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DO FOOTBALL NO

PRESTIGIO DO

FLUMINENSE

(na página dupla)

SAÜTlâGO, JANEI-

RO E FEVEREIRODE 45

(nas páginas 1 c 5)

ONDE A CHUTEIRA

TEM VERNIZ

(na página 7)

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EM JOGO A SUPRE-

MACIA m ATLETIS-

MO CONTINENTAL

(na página iü)

A VITORIA DE

ÁNDREATA

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FLUMINENSE x SÃO

PAULO

(nas páginas 14 e 15)

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Página 2 sexta-feira, 23 de março de 1946

Tenha Cabelo BomUSANDO

TORNA LI SO OS CABELOSMESmEt^ AS PESSOAS DE CÒR

À V E N D A NAS

PERFUMA RIAS:MAIA — K. Andradas, 26

RIAN — R. do Teatro, 37 eMAIA — Av. Gomes Frei-

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Lavradio, 68.CASA FACHADA — R. An-

d radas, 64.

PERFUMARIA LOPES S.Praça Tiradcntes, 36

— RIO —

Fiais lompíefo de Brasil?Julgo que fomos fracos no serviço. Temos Maneco no mais

efetivo tiro inicial. Quando não está precisando ide suas ma-ximas energias para o final, Maneco usa o ' American twist ,dobrando o rim a Vines (famoso campeão americano possui-dor do mais forte tiro cortado do mundo). Atira também um"cannon-ball" (batida de chapa na pelota quase sem corte)

Direita (forehand): efetivamente Alcides possue a melhordireita Pega a bola, apesar de fazê-lo na descida, com violen-cia tremenda. Todavia ainda na direita alta e longa ao angulodireito ao adversário temos que assinalar Maneco. Em todocaso o melhor golpe de direita é mesmo de Alcides Procopio.Também se não fosse sua direita...

Esquerda ou revés (backhand): Maneco e Renato Canti-zani Devemos mencionar Armando Vieira na esquerda des-ferida em paralela. O carioca e o paulista íáylvio Boock (omais técnico dos jogadores paulistas) são notáveis nessa mo-dalidade de backhand.

Esmache (smash) Maneco no "over-head-smash" (tiro aci-ma da cabeça, eis a tradução) para qualquer ângulo adversa-rio Temos no "smash" no salto, Sylvio Boock e Humberto Costae este inimitável ítalo Ricci (jogador da 1.» classe paulista. E'notável) .

Deixada (drop shot ou "chopp"...) Vieira, Maneco.Parada (amorti) Arnaldo Serra, Nelson Moreira (Bauru).Voleio: Maneco, Boock, Jorge Salomão, Humberto Costa,

Jiro Fujikura (Está atualmente recomeçando a jogar no E. C.Pinheiros de São Paulo.

Lobe ("lob") Fujikura, Procopio, Vieira.Passada na rede: (passing shot) Boock, Pernambuco, Serra.

CONDUTAS TÉCNICASFundo de quadra (baseline) Ricardo Pernambuco — mes-

tre insigne no fundo de quadra — Procopio, Nelson Cruz (8 ve-zes campeão paulista. O melhor estilo de fundo de quadra atéhoje no Brasil), ainda hoje grande atirador de "baseline".

Rede: Maneco, Boock, vários paulistas, poucos cariocas...(entre os homens neste dispositivo de jogo moderno posso colo-

car a carioca Sofia de Abreu que voleia melhor que muitns dosnossos famosos...).

Deixo para uma citação especial Jorge Salomão. Este é de-pois de Arnaldo Serra o mais intuitivo dos jogadores nacionais.Praticamente sem revés, Salomão bate em simples, vários jo-gadores completos pela sua extraordinária perceptibilidade doque vai -acontecer, suprindo com descidas rapidíssimas à rede afalta do próprio apoio de seus golpes. Voleia em sucessão na cor-rida á frente. Neste ponto está sozinho no Brasil e mesmo, mui-to mais alem. Poucos no tennis universal fazem o que Salomãojá fez diante de um Coock, Guernzey, Mc. Neil. Kramer, e to-dos os argentinos. E' um Borotra elevado ao cubo. . .

Agora uma sugestão para O GLOBO SPORTIVO: eleger emconcurso o pior jogador do Brasil... Aquele que reunisse os de-feitos de educação e educação técnica...

MANECO ÚMERO UM«líRVIÇO Maneco.DIREITA ProcopioESQUERDA Maneco, Renato Cantizani, Viei-

ra e Boock••SMASH" Maneco, Boock, Humberto Costa

e ítalo Ricci

J0EIXADA Vieira e Maneco.

PARADA Arnaldo Serra e Nelson Moreira.

VOLEIO Maneco, Boock, Salomão, Hum-berto Costa, Fujikura.

j qb Fujikura, Procopio e Vieira

PASSADA NA REDE Broock, Pernambuco e Serra

FUNDO DE QUADRA Pernambuco, Procopio e NelsonCruz

REDE1 ........-.V*. ..'-»• Maneco, Boock e Jorge Salomão.

O GLOBO SPOKTIVO

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Willie Ptp,excelente I>CJJ0_PC*** de Ha*.toro, qnt j^de voltar ^rtng, depois d,servir na ^

rinha.

cidas por ele, T^wr JpJT^yJy \\ • jL .,, '¦"— >:Jn í

vencedor, ^da'9

»ntas J^^MMP''í' da Marinha i>6s dinamite cm seus

J$ÊÊÊÊÈÈè* " in!nh°S" --.-=-==^-JII II llHIWmilllllllll ¦ MINI .111 Mil ¦Illlll MM ¦¦ ¦!¦ ¦¦¦¦! IIIIMIII IIIIIIIIII..II.I.—IIIIII.I III

w. M

O estagio de Willie Pep na Marinha, emboracurto, foi-lhe de grande vantagem. O pequeno cam-peão peso-pena de Nova York acha-se hoje maisforte, mais exercitado e com suas qualidades pugilís-ticas mais aperfeiçoadas. Seu descngajamenlo se deudevido a ter ele uma das orelhas defeituosa."Quando eu saí da Marinha — diz — pesava 73quilos. Devo isto ao bom passadio que tive ali. WllieGore, meu treinador, teve que trabalhar muito pararebaixar-me a 63 quilos. E o conseguiu, na mediade 2y» quilos por semana".

Pep completou 22 anos de idade e comemorou adata vencendo Cabey Lewis em Hartford. Foi seu78.° triunfo em 79 lutas, sendo também a décimaprimeira vitoria em sucessão, desde que deixou oserviço naval.

- A única derrota sofrida por Willie, até o presente,foi contra Sammy Angot, tendo porem a seu favoracentuada desproporção de peso. Hoje ele.exprimeabertamente o desejo de reencontrar-se com Angot,afirmando saber como o "escorar"'.

Antes disto, no entanto, pretende enfrentar qualqueradversário que se apresente, nos limites de sua ca-legoria, mesmo com o título em jogo.

Saberá disto o empresário Mike Jicobs ?

Ouça diariamente, ò:7.0 5 Resenha Espcr

— riva Brasileira na

ti tf i %¥ 1 U,.¦¦;¦

1 180 Qui lociclosDireção de

GAGLIANO NETTO

.

ARTIGOS DE ESPORTES

C4§ 4

13, Praça Tiradentes, 1SABERTA ATÉ 22 HOBAS

O Globo SportivoDiretores: líoberto Marinho e Mario Rodngues Filho. Gerente: Henrique Tavares. Secre-tario: líicardo Serran. Redação, administracão e oficinas: rua Bethencourt da Silva, 21.l.° andar, Rio de .Janeiro. Preço do nimeroavulso para todo o Brasil: Cr$ 0,50. Assinai u-ras: anual, Cr$ 26,00 — semestral, Cr$ Í6t00.

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O GI;0B0 SPORTÍVO Sexia-íeira, sjjj d« março de 1945 Página 8

mV^v^#^^ 1 yi tal m ^

depois de UM DIA de trabalho... e calor... '1 y\ / ••/¦'e agitação... faça esta experiência: tome um l/tV/^A '¦¦ifbanho com Salus! Verá que sensação de le- A \'\#/f f g \vv/a, de bem-estar, de euforia. De ação ultra- \\\/ _^3 ,|

5TVERSOSA "Taça da Inglaterra", disputada pe-In Wolverhampton e $> Portsmouth, foi

instituída há cerca de £2 anos. E' a se-íinnda que é posta em jogo, porque, a pri-'nitiv.t, de que era possuidor o Aston Villa,foi misteriosamente roubada da vitrina deuma casa comercial, há 37 anos.

Até o presente, só um homem consc-Uniu sair vitorioso em três jogos olímpicos.

Foi o norte-americano Flanagan, quevenceu as provas de arremesso do marte-Io, em 1900 (Atenas), em 1901 (São Luis)c 1908 (Londres) .

Em 1921, foi disputado em Buenos Aireso 4." campeonato sul-a neric-ano de foot-bali. Os argentinos venceram com (i pon-tos. Foram vice-campeões: brasileiros, uru-guaios e paraguaios, isto é, os demais con-correntes. Os brasileiros venceram os pa-raguaios e perderam paia os uruguaios,que baquearam frente aos paraguaios.

Você viu, Gastão ? OFluminense ganha do SãoPaulo, devia recebe- elo-gios e não recebe.

Andam com má von-tade com o Fluminense,Mario Polo. Outro dia agente a p a n h o u do SãoPaulo. Pau na gente*.

Avalie se o São Pau-Io jogasse com Leonidás,Luizinho. Remo e Noro-nha — foi o que disseram.

E agora chega, o SãoPaulo iomplétinho, quemnão estava completo erao Fluminense.

E o Fluminense vai evence.

Para você ver como sãoas coisas. Mario Polo.

E' por essas e outrasque eu me queimo.

Agora você não temrazão para queimar-se,Mario Polo

Como não ter.hu ?O Fluminense, está

vencendo, o~que interessaé a vitoria

Eu so quero que la-çam justiça ao F l v. m i -nense.

Pois eu, Mario Polo.não ando atrás de elogio.

Nem eu.Podem meter-me o

pau à vontade enquantoo Fluminense vencer.

O Fluminense nãopode vencer toda a vida,Gastão. ,

Lá isso e verdade,Mario Polo. O que eu que-ro dizer t que a g o r a osataques não mè atingem.

