academics_3565_201011191224119d87
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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA.CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA.
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO.
JOSÉ IVAN VASCONCELOS MARTINS
VARIÁVEIS INFLUENCIADORAS DA COMPRA POR IMPULSO EM AMBIENTE ONLINE: UM ESTUDO NA CIDADE
DE SOBRAL
SOBRAL/CE 2010
1
JOSÉ IVAN VASCONCELOS MARTINS
VARIÁVEIS INFLUENCIADORAS DA COMPRA POR IMPULSO EM AMBIENTE ONLINE: UM ESTUDO NA CIDADE
DE SOBRAL
Monografia apresentada como requisito para conclusão do Curso de Administração, da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA), para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientadora:
Prof.ª Maruza Vieira Barboza, Ms.
Sobral/CE2010
2
José Ivan Vasconcelos Martins
VARIÁVEIS INFLUENCIADORAS DA COMPRA POR IMPULSO EM AMBIENTE ONLINE: UM ESTUDO NA CIDADE DE SOBRAL
Esta monografia de graduação foi submetida a uma banca examinadora do Curso de
Administração, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de
Bacharel em Administração, outorgado pela Universidade Estadual Vale do Acaraú –
UVA, encontrando-se à disposição dos interessados na Biblioteca Central desta
Instituição de Ensino Superior. A citação de qualquer trecho é permitida, desde que
seja feita de acordo com as normas e ética científica.
_____________________________________________
JOSÉ IVAN VASCONCELOS MARTINS
Aluno
MONOGRAFIA APRESENTADA EM: _____/_____/2010
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof.ª Maruza Vieira Barboza, Ms.Orientadora - UVA
_____________________________________________
Prof. José Hamilton Maximo de Almeida, Ms.Examinador - UVA
_____________________________________________
Prof. Heráclio Antônio Bastos da Silva, Esp.Examinador - UVA
3
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
DISCIPLINA MONOGRAFIA
AVALIAÇÃO DE MONOGRAFIA
Comunicamos à Coordenação do Curso de Graduação em Administração e à
Coordenação de Monografia que a Monografia do estudante JOSÉ IVAN
VASCONCELOS MARTINS intitulada “VARIÁVEIS INFLUENCIADORAS DA
COMPRA POR IMPULSO EM AMBIENTE ONLINE: UM ESTUDO NA CIDADE DE
SOBRAL” foi submetida à apreciação da banca examinadora composta pelos
seguintes professores:
1. Prof.ª Maruza Vieira Barboza (Orientadora)
2. Prof. José Hamilton Maximo de Almeida (Examinador)
3. Prof. Heráclio Antônio Bastos da Silva (Examinador)
No dia 18/06/2010 às 09:00 horas
A monografia foi.......................................................... pela banca examinadora
e obteve nota ................ (.......................).
REFORMULAÇÕES: ( ) Sugeridas ( ) Exigidas
...................................................................................................................................
...................................................................................................................................
___________________________________ ______________________________Prof. JOSÉ HAMILTON MÁXIMO DE ALMEIDA Prof.ª MARUZA VIEIRA BARBOZA
MESTRE MESTRE
____________________________________ ______________________________ Prof. HERÁCLIO ANTÔNIO BASTOS DA SILVA JOSÉ IVAN VASCONCELOS MARTINS
ESP. ALUNO
5
Dedico este trabalho
primeiramente a Deus, pois sem ele,
nada seria possível. Aos meus pais, que
dedicaram toda a vida aos filhos.
6
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus por iluminar todos os dias a minha vida
me dando sabedoria e protegendo os meus caminhos.
Aos meus Pais, Vilma e José Vieira. Pelo imenso amor, constante
estímulo, enorme compreensão e pelas orações.
A professora, orientadora e amiga Maruza Barboza, um muito obrigado
especialíssimo por seu incentivo, dedicação, carinho e respeito em acompanhar
todos os processos deste trabalho e por tantas luzes que me deu.
Aos meus professores, Heráclio Bastos e José Hamilton, integrantes da
banca examinadora.
Aos meus amigos, que nos momentos difíceis sempre me ajudaram.
E a todos que colaboraram aplicando e respondendo a pesquisa para a
conclusão deste projeto.
Para vocês, o meu sincero muito obrigado!
7
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo identificar as variáveis influenciadores da compra por impulso dos consumidores sobralenses no comércio eletrônico. Para a investigação do tema foi feito uma pesquisa exploratória – descritiva mediante levantamento bibliográfico e pesquisa de campo com grupos de estudantes da Universidade Estadual Vale do Acaraú e indivíduos em vários locais do centro de Sobral, que utilizam a Internet para efetuar algum tipo de compra, totalizando 187 questionários, os dados foram analisados mediante o emprego de ferramentas de estatística descritiva. Após análise dos dados foi possível observar que a maioria dos entrevistados acessam a Internet preferencialmente em suas residências e local de trabalho. Os dados sugerem ainda que a compra pela Internet caracteriza-se por apresentar como atratividade principal o preço e os produtos mais consumidos são eletrônico, livros e produtos de informática. Foi observada também, que parece reduzida a incidência de compra impulsiva no ambiente online pelos entrevistados, uma vez que a maioria respondeu comprar somente o planejado.
PALAVRAS CHAVE: comportamento do consumidor. compra por impulso. e-
commerce
8
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01: ESTÁGIOS DO PROCESSO DE DECISÃO DO CONSUMIDOR........19
FIGURA 02: O PROCESSO DE RECONHECIMENTO DE NECESSIDADE............20
FIGURA 03: ETAPAS DA COMPRA POR CONSISTÊNCIA....................................32
FIGURA 04: RELAÇÕES ENTRE CATEGORIAS.....................................................37
FIGURA 05: INTERNAUTAS BRASILEIROS COM 16 OU MAIS.............................38
FIGURA 06: EVOLUÇÃO DE E-CONSUMIDORES (EM MILHÕES)........................38
FIGURA 07: COMPRAS PELA INTERNET..............................................................40
FIGURA 08: COMPRADORES VIRTUAIS COSTUMEIROS....................................40
9
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01: INFLUÊNCIAS NAS SITUAÇÕES DE COMPRA...............................23
QUADRO 02: CATEGORIAS DE COMÉRCIO ELETRÔNICO.................................36
QUADRO 03: CATEGORIAS DE PRODUTOS ADQUIRIDOS PELOS E-
CONSUMIDORES.....................................................................................................39
10
LISTA DE TABELAS
TABELA 01: SEXO DOS ENTREVISTADOS............................................................52
TABELA 02: IDADE DOS ENTREVISTADOS...........................................................52
TABELA 03: RENDA FAMILIAR................................................................................53
TABELA 04: OCUPAÇÃO DOS ENTREVISTADOS..................................................54
TABELA 05: NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS ENTREVISTADOS.........................54
TABELA 06: LOCAL DE ACESSO.............................................................................55
TABELA 07: FREQUÊNCIA DE ACESSO.................................................................56
TABELA 08: EXPERIÊNCIA DE COMPRA PELA INTERNET..................................57
TABELA 09: FREQUÊNCIA DE COMPRA................................................................57
TABELA 10: PRODUTOS COMPRADOS PELA INTERNET....................................58
TABELA 11: VARIÁVEIS INFLUENCIADORAS........................................................60
TABELA 12: COMPRA POR IMPULSO.....................................................................61
11
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 01: NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS ENTREVISTADOS......................55
GRÁFICO 02: LOCAL DE ACESSO..........................................................................56
GRÁFICO 03: FREQUÊNCIA DE COMPRA.............................................................58
GRÁFICO 04: PRODUTOS COMPRADOS PELA INTERNET..................................59
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................132 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................18
2.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR...................................................182.1.1 Processo de decisão de compra do consumidor..................................182.1.2 Variáveis influenciadoras no processo decisão de compra..................252.1.3 Percepção, aprendizagem, crenças e atitudes....................................262.1.4 Compra impulsiva.................................................................................27
2.2 COMÉRCIO ELETRÔNICO........................................................................332.2.1 Introdução............................................................................................332.2.2 Conceito do comércio eletrônico (e-commerce)...................................342.2.3 Categorias de comércio eletrônico.......................................................352.2.4 Dimensões do comércio eletrônico......................................................372.2.5 Alguns aspectos das variáveis do comportamento do consumidor na Internet 412.2.6 O processo de decisão de compra e a Internet....................................422.2.7 Influências Ambientais.........................................................................442.2.8 Intangibilidade na compra via Internet..................................................452.2.9 Compra por impulso na Internet...........................................................46
3 METODOLOGIA DE PESQUISA........................................................................473.1 TIPO DE PESQUISA...................................................................................473.2 DETERMINAÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA....................................473.3 INSTRUMENTOS........................................................................................483.4 MÉTODO E PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS..........................50
4 ANÁLISE DOS DADOS E INFORMAÇÕES.......................................................524.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS DOS ENTREVISTADOS.........................52
5 CONCLUSÃO.....................................................................................................63REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................65APÊNDICE................................................................................................................68
13
1 INTRODUÇÃO
Muitos estudos a respeito do comportamento do consumidor têm dado
grande atenção à busca de maior compreensão do processo de tomada de decisão
de compra. Profissionais da área do marketing, ao longo dos anos, tentam
compreender esse comportamento na tentativa de identificar suas preferências,
atitudes e influências que os levam a adquirir determinado produto em determinados
locais (ENGEL et al. 2005).
Conhecer os consumidores e suas atitudes no momento da compra não é
uma tarefa simples. O consumidor pode deixar claro e declarar suas necessidades e
desejos, entretanto determinadas motivações mais intensas podem levá-lo a agir de
outra maneira (ENGEL, et al. 2005).
A maioria das decisões de compra ocorre dentro do ambiente de loja, no
qual todo processo acontece (SOLOMON, 2002). E é dentro desse ambiente que se
dá um comportamento que abrevia todo o processo decisório de compra, conhecido
como compra por impulso.
As compras por impulso são hoje um fenômeno estudado com crescente
interesse no Brasil. Segundo a revista VEJA – edição nº. 1993, o instituto de
pesquisas de mercado Sense Envirosell, declara que esse é um fenômeno recente
no Brasil, porque até o Plano Real, as compras guiadas apenas pela emoção não
passavam de 5%. Nos últimos anos, esforços têm sido realizados para ampliar o
conhecimento acerca das motivações que levam um indivíduo a adquirir produtos
impulsivamente. Costa (2002) procurou identificar os antecedentes que explicam o
comportamento de compra impulsiva, relacionando variáveis situacionais e de
diferenças individuais.
A compra impulsiva ocorre quando há “desejo repentino e espontâneo de
agir acompanhado por urgência” (ENGEL et al. 2005, p.13). O indivíduo adquire
produtos de forma puramente emocional, desconsiderando as consequências de
seus atos (ENGEL et al. 2005).
Paralelamente a esse fenômeno, difundiu-se uma nova forma de
comercialização de bens e serviços conhecida como e-commerce. A combinação de
uma ampla rede de comunicação onipresente e terminais de alta velocidade que
proporcionam ao consumidor moderno mais exigente e necessitado de informação
14
por questões de tempo, uma maior conveniência. Solomon (2002) diz que, com as
compras pela Internet, as restrições de tempo e espaço, comuns às lojas
tradicionais, tendem a desaparecer.
No princípio da década de 90, poucas pessoas confiavam nessa rede
para fazer suas compras através desse novo advento de comercialização. Porém,
com o tempo, a confiança no ambiente web como plataforma de negócios foi
aumentando ao ponto, das vendas via Internet renderem o equivalente a 10,6
bilhões de reais, valor que corresponde a 30% a mais do total negociado no ano de
2008, conforme revela a 21ª edição do Relatório "WebShoppers” (2010) realizado
pela e-bit.
A Internet está cada vez mais presente na vida dos consumidores,
prestando serviços, divulgando produtos, fornecendo informações, oferecendo
entretenimento e atuando como meio de compras. Com uma maior utilização da
Internet e o aumento do hábito de compras online entre os usuários, motivada pela
vasta gama de produtos disponíveis, hoje em dia é cada vez mais comum comprar
objetos pela Internet com apenas alguns clique. O aumento da popularização do
acesso, juntamente com a variedade de ofertas disponíveis, o varejo online, tem
atraído a atenção de muitos pesquisadores interessados em entender as
implicações desse fato para os consumidores.
