A democratização dos GIS / The democratization of GIS

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A indústria dos GIS (Geographic Informa- tion Systems) goza de boa saúde. Diversos factores fizeram com que a utilização de soluções, tecnologias e serviços relacionados com a área dos Sistemas de Informação Geográfica, tenha crescido nos últimos anos e que se tenha convertido numa ferramenta indispensável para tomadas de decisões empresariais. O mercado português tem vindo a assistir a uma crescente procura destas fer- ramentas e já são muito poucos os negócios ou actividades que, hoje em dia, não têm alguma infor- mação baseada em localização espacial. Depois de uma fase introdutória durante os anos 90, a primeira década do milénio foi claramente de forte crescimento para os sistemas de informação geográfica”, explica Eduardo Cruz, Business De- velopment Manager da GMV, grupo privado que actua neste segmento desde 1984. “Estes períodos foram acompanhados por ritmos correspondentes de surgimento de empresas a operar no sector, com as mais diversas dimensões e focos de actuação”, acrescenta. Desde monitorização de redes de energia a trans- porte de bens e mercadorias, passando pelo acom- panhamento de furacões e outros eventos me- teorológicos, todas estas actividades recorrem e beneficiam de plataformas GIS. E a perspectiva a curto prazo é igualmente animadora, pois é ex- pectável que a procura destas soluções suba, uma vez que se está a tornar claro que as empresas conseguem aumentar a competitividade se a sua actividade estiver suportada em soluções GIS. A indústria dos GIS está a entrar na sua fase mais importante, até agora parecia ‘reservada’ a sectores específicos e está a democratizar-se, chegando a um público mais amplo, graças ao importante de- senvolvimento tecnológico nos dispositivos móveis (telemóveis, tablets, ...) e à utilização cada vez mais importante da tecnologia GPS”, destaca Nicolás Os Sistemas de Informação Geográfica, também conhecidos por GIS, perderam a conotação de tecnologia destinada a nichos de mercado e têm vindo a alargar o seu leque de clientes. Do sector público a empresas privadas de grande envergadura, passando por PME, o mercado está a ganhar consciência das vantagens potenciadas por estas plataformas. Para o Canal, a oportunidade está na implementação de hardware e software, assim como na sua integração com outras ferramentas Paulo Belchior de Matos, Ana Rita Silva e CP A democratização dos GIS Inovações tecnológicas e novos players 16 www.channelpartner.pt a fundo julho/agosto 2012 GIS

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A indústria dos GIS (Geographic Informa-

tion Systems) goza de boa saúde. Diversos

factores fizeram com que a utilização de

soluções, tecnologias e serviços relacionados com a

área dos Sistemas de Informação Geográfica, tenha

crescido nos últimos anos e que se tenha convertido

numa ferramenta indispensável para tomadas de

decisões empresariais. O mercado português tem

vindo a assistir a uma crescente procura destas fer-

ramentas e já são muito poucos os negócios ou

actividades que, hoje em dia, não têm alguma infor-

mação baseada em localização espacial.

“Depois de uma fase introdutória durante os anos

90, a primeira década do milénio foi claramente de

forte crescimento para os sistemas de informação

geográfica”, explica Eduardo Cruz, Business De-

velopment Manager da GMV, grupo privado que

actua neste segmento desde 1984. “Estes períodos

foram acompanhados por ritmos correspondentes

de surgimento de empresas a operar no sector, com

as mais diversas dimensões e focos de actuação”,

acrescenta.

Desde monitorização de redes de energia a trans-

porte de bens e mercadorias, passando pelo acom-

panhamento de furacões e outros eventos me-

teorológicos, todas estas actividades recorrem e

beneficiam de plataformas GIS. E a perspectiva a

curto prazo é igualmente animadora, pois é ex-

pectável que a procura destas soluções suba, uma

vez que se está a tornar claro que as empresas

conseguem aumentar a competitividade se a sua

actividade estiver suportada em soluções GIS.