Se ctes atacassem cFluminense na vitoria e odefendessem na derrotaeu não me incomodaria.

Quem sabe. MarioPolo ? Tcv.vez o Fluminen-se aceite

Ah ¦ Se o Fluminen-se acertasse !...

O Fluminense estámuito melhor do que es-tava no ano passado namesma epoea.

Na mesma época nãointeressa. Gastã,o.

Interessa. Mario Po-lo. Você já se esqueceudo ano passado

Eu nunca mais meesquecerei do o.v.o passa-do, Gastão. O Fluminen-se na frente do campeó-nato, quase dando aáeu-sinho e, de repente foi oque se viu.

Eu não me retiro aofim. Refiro-me ao princi-pio, Mario Polo.

Ma V

O

O principio foi igualao fim, Gastão.

O Fluminense no anopassado começou mal eacabou mal, Mario Polo.Este ano começou 'oem.

E pode terminar bem.E' isso que eu digo.Mas a gente não po-

de chamar isso de princi-pio, Gastão.

Se isso não foi prin-cipio eu então não sei oque é principio.

Eu chamo principioo "Relâmpago" o "Muni-

cipal".O "Relâmpago" es-

tá ai, Maiio Polo.O Fluminense no ano

passado Gastão, antes do"Relâmpago", t a m b e mpensava que estava bem.

Parecia que estavabem, Mario Polo.

Pois é: e se estas vi-tomas fossem apenas apa-rendas. Gastão ? Você jápensou nisso ?

Pensei.O jcotball cem isso

de ruim: a gente nuncapode estar sossegado.

Mas eu não me refi-ro a estas vitorias, MarioPolo. Quer dizer: me re-firo a essas vitorias. Masnoutro sentido

Em que sentido ?Eu não sei se me ex-

plico bem. O Fluminenseno ano passado, nessa

¦ época, andava louco atrásde jogadores.

E esie ano vão anda.Não anda. Ai è que

está a tástoria. O Flumi-nense tem jogadores, Ma-rio Polo, muitos jogado-res. Está armado.

Mais ou menos.Vamos admitir que

seja mais ou -menos.Eu so lhe digo uma

coisa. Gastão.O que ?Tracz de ganhar es-

te campeonato.Se for possível o Flu-

'íninense será o campeão,Mario Polo

Trate de ganhar estecampeonato p or que. eunão estou mais para so-frer.

Não é você só que 90-fre, Mar io Polo

Mas eu sofro pelofootball há mais de trrn-ta anos. Você começou asofrer outro dia.

O sofrimento'é igual.Pode ser igual. Mas

você agüenta, eu nãoagüento mais.

í

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Página 4 sexta-íeira, 33 de março de 1945

; i EO GJL.ÕBÒ SI>Oin-iY0

Ricardo Serran)

N.

O Sr. João Lyra Filho, discursando na homenagem prestada peladelegação brasileira ao patriarca do Chile, 0'Higgins 1 O c/ie/e da delegação brasileira, juntamente com cracks e delegados, chegando ao es-

íadio dos Carabineiros para um ensaio da seleção

Antes de iniciar a análise das razões que concorrerampara o êxito da campanha dos brasileiros no Chile, valerecordar alguns pontos da entrevista concedida pelo pre-aidente da C. B. D., Sr. Rivadavia Corrêa Meyer, aosnossos colegas do O GLOBO. Então o supremo dirigenteda entidade máximar, antes da partida dos integrantes dadelegação, teve ocasião de afirmar que possuía motivospara prever completo sucesso da embaixada. Destacou opapel que deveríamos representar no Congresso de cujoêxito não duvidava, graças à competência do chefe esco-lhido. Demonstrando, ainda, a maior confiança na atua-ção do quadro, prognosticou que estaríamos em condiçõesde realizar fulgurante campanha. Assim estimulados, qus.-tro dezenas de brasileiros rumaram para Santiago do Chi-le, dispostos a corresponder à confiança do presidentecebedense. E, realmente, durante todos os dias que pas-fcaram em terra estranha, tiveram renovados os votos defcplausos partidos do Sr. Rivadavia Corvèa Meyer, mesmolios instantes de tristeza. No momento preciso em que adecepção tomava conta de todos, chegou a Santiago o des-

pacho telegráfico da entidade máxima, no qual a dirigentedos desportos brasileiros reafirmava a sua fé na repre-sentação e agradecia os esforços dispend'dos por todos, napeleja em que experimentamos o único revés.

Em Santiago, jogadores, delegados e jornalistas encon-traram, na pessoa do chefe da delegação, um amigo com-pleto. Contrariando os prognósticos de alguns pessimis-tas, o Sr. João Lyra Filho revelou-se o dirigente ideal. Con-quistou seus dirigidos, como mais tarde havia de fazerconvergir para a sua pessoa, os elogios das demais dele-gações. Trabalhava todas as horas do dL. e roubava outrasde sono para atender aos detalhes da vida dos seus co-mandados. Isso sem chegar a perder o bom humor, fa-zendo sempre questão de ser apenas o amigo, esquecidocompletamente das prerrogativas do posto que. ocupava.Estudava planos para a entrada dos players em campo,interferia na escolha dos alimentos, auxiliava na comprade material especializado, comparecia a.ú reuniões do con-gre.-so, atendia aos correspondentes es-trangeiros, enfim, distribuía suas horase minutos de maneira a satisfazer asnecessidades gerais.

Acompanhamos toda a sua ação nos aias em que vive-mos do Rio a Santiago, durante a permanência na capitalchilena, e o regresso. O entusiasmo e dedicação com quese houve na temporada trouxeram o exemplo para os de-mais e assim contou com a colaboração quase que geral.No intuito de diminuir a sua tarefa, muitos procuraramajudá-lo e somente conseguiam após muita luta. Buscandoo melhor, agindo para que nada faltasse, o chefe da dele-gação brasileira acabou -realizando obra perfeita, servindode exemplo para o futuro. Contou, na \erdade, com uraFrancisco de Paula Job, disposto para tudo; o Flavio Cos-*ta, capaz como ninguém no seu posto; o Abelardo Noio-nha, eficaz e modesto; Lourival Pereira, "double" de te-soureiro perfeito e jornalista; o capitão Leão, revelando-sena administração de Macul; alem dos jogadores, obedien-tes ao extremo, em atender às determinações da chefia.

(Conclue na página seguinte)

L

Na bancada do Brasil, ao lado dos representantes diplomáticos, assistindoaos matches dos demais concorrentes; abragajido os cracks ? itoriosos, após osprelios sensacionais, o Sr. João Lyra Filho dividia-se pela serie de locais em

que a sua presença era reclamada

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o «lobo sronTivo Nexta-ieira, m de março de 15)4.", Página 5

pio exato ©a representação brasileirai do chefe - Sucesso e

Chile--AMios os se

____¦__——¦_¦__—¦i»«—— aNo irramado oom o inseparável cigarro, na noite cm que sofren a maior decepção, agravada pelas contu-soes sofridas pelos jogadores. Dcpojs, no vestiário, procurando evitar que o desânimo tomasse conta dos

i.. cracks, sempre pronto a estimulá-los para novas conquistas

j j i. ¦

Entre os reservas, durante os jogos, a ma figura ora Indispensável. Vibrava cornos f^,d^ jogadores cim-pedia que a revolta atingisse maiores proporções, nos momentos em que os juizes trabalhavam contra ]

(Conclusão da página anterior)

O Sr. João Lyra Pilho, que diziam ter ido à capita! chilenaapenas para fazer discursos bonitos, foi o congressista númeroum, conforme o classificaram os jornalistas locais, chilenos e ar-gentinos. Ganhou todas as questões em que o Brasil tinha par-te, alem de auxiliar a remover os obstáculos em assuntos emque apenas éramos chamados a opinar. Graças à sua energia,pudemos atalhar o golpe tentado pelos dirigentes da FederaçãoChilena, quando da troca de tabelas. Colocando os interessesdo football brasileiro acima de todos os acordos, acabou por con-quistar expressivas vitorias. Na sessão final, foi indicado parafalar em nome das demais delegações, já que fora na verdade olider das reuniões. < • • •

Horas antes dos matches em que tomávamos parte, o chefeda delegação fumava muito e raramente falava. Quando resol-via dizer algo era para"4' saber a opinião da pessoa que se achavaperto sobre o desfecho do jogo. Sempre confiante, embora não es-condesse os receios que pudessem fazer fugir fatores desfavoráveis.E na noite em que perdemos para os argentinos, soube escondera sua decepção, comparecendo ao vestiário para abraçar os joga-dores. Mais tarde disse-nos que naquela noite tivera uma gran-de alegria, ao constatar que os players tinham noção completa;da responsabilidade. Agradeceu, ainda, aos demais membros dadelegação, por terem aplaudido os jogadores, ã saida do estádio.

De regresso ao Brasil, nas primeiras hoius da viagem noterrível trenzinho transandino, o Sr. João Lyia Filho veio fa-zendo o balanço da campanha. Disse-nos que aproveitava aocasião, entre nós e Heleno, para saber as impressõ_ do jorna-lista e do jogador. Satisfeito com as respostas, que reconheceusinceras pelos detalhes aduzidos, afirmou: "O trabalho foi nrui-to, mas convenhamos que valeu a pena".

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~~-~*"*' "" ¦¦'¦'¦" "'¦' 7a ,t^Ti« en o verdadeiro lider. Falando linguagem diferente dos de mais congressistas, acabou alcançando o lugar mais desta1- no Congresso, onde conseguiu grandes ^vitonas,era_

o J"£"J«?£r "

D{. meiro certame mundial; obrigou os dirigentes locais, a traçar uma tabela de atordo com anossaçado entre seus pares. Conquistou para o Brasil o diicilo «^"™*^_£2____?fc__nà

Ftfayevitou o írolpc contra a entidade mundial: enfim, foi o verdadeiro condutor"nporiuncia no cenário esportivo continental: ganhou a

^^^J^^^,^,^^^^1^^ Sm esteve presente às solenidades constantes do extensadas reuniões do Congresso. Achou tempo ainda, para ^»S^»R^^gS__S?^_SÍ!^ dcU entidade local programa de comemorações promovidas pela entidade local

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Página 6 Sexta-feira, Ü51 de março de 1945 O GL<OBO NLMHtTlVO

KlWÉÍliiíÍiiii^k'M I ''^iifllia L—«——^—.—— ——— ——«^—~————————.

