A INFLUÊNCIA DE FATORES EXTRÍNSECOS NO DESENVOLVIMENTO ... · Trabalho de Conclusão de Curso ......

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA GLÁUCIA MOREIRA ZEBRAL A INFLUÊNCIA DE FATORES EXTRÍNSECOS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL CONSELHEIRO LAFAIETE- MINAS GERAIS 2013

Transcript of A INFLUÊNCIA DE FATORES EXTRÍNSECOS NO DESENVOLVIMENTO ... · Trabalho de Conclusão de Curso ......

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAO EM ATENO BSICA EM SADE DA FAMLIA

GLUCIA MOREIRA ZEBRAL

A INFLUNCIA DE FATORES EXTRNSECOS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

CONSELHEIRO LAFAIETE- MINAS GERAIS 2013

GLUCIA MOREIRA ZEBRAL

A INFLUNCIA DE FATORES EXTRINSECOS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Especializao em Ateno Bsica em Sade da Famlia, Universidade Federal de Minas Gerais, para obteno do Certificado de Especialista.

Orientadora: Prof. Ana Cludia Porfirio Couto

CONSELHEIRO LAFAIETE- MINAS GERAIS 2014

GLUCIA MOREIRA ZEBRAL

A INFLUNCIA DE FATORES EXTRINSECOS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Especializao em Ateno Bsica em Sade da Famlia, Universidade Federal de Minas Gerais, para obteno do Certificado de Especialista.

Banca Examinadora

Prof. Ana Cludia Porfirio Couto

Prof. Christian Emmanuel Torres Cabido

Aprovado em Belo Horizonte: ____/____/____

O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende com a vida e

com os humildes.

(Cora Coralina)

http://frasedodia.com.br/frases/Cora-Coralina

RESUMO

O desenvolvimento infantil o resultado da interao entre as caractersticas biolgicas da criana, fatores genticos e ambientais. Fatores extrinsecos e intrnsecos podem influenciar no desenvolvimento infantil, tais como: condies nutricionais, ambientais, a estimulao familiar, o padro cultural, o nvel educacional e socioeconmico da famlia. Problemas como esses, so muito comuns na rea de abrangncia da Equipe de Sade da Famlia em que atuo no municpio de Congonhas, pois a populao apresenta baixa condio socioeconmica e cultural, sendo recorrentes, famlias com muitos filhos, analfabetismo, uso abusivo de lcool e outras drogas, gravidez na adolescncia, multparas. Esse estudo objetivou identificar na literatura os fatores extrnsecos que influenciam no desenvolvimento infantil e propor possveis aes capazes de minimizar tais atrasos. Para consecuo do objetivo foi realizado uma reviso de literatura sobre a avaliao do desenvolvimento infantil na Ateno Primria a Sade e seus fatores externos influenciadores. As sugestes do plano de interveno basearam nas dificuldades apresentadas para realizar a avaliao de desenvolvimento e em formas de amenizar situaes de risco que predispe as crianas aos atrasos. Espera-se, portanto, que esse estudo auxilie os profissionais de sade a identificar os fatores externos que prejudicam o desenvolvimento esperado na criana, e tambm que d subsdios aos mesmos para atuarem mais efetivamente no acompanhamento neuropsicomotor infantil.

Palavras chaves: desenvolvimento infantil, fatores de risco, sade da criana, cuidados primrios de sade, atividade motora.

ABSTRACT

Child development is the result of the interaction between the biological characteristics of the child, genetic and environmental factors. Extrinsic and intrinsic factors can influence child development, such as nutritional status, environmental, family stimulation, the cultural pattern, educational and socioeconomic status of the family. Problems like these are very common in the area covered by the Family Health Team where I operate in the city of Congonhas, because the population has low socioeconomic and cultural conditions being recurring, families with many children, illiteracy, alcohol abuse and other drugs, teenage pregnancy, multiparous. This study aimed to identify literature on the extrinsic factors that influence child development and able to propose possible actions to minimize such delays. To achieve the objective of a literature review on child development in primary health care and its external influencing factors was performed. The suggestions of the intervention plan based on the difficulties presented to conduct the evaluation and development of ways to mitigate risk situations that predisposes children to delays. Therefore, it is expected that this study assist health professionals to identify the external factors that undermine the expected development in children, and also to give grants to them to act more effectively in children's psychomotor tracking.

Key words: child development, risk factors, child health, primary health care, motor activity.

SUMRIO

1INTRODUO ......................................................................................................................8

2 OBJETIVO............................................................................................................... ........... 10

3 METODOLOGIA................................................................................................................ 11

4 REVISO DE LITERATURA .................................................................................. ........ 12

4.1 A avaliao do desenvolvimento infantil na Ateno Primria a Sade............................12

4.2 A influncia de fatores extrinsecos no desenvolvimento infantil....................................... 14

5 SUGESTO DE PLANO DE INTERVENO.............................................................. 1Erro! Indicador no definido.

