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Tópico 4 e 5 Introdução Entende-se por mixer, ou console de mixagem, ou “mesa de áudio”, qualquer aparelho capaz de receber vários sinais e mixá-los (somar os sinais), entregando o sinal mixado resultante a uma ou mais saídas. É claro que essa definição é muito abrangente, podendo ir desde um simples somador de dois canais, até complexas consoles com dezenas de entradas e saídas. Portanto, elas variam em tamanho e complexidade, desde um mixer pequeno e simples até uma console grande e repleta de funções. A mesa é o item dos equipamentos, em um sistema de áudio, com o qual exercemos o maior número de controles sobre os sinais, em diversos níveis. Merece, portanto, muito cuidado no trato. As mesas podem ser “reais” ou “virtuais”. Uma mesa real é formada por componentes físicos, e o sinal de áudio passa realmente por dentro dela, seja em forma analógica ou digital. Uma mesa virtual é uma superfície de controle, no mesmo sentido que um teclado + mouse de computador, controlando parâmetros de sinais que, de fato, não existem dentro dela, e que na realidade estão sendo tratados em um Processador Digital de Sinais (DSP), ou pelo menos em processadores analógicos controlados por computador. Existem, ainda, mesas em forma de software, que só aparecem na tela do computador quando é carregado o programa, o qual controla circuitos com DSP. Nas mesas virtuais a superfície de controle, ou mesmo a tela do programa, ainda guarda enorme semelhança com a coisa real, para facilitar a vida de quem as opera. Em qualquer desses casos, os princípios aqui mostrados se aplicam. Muito embora as referências sejam a mixers e circuitos reais, ao se migrar para o virtual todo o conhecimento é aproveitado. Os elementos que compõe um mixer são: Somador – um circuito onde entram vários sinais, e sai um sinal que é a soma das entradas; Atenuador – um elemento no qual o sinal de saída é igual ou menor que o sinal na entrada; Amplificador – tem função oposta a do atenuador, ou seja, em sua saída o sinal é igual ou maior que em sua entrada; Chaves – servem para interromper ou mudar o caminho percorrido por um sinal; Outros circuitos – são representados por blocos, isto é, retângulos com indicação da função do circuito Operacional Podemos dividir a console em três partes: os canais de entrada, a seção master, e o painel traseiro. Vamos ver as funções básicas que constituem cada uma dessas partes, num exemplo de console que vamos imaginar. Canais de entrada Os chamados canais de entrada, em que são ligados os diversos sinais que compõe o programa a ser mixado, podem ser mono ou estéreo. Nos canais mono, que são em maioria numa console, ligamos CONSOLES DE MIXAGEM 11 Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andar Telefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

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Tópico 4 e 5

Introdução

Entende-se por mixer, ou console de mixagem, ou “mesa de áudio”, qualquer aparelho capaz de receber vários sinais e mixá-los (somar os sinais), entregando o sinal mixado resultante a uma ou mais saídas.

É claro que essa definição é muito abrangente, podendo ir desde um simples somador de dois canais, até complexas consoles com dezenas de entradas e saídas. Portanto, elas variam em tamanho e complexidade, desde um mixer pequeno e simples até uma console grande e repleta de funções.

A mesa é o item dos equipamentos, em um sistema de áudio, com o qual exercemos o maior número de controles sobre os sinais, em diversos níveis. Merece, portanto, muito cuidado no trato.

As mesas podem ser “reais” ou “virtuais”. Uma mesa real é formada por componentes físicos, e o sinal de áudio passa realmente por dentro dela, seja em forma analógica ou digital. Uma mesa virtual é uma superfície de controle, no mesmo sentido que um teclado + mouse de computador, controlando parâmetros de sinais que, de fato, não existem dentro dela, e que na realidade estão sendo tratados em um Processador Digital de Sinais (DSP), ou pelo menos em processadores analógicos controlados por computador.

Existem, ainda, mesas em forma de software, que só aparecem na tela do computador quando é carregado o programa, o qual controla circuitos com DSP.

Nas mesas virtuais a superfície de controle, ou mesmo a tela do programa, ainda guarda enorme semelhança com a coisa real, para facilitar a vida de quem as opera.