“A indústria dos GIS está a entrar na sua fase mais

importante, até agora parecia ‘reservada’ a sectores

específicos e está a democratizar-se, chegando a

um público mais amplo, graças ao importante de-

senvolvimento tecnológico nos dispositivos móveis

(telemóveis, tablets, ...) e à utilização cada vez mais

importante da tecnologia GPS”, destaca Nicolás

Os Sistemas de Informação Geográfica, também conhecidos por GIS, perderam a conotação de tecnologia destinada a nichos de mercado e têm vindo a alargar o seu leque de clientes. Do sector público a empresas privadas de grande envergadura, passando por PME, o mercado está a ganhar consciência das vantagens potenciadas por estas plataformas. Para o Canal, a oportunidade está na implementação de hardware e software, assim como na sua integração com outras ferramentas Paulo Belchior de Matos, Ana Rita Silva e CP

A democratização dos GISInovações tecnológicas e novos players

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Galvez, Product Manager Outdoor- Fitness da Gar-

min Iberia, especialista em soluções de navegação

portátil.

Um dos sinais que evidencia a evolução dos GIS é

que já não se trata de uma tecnologia requerida

exclusivamente pelo Sector Público - embora ainda

se mantenha como o principal motor da procura no

mercado GIS nacional, “sendo que se pode situar

acima dos 70%”, esclarece Eduardo Cruz da GMV.

Outros segmentos estão já convencidos de todas as

vantagens que estas plataformas podem trazer para

o seu negócio, como, por exemplo, a possibilidade

de poder optimizar custos e tempo. Mas não é pre-

ciso ir muito longe para termos noção da sua ex-

tensa aceitação na sociedade: no âmbito particular,

é cada vez mais habitual a utilização de terminais

que fazem uso das capacidades de geolocalização,

como ruas ou mapas que detectam o melhor per-

curso a seguir ou que facilitam a localização de um

determinado restaurante ou bomba de gasolina,

por exemplo.

Para trás ficou a ideia de que se trata de ‘tecnologias

de nicho’, com aplicações verticalizadas para secto-

res muito concretos e que requerem conhecimentos

e recursos de hardware específicos para a sua ex-

ploração. Hoje, este tipo de sistemas constitui uma

proposta revolucionária e inovadora ao alcance de

todos. E esta transformação deve-se, por um lado,

a uma série de avanços, como o rápido aumento

das taxas de transferência de dados das redes de

telecomunicações de última geração, da capacidade

de processamento dos computadores e do ‘boom’

de dispositivos móveis. Assim, passou-se de um pa-

radigma em que se gerava e corrigia a informação

para outro, onde existe a capacidade de actualizar

a informação com muita qualidade e num intervalo

de tempo muito curto.

A estas melhorias técnicas e de procedimento, há

que somar a chegada de vários players que provoca-

ram a democratização dos GIS. Vitor Batista, gestor

de projectos da Indra, multinacional que fornece

serviços de valor acrescentado neste segmento, re-

fere que soluções como o Google Maps ou o Goo-

gle Earth tiveram um efeito catalisador no sector,

pois “trouxeram uma consciência geoespacial para

o público em geral”. “Nos últimos cinco anos, a po-

pularidade dos produtos de mapeamento da Google

foi criando uma procura por dados geoespaciais,

ao mesmo tempo que se tornava muito fácil de

usar e sem representar custos para os utilizadores”.

Portanto, estes serviços, com a sua posterior inte-

gração nos social media, estão a gerar um grande

campo de actividade e oportunidade, que terá um

largo reconhecimento nos próximos anos. Como

já não nos referimos a uma tecnologia puramente

empresarial e acessível a poucos, há muitos utiliza-

dores que podem usar a informação pública para

criar as suas próprias aplicações, o que, combinado

com a utilização cada vez mais intuitiva destas pla-

taformas, ajudou a lançar novos projectos e a gerar

consciência social da importância da geografia na

altura de melhorar o desempenho do negócio.

Cloud e mobilidade na origem do crescimentoTradicionalmente, o sector público tem sido o prin-

cipal cliente dos sistemas de geolocalização para

cobrir serviços ligados à gestão de património e de

trânsito, ao ciclo de vida do planeamento urbano, e

à segurança policial, entre outros. Contudo, actual-

mente, outras áreas como o serviço público, meio

ambiente, telecomunicações, transportes, logística

e Defesa já levam a cabo projectos deste tipo. Por

norma, devido à sua capacidade de análise, os GIS

estão vinculados a projectos de grande enverga-

dura, o que se insere na perfeição com estes perfis.

