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[email protected] ou ligue para 11 99832 3766 Revista AutoBus www.revistaautobus.com.br “O ônibus deve ser inovador, inteligente e ter prioridade” Edição 208 - 14 de janeiro 2016 www.revistaautobus.com.br Desafios do futuro esquecidos no passado do transporte coletivo Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP https://www.facebook.com/revistaautobus/?ref=aymt_homepage_panel Agora você pode acompanhar a revista AutoBus no Facebook Com um novo ano começando, velhas questões não resolvidas relacionadas a transporte público e ao deslocamento das pessoas continuam como legados em um segmento que tem fundamento no desenvolvimento das cidades - a mobili- dade urbana. A chegada de 2016 nos traz, novamente, à luz da reordenação do direito de ir e vir, uma necessária revisão de costumes praticados dentro da lógica da movi- mentação e das atividades ligadas aos habitantes das médias e grandes cida- des brasileiras, bem como latino-americanas. Não é mais possível sustentar- mos um modelo de transporte apoiado no individualismo por meio de um sím- bolo de status aspirado por milhões de pessoas - o automóvel. Não, nestas pa- lavras não queremos estragar o sonho de ninguém em adquirir seu meio de lo- comoção. Mas, é preciso olhar de uma maneira diferenciada o seu uso, de for- ma que ele não continue dando as cartas na ocupação dos espaços públicos. Planos de mobilidade, conforme determina no Brasil a Lei Federal da Mobilida- de (n°. 12.587 de 3/1/12), significa buscar soluções em consonância com a prioridade ao modelo de transporte coletivo e/ou não motorizado. Com isso, é dever do poder público fixar uma causa justa em que todos os cidadãos possam ser beneficiados e o meio ambiente não seja prejudicado. Nesse contexto, são muitos os desafios para um novo paradigma de mobilidade urbana, eficiente, de grande desempenho e com ações de longo prazo, começando pelo planeja- mento dos próximos doze meses. Na lógica da evolução do vai e vem das pessoas, os projetos de modernização dos serviços de ônibus são grandes oportunidades para alcançarmos a qualifi- cação do transporte público, com a representação de serem atraentes para o usuário do automóvel e com efeito positivo à mobilidade. Além do que, a ado- ção de tecnologias inovadoras em tração, com propulsores alternativos, utili- zando eletricidade e biogás como combustíveis, possibilitarão uma condição ambiental bem mais aprazível às cidades. Mas, será preciso reconhecer no ôni- bus um papel de vanguarda, com um viés que se aproxime do modelo de quali- dade sempre encontrada em sistemas metroviários, e não apenas como mais um instrumento de simples proporção para melhor toda essa problemática O atual momento econômico brasileiro revela-se um inibidor de qualquer ten- tativa de se modificar o cenário ainda caótico nos sistemas urbanos de trans- porte. No entanto, se quisermos realmente enfrentar o desafio de se transfor- mar um legado que era do futuro e que ficou esquecido no passado, será neces- sário muito jogo de cintura, vontade política, e da sociedade, para que a mobili- dade alcance seu melhor nível. Quem se dispõe? Afinal, o futuro está aí. Transporte coletivo paulistano em busca de modernização A maior cidade brasileira busca implantar uma nova filosofia em termos de serviços de ônibus. Mesmo sem conseguir implantar uma infraestrutura priori- tária (por meio de corredores exclusivos) que deem margem para um novo con- ceito em termos de velocidade, conforto e modernização do sistema, a prefeitu- ra de São Paulo busca inovar para a qualificação dos serviços. No final de 2015, ela apresentou dois ônibus articulados equipados com painéis externos de cris- tal líquido (LCD) nas laterais, que exibirão informações, em tempo real, das pró- ximas paradas, substituindo as antigas placas com roteiros das viagens. De acordo com informações da secretaria de transportes, os painéis externos dos novos ônibus articulados vão funcionar conectados ao GPS dos veículos. Quando o ônibus partir do terminal, os displays irão informando, ao longo do trajeto, os principais pontos de paradas e atualizando os dados à medida em que o coletivo