5.1 Capacitao dos profissionais............................................................................................. 18

5.2 Monitoramento de consultas de crianas de 0 a 2 anos ...................................................... 19

5.3 Acompanhamento das crianas de risco ............................................................................. 19

5.4 Encaminhamento de crianas com atrasos ......................................................................... 20

5.5 Incentivo ao aleitamento materno ...................................................................................... 20

5.6 Informaes sobre a importncia do pr-natal e da puericultura ....................................... 21

5.7 Treinamento/orientao de cuidadores e familiares de crianas ........................................ 21

6 APLICAO DO PLANO DE INTERVENO NO PSF RESIDENCIAL..............22

7 CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................25

REFERNCIAS .......................................................................................................... .......... 26

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1. INTRODUO

O desenvolvimento infantil o resultado da interao entre as caractersticas biolgicas da

criana, fatores genticos e ambientais. De acordo com a Organizao Pan-Americana de

Sade (2005), o desenvolvimento infantil um processo que vai desde a concepo ao

crescimento fsico, passando pela maturao neurolgica, comportamental, cognitiva, social e

afetiva da criana. Tem como produto tornar a criana competente para responder mediante

suas necessidades e as do seu meio, considerando seu contexto de vida.

O monitoramento do desenvolvimento um eixo da ateno sade da criana e deve ser

trabalhado na Ateno Primria a Sade (APS). De acordo com o Ministrio da Sade

(BRASIL, 2002), os profissionais de sade da Estratgia Sade da Famlia (ESF) devero

estar aptos a reconhecer seus aspectos mais relevantes e identificar aquelas crianas que

devem ser encaminhadas para tratamento especializado.

Os primeiros anos de vida so extremamente importantes, porque nele que ocorre o

desenvolvimento de todas as funes, graas a uma intensa atividade cerebral. Avaliaes

realizadas nesse momento podem ajudar a identificar fatores de risco para o desenvolvimento

da criana, tornando possvel uma pr-orientao que fornea aos pais estratgias para uma

interveno precoce. Segundo Ribeiro, Silva e Puccini (2010), a avaliao do

desenvolvimento pelo profissional de forma compartilhada com seus familiares representa,

ainda, um processo educativo, promovendo uma oportunidade para os profissionais

auxiliarem os pais a compreenderem aspectos relacionados ao desenvolvimento, ressaltando

caractersticas do processo normal e reformulando percepes desajustadas e inapropriadas

sobre comportamento.

Segundo Alves, Moulin e Santos (2013), assim como o crescimento, o desenvolvimento

infantil est na dependncia de fatores intrnsecos e extrnsecos para sua plena realizao.

Esses fatores esto em constante interao e so interdependentes. Dentre os fatores que

influenciam o desenvolvimento, ressaltam-se as condies nutricionais, ambientais, a

estimulao que pode ser favorecida pela relao familiar com a rotina da criana e, alm

desses, o padro cultural, o nvel educacional e socioeconmico da famlia.

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Problemas como esses, supracitados, so muito comuns na rea de abrangncia da ESF em

que atuo como enfermeira, no municpio de Congonhas. Trata-se de uma populao composta

basicamente por operrios que trabalham nas indstrias mineradoras do municpio e em outras

atividades de suporte como, por exemplo, o comrcio, o servio pblico e outras. O territrio

caracteriza-se por apresentar boas condies de saneamento bsico, urbanizao e boa oferta

de servios (escolas, creche, servio de sade, transporte) e estabelecimentos comerciais

(aougues, padarias, farmcias, supermercados, etc.). Contudo, a populao apresenta baixa

condio socioeconmica e cultural. Alguns problemas se destacam, como: o grande nmero

de famlias com muitos filhos, analfabetismo, uso abusivo de lcool e outras drogas, gravidez

na adolescncia, multparas, onde consequentemente percebe-se algum tipo de atraso no

desenvolvimento das crianas.

Diante desse contexto, surgiu meu interesse em aprofundar conhecimentos sobre o

desenvolvimento infantil e seus fatores influenciadores. Portanto, esse estudo auxilia na

percepo precoce de fatores extrnsecos, que podem influenciar no desenvolvimento infantil,

e na identificao de atrasos em crianas de 0 a 2 anos na Ateno Bsica.

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2. OBJETIVO

Identificar na literatura os fatores extrnsecos que influenciam no desenvolvimento infantil e a

partir dessa identificao sugerir, no mbito da Ateno Primria a Sade, possveis aes

capazes de minimizar tais atrasos.

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3. METODOLOGIA

Para elaborao desse trabalho adotou-se como metodologia, a reviso de literatura.

Inicialmente, foi feita a elaborao de uma pergunta norteadora: Quais fatores extrnsecos

influenciam no desenvolvimento infantil e quais so as possveis aes capazes de minimizar

os atrasos?