Porém no Brasil, observa-se que há carência de uma visão integradora,
que busque explicações a respeito da compra impulsiva no ambiente online. As
investigações realizadas neste campo ainda são deficientes, pois estamos
abordando algo que até pouco tempo atrás o foco estava nas compras ocorridas no
varejo tradicional, fisicamente constituído (COSTA e LARAN, 2003).
Desta forma, surge a necessidade de investigação sobre a compra
impulsiva no meio online, para melhor compreender o comportamento do
consumidor digital, buscando identificar seus principais fatores influenciadores de
modo a auxiliar o desenvolvimento da produção de conhecimento sobre o
comportamento do consumidor sobralense em ambientes virtuais por meio da
Internet.
Pesquisas já apontaram a existência de relações entre estados
emocionais e a compra impulsiva (ALMEIDA e JOLIBERT, 1993), bem como foram
conduzidos estudos sobre as influências ambientais e o comportamento de compra
por impulso (COSTA, 2002), contudo, pouco se sabe sobre os fatores
15
influenciadores da compra por impulso dos consumidores sobralenses em
ambientes virtuais.
A partir da observação na temática acima mencionada, surgiu a
oportunidade de investigação sobre as variáveis influenciadoras da compra
impulsiva no meio Online. Dessa forma o problema de pesquisa proposto nesse
estudo foi: Quais os principais influenciadores da compra por impulso dos
consumidores sobralenses no comércio eletrônico?
Diante disso, esta pesquisa procurou discutir alguns conceitos do
comportamento do consumidor, sobretudo as variáveis influenciadoras da compra
por impulso em lojas virtuais. Justificando-se pela importância de se estudar os
motivos que levam os usuários de Internet a adquirirem algo de forma repentina e
sem controle sobre seus atos, comprando por impulso emocional e desconsiderando
as consequências.
Em meio a esse universo digital, onde as ofertas disponíveis são muitas e
a facilidade e o acesso traz um conforto que agrada a grande maioria, faz-se
necessário observar estes usuários em específico para formular hipóteses sobre tais
comportamentos, compreendendo assim a dinâmica que estabelecem.
Com a finalidade de responder à questão problema, esta pesquisa
pretende-se, como objetivo geral, identificar e analisar as variáveis influenciadores
da compra por impulso dos consumidores sobralenses no comércio eletrônico.
Para isso, foram estabelecidos os seguintes passos na forma de objetivo
específico:
Identificar o perfil demográfico do consumidor virtual sobralense;
Identificar a frequência de acesso e de compra pela Internet dos
internautas sobralenses.
Apontar os produtos que tem mais incidência de compra no meio Online.
Conhecer a existência de compra por impulso dos internautas
sobralenses.
As hipóteses deste trabalho foram fundamentadas na pesquisa
bibliográfica realizada. Apresentam-se, a seguir, as hipóteses de trabalho para sua
inclusão nesta tese. A hipótese geral considera que fatores externos como um
ambiente motivador, atraente e favorável nas lojas virtuais, influenciam o
comportamento de compra impulsiva nos consumidores.
16
Partindo da hipótese geral do trabalho e das questões de estudo
propostas, apresentam-se aqui as hipóteses específicas do estudo:
H1 - Os produtos mais vendidos pela Internet são os eletrônicos, livros;
H2 - A compra por impulso ocorre quando o consumidor se deixa levar por
um apelo das variáveis ambientais do site.
A escolha dessa pesquisa se deve ao fato de que nesta respectiva
instituição de ensino (Universidade Estadual Vale do Acaraú – UEVA) não foram
realizados muitos trabalhos de pesquisa relacionada ao tema em questão. Isto
despertou a curiosidade e motivação para a criação de uma pesquisa que desse a
oportunidade de contribuir com o conhecimento a respeito do consumidor virtual
sobralense de modo que sirva como referência para realização de estudos
acadêmicos posteriores.
Colocados até aqui, as justificativas, os principais resultados do
levantamento bibliográfico, os desafios, objetivos e as hipóteses do estudo, informa-
se que, o presente documento encontra-se, daqui para frente, dividido da seguinte
maneira:
No capítulo 2 “Revisão da literatura” é feita uma breve revisão do
conhecimento em Marketing sobre modelos de comportamento do consumidor, bem
como é apresentada uma revisão bibliográfica sobre o Comércio Eletrônico.
O capítulo 3 “Metodologia de pesquisa” é dedicado a explicar os
construtos utilizados no trabalho, suas inter-relações e como foram
operacionalizados na pesquisa de campo. São detalhados os tipos de pesquisas e
os métodos de coleta, passando pela amostragem e pelas técnicas estatísticas e
científicas a que esses dados foram submetidos.
O capítulo 4 “Análise dos dados” analisa e apresenta os resultados dos
testes realizados para verificação das hipóteses levantadas, Os resultados são
contrapostos ao que se encontrou no levantamento bibliográfico.
O capítulo 5 “Conclusões” ao apresentar um resumo final de tudo o que
foi descoberto e discutido no decorrer do trabalho e também verifica ao o
atingimento dos objetivos, esclarece sobre as limitações do estudo.
O capítulo 6 “Referências Bibliográficas” são listadas as obras que
serviram de insumo para esta monografia e em Anexo é apresentada o questionário
utilizado na pesquisa de campo.
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
Neste capítulo foram apresentados os principais conceitos teóricos e
contribuições de diferentes autores que fundamentaram o trabalho proposto nessa
dissertação. A revisão bibliográfica abordou os principais conceitos da área do
Comportamento do Consumidor. Em seguida foi apresentada a conceituação do
Comércio eletrônico.
2.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
Engel et al., (2005, p.6) definem comportamento do consumidor como
sendo “atividades em que as pessoas se ocupam quando obtêm, consomem e
dispõem de produtos e serviços, incluindo os processos decisórios que antecedem e
sucedem essas ações”.
Segundo Solomon (2002, p.24), “o comportamento do consumidor é um
processo contínuo, e não só o que acontece no instante em que um consumidor
entrega dinheiro ou apresenta seu cartão de crédito (ou de débito) e em troca,
recebe uma mercadoria ou serviço.”
Pode-se, assim, entender que o comportamento do consumidor, inclui outras
etapas alem daquela onde se concretiza a compra.
2.1.1 Processo de decisão de compra do consumidor
Solomon (2002) e outros autores definem que o processo de tomada de
decisão é composto por cinco fases: reconhecimento da necessidade de compra,
busca de alternativas, avaliação das alternativas, compra e a avaliação pós-compra.
Entretanto o modelo desenvolvido por Engel et al. (2005) acrescenta mais dois
estágios no processo; “avaliação pós-consumo” e o “descarte”. Assim, o processo de
tomada de decisão é composto por sete fases conforme o autor (Figura 1).
18
FIGURA 1 - Estágios do processo de decisão do consumidor Fonte: Engel et al. (2005)
Para Engel et al. (2005) o estudo do comportamento do consumidor apóia-
se nesses sete estágios do processo de decisão de compra do consumidor, bem
como os fatores que podem influenciá-lo em cada estágio do processo. A seguir,
esses estágios são mais explorados.
2.1.1.1 Reconhecimento da Necessidade
O reconhecimento da necessidade é apresentado como o estágio inicial
de um processo de decisão de compra. Esse processo ocorre quando o individuo
percebe a diferença entre o estado desejado e a situação atual, suficiente para fazer
surgir e ativar o processo decisório de compra. (ENGEL et al. 2005)
Para Solomon (2002), o reconhecimento da necessidade ou problema
pode ocorrer de modo natural, entretanto muitas vezes o processo é acionado por
esforços de marketing.
Solomon (2002) destaca que o processo de reconhecimento da
necessidade de um produto sucede quando existe uma diferença significativa entre
uma situação atual e alguma situação desejada ou ideal. Engel et al. (2005) dizem
que reconhecimento de uma necessidade ocorre quando o indivíduo sente a
19
diferença entre o que ele percebe ser um estado ou situação ideal versus o estado
ou situação atual, suficiente para estimular e ativar o processo de decisão.
FIGURA 2 - O Processo de reconhecimento de necessidadeFonte: Engel et al., (2005, p. 104).
Segundo Engel et al. (2005) vários fatores podem influir para a ativação
do reconhecimento da necessidade. Dentre esses fatores estão: as mudanças
significativas nos produtos e serviços como novos estilos, desenhos ou layout e
inovações. Recursos como propaganda, displays em prateleiras, e-mail marketing,
também funcionam como forma de ativação. Essas são formas de fazer o
consumidor lembrar-se de uma necessidade. Lembrar o consumidor de uma
necessidade pode ser o suficiente para causar o reconhecimento da necessidade.
Conforme Engel et al (2005), a ativação na mente de consumidor do
reconhecimento da necessidade pode ocorrer por vários fatores incluindo os
estímulos no ponto de venda. Solomon (2002) explica que muitas compras são
influenciadas no ambiente de loja. Segundo o autor, duas a cada três compras no
supermercado são decididas nos corredores da loja.
Para muitas empresas e profissionais de marketing o reconhecimento da
necessidade pode ocorrer por vários fatores (ENGEL et al. 2005). É essencial que
companhias não se descuidem desses fatos e compreendam como se dá o
20
processo de reconhecimento da necessidade, para que não ocorram consequências
negativas. Por essa razão, entender esse estágio do processo traz benefícios
através de novas oportunidades para as empresas, exemplo: um segmento de
mercado com desejos insatisfeitos (estado atual ou real, está em grande
desvantagem diante do estado desejado), isso pode proporcionar novas
oportunidades.
2.1.1.2 Busca de Informação
Tendo as informações reunidas, parte-se para a busca de alternativas
para sua satisfação. Para Engel et al. (2005) este processo pode ocorrer em dois
estágios; busca de informação interna ou busca de informação externa. Na busca
interna, o indivíduo realiza uma procura dentro de sua memória por informações
relevantes para diferentes alternativas de produtos. Esse processo é facilitado por
vivermos em cultura de consumo e cada um dos consumidores possuírem certo grau
de experiência do produto. A busca externa ocorre quando o consumidor percebe
que não existem informações suficientes e relevantes para a tomada de decisão e
recorre assim, a fontes externas como opiniões de pessoas conhecidas,
fornecedores (propaganda, pessoal de vendas, informes, sites e materiais em
pontos-de-venda).
2.1.1.3 Avaliação de Alternativas
A avaliação de alternativas na pré-compra é a fase na qual a alternativa é
avaliada e selecionada de encontro com as necessidades do consumidor.
Os critérios de avaliação são os atributos utilizados pelo consumidor para
o julgamento das alternativas da escolha (ENGEL et al. 2005). Estas alternativas de
escolha podem ser, por exemplo: segurança, confiabilidade, preço, nome da marca,
ponto de venda.
Atributos salientes, no caso da compra de um carro, incluem: preço,
confiabilidade e tipos similares de carros. Os atributos determinantes envolvem:
estilo e acabamento, geralmente determinam qual marca ou loja o consumidor
escolhe. (ENGEL et al. 2005).
Os consumidores poderão decidir sobre sua compra depois de definidos
os critérios de avaliação. Algumas regras ou métodos integram esse processo de
21
escolha de alternativa e de marca, ajudando na fase de decisão de compra. Essas
regras de decisão são classificadas como regras compensatórias e regras não
compensatórias (WELLS e PRENSKY Apud COSTA, 2002).
Engel et al. (2005) explicam que nas regras compensatórias, a fraqueza
de um atributo pode ser compensada pela força observada de outro atributo. Para as
regras não compensatórias, a fraqueza de um atributo não pode ser compensada
pela força de outro atributo. Entretanto, não é raro que essas regras,
compensatórias ou não compensatórias, sejam colocadas de lado no processo de
decisão. Muitas vezes regras mais simplificadas como a heurística, são utilizadas
por não exigir amplas avaliações comparativas, principalmente para compras de
risco reduzido e baixo envolvimento (SOLOMON, 2002).
2.1.1.4 Compra
A decisão de compra vem após a avaliação das alternativas. O
consumidor nesse momento escolhe o produto e a marca de sua preferência.
Segundo Engel et al. (2005) as pessoas compram para poder possuir
algo, mas existem muitas razões pessoais e sociais para o consumo.
Variáveis como promoções, qualidade do serviço, limpeza do local, preço,
conhecimento geral do mercado podem influenciar a decisão de compra, como
também a influência de seus grupos de referência e processos individuais como:
motivação, percepção, aprendizagem, formação de atitude e processo de decisão
(WELLS E PRENSKY apud BAPTISTA 2007).
Variáveis temporais podem também influenciar a decisão de compra.