se aproxima do ponto final. Também foi apresentado, conforme revelado aqui neste espaço, o ônibus elé- trico movido a baterias desenvolvido pela BYD, com 15 metros de comprimento. Ainda como destaque, prefeitura paulistana, por meio de portaria, determinou que todas as operadoras de transporte público municipal reservem, pelo menos, 30% de suas vagas no quadro de trabalho para mulheres. Imagens - Sidnei Santos/SPTrans Primeira classe entre Huston e Austin A primeira vista mais parece uma classe executiva de uma aeronave de longa distância. Porém, se olharmos mais atentamente, descobrimos que se trata de um ônibus rodoviário. O luxo e o conforto estão juntos em um serviço Premium disponibilizado pela operadora Vonlane entre as cidades norte-americanas Hus- ton e Austin para concorrer com o transporte aéreo e ferroviário. A configuração interna dos veículos que fazem o trajeto é muito especial. São 16 poltronas revestidas em couro que reclinam 150° (possuidoras de tomadas para recarga de aparelhos eletrônicos), sistema de som e TV via satélite, cone- xão de internet via Wi-Fi, uma ampla cozinha, closet e WC. Para quem preferir trabalhar, no ônibus há um espaço com seis poltronas, mesa e monitores para conferência on-line, além de uma impressora sem fios (wireless). Tal inovador serviço liga os aeroportos e alguns hotéis das duas cidades. Detalhes do interior e acabamento dos ônibus Fotos - Vonlane Ônibus elétrico i2e da Irizar na COP 21 A fabricante espanhola de ônibus Irizar aproveitou a Conferência Mundial so- bre o Clima (COP 21) para apresentar seu modelo 100% elétrico i2e que estará em testes no programa de ônibus com tração limpa da cidade de Paris. O veícu- lo, com 12 metros de comprimento, tem capacidade para 80 passageiros e in- corpora piso baixo, duas portas duplas e motor elétrico que desenvolve 184 kW de potência. De acordo com a Irizar, o modelo tem autonomia de 180 a 200 km, propício para a operação parisiense. Por ter um caráter ambiental muito valorizado - sem emissões locais e silencioso - o i2e consegue reduzir a emissão de mais 300 toneladas de CO² por ano no ambiente urbano. Outro destaque é o conjunto de baterias, que são 99% recicláveis e que foram projetados dentro dos mais modernos parâmetros de rentabilidade. As cidades de San Sebastian e Barcelona (Espanha), Marselha (França) e Lon- dres (Inglaterra) já contam com o modelo em seus sistemas de transporte pú- blico. Foto - Irizar Transporte coletivo com segurança Promover segurança para os usuários dos sistemas de transporte público é uma das condições mínimas para uma operação eficiente. Na região metropoli- tana de Goiânia (GO), o Consórcio RMTC (Rede Metropolitana de Transporte Co- letivo), por meio da sua Central de Segurança de Transportes, controla, em tem- po real, cerca de 400 câmeras instaladas nos 14 terminais geridos por sua ad- ministração, além de outras 920 câmeras implantadas em 230 ônibus que circu- lam nas ruas. São quatro câmeras em cada veículo, três delas filmam tudo que acontece no interior do veículo e outra mostra a visão que o motorista tem da rua. De acordo com o Consórcio, os controladores das câmeras, ao perceberem algo estranhos acionam o Centro Integrado de Inteligência, Comando e Controle da Secretaria da Segurança Pública (CIICC), que solicita rapidamente ao Comando de Operações da Polícia Militar (Copom) o apoio da viatura mais próxima ao lo- cal da ocorrência. Segundo a RMTC, os resultados alcançados foram muito posi- tivos e a intenção é instalar os dispositivos gradualmente no restante da frota. Divulgação - RMTC Angola planeja um novo modelo de transporte coletivo para sua capital A capital angolana Luanda projeta uma renovação, para melhor, de seu siste- ma de transporte público, utilizando para isso o ônibus como a principal ferra- menta de deslocamento de seus habitantes. Até 2017, a cidade espera apresen- tar um novo modelo de mobilidade com a construção de dois corredores em um sistema de BRT (Trânsito Rápido de Ônibus), totalizando 53 quilômetros de vias exclusivas e 24 estações. As autoridades locais de transporte enfatizam que o projeto também permitirá a integração com outros modais, como o marítimo