Aps a definio da problemtica foi possvel uma busca de artigos relacionados ao tema

proposto, utilizando as bases de dados: SCIELO (Scientific Eletronic Library on Line),

BIREME (Cetro Latino-Americano e do Caribe de Informaes em Cincias da Sade),

Biblioteca Virtual do NESCON e Manuais do Ministrio da Sade. Os descritores utilizados

na busca foram: puericultura, desenvolvimento infantil, fatores de risco, sade da criana,

cuidados primrios de sade, atividade motora.

Todos os artigos selecionados foram analisados levando em considerao a data estipulada,

2000 a 2013, bem como a temtica proposta. Sendo ento possvel a elaborao da reviso de

literatura.

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4. REVISO DE LITERATURA

4.1 A avaliao do desenvolvimento infantil na Ateno Primria a Sade

A Ateno Primria a Sade (APS) definida por Saparolli e Adami (2010), como um

conjunto de aes que visam promoo da sade, a preveno de agravos, o tratamento e

reabilitao nos mbitos individual e coletivo, envolvendo prticas gerenciais e sanitrias de

naturezas democrtica e participativa. Situa-se no primeiro nvel de ateno dos sistemas de

sade, com capacidade para resolver um elenco de necessidades que extrapolam a interveno

curativa individual e so denominadas de necessidades bsicas de sade.

Um dos eixos integradores da APS a Ateno a Sade da criana, que visa o

acompanhamento e desenvolvimento das crianas, compreendendo as atividades relacionadas

promoo do desenvolvimento normal e deteco de desvios nesse processo.

De acordo com Gauterio, Irala e Cezar-Vaz (2012), a puericultura surge como ferramenta

oportuna no acompanhamento integral do crescimento e desenvolvimento infantil, voltando-

se para os aspectos de preveno, proteo e promoo da sade, de modo que a criana

alcance a vida adulta sem influncias desfavorveis trazidas da infncia. Neste nvel de

assistncia, o profissional, ao utilizar a consulta de enfermagem em puericultura, necessita

buscar o atendimento integral das necessidades da criana, modificando o enfoque, at ento

centrado na doena.

No decorrer dos anos, vrios foram os manuais tcnicos lanados pelo Ministrio da Sade

destinados ao monitoramento do crescimento e do desenvolvimento infantil. Para o Ministrio

da Sade (BRASIL, 2002), o propsito desses manuais oferecer uma Ficha de

Acompanhamento do Desenvolvimento que sirva como roteiro de observao e identificao

de crianas com provveis problemas de desenvolvimento.

A Caderneta de Sade da Criana (CSC) apresenta-se como um dos principais instrumentos

de vigilncia do desenvolvimento, pois um documento em que so registrados os dados da

criana e que transita pelos diferentes servios e nveis de ateno relacionados ao cuidado

com a sade. (BRASIL, 2005).

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[...] a monitorao do crescimento e do desenvolvimento por meio da caderneta de Sade da Criana considerada a ao eixo na Ateno Primria a sade em suas aes bsicas, pois o documento contem os dados necessrios ao acompanhamento da sade da criana. So exemplos s orientaes e informaes sobre sade bucal, ocular e auditiva, com espaos para preenchimento de dados pessoais, orientaes sobre o desenvolvimento afetivo da criana e cuidados gerais, alm de informaes sobre suplementao preventiva de ferro e vitamina, calendrio bsico de vacinao com lacunas para marcaes das vacinas aplicadas, entre outros dados. (BRASIL, 2009)

Segundo o Ministrio da Sade, 2009 apud Alves, Moulin e Santos, 2013, a caderneta de

sade da criana lanada em 2009, tem uma proposta mais avanada em relao s demais

cadernetas, de 2005 e 2007, principalmente em relao avaliao do desenvolvimento

infantil, j que se baseia no conceito de vigilncia do desenvolvimento na ateno primaria

sade. Esse conceito engloba todas as atividades relacionadas promoo do

desenvolvimento infantil satisfatrio e deteco de problemas nessa fase.

A CSC (2009) um documento sistematizado para deteco de problemas no

desenvolvimento de crianas at 3 anos, nos moldes da Assistncia Integral s Doenas

Prevalentes na Infncia (AIDPI).

De acordo com a Organizao Pan-americana de Sade (2005), pela classificao do AIDPI,

crianas de 0 a 2 meses devem ser avaliadas por meio da observao de reflexos primitivos,

postura e habilidades, como: reflexo de Moro, ccleo-palpebral, de suco, brao e pernas

flexionados e mos fechadas, sendo que a ausncia de um dos reflexos j significativa. Em

crianas de 2 meses a 2 anos, so utilizados 32 marcos de desenvolvimento, divididos por oito

faixas etrias, presentes em 90% das crianas naquela idade, sendo quatro marcos para cada

faixa etria. E a ausncia no cumprimento de um marco j significativa.

