia, quantdiagnstico da doena eram predominantemente descritos de um lado comocategorizaes Yin e Yang dos vriosqi e de outro das respectivas entidadesfuncionais e morfolgicas. Mais uma vez deve-se enfatizar que oSu wennosequer uma vez um sistema de fisiologia e patologia somente em termos de Ye Yang (2003, p. 96)
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CAPTULO 2:Teoria dos Cinco Elementos
Aprender entender algo que voc
j sabia a vida inteira, mas agora
de uma maneira nova
- Doris Lessing
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1. Histrico da Teoria dos Cinco Elementos
A teoria dos Cinco Elementos pode ser to antiga quanto a teoria do Yin Yang e tamb
remonta a uma poca anterior a da histria registrada chinesa. Evidncias mostram que essa t
pode tambm estar associada a prticas e conceitos shamnicos chineses que perduraram ap
incio da histria registrada (dinastia Chou 1028 - 257 aC).9
No final do sculo IV aC. foi fundada a chamada Academia de Jixia, tambm chamada de
Naturalista. Esse centro de estudos filosficos agrupou grandes mentes chinesas de seu tempo
o objetivo de chamar a ateno para o estado deQi (Henan) e tambm como centro de
desenvolvimento de talentos para o governo vigente. Um dos mais evidentes pensadores d
grupo de estudiosos era Zou Yan(305-240aC), que considerado o fundador do Naturalismo
Chins.10
No entanto, Unschuld observa:
No h registros de primeira mo, que tenham sido preservados da supocontribuio por Zou Yan. Uma primeira e detalhada descrio foi transmitipelo Lu shi chun qiu, um texto compilado em 239 .aC. (2003, p. 104)
Mesmo assim, Zou Yanfoi o primeiro pensador de que temos notcia que fundiu as dua
teorias, Yin Yang e Cinco Elementos. Ele no foi o idealizador de nenhuma dessas teorias
separado, pois so muito mais antigas que a Academia de Jixia, mas foi ele que organizou e
padronizou essas teorias comeando assim o movimento Naturalista Chins. Suas observa
englobam principalmente a organizao e a sucesso civil e governamental.1, 10
Zou Yanfoi um autor prolfico, suas obras somando a impressionante marca de 100.0
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caracteres. Needham o descreve como "O fundador real de todo pensamento cientfico chin
partir de suas obras e de seus discpulos o conceito de Yin Yang e Cinco Elementos permea
toda a sociedade e filosofia chinesa da antiguidade at os tempos atuais.11
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2. Traduo de Wu Xing
O prprio termo "Cinco Elementos" est cercado de controvrsias. O termo em Chi
"Wu Xing" pode ser traduzido de diversas formas. No h dvidas que Wu se traduz por C
Agora Xing j foi traduzido como: Elementos8, 13, 16, Fases12, 13 e Movimentos13, 16, Agentes18
outro termo que, embora menos usado, pode ser traduzido como Elementos.
H evidncias que o termo xing tenha substitudo um termo anterior, de, no mais
tardar no sc II a.C. Segundo Unschuld, Dong Zhongshu e outros autores confucionistas da
Han escolheram o termo xingdevido ao termo anteriormente usado estar relacionado com os fang
shi, tambm chamados de mestres de receitas, que eram praticantes de formas me
naturalistase mais xamnicas.10, 18
Importante notar que os dois textos mais difundidos no Ocidente no entram em aco
enquanto Macicoccia8 usa "elementos"; OConnor e Bensky13 usam "movimentos" em sua
traduo.
Unschuld rejeita o termo fases veementemente, considerando se tratar de uma man
nova, e tipicamente ocidental, de se relacionar com o termowu xing, mas segundo o autor essa
maneira, acaba tendo inconsistncias devido a Zou Yan nunca ter usado o termowu xingpor si
prprio:
Tambm deve ser registrado que as fontes iniciais no atribuem o termowu xing a Zou Yan, que pode ser mais evidncia contra a noo (amplamenaceita na literatura secundria ocidental das dcadas finais do sculo vinte) q
sua doutrina de uma transio de um governante para outro nos obrigava a uo termo cinco fases [transitrias] (Unschuld 2003, p.104)
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3. Conceito de Cinco Elementos.
A Teoria dos Cinco Elementos uma forma de classificao e estudo da ordenao
fenmenos. Sua origem provavelmente remonta aos cinco pontos cardinais: Norte, Sul, L
Oeste e Centro. O uso do Centro formando cinco pontos cardinais so comuns em uma varie
de culturas mundiais, incluindo: tibetanos, chineses, mayas, bali-javaneses e at alguns na
norte-americanos14, 15.
Os Cinco Elementos, no so os constituintes bsicos da natureza, so sim os proces
bsicos, as qualidades ou fases, que vo formar todos os fenmenos no universo8, 13, 16.
A filosofia chinesa classifica todos os fenmenos conforme sua natureza, funo e form
os liga a um dos Cinco Elementos: Madeira, Fogo, Terra, Metal e gua16. Esse elementos so os
processos bsicos, as fases ou a capacidade inerente de um fenmeno se transformar e evoluir.
o principal conceito que devemos ter em mente, quando se fala de Cinco Elementos deve
sempre nos focar nas qualidades de mudana e evoluo.13
As qualidades que esses elementos representam esto muito bem definidas em v
textos clssicos, incluindo oShang Shu: Os Cinco Elementos so gua, Fogo, Madeira, Metal
Terra. A gua umedece em descendncia, o Fogo chameja em ascendncia, a Madeira pod
dobrada e esticada, o Metal pode ser moldado e endurecido, a Ter permite a dissemina
crescimento e a colheita.17
Muitas outras relaes e categorizaes so feitas com bases na literatura e na experi
pessoal dos autores, uma tabela compacta e ilustrativa se encontra na prxima pgina.