Em qualquer desses casos, os princípios aqui mostrados se aplicam. Muito embora as referências sejam a mixers e circuitos reais, ao se migrar para o virtual todo o conhecimento é aproveitado.

Os elementos que compõe um mixer são:

Somador – um circuito onde entram vários sinais, e sai um sinal que é a soma das entradas;

Atenuador – um elemento no qual o sinal de saída é igual ou menor que o sinal na entrada;

Amplificador – tem função oposta a do atenuador, ou seja, em sua saída o sinal é igual ou maior que em sua entrada;

Chaves – servem para interromper ou mudar o caminho percorrido por um sinal;

Outros circuitos – são representados por blocos, isto é, retângulos com indicação da função do circuito

Operacional

Podemos dividir a console em três partes: os canais de entrada, a seção master, e o painel traseiro. Vamos ver as funções básicas que constituem cada uma dessas partes, num exemplo de console que vamos imaginar.

Canais de entrada

Os chamados canais de entrada, em que são ligados os diversos sinais que compõe o programa a ser mixado, podem ser mono ou estéreo. Nos canais mono, que são em maioria numa console, ligamos

CONSOLES DE MIXAGEM

11Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

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12Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

os diversos instrumentos. Nos canais estéreo ligamos CD players, voltas de efeitos, e também instrumentos estéreo, como teclados.

A figura 1 mostra um exemplo de canal mono e a figura 2 um exemplo de canal estéreo.

Seção de entrada do canal

(1) O controle de ganho de entrada serve, como o nome diz, para ajustar o ganho a ser dado ao sinal que entra no canal. Ou, em outras palavras, ajusta a sensibilidade do canal em função do nível do sinal que nele chega.

(2) A chave pad trabalha junto ao controle de ganho, e serve para reduzir o nível do sinal de entrada no montante marcado nela (20 ou 30 dB).

(3) A chave mic/line permite a seleção de uma entre as duas entradas que cada canal possui. Uma de microfone, baixa impedância e balanceada, e outra de linha, alta impedância e desbal-anceada.

(4) A chave +48V, phanton power, uma vez acionada, permite que a tensão necessária a alimen-tação de microfones a condensador e DIs ativas, seja a eles fornecida pela fonte da console.

(5) A chave marcada com a letra grega ϕ (leia-se “fi”),faz inversão na polaridade do sinal de entrada. Inverte as ligações dos fios entre os pinos 2 e 3.

(6) A chave hi-pass liga no circuito um filtro passa-altas, cortando as baixas freqüências do sinal de entrada. A freqüência de corte do filtro é, na maioria das vezes, marcada no painel ao lado da chave (nesse caso 100Hz), e sua atenuação, na maioria das vezes, é à razão de 12 dB / oitava. Em consoles com mais recursos, encontramos, além da chave que liga o filtro, um potenciômetro rotativo que nos permite selecionar a freqüência de corte do filtro.

Seção de equalização do canal

(7) A seção Hi, no equalizador do canal, é um filtro shelving que acentua ou atenua as freqüências acima da de corte, que neste caso é fixa e igual a 12kHz.

(8) A seção MidHi é variável, de 600Hz a 14kHz, do tipo peaking, ou bell, apresentando controles de seleção da freqüência central de atuação do filtro, e de ganho ou atenuação.

(9) A seção MidLow é como a anterior. A variação da fc do filtro é de 80Hz a 2kHz.

(10) A seção Low é como a primeira. Apenas, aqui, o filtro atua sobre as freqüências abaixo da de corte: 70Hz.

(11) A chave EQ, uma vez acionada, liga o equalizador do canal.

Seção de endereçamento do canal

(12) Os controles AUX1 a AUX8 servem para endereçar níveis

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diferentes do sinal de entrada para oito saídas diferentes. Essas saídas se prestam para envio de sinal para os monitores dos músicos no palco, ou para envio de sinal para multiefeitos, ou para envio de sinal para um front fill, etc...

(13) As chaves PRE que acompanham cada dois dos potenciômetros, fazem com que o sinal saia deles direto para seus masters, quando acionadas, ou passem pelo fader no caminho até lá, quando não acionadas.

(14) As chaves MIX, 1/2, 3/4, 5/6 e 7/8, endereçam o sinal do canal, respectivamente, para o estéreo e/ou para os grupos 1 e 2, 3 e 4, 5 e 6, e 7 e 8.