A avaliao prtica do desenvolvimento neuropsicomotor, baseada no AIDPI, consiste na

avaliao do marco principal de cada rea do desenvolvimento motor fino, motor grosseiro,

linguagem e pessoal-social em cada faixa etria. A avaliao deve seguir os seguintes passos:

perguntar e investigar sobre fatores de risco e opinio dos pais sobre o desenvolvimento dos

filhos; verificar e observar o formato da cabea, medida do permetro ceflico e alteraes

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fenotpicas que possam estar associadas a sndromes; classificar a criana e decidir a conduta

mais apropriada. (ALVES, MOULIN e SANTOS, 2013)

Nessa perspectiva, as competncias dos familiares e dos profissionais de sade so

complementares para o diagnstico do desenvolvimento das crianas.

Pittock et al (2002) apud Ribeiro et al (2010), enfatizam a importncia da interao entre o

processo observacional feito pelo pediatra durante a consulta e o relato dos acompanhantes,

que enriquecem a histria com dados sobre o comportamento e a evoluo da criana no

cotidiano, alm de poderem confirmar e ajudar o profissional a interpretar os achados de seu

exame.

4.2 A influncia de fatores extrnsecos no desenvolvimento infantil

O acompanhamento de crianas de 0 a 2 anos na Unidade Bsica de Sade (UBS), por meio

da puericultura, bastante efetivo no diagnstico de eventuais atrasos no desenvolvimento

infantil. Os profissionais da Sade da Famlia tem conhecimento dos fatores biolgicos,

psicossociais (individuais e familiares) e ambientais que podem impactar no desenvolvimento

da criana, devido proximidade com a famlia, seja por meio do pr-natal, da visita

domiciliar realizada no puerprio, ou atendimentos diversos em outros ciclos de vida.

[...] O Programa de Sade da Famlia (PSF), pode possibilitar uma real vigilncia frente s suspeitas de atraso no desenvolvimento infantil, uma vez que entende o indivduo como singular e parte integrante de um contexto mais amplo - famlia e comunidade (CHIESA, FRACOLLI, 2004 apud AMORIM et al, p.1, 2009)

O vnculo construdo com a famlia facilita na identificao de fatores de risco e mostra onde

o profissional deve intervir para evitar possveis atrasos. Sendo fator de risco definido por

Grizenko, (1992) apud Halpern (2004), como:

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[...] um elemento que, quando presente, determina um aumento da probabilidade de surgimento de problemas. Pode tambm ser definido como um fator que aumenta a vulnerabilidade de uma pessoa ou grupo em desenvolver determinada doena ou agravo sade.

Diversos estudos mostram a grande influncia de fatores internos e externos no

desenvolvimento infantil. Dentre os fatores influenciveis nesse processo, ressaltam-se o

baixo nvel socioeconmico familiar, baixa escolaridade materna, famlias com muitos filhos,

no realizao do pr-natal e a ausncia paterna na educao infantil.

Para Zimmerman, (1994) apud Pilz e Schermann, (2007), o baixo nvel socioeconmico

considerado uma ameaa constante, j que aumenta a vulnerabilidade da criana, pois pode

causar subnutrio, privao social e desvantagem educacional. Hultz et al (1996),

acrescentam ainda que a misria econmica um fator de risco que, em determinadas

situaes, no vem desacompanhado; ela permeia a relao conjugal, contribuindo para o

aumento da incidncia de conflitos entre os pais e produzindo um efeito direto no

relacionamento desses com a criana. Desta forma, ocasiona o que alguns autores denominam

como misria afetiva.

Adicionalmente, o baixo nvel socioeconmico ainda, pode levar a criana desnutrio,

sendo esse tambm um fator associado ao atraso no desenvolvimento infantil. Mesmo

crianas que no apresentam sequelas graves podem apresentar comprometimento em

algumas reas do seu desenvolvimento neuropsicomotor, o que prejudica o funcionamento

intelectual. Uma pesquisa a respeito do efeito da desnutrio leve sobre o desenvolvimento

neuropsicomotor de lactentes confirmou uma tendncia a prejuzo nas reas da linguagem e

sociabilidade (WILLRICH et al, 2009).