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Elementos METAL GUA MADEIRA FOGO TERRA
Direes Oeste Sul Leste Norte Centro
Estaes Outono Inverno Primavera Vero Vero Longo*
Mutaes Colheita Armazenagem Nascimento Desenvolvimento Transformao
Cores Branco Preto Verde Vermelho Amarelo
Sabores Picante Salgado cido Amargo Doce
Clima / Estado Secura Frio Vento Calor Umidade
Emoes Tristeza Medo Fria Alegria Preocupao
Tecidos Pele/Cabelo Ossos Tendes Vasos/Pulso Msculos
Aberturas # Nariz Ouvido Olhos Lngua Boca
Gros Aveia Milho Trigo Feijo Arroz
Carne Cavalo Porco Aves Carneiro Boi
rgos/Zang Pulmo Rim FgadoCorao /
PericrdioBao-Pncreas
Vsceras/Fu Intestino Grosso Bexiga Vescula BiliarIntestino Delgado
Triplo AquecedorEstmago
Tabela 3.1 Os Cinco Elementos e suas correspondncias.8, 13, 16 * Terra tambm tem conotao de Estao Anterior, no final de cada estah um movimento da natureza no sentido de retornar estao anteriofazendo que no final do Vero termos sensao de estarmos na Primavera, final da Primavera sensao de Inverno, e assim por diante13. Na astrologiachinesa h at hoje uma discusso sobre o papel da Terra e sua correspondnnas estaes, mas mesmo assim a maioria dos autores credita o final de caestao ao elemento Terra16# Aberturas tambm so referidas como rgos dos Sentidos13, 16.
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4. Relaes entre os Cinco Elementos
Existem matematicamente 36 relaes possveis entre os cinco Elementos, mas cinco de
relaes so as mais importantes e so as que conseguimos aplicar no dia-a-dia com result
satisfatrios, so elas: Cosmolgica, Gerao, Controle; alm das relaes patolgicas de Ex
de Trabalho e Leso8, 13
.
4.1 Sequncia Cosmolgica:
Segundo os chineses o Universo comeou com o elemento gua para depois surgirem
seqncia, Fogo, Madeira, Metal e Terra que vai gerar mais gua. Essa seqncia se torna m
importante para entendermos certos conceitos de fisiopatogenia e como intervir nos mesmos.13 (Fig
4.1.1)
Fig. 4.1.1 Ciclo Cosmolgico
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Essa seqncia ou ciclo tambm pode ser descrita como tendo a Terra no centro e essa fo
tambm ser importante para a Medicina Chinesa. Fig (4.1.2)13
Fig. 4.1.2 Sequncia Cosmolgica representada com Terra no centro.
4.2 Relao de Gerao.
Tambm chamada de Relao Me-Filho13 e Produo16. Nessa seqncia todo elemento
gerado pelo seu predecessor e gera o seu sucessor. Por exemplo: comeando por Metal te
Metal gera gua, que vai gerar Madeira que vai gerar Fogo, que vai gerar Terra, que vai g
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Metal, e assim por diante (Fig. 4.2.1)
Fig 4.2.1 Ciclo de Gerao
Vemos ento que para a gua: Metal sua Me (pois gera gua) e Madeira seu Fi
(pois gerado por gua). Essa relao verdadeira para todos os elementos.
4.3 Relao de Controle
Tambm chamada de Relao de Restrio ou de Dominao16. Essa relao uma
relao onde um elemento vai controlar seu neto. Como vemos na Fig 4.3.1.
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Fig. 4.3.1 Relao de Controle
A Relao de Controle uma relao muito importante para o equilbrio do sistem
qual est inserida. Se no fosse por ela o sistema seria retroalimentado continuamente co
Relao de Gerao, de maneira que quanto mais ciclos se completassem, mais energia teram
sistema.
Considere que gua gera Madeira, que gera Fogo, que gera Terra, que gera Metal,
gera gua, e assim sucessivamente, se no houvesse controle essa gerao seria infinita o
colocaria o sistema no em um ciclo harmnico e sim em uma espiral tendendo ao infinito
4.3.2)
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Fig 4.3.2. Ilustrao terica da espiral de gerao caso no houvesse a relade Controle.
Se isolarmos apenas uma parte do sistema e aplicarmos as relaes de Gerao e Cont
teremos um modelo muito simples de um sistema que controla a si mesmo de uma man
harmoniosa (Fig 4.3.3)
Fig 4.3.3 Relao de Gerao e Controle aplicada a uma parte dos CinElementos.
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Como podemos ver na figura anterior: Madeira gera Fogo que gera Terra, mas ao me
tempo Madeira Controla Terra. Assim sendo quanto mais forte Madeira, mais Fogo gerar
entanto, mais controlar Terra, dessa maneira controlando o sistema longo prazo.
4.4 Relao de Excesso de Trabalho
Essa relao tambm chamada de Agresso16, s parece em estados patolgicos de
desequilbrios. Se caracteriza quando o elemento que teria que fazer o controle sobre o outro a
por estar muito mais forte em relao ao controlado, fazendo esse controle de maneira exces
prejudicando o ltimo (Fig 4.4.1)
Fig 4.4.1 Relao de Excesso de Trabalho.