e o ferroviário, além dos serviços convencionais de ônibus. O objetivo maior com o início da operação dos corredores é botar ordem nos serviços, que são realizados hoje por vans e automóveis (taxistas). O jornal angolano Expansão revelou que 47% das obras já estão finalizadas, mas que o país também vive uma crise financeira, o que influencia negativa- mente na implantação do novo sistema. Ainda, segundo o jornal, Angola, assim como outros países em desenvolvimento, sente os efeitos de uma acelerada expansão urbana, muito dependente do uso do automóvel, um padrão que gerou uma ocupação dispersa, fragmentada e muitas vezes desordenada dos solos, tendo uma redução acentuada da taxa de mobilidade, o que compromete o exercício do papel social dos indivíduos, inibindo o crescimento das actividades socioeconômicas, contrapondo todos os esforços de melhoria da qualidade de vida e do desenvolvimento urbano. Para se chegar à proposta de um sistema moderno, que promova viagens mais rápidas, seguras e acessíveis, especialistas e o poder público angolano se basearam em conhecidos exemplos mundiais de corredores rápidos de ônibus (BRT), como Curitiba e Bogotá. O projeto de Luanda contemplará 240 novos ônibus divididos entre Padron, articulados e biarticulados. E a Scania participará desse processo de modernização do transporte de Luanda com sua experiência em sistemas organizados, fornecendo 140 chassis, sendo 90 unidades de seu articulado K310 IA 6x2/2 e outras 50 do modelo K250 IB 4x2, todos com carroçarias da marca gaúcha Marcopolo. De acordo com a Scania, os ônibus serão fabricados durante o ano de 2016, em sua planta brasileira, e a entrega está prevista até o final do ano ou início de 2017, quando ainda haverá o treinamento de motoristas, dentre outros detalhes técnicos. Além dos veículos, a montadora também fornecerá um pacote de pe- ças de reposição para estoque inicial da operação do cliente. Protótipo do articulado com carroçaria Marcopolo para Luanda Foto - Revista AutoBus Empresa Util e seus contínuos investimentos Consagrada no transporte rodoviário brasileiro de passageiros, a Util foi premiada no final de 2015 com o “Destaques do Turismo 2015”, promo- vido pelo CIETH - Centro Integrado de Estudos em Turismo e Hotelaria e a Comissão de Turismo da OAB RJ (Ordem dos Advogados do Brasil). A empresa ainda destacou que conti- nua direcionando investimentos em modernização e ampliação de sua frota e melhoria dos serviços aos passagei- ros. Com a alta do dólar, as passagens rodoviárias estavam mais atrativas para os consumidores no final do ano passado e aqueles que aproveitarão as férias de verão deste ano, e a opção passou ser uma alternativa pelos bra- sileiros em suas viagens. Houve então uma aquisição de 22 novos ônibus, in- cluindo oito unidades do modelo "Double Deckers” (seis Marcopolo e dois Comil), que receberam pinturas temáticas, inclusive da antiga identi- dade visual da empresa. Os chassis dos novos ônibus são da Mercedes- Benz e Scania. O ônibus com pintura atende a pedi- dos de mais de 10 mil fãs da Util no facebook da empresa. A operadora fluminense continua moderni- zando sua frota e aumentando o número de ônibus com dois pavimentos. Foto - Divulgação O novo sistema angolano também terá ôni- bus na versão convencional Foto - Scania Foto - Gelson Mello da Costa Londres prepara seus pontos de ônibus tecnológicos Londres iniciou um projeto para am- pliar as informações sobre seu sistema de ônibus urbanos aos usuários da re- de. Com uma infraestrutura inovadora e moderna, a capital inglesa, por meio da autoridade local de transporte Transport for London (TfL), instalou painéis em alguns pontos para permitir toda a informação relacionada às via- gens, concedendo ao passageiro a fle- xibilidade e planejamento das mesmas. A tecnologia, composta por painéis que contam com telas de alta definição e são alimentados por energia solar, promove informações em tempo real sobre os horários da operação e das linhas que passam pelo local do ponto high-tech. De acordo com a TfL, o obje- tivo é facilitar a vida de quem usa ôni- bus na cidade, com maior confiabilida- de e eficiência. Imagem - TfL Foto - Reprodução/Internet