Finalmente, crianas oriundas de famlias em desvantagem socioeconmica, podem deixar de

se beneficiar de avanos sociais e econmicos, o que pode resultar em maiores problemas de

sade ao longo da vida, dos quais fazem parte os problemas de comportamento e aquisio de

competncia social. (NAJMAN et al, 2004 apud ASSIS et al, 2009, p.3)

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Um estudo realizado por Brito et al (2011), em relao s desigualdades de desenvolvimento

relacionadas ao gnero, acrescenta ainda que, em famlias com piores condies

socioeconmicas, habitual permitir que os meninos circulem sozinhos nos arredores da

residncia, podendo estimular o desenvolvimento motor grosso e pessoal/social, porm,

paralelamente, expondo a criana a riscos diversos. Essa situao ser ainda mais evidente em

crianas que vivem em reas consideradas perigosas, com a presena de grupos de traficantes

e gangues violentas. Por sua vez, as diferentes vivncias no ambiente parental e social

experimentadas pelos meninos podem repercutir na formao de sua identidade, tornando-os

mais hostis e inquietos, levando-os a um menor aprendizado dos contedos pedaggicos

ofertados na escola, sobretudo quando o ambiente parental carente de estmulos adequados.

Halpern et al (2000), mostram em seu estudo que mes analfabetas tiveram uma chance 2,2

vezes maior de gerarem um filho com suspeita de atraso no desenvolvimento, quando

comparadas com as de maior escolaridade.

Para Romani e Lira (2004), o grau de escolaridade materna influi na determinao do

crescimento da criana, visto que est diretamente relacionado com uma melhor compreenso

da prtica dos cuidados infantis, alm de que, um maior nvel de instruo certamente

contribuir para uma melhor oportunidade de emprego e, por conseguinte, melhor nvel

salarial. Monteiro e Freitas (2000) relacionam a escolaridade dos familiares, mais

especificamente das mes com a melhor utilizao da renda no que diz respeito aos cuidados

infantis e dos servios pblicos que estiverem ao alcance das famlias.

Outro ponto de vista defendido pelos autores Bordin et al (2009) e Taylor (2000) apud Assis

et al, (2009), que mes com baixa escolaridade tem dificuldades de dar suporte emocional

ao filho, podendo predispor a ocorrncia, manuteno ou agravamento de problemas nas

crianas. Por outro lado, pais com elevada escolaridade tendem a reconhecer com maior

facilidade as necessidades de seus filhos e promover a competncia social, alm de estarem

mais preparados para lidar com desafios, serem mais articulados com a rede social e

conseguirem oferecer mais apoio.

Outro fator que se relaciona diretamente com desenvolvimento infantil so as famlias com

nmero elevado de filhos, j que nesses casos h menos estmulos para que as crianas

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possam explorar seu potencial de desenvolvimento. Esse menor estmulo provavelmente est

associado menor disponibilidade materna para oferecer ateno criana (HALPERN,

2000).

O mesmo acontece em famlias monoparentais, em que a convivncia no funcionamento

familiar e no cuidado do filho exclusiva da me. Nesses casos, assim como em famlias com

muitos filhos, a me, sobrecarregada com mltiplas funes, no consegue dar suporte

educacional, nem emocional a criana, podendo aumentar o risco de problemas escolares e

externalizantes nas crianas. (FLORSHEIM et al, 1998 apud ASSIS et al, 2009).

[...] as mes de filhos sem risco no s viviam com os companheiros, mas tinham o apoio e participao desses na criao e sustento dos filhos. Isso pde ser identificado tambm nos outros estudos, com esta mesma amostra, em que dificuldades no exerccio da maternidade se correlacionaram falta de apoio do cnjuge. Portanto, no se trata apenas da presena fsica, mas de uma presena mais ampla que contemplava no s aspectos psquicos, mas tambm suporte financeiro s mes e seus filhos (CRESTAN et al, 2013).

Outro fator observado por alguns autores, que tambm se relaciona com o desenvolvimento

infantil o nmero de consultas mnimas de pr-natal realizadas pela me. Tal relao

ressaltada por Duarte, Borges e Arruda (2011), ao afirmarem que o nmero de pr-natais tem

relao com o risco de atraso no desenvolvimento do infantil. Destaca-se que a educao em

sade durante a gestao um meio de oferecer me e seus familiares conhecimentos que

podem prepar-la para o exerccio de sua nova funo, alm de esclarecerem as dvidas,

contribuindo com sua autonomia no cuidado com seu beb (LORDELO, FONSECA e

ARAUJO, 2000).

Adicionalmente, o tempo de amamentao tambm considerado um fator importante no

desenvolvimento da criana. Halpern et al (2000) observou tambm em seu estudo uma

importante relao entre o tempo de amamentao e o risco de atraso no desenvolvimento.

Alm das vantagens nutricionais, psicolgicas e de proteo contra infeces j comprovadas

do leite materno, existem evidncias de que as crianas amamentadas apresentam um melhor

desempenho no seu desenvolvimento cognitivo futuro, constituindo-se em um elemento

adicional para que o aleitamento materno seja estimulado de forma mais consistente.