Catarino Andreata e Henrique Cassini, os dois li e r ó i s da "Subida da Montanha" de1945. Ao alto, um dos concorrentes fazendo a revisão final no motor do seu carro

1 Tildo contribuiu para o êxito dainauguração da temporada automobi-lisíica de 1945. Pode-se apontar mes-

mo a manhã de domingo como o dia má-ximo da "Subida da Montanha", pois que,

'se não faltou brilho à prova disputada nosanos anteriores,- esta última ainda o teveem maicr grau. Para tanto contribuíram aprestnça de grande número de novos e tíeCatarino Andreata, já prestigiado por im-portãrdes vitorias aqui e em Porto Alegre;a organização perfeita, que permitiu o de-senrolar da corrida sem empecilhos e falhas,que, digf-se de passagem, são difíceis de seevitar em vista da complexidade de certamesdessa espécie; e, por fim, o comparecimen-to de uma assistência numerosa e vibvahte,que encontrou na "Subida da Montanha"todos cs motivos para renovar seu entusias-mo pelo nosso automobilismo.

A prova foi pontilhada de lances emoeio-nantes, em sua maioria proporcionados peloduelo de Andreata e Casini, que em quasetodo o percurso de 93 quilômetros mantive-ram-se no primeiro posto, o campeão gaü-cho, apesar da bela performance de Casini,ccmsegniu derrotá-lo, forçando-o a um hon-roso segundo lugar.

DOIS "FORFAITS"

Dos dezenove inscritos deixaram de ali-•nhar no quilômetro 14 os. carros ns. 32, deCario Pareto, e 6, de Antônio Fernandes daSilva. O primeiro por ter sofrido um aei-dente na véspera da corrida, e o segundo,por se ter fundido uma biela.

DUELOS SENSACIONAIS ENTRE CASINIE ANDREATA

Precisamente às 10 horas o major SilvioSanta Rosa baixou a bandeira de quadradospretos e brancos, dando o sinal de partidapara 05 dezessete carros alinhados em pelo-toes de dois. Andreata, que formara no se-'gundo pelotão, assumiu a ponta logo de Ini-cio. Chico carros já haviam ficado para trá.^quando o de n. 38, de Casini, passou peiafita de largada, o que constituiu uma proe-za digna de realce, sabendo-se que Casmilargara sozinho, no 9o e último pelotão. ÉmSarapuí, Casini já era segundo e por toda aEaixada travaram-se sensacionais duelos en-tre Andreata e Casini, ora um, ora o outroassumia a ponta. Quase no alto da serra ocarro de Casini começou a esquentar, e osuper-aquecimento trouxe uma queda derendimento do motor.

^—¦™™"""""""—"'"«^« IIWlll—1^11 1

4 chegada do vencedor a*> (iiiilômelro 57

jt "hi 1 ijh i,n iw ¦!¦— 1—utKMÊÊmÊm———í^mb itt^—^^^^m^ «¦¦¦¦

Henrique Cassini, o 2.° colocado, próximo à chegada

2 Andreata assumiu então definitiva-mente a ponta, cruzando o quilômetro57 em primeiro lugar, sob estrondosa

ovação da torcida. Ainda não haviam ces-sado os aplausos e despontou o casso de Ca-sini fervendo, 43 segundos após o do vence-dor. Máie minuto e meio e era Rimoli quechegava, em 3o lugar, e, assim, sucèssivamen-te íoram chegando os demais concorrentes.

QUATRO NAO TERMINARAM A PROVAJosé Ambrosio, Silva Lima, João Elell" e

Luiz Bm.nco foram os quatro que, entre os17 disputantes, não completaram o percurso.

A CLASSIFICAÇÃO OFICIALDe acordo com a cronometragem do A.

C. B., a cargo de Otávio Costa Soares, Ed-gard Viana e Manoel Viana, a classificaçãogeral da prova foi a seguinte:

Io lugai (8) — Catarino Andreata. Tem-po: 2ü'::9". Media: 87.10.

2<= lugar (38) — Henrique Casini. Tem-po 30'12". Media horária: 85.430.

3o lugar (22) — José Rinoli. Tempo: 32'40".Media horária: 78.879.

•Io lugar (12) — Waldemar Martins No-gueira. Tempo: 33'12".

5o lugar (14) — Fernando Coelho Maga-lhães. Tempo: 35'56".

6o lugar (24) — Antonino Stefanini.7o lugar (26) — Manoel dos Santos Soares.8o lugar (30) — Amelio Ferreira.9o lugar (2) — Arv Santana.10° lugar (36) — Álvaro Varanda Filho.

ESTRÉIA VITORIOSA DO VASCONO R. G. DO SUL

Batido o Grêmio por 6x1PORTO ALEGRE, março (Especial para

O GLOBO SPORTIVO) — O Vasco estreouauspiciosamente no Sul, ao vencer o Grêmiopor 6x1. O quadro cruzmaltino desenvolveuuma técnica elevada, sobmsaindo o traba-lho de Rafaneli, Beracochéa, Nilton, Jair eLelé. A renda do encontro — CrS 95.000.00 —quase constituiu um recorde nesta capital,pois a maior até agora registada verificou-seno match decisivo do campeonato de 1944,quando foi de CrS 97.000,00. O jula foi o Sr.Oscar Pereira Gomes, qiu agradou. Os goalstio Vasco foram feitos, ne« primeiro tempo,por João Pinto, aos 37 minutos; na fase fi-nal, por Jair, no primeiro minuto; Beraco-chéa, aos 10; Crico, aos 31; Lelé, aos 35: efiugo, zagueiro do Grêmio (eont-a), aos 37minutos.

O segundo compromisso do Vasco será naquinta-feira, contra o Cruzeiro, e o último,no domingo, contra o IntemaciO',i'al, penta-campeão do Rio Grande do Sul.

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ò (íL01íO SPORTIVO Nexta-ieira, 28 de março de 1945 Página 7

HDEMulta gente supõe que o jogador de football tem

vida de instinto e resume as suas atividades- ;nrm,rüio do treinamento e do jogo. A verdade écm •¦¦"V"",

j intelectual dos nossos jogadores upri-outra. t-> "_ ,..,,,.„ _ rnhhpr.impntii rlp muitas intf.-

MUArin de instinto e resume as suas atividadesflpCUUS ¦*• . .___i „„„(„ a An inrrn A vavt lorfo â.em 'OlltH11101ti^Á ijmdwT'que" brilhariam noutros setores peo-ligcncuw» b __ntime„t0 aUe eles cultivam nao temligcncuw l,

sentimento que eles cultivam nao temfission*-"** fàbrica e 0 preço que ostentam às vezes ém rim-ao preço com que se faturam expressões de^n colhidas noutras atividades sociais.

onnndo o acaso nos põe diante de um jogador#n.„nso como esse Heleno de Freitas, a gente pode

, Wtear à vontade, passeando a imaginação sobreSlos distintos da vida comum, sem risco de enfado.*Sm<jo de Direito e portador de linhagem forra-

i de tradições, ele pertence ao elenco da juventudeL íi? desporto por espírito e faz espírito por dos-rin' AJs suas maneiras, o seu entono, a sua jovia-

lirinde convidam ao passatempo útil. Ele fala de li-„,rA autores, política, música e pintura; conta casos,Ivnra fatos e sugere notas que se amiudam nas con-vprsas que a gente tece em salões seletos, de cultural distinoâo Sabe vestir-se, sabe apresentar-se, exj-hindo-se com recato de maneiras, como quem ali-mente' o fostigio que os outros improvisam.

O acaso nos pôs diante do eenter-forward bra-siieiro que vem de engalanar-se com títulos por muitosnôrriruitios sem êxito.. Sem vaidade, comedido, ais-cretoHeleno parece haver acumulado experiência namocidade Uma após outras, lhe fizemos varias pei-cantos e, no conjunto, as respostas definem a ordemde espírito que o anima. Qu-mdo lhe perguntamos0Ual teria sido a maior revelação do campeonato,citou Livingstone, esclarecendo que o julgamento pio-ietava a presença de um jogador de cultura moral eintelectual Dentro da resposta, Heleno deu preseu-ca rio estado de conciencia que o acompanha, e ad-vertiu que excluía os próprios companheiros de sele-cionado Sem querer definir juízo, ao vivo, sobre aatuação do árbitro Valentini, estilizou uma resposta

1 nas entrelinhas, numa afirmação irônica de boa es-tirpe No conjunto, as respostas não atendem, apenas,à curiosidade dos leitores; identificam os .pendoresde uma juventude armada para realizações dura-

I douras, iguais a tantas que nos acompanhem, ape-í nas no tempo de rapaz.

Numa serie de perguntas, o repórter teve o in-! tuito de abrir flagrantes para conhecimento da ah.ia| e do espírito de Heleno, e fácil é concluir que ems

podem concorrer a planos em que se apura adequa-do conhecimento moral e espiritual. Ele observou osentimentalismo dos chilenos, a exação dos compa-nlieiros a acuidade dos dirigentes, as alternativasde julgamento dos árbitros, as decepções invencíveis,e não se esqueceu de aludir às relações que soube cul-tivar, às fatalidades dos resultados desportivos, à ca-pacidade do técnico, ao movimento político do con-gresso desportivo. As suas impressões foram fixauas

[com intimismo de alma e vivacidade de espirito. He-I parou os uniformes dos selecionados e fixou as suasI preferencias- considerou o trabalho dos dirigentes,I observou a dedicação dos demais colegas, aludiu à suag única decepção — a falta do título de campeão — e,1 por fim, na última resposta, abriu o coração, para tes-1 temunhar a segurança do seu sentimento de f.deii-idade aos amigos, às imagens, aos símbolos e as tra-I dições que o rodeiam. Faz gosto conversar com umI rapaz que, assim, aprimora o sentido da sua dignida-I de e identifica o cunho simpático da vida em comum.

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Paru Heleno a maior contribuição que prestou ao selecionado brasileiro foi o goal contra o Chile

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7.

8.

9.