Como por exemplo, o lançamento de produtos sazonais, ou seja, produtos que se
adéquam as estações do ano, como datas comemorativas, pode estimular o desejo
de compra.
A compra também pode ser influenciada por fatores situacionais
imprevistos, que podem mudar a intenção de compra. Wells e Prensky apud Baptista
(2007) apontam uma série de aspectos de natureza situacional que podem influir no
comportamento de compra do indivíduo, conforme exposto no quadro abaixo:
22
Tipos de influências Exemplos
Características Físicas
LayoutIluminaçãoMúsica e nível de ruídoPropaganda e displays dentro da loja
Condições FacilitadorasCartões de créditoEntrega expressa
Interações SociaisCaracterísticas dos vendedores (conhecimento, cortesia, atitude).Características dos outros clientes
Humor do ConsumidorFome e sedePrazer, raiva, desapontamento.
QUADRO 01 - Influências nas situações de compra Fonte: Wells e Prensky apud Baptista (2007)
Determinados apelos no ambiente de loja, como estrutura física favorável
e uso de elementos áudios-visuais, podem influenciar o comportamento do
consumidor, pois, a partir desses meios, pode-se tornar a experiência de compra
mais agradável.
As interações sociais que ocorrem no ambiente de loja são de grande
importância na decisão de compra. Assim, as interações com os vendedores, o
padrão de atendimento e as características pessoais do vendedor, podem afetar a
decisão de compra.
A pressão do tempo é outro fator influenciador importante no processo de
compra. Solomon (1999) acrescenta que a maior ou menor disponibilidade de
tempo que um consumidor gasta dentro de uma loja, pode afetar sua decisão de
compra. Para Taylor (1994) esse tempo é conhecido como tempo psicológico que
deve ser gerenciado dentro das lojas, pois influencia de modo expressivo a
percepção da qualidade do serviço prestado.
2.1.1.5 Consumo
Logo após o consumidor comprar e tomar posse do produto o mesmo
pode usar, imediatamente ou posteriormente, o produto adquirido.
Para Engel et al. (2005) o modo como os produtos são usados, também
pode produzir reforços ou positivo ou negativo. Um esforço positivo é quando o
consumidor tem algum resultado positivo pelo uso do produto, por exemplo: ir a um
parque de diversão buscando emoção e “adrenalina”. Um esforço negativo permite
23
que o consumidor evite resultados negativos, por exemplo; os colírios são usados
para tirar a sensação ruim de ardência e irritação dos olhos.
Engel et al. (2005) explica o quanto é importante entender a extensão do
consumo e quão retornos positivos ou negativos pode causar, ou e quão
compensador ou não foi a experiência de consumo.
2.1.1.6 Avaliação pós-consumo
O próximo estágio do processo de decisão do consumidor é a avaliação
pós-consumo, onde os consumidores experienciam a sensação de satisfação ou
insatisfação quando a percepção inicial do produto é confirmada (ENGEL et al.
2005).
A fase do pós-consumo começa depois que o consumidor começa a usar
ou consumir o bem ou o serviço. Durante o uso, o consumidor faz uma avaliação da
compra realizada. Segundo Oliver (1997) as respostas dos consumidores serão de
acordo com seus níveis de satisfação:
1. Se o consumidor estiver insatisfeito ele poderá deixar de comprar;
2. O consumidor pode opinar. Os insatisfeitos podem queixar-se ao
fornecedor. Se a resposta for positiva ele pode voltar a comprar, caso seja negativa
os resultados tendem a ser piores, levando o consumidor a fazer propaganda
negativa da empresa por meio de comunicação boca a boca;
3. A Lealdade – os clientes satisfeitos tendem a voltar a comprar, já que a
experiência de compra foi positiva e satisfatória. Entretanto essa lealdade à marca
pode não garantir a mudança de marca do consumidor.
2.1.1.7 Descarte
Após a utilização do produto, surge a questão do descarte, o último
estágio do modelo do processo de decisão do consumidor. De forma bem simples,
nessa fase o consumidor decide por descartar o produto por completo, reciclar ou
até revender. Engel et al. (2005) consideram o descarte como uma etapa importante
no processo de decisão de compra. Cada vez mais ele ganha importância,
especialmente, devido seu papel de impacto no meio ambiente.
A partir do conhecimento do processo de tomada de decisão de compra
desenvolvido por Engel et al. (2005), serão abordados os principais temas
24
relacionados ao estudo, como: os fatores e variáveis que influenciam no processo de
decisão de compra, as principais teorias e contribuições e por fim uma discussão
sobre o tema principal; compra por impulso.
2.1.2 Variáveis influenciadoras no processo decisão de compra
Engel et al. (2005) concordam que o comportamento de compra do
consumidor é influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos.
2.1.2.1 Fatores culturais
Segundo Engel et al. (2005, p.326), a cultura refere-se a um “conjunto de
valores, idéias, artefatos e outros símbolos significativos que ajudam os indivíduos a
se comunicar, a interpretar e se avaliar como membros de uma sociedade”.
A cultura também envolve elementos abstratos e materiais. Elementos
abstratos são como valores, atitudes, idéias, tipos de personalidade e construtos
sumários, como religião ou política e alguns casos a algumas culturas podem
envolver mitos ou superstições. Elementos materiais incluem livros, computadores,
ferramentas, edifícios e produtos específicos (ENGEL et al. 2005).
Segundo Baptista (2007) a cultura tem um importante efeito em como as
pessoas compram produtos e afeta de várias formas as necessidades, a busca e os
estágios de avaliação de alternativas de como os indivíduos tomam as decisões de
compra. Ela também pode ter influência no consumo e no descarte de produto. Além
disso, pode afetar a maneira que os consumidores usam e também descartam seus
produtos.
2.1.2.2 Fatores sociais
Para Kotler e Keller (2006) o comportamento do consumidor também é
influenciado por grupos de referência direta e indireta. Onde grupo de referência são
aqueles exercem algum tipo de influência sobre as atitudes e comportamento de
uma pessoa (família, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, grupos religiosos e
profissionais ou associações de classe).
25
2.1.2.3 Fatores pessoais
Segundo Kotler e Keller (2006, p.179) “as decisões dos compradores são
influenciadas por características pessoais, como idade e estágio no ciclo de vida,
ocupação, circunstâncias econômicas, personalidade, auto-imagem, estilo de vida e
valores”.
Dessa maneira é necessário que a pessoa que está comprando algum
produto, entenda quais os fatores que geraram sua satisfação como também os
fatores que causaram insatisfação.
2.1.3 Percepção, aprendizagem, crenças e atitudes.
Segundo Solomon (2002, p.52), a percepção é “o processo pelo qual as
sensações, relacionada à reação imediata de nossos receptores sensoriais (olhos,
ouvidos, nariz, boca, dedos), são selecionadas, organizadas e interpretadas”.
Então Baptista (2007) explica que no processo de percepção é necessário
que os estímulos físicos estejam relacionados ao ambiente e das condições internas
dos indivíduos, mas podendo variar de pessoa para pessoa, quando expostas aos
mesmos estímulos.
Na exposição de autores como Kotler e Keller (2006) entre outros
estudiosos, as pessoas podem ter diferentes percepções do mesmo tipo de objeto
ou produto, devido a três processos:
Atenção Seletiva: Estímulos que são percebidos, secionados e
filtrados pelo indivíduo.
Distorção Seletiva: Receber a mensagem e fazer interpretações
pessoais que se adapte aos nossos prejulgamentos pessoais.
Retenção Seletiva: retenção da informação que mais nos interessa
e satisfazem nossas crenças e atitudes.
Outro fator importante é o processo de aprendizagem. Segundo Solomon
(2002, p.73), aprendizagem “é uma mudança relativamente permanente no
comportamento causado pela experiência”.
Baptista (2007) explica que grande parte do comportamento humano do
indivíduo é adquirido ao longo da vida quando e por meio da ação e desse
aprendizado, as pessoas adquirem suas crenças e atitudes, ou seja, a crença de
26
uma pessoa pode ter sua base no conhecimento, opinião ou fé que um indivíduo traz
consigo.
Tão importante quanto às crenças são as atitudes. De acordo com Solomon
(2002), a teoria das atitudes foi desenvolvida pelo psicólogo Katz e buscou explicar
como as atitudes facilitam o comportamento social.
2.1.4 Compra impulsiva
A compra por impulso, na qual um desejo irresistível de comprar concorre
com a força de vontade para adiar a recompensa imediata, tem seus estudos
iniciados há mais de sessenta anos. Os primeiros estudos realizados procuraram
avaliar no ambiente supermecadilista o índice de compra por impulso. Desde então,
uma série de pesquisas foi realizada, abordando categorias e tipos de lojas distintas
com propósito de verificar quais eram os canais de distribuição que mais contribuíam
para um elevado índice de impulsividade nas compras (COSTA, 2002).
A preocupação com o entendimento da compra por impulso passou por
uma redefinição conceitual, bem como a necessidade de compreender as
motivações que levam a tal comportamento.
Em uma revisão da literatura Giglio (2005) mostra que não há uma
simplicidade, nem acordo entre as opiniões dos autores para definição da compra
por impulso.
Giclio (2005) explica que as definições tradicionais tratavam a compra
impulsiva como uma compra não planejada. Segundo Costa (2002) essa
semelhança decorria fundamentalmente do foco da investigação do momento, onde
o objeto de estudo era a compra e não o comportamento do consumidor.
Em uma segunda abordagem considera o aspecto comportamental, no
sentido de emoção e prazer momentâneo dominando o comportamento no momento
da compra. Uma terceira abordagem coloca o impulso no sentido de doença relativa
à compulsão, onde o sujeito não consegue se controlar, embora pense ser errado
consumir. Finalmente os profissionais de marketing colocam a compra por impulso,
como uma variável externa ao sujeito, ou seja, na localização e na oportunidade de
posse orientada por promoções (GIGLIO, 2005).
A seguir, apresenta-se um pouco de cada uma das definições.
27
2.1.4.1 A compra por impulso como não planejada
Pesquisadores dentro desse contexto colocaram como causa principal da
compra impulsiva o meio ambiente, tais como, fatores climáticos tais como chuvas
repentinas que podem estimular a compra de capas e guarda-chuvas, a
disponibilidade do produto colocados nos caixas de supermercados bem como a
estimulação no ponto de vendas ao utilizar faixas e cartazes com preços em
vermelho para induzir a compra.
Solomon (2002) diz que esse tipo de compra é influenciada pelo ambiente
do ponto de venda e ocorre quando a pessoa vivencia uma súbita necessidade a
que não consegue resistir, a compra de determinado produto.
Hoch e Loewenstein Apud Costa (2002) explicam que, além dos fatores
situacionais de compra, como a proximidade física e temporal entre o estímulo
(produto) e o indivíduo, considerados elementos necessários para a geração de
impulsos de compra no consumidor, existem aspectos de cunho afetivo que podem
incrementar a incidência de compras impulsivas.
Fatores de cunho afetivos também são aspectos importantes na influência
da compra por impulso. O individuo aumenta o desejo da compra se o objeto
desejado é possuído por outros membros dentro do seu grupo social, portanto
produtos que geram a sensação de se obter uma auto-imagem desejada possuem
maior tendência de serem adquiridos de forma impulsiva (AMARAL e GIMENEZ,
2007).
Fischer e Rook Apud Baptista (2007) explicam que o comportamento de
compra de um consumidor diante de uma compra por impulso é mais psicológico
que racional. O indivíduo tem uma tendência espontânea, sem qualquer reflexão
imediata. Além disso, o consumidor é mais flexível quanto a alterar sua lista de
compra, sensível ao novo, o inesperado, a satisfação pela atração emocional e a
gratificação imediata.
Giglio (2005) explica que um dos pressupostos dessa linha de
racionalidade é que a compra por impulso dá-se com artigos que têm preço baixo e
cuja posse e uso causam pouca mudança na vida da pessoa.
28
2.1.4.2 A compra impulsiva como expressão de emoções
Nessa linha, o comportamento, incluindo o consumo impulsivo, teria como
origem primeira as emoções, a busca da felicidade e do prazer como são
demonstrados pelos autores a seguir.
O aspecto emotivo é considerado no momento da compra, pois é nessa hora em que o indivíduo pode sentir emoções consideradas positivas (prazer, alegria, entusiasmo) ou negativas (apatia, tristeza, desconforto) e esses estados podem afetar a maior ou menos permanência dentro da loja, consequentemente aumento ou diminuindo a probabilidade da compra por impulso (AMARAL e GIMENEZ, 2007).