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“O ônibus deve ser inovador, inteligente e ter prioridade”

Edição 208 - 14 de janeiro 2016

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Desafios do futuro esquecidos no passado do

transporte coletivo

Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP

https://www.facebook.com/revistaautobus/?ref=aymt_homepage_panel

Agora você pode acompanhar a revista AutoBus no Facebook

Com um novo ano começando, velhas questões não resolvidas relacionadas a transporte público e ao deslocamento das pessoas continuam como legados em um segmento que tem fundamento no desenvolvimento das cidades - a mobili-dade urbana.

A chegada de 2016 nos traz, novamente, à luz da reordenação do direito de ir e vir, uma necessária revisão de costumes praticados dentro da lógica da movi-mentação e das atividades ligadas aos habitantes das médias e grandes cida-des brasileiras, bem como latino-americanas. Não é mais possível sustentar-mos um modelo de transporte apoiado no individualismo por meio de um sím-bolo de status aspirado por milhões de pessoas - o automóvel. Não, nestas pa-lavras não queremos estragar o sonho de ninguém em adquirir seu meio de lo-

comoção. Mas, é preciso olhar de uma maneira diferenciada o seu uso, de for-ma que ele não continue dando as cartas na ocupação dos espaços públicos.

Planos de mobilidade, conforme determina no Brasil a Lei Federal da Mobilida-de (n°. 12.587 de 3/1/12), significa buscar soluções em consonância com a

prioridade ao modelo de transporte coletivo e/ou não motorizado. Com isso, é dever do poder público fixar uma causa justa em que todos os cidadãos possam

ser beneficiados e o meio ambiente não seja prejudicado. Nesse contexto, são muitos os desafios para um novo paradigma de mobilidade urbana, eficiente, de grande desempenho e com ações de longo prazo, começando pelo planeja-mento dos próximos doze meses.

Na lógica da evolução do vai e vem das pessoas, os projetos de modernização dos serviços de ônibus são grandes oportunidades para alcançarmos a qualifi-cação do transporte público, com a representação de serem atraentes para o

usuário do automóvel e com efeito positivo à mobilidade. Além do que, a ado-ção de tecnologias inovadoras em tração, com propulsores alternativos, utili-zando eletricidade e biogás como combustíveis, possibilitarão uma condição ambiental bem mais aprazível às cidades. Mas, será preciso reconhecer no ôni-bus um papel de vanguarda, com um viés que se aproxime do modelo de quali-dade sempre encontrada em sistemas metroviários, e não apenas como mais um instrumento de simples proporção para melhor toda essa problemática

O atual momento econômico brasileiro revela-se um inibidor de qualquer ten-tativa de se modificar o cenário ainda caótico nos sistemas urbanos de trans-porte. No entanto, se quisermos realmente enfrentar o desafio de se transfor-mar um legado que era do futuro e que ficou esquecido no passado, será neces-sário muito jogo de cintura, vontade política, e da sociedade, para que a mobili-dade alcance seu melhor nível. Quem se dispõe? Afinal, o futuro está aí.

Transporte coletivo paulistano em busca de

modernização

A maior cidade brasileira busca implantar uma nova filosofia em termos de serviços de ônibus. Mesmo sem conseguir implantar uma infraestrutura priori-tária (por meio de corredores exclusivos) que deem margem para um novo con-ceito em termos de velocidade, conforto e modernização do sistema, a prefeitu-

ra de São Paulo busca inovar para a qualificação dos serviços. No final de 2015, ela apresentou dois ônibus articulados equipados com painéis externos de cris-tal líquido (LCD) nas laterais, que exibirão informações, em tempo real, das pró-ximas paradas, substituindo as antigas placas com roteiros das viagens.

De acordo com informações da secretaria de transportes, os painéis externos dos novos ônibus articulados vão funcionar conectados ao GPS dos veículos. Quando o ônibus partir do terminal, os displays irão informando, ao longo do

trajeto, os principais pontos de paradas e atualizando os dados à medida em que o coletivo se aproxima do ponto final.

Também foi apresentado, conforme revelado aqui neste espaço, o ônibus elé-trico movido a baterias desenvolvido pela BYD, com 15 metros de comprimento.