1 í*"*" IIIIH*WHnHBHHHÍ^H^^lBMIMMHM'''^BMM|nSHH"1^"Todas as impressões que perduram do Chi

Macul"

O cenü-o dianteiro do nosso selecionado sabe molhar a camisa, nas disputas atléticas ^b^sdt^Ulfdoei^S?ae g™

ignora o conhecimento que se deve cultivar, para não se perder o eqmlibno entre a "J» do i^toto e do^esptoto .^em

querer sem exibição e sem fatuidade, fixou a certeza de que um selecionado de football pode também servir A seleção ao

bom-tom, que movimenta a vida de formação dos rapazes de sua idade. nm„a^. lmnrf)„i<!!lria.Eis como ele solucionou os quesitos que vieram à baila, no meio de uma conversa imPra°^a^a-

Suai terá sido no seu iuizo a maior revelação do recente Campeonato Sul-Americano de Football ?Tivimtítóne o Guardião" dS ^lecionado crülpno, pela cultura física, moral e intelectual. Nao desmereço, entre-

campeonato, superou qualquer outra. ,. ¦„„._,., 0o _ Ono ioeodores você eostaria de possuir como companheiros de trio central t -. „„(.^„

ZiSo^SS^ porventSra perdesse a companhia de Tim e Tovar. Mas nao desejo que isso aconteça.

3. — À parte os jogadores brasileiros, que outros companheiros desejaria possuir?Martino e De Ia Mata.

ti õ£Z "S^^^SS^^^S^^ÍL^ os argentinos. Tanta era a nossa supremacia, que nunca perdi

-¦^&^^?SS^SS^:tSS^^^^ .ue disputamos contra a Argentina ou conta-a o CAile T

Gostei muito da atuação de Macias, na nossa P^'t}da contra ^uruguaios-õo-^rs^oi^^Ks^ss -ssa&vííss^aríssi. ***** *. .«*-»*.

Não^eriTtr bSStaSKte «lo por parte dos responsáveis, nem maior compenetração dos dirigidos.— Foi a Santiago com esperança de voltar campeão ?A falta do título constitue decepção para mim; nos o merecíamos.

10. — Foi bem conquistado o título pelos argentinos?- A sorte definiu essa conquista. ^ _ Adqulriu n0vas amizades, no convívio dos Jogadores es-

Já conhecia Palma, de quando estive no México, com o meuclube- pude intensificar minhas relações de estima cem ele, Li-vingstone, Maspoli e Colombo, alem de outros.

12 — Sem desmerecer os nossos arqueiros, qual terá sido, den-tre os demais, o que melhor impressão lhe deixou ?

Livingstone. _ ¦13 — Em que partida julga haver jogado melhor ? .

Contra os uruguaios. Meus companheiros e amigos presen-tes ratificaram esse juizo e me declararam que, cm nenhuma outraoportunidade, minha atuação foi superada.

14. _ considera justo o resultado do nosso jogo contra oschilenos ,

Livingstone, nessa partida, foi um previdente coordenadordo nosso abastecimento; graças a esse notável guardião, tivemosde racionar a quantidade dos goals.

15. _ Qual o centro dianteiro que mais o impressionou ?Pontoni.

16. — Que lhe pareceu Mendez, como jogador?Igual a tantos outros.

17. _ Qual o uniforme de selecionado que melhor impressãolhe deixou ?

Não creio que possa haver uniforme mais vistoso do que odo selecionado uruguaio.

18. _ Que selecionado ofereceu melhor apresentação, na cor-reção, na disciplina e na eficiência ?

O nosso. Este julgamento não é meu, nem dos nossos; é dostécnicos, do público e da imprensa do Chile.

19. — Tem saudades do Chile ?Meu convívio chileno foi muito rápido. Todas as impressões

que perduram foram produzidas através da vida concentrada emMacul. Mas não trago impressões ingratas do Chile.

20. — Pareceu-lhe correta a atuação de Macias, no jogo entreos uruguaios e os chilenos ?

O goal anulado, feito pelos uruguaios, foi legítimo; o árbi-tro não remediou um equívoco.

21. — Julga que a C. B. D. concedeu ao seleciorado brasl-lelro a assistência necessária?

Sem dúvida, não poderia ser superada. Nada uos faltou esomos agradecidos às atenções da entidade nacional.

22. — Julga que o técnico foi feliz, nas instruções que tsrans-mitiu ao nosso selecionado ?

Flavio é um técnico que enche as medidas; um companhei-ro e um chefe a quem obedecemos sem constrangime*ito.le foram produzidas através da vida em

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(Conclue na pág 10)

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FOOTBALL M MfSF

de Álvaro Chaves, é o penta-campeão carioca de natação c isso basta para definir .1 ininorlantKLbe. Em sua piscina têm sido registados alfruns dos maiores [rfe.-Mieiin

parO Fluminense é dos poucos clubes no Kio que cuidam severamente ilo pre-

i dos seus atletas e se preocupam com a renovação de valores. Pelas suaspistas, defendendo as suas cores, têm passado alguns dos maiores "ases" do es-porte base nacional. E agora que se aproxima o campeonato sul-americano, oclube tricolor irá contribuir com valiosos elementos para a formarão da equipe

O Clube

Todos os anos quando se comemora o aniversário defundação do Fluminense F C, mesmo os cronistas queantipatizam com o aristocrático grêmio das Laranjeiras— como que admitindo uma verdade cristalina e, por-tanto, irrefutável — aludem ao "modelo de organização"da grande instituição esportiva. Jornalistas e esportis-tas estrangeiros em visita ao clube tricolor salientam,por seu turno, as magnificencias da obra que consti-

'tuem um justo orgulho do patrimônio esportivo do Bra-sil. Todos são unânimes em reconhecer que o Flumi-nense honraria qualquer centro esportivo do mundoNa verdade, o monumento que se ergue cm Álvaro Cha-ves, em harmoniosas linhas arquitetônicas foi laborio-samente construído, em muitos anos de esforços e sacri-ficios, plasmado com um idealismo sadio e uma determl-nação lnquebrantavel. Não é sem uma poderosa justifi-cativa que os associados do Fluminense contemplam edesfrutam (dando um sentido prático á admiração) asconfortáveis dependências do clube. Nem um metroquadrado foi desperdiçado no aproveitamento do es-paço. A sede. o estádio de football e pista de atletismo.as quadras de tennis, a piscina, o ginásio de basket,volley e dansa rítmica, o "stand" de tiro, o teatro, osjardins, o departamento médico e toda a máquina admi-nistratlva estão no "right place" para o "right snace".Tudo dentro do conforto, da técnica e da estética. Osque acompanharam o desenvolvimento do clube até oesplendor atual devem ter criado amor a cada depen-dencia, a cada seção, a cada partícula desse todo que é

urna das organizações desportivas consideradas maispelfeitas em toda a América do Sul. '

Um espetáculo que alegra os olhos a o desdojmento das atividades diárias no reduto dos tricoídesde as primeiras horas da manhã. Passa como que;sopro constante de vibração nas 24 horas diárias (iatricolor. Nos passeios ajardinados, debaixo de péscobertas de trepadeiras, desde cedo, e num inlntenâdesfile de carrinhos de crianças que "ão tomar bsde sol e respirar ao ar livre; no estádio, em provai!campo ou pista os atletas se exrcitam; da piscina ejeise o rumor de águas o corpos em movimento; no psio, moças praticam ginástica ou esgritru. À tardeatividades obedecem a um programa diferente, masio mesmo ritmo alegre e à noite um intenso progiisocial completa a inter-relação das atividades que iao clube ou a associação, criam ambiente c fortalaos sentimentos de amor e devotamento a uma instí!..ão. Poderá haver muito sentimentalismo nesta cclusão mas a supressão de uma dessa- aii ;. m :« ida:cc-nos que seria um atentado ã harmonia"existente;mutilação nesse, conjunto tão homogêneo, enfimroubo ao patrimônio. Tais considerações vêm a p .sito quando se esboça um movimento : :u r >utolista no Fluminense. Melhor diríamos: ant !-';•'¦':>:'.::: lisetiporque o movimento visa unicamente o football prfsional, aliás, o único que tem realmente expressão) Lo público. Isso seria deveras lamentável ].c>: que <:: 9kconseqüência imediata, extinguindo o foofnail rre OMterado, o clube teria vibrndo um polpe de morte nolbali amadorísta c abolido do clube uma atividade c;

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i IMpurte aquático conquistou no seio do granderit</Kifl brasileira.

nônío c sua razão de ser, Já que o Fluminensev,V)"oi 11 Club. E o trl-cámpéãò duas vozes (uma no

aô-'--"!" r outra no profissionalismo) não poderia fa-aparecer, com a medida extremada, todo um pas-

Jc glorias que sugere as atividades futebolísticas.sdtfcl

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I. Salienta o grêmio tricolor que os clubes sorigações para com as entidades e- que estas não

de "clrapa-sangue". O caso da cessão de joga-ara o scratch surge então como o cavalo de ba-Aliás, diga-se de passagem, o clube tem razão;umenta o Fluminense, inteligentemente, que nãoa abandonar o profissionalismo. Este, sim, é que

ária do clube se não modificasse a sua estrutu-onto. Seus cracks são obrigados â cumprir a leisição e os clubes alem de não poder utilizar seu

so.nfto são indenizados devidamente. O presidenteernção Metropolitana, por exemplo, postou-se ao

> Fluminense, reconhecendo que as entidades de-amparar mais os clubes, que era uma questão ae que se deveria procurar um entendimento en-

partes interessadas. E" Interessante ob-aue o Fluminense, apesar das joremladãs nãoejuizo com a sua seção de football. As despesasnm a um milhão, trezentos e vinte e dois milos. setecentos e quarenta e um e a receita somoumilhão, trezentos e vinte e cinco mil, trezentos

^R e um cruzeiros. Um lucro reduzidíssimo. 6 ver-Bafenas um lucro. Um olhar entretanto, para a de-

JJHíaçào tíc contas (a fria linguagem de um balanço

(Conclue na pág. 12)

DESPESA DO DEPARTAMENTO DE FOOT-BALL PROFISSIOi^Aíi

DEMONSTRAÇÃO DA CONTA CrS

Ordenados dos empregados 39.575,00Ordenados dos jogadores 258.372,30Gratificações 58.4.'JO,ooAjuda de custo 53.933,80Despesas ç/.jogadores em experiência 19.400,60Auxilio pecuniário dos não-amadores 57.093,20Luvas 361.055,00Transporte e condução 8.280.40Despesas de viagens 44.755,60Rescisões de contratos 21.363,10r\isses liberatories e transferencias 197.709,10Entidade 15.380.00Despesas em torneios e campeonatos °<. 821,00Aluguel 21.161,30Aluguel de campo 400,00Alimentações 85.056,80Material diverso 2.182,80Lavanderia 4.933,10Material esportivo 14.276,00Medicamentos e hospitalizaçõés 3.744 50Cota I. A. P. C. 11.974.00Cota L. 3. 1.497.10Diversos .: 11.800 70

'Telegramas 3.187.00Serviços extraordinários 2.83n,30Despesas da Casa Pereiro da Silva 6.82í.«.00Fiscalização em jogos 740.00Conservação cie Material esportivo 1.862.50Legais 66,80Ordenados dos convocados •.. 8.5r<0.00Homenagèn : e representações 6.310.80Telefonemas para o exterior 3.384,20Telefonemas 1?1'rnBar c restaurante 1 • 138.50Material de expediente 579,00Ferias 500.00

TOTAL 1.322.741,90

RECEITA *! 1.325.321,00

••1

Sáo sem conta os campeonatos de tennis conquistados pelo Flu-

minense. Em suas poucas numerosas quadras (infelizmente a

falta de "espaço vital" é uma realidade), têm sido formados gran-

des valores do tennis nacional, tendo à frente o veterano Ricardo

Pernambuco. Vale a pena acentuar que a superioridade do tri-

color no elegante esporte da raquete se manifesta em todas as

classes, como o atestam os sucessivos títulos conquistados anual-mente.