(15) O potenciômetro PAN faz a divisão do sinal entre o L e o R, o 1 e o 2, o 3 e o 4, o 5 e o 6, e o 7 e o 8.

(16) A chave ON liga o canal, e o led associado a ela faz essa indicação quando aceso.

(17) Os dois leds, um verde e outro vermelho, indicam, respectivamente, a presença de sinal e a proximidade (normalmente 6dB abaixo) do nível de clipping.

(18) A chave CUE (ou PFL) endereça o sinal para um VU dedicado, para aferição do seu nível antes do fader do canal. Na ausência deste VU dedicado, a chave faz solar o sinal em um dos VUs Masters, ou em ambos (ele deixa de ler o nível do sinal de saída da console para ler o selecionado). Essa chave também sola o sinal na saída de fones, inibindo, quando acionada, o sinal L e R que normalmente está lá para escuta.

A chave SOLO, quando houver, além de solar o sinal selecionado em um VU e na saída de fones, também o faz nas saídas L e R da console. Cuidado para não pressioná-la durante a mixagem!!

(19) O fader controla a intensidade do sinal que será enviado para os Masters L e R, e/ou para qualquer Grupo ou conjunto de Grupos.

No canal estéreo as funções do canal mono se repetem, com algumas poucas modificações. Em algumas consoles as seções de entrada e de equalização podem ser mais simples que no canal mono.

13Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

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14Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

O potenciômetro de panorâmica, PAN, é normalmente substituído por um de balanço, BAL, que ajusta os níveis dos sinais de entrada no estéreo.

Seção Master

A seção master reúne os controles masters dos Grupos, dos Auxiliares, e das saídas principais Estéreo. Para esta seção são endereçados os sinais vindos dos canais.

Olhando para a figura 3 podemos observar uma parte da seção Master da nossa console, onde vemos um dos oito módulos com os controles típicos do grupo, do auxiliar, e o VU para ambos. Na figura 4 vemos o módulo dos masters principais, que também possui a parte de geração de ruídos, comunicação, saída de fones, e outras funções.

Módulo de Auxiliar/ Grupo

- Auxiliar

(1) O VU indica o nível do GRUPO ou do AUX correspondente.

(2) Esta seleção de leitura é feita através da chave GR/AUX.

(3) O potenciômetro LEVEL determina o nível da mixagem auxiliar na saída correspondente.

(4) A chave de AFL permite a monitoração do sinal (no meter PFL/AFL e nas saídas de headfone) depois do potenciômetro level.

(5) A chave ON liga o master auxiliar correspondente.

(6) A seção de equalização é, normalmente, simples, como a do canal estéreo.

(7) A chave EQ, uma vez acionada, liga o equalizador.

- Grupo

(8) O potenciômetro de PAN posiciona o sinal do grupo no estéreo L e R.

(9) O sinal mixado no grupo fica disponível na sua saída através do acionamento da chave

ON correspondente.

(10) A chave ST endereça o sinal do grupo para os masters L e R.

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15Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

(11) O fader controla a intensidade do sinal, mixado no grupo, que será enviado para esses masters e para sua saída.

(12) A chave de AFL permite a monitoração do sinal (no meter PFL/AFL e nas saídas de head-fone) depois do fader do grupo.

Módulo Master

(13) Os VUs principais, L e R, apresentam a leitura dos níveis do sinal nas saídas principais da console. Toda vez que uma chave PFL ou AFL for acionada, esses VUs deixam de ler o estéreo e passam a ler o sinal selecionado.

(14) Um sinal de 1kHz, ou ruído rosa, pode ser gerado nas saídas principais através do acionamento das respectivas chaves onde se lê GEN. O potenciômetro associado regula o nível do sinal selecionado.

(15) A parte TALKBACK possui uma entrada para o microfone de comunicação, um potenciômetro que regula seu volume, e as chaves que determinam para onde se quer endereçar a comunicação.

(16) A parte PHONES possui uma saída para os fones de ouvido e um potenciômetro que ajusta o nível do sinal estéreo, ou selecionado em PFL/AFL, nesta saída.

(17) Faders L e R controlam a intensidade do sinal nas saídas principais da console.

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Fig. 4 - Módulo Master.