Ainda como destaque, prefeitura paulistana, por meio de portaria, determinou que todas as operadoras de transporte público municipal reservem, pelo menos,

30% de suas vagas no quadro de trabalho para mulheres.

Imagens - Sidnei Santos/SPTrans

Primeira classe entre Huston e Austin

A primeira vista mais parece uma classe executiva de uma aeronave de longa distância. Porém, se olharmos mais atentamente, descobrimos que se trata de um ônibus rodoviário. O luxo e o conforto estão juntos em um serviço Premium disponibilizado pela operadora Vonlane entre as cidades norte-americanas Hus-

ton e Austin para concorrer com o transporte aéreo e ferroviário. A configuração interna dos veículos que fazem o trajeto é muito especial. São

16 poltronas revestidas em couro que reclinam 150° (possuidoras de tomadas para recarga de aparelhos eletrônicos), sistema de som e TV via satélite, cone-xão de internet via Wi-Fi, uma ampla cozinha, closet e WC. Para quem preferir trabalhar, no ônibus há um espaço com seis poltronas, mesa e monitores para conferência on-line, além de uma impressora sem fios (wireless).

Tal inovador serviço liga os aeroportos e alguns hotéis das duas cidades.

Detalhes do interior e acabamento dos ônibus Fotos - Vonlane

Ônibus elétrico i2e da Irizar na COP 21

A fabricante espanhola de ônibus Irizar aproveitou a Conferência Mundial so-bre o Clima (COP 21) para apresentar seu modelo 100% elétrico i2e que estará em testes no programa de ônibus com tração limpa da cidade de Paris. O veícu-lo, com 12 metros de comprimento, tem capacidade para 80 passageiros e in-

corpora piso baixo, duas portas duplas e motor elétrico que desenvolve 184 kW de potência.

De acordo com a Irizar, o modelo tem autonomia de 180 a 200 km, propício para a operação parisiense. Por ter um caráter ambiental muito valorizado - sem emissões locais e silencioso - o i2e consegue reduzir a emissão de mais 300 toneladas de CO² por ano no ambiente urbano.

Outro destaque é o conjunto de baterias, que são 99% recicláveis e que foram

projetados dentro dos mais modernos parâmetros de rentabilidade. As cidades de San Sebastian e Barcelona (Espanha), Marselha (França) e Lon-

dres (Inglaterra) já contam com o modelo em seus sistemas de transporte pú-blico.

Foto - Irizar

Transporte coletivo com segurança

Promover segurança para os usuários dos sistemas de transporte público é uma das condições mínimas para uma operação eficiente. Na região metropoli-tana de Goiânia (GO), o Consórcio RMTC (Rede Metropolitana de Transporte Co-letivo), por meio da sua Central de Segurança de Transportes, controla, em tem-

po real, cerca de 400 câmeras instaladas nos 14 terminais geridos por sua ad-ministração, além de outras 920 câmeras implantadas em 230 ônibus que circu-lam nas ruas. São quatro câmeras em cada veículo, três delas filmam tudo que acontece no interior do veículo e outra mostra a visão que o motorista tem da rua.

De acordo com o Consórcio, os controladores das câmeras, ao perceberem algo estranhos acionam o Centro Integrado de Inteligência, Comando e Controle da

Secretaria da Segurança Pública (CIICC), que solicita rapidamente ao Comando de Operações da Polícia Militar (Copom) o apoio da viatura mais próxima ao lo-cal da ocorrência. Segundo a RMTC, os resultados alcançados foram muito posi-tivos e a intenção é instalar os dispositivos gradualmente no restante da frota.

Divulgação - RMTC

Angola planeja um novo modelo de transporte

coletivo para sua capital

A capital angolana Luanda projeta uma renovação, para melhor, de seu siste-ma de transporte público, utilizando para isso o ônibus como a principal ferra-menta de deslocamento de seus habitantes. Até 2017, a cidade espera apresen-tar um novo modelo de mobilidade com a construção de dois corredores em um

sistema de BRT (Trânsito Rápido de Ônibus), totalizando 53 quilômetros de vias exclusivas e 24 estações. As autoridades locais de transporte enfatizam que o projeto também permitirá a integração com outros modais, como o marítimo e o ferroviário, além dos serviços convencionais de ônibus.