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* custam ao clube muito dinheiro e(a. .tffly»'"nnonse nem clfrbc algum prelen-s á í'18'(""t('s n;,(» remunerados. Estes (poloiiint,'1-*BJ|ca(,0s poiesportistas abnegados e en-

*«?

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tusiaslas Despertam um interesse relativo, mas essa falta de popu-

liridade c compensada pelos louros c pelo prestígio que o clube os-

tenta Mas quando se reconhece a alta finalidade dos esportes ama-

dores não se pode negar ao football a sua contribuição para construir

esse prestígio. Com o dinheiro da "Copa Roca" de 39 (aquela dos

5x1...) o Brasil trouxe de Lima a "Copa Salítrera". Com a popu-

laridade monopolizada pelo football é que florescem os esportes ama-

dores.

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Página 10 Sexta-feira, 23 de março de 1945 O GLOBO SPORTIVO

/ema ¦¦aUm álbum de fotografias que contasse a historia

da educação física no Brasil, teria que colocar em pri-meiro plano vultos como Encas Campeio, Dr. Fernan-do Soledade, Mario Aleixo, José Floriano e Agenor M.Sampaio. Aos jovens atletas de hoje, cujos corpos ágeise musculosos são plasmados nas praias, piscinas, ginásiose estádios do Brasil, as imagens amarelecidas pela açãoinexorável do tempo, poderão parecer cômicas. Na ver-dade, os trajes e as poses dos "audaciosos" ginastas doprincipio do século são absolutamente incríveis. Mas ohumorismo ganho com o tempo e a evolução da modae dos costumes não roubara o mérito da façanha pionei-ra. Sem meios, lutando contra preconceitos, o temor aoridículo e ao menosprezo dos espíritos retrógrados, essesvelhos professores lançaram os fundamentos da nossamoderna cultura física. Gerações sucessivas de atletasque honraram e construíram o patrimônio esportivo donosso país muito devem a esses precursores. Tem, assim,um significado muito grande a feliz lembrança da Es-cola Nacional de Educação Física, homenageando-os naaula inaugural dos Cursos de 1945. No clichê vemos trêsdos professores distinguidos: Enéas Campeio, José Fio-riano e Sinhozinho. Foram-lhes ofgrecidas flâmulas, tend0na ocasião discursado o capitão Antônio Lyra. Na suaoração o diretor da E. N. E. F. 1). agradeceu os ser-viços prestados à causa da educação física no Brasil,ressaltando que, ainda hoje, os abnegados mestres ain-da se dedicam ao preparo físico da nossa mocidade.

Já. S&ié&G ma §aieci Hílgwns £Í€>® «€3vol

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iv Minorada internacional do ano corrente deve registrar o maior de todos os acon-tecimentos turfistas do país. Desde que instituímos essa temporada, o nosso turf vemíndo olhado com o maior interesse pelos mais adiantados centros turfistas da Americado Sul Para o Brasil, pó: ocasião do cumprimento dessa temporada, já tem vmdo gran-des animais dos turfes uruguaio e argentino, numa colaboração magnífica as grandesfestas do Lurf nacional. Pelas pistas da Gávea já passaram -'cracks" como o foram Mis-suri, Amor Brujo, Lunar, Latero, Monterreal, Helium e outros mais, uns como " turistasé outros, para se radicarem em nosso turf.

» * »O Dúblicc carreirista do país está assim habituado a presenciar magníficos espeta-

culos turfistas Para os nossos carreiristas, a temporada internacional surge, anualmen-te como a consagração de* esforços dos diligentes do nosso turf, pela grandeza aacriação do puro-sangue indígena e das competições nas pistas dos nossos hipódromos.

Nessas temporadas, em competições memoráveis pudemos sentir orgulhosos o pres-tágio da criação do puro-sangue indígena, com as exibições consagratorias que fizeramMossoró, Sargento, Quatí, Funny Boy e Albatroz, para não citarmos outros mais.

"CRACKS" QUE CHEGAM AO BRASILPelo que nos é dado observar, a temporada internacional do ano em curso ultrapas-

sara a tudo quanto foi até aqui assinalado. Este ano, nossos carreiristas terão oportu-ifidade de ver correndo na Gávea os mais renomados "cracks" sul-americanos. Aqui te-remos, integrando nosso programa clássico, Filon. Hidalgo, Irará, Cumelen, parelheirosestes que sintetizam a "fina flor" dos prados da América do Sul. Estes e possivelmenteoutros valores vêm enriquecer o nosso programa clássico deste ano.

» * »Na Gavca, já se encontram Irará, um filho de Socorro!, Filon, filho de Fui Sail que

ostenta o título de "crack" absoluto do turf sul-americano; Cumelen, magnífico produ-to de Foxglove e Hidalgo, filho de Rouler. Estes são, até agora, os grandes valores que

Sm abrilhantar as provas da nossa temporada internacional e competir com os nossos

conhecidos Monterreal, Dark Prince, Fumo, Ever Ready, Argentina, Alib'. e outrosmais. • • •

Diante desse panorama, não podemos duvidar do êxito da temporada internacionalcteste ano. Ela dará ao nosso turf a maior de suas glorias. Será, sem cualquer dúvida, aifeuor vitoria do turf nacional.

O PROMETEDOR REAPARECIMENTO DE GABINO RODKIGUEZCom as últimas aquisições feitas pelos nossos "turfmen", reaparece, prometedora-

mente, o velho "entraine-ur" Gabino Rodriguez, que recebeu os "cracks" Filon e liará,dfcensores da jaqueta do Dr. José Buarque de Macedo. O antigo profissional do nossotmrf retorna, as- ________________mmmmmmmmmm______________________sim. em franca•fcívidade, e anima-4o d o 8 melherespropósitos. GabinoBodrigues, que há«Iguns anos se en-Contra sem qual-$uer oportunidadede brilhar, surge,agora, como umdos mais creden-ciados profLssio-nais às grandes vi-temas da próximatemporada inter-nacional.

cJuíer íoncil

PASTAflPiJIFR

XX* 0 JíÈKTIFRICIO INDICADO PiVRÀ-ÚC HIGIENE E CONSERVAÇÃODOS DENTES

Irará, o magnífico filho de Socorro!, seguro por seu treinador Gabino Ro-driguez, depois de proceder a um exercício de saúde no Hipódromo da Ga-vea. Com Filon, forma o bonito tordilho, a grande parelha com que conta

o veterano profissional, para a temporada internacional deste ano

Onde o muimvü(Conclusão da pág. 7)

11 ni§selecionado brasileiro?emoções, gostaria de responder <''D

23. — Estimaria voltar a integrav oMedindo as responsabilidades e as

ocasião oportuna.24. — Acompanhou as atividades do congresso desportivo?

Claro que sim, elas também nos doiam constantes razões de alegria.2õ. — Que lhe parece o povo do Chile:?

Tão sentimental como o nosso. Os chilenos estimam de verdade os bra-eileiros.

26. — Trouxe alguma decepção?A única decepção que veio na minha bagagem consiste na falta de tW

título, para cuja obtenção o Brasil estava amplamente credenciado.27. — Considera o football argentino superior ao nosso?

Quanto à eficiência, não temos que lhe pedir lições.23. — Gostaria de jogar em clube estrangeiro? .O futuro a Deus peftetice. Meu sentimento me sugere sempre o dever ae

prestar ao Brasil todo o serviço de q\>e seja capaz e (por que não dizer?) .cieme anima a não trocar amigos velhos por amigos novos. Será quase impossívela minha salda do Brasil, pois seria duplamente ferido o meu coração, alem <»ser brasileiro, ele é botafoguense. •

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O GLOBO SrOltTIVO Nexta-feira, 23 de março (le 1945 Página 11

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DETALHES DA VIDA DE

STANLEY MATTHEWS

PONTEIRO FAMOSO E___ MILIONÁRIO —

(Por Stanley Ellis)

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Quando os operários britânicostêm a oportunidade, rara nestes dias,de presenciar um match de football,o jogador que preferem ver atuar éStanley Mathews, ponteiro direito doStoke City and England. Stanley en-contra-se nas Reais Forças Aéreas, enunca se pode saber até o últimomomento quando poderá jogar ounão.

Os dirigentes das forças armadascompreenderam desde logo o valorque tem os desportos no adestra-mento dos homens, e vêm alentando,em tudo quanto é possível, a práticados mesmos. Mas, como é lógico, osdesportos ocupam um lugar secunda-rio com respeito à luta e os demaisserviços de guerra, inclusive a frenteinterna.

Como jogador de football em urapaís que ama este esporte, Stanleyocupa um posto dos mais destacados.O team da Inglaterra permaneceu in-victo através a temporada, e para osentendidos é um dos melhores que setem conhecido, atribuindo-se grandeparte dos êxitos à presença no mesmode Matthews.