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5. SUGESTO DE PLANO DE INTERVENO

Na Estratgia de Sade da Famlia (ESF) em que atuo como enfermeira, o atendimento s

crianas compartilhado entre os profissionais: pediatra, nutricionista e enfermeiro; porm o

monitoramento do desenvolvimento psicomotor infantil realizado somente pelo enfermeiro,

durante as consultas de puericultura. Essa avaliao baseada apenas na Caderneta de Sade

da Criana. As crianas so acompanhadas de acordo com o calendrio preconizado (pelo

Ministrio da Sade) para sua classificao de risco e so encaminhadas para a avaliao de

outros especialistas caso seja necessrio. Uma das grandes dificuldades encontradas o alto

nmero de crianas faltosas na puericultura, dificultando formao de vinculo. No momento,

os grupos de orientaes a amamentao, de importncia do pr-natal e da puericultura no

esto sendo realizados devido a falta de estrutura da Unidade.

Baseando na realidade vivenciada em minha Unidade de Sade, surge a relevncia de

discutirmos aes a serem aplicadas no mbito da Ateno Bsica a Sade, mais

especificamente na (ESF), capazes de auxiliar na melhora do acompanhamento psicomotor e

no diagnstico precoce de atrasos infantis.

5.1 Capacitao dos profissionais

Um estudo realizado por Figueiras et al (2003), constatou que o conhecimento dos

profissionais mdicos e enfermeiros que atuam na Sade da Famlia bastante falho em

relao ao desenvolvimento neuropsicomotor infantil, assim como a prtica da vigilncia do

desenvolvimento.

Portanto, os profissionais de sade da famlia que realizam a puericultura, devem ser

capacitados para avaliarem tambm o desenvolvimento neuropsicomotor das crianas.

necessrio que ocorram programas de atualizao, educaes continuadas, para que esses

profissionais atuem de forma mais incisiva em relao estimulao precoce, e na

identificao de distrbios para interveno oportuna em relao ao desenvolvimento.

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To importante quanto avaliao do desenvolvimento o preenchimento do carto da

criana na parte destinada aos marcos de desenvolvimento. Esse instrumento contribui para a

sistematizao da avaliao infantil. Da a grande necessidade de capacitar, incentivar e

sensibilizar os profissionais para o correto preenchimento do carto.

5.2 Monitoramento de consultas de crianas de 0 a 2 anos

O Ministrio da Sade (2012) recomenda pelo menos sete consultas de rotina no primeiro ano

de vida (1 semana, 1 ms, 2 ms, 4 ms, 6 ms, 9 ms e 12 ms), alm de duas consultas

no 2 ano de vida (no 18 e no 24 ms) e, a partir do 2 ano de vida, consultas anuais.

Devido grande maleabilidade do desenvolvimento neuropsicomotor da criana, necessrio

que a avaliao seja repetida, principalmente durante os primeiros anos de vida, quando o

desenvolvimento mais dinmico e o impacto dos atrasos mais importante (Dworkin, 1989

apud Halpern et al, 2000).

Portanto, essas consultas devem ser sistematicamente monitoradas, para que no ocorram

falhas, tais como, crianas ficarem longos perodos sem passar por avaliao. Uma forma de

monitor-las por meio da utilizao do carto rotativo de crianas de 0 a 2 anos. Dessa

forma, em caso de crianas faltosas, imediatamente feita a busca ativa e as consultas so

reagendadas.

5.3 Acompanhamento das crianas de risco

O acompanhamento das crianas com algum tipo de risco, como prematuridade, risco social

familiar, filhos de mes que no realizaram pr-natal ou oriundos de famlias com muitos

filhos, devem ocorrer com maior frequncia do que daquelas crianas de risco habitual. Tal

fato justifica-se pela maior probabilidade dessas crianas desenvolverem algum atraso no

desenvolvimento neuropsicomotor. To importante quanto o acompanhamento frequente da

criana o encaminhamento da famlia para acompanhamento de servios sociais, como o

Centro de Referncia de Assistncia Social (CRAS) e o Centro de Referncia Especializada

20

da Assistncia Social (CREAS), j que trabalhando a influncia do risco social, diminui-se o

risco de atrasos na criana.

Linhares et al, 2000, descreve que esse acompanhamento deve contemplar: a avaliao da

criana e da famlia, a fim de detectar indicadores de problemas, para revert-los ou

minimiz-los e a implementao de medidas teraputicas ou educacionais especiais, quando

necessrias, a fim de reabilitar ou manejar consequncias negativas e indesejveis decorrentes

das condies adversas de nascimento, tanto as que tornam a criana vulnervel orgnica e

psicologicamente, quanto as que fragilizam a famlia do ponto de vista emocional.

5.4 Encaminhamento de crianas com atrasos

consensual, nos estudos revisados, a importncia da identificao precoce de problemas do

desenvolvimento. O monitoramento do desenvolvimento infantil por profissionais da rede

pblica pode constituir um meio importante de deteco precoce de desvios do

desenvolvimento.