O objetivo maior com o início da operação dos corredores é botar ordem nos serviços, que são realizados hoje por vans e automóveis (taxistas).

O jornal angolano Expansão revelou que 47% das obras já estão finalizadas,

mas que o país também vive uma crise financeira, o que influencia negativa-mente na implantação do novo sistema. Ainda, segundo o jornal, Angola, assim como outros países em desenvolvimento, sente os efeitos de uma acelerada expansão urbana, muito dependente do uso do automóvel, um padrão que gerou uma ocupação dispersa, fragmentada e muitas vezes desordenada dos solos, tendo uma redução acentuada da taxa de mobilidade, o que compromete

o exercício do papel social dos indivíduos, inibindo o crescimento das actividades socioeconômicas, contrapondo todos os esforços de melhoria da qualidade de vida e do desenvolvimento urbano.

Para se chegar à proposta de um sistema moderno, que promova viagens mais rápidas, seguras e acessíveis, especialistas e o poder público angolano se basearam em conhecidos exemplos mundiais de corredores rápidos de ônibus (BRT), como Curitiba e Bogotá. O projeto de Luanda contemplará 240 novos

ônibus divididos entre Padron, articulados e biarticulados. E a Scania participará desse processo de modernização do transporte de

Luanda com sua experiência em sistemas organizados, fornecendo 140 chassis, sendo 90 unidades de seu articulado K310 IA 6x2/2 e outras 50 do modelo K250 IB 4x2, todos com carroçarias da marca gaúcha Marcopolo.

De acordo com a Scania, os ônibus serão fabricados durante o ano de 2016, em sua planta brasileira, e a entrega está prevista até o final do ano ou início de

2017, quando ainda haverá o treinamento de motoristas, dentre outros detalhes técnicos. Além dos veículos, a montadora também fornecerá um pacote de pe-ças de reposição para estoque inicial da operação do cliente.

Protótipo do articulado com carroçaria Marcopolo para Luanda

Foto - Revista AutoBus

Empresa Util e seus contínuos investimentos

Consagrada no transporte rodoviário brasileiro de passageiros, a Util foi premiada no final de 2015 com o “Destaques do Turismo 2015”, promo-

vido pelo CIETH - Centro Integrado de Estudos em Turismo e Hotelaria e a Comissão de Turismo da OAB RJ (Ordem dos Advogados do Brasil).

A empresa ainda destacou que conti-nua direcionando investimentos em modernização e ampliação de sua frota

e melhoria dos serviços aos passagei-ros. Com a alta do dólar, as passagens rodoviárias estavam mais atrativas para os consumidores no final do ano passado e aqueles que aproveitarão as férias de verão deste ano, e a opção

passou ser uma alternativa pelos bra-sileiros em suas viagens. Houve então uma aquisição de 22 novos ônibus, in-cluindo oito unidades do modelo "Double Deckers” (seis Marcopolo e dois Comil), que receberam pinturas temáticas, inclusive da antiga identi-

dade visual da empresa. Os chassis dos novos ônibus são da Mercedes-Benz e Scania.

O ônibus com pintura atende a pedi-dos de mais de 10 mil fãs da Util no facebook da empresa.

A operadora fluminense continua moderni-zando sua frota e aumentando o número de ônibus com dois pavimentos.

Foto - Divulgação

O novo sistema angolano também terá ôni-bus na versão convencional

Foto - Scania

Foto - Gelson Mello da Costa

Londres prepara seus pontos de ônibus

tecnológicos

Londres iniciou um projeto para am-pliar as informações sobre seu sistema de ônibus urbanos aos usuários da re-de. Com uma infraestrutura inovadora

e moderna, a capital inglesa, por meio da autoridade local de transporte Transport for London (TfL), instalou painéis em alguns pontos para permitir toda a informação relacionada às via-gens, concedendo ao passageiro a fle-xibilidade e planejamento das mesmas.

A tecnologia, composta por painéis que contam com telas de alta definição e são alimentados por energia solar, promove informações em tempo real sobre os horários da operação e das linhas que passam pelo local do ponto

high-tech. De acordo com a TfL, o obje-tivo é facilitar a vida de quem usa ôni-bus na cidade, com maior confiabilida-de e eficiência.

Imagem - TfL

Foto - Reprodução/Internet