Fala muito em favor da perfeiçãofísica alcançada pelos soldados brita-nicos em seu adestramento, fato queque muito concorreu para que a In-glaterra haja conseguido formar umteam tão forte com os homens queprestam serviços nas forças armadas.Estes homens não podem treinar paraos jo</os, e quando atuam, vão dire-tamente de suas unidades ao campode esporte.

Em que se distingue Matthews dos[demais jogadores? Fisicamente nãoapresenta nenhuma aparência extra-

1 ordinária, já que é um homem de ai-tina mediana e não muito vigoroso naconstituição. O que o faz destacar éo perfeito domínio que tem da pe-

glota. Raras vezes seus shoots são de[grande força, pois que, habilmenteleva a pelota ao lugar que deseja,

[mantendo em todo momento um ex-haordinario equilíbrio do corpo e

[nina impressionante visão Io jogoIE o melhor footballer do mundo.

Quando um jogador adversário seencontra frente a frente com Mat-thews, tem que observá-lo cuidadosa-mente para adivinhar qual será seumovimento, e quando acredita teradivinhado, acontece que Matthews

|surge com um golpe inesperado, dos[muitos que possue em reserva. A rea-

:

lidad e que o dorninio do jogo queem Matthews permite-lhe variar

«onstantemente de ação.*

(Conclue na página seguinte)

OS HEKéiS ESQUECIDOSPor n.OSUTA COSTA

Muito se tem falado c aindu se há de falar sobre os heróisda jornada ãe Santiago. Entretanto, quando daqui partimosseguiu junto a delegação uma equipe que não foi notada entreo refulgir dos grandes cartazes. E agora, terminada a campa-?ihd, rolta-Ae c falar em tudo, e esta equipe também regressano mesmo silencio. E' a equipe dos perioãistas, E eu. com odireito que me assiste de "falsa perioâista" vou focalizar parao público o trabalho está fonte destes heróis que, dc tanto cs-crevereni sobre os outros, se despersonalizam e se transformamem simples canetas-tinteiro.

Eles que tudo fizeram para que os nossos patrícios, aqui.soubessem de tudo em seus mínimos detalhes; que, para beminformarem, bisbilhotáram tudo, apontando inclusive, às vezes,a cara fechada de Flavio. Estou a vê-los depois do jogo. cercade duas horas da madrugada, a correrem pelas ruas desertasdc Santiago, para mandarem pelo telégrafo as noticias mais des-tacadas para o Brasil. Enquanto nós nos preparávamos paracelas c conversas sobre o jogo eles, nossos companheiros cnsc-¦jaraveis. sumiam-se em leque, cada qual para o seu canto, afimde cada um fazer a sua reportagem, c no nosso regresso, jáquase de manhã, ainda os encontrávamos sentados no salãodo hotel, à esperu do fotógrafo chileno que, sabendo-se im-prescindivcl, não se incomodava de fazer esperar. Eram sem-pre os últimos a se deitarem, as luzes dc seus quartos eram asúltimas a se apagarem, e o tic-tac das máquinas em seus apar-

Campeonato de rooíieNum

ambiente de grande animação,tr\§'írk£»£ vom sendo disputado o campeonato de

football de botões, iniciativa vitoriosados nossos colegas do "Jornal dos Sports". No estádio de ma-déira são realizadas, diariamente, diversas partidas do cer-tanie, òrtde os ases mirins têm ocasiãoi de mostrar a habilida-de. O concorrente que aparece acima, um dos mais categoriza-dos, foi fotografado no momento em que colocava em ação, coma sua palheta, um dos seus terríveis botões. Cerca de trezen-tos meninos estão inscritos, atestando o sucesso obtido pelalembrança de "Jornal dos Sports".

lamentos acabou por se tornar familiar aos ouvidos dos outroshóspedes, embalados no sono.

Seus próprios companheiros, aqui no Brasil, no afã ãe de-senvolverem as mensagens telcgràficas recebiáas e mandarempara as oficinas as últimas recebidas também os olvidafam,esquecendo que os cCà imvrensa também têm família e sofrema nostagia fia pátria. Em. varias transmissões que daqui foramfeitas para Macul. a família dos jogadores vinha, falar e ira-zer sentidas mensagens. Pois bem, os nossos perioãistas nadarecebiam c tinham os olhos marejados de lágrimas, pelas emo-cõe§ sentidas pelos outros. Para estes heróis esquecidos, a quemo público brasileiro tanto deve, pela fartura de informaçõesrecebidas, volto o meu pensamento afetuoso e aqui tamoe-indeixo gravado o meu eterno reconhecimento.

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ir

Página 12 sexta-ieflfti, >>& de março de IM5 O GLOBO SPORTIVO

ks.'»ff if«.

imilis4> fias nossas ' pit&s-ihiliitntlps

MEIO rüNUli t FUNDOConforme escrevemos em nosso número anterior, faremos neste número o

estudo de nossas possibilidades nas provas de meio fundo e fundo, ou seja. dosl õOO metros aos 10.000 metros, Cross-Country e Maratona.

Mesmo com o progresso que vem se verificando em nossos corredores defundo, o atletismo brasileiro, ainda não atingiu o nivel de nossos principais ad-versados, os argentinos e chilenos, que nos superam por larga margem de

pontos, obrigando-nos a um esforço maior nas outras especialidades, para po-dermos atingir a superioridade que mantemos desde 1937.

A impressão que temos é de que esses atletas precisam de mais estímulo,mais apoio dos dirigentes das Associações, Federações e da C. B. D., para os

quais esses rapazes se entregam ao treinamento cotidiano, som vantagem de

espécie alguma a não ser prêmios aos primeiros colocados e a oportunidade de

uma ou outra viagem, assim mesmo só ao primeiro colocado, desanimando os

demais, por saberem, de antemão, que não podem ganhar deste ou daquele "ás".

Sem dúvida, esses elementos na certeza de que, seriam escalados os três

melhores corredores em cada distancia, se entregariam aos treinos com mais

entusiasmo e dedicação, o que refleteria na melhoria dos tempos até atingirmos

a classe dos argentinos e chilenos.

Um exemplo de nossa tese (estimule os corredores de fundo com bons pre-mios e viagens), tivemos nas últimas eliminatórias para o Sul-Americano. O

corredor José Rodrigues dos Santos, que não figurou entre os melhores atletas

dos 10.000 metros no ano passado, conforme se verifica na relação abaixo, so-

mente com a oportunidade de fazer uma viagem a Montevidéu dedicou-se aos

(reinos e marcou o tempo de 34'06" 4/5, que representa o segundo tempo na

estatística do ano passado.

alimentar a esperança de fazer maisum ponto com o nosso melhor homem,Joaquim Gonçalves da Silva, com os15m42 l/5s e Minervino de Souza, com15m47 4/5s, formam uma dupla quedará trabalho a Raul Inostroza do Chi-le com 15m02 3/5s, ainda o veteranoMiguel Castro com os seus 15ml2 3/5se os argentinos Delfor Cabrera com

15m26 4/5s, Euzebio Guinez com I5m282/5s e F. Geerkens com 15m50 1/5S>

'

10.000 METROS RASOS, CROSS-COUNTRY E MARATONA

Nada devemos conseguir nessas pro.vas de corrida de fundo, a nossa re«presentação ainda é fraca para podercompetir com os argentinos e chilenos.

AS DEZ MELHORES PERFORMANCES Dl

Iniciaremos nosso estudo de li o j e

pela prova de 1500 metros rases. Nes-

ta prova podemos fazer um ou dois

pontos, pois estamos bem representa-dos por Geraldo Edwirges Pinto —

4m06,0s — e Agenor Silva — 4m07 4/5s,— contra os 4m03 l/5s do campeão de1939, 1941 e 1943, o chileno Garcia Hui-dobro e os 4m03 2/5s do argentinoF. T. Chappa, sem contar com o ve-teraníssimo chileno Miguel Castro,com 4m05 2/5s.

3000 METROS RASOS'Esta

prova tem muito valor na con-tagem de pontos, alem de se contar

em dobro é uma prova por equipe dostrês melhores atletas classificados nofinal da corrida.

A equipe que nos representara nes-te campeonato é bem melhor que ados outros campeonatos, Joaquim Gon-çalves da Silva (9m05,5s), Emanoel daSilva Prado (9m09 l/5s) e Minervinode Souza (9ml7,5s! formam um trio

que, embora não nos permita pensarem vencer os chilenos e os argentinos,nos permitirá manter o terceiro posto,que representa 4 pontos na contagem.

5000 METROS RASOS

A prova mais longa das corridas demeio fundo, justamente onde podemos

1500 METROS RASOS.

Geraldo Edwirges Pinto Agenor Silva S. Paulo F. C.Minervino de Souza S. Pauto F. C.Odelmo Korn SogipaEmanoel da Silva Prado S. Paulo F. C.José Campos CoríntiansManoel Ramos VascoTiieodorico M. dos Santos SogipaRoque de Abreu C. R. TietêAristides Silva Coríntians

3000 METROS RASOS

Joaquim, Gonçalves da Silva CoríntiansEmanoel jàa Silva Prado S Panlo P. C.José Berger CoríntiansManoel Ramos *. VascoMinervino de Souza S Pavlo F. C.Paulo Sebastião Coríntians •Germano Belchior 8. Pait'0 P. C.Roque de Abreu C. R. TietêDérmanio da Silva Lima LnrilinTheodorico N. dos Sancos Sogipa

5000 METROS RASOSê

Joaquim Gonçalves da Silva CoríntiansMinervino de Souza s. Paulo P C.João Soares Oitica CoríntiansGermano Belchior S. Paulo F. C.Paulo Sebastião Corint iansEmanoel da Silva Prado S. Paulo F, C.José Tiburcio dos Santos VascoManoel Ramos VascoRuy Barbosa da Silva Ci uzeiroFernando Francisco da Graça

10.000 METROS RASOS

Germano Belchior Gervasio Link InternacionalJosé Tiburcio dos Santos VpscoRui Barbosa da Silva João Soares Oitica -s Coríntians*João Alves Cavalcanti FluminenseLuiz Maciel Sylvio Barreto de Souza S. Paulo F. C.Fernando Francisco da Graça Antônio Benites Cruzeiro

A CONTRIBUIÇÃO DO FOOTBALL NOPRESTIGIO DO FLUMINENSE

(Conclusão da página dupla)mais barato ao clube do que o cômputo geral das quan-'tias a ele atribuídas nas despesas, isso sem falar noserros (os "bondes" contratados, etc ), como se poderáconstatar pela relação abaixo dos crack.-3 contratados em44, as luvas e os ordenados que receberam.de' relatório) mostra-nos que o team em si custa multo

A IMPORTÂNCIA OO FOOTBALLNão vamos "descobrir" agora a importância do foot-

bali Os estádios apinnados e o espaço que os jornaisreservam-lhe para o noticiário gratuito, valem como < i-quente atestado de importância. O que queremos de-monstrar apenas é que a receita do football nao deveser medida somente pelas arrecadações de bilheteria. Amaioria absoluta do quadro social pertence ao (tricô-lor (um Inquérito confirmaria essa asse:-eão) porque étorcedor de football. E o "association", torna-se oportu-no acentuar, tem dado grandes motivos de júbilo aoadepto é associado do Fluminense. No regime proíissio-nalLsta, por exemplo, o tricolor tem a seu favor um tri-campeonato (1036-37-38) e um ol-campconato (40-41),alem de alguns vice-campeonatos. Os revezes experi-mentactos o ano passado são contingências que se de-?em atribuir menos a fatores advindos da boa ou má«strutura dp profissionalismo do que a falhas internas.De outra forma niiò se compreenderia que um clube,como o Flamengo, conquiste três campeonatos con-eecutivos. Isso não impede, evidentemente, que se pro-erurc conciliar os interesses dos clube? r das entidades,tíe moldP t anapww jowVJk»- aquele?