Vitor Batista da Indra considera que as principais

oportunidades de negócio para os GIS no mercado

nacional estão no sector dos transportes, “principal-

mente no transporte marítimo, que está a atravessar

um período de grande crescimento

e que poderá beneficiar muito desta

nova geração de plataformas GIS,

especialmente nas suas componen-

tes de logística e na circulação de

pessoas e mercadorias no espaço de

influência dos portos”.

O aspecto menos positivo deste

tema é que a restrição financeira

fez com que alguns clientes tenham

deixado de investir com a mesma

intensidade, passando a dar priori-

dade à manutenção das iniciativas que já têm em

marcha. “À semelhança do que está a acontecer

em torno de quase todas as áreas de negócio das

empresas, o mercado dos GIS em Portugal, que

não é excepção, tem sofrido nos últimos anos al-

guma estagnação, resultado dos efeitos da crise e

da consequente contenção orçamental”, ressalva

Jorge Apolinário, responsável pela área de SIG da

Ambisig, empresa integradora deste tipo de tec-

nologias. “Contudo, é normalmente na crise que se

encontram soluções para novos investimentos e, no

caso específico dos GIS, uma oportunidade de mo-

dernização tecnológica - as decisões passam a ser

tomadas de forma mais acertada dado existir menos

poder de investimento generalizado, o que faz com

que se tenha de fazer um melhor uso de toda a

informação já disponível”, acrescenta. Esta opinião

é reforçada por Eduardo Cruz da GMV: “No que se

Não é novo. As empresas debatem-se

há anos para perceber como influenciar a

variável espacial nos seus negócios e, hoje

em dia, devido ao maior conhecimento

que possuem do fenómeno GIS, têm

ao seu alcance uma ferramenta que

lhes oferece a possibilidade de tomar

decisões que melhorarão o seu fluxo de

trabalho e, consequentemente, os seus

resultados. Qualquer organização que

se preze precisa de conhecer os seus

recursos (como se distribuem e como os

estruturar com base no tempo e no espaço)

e a sua competência (onde estão, novas

zonas de acção, onde estavam a crescer)

- um sistema de geolocalização torna

possível analisar toda essa informação e

posteriormente visualizá-la num mapa.

Ferramenta de gestão empresarial

Os serviços GIS e a sua posterior evolução e integração nos social media estão a gerar um grande campo de actividade e oportunidade que terão um largo desenvolvimento nos próximos anos

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GIS

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refere à tecnologia, quando se conside-

ram as plataformas ‘tradicionais’ (server

e desktop), estamos perante um mer-

cado amadurecido, onde a expansão é

agora mínima ou quase nula. Quanto

à componente de serviços deu-se uma

forte retracção nos últimos dois anos,

com muitas das empresas portuguesas

a redireccionar os seus esforços para a

internacionalização da sua oferta. Cre-

mos que o espaço de crescimento está

agora na adopção de novos ambientes

de suporte (cloud, mobile), e na opti-

mização das infra-estruturas existentes,

quer do ponto de vista funcional, quer

do ponto de vista tecnológico.”

Ainda assim, a relação entre a Admi-

nistração Pública e os GIS está conso-

lidada, pois tratam-se de ferramentas

desenhadas para melhorar a gestão de

tempo, esforço e dinheiro, algo parti-

cularmente necessário na conjuntura actual. Jorge

Apolinário da Ambisig refere que “é no sector pú-

blico que se encontram as maiores referências a

projectos realizados em Clientes, até porque uma

das principais características dos GIS é servir de ins-

trumento no processo de Gestão Territorial e, nessa

medida, o forte do investimento está, de facto,

posicionado no Sector Público”. Além disso, a tec-

nologia continua a evoluir, o que permite oferecer

um valor acrescentado com novos produtos e fun-

cionalidades, como, por exemplo, processamento

na Cloud ou mobilidade.

Para termos uma noção do tipo de clientes existente

no mercado português, maioritariamente no sector

público, refira-se que, por exemplo, a Indra desen-

volve a sua actividade em múltiplos sectores, desde

a Defesa à Segurança, passando pela Administração

Pública e Utilities, entre outros, pelo que, actual-

mente, “observamos que são os nossos clientes que

já têm um elevado grau de maturidade tecnológica

que procuram soluções GIS com o objectivo de ob-

ter aumentos de produtividade e competitividade”,

explica Vitor Batista.

A título