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Notamos que a figura anterior praticamente a mesma que a Fig 4.3.1, o que difere
fora do elemento que est agindo sobre o controlado. Essa relao pode ter duas causas,
elemento controlado est muito fraco, ou o elemento controlador est muito forte. De qual
maneira o estado de desequilbrio.8, 16.
4.5 Relao de Leso.
Tambm chamada de Contra-dominncia, uma relao patolgica onde o elemento
deveria ser controlado se revolta e acaba controlando o elemento que o deveria controlar
4.5.1)
Fig 4.5.1 Relao de LesoEssa relao necessita que tanto o elemento que deveria controlar (Av) est
enfraquecido, quanto o elemento que deveria ser controlado (Neto) esteja forte demais. Seria
um desequilbrio nesses dois elementos, e dessa maneira muito mais severa8, 16.
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5. Cinco Elementos Aplicados na Medicina Tradicional Chinesa.
Como vimos antes os Cinco Elementos so, juntamente com a Teoria do Yin e Yang
base da filosofia chinesa, e isso no poderia ser mais verdade do que quando pensamos em M
Os relacionamentos entre os Cinco Elementos vo exemplificar todos os mecanismos fisiolgi
patolgicos dentro do corpo. Os Cinco Elementos formam um modelo de como os rg
Vsceras, tecidos, odores, sabores, cores se relacionam entre si na fisiologia e patologi
Medicina Tradicional Chinesa8.
Na prtica no possvel separar o uso das teorias do Yin e Yang e dos Cinco Elemen
na Medicina Tradicional Chinesa. Podemos diferenciar em cada Elemento o seu componente
(rgos) e Yang (Vsceras), mas quando vamos aplicar as relaes e conhecimentos prt
vemos que muitas vezes uma relao complexa entre Yin e Yang e os Cinco Elementos m
correta em certos casos. Por exemplo: a diminuio do Yin de gua (Rins) vai causar um aum
e possvel excesso do Yang de Madeira (Fgado)16.
As aplicaes dos Cinco Elementos englobam praticamente toda a MTC, principalm
sero discutidos: Fisiologia, Patologia, Diagnstico e Tratamento.
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5.1 Cinco Elementos aplicados a Fisiologia
Os Cinco Elementos vo formar a base da teoria chinesa dos Sistemas Internos ou Zh
Fu. Esses sistemas vo seguir as relaes de Gerao e Controle, e em menor grau, a rel
Cosmolgica8.
Os elementos passam a ser chamados pelos nomes de seus Zhang correspondentes, astemos que Madeira Fgado, Fogo Corao, Terra Bao-Pncreas, Metal Pulmo e g
Rim.8, 13, 16
5.1.1 Relao de Gerao entre os rgos.
Essa aplicao dos Cinco Elementos nos mostra que os rgos so interdependente
com isso existiro relaes recprocas que vo beneficiar todos os sistemas.
Podemos aplicar essa relao de maneira sucinta como segue:
Fgado me de Corao: no Fgado estocado o Sangue, que vai ser imprescindvel
que o Corao controle a Mente8, 16.
Corao me do Bao-Pncreas: Corao vai aquecer o Bao-Pncreas ajudando
funo16.
Bao-Pncreas me do Pulmo: Bao-Pncreas vai fazer a transformao dos alimenque subir para os Pulmes para este terminar de fazer o Qi Torcico8, 16.
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O Pulmo me do rim: Pulmo vai purificar e descender o Qi para que encontre o R8,
16. Tambm o Pulmo que envia os fluidos em descendncia par ao Rim.8
Rim a me de Fgado: o Yin de Rim (Jing) vai alimentar ou nutrir o Fgado.8, 16.
5.1.2 Relao de Controle entre os rgos
Como vimos antes to importante quanto a relao de Gerao, a relao
Controle, isso vlido tambm para a aplicao nos Sistemas Internos. No entanto, no deve
pensar na relao de controle como a limitao de um sistema para com o outro e sim uma re
de auxlio imprescindvel para manter o equilbrio8.
Assim teramos:
Fgado controla o Bao-Pncreas: Fgado pode drenar a congesto do Bao-Pncreas.
Bao-Pncreas controla Rim: Bao-Pncreas pode deter o transbordamento da gua
Rins.
Rim controla Corao: Rim pode reter o excesso de calor do Corao.
Corao controla Pulmo: o Calor de Corao pode impedir o excesso de refrescam
do Pulmo.
Pulmo controla Fgado: o Qi do Pulmo vai em descendncia controlar a subida do Y
do Fgado.
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5.1.3 Relao Cosmolgica
A melhor representao para a relao cosmolgica aplicada a MTC aquela onde a T
est no centro (como aparece na Fig. 4.1.2). Essa representao claramente mostra a gua co
comeo da sequncia, o que vital para a maneira como trabalhamos com essa relao na MT8.
Os Rins (gua) so o fundamento tanto do Yin quanto do Yang no organismo. no R
onde se estoca a Essncia (Jing); tambm onde fica estocado o Fogo fisiolgico, m
precisamente no Porto da Vitalidade. Tanto o Jing como esse Fogo podem ser considerados o
e Yang originais do organismo, assim na gua que nascem os fundamentos para todos os o
elementos8.
Dessa maneira o Yin do Rim seria necessrio para nutrir o Yin do Fgado e do Cora
Yang do Rim seria para fortalecer o Yang do Bao-Pncreas e do Pulmo.