•So! :'' fívuj * c»sp» rjusl •'¦•]»|p5 . .«kV„;;, >,.-ji!r i:!-.'. fíi?

Loção olessaVALETUm perfume diferente:

CONTRA A CASTA liQUEDA DOS CABELOS

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PPA 4m06, 8FPA 4m07,4/5sFPA 4ml2, sFARG 4ml2.1/osFPA 4mlí,3'5sFPA 4mlí?.9 sFMA 4m20. sFARG 4m20.1/5sFPA 4m20,5 sFrA 4m22 3'5g

FPA 9m09,l/5sPPA 9ml4,l sFPA DmlU.l 5sFMA 9mlB,7 sFPA 9m20, sFPA 9m229 sPPA 9m24.3'5sFPA 9m26, SFPA 9m29, sFARG 9m30,l '5s

FPA 15ni42,l 5sPPA. 15m47,4/5sFPA IGinãl.õ sFPA 15m55,3 sFPA 16ml0,3/5sFPA lGml3. SFMA 1 fim 18.1 53FMA 16m22.9 3FARG 15m25, SFMA 16ni25,4/58

FPAFPA 34m20.1 53

34m25,5 sF.vRG 34m38,5 sFPA 34m42,4 5sFMA 34m42,9 SPPA 35mll,5 sFMA í5m27,l T>sFMA 35m30,3 5sFARG 35m44, s

E' piloto da RAF o maior atacantedo mundo

(Conclusão da página anterior)Um zagueiro nunca chega a saber

que fará Matthews, porque, além 'lesua rnagia com a pelota, é preciso vi-giar ainda os movimentos de seucorpo. Muito a miúdo Matthews se-

-meia a confusão até entre seus pro*prios companheiros, que via de rer;niestão obrigados a manter uma aten-cão constante para saber que Iara cmdeterminado momento.

Este último problema tem sido

parcialmente resolvido durante a

guerra, porque foi localizado um com-

panheiro ideal para Matthews na pes-soa de Cartee, meia direita do Su-derland, também aviador. Os doisaparecem juntos constantemente e

formam a ala direita do England.

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O ATiOBO SPOKTIVO Sexta-feira, aí$ de março de IMõ Página *o

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**" mm

Por DELA,

Constituiu um completo êxito o disputa do X Cam-.ueonato Infanto-Juvenil realizado domingo passado nariscirià do Clube de Regatas Guanabara. Como foi am-«lamente noticiado, o Campeonato apresentava umírmorania dos mais sensacionais já" que quatro clubes,"c-ibcr: América, Botafogo, Guanabara e Fluminensees„vam em condições de sagrar-se campeão. O que•iconteceu não foi muito diverso do esperado. Até aomeio do certame os citados clubes apresentavam certoenuilibrio, mais daí em diante destacaram-se. o Amé-rica c o Guanabara, lutando renhidamehte pelo títulomáximo da aquática infantil, titulo este somente <le-cidído na última prova o que veio dar maior émusias-mu ao torneio, que foi assistido por um público nu-me-oso c que nunca se cansou de aplaudir os seus pre-feridos vibrando com suas conquistas. Para ciar umaligeira idéia do que foi a competição vamos dar -,i con-tattero dos quatro primeiros clubes do 5 em 5 provas.= Assim, até a 5,a prova o Guanabara liderava acontagem còrn 40 pontos contra 36 do América, 28 doFluminense e 19 do Botafogo. Ao terminar a 10.? pro-vi o \mcrica passara à fiente com SiO pontos contra66 d<- Guanabara e Fluminense e 41 do Icaraí.

De aí em diante começou a r.vantajar-se o Gua-nabara que marcou 116 pontos contra 101 do grêmiorubro 80 do tricolor e 65 do alvi-negro. Voltou àcar«*a' c América c na 20.a prova o grêmio azul-tur-quezn cio Mourisco só levava 7 pontos de vantagem.

i "3" vinha agora o Botafogo com 95 pontos açompa-nhado do Fluminense com 93. Na 21." prova vibroua assistência com o empate verificado entre os 2ponteiros ambos agora com 149 pontos. Na prova quese se-uiu o Guanabara foi à frente com 162 contra 159mas logo depois o América ultrapassou o seu rivalm treando 174 contra 163 e na 24.u prova 177 contra

• 165 Entramos assim na última prova do campeonatoque o iria decidir. O América não tinha nenhum na-dador concorrente enquanto que o Guanabara apresen-tava Bcnato P. Cunha que iria empregar todos os seusesforços para dar ao seu clube o titulo ma-xin.o da aquática infantil. Mas Renato Saboia doFluminense, que aliás, era o favorito da prova ven-ceu-a cm belo estilo e deixando o nadador guanaba-riiio em 2.° lugar permitiu que o América se sagrassecorno "Campeão Carioca Infanto-Juvenil de 1945", ti-tulo este que os rubros perseguiam há já 4 longos anos.A contagem final apresenlou o América com .177 pon-tos. o Guanabara com 173, o Fluminense cm 3.° com137 c o Botafogo em 4.° com 115.

A vitoria do América foi justa e merecida. O gre-mio rubro há muito luta para a conquista deste tituloqv.e finalmente agora lhe sorriu. Apresentou uma equi-pe homogênea onde todos se esforçaram dando o ma-xirno cio

"seu poderio. Deixamos aqui consignadas as

nossas congratulações à imensa família rubra que do-mingo vibrou com a conquista de seus pequenos na-dadores.

Outra equipe oue merece os mais rasgados elo-gios é a do Guanabara. Luiz Lima com o auxilio deNelson Mallernont Rebello conseguiu formar uma equi-pe fortíssima que ameaçou grandemente os america-nos só se entregando na última prova.

Continuando na ascensão que vêm tendo, dentrode pouco tempo serão os lideres da natação da guri-zada carioca. Com menos 8 nadadores do que o cam-peão, o Guanabara teve uma atuação que pode serconsiderada como uma vitoria moral.

O Fluminense decepcionou-nos. Contentaram-secom um modesto 3.° lugar os tri-campeões cariocas.Muito contribuiu para o fracasso de sua equipe, o le-charreuto de sua piscina durante 8 meses, o que im-pediu a necessária renovação de valores sem o c;uenada puderam fazer os valorosos garotos tricolores.

O Botafogo e o Icaraí tiveram também ótima atua-ção pois com uma equipe quase toda composta de no-vos, ameaçaram bastante os ponteiros o disputaramrenhidamente a 3.a colocação. O Icaraí pruicipalrnente,dentro de muito pouco tempo será um cios vanguar-deiros da natação iníaoto-juvenil.

O Tijuca, Vasco. Santa Teresa e Flamengo apre-sentaram equipes reduzidas com aspirações so a algunstítulos individuais. ,„ , ... ,„:

E* justo ressaltar que o único "recovei batido .oiconseguido pela nadadora vascaina Lia de Ax.evccioque nos 100 metros meninas juvenis nado de peno,marcou o extraordinário tempo de 1*38". rambemhouve um "record" igualado na sensacional coinpe-tição. Foi sua autora Nilza Martins do Anurica queigualou seu próprio "record" de 36" na prova cie oumetros meninas infantis nada livre.

Passaremos agora em revista o resultado dnwm-Peonato, pelas diferentes classes.eNos peilizct. luwneduas surpresas. Geraldo Pires do Guanabara venceuas provas de "cravvl" o costas derrotando o ^xuáMOrdo Santa Teresa, Carlos Martins Ferreira. Geraldofez respectivamente 40"5 e 4G"7. A prova de peito comoera esperada foi vencida pela dupla botafoguertse uo-berto Bustamante e Milton Cunha que marcaram ití Je 50"4.

Sérgio Fontes do América venceu a prova de nadolivre da classe de infantis perseguido por RobsonHasselmah do Icaraí. Arthur Pinheiro do Guanabara

2nceu a prova de costas e no nado de peito houvee José

rotou o seu adversário estabelecendo o tempo de 45 o

venceu a prova de costas e no nado de peitoUma luta sensacicnal entre Robson HasselmanAquino do Fluminense. Este, nos metros finairotou o seu adversário estabelecendo o tempo ti*,contra 45"9 daquele. Latino Fontes do América venceufácil as provas de "cravvl" e costas na classe de juvenilJuniors seguido na 1.» por José Santos e na 2.° porUetio Barroso, ambos do Guanabara.

Latino fez 1'15"2 de "crawl" e 1'29"4 de costas, o

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...nao tomando às refeições

da BRAHM

PRODUTO DA CIA. CERVEJARIA BRAHMA SOCIEDADE ANÔNIMA BRASILEIRA

Isso mesmo! Não calcula o que perde em sa*bor e energias! Principalmente se sua mesa ca-rece de algum alimento indispensável! Graçasà sua riqueza em malte, Malzbier da Brahma.além de ser uma delícia, é ainda altamentenutritiva. Ligeiramente doce, de baixo teoralcoólico, ai está a cerveja do lar. Prefira-apara redobrar o valor e prazer das refeições.

