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EQUALIZADORES Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andar Telefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866 Tópico 6 Introdução Quando estamos sonorizando uma banda, os sons de seus instrumentos são captados por microfones, mixados em uma console, comprimidos, gateados, reverberados, processados, amplificados, e reproduzidos por falantes. Ao longo de todo este caminho é razoável imaginarmos que os equipamentos produzam alterações nos sons originais. Além das alterações impostas pelo ambiente em que são reproduzidos esses sons. O equalizador, como o nome sugere, é o equipamento que utilizamos para fazer com que a sonoridade da banda, que sofre tantas modificações, se torne igual, ou o mais parecido possível, com a original. Os equalizadores, usados para esse propósito, são encontrados como equipamentos discretos, acondicionados em “racks”. Eles podem ser do tipo gráfico, o mais comum, ou do tipo paramétrico. Encontram-se ligados em vários lugares na cadeia que compõe o sistema de sonorização. Vamos ver algumas características, e alguns exemplos de aplicação, de cada um deles. O equalizador paramétrico Quando fazemos uso de um filtro elétrico, categoria em que se encontram os equalizadores, atuamos sempre em uma freqüência e em outras tantas a sua volta. Se o filtro é do tipo “hi-pass”, atenuamos todas as freqüências, de maneira gradativa, abaixo de uma determinada que chamamos “freqüência de corte”. Se o filtro é do tipo “low-pass”, atenuamos todas as freqüências, de maneira gradativa, acima da “freqüência de corte”. A figura 1a nos mostra esse tipo de filtro. Se o filtro é do tipo “shelving”, atenuamos ou reforçamos num certo grau, 6dB/oitava, acima ou abaixo da freqüência de corte, até uma outra determinada freqüência que vai depender da quantidade de atenuação ou ganho, quando então o nível volta a se manter. Ver figura 1b. Se o filtro é do tipo “peaking” ou “bell”, atenuamos ou reforçamos uma banda de freqüências que é centrada em uma freqüência específica. Figura 1c. Figura 1a 17

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EQUALIZADORES

17Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

Tópico 6

Introdução

Quando estamos sonorizando uma banda, os sons de seus instrumentos são captados por microfones, mixados em uma console, comprimidos, gateados, reverberados, processados, amplificados, e reproduzidos por falantes. Ao longo de todo este caminho é razoável imaginarmos que os equipamentos produzam alterações nos sons originais. Além das alterações impostas pelo ambiente em que são reproduzidos esses sons.

O equalizador, como o nome sugere, é o equipamento que utilizamos para fazer com que a sonoridade da banda, que sofre tantas modificações, se torne igual, ou o mais parecido possível, com a original.

Os equalizadores, usados para esse propósito, são encontrados como equipamentos discretos, acondicionados em “racks”. Eles podem ser do tipo gráfico, o mais comum, ou do tipo paramétrico. Encontram-se ligados em vários lugares na cadeia que compõe o sistema de sonorização. Vamos ver algumas características, e alguns exemplos de aplicação, de cada um deles.

O equalizador paramétrico

Quando fazemos uso de um filtro elétrico, categoria em que se encontram os equalizadores, atuamos sempre em uma freqüência e em outras tantas a sua volta.

Se o filtro é do tipo “hi-pass”, atenuamos todas as freqüências, de maneira gradativa, abaixo de uma determinada que chamamos “freqüência de corte”. Se o filtro é do tipo “low-pass”, atenuamos todas as freqüências, de maneira gradativa, acima da “freqüência de corte”. A figura 1a nos mostra esse tipo de filtro.

Se o filtro é do tipo “shelving”, atenuamos ou reforçamos num certo grau, 6dB/oitava, acima ou abaixo da freqüência de corte, até uma outra determinada freqüência que vai depender da quantidade de atenuação ou ganho, quando então o nível volta a se manter. Ver figura 1b.

Se o filtro é do tipo “peaking” ou “bell”, atenuamos ou reforçamos uma banda de freqüências que é centrada em uma freqüência específica. Figura 1c.

Figura 1a

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18Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

Um filtro, de qualquer um dos tipos mencionados acima, pode ter a freqüência de corte, ou a freqüência central de atuação, fixa ou variável. Daí levar o nome de filtro fixo ou filtro variável.

Se num filtro peaking com freqüência de corte variável, também for possível variar a quantidade de freqüências a sua volta, ou seja, variar a sua “largura de banda”, então teremos um filtro paramétrico.

Um filtro paramétrico é, portanto, aquele em que podemos escolher a freqüência central de atuação, fc, podemos escolher a largura de banda à volta desta freqüência, BW, e podemos esco-lher a quantidade de atenuação ou reforço que daremos a este conjunto de freqüências, G (gain). Esses são seus controles. A figura 2 nos mostra o aspecto das seções HI e HI-MID de um equalizador paramétrico.