“A compra impulsiva não obedece ao tradicional processo decisório de
consumo” (ARNOULD et al. Apud PORPINO, 2010). Enquanto as compras
planejadas se iniciam com o reconhecimento de um problema, passando pela busca
de informações e avaliação das alternativas de compra até a decisão de consumir,
as compras por impulso têm forte apelo emocional e pouco controle do consumidor
sobre o processo de compra (FABER et al. Apud PORPINO 2010).
É uma compra espontânea e imediata, onde o consumidor não está
procurando um produto ativamente e não tem nenhum plano anterior para comprar.
Além de espontâneo, Baptista (2007) descreveu a compra por impulso como um
intenso e excitante desejo para comprar sem levar em conta as consequências da
decisão de compra. Iyer (1989) diz ainda, que isso acontece quando um consumidor
experimenta um súbito, poderoso desejo e persistente para comprar algo
imediatamente.
Hausman Apud Costa (2002) em sua pesquisa constata que os indivíduos
compram fundamentalmente para satisfazer, através da atividade de compra, uma
série de necessidades hedônicas, como a diversão, busca de novidades e
surpresas, etc.
Hoch e Loewenstein Apud Costa e Larán (2003) explicam que a compra
impulsiva trata do resultado da luta entre as forças psicológicas dos desejos e da
força de vontade, ou seja, entre a vontade de comprar e o autocontrole, sendo que o
desejo prevalece. É como uma necessidade forte e repentina, às vezes irresistível,
de agir sem deliberação (GOLDENSON apud COSTA, 2002).
29
Um impulso não é conscientemente planejado, mas emerge
imediatamente quando confrontado com certos estímulos bioquímicos e psicológicos
(ROOK Apud PORPINO, 2010).
Para os consumidores impulsivos não importa se a compra havia sido
planejada ou não, o que importa são emoções que a pessoa sente no antes, no
durante e no depois da compra (GIGLIO, 2005).
2.1.4.3 A compra por impulso como doença ou compulsão
Nessa terceira vertente, a compra por impulso é mais apropriadamente
denominada compra compulsiva.
De acordo com Giglio (2005, p. 218):
O sujeito é acometido de um desejo incontrolável para comprar, o qual só reduz sua pressão com o ato de compra. Aqui a estimulação parece não ter importância, já que a pressão é interna. Alguns sinais de compra compulsiva seriam o excesso de itens (pessoas que têm dezenas de pares de sapatos, mas nunca os utilizaram) o demasiado tempo utilizado na busca e no consumo (pessoas que passam horas no bingo ou máquinas de videopôquer, perdendo grandes quantias de dinheiro) ou a necessidade de consumir tudo naquele momento (pessoas que não se controlam diante de um pacote de chocolates e não sossegam enquanto não vêem a caixa vazia, ou os inúmeros casos de vício, como o alcoolismo). Na maioria desses casos de compras compulsivas, o pós-consumo é caracterizado pela culpa e consciência da falta de controle, que perdura por certo período, até que uma nova pressão de consumo vai tomando conta da pessoa.
2.1.4.4 A compra impulsiva como resultado da estimulação ambiental
Segundo Giglio (2005) a compra impulsiva não está nas características de
personalidade da pessoa, mas na qualidade da estimulação realizada no ponto de
venda. É o caso de quando o consumidor se deixa levar por um apelo de
merchandising no ponto-de-venda e compra algum produto ou serviço sem ter
planejado (PORPINO, 2010).
Amaral e Gimenez (2007) afirmam que o ambiente da loja é um fator
motivacional extremamente importante na geração de compra por impulso. No
varejo, elementos como músicas, cores, aromas, disposição de mercadorias
(merchandising) apresentação dos funcionários, iluminação, etc., podem gerar
prazer com a experiência de consumo, com isso sobrepor experiências negativas
30
(preço, localização, qualidade e variedade de mercadoria), além de contribuir para a
maior permanência do indivíduo na loja, grande gerador de compras não planejadas.
As facilidades que uma loja fornece ao cliente unido a um ponto de venda bem
desenvolvido exercem grande influência na decisão de compra de um cliente,
podendo gerar vendas por impulso em clientes que se consideram ou não impulsivo.
Segundo Solomon (2002) há dois tipos de situações de tomada de
decisão na loja. Compra espontânea e compra por impulso. A compra espontânea
ocorre em três contextos: 1- quando o layout da loja não é familiar ao comprador; 2-
ele está sob a pressão do tempo (falta de tempo); 3 - é lembrado, através de um
display ou produto na gôndola, que precisa de determinado produto. Por exemplo:
um consumidor pode comprar espontaneamente uma camiseta e de forma não
planejada, comprar uma calça.
A seguir será mostrada a hipótese explicativa desenvolvida por Giglio
(2005).
2.1.4.5 A compra impulsiva como coerência imediata das etapas de consumo
A hipótese utiliza os conceitos do modelo em etapas, aplicados à compra
de produtos de baixo valor financeiro e emocional.
Giglio (2005) explica que a compra por impulso além de proporcionar
prazeres momentâneos, implica em gasto considerado pequeno pelo consumidor,
como por exemplo, a compra e o consumo de sorvetes, salgadinhos e colônias não
alterando o orçamento.
Giglio (2005) comenta que a compra por impulso poderia ser chamada de
compra por consistência, porque o que elas têm em comum não é um impulso, mas
uma rápida solução das etapas levando a uma conclusão de ação, conforme mostra
na figura 03.
31
FIGURA - 03 – Etapas da compra por consistênciaFonte: Giglio (2005, p. 219)
Giglio (2005, p. 219) ao exemplificar a compra de perfume em um grupo
explica que:
As expectativas sobre determinado perfume podem ser baixas (por exemplo, o consumidor não espera que ele irá mudar radicalmente sua sensualidade), o produto está imediatamente disponível (alternativa), todo o grupo apóia sem restrição o consumo (o diferente seria não consumir), portanto, entre a pergunta da vendedora – “A senhora vai levar?” – e a resposta da consumidora – “Sim” -, á um lapso de tempo muito curto .
A hipótese de compra por impulso proposta por Giglio (2005) tem um
elemento temporal, já que o processo das experiências, passando pelas
expectativas, alternativas e pela aprovação do consumo, se dá rapidamente. O
mesmo autor tenta explicar que essa linha de raciocínio é mais vantajosa e prática
do que as linhas que colocam a compra por impulso como ações referente a alguém
que não pensa ou é dominado por forças exteriores e interiores.
32
2.2 COMÉRCIO ELETRÔNICO
2.2.1 Introdução
A Internet revolucionou o mundo dos computadores e das comunicações
como nenhuma invenção antes. Independentemente de sua localização geográfica,
a Internet é um mecanismo de disseminação da informação e divulgação mundial e
um meio para colaboração e interação entre indivíduos e seus computadores. (A. I.
S. A, 2008).
Logo após o desenvolvimento da Rede Mundial de Computadores
(Internet), que fora concebida originalmente com propósitos não-comerciais,
principalmente para fins militares e científicos, passou a ser usada como um canal
eletrônico interativo de promoção e comercialização de bens e serviços conhecido
como e-commerce, que cresce de forma significativa anualmente (Giglio, 2001).
O Comércio Eletrônico surgiu com a evolução das tecnologias na Internet,
com objetivo de complementar o processo de vendas e eliminar intermediários da
cadeia de suprimento, a fim de auxiliar na globalização da economia através da
parceria e negócios e diminuição de limites geográficos (ALBERTIN, 2001).
De acordo com Laudon e Laudon apud Oliveira (2009):
O comércio eletrônico começou em 1995, quando um dos primeiros portais da Internet, o Netscap.com, aceitou os primeiros anúncios de grandes corporações e popularizou a idéia de que a Web poderia ser usada como uma nova mídia para publicidade e vendas. Na época, ninguém vislumbrava a curva de crescimento exponencial que as vendas no varejo eletrônico experimentariam, vindo a triplicar e a dobrar nos anos seguintes. Apenas a partir de 2006 o comércio eletrônico de varejo ‘desacelerou’ para uma taxa de crescimento anual de 25 por cento.
Conforme a F/Radar (2009) a rede mundial de computadores vem sendo
incorporada de forma cada vez mais relevante ao dia-a-dia do consumo no Brasil.
Com avanço desses meios de comunicação e da Tecnologia da Informação
propiciada pela evolução da Informática, Miranda e Arruda (2004) comentam que
surgiu um novo tipo de relacionamento mercantil, em que o consumidor não
necessita se deslocar de sua residência até o ponto de venda para pesquisar preço,
33
escolher o produto, efetuar a compra e, consequentemente, o pagamento. Fala-se
então do relacionamento mercadológico via Internet - denominado E-Commerce,
considerado fator globalizante, sem fronteiras e capaz de interligar consumidores e
fornecedores por meio de rede mundial de comunicação, por onde se estabelecem
os mais diversos tipos de relacionamentos.
Segundo Júnior (2007) este tipo de comércio traz inúmeras vantagens
tanto para as empresas quanto para os usuários desta tecnologia, como por
exemplo: maior comodidade para o cliente, segurança e rapidez no pagamento das
mercadorias, diminuição dos impostos e pesquisa de preço do produto. Porém,
Oliveira (2009), afirma que com a mudança do perfil do consumidor, tornando-se
cada vez mais exigente, faz com que as empresas deste setor tenham que evoluir
cada vez mais.
Giglio (2005) comenta que não demorou, para que os profissionais de
marketing percebessem que seria uma ótima oportunidade de vendas, então em
pouco tempo desenvolveu-se na Internet toda uma gama de ferramentas para
informar, persuadir, vender, atender e conversar com os consumidores, tanto
pessoas físicas quanto consumidores organizacionais.
2.2.2 Conceito do comércio eletrônico (e-commerce)
O comércio eletrônico aparece como principal ferramenta ou instrumento
da Internet, especialmente para as empresas privadas. A seguir, baseado em alguns
autores apresentam-se algumas definições.
Albertin (2001, p. 15) definiu que comércio eletrônico “é a realização de
toda a cadeia de valores dos processos de negócio em um ambiente eletrônico, por
meio da aplicação intensa das tecnologias de comunicação e de informação,
atendendo aos objetivos de negócio”.
Segundo Baker (2005), esta modalidade de comércio normalmente é
entendido como: compra e venda diretamente da Internet; e as pessoas pensam
imediatamente em compras de bens de consumo. Mas o e-commerce é muito mais
do que transações financeiras executadas entre organizações e clientes por meios
eletrônicos.
Segundo Bloch et al. apud Vieira e Nique, (1999) consideram o comércio
eletrônico como o suporte para qualquer natureza de transação que utilize uma infra-
34
estrutura digital, podendo ser empregado em todas as fases de uma relação de troca
desde a identificação da necessidade, a busca de informações, a realização da
compra por parte do comprador, até identificação de clientes, promoção de produtos,
efetuação da venda e o suporte ao cliente pelo lado do ofertante.
Comércio Eletrônico é uma evolução das práticas de comércio tradicional,
que vem provocando grandes transformações nas formas das pessoas interagirem,
além de facilitar o direcionamento ao público alvo (OLIVEIRA e JÓIA, 2004).
Reedy, Schullo e Zimmerman (2001, p.26) explicam que: “o comércio
eletrônico (e-commerce) é a realização de comunicações e transações de redes e
computadores, mais especificamente a compra e venda de produtos e serviços, e a
transferência de fundos através de comunicações digitais”.
Albertin (2001) apontam que o advento da Internet traz um ambiente
totalmente novo para atividades de marketing e distinto dos até então conhecidos,
pois a natureza da comunicação entre empresas e clientes passa a assumir uma
nova dinâmica.
Solomon (2002) explica o objetivo que pessoal de marketing deve assumir
para administrar conflitos como: por um lado, poder atingir consumidores no mundo
inteiro, mesmo que estejam do outro lado do globo; mas, sob um outro ponto de
vista, a concorrência é representada pela loja do outro lado da rua e mais milhares
de sites envolvendo todo o mundo. Um outro problema é que o oferecimento de
produtos diretamente aos consumidores tem o potencial de cortar o intermediário –
os lojistas leais que adquirem os produtos da empresa e os vendem com um preço
mais alto.
2.2.3 Categorias de comércio eletrônico
Existem diversos conceitos para o comércio eletrônico, porém as
principais categorias, segundo Albertin (2001) são:
CATEGORIA AMBIENTE FACILIDADE
Business-to-Business (B2B) Entre empresasFacilita o gerenciamento de fornecedor, estoque, distribuição e pagamento.