RIO DE JANEIRO - SAO PAULO - CUBITIH*

1.1 tempo foi um ótimo resultado técnico. A prova depeito foi disputadíssima pois Alfredo Valdetaro, Po-mulo Franco e Evaldo Silva lutaram renhidamentepela 1 "¦ colocação.

Valdetaro venceu por batida de mão a llomulochegando Evaldo logo a seguir. O tempo para os 2.°foi o mesmo: 1"35"4. Valdetaro defende as cores do.Icaraí. Romulo do Botafogo e Evaldo é tricolor. Uma"das

provas mais sensacionais do Campeonato foi os100 metros de costas para juvenis seniors, em que sesagrou campeão Nelson Mallernont Rebello Filho, doGuanabara que derrotou em grande reação a lio M.Fonseca do Botafogo e Ricardo Capanema do Tijucaque chegaram com o mesmo tompo em 3.° e 2.° res-peolivamente. Nelsinho fez 1'22"5 o os outros dois1"24". Capanema desforrou-se vencendo a prova de"crawl" com 1'12"5 chegando em 2.° Ilo com 1'14"2.

Edinaldo Ramalho do Botafogo, venceu fácil aprova de peito com 1'29"4 seguido por Hélio Carvalhodo América com 1'30"8.

Os 100 metros aspirantes livre foram vencidos porThales líibeiro do grêmio rubro. Thales marcou ótimotempo para a distancia: 1'0G"5.

Oram Boghossian do Tijuca foi 2.° com 1'07"4. Os400 metros prova que decidiu o Campeonato foi le-vantado como já dissemos por Paulo Saboia do Flu-minensc com 5'41"4. Renato Cunha do Guanabara foi2.° com 5'47".

Os 200 metros de peito foram facilmente vencidospor Rubem Sá do Icaraí que fez 3'04"3. Ivo Volta doAmérica foi 2.° com 3'12'\

Renato Cunha, venceu surpreendendo a prova decostas com 1'21"1. Paulo Souto Maior do Botafogoque era o favorito da prova contentou-se com o 2.°lugar marcando 1'23".

E assim chegamos à parte feminina.Lúcia Bandeira de Mello do Guanabara venceu aa

provas de "crawl" e costas na classe de meninas pe-tizos, com os tempos de 40" e 46"4. Carmencita Costado Icaraí, secundou-a na primeira prova e Lia MariaVeiga do América seguiu-a na*2.a. Carmencita venceusensacionalmente a prova de peito desbancando a trin-ca ar.:ericana que se apresentava soberana". Carmen-cita marcou f>2" e Nancy Passos que foi a vice-camneã52"2.

Nilsa JMartins do América venceu a prova decrawl" na classe do meninas-infantís aproveitando adoença de Tãlita Rodrigues que só conseguiu uma 3."colocação. Maria Elisa Aler.tejano do Fluminense se-cundou a campeã que igualou seu próprio "record" daoo"0. E' interessante notai- que Maria Elisa fez o mes-mo tempo que a vencedora Talita mostrando uma fibraihvulgar venceu a prova de costas deixando Nilzaem 2.p.

Talita marcou 41"5 e Niiza 42".Marlene Ferreira do Guanabara com 46"5. venceu

a prova de peito chegando Leda Azevedo do Vasco ern2.° com 47"2. Helena Horta do Icaraí, ganhou os 100metros menir.as-juvenis nado livre.

Derrotou a guanabarina Laura Silva. Os temposconseguidos foram: 1'27" e 1*30". Célia Brasil e JènnyGordoh do tricolor formaram a dupla na prova denado de costas. Célia fez 1'33" e Jenny l'3õ"4. Doisótimos tempos sem dúvida. A única recordista dacompetição foi Lia Azevedo do Vasco que marcou1'38" na prova de peito. Célia 3rasil secundou-a com1'40'C. Foi assim com chave de ouro que a FederaçãoMetropolitana de Natação encerrou a sua temporada4445. Um Campeonato sensacional e luna bela vi-toria do América.

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Alzüar Costa, cuja atuação não agradou

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vez mais o Fluminense e o São Paulo programa-ram e realizaram um encontro de football entre suas

» representações mais categorizadas. Desta feita aqui noRio, em Álvaro Chaves, sem disporem do cem por cento dointeresse popular, porque o público sabia de antemão que omatch não lhe poclia oferecer maiores seusações. Ainda as-sim, no entanto, houve gente na cancha, e prova isto a ar-recadação constatada, em números redondos. — 66.154,60cruzeiros.

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Cabeçada espetacular de Remo

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2 Se foi bom ? Se foi mau o espetáculo ? Nem mau, nem ISofrível, apenas. A rigor, pouco tolerável, porque faziatarde quente, e no campo, as jogadas por vezes se carac

zaram pela lentidão.O São Paulo movimentou o balão, por intermédio de Leon

mas os tricolores tomam a iniciativa do ataque e obrigam Saa cometer comer. O corner, todavia, não teve existência lucr,;porque Pinhega.s cobrou-o mal.

Novo avanço dos locais e nova oportunidade otsperdiçada.da Pinhegas, recebendo de Sila, chutou sem firmeza e sem diríJá aí, no entanto, ficou patenteado o seguinte, o Fluminensetentava maior equilíbrio em todas as suas linhas.

idas,veirodiva

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Paschoal cabeceia mas Virgílio está eitento

3 Súbito, veio o primeiro goal. Foi aos cinco minutos, projetado por Sila. que trabalhando apelota no seu próprio campo de jogo, atravessou o terreno com ela e próximo à a*ea penr-ci-sa, entregou-a a Paschoal O ceiiler bem colocado, arrematou bem, com extraordinária" fIr-meza, vencendo Gijo inapélávelmente. O goal foi dele, mas o trabalho maior e mais apreciado ad-veio de Sila.

Diante do sucedido, os sampaulmos trataram de empregar-se mais a fundo no ma*-rh. Verifi-cou-se, então, uma serie de avanços bem concatenados. mas pouco efetivos entre Leonidas. Sastree" Remo. Posteriormente Affosinbo cometeu corner que Batataes desfez no alto

E o jogo andou assim, ora lá., ora cá, sem muita cor e com intervenções dos arqueiros, em geral•xigidas por arremessos longos. Apenas Leonidas falhou num golpe perigoso fre;Ue a Batataes, eCila, por seu turno, mostrou-se indeciso diante de Gijo, permitindo que Zarzür despejasse á vontade.

vt *

L ^cftMttxtÈHitK^aaaiíKv^i'

Moralcs, Batataes e Haroldo, integrantes do triângulo¦ final carioca

1-4T

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O GLOBO SPORTIVO Sexta-feira, 2',l de março de lí)45 Página 15

sAv&í&s-Míh" , JL _», w

i^l m m • ¦• III

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2 a 1, a contagem

Seria urna barraca de praia 9t.W —! {*"

«.. tal era o estado de fra-

queza a que cheguei, desapa-recido, entretanto, com VinhoReconstituinte Silva Araújo!

O depauperamento geral do orga-nismo pode chegar a tal extremode fraqueza... E tal falta de ener-

gias pode ser oriunda de sangue

pobre, fraco e desnutrido... Nessecaso, é preciso dar a palavra aosmais eminentes médicos brasi-leiros, que aconselham Vinho Re-constituinte Silva Araújo, de açãorápida e enérgica, porque contém

peptona, cálcio, quina e fósforo.Tome-o durante 1 ou 2 meses.Sentirá, então, como éle revigora,devolvendo-lhe a vitalidade, a dis-

posição e as energias combalidas.

SILVA ARAÚJOO TÔNICO QUE VALE SAÚDE!

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0 triângulo final dos bandeirantesGijo e Virgilio

Saveiro,

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Í.V.T.

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0 empate surgiu no segundo tempo. Foi aasiminuma arrancada do ataque bandeirante, Remo atirocde meia altura, despretensiosamente, vencendo a Br-

tataes, que não esboçou o menor gesto de defesa.Posteriormente Morales, que passou a atuar mais adi-

antado, cobrou um "foul" cometido por Zarzur, visando ogoal, em arremesso direto. Gijo falhou na busca ao balão,mas Saveiro bem colocado corrigiu o erro de sen guarda-vala.

Passados trinta e quatro minutos, Pascoal avançou pe-Io centro, cortou Gijo, ainda dessa feita inseguro, deaequi-librou-se, voltou a reter o balão e chutou com calma, bus-

cando a colocação do mesmo num dos cantos da meta. A

pelota atingiu o fundo das redes, mas antes de chegar IA

roçou no travessão, do que se aproveitou Pirombá para fa-

zer alguma coisa no decurso da partida.Reiniciado o match, Pirombá recolheu o couro, driblou

Zarzur, deslocou Saveiro e cortou-o na direção de Pinhegas,

que na corrida, e da ponta, atirou forte, mas por cima do

travessão.Veio depois um tento de Pascoal, que o árbitro desfea

sob a alegação de impedimento. Erro crasso!

A atuação dosquadros

No team do Fluminense, Batataes apareceucom destaque, tendo uma única falha, a qual,entre parêntesis, redundou em goal. Os zaguei-ros estiveram firmes, principalmente Morales, cna linha média, Afonsinho dividiu as honras comSpinelli. Ambos muito lutadores. Vicentini, semhaver realizado o máximo, não comprometeu, en-quanto no ataque, a figura central foi o coman-dante Pascoal. A ala Simões-Pinhegas, apenasregular, e Pirombá nulo.

Na equipe sampaulina — uma equipe visível-mente necessitando de reparos mais jovens emtodos os setores — vimos um Virgílio enérgico eüm novo médio — Bauer — promissor. Zarzur,cavador; Noronha, falho; Lconidas desinteressa-&> c Luizinho, apenas chamava a atenção pelocorte de cabelo. O crack-paredro, que discute comos jornalistas e vira as costas para os fotógrafos,parece que atingiu já a respeitável situação deIfuurdar as chuteiraa e tratar de outra vida.

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Spinelli evitando uma investida de Leonidas

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Page 16: memoria.bn.br › pdf › 104710 › per104710_1945_00343.pdf · DO FOOTBALL NO PRESTIGIO DO - BNefetivo tiro inicial. Quando não está precisando ide suas ma-ximas energias para

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