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19Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

A largura de banda (BW – Band Width) do filtro é definida como a extensão de freqüências limitada por aquelas duas, f1 e f2, uma abaixo e outra acima da fc, cujos níveis estão 3dB abaixo do nível da fc (ver figura 1c).

A seletividade do filtro, Q, diz respeito à quantidade de freqüências, à volta de fc, sobre as quais ele atua. Se ele selecionar mais, for mais seletivo, ele atuará sobre umas poucas freqüências. Se ele não for muito seletivo, atuará sobre uma quantidade maior de freqüências. Vemos claramente que quanto maior a seletividade do filtro, menor sua largura de banda, e quanto menor sua seletividade maior sua largura de banda. A seletividade é definida por:

Se temos um filtro com fc = 1000 Hz, f1 = 500 Hz e f2 = 2000 Hz, podemos dizer que sua largura de banda ( BW ) é de 2 oitavas, e sua seletivivade ( Q ) é igual a 0,67.

As expressões que relacionam a BW, em oitavas, e o Q de um filtro são:

O equalizador paramétrico é um equipamento que nos permite o máximo de precisão na equalização de um sinal qualquer.

O equalizador gráfico

O nome é muito apropriado para este equipamento, já que, como em um gráfico, ele nos mostra os níveis (no eixo vertical) em função das freqüências (no eixo horizontal). E esta é sua grande vantagem em relação ao paramétrico: a facilidade de visualização do que se está fazendo. Por essa razão, e apesar da maior possibilidade de precisão nos ajustes que o paramétrico nos dá, o equalizador gráfico é preferencialmente utilizado em boa parte das aplicações.

O equalizador gráfico é um conjunto de filtros peaking, em que as freqüências centrais são pre-estabelecidas e, portanto, fixas. A largura de banda pode ser variável ou constante, como veremos mais adiante, mas nunca sob o controle do operador. Apenas o ganho é ajustado pelo operador.

Os equalizadores gráficos podem ser encontrados com diferentes espaçamentos entre as freqüências

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centrais de atuação. Os espaçamentos mais comuns são de 1 oitava, de 2/3 de oitava e de 1/3 de oitava. As freqüências centrais atendem a norma ISO (International Standardization Organization) e são as seguintes, em Hz:

1 oitava: 31,5 – 63 – 125 – 250 – 500 – 1000 – 2000 – 4000 – 8000 – 16000

2/3 oitava: 31,5 – 50 – 80 – 125 – 200 – 325 – 500 – 800 – 1250 – 2000 – 3250 – 5000 – 8000 – 12500 – 20000

1/3 oitava: 20 - 25 - 31,5 – 40 – 50 – 63 – 80 – 100 – 125 – 160 – 200 – 250 – 315 – 400 – 500 – 630 – 800 – 1000 – 1250 – 1600 – 2000 – 2500 – 3150 – 4000 – 5000 – 6300 – 8000 – 10000 – 12500 – 16000 – 20000 Esses equalizadores também são conhecidos pelo número de bandas de freqüências que possuem.

De 10 bandas, o de 1 oitava; de 15 bandas, o de 2/3 de oitava; e de 30 bandas, o de 1/3 de oitava. Podemos encontrar equalizadores de 1/3 de oitava com 29 ou 31 bandas, dependendo do fabricante.

A figura 3 nos mostra, em parte, um equalizador gráfico, dual, de 1/3 de oitava.

Os projetos mais modernos de equalizadores gráficos utilizam filtros de Q constante e interpolados.

A figura 4a nos mostra a atuação de um filtro que mantém sua seletividade independente do ganho.

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21Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

A figura 4b nos mostra um projeto mais antigo, em que, a medida que alteramos o ganho, a largura de banda do filtro também é alterada.

A figura 5a nos mostra o funcionamento de filtros interpolados, em que conseguimos atuar em freqüências entre duas padronizadas, através da atuação nestas últimas. Em 5b vemos como funcionam filtros não interpolados.

Olhando para a figura 3 novamente, vemos outros controles que podemos encontrar em equalizadores gráficos.

Filtro passa-altas (hi-pass filter): nos ajuda a evitar vazamentos de baixa freqüência em uma determinada mixagem, tornando-a mais limpa; se estiver insertado em um instrumento, nos ajuda a limpar o som deste instrumento.

In/Out: coloca e retira o equalizador do circuito, nos permitindo comparar timbres e níveis de sinais não equalizados e equalizados.

Ganho (gain): sempre que equalizamos alteramos o nível do sinal que está sendo equalizado. Este controle nos permite buscar o nível adequado.