Ao identificar tais problemas, de grande valia que esses profissionais encaminhem as

crianas para avaliaes mais detalhadas, seja com o neuropediatra, com o fisioterapeuta,

terapeuta ocupacional, ou mesmo fonoaudiloga. O encaminhamento deve ser consciente e o

mais breve possvel, como salienta Wendland, (2002) apud Pilz, (2007): toda estratgia de

preveno deve intervir o mais cedo possvel, assim que fatores de risco so identificados e,

idealmente, antes mesmo do surgimento das primeiras dificuldades.

5.5 Incentivo ao aleitamento materno

Segundo Halpern, 2004, uma das medidas mais importantes na rea da preveno e que

oferece benefcios em vrias reas o incentivo ao aleitamento materno. Embora ainda no

existam concluses definitivas em relao ao papel do leite humano no desenvolvimento

cognitivo, os diferentes estudos realizados em contextos sociais diferentes nos levam na

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direo de que o leite materno influncia positivamente no desenvolvimento das crianas e na

relao me-beb.

5.6 Informaes sobre a importncia do pr-natal e da puericultura

necessrio um trabalho de intensificao da educao junto populao sobre a importncia

do acompanhamento do pr-natal e da puericultura, seja por meio das visitas domiciliares,

busca ativa de gestantes, informativos ou mesmo por meio de grupos operativos realizados na

Unidade Bsica.

Segundo Velleda et al. (2011), o pr-natal deve ser aproveitado como um momento de

orientao das mes sobre o processo de desenvolvimento, principalmente sobre a

importncia da estimulao ambiental no primeiro ano de vida. Alm disso, Brito et al,

(2011), refora que os agravos ocorridos nos primeiros meses da gestao podem ter graves

repercusses na formao do feto. Cuidados com a sade e correo de carncia de nutrientes

na gestao possibilitam prevenir transtornos no desenvolvimento fsico, neuropsicomotor e

intelectual, que poderiam manifestar-se tardiamente nestas crianas.

Aes de sade devem transcender o acompanhamento do peso e altura de crianas durante os primeiros anos de vida. O planejamento de aes preventivas na gestao e o acompanhamento do desenvolvimento infantil, certamente, refletiro a curto e mdio prazo na qualidade de sade, bem como em melhores oportunidades socioeducacionais para as prximas geraes. (BRITO et al, 2011, p.11)

5.7 Treinamento/orientao de cuidadores e familiares de crianas

Outra ao que causa grande impacto o treinamento de cuidadores de crianas em creches e

escolas infantis, bem como de familiares quanto aos riscos psicossociais e a importncia de

estmulos ambientais. Amorim et al (2009), reforam que a estimulao ambiental constitui

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um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento infantil, especialmente nos

primeiros meses e anos de vida, perodo de acelerado crescimento.

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6. APLICAO DO PLANO DE INTERVENO NO PSF RESIDENCIAL

Quadro 1 Plano de interveno

AOES ATIVIDADES RESPONSVEIS PRAZO MONITORAMENTO

Atualizar os profissionais de sade sobre a avaliao do desenvolvimento neuropsicomotor infantil

Capacitar o mdico do PSF e o pediatra que atendem na UBS quanto importncia da avaliao do desenvolvimento neuropsicomotor e quanto aos fluxos de encaminhamento de crianas com atrasos.

Profissionais que atuam na Clnica da Criana do municpio de Congonhas

At Out/2013

Capacitao ainda no realizada, novo prazo proposto: Mar./ 2013.

Capacitar tcnicos de enfermagem e agentes comunitrios quanto importncia da puericultura.

Capacitar profissionais que tambm lidam com os usurios, mostrando a importncia da puericultura e as aes desenvolvidas durante essa consulta, como avaliao do crescimento e desenvolvimento infantil.

Enfermeira e mdica do PSF

At Out/2013

Capacitao ainda no realizada, novo prazo proposto: Mar./ 2013.

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Promover educao em sade em relao a influncias externas no desenvolvimento infantil

Realizar educao em sade, palestras em creches e escolas primarias, com cuidadores e pais, mostrando a influencia de alguns fatores sobre o desenvolvimento infantil e com perceber atrasos nas crianas.

Enfermeira e profissionais do NASF

Jul./2013

Nov./2013

Atividade realizada apenas na creche do bairro no ms de maio/ 2013 pela enfermeira e fisioterapeuta.

Promover educao em sade em relao ao aleitamento materno

Realizar educao em sade nas salas de espera, grupos operativos para sensibilizar e informar gestantes e purperas quanto a importncia e benefcios do aleitamento materno.

Equipe do PSF e profissionais do NASF

A partir de Ago./2013

Ainda no foi realizado devido a falta de espao na UBS, novo prazo para iniciar grupos: Jan./ 2014.