Fig 5.1.3 Sequncia Cosmolgica com gua na base, demonstrando a interaentre as partes Yin e Yang do Rim. Note que mesmo nessa figura ainda exium elemento Terra (Bao-Pncreas) no centro, gerando e tonificando o sistem
Vemos que o Elemento gua (Rim) se subdivide em suas partes Yin e Yang e es
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subdivises vo nutrir rgos diferentes8. Vemos tambm o papel importantssimo do Bao-
Pncreas como tonificante de todos os outros rgos.
Para resumir a Sequncia Cosmolgica na Fisiologia temos a Fig. 4.1.2:
Fig. 4.1.2 Sequncia Cosmolgica representada com Terra no centro.
Rim nutre Corao: Rim controla a ascendncia da gua que dever subir em ascend
para nutrir o Corao, o Fogo deste descer para o Rim. Essa relao exemplifica a ralao e
Essncia (Jing) e Mente (Shen) onde se a Essncia estiver debilitada (Rim) a Mente sof
(Corao).
Bao-Pncreas como o Centro: Bao-Pncreas vai nutrir todos os outros rgos,
mostra que fora o Rim, esse seria o segundo rgo em importncia na fisiologia.
Bao-Pncreas como suporte para o Corao: Terra est entre gua e Fogo. Na pr
Bao-Pncreas vai sustentar Corao na medida que o primeiro produz o Sangue do qual o
depende.
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5.2 Cinco Elementos Aplicados a Patologia.
Os Cinco Elementos exemplificam relaes muito importantes para o entendimento
Patologia na MTC. Os Cinco Elementos tem inclusive relaes negativas que iremos usar
explicar nossas Patologias, so elas: Relao de Excesso de Trabalho e Relao de Les8.
Tambm podem ser chamadas de Sequncias de Agresso e Contra-dominao (Ultrrespectivamente16
5.2.1 Relao de Excesso de Trabalho.
A relao de Excesso de Trabalho ou Agresso quando um elemento, que normalm
tem relao de Controle sobre o outro, acaba fazendo isso de forma excessiva.8, 16
As aplicaes na MTC, conforme os rgos afetados so:
Fgado superage o Bao-Pncreas: [...] a Madeira aproveita a fraqueza da Terra
agride16, o Fgado dificulta a funo de transporte e amadurecimento do Bao-Pncreas, causa
diarria. H outra possibilidade, se analisarmos o Fgado invadindo Estmago (parte Yang
Bao-Pncreas) isso impede a descendncia do Qi do Estmago causando nuseas.8
Corao superage Pulmo: O Fogo do Corao pode secar o Pulmo causando um pad
patolgico chamado de Deficincia do Yin do Pulmo, causando tosse e falta de voz8, 16
.Bao-Pncreas superage Rim: se o Bao-Pncreas acaba criando muito Umidade,
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atrapalhar a funo do Rim de transformao e transporte dos lquidos pelo Rim8.
Pulmo superage sobre Fgado: raramente acontece na prtica, mas seria um caso
Deficincia de Pulmo desencadeando Estagnao do Qi de Fgado8
Rim superage sobre Corao: se Yin do Rim for deficiente (por exemplo na velhice16) , o
Calor Vazio forma-se e pode ser transmitido ao Corao.8
5.2.2 Sequncia de Leso
Essa sequncia acontece quando a relao de Controle se d em direo coronria16. Isso
quando o elemento que supostamente deveria estar controlando o outro acaba sendo dominad
esse ltimo.
Essa relao supe que ambos os elementos esto desequilibrados, isso tanto o Elem
Av tem que estar fraco, quanto o Elemento Neto estar exacerbado16, 18.
Na MTC a aplicabilidade dessa Sequncia seria8:
Fgado lesiona Pulmo: o qi do Fgado pode estagnar e obstruir o trax e a respirao.
Corao lesiona Rim: o Fogo do Corao pode invadir o Rim e ocasionar a Deficinci
Yin de Rim
Bao-Pncreas lesiona o Fgado: quando o Bao-Pncreas retm Umidade, pode haver
fluxo abundante e obstruir o fgado causando Estagnao do Qi do Fgado.
Pulmo lesiona Corao: se o Pulmo for obstrudo pode prejudicar a circulao do Q
Corao.
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Rim lesiona Bao-Pncreas: se o Rim no transforma os fluidos, Bao-Pncreas p
sofrer e se tornar obstrudo pela Umidade.
5.2.3 Outra Sequncia Patolgica.
Maciocia8
ainda define mais uma sequncia patolgica, seria a sequncia de Geraquando em desequilbrio. Como no uma sequncia por si s e sim um desequilbrio de
relao fisiolgica, no entraremos em detalhes sobre ela, alm disso outros autores no inc
essa Sequncia como causa principal de patologias.
Para Maciocia ento:
Concluindo, cada Elemento pode sair do equilbrio de quatro maneiras [...]:a) Est em excesso e superage sobre outro ao longo da sequncia do ExcessoTrabalho.b) deficiente, sendo lesionado por ouro Elemento ao longo da sequncia Lesoc) Est em excesso e consome excessivamente do seu Elemento-Med) deficiente e falha para nutrir seu Filho (1996, p. 38)
5.3 Cinco Elementos Aplicados ao Diagnstico
A teoria dos Cinco Elementos aplicada ao Diagnstico de maneira estreitame
relacionada com as leis de interdependncias, principalmente s relaes entre os Elementos,
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caractersticas e os Zang Fu (rgos e Vsceras).
Os odores, sabores, sons, cores, estados emocionais e assim por diante, podem ser sent
pelo praticante de MTC no corpo do doente, com finalidade de obter o mximo de informa
sobre seu estado de sade e o diagnstico dos desequilbrios em questo.
Segundo Auteroche e Navailh:
As modificaes anormais na atividade dos rgos do corpo humano e em su
relaes mtuas podem todas se refletir na tez do rosto, no som da voz, no apetno pulso. As variaes da tez, da voz, do apetite, do pulso, podem ento serpara restabelecer o diagnstico (1992, p. 29)
A correlao entre os Cinco Elementos e outros fenmenos da natureza so muito ant
na filosofia chinesa. bem possvel que o conceito de dividir o Universo em Cinco Eleme
tenha aparecido no comeo, exclusivamente, como uma forma inicial de categorizao da natu
mas, para a MTC, o modelo de correspondncias dos Cinco Elementos amplamente utilizad
diagnstico, sendo baseado sobretudo na correspondncia entre os Cinco Elementos e odor,
sabor e som. (Maciocia, 1996 p.38).
Um agrupamento de vrios fenmenos como sabores, rgos e animsacrificiais; em cinco representantes bsicos uma coisa, a viso que exiuma relao entre esses agrupamentos e uma interao dinmica entre os CiElementos individuais outra. A postulao desses relacionamentos interaes, no entanto, est no mago da doutrina de correspondncisistemticas no geral e nas doutrinas do Yin e Yang e Cinco Elementos eparticular (Unshuld, 2003, p. 102)
Os Cinco Elementos so a correspondncia mais usada para explicar a maneira com
rgos se interrelacionam. Vrios textos antigos, incluindo oSun wentrazem listas e mais listas
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dessas correspondncias. A real importncia dessas relaes no diagnstico e tratamento pela
pode ser exemplificada com a seguinte passagem de Unschuld:
Devido a doutrina dos Cinco Elementos explicarem o efeito de certos agenambientais, como sabores, gostos e tambm fatores climticos, em processfisiolgicos e patolgicos, tambm empregado para prover umracionalizao para o uso teraputico desses agentes. Na base das interaentre as vrias unidades do organismo, a doutrina dos Cinco Elementos ainusada para se descobrir o processo de transmisso da doena no organismopara diagnosticar sua atual localizao. (2003, p. 112)
5.3.1 O Diagnstico atravs do exame do Paciente.
O mtodo de diagnstico na Medicina Tradicional Chinesa muito diferente do
atualmente se v na Medicina Ocidental. Obviamente que na poca em que foram estabelecid
critrios diagnsticos chineses no eram conhecidos mtodos invasivos ou laboratoriais como
usados na Medicina Ocidental13.
Os praticantes da MTC tem, no entanto, uma forma muito peculiar e completa de inte
com seu paciente. Essa interao que vai levar ao Diagnstico e apontar o caminho do Tratam
na MTC pode ser resumido no conceito chins de exame fsico13.
Auteroche e Navailh chamam essa parte do processo de obteno de dados do pacient
as 4 auscultaes as definem como:
- No decorrer da INSPEO, o mdico estuda as alteraes gerais olocalizadas da fisionomia do paciente e de sua morfologia.
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- O INTERROGATRIO permite conhecer as circunstncias de aparecimene a evoluo da doena, assim como os outros fatos a ela relacionados.- E EXAME AUDIO-OLFATRIO permite ouvir o som da voz e odiversos rudos emitidos pelo doente e sentir os odores do corpo.- Por ocasio da PALPAO, o mdico toma o pulso do doente e palpo trax, a bacia, os membros, as mos e os ps. (Auteroche e Navail1992, p.145)
As correlaes com os Cinco Elementos so a base para todas essas etapas do diagnst
Conforme elucidam O'Connor e Bensky:
A formulao de um diagnstico condiciona a estratgia de tratamento. verdade, sem um conhecimento adequado dos quatro mtodos de diagnsticimpossvel fazer um adequado uso de quaisquer tcnicas teraputicas chinesincluindo a Acupuntura. (O'Connor e Bensky, 1996, p.21)
A Inspeo observar a cor e esprito do paciente.
A observao da cor o mtodo mais importante de diagnstico na MTC8
. A cor geralmente observada na face e um desequilbrio em um determinado Elemento / rgo v
apresentar com a mudana de tonalidade, conforme as leis de correspondncias, na cor da
Uma particularidade da inspeo o exame chins da lngua, onde cada parte desse rg
representativo de um Elemento e suas correspondncias8, 13, 16.
A Audio Olfao o exame dos cheiros, alm da voz, do tom, dos sons, da respira
do modo de falar, e da tosse8, 13. Os sons orgnicos como voz, respirao e tosse so usados pel
mdico para saber qual o Elemento afetado, no entanto para a olfao:
Os odores que correspondem aos diversos rgos tm duas principais fundiagnsticas: primeiro, o mdico pode 'cheir-los' e distinguir qual rgo qest afetado e em segundo lugar, os pacientes podem sentir o cheiro e serecapazes de dizer se o determinado rgo apresenta melhora (O'ConnorBensky, 1996, p. 24)
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O Interrogatrio o aspecto mais importante atualmente para se fazer um diagnstic
Medicina Ocidental. Na MTC nem sempre esse foi o caso, mas atualmente no se conse
conceber uma MTC sem o Interrogatrio. Os Cinco Elementos esto presentes na hora em q
pergunta ao paciente sobre seus hbitos de vida, dieta e apetite13, emoes e paladar8.
Palpao na Medicina Tradicional Chinesa apresenta 3 formas: primeiro se apalpa as
do corpo onde existe a afeco (dor, edema, calor, frio, etc...); segundo apalpa-se ponto
acupuntura (e dependendo do meridiano a que pertence esse ponto saberemos qual sistema e
afetado); terceiro palpa-se o pulso (que tem 6 subdivises e isso nos remete aos 5 Elementos).
Embora seja de uma simplicidade e utilidade surpreendentes, o uso dos Cinco Eleme
no deve ser levado s ltimas consequncias como o nico mtodo de diagnstico na M
conforme alerta Maciocia:
Como foi realado anteriormente, no diagnstico chins, nem semprepossvel fazer uma correlao entre os dois fenmenos sobre uma base de upara um. O que conta a localidade de cana fenmeno no padro como utodo. Por exemplo, uma face avermelhada acompanhada de um gosto amarna boca, insnia, lceras bucais e palpitaes indica realmente uma alterado Fogo [Corao (Xin)], mas uma face avermelhada com respirao aceleramuco amarelo e tosse indica uma alterao no Pulmo (Fei); uma facavermelhada com sintomas de irritabilidade, gosto amargo na boca, cefalitonturas indica uma alterao no Fgado (Gan). (1996, p. 40)
5.4 Cinco Elementos no Tratamento.
H vrias maneiras pelo qual podemos usar os Cinco Elementos no tratamento de Os pulsos mais proximais tanto Direito quanto Esquerdo s o remetidos ao Rim gua ( o esquerdo o Yin do Rim e o Direito aoYang do Rim) dessa maneira a correspond ncia dos Cinco Elementos se mant m mesmo com 6 posi es do Pulso. (O'Connor eBensky 1996, p. 27)
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paciente, segundo Maciocia elas podem ser divididas em duas sub-categorias: Tratament
acordo com as vrias sequncias e Tratamento de acordo com os cinco Pontos de Transpo
(1996, p.43)
5.4.1 Tratamento de acordo com as vrias sequncias.
Essa modalidade de tratamento se baseia nas relaes entre os Elementos, e no fato
desequilbrios estarem relacionados com um ou mais desses Elementos poderem estar ou
excesso ou em deficincia.
Trataramos um Elemento com base nas suas inter-relaes com os outros seguindo
relaes de Gerao, Controle, Excesso de Trabalho, Leso e Cosmolgica.8
Todas as relaes acima podem ser caminhos e maneiras de tratamento. Todo Eleme
pode ser alvo de desequilbrio por outros e tambm pode afetar outros quando est
desequilibrado8.
Auteroche e Navailh do exemplos dessas maneiras de tratamento com base nas difere
relaes:
Os mdicos das pocas posteriores ao NanJing, estabeleceram, na utilizaoda lei Produo-Dominao Agresso-Ultraje, mtodos de tratamento ainmais exatos, tais como:Reforar a Terra para produzir Metal.Umedecer a gua para manter a Madeira irrigadaSustentar a Terra para conter a MadeiraFortificar a gua para conter o Fogo (1992, p. 30)
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5.4.2 Tratamento de acordo com os Pontos de Transporte (Su antigos)
Pontos de Transporte (pontosSu), tambm chamados de pontos de comando8 so pontos
de acupuntura que se localizam distalmente dos cotovelos e dos joelhos8.
Em cada meridiano encontramos um microcosmo que tambm seguiria a teoria dos C
Elementos com todas as suas relaes e propriedades. Esse sistema seria representado pelos p
de Transporte.
Para ilustrar a natureza destes pontos, os antigos chineses comparavamseco do Meridiano entre os dedos [das mos] / dedos dos ps e cotovelo joelhos a um rio, iniciando-se no ponto 'Nascente' na ponta dos dedos [dmos] ou dos dedos do p, tornando-se gradualmente maiores e maprofundos, finalizando no 'ponto-mar' nos cotovelos ou joelhos. (Macioc1996, p. 437)
Esses pontos entre os cotovelos / joelhos e as extremidades so mais superficiais e mais dinm
que outros pontos no corpo, dessa maneira esses pontos so muito usados na prtica clnica, sendo po
inclusive fazer Acupuntura utilizando somente esses pontos8.
Os chineses denominaram esses pontos conforme sua relao com a analogia do rio indo
direo ao mar: Nascente, Manancial, Riacho, Rio e Mar8. Dependo se o meridiano for Yin ou Yang, cada
ponto desses ser governado por um elemento. Se o meridiano for Yang o ponto Nascente seria Metameridiano Yin o ponto Nascente pertence a Madeira8.
Na prxima pgina teremos uma tabela com os pontosSuantigos dos meridianos e os Elementos a
quais pertencem.
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Pontos de Transporte dos Meridianos
Meridianos Yang
Meridiano Nascente
(Metal)
Manancial
(gua)
Riacho
(Madeira)
Rio
(Fogo)
Mar
(Terra)Intestino Grosso IG 1 IG 2 IG 3 IG5 IG11Triplo Aquecedor TA 1 TA 2 TA 3 TA6 TA10Intestino Delgado ID 1 ID 2 ID 3 ID5 ID8Estmago
E 45 E44 E43 E41 E36Vescula Biliar VB44 VB43 VB41 VB38 VB34Bexiga B67 B66 B65 B60 B40
Meridianos Yin
Meridiano Nascente
(Madeira)
Manancial
(Fogo)
Riacho
(Terra)
Rio
(Metal)
Mar
(gua)
Pulmo P11 P10 P9 P8 P5Pericrdio PC9 PC8 PC7 PC5 PC3Corao C9 C8 C7 C4 C3Bao-Pncreas BP1 BP2 BP3 BP5 BP9Fgado F1 F2 F3 F4 F8Rim R1 R2 R3 R7 R10
Tabela 5.4.2 PontosSuantigos e os Elementos a qual pertencem8, 13, 16.
Esses pontos podem ser usados de acordo com a relao de Gerao para equilibrar c
meridiano. Segundo Maciocia textos antigos dizem que: 'No caso de Deficincia tonificar a
no caso de Excesso sedar a Criana' (1996, p. 445)
Desse modo se fssemos tonificar algum meridiano, iramos na Tabela 5.4.2 e achara
o ponto nesse meridiano que seria a me do Elemento a qual o meridiano pertence e tonificar
esse ponto. Se quisssemos, ao contrrio, sedar o meridiano sedaramos o seu filho. Exemplos
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tonificar Pulmo (elemento Metal), tonificaramos sua me (Terra), assim tonificaramos o p
P9; para sedar Fgado (elemento Madeira) sedaramos seu filho (Fogo), assim sedaramos o p
F2. Esse um mtodo muito til e utilizado amplamente na prtica clnica, no enta
Macciocia faz uma avaliao mais aprofundada de seus usos:
De acordo com essa teoria, portanto, cada Meridiano apresenta uponto de tonificao e sedao correspondente aos seus Elementos MeCriana respectivamente. Deve-se enfatizar, portanto, que a tcnica de pun importante na tonificao ou sedao; em outras palavras, no podemcontar somente com a natureza tonificadora ou sedativa de um ponto, patonificar ou sedar.
Alm disso, a natureza tonificadora ou sedativa de um ponto freqentemente muito ignorada pelas suas outras caractersticas, de maneque a regra da tonificao ou sedao de acordo com os pontos de sedaotonificao sofrem muitas excees. (Maciocia, 1996 p. 445)
H outras maneiras significativas na prtica clnica de se usar os pontosSuantigos, como
expelir fatores patognicos e de acordo com as mudanas das estaes8, 13, mas no sero
abordadas aqui por fugirem da discusso de tratamentos segundo os Cinco Elementos.
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5.5 Consideraes finais dos Cinco Elementos MTC:
A teoria dos Cinco Elementos amplamente usada na MTC. O sistema
correspondncias dos Cinco Elementos vai nos ajudar a entender as alteraes fisiolgic
patolgicas, e ajudar a achar o tratamento correto que ocorre com as mudanas de estaes, c
passar das horas, com o clima e at com a idade8, 16
.Todas as relaes entre os Cinco Elementos aplicadas Fisiologia so excelen
guias para o entendimento dos complexos mecanismos de auto-regulao de um sistema vivo
entanto, citando Maciocia8:
As referncias feitas anteriormente so alguns exemplos das limitaes modelo de correspondncias dos Cinco Elementos. A limitao bsica consino fato de que o modelo de correspondncias dos Cinco Elementos transformse num modelo rgido de relacionamento entre as partes individuais, e, nprocesso de adequar todas as coisas dentro desta classificao, muitsuposies e correlaes duvidosas tiveram que ser feitas (1996 p.36)
Maciocia tambm critica o uso irracional dos modelos das relaes dos Cin
elementos:
importante lembrar na prtica que as sequncias de anteriormenmencionadas dentre os sistemas so somente um modelo de relacionamendos Cinco Elementos e que podem sofrer inconsistncias, deficinciasarbitrariedades. Embora esse modelo possa ser extremamente til na prticlnica, no se devem esquecer as reais funes dos sistemas e como estinteragem uns com os outros. Em outras palavras, no devemos cometer o ede utilizar os smbolos por si s (os Cinco Elementos), e no o que el
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representam (a interao das funes dos Sistemas Internos). (1996, p.30)
Esse uso equivocado dos Cinco Elementos como mtodo de simplificao fica evid
tambm na obra de OConnor e Bensky:
O mundo apia a teoria dos Cinco Movimentos que um sistema dcorrespondncias, nas quais esto os fundamentos da fisiologia chinesa. Pornos modernos livros chineses sobre Medicina Tradicional (tal como este) suenfatizada a importncia dos componentes especficos associados correspondncias e existem relativamente poucas referncias sobre isto. Pcontrrio, os Cinco Elementos so, geralmente, usados como um mtodo msucinto para lembrar as relaes entre os rgos (quando isto for convenienou como um conceito terico do qual derivam certos mtodos de seleo pontos de Acupuntura. Uma aplicao mecnica da teoria, como para a escodos pontos, baseados exclusivamente nos Cinco Movimentos no seencontrada neste livro e este aspecto foi definitivamente desencorajado (19p. 7-8)
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CAPTULO 3:Teoria das Substncias Vitais
Cincia organizar o conhecimento
Sabedoria organizar a vida
- Immanuele Kant
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1. Conceito
As Substncias Vitais so a base para as interaes fisiolgicas e patolgicas
organismo.8
a interao dessas Substncias Vitais com os rgos que vai originar tudo o q
estudamos em Medicina Chinesa. O corpo e a mente no so vistos como um mecanismo (m
que complexo), mas como um crculo de energia e substncias vitais interagindo uns com os o
para formar o organismo (Maciocia, 1996 p.49)
Outra maneira como as Substncias Vitais podem ser relacionadas com os rgo
expressa da seguinte maneira:
Sua origem, desenvolvimento, circulao e sua distribuio, s podem efetuse graas atividade funcional das vsceras. Mas, inversamente, a atividafuncional das vsceras no se pode manifestar sem que o Qi, o sangue e lquidos orgnicos lhes sirvam de base material (Auteroche e Navailh, 199p. 33)
As Substncias Vitais so definidas como sendo: Qi, Xue (Sangue), Jin Ye (Lqui
Corpreos), Jing (Essncia)8, 13, 16 e alguns autores consideram Shen (Mente) como a quinta
Substncia Vital8.
Essas Substncias Vitais so manifestaes diferentes de um mesmo princpio univers
Qi. Maciocia escreve:
A base de tudo o Qi: todas as outras substncias vitais so manifestaesQi em vrios graus de materialidade, variando do completamente material,como os Fluidos Corpreos (Jin Ye), para o totalmente imaterial, tal comoMente (Shen) (Maciocia, 1996, p.50)
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2. Qi.
O Qi (pronuncia-se 'tchi') uma palavra no traduzvel do lxico chins, significa u
tendncia, movimento, algo como energia.(O'Connor e Bensky 1996 p. 8).
O caractere para Qi indica algo que seja material e imaterial ao mesmo tempo, isso in
que a noo de Qi traz em si o dualismo entre matria e energia8
.
Qi a base para todos os fenmenos no universo (Maciocia, 1996, p.50) e tamb
origem das outras substncias vitais, e sua caracterstica que vai diferenciar entre uma estr
viva e uma mineral.
No corpo humano o Qi sofre muitas variaes e algumas patologias, vamos estudar e
variaes aplicadas ao universo, ento tambm veremos suas aplicaes na MTC e no c
humano e ento tentaremos mostrar suas relaes patolgicas.
2.1 Traduo do termo Qi.
A maior dificuldade conceitual para o praticante Ocidental de MTC est na dificuldad
traduo do termo Qi. No existe uma palavra Ocidental que possa exprimir todas as sutilez
variaes que o termo chins Qi quer representar.
Como escreve Unschuld:
No existe um nico termo moderno que possa acompassar todos ess
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significados e camadas. O conceito de Qi tambm sofreu numerosas emendareinterpretaes, e no deve surpreender que seja impossvel resumir essemendas e reinterpretaes sob um nico conceito na usagem do sculo XX(Unschuld, 2003, p. 145)
O mais prximo que a Filosofia Ocidental chegou a igualar o conceito chins Q
comparando-o com o Pneuma(vapor) dos antigos Filsofos Gregos. Essa comparao no pode s
feita de modo completo, mas aparentemente tanto Pneumaquanto Qi se originam da noo de algo
primordial para a vida e para o Universo. Esse algo primordial em ambas as culturas
similaridades com o conceito de respirao ou vapor18. Interessante notar como culturas que no
tinham contato conseguiram durante sua evoluo filosfica chegar a um conceito com rela
semelhanas.
Com base nessa idia:
Comeando com Anaximenes do sc. VI a.C. Filsofos grego
antigos falavam de pneumaao invs de ar/aer quando eles descreviam a coisaprimordial que permeava o universo, algo que est constantemente se movene que, atravs de concentrao e disperso, forma todas as coisas. Pneumaetimologicamente relacionada com pnein, ou seja, respirar. Os antigoschineses associavam o Qi com a respirao na higiene macrobitica, e demaneira que, pelo menos em parte, alguns paralelos podem ser traados enas percepes Gregas e as Chinesas.
Na poca que esses tratados foram incorporados noSu Wenestavamsendo escritos, uma infinidade de consideraes filosficas, macrobiticamdicas, tinham sido anexados ao significado de Qi. Embora 'no seja claroQi se originou como uma palavra para vapores atmosfricos (nuvens vapd'gua, etc) que foi generalizado para se referir a fonte de vitalidade humantodo o resto; ou se Qi era um termo para a coisa que sustentava a vida querecebia de comida, bebida e do ar ou respirao, que era estendido paramundo natural', a composio de esses elementos na grafia sugerem uparalelo com a noo grega de 'vapores originando da comida' que figuravto proeminentemente na biologia de Aristoteles e em alguns escritHipocrticos. (Unschuld, 2003, p. 145)
Por mais difcil no entanto que se aparente essa traduo alguns autores, na falta de te
melhor, tem traduzido Qi de diversas maneiras, algumas dessas tradues so: vapor18, energia,
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fora material, ter, matria, matria-energia, fora vital, fora da vida, poder vital, pode
locomoo.8
Segundo Maciocia:
A razo da dificuldade em traduzir a palavraQi corretamente consiste em suanatureza fluida, pela qual oQi pode assumir manifestaes diferentes e serdiferentes coisas nas mais diferentes situaes (Maciocia, 1996, p. 50)
Na sua maioria os textos Ocidentais tentam, ao invs de traduzir o termo Qi, fazer al
tipo de exposio de suas caractersticas e de seu modo de funcionamento, podendo assim fugdificuldade de tradues e usar esse termo no seu original chins. Maciocia vai concluir
comentrio sobre a traduo desse termo da seguinte forma: Por causa da dificuldade
encontrar uma traduo apropriada para este termo, resolvi no traduzi-lo, assim como acon
com os termosYin e Yang(1996, p.50).
Ou mesmo com Unschuld:
No entanto, usos noSu Wensugerem que o sentido de 'vapor' se tornoualtamente abstrato no decorrer do tempo. Por exemplo, difcil imaginar qmudanas um vapor pode ter sido submetido para 'agredir' os vasos. Desforma preferimos usar, na traduo doSu Wen, uma transliterao deqi paraQi. Embora essa transliterao tenha o defeito de totalmente ofuscar as razconceptuais do termo, faz com que seja mais fcil justapor e comparar Qi c pneuma, dessa maneira podemos diferenciar entre um conceito nico tradiChinesa e ouro nico tradio Europia concernindo uma compreenso ca
vez mais complexa de um constituinte 'material, no entanto uma voltilperm