35
Business-to-Consumer (B2C)Vendas de empresas
diretas à pessoas
Facilita a interação social, gerenciamento de finança pessoal e informações de produtos
Intra-organizacionalNo ambiente interno
das organizações
Facilita a comunicação de grupos de trabalho, publicação eletrônica e produtividade da força de vendas.
QUADRO 02 – Categorias de comércio eletrônicoFonte: Albertin (2001, p. 24)
Neste texto, foi focada apenas a categoria negócio-a-consumidor (B2C).
Yonezawa e Bergamaschi (1988) definem o comércio eletrônico negócio-
a-consumidor (B2C) como sendo transações de varejo entre empresas e
compradores individuais, oferecendo produtos/serviços diretamente aos clientes por
meio da tecnologia da informação.
Esta categoria, segundo O’brien Apud Duarte (2002), tem como
fundamento o aumento do mercado consumidor, através do desaparecimento das
barreiras geográficas rompidas pelas tecnologias de informação.
Alves Apud Oliveira (2009), explica que esta categoria em geral, é
explorada por empresas de varejo e serviços e permite criar ou expandir a
capacidade de vendas por meio de mecanismos on-line. Ainda segundo Alves, bens
de consumo, desde livros até automóveis são vendidos pela aplicação B2C e
basicamente não existem limites para os negócios que podem ser gerados pelas
aplicações B2C.
A Figura 04 mostra as relações entre as principais categorias de negócios
eletrônicos:
36
FIGURA 04 – Relações entre categoriasFonte: Albertin (2001, p.24)
2.2.4 Dimensões do comércio eletrônico
No Brasil, os dados disponíveis apresentados para quantificar o comércio
eletrônico são bastante díspares (LIMEIRA, 2003). Portanto para compreender o
ambiente do e-commerce mediante análise da evolução do número de usuários da
Internet no Brasil, optou-se por apresentar os estudos mais abrangentes e recente
realizados pelas empresas de mapeamento do comércio eletrônico no Brasil a E-bit
(21ª edição do Relatório WebShoppers, 2010) e a F/Nazca (6ª edição, F/Radar,
2009).
Segundo 6ª edição da pesquisa semestral F/Radar, promovida pela
F/Nazca em parceria com o Instituto Datafolha, o número de usuários vem
aumentando significamente ao logo dos anos, atingindo em 2009 a marca de 66
milhões de internautas, como mostra na Figura 05.
37
FIGURA 05 - Internautas brasileiros com 16 ou maisFonte: F/Radar, 6ª edição, 2009.
Segundo a WebShoppers (2010), o e-commerce não para de crescer e
conquistar a confiança dos consumidores virtuais. São mais de 17,6 milhões de
pessoas que já tiveram pelo menos uma experiência de compra pela Internet, sendo
86% dos consumidores brasileiros satisfeitos. Em 2008, foram 13,2 milhões de
consumidores virtuais que compraram pela rede e em 2009, esse número avançou
para mais de 17,6 milhões de e - consumidores, um crescimento de 33% em apenas
um ano conforme mostra a Figura 06.
FIGURA 06 – Evolução de e - consumidores (em milhões)Fonte: e-bit
De acordo com o levantamento da F/Radar (2009), esses consumidores
movimentam algo em torno de R$ 51 bilhões se considerado todo o comércio
38
varejista nacional. Outra característica marcante do segundo semestre de 2009 foi o
alto valor do tíquete médio. Os consumidores que fizeram suas compras virtuais
gastaram em média R$ 355,00 (WEBSHOPPERS, 2010).
Alguns fatores contribuíram para isso: variedade dos produtos,
comodidade e facilidade na comparação de preços em diversas lojas em curto
período de tempo, possibilidade de parcelamento sem juros e condições de
pagamento facilitadas, além do aumento do número de internautas consumidores.
(WEBSHOPPERS, 2010).
A partir dos resultados do estudo da empresa E-bit, identificou as
principais categorias de produtos mais adquiridos por meio do e-commerce.
Produto % das Compras pela Internet
Eletrônicos 46
Eletrodoméstico 45
Informática 41
Livros 40
Telefonia/Celulares 31
Itens de saúde e/ou beleza 26
DVDs 24
Brinquedos e Games 21
Assinaturas e Revistas 21
CDs 21
QUADRO 03 – Categoria de produtos adquiridos pelos e-consumidoresFonte: Webshoppers, 21ª edição, 2010.
Analisando o comportamento de compra online no Brasil, percebe-se que
em 2009, 29% dos internautas já compraram pela Internet e 21% compram
costumeiramente, sendo que 61% não costumam fazer compras e 79% nunca
compraram, conforme pode ser visto nas Figuras 07 e 08.
39
FIGURA – 07 – Compras pela InterxnetFonte: F/Radar, 6ª edição, 2009.
FIGURA – 08 - Compradores virtuais costumeirosFonte: F/Radar, 6ª edição, 2009.
A região Nordeste vai ganhando representatividade em sua participação
nos resultados do comércio eletrônico brasileiro. A região em 2005 era a terceira
mais importante para o faturamento das lojas na Internet (DIÁRIO DO NORDESTE,
2005).
Segundo o site Portal da Trabnsparência Municipal, a E-bit, empresa
especializada em estatísticas sobre comércio eletrônico, revela que a região
40
Nordeste começa a ser representativa nas vendas pela Internet e aumentou de 7%
para 11% as vendas on-line realizadas pelos consumidores nordestinos do período
de 2001 para 2008.
2.2.5 Alguns aspectos das variáveis do comportamento do
consumidor na Internet
Os serviços on-line popularizaram-se por causa da conveniência, podendo
os consumidores adquirir produtos 24 horas por dia, não importando onde estejam,
além de possibilitar fazer comparações sobre empresas, produtos e concorrentes
rapidamente como também evitar a exposição de vendedores e a fatores emocionais
(KOTLER, 1998).
Atualmente por conta do reduzido tempo para pesquisar e comprar
produtos e serviços em lojas tradicionais (lojas “reais”), as famílias adequam-se e
aproveitam as vantagens dos sites de comércio eletrônico para buscar informações
e comprar coisas cada vez mais rápidas e convenientes (BELLMAN et al. 1999).
Hoffman e Novak apud Galvão e Lélis, (2006) comentam que diversos
recursos empregados em Websites, como simulações, imagens tridimensionais,
realidades virtuais, imagens interativas e movimentos em várias dimensões, são
aplicados com a intenção de criar um ambiente estimulante e altamente divertido,
como se o consumidor estivesse participando de uma brincadeira ou de um jogo.
Por estes motivos Grisi et al. (2000) apontam o flow como uma razão para que o
consumidor realize.
Segundo Hoffman e Novak, apud Grisi, et al. (2000) “o flow aconteceria
durante a navegação online, quando se está completamente focado na atividade em
curso e as habilidades de usuário estão perfeitamente ajustadas aos desafios do
ambiente virtual”. Ao final de sua experiência de imersão nesse mundo digital, ele
possui uma sensação de satisfação e prazer, tendo grande probabilidade de voltar a
visitar os sites que proporcionaram tal sensação.
Autores como Donthu e Garcia (1999) explicam também que
consumidores via Internet costumam atrair-se pelas conveniências, são mais
inovadores e mais impulsivos que os não-compradores, além de serem menos
avessos ao risco.
41
Com base no comportamento do consumidor, Giglio (2005) procura
classificar os consumidores via Internet em quatro modelos:
Modelo econômico – consumidores que conhece o preço final e busca a
melhor alternativa.
Modelo de tipologia – consumidores caracterizado como inovadores
(compram no lançamento do produto), adotantes (também buscam novidades, mas
esperam mais um pouco), seguidores (só compram quando o produto virou moda) e
os retardatários (só compram quando o produto está no fim do ciclo).
Modelo de processo de etapas – aqueles consumidores que realizam
compras de alto valor financeiro, alto valor emocional ou que demandam muito
tempo de procura, informações e negociações. Sendo possível identificar sete
dimensões do processo de compra: comodidade, atendimento pessoal conteúdo do
site, apresentação e segurança da home page, segurança, taxa e tempo de entrega
e oferta de produtos, como é o caso da compra de imóveis, de viagens de lua de
mele de máquinas industriais.
Modelo de Social - afirma que a escolha, a compra e o uso de produtos
por uma pessoa podem ser entendidos a partir das regras do seu grupo de
referência.
2.2.6 O processo de decisão de compra e a Internet
Para atender a estas expectativas e entender o comportamento do
comprador on-line, é necessária a fundamentação em um modelo básico do
processo de decisão de compra de produtos e serviços, o qual deve envolver o tipo
e a complexidade da decisão de compra. Utilizando o modelo de processo decisório
de compra descrito por Engel, Miniard e Blackwell e procurando avaliar o impacto da
Internet sobre esse processo, teceram as seguintes observações:
Na fase de reconhecimento da necessidade os autores ressaltaram que
tipicamente os usuários da Internet navegam em busca de informações sobre áreas
específicas de interesse e, nesse processo, possa se deparar com algo que ative ou
crie uma necessidade.
Na etapa de busca de informações os autores classificam a possível
busca na Internet como dependente do tipo de envolvimento que o consumidor tem
42
com o produto. Num estado de alto envolvimento o consumidor poderá dedicar mais
tempo e esforço à pesquisa e sites com informações detalhadas de produtos, fotos,
testemunhais, e e-mails de consumidores satisfeitos podem ser oferecidos no site da
empresa. Já para consumidores em estados de baixo envolvimento, a propaganda
pela Internet pode incluir banners ou ainda sons e figuras chamativas visando
despertar a atenção para mensagens simples e de apelo emocional.
Löbler, Visentini e Bobsin (2006) acrescentam que algumas variáveis
como clareza, nível de detalhamento e quantidade suficiente de informações, pode
influenciar os clientes ao realizarem compras através do comércio eletrônico.
A avaliação de alternativas pode ser feita a partir de regras criadas pelo
próprio consumidor e, assim como outras mídias, a Internet pode ser usada para
influenciar esse processo fornecendo informações sobre o produto, mudando
crenças sobre ele e sobre seus concorrentes, alterando as percepções sobre a
importância de atributos específicos ou ampliando o conhecimento sobre atributos
negligenciados.
A decisão de compra caracteriza-se pela avaliação do risco a ela
implícito e, no caso das vendas pela Internet, há a possibilidade de reduzi-lo através
do fornecimento de dados sobre o desempenho passado do produto, sobre o que
ele é capaz de fazer e ainda sobre como é melhor utilizá-lo, dando ao consumidor
mais confiança na sua decisão de compra.
Na fase de pós-compra a Internet pode ser particularmente útil, já que
suporta comunicação um-a-um, tornando-se interessante veículo para busca de
satisfação nessa fase. Além disso, é uma forma relativamente barata de se obter
feedback dos consumidores.
Apesar do investimento e pesquisa em estruturação tecnológica dos web
sites serem importantes, é fundamental conhecer ou descobrir o processo real que
consumidores adotam na coleta de informações. De fato, a promessa de sucesso no
comércio eletrônico pode ser frustrante, a menos que métodos mais efetivos de
pesquisas de informação e ajustes baseados nas preferências dos consumidores e
nos seus comportamentos sejam implementados.
43
2.2.7 Influências Ambientais
Nos últimos anos, administradores de marketing em empresas varejistas e
de serviços vêm, de forma crescente e significativa, realizando esforços para possuir
ambientes de loja mais agradáveis à experiência de consumo do seu público-alvo.
Wang et al., (apud Costa, 2002) explica que existem três tipo de fatores
que estimulam o indivíduo a sua aproximação ou afastamento na loja virtual, quais
sejam: elementos sonoros, design e fatores sociais. No que pode ser agradável ou
não, dependendo de cada pessoa a apresentação de sons dentro do site. O design
ajuda na percepção do indivíduo quanto à organização da loja, facilitando ou
dificultando a atividade de busca dentro da loja. Em relação aos fatores sociais, a
apresentação de uma forma mais interativa de atendimento do consumidor por
intermédio de serviços de mensagens interativa de atendimento do consumidor por
intermédio de serviços de mensagens instantâneas, podem influenciar a uma maior
permanência dentro da loja virtual. Por outro lado, o congestionamento e
consequentemente a lentidão do site ocasionado pelo grande índice de visitantes
simultaneamente na pagina da loja, pode desestimular o consumidor.
Galvão e Lélis (2006) sugerem a hipótese de que o aumento do tempo de
permanência dos consumidores online nos sites traria também um aumento das
compras por impulso.
Grisi et al. (2000) declaram que a realização de compras no ambiente
online, proporciona uma série de economias, conveniência e economia de tempo ao
consumidor. Através desta o consumidor possui uma maior autonomia e domínio de
sua atividade de busca e aquisição. Entretanto, o fator segurança é um item crítico
para a compra pela Internet, que dificulta a transação dada à desconfiança e risco
percebido.
2.2.8 Intangibilidade na compra via Internet
Uma diferença básica na mecânica de compra via Internet, em relação à
compra em loja real, é a ausência de tangibilidade sobre o produto desejado. Em
estudo citado em Eroglu et al. apud Barth (2004) a intangibilidade deste tipo de
44
compra, associada à baixa interatividade existente, comparada à existente em uma
loja física, torna, naturalmente, a experiência virtual mais simplificada e, talvez,
menos estimulante.
O contato físico neste tipo de tecnologia deixa de existir, pois todo o
processo de realização de uma venda é feito através de máquinas como o
computador, o cliente não consegue tocar na mercadoria, pois esta é mostrada para
o cliente através de fotos, impossibilitando que o mesmo tenha aquela sensação de
sentir o produto que está comprando (JUNIOR, 2007).
A partir do momento que o comprador pode ver a foto do produto, mas
não o produto em si, ele precisa confiar na promessa de qualidade e entrega. O
nível de confiança desejado é determinado pelos seguintes fatores: grau de sucesso
inicial que cada uma das partes experimentou com a outra; papéis e procedimentos
bem definidos para todas as partes envolvidas e expectativas realistas quanto aos
resultados. Inversamente, a confiança pode diminuir devido a qualquer incerteza do
usuário quanto à tecnologia, devido à falta de interações iniciais face a face e à falta
de empatia entre as partes.
Um dos grandes motivos que contribui para adoção ou não da Internet
como ferramenta de compra é a existência ou a inexistência de necessidade pessoal
de ter o produto ao alcance das mãos (e dos olhos) no exato momento da compra.
O contato sensorial com o produto no instante da compra pode ter duas
motivações:
Necessidade de obter informações "objetivas" sobre o produto,
principalmente no caso em que o comprador não tem o costume de pré-elaborar
mentalmente a compra baseando-se em informações de sua memória de longo
prazo;
Necessidade de obter prazer durante o ato da compra, prazer este
advindo do contato com o ambiente proporcionado pela loja.
2.2.9 Compra por impulso na Internet
Costa e Laran (2003) desenvolveram um modelo de estudo envolvendo
aspectos do comportamento do consumidor, sobretudo a compra por impulso em
lojas virtuais, onde se observa que a impulsividade do consumidor não é expressa
apenas sob a forma de atos de compra com reduzida capacidade avaliativa, mas
45
também como uma incapacidade momentânea de postergar recompensas com
intuito de satisfação imediata.
Cardozo (2003) diz que a característica multimídia da Internet, aliando
som, imagem, texto e animação, torna o produto muito mais atraente. Somando isso
a preços mais baixos e a facilidade e comodidade que o meio eletrônico oferece
para a compra, o E-consumer, se empolga.
Porém Costa (2002) explica que elementos presentes em site de venda
não têm grande influência sobre as compras impulsivas. Reforçando o argumento
que a compra virtual ainda possui um grau superior de racionalidade se comparado
ao existente nas compras em lojas físicas, tornando assim a compra impulsiva na
Internet de menor impacto.
Segundo Baumeister apud Costa e Laran (2003) o comprador impulsivo
enfrenta dificuldades em manter seu autocontrole por três fatores: dificuldade de
estabelecer objetivos claros de consumo, incapacidade de exercer controle sobre
seu orçamento pessoal e desgaste emocional decorrente dos esforços para
controlar sua impulsividade. Percebe-se que a influência do ambiente não é tão
significativa comparada as falhas de autocontrole sofridas pelo consumidor
impulsivo. A característica individual demonstrou influência maior do que os
elementos do ambiente de loja ou a intensidade de circulação da mesma.
46
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
No presente capítulo apresenta-se a metodologia deste trabalho de
pesquisa, que se deu da seguinte maneira: escolha do tipo de pesquisa e os
procedimentos adotados para a delimitação da amostra, bem como os instrumentos,
métodos e procedimentos de coleta de dados utilizados.
3.1 TIPO DE PESQUISA
Para Lakatos e Marconi (2009, p. 157) a pesquisa é “um procedimento
formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e
se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades
parciais”.
Como o objetivo desse estudo visa aumentar o conhecimento sobre as
variáveis influenciadoras da compra por impulso na Internet, o tipo de pesquisa
escolhido para este trabalho de monografia foi a pesquisa exploratória - descritiva.
Pesquisa exploratória é usada quando se tem por objetivo a aproximação
de determinado tema e visa criar uma familiaridade em relação a um fato ou
fenômeno (SANTOS, 1999).
Segundo Gil (2009, p.42) este tipo de pesquisa descritiva “tem como
objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. Essa escolha
se deve ao ineditismo do tema proposto já que, não foram encontrados trabalhos
anteriores na Universidade Estadual Vale do Acaraú, bem como a tentativa de
entendimento do comportamento do consumidor sobralense no que se refere à
compra por impulso no meio online.
3.2 DETERMINAÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA
Segundo Dionne et al. (1999, p. 121) amostra “é uma pequena parte dos
elementos que compõem o universo”.
Neste estudo foi realizada uma investigação junto a uma amostra, pois a
população é constituída por aqueles indivíduos que realizam compras pela Internet,
considerada aqui infinita. Contudo, diante da impossibilidade de se utilizar uma
47
amostra probabilística de fato (devido aos custos envolvidos), foi escolhida uma
amostra não-probabilística por julgamento. Para Mattar (2008) a suposição básica
deste tipo de amostra é de que, com um bom julgamento podem ser escolhidos os
casos a serem incluídos e assim chegar a amostras que sejam satisfatórios para as
necessidades da pesquisa.
A escolha dos casos julgados como típicos da população em que o
pesquisador está interessado.
Sendo assim essa pesquisa considerou principalmente grupos de
estudantes da Universidade Estadual Vale do Acaraú e indivíduos em vários locais
do centro de Sobral, que se utilizaram da Internet para efetuar algum tipo de compra.
3.3 INSTRUMENTOS
Nesta pesquisa realizou-se um levantamento o qual é definido por
Malhotra (2006, p.182) como um método “que envolve um questionário estruturado
que os entrevistados devem responder e que foi feito para elucidar informações
específicas”.
Portanto, nesta pesquisa utilizou-se como instrumento, um modelo
adaptado de questionário adotado por Costa (2002) (ANEXO) composto por
perguntas estruturadas e fechadas, a fim de facilitar a sua tabulação e aplicação.
Onde o entrevistador seguiu um roteiro previamente estabelecido e as perguntas
feitas ao indivíduo foram pré-determinadas, abordando a problemática da pesquisa
definida conforme (LAKATOS E MARCONI, 2009).
Para a adaptação do questionário foram consultados diversos autores e
principalmente a pesquisa do e-bit. Tais adaptações se fizeram necessárias para
relacionar o questionário aos objetivos da pesquisa. A partir disto, estabeleceu-se as
seguintes variáveis:
Sexo.
Faixa etária,
Escolaridade,
Renda familiar,
Local de acesso da Internet,
Frequência de acesso,
Compra pela Internet,
48
Produtos adquiridos pela Internet,
Assim, para instrumento de coleta de dados dos elementos ambientais da
loja virtual, foram identificados 20 variáveis ambientais considerados importantes no
comportamento do consumidor. A partir de uma escala elaborada por Costa (2002)
esses itens em específico foram medidos através de cindo posições variando de (1 -
Nenhuma Importância, 2-Pouca Importância, 3-Moderada Importância 4-Muita
Importância, 5-Total Importância).
Para a mensuração da compra por impulso, foi utilizada escala de Likert,
cuja variação ocorria da discordância (1 – Totalmente, 2 – Muito, 3 – Pouco) a
concordância (4 – Pouco, 5 – Muito, 6 – Totalmente). Nesta escala o entrevistado é
questionado sobre a concordância ou não, sobre determinada afirmação. Em
seguida, busca-se seu grau (concordância ou discordância) conferido a tal posição.
Como consequência, no primeiro estágio busca-se a direção da atitude do indivíduo,
sendo no segundo momento apontada a dimensão da intensidade da mesma
(ALBAUM apud COSTA, 2002).
A seguir, é apresentado o item empregado na operacionalização do
constructo compra por impulso para ambientes virtuais: quando navego pela Internet
e entro em uma loja virtual, geralmente compro produtos que não tinha intenção de
adquirir antes da entrada no site.
O enfoque dado aqui, a partir dos indicadores empregados, é com a
finalidade de mensurar a efetivação da compra por impulso, considerando a
frequência com que o consumidor as realiza.
Assim, o questionário foi preparado de forma a possuir questões,
relacionadas com aspectos típicos mencionados na literatura sobre Comportamento
do Consumidor online, contendo o questionário 12 questões, divididas em duas
partes:
A primeira parte voltada à identificação do perfil dos respondentes,
os dados coletados nesta etapa permitem a identificação de
características dos consumidores em relação ao seu perfil sócio-
demográfico.
A segunda parte procurou identificar os hábitos em relação às
compras pela Internet, o tipo de produto adquirido, há quanto tempo
a compra havia sido realizada e especialmente a sua experiência
com o meio (navegação e compra).
49
3.4 MÉTODO E PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS
Foram utilizados dois métodos de coleta de dados: primeiramente a
pesquisa sobre o tema foi feita no campo teórico, através de uma etapa exploratória,
onde foram feitas levantamentos em fontes secundárias, mediante aplicação de
técnicas de (desk research), em livros, revistas, teses apresentadas em
universidades e informações publicadas e relacionadas ao assunto.
Em seguida foi realizada uma pesquisa descritiva através de estudo de
campo, com aplicação de questionários estruturados, o qual é definido por Mattar
(2008), como um método utilizado quando se pretende descrever o perfil de um
grupo, estimar a proporção de elementos numa população específica que tenham
determinadas características ou comportamentos, bem como descobrir ou verificar a
existência de relação entre variáveis.
Antes da aplicação dos questionários, foi realizado um pré-teste junto aos
alunos do curso de administração da Universidade Estadual Vale do Acaraú, com
uma amostra de 5 entrevistas – piloto com o objetivo de adequar a linguagem do
questionário buscando uma maior clareza para este, assim como minimizar
possíveis ambiguidades. Algumas incorreções foram mencionadas principalmente
na ortografia e na clareza de algumas perguntas. Foram realizadas as correções
mencionadas nas entrevistas - piloto e com isso, iniciou-se a coleta de dados.
O questionário foi aplicado na Universidade Estadual Vale do Acaraú e
também em vários locais do centro da cidade de Sobral, totalizando as 187 pessoas
entrevistadas. A escolha desses pontos para a coleta de dados, deu-se pela
facilidade do pesquisador em aplicar os questionários e pelo fato de concentrar um
maior número de indivíduos de diferentes bairros da cidade de Sobral.
A coleta de dados foi realizada pelo autor desta pesquisa e a aplicação
dos questionários foram realizadas do dia 01 de abril de 2010 a 20 do mês de maio
de 2010. O preenchimento do questionário teve duração de aproximadamente 5
minutos, tempo identificado na realização do pré-teste.
Dos 187 questionários respondidos, 185 foram validados, pois possuíam
preenchimento satisfatório dos itens abordados.
O método utilizado na aplicação do questionário foi a abordagem direta e
pessoal. Por fim, os dados foram tabulados e foram analisados através do software
SPSS mediante a utilização de estatística descritiva.
50
4 ANÁLISE DOS DADOS E INFORMAÇÕES
4.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS DOS ENTREVISTADOS
Os dados constantes neste capítulo foram coletados na pesquisa feita
com usuários que já tinham comprado pela Internet, conforme já foi explicitado no
capítulo 3 (metodologia).
Apresenta-se, na Tabela 01, abaixo, os dados sobre o sexo dos
entrevistados, resultado da questão que trata do gênero dos respondentes.
TABELA 01 – Sexo dos Entrevistados
QTD %
Masculino 98 53,0
Feminino 87 47,0
Total 185 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Como pode ser visto na Tabela 01, na amostra investigada há uma
representatividade por parte do público masculino em relação ao feminino, sendo
que estes primeiros representaram 53,0% do total de entrevistados, enquanto o
público feminino obteve uma representatividade ligeiramente inferior situando-se no
patamar de 47,0%.
Apresenta-se, na Tabela 02, abaixo, os dados sobre a idade dos
entrevistados.
TABELA 02 – Idade dos Entrevistados
QTD %
Até 18 anos 14 7,6
De 19 até 21 anos 43 23,2
De 22 até 27 anos 84 45,4
De 28 até 35 anos 31 16,8
De 36 até 45 anos 9 4,9
Acima de 45 anos 4 2,2
Total 185 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Presencia-se na Tabela 02, um destaque considerável na faixa de 22 a 27
anos representando 45,4% dos entrevistados, esta análise poderá ser ainda mais
51
significativa e conclusiva em relação à predominância de jovens na Internet, quando
somamos a esta faixa etária os representantes da faixa anterior, ou seja, 18 a 21
anos, totalizando um índice representativo de 76,2%. A faixa etária de 28 a 35 anos
apresenta um significativo decréscimo, representando 16,8% e verifica-se que a
partir deste patamar de idades a tendência é uma queda cada vez mais acentuada
no volume de entrevistados, sendo a faixa de 36 a 45 anos representada por apenas
4,9%, enquanto as idades superiores a 45 anos representaram um índice ainda
menor, somando apenas 2,2% do total de pesquisados.
Apresenta-se, na Tabela 03, abaixo, os dados sobre a renda familiar dos
entrevistados.
TABELA 03 – Renda Familiar
QTD %
Até R$ 2.000,00 86 46,5
Até R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00 47 25,4
Até R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00 27 14,6
Até R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00 10 5,4
Até R$ 5.001,00 a R$ 6.000,00 4 2,2
Mais de R$ 6.000,00 11 5,9
Total 185 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Pelos resultados da Tabela 03 pode-se perceber que há um diferencial de
remuneração na renda familiar entre os entrevistados, sendo maior a concentração
(46,5%) na renda familiar de até R$ 2.000,00. Na sequência, 25,4% têm
remuneração familiar de R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00, e 14,6% com renda mensal de
R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00.
5,4% dos respondentes têm renda mensal de R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00
e 2,2% dos respondestes são de pessoas com remuneração mensal de R$ 5.001,00
a R$ 6.000,00. Já 5,9% dos questionados possuem o nível de renda mais elevada,
ou seja, com remuneração acima de R$ 6.000,00 ao mês.
Quanto à renda familiar dos entrevistados, é lícito afirmar que grande parte
dos respondentes desse estudo possui rendimentos que permitem a realização de
compras pela Internet.
Apresenta-se, na Tabela 04, abaixo, os dados da ocupação dos
entrevistados.
52
TABELA 04 – Ocupação dos entrevistados
QTD %
Trabalha 160 86,5
Não trabalha 25 13,5
Total 185 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Na Tabela 04 percebe-se que em sua maioria, os entrevistados exercem
atividade remunerada, havendo um predomínio de (86,5%) de indivíduos
empregados e (13,3%) respondentes que não são empregados.
Apresenta-se, na Tabela 05, abaixo, as estatísticas descritivas da
escolaridade dos entrevistados.
TABELA 05 – Nível de Escolaridade dos Entrevistados
QTD %
Ensino Médio 18 9,7
Graduado(a) ou cursando 150 81,1
Pós-Graduado(a) 14 7,6
outros 3 1,6
Total 185 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
A partir da análise dos dados apresentados na Tabela 05, pode-se verificar
um predomínio de pesquisados com curso superior, representando 81,1% do total e
9,7% afirmaram ter ensino médio. Destaca-se também um número 7,6% de pós-
graduados e apenas 1,6% afirmaram ter outra formação. Estes dados demonstram
que o nível de instrução da amostra é visivelmente elevado. Este grande percentual
também deve ser levado em consideração o fato da facilidade do pesquisador em
aplicação dos questionários, também na Universidade Estadual Vale do Acaraú. O
Gráfico 01 exemplifica estes dados.
53
9,7%
81,1%
7,6%1,6%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Ensino Médio Graduado(a) oucursando
Pós-Graduado(a) outros
GRÁFICO 01 – Nível de Escolaridade dos EntrevistadosFonte: Dados da pesquisa (2010)
Apresenta-se, na Tabela 06, abaixo, os dados referentes ao local em que
os entrevistados costumam acessar a Internet.
TABELA 06 - Local de AcessoQTD %
Em casa 158 85,4Em cyber 14 7,6
No trabalho 90 48,6
Na escola 22 11,9
Outros 3 1,6
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Quanto ao lugar em que o entrevistado acessa a Internet, analisado na
Tabela 06, destaca-se o ambiente doméstico, sendo que 85,4% das respostas
assinalaram suas casas como lugar de acesso. Levando-se em conta de que se
tratava de uma questão de múltipla escolha, pode-se verificar um índice
considerável de resposta apontando o local de trabalho como frequentemente
utilizado com 48,6%. Por sua vez a Escola/Universidade tiveram uma
representatividade, somando 11,9%. Analisando-se estes dados, verifica-se que o
acesso à Internet não fica restrito a um único ambiente, sendo utilizado de acordo
com a disponibilidade ou acessibilidade, o que se torna cada vez mais frequente.
Estes dados estão exemplificados também no Gráfico 02, que segue
abaixo.
54
11,9%
48,6%
7,6%
85,4%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Em casa Em cyber No trabalho Na escola
GRÁFICO 02 – Local de AcessoFonte: Dados da pesquisa (2010)
Apresenta-se, na tabela 07, abaixo, os dados referente à frequência de
acesso dos entrevistados.
TABELA 07 – Frequência de acesso
QTD %
Menos de 1 vez por semana 5 2,7
Entre 1 e 2 vezes por semana 5 2,7
Entre 3 e 4 vezes por semana 19 10,3
Mais de 4 vezes por semana 156 84,3
Total 185 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
A partir da análise da Tabela 07, pode-se constatar que os entrevistados
acessam a Internet de modo regular, sendo 84,3% destes o fazendo, mais de 4
vezes por semana. Dessa forma, percebe-se que o público entrevistado não se
caracteriza por ser usuário eventualmente da rede, utilizando-a com frequência.
Apresenta-se, na Tabela 08, abaixo, os dados referente ao tempo de
experiência de compras dos entrevistados pela Internet.
TABELA 08 – Experiência de compra pela Internet
QTD %
55
Até 1 ano 29 15,7
De 1a 3 anos 103 55,7
De 4 a 7 anos 47 25,4
Mais de 7 anos 6 3,2
Total 185 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Uma característica importante é mostrada acima. Pode-se ver que o
público entrevistado é experiente no uso da Web para fazer suas compras, onde se
tem (55,7%) entre 1 e 3 anos que compram pela Internet e (25,4%) com 4 a 7 anos
que utiliza dessa ferramenta para realizar suas compras.
Apresenta-se, na Tabela 09, abaixo, os dados referente à frequência de
compra dos entrevistados.
TABELA 09 – Frequência de compra
QTD %
Comprei apenas uma vez 21 11,4
Menos de 1 vez por mês 117 63,2
De 1 a 2 vezes por mês 31 16,8
De 3 e 4 vezes por mês 9 4,9
Mais de 4 vezes por mês 7 3,8
Total 185 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Na Tabela 09 referente à periodicidade de compra, denota uma
predominância de respostas que afirmaram comprar menos de uma vez por mês,
totalizando 63,2%, sendo seguido por aqueles que afirmaram ter comprado uma a
duas vezes por mês, 16,8%. Estes dados demonstram que o Comércio Eletrônico,
ainda não está incorporado aos hábitos tradicionais de compras, sendo que apenas
4,9% das respostas assinalaram utilizar este meio com uma periodicidade de três a
quatro vezes por mês.
56
Menos de 1 vez por mês
63,2%
Comprei apenas uma vez11,4%
Mais de 4 vezes por mês
3,8%
De 3 e 4 vezes por mês4,9%
De 1 a 2 vezes por mês
16,8%
GRÀFICO 03 - Frequência de compraFonte: Dados da pesquisa (2010)
Apresenta-se, na Tabela 10, abaixo, os dados sobre os produtos
comprados pela Internet.
TABELA 10 – Produtos Comprados pela Internet
QTD %
Alimentos e bebidas 4 2,2
Artigos de papelaria 22 11,9
Autos e motos 7 3,8
Brinquedos 23 12,4
Cama, mesa e banho 22 11,9
CDs 43 23,1
Computadores e software 94 52,8
DVD e acessórios 41 22,2
Eletrônicos 122 65,9
Eletrodomésticos 49 26,5
Esporte e ginástica 39 21,1
Flores 3 1.6
Higiene e limpeza 4 2,2
Imóveis 1 0,5
Jóias 5 2,7
Livros e revistas 115 62,2
Perfumaria e cosméticos 38 20,5
Outros 38 20,5
Fonte: Dados da pesquisa realizada em 2010
57
De acordo com os resultados da Tabela 10, pode-se verificar duas
respostas que se salientam sobre as demais, o item “eletrônicos” que apresentou
65,9% do total de respostas e o item “livros e revistas” que somou 62,2%.
Levando em conta que se tratava de uma questão em que o entrevistado
poderia optar por mais de uma alternativa, destacam-se ainda as respostas
referentes à compra de computadores e software representando 52,8%.
Os itens mais consumidos apresentam uma facilidade de avaliação e
escolha por via eletrônica, o que favorece a sua compra em maior escala. Este
resultado poderá ser reforçado quando o confrontamos com a faixa etária da maioria
dos entrevistados, que pela incidência maior de jovens, logo existe uma maior
probabilidade ao consumo de eletrônico e Livros.
Estes dados estão exemplificados no Gráfico 04.
2,2
11,93,8
12,4 11,9
23,1
52,8
22,2
65,9
26,521,1
0 2,2 0,5 2,7
62,2
20,5 20,5
0
10
20
30
40
50
60
70
GRÁFICO 04 – Produtos Comprados pela InternetFonte: Dados da pesquisa realizada em 2010
Apresenta-se, na Tabela 11, abaixo, os dados sobre as variáveis
influenciadoras das comprados pela Internet, resultado da questão.
TABELA 11 – Variáveis influenciadoras
58
%Nenhuma
Importânci
a
Pouca importância
Moderada Importância
Muita Importância
Total Importânci
aTotal
Itens em promoção. 6,5 8,1 20,5 36,8 28,1 100,0
Custos de frete reduzido ou inexistente 2,7 8,1 12,4 33,5 43,2 100,0
Preços mais baixos em relação às lojas tradicionais 2,7 3,2 16,8 32,4 44,9 100,0
Disponibilidade de tempo para pesquisar 16,8 18,9 30,8 21,1 12,4 100,0
Música ou trilha sonora reproduzida no site 71,4 16,8 9,2 1,6 1,1 100,0
Disponibilidade imediata do produto 6,5 17,3 22,7 31,4 22,2 100,0
Animação do site (figuras) 41,3 27,0 15,1 8,1 5,4 100,0
Apresentação de características detalhadas do
produto4,3 7,6 15,1 29,2 43,8 100,0
Apresentação de dados da empresa 9,7 9,7 15,7 29,2 35,7 100,0
Aceitação de cartão de crédito 3,8 7,0 10,8 28,1 50,3 100,0
Rapidez do site na busca de produtos 8,1 16,8 22,2 28,1 24,9 100,0
Prazo de entrega rápido 1,6 7,6 15,7 33,5 41,6 100,0
Influência de familiares ou amigos no momento em que está navegando na Internet
30,3 24,9 27,0 14,1 3,8 100,0
Forma de acompanhamento do pedido após sua
realização1,6 5,4 18,9 31,9 42,2 100,0
Combinação de cores e fontes (tipo de letra)
empregadas44,9 38,9 12,4 3,2 0,5 100,0
Credibilidade da empresa 2,7 4,3 8,1 21,6 63,2 100,0
Rapidez para fechar o pedido e efetuar a transação 3,2 11,9 23,8 34,6 26,5 100,0
Possibilidade de parcelar o pagamento 0,5 5,9 10,3 37,3 45,9 100,0
Aceitação de boleto bancário 17,8 15,7 24,9 22,7 18,9 100,0
O arranjo do ambiente do site chama minha atenção para o produto e eu acabo
comprando.
30,8 27,0 28,1 8,6 5,5 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Quanto ao objetivo de conhecer as variáveis influenciadoras da compra
por impulso dos consumidores sobralense nas lojas virtuais, verifica-se na Tabela
11, que aspectos ligados a preços são percebidos como elementos de maior
relevância para ocorrência de compras impulsivas em transações pela Internet.
Quando somamos os três indicadores de importância estabelecidos para indicar o
59
nível de influência (Moderada Importância, Muita Importância, Total Importância), o
resultado apresenta um índice representativo de 94.1% para a assertiva “preços
mais baixos em relação às lojas tradicionais”, 92.9% para “credibilidade da loja
virtual” e 90,8% para “prazo de entrega”.
Em seguida, destacam-se as respostas cujas afirmativas também
apresentaram índices consideráveis como importantes influenciadores das compras
impulsivas nas lojas virtuais, são representados pelas variáveis “possibilidade de
parcelar o pagamento” (93.5%), “custo de frete” (89,1%), “aceitação de cartão de
crédito” (89.2%), “itens em promoção” (85,4%), bem como apresentação de
“características detalhadas do produto” (80%). Estes dados foram resultado da
análise das considerações cuja variação ocorria de (Nenhuma importância á Total
importância).
É importante mencionar que, muito dos respondentes, também
consideram os atributos “Rapidez de Navegação” e “Rapidez para fechar o pedido e
efetuar a transação” importantes influenciadores para a decisão de compra no varejo
virtual.
Em contrapartida, os resultados indicam que elementos de apresentação
do site como “Música ou trilha sonora reproduzida no site”, “Animação do site
(figuras)”, “Combinação de cores e fontes (tipo de letra) empregadas”, foram as
afirmativas que apresentaram menor importância percebida para a decisão de
compra virtual para os entrevistados.
Apresenta-se, na Tabela 12, abaixo, os dados sobre os compra por
impulso na Internet.
TABELA 12 – Compra por impulso
QTD %
Discorda Totalmente 44 23,8
Discorda Muito 36 19,5
Discorda Pouco 37 20,0
Concorda Pouco 41 22,2
Concorda Muito 16 13,2
Concorda Totalmente 3 1,6
Total 185 100,0Fonte: Dados da pesquisa (2010)
De acordo com os resultados da Tabela 12, quando somados os três
níveis de discordância (Totalmente, Muito, Poucos) estabelecidos para medir a
60
ocorrência de compras impulsivas nas lojas virtuais, percebe-se que a maioria dos
entrevistados 63,3% afirmaram que ao navegar pela Internet e entrar em uma loja
virtual, eles não compravam produtos que não tinha intenção de adquirir antes de
entrar em determinada loja virtual e apenas 36,7% afirmaram comprar de forma
impulsiva. Confirmando dessa forma, o que Costa e Laran (2006) afirmaram ao
concluir que a aquisição de produtos impulsivamente pela Internet ocorre de maneira
menos espontânea do que nas lojas físicas.
61
5 CONCLUSÃO
Esta pesquisa teve como principal objetivo verificar as variáveis
influenciadoras da compra por impulso no ambiente on-line.
Desse modo, buscou-se avaliar o ambiente de loja virtual e sua influência
na ocorrência de compra por impulso. Conforme indicado no capítulo metodologia, a
população utilizada neste estudo era composta por compradores que possuíam
experiência de compra em lojas virtuais para efeito de avaliação de seu
comportamento de compra impulsiva.
A partir da análise dos dados registrados pelas variáveis relativas à
caracterização da amostra verificou-se, que grande parte dos consumidores pela
Internet são jovens, com faixa etária entre 18 e 27 anos, a maioria composta pelo
público masculino, com alto grau de escolaridade – maioria são graduados –
possuem uma renda familiar até R$ 2.000,00 (trabalham) e acessam a Internet com
regularidade de casa e/ou de seu trabalho. Percebe-se também que o perfil dos
entrevistados compreende um indivíduo que possui bons conhecimentos e domínio
do uso da Internet e depende de seu emprego para a atividade de compra.
Com relação a hipótese 1, que trata dos produtos com maior frequência
de compra no comércio eletrônico, constata-se que algumas categorias como
eletrônicos, livros e computadores alcançaram um maior destaque, como se pode
perceber na Tabela 10. Portanto, a hipótese foi aceita. Contudo, Baumeister (2002)
explica que estas preferências, estão associadas aos tipos de produto comprados
majoritariamente através da Internet, o que denominou de “produtos hedônicos”, ou
seja, bens adquiridos para proporcionar prazer ao indivíduo (livros, CDs).
Com relação hipótese 2, que descreve as variáveis influenciadoras do
ambiente de loja, pressupõe-se que aspectos ligados à concessão de benefícios de
preços (descontos, promoções), credibilidade e custo baixo ou inexistente de frete,
são importantes instrumentos para o incremento das compras impulsivas pela
Internet, conforme demonstrado na Tabela 11. Contudo, as relações entre o
ambiente de loja e a compra impulsiva não é suficientemente expressiva para induzi-
los a comprar, já que a maioria dos entrevistados, afirmaram não comprar algo que
não estava previamente planejado antes de entrar na loja virtual, conforme
demonstra a Tabela 12.
62
Sendo assim, é lícito supor que exista uma menor predisposição do
consumidor a incorrer em comportamentos impulsivos de compra em transações
pela Internet.
Portanto, a hipótese principal, cujo enunciado é "A compra por impulso
ocorre quando o consumidor se deixa levar por um apelo das variáveis ambientais
do site.", deve ser refutada, a partir dos indícios demonstrados na Tabela 12, que
puderam ser explicados.
Também é importante considerar, ao analisar os resultados deste estudo,
o viés da resposta socialmente adequada. Segundo Rook e Fisher Apud Costa e
Laran (2006), o comportamento de compra impulsiva pode ser interpretado como
uma falha de autocontrole e, em alguns casos, como uma imperfeição no caráter ou
na personalidade do indivíduo. Dessa maneira, os resultados aqui apresentados
estão sujeitos a esse tipo de comportamento, que pode omitir sua percepção real em
favorecimento das opiniões socialmente apropriadas.
Esta pesquisa possibilitou um acréscimo no conhecimento a respeito
deste tema, pois atingiu seus objetivos, mas constitui-se em apenas um olhar e
como qualquer pesquisa apresenta algumas limitações.
A primeira dela refere-se ao tamanho da amostra, pelo fato de ser difícil
abranger toda a população devido a recursos e tempo da pesquisa, por isso o
público precisou ser limitado, embora representem potenciais compradores. A
amostra por não ser probabilística, não possibilita a generalização dos resultados da
pesquisa limitando a amostra estudada.
Outros estudos com outras amostragens e amostras possibilitarão novos
olhares que se complementarão para formar o conhecimento.
63
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APÊNDICE
Estamos realizando um estudo sobre o comportamento do consumidor para confecção de Monografia de Graduação do Curso de Administração da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UEVA) e gostaríamos de contar com sua colaboração. Pedimos que responda com atenção a uma série de perguntas que serão realizadas. Suas informações são extremamente valiosas para o sucesso dessa pesquisa. Suas respostas não serão analisadas individualmente, mas sim juntamente com as de outras pessoas entrevistadas. A entrevista tomará alguns minutos de seu tempo.
I – CARACTERIZAÇÃO DO RESPONDENTE
1- Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
2 – Idade: 1 ( ) até 18 anos2 ( ) De 19 até 21 anos 3 ( ) De 22 até 27 anos 4 ( ) De 28 até 35 anos 5 ( ) De 36 até 45 anos 6 ( ) Acima de 45 anos
3- Qual é a sua renda familiar mensal? 1 ( ) Até R$ 2.000,002 ( ) Até R$ 2.001,00 a R$ 3.000,003 ( ) Até R$ 3.001,00 a R$ 4.000,004 ( ) Até R$ 4.001,00 a R$ 5.000,005 ( ) Até R$ 5.001,00 a R$ 6.000,006 ( ) Mais de R$ 6.000,00
4- Você atualmente trabalha? 1 ( ) Sim. 2 ( ) Não
5- Nível de escolaridade: 1 ( ) Ensino Fundamental2 ( ) Ensino Médio3 ( ) Graduado(a) ou cursando4 ( ) Pós-Graduado(a)5 ( ) outros
II - ATIVIDADE DE COMPRA POR MEIO DA INTERNET
6- Em que local você costuma acessar a Internet?(pode marcar mais de uma alternativa)
1 ( ) Em casa2 ( ) Em cybercafés3 ( ) No trabalho
4 ( ) Na escola ou universidade5 ( ) Outros
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7- Com que frequência você costuma utilizar a Internet?
1 ( ) Menos de 1 vez por semana2 ( ) Entre 1 e 2 vezes por semana
3 ( ) Entre 3 e 4 vezes por semana4 ( ) Mais de 4 vezes por semana
8- Há quanto tempo você compra pela Internet?
1 ( ) Até 1 ano2 ( ) De 1a 3 anos
3 ( ) De 4 a 7 anos4 ( ) Mais de 7 anos
9- Com que frequência você compra pela Internet?
1 ( ) Comprei apenas uma vez2 ( ) Menos de 1 vez por mês 3 ( ) De 1 a 2 vezes por mês
4 ( ) De 3 e 4 vezes por mês 5 ( ) Mais de 4 vezes por mês
10- Que tipo de produto o(a) Sr(a). já adquiriu pela Internet? (Marque todos os itens que já tiver adquirido)
( ) Alimentos e bebidas( ) Artigos de papelaria( ) Autos e motos( ) Brinquedos( ) Cama, mesa e banho( ) Cds( ) Computadores e software( ) DVD e acessórios( ) Eletrônicos( ) Eletrodomésticos
( ) Esporte e ginástica( ) Flores ( ) Higiene e limpeza( ) Imóveis( ) Jóias( ) Livros e revistas( ) Perfumaria e cosméticos( ) Outros
11- Em algumas situações, determinadas pessoas costumam pensar muito antes de comprar um produto e quando entram em loja virtual, já sabem o que vão comprar. Outras pessoas fazem compras que não foram planejadas, ou seja, quando entram em um site, acabam comprando coisas que não tinham pensado antes de entrar nessa loja virtual. Assim, com base na escala que segue, indique o grau de importância que cada uma dessas frases tem para você quando decide comprar alguma coisa dentro de um site de venda (livraria, supermercado, loja de vestuário, equipamentos eletrônicos, remédios, etc.), naquele momento, SEM QUE TIVESSE PENSADO ANTES EM COMPRAR.
AFIRMAÇÕES Nenhuma Importância
Pouca importância
Moderada Importância
Muita Importância
Total Importância
Itens em promoção. 1 2 3 4 5Custos de frete reduzido ou inexistente 1 2 3 4 5Preços mais baixos em relação às lojas tradicionais 1 2 3 4 5Disponibilidade de tempo para pesquisar 1 2 3 4 5
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Música ou trilha sonora reproduzida no site 1 2 3 4 5Disponibilidade imediata do produto 1 2 3 4 5Animação do site (figuras) 1 2 3 4 5Apresentação de características detalhadas do produto 1 2 3 4 5Apresentação de dados da empresa 1 2 3 4 5Aceitação de cartão de crédito 1 2 3 4 5Rapidez do site na busca de produtos 1 2 3 4 5Prazo de entrega rápido 1 2 3 4 5Influência de familiares ou amigos no momento em que está navegando na Internet
1 2 3 4 5
Combinação de cores e fontes (tipo de letra) empregadas 1 2 3 4 5Credibilidade da empresa 1 2 3 4 5Rapidez para fechar o pedido e efetuar a transação 1 2 3 4 5Forma de acompanhamento do pedido após sua realização 1 2 3 4 5Possibilidade de parcelar o pagamento 1 2 3 4 5Aceitação de boleto bancário 1 2 3 4 5O arranjo do ambiente do site chama minha atenção para o produto e eu acabo comprando.
1 2 3 4 5
12- A seguir, de acordo com a sua experiência de compra pela Internet, aponte seu grau de Discordância ou de concordância, dando uma nota de 1 a 6, para a seguinte afirmação.
AFIRMAÇÃO DISCORDO CONCORDOTotalmente Muito Pouco Pouco Muito Totalmente
Quando navego pela Internet e entro em uma loja virtual, geralmente eu compro produtos que não tinha intenção de adquirir antes de entrar nesse site.
1 2 3 4 5 6
Obrigado pela sua colaboração!
6870