Cadastrar todas as crianas de 0 a 2 anos da rea de abrangncia do PSF

Fazer fichrio rotativo de consultas, de puericultura, que conste, vacinas, avaliao de crescimento e desenvolvimento, classificao de risco da criana.

Enfermeira PSF

At out/2013

Cartes confeccionados e j sendo utilizado pelos profissionais.

Cadastrar e monitorar todas as gestantes da rea de abrangncia do PSF

Fazer fichrio rotativo de consultas de pr-natal, que conste dados das consultas e risco da gestante.

Enfermeira e mdica PSF.

At out/ 2013

Cartes confeccionados e j sendo utilizado pelos profissionais.

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FONTE: Elaborado pelo prprio autor

Realizar busca ativa das crianas e gestantes faltosas

Por meio do uso dos cartes rotativos de crianas e gestantes, realizar busca ativa dos faltosos e remarcar consultas.

Enfermeira, mdica e agentes comunitrios.

At out/2013

Com a confeco dos cartes rotativos, foi possvel visualizar mais facilmente os faltosos, auxiliando na busca ativa.

Disponibilizar tratamento e acompanhamento adequado para as crianas diagnosticadas com algum atraso

Identificar os pontos na rede de ateno sade para fazer acompanhamento e tratamento necessrios para os casos de atrasos mais severos.

Coordenao de PSF e responsveis pela regulao das consultas

At out/2013

Fluxos foram delimitados: como encaminhamento para neuropediatras, fisioterapeutas, fonoaudilogas e outros profissionais da rede.

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7 CONSIDERAES FINAIS

Considerando o objetivo inicial desse estudo de mostrar a influncia de fatores extrnsecos no

desenvolvimento infantil, a presente reviso comprovou a relao entre fatores externos e

atrasos no desenvolvimento e props aes, no mbito da APS, capazes de auxiliar no

diagnstico precoce de atrasos.

A Ateno Primria a Sade, mais especificamente o trabalho da equipe de sade da famlia,

por meio do atendimento a todos os ciclos de vida, o mais indicado e efetivo para

acompanhar crianas de risco e encaminh-las precocemente a servios especializados. de

grande relevncia que os profissionais que atuam na APS, ao realizarem o acompanhamento

de crianas, pela puericultura, tenham inserido em sua prtica a avaliao neuropsicomotora.

Avaliao essa que deve ter como instrumento de referncia a prpria caderneta de Sade da

Criana, que traz os marcos de desenvolvimento separados por idade, baseados na

classificao do AIDPI.

Os profissionais de sade devem tambm ter em mente todo o histrico familiar da criana,

atentando-se para possveis influncias externas capazes de interferir no desenvolvimento

natural infantil. Precrias condies socioeconmicas, baixa escolaridade materna, famlias

com muitos filhos, ausncia do pai no contexto familiar, mes que realizaram poucas

consultas de pr-natal e a no amamentao so fatores que merecem ateno especial quando

presentes, devido a forte influencia que provocam no desenvolvimento infantil.

No decorrer da reviso bibliogrfica realizada, alguns pontos falhos em relao ao

acompanhamento infantil foram percebidos e aes foram propostas no intuito de tornar o

acompanhamento infantil na APS mais efetivo e resolutivo. Destacam-se como pontos

essenciais, a capacitao dos profissionais de sade que atuam junto s crianas, assim como

de cuidadores e familiares, o acompanhamento frequente e encaminhamento das crianas de

risco, o incentivo ao aleitamento materno, realizao do pr-natal e da puericultura.

Espera-se, portanto, que esse estudo auxilie os profissionais de sade a identificar os fatores

externos que predispe as crianas a atrasos, e tambm que d subsdios aos mesmos para

atuarem mais efetivamente no acompanhamento neuropsicomotor infantil.

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SUMRIO2 OBJETIVO............................................................................................................... 103 METODOLOGIA....................................................................................................... 114 REVISO DE LITERATURA .................................................................................. 124.1 A avaliao do desenvolvimento infantil na Ateno Primria a Sade............................124.2 A influncia de fatores extrinsecos no desenvolvimento infantil....................................... 145 SUGESTO DE PLANO DE INTERVENO.............................................................. 1Erro! Indicador no definido.5.1 Capacitao dos profissionais 185.2 Monitoramento de consultas de crianas de 0 a 2 anos 195.3 Acompanhamento das crianas de risco 195.4 Encaminhamento de crianas com atrasos 205.5 Incentivo ao aleitamento materno 205.6 Informaes sobre a importncia do pr-natal e da puericultura 215.7 Treinamento/orientao de cuidadores e familiares de crianas 21REFERNCIAS .......................................................................................................... 26CRESTAN, A.H., et al. Fatores socioeconmicos, obsttricos, demogrficos e psicossociais como risco ao desenvolvimento infantil. Rev. CEFAC [on line] vol.15 no.4 So Paulo July/Aug. 2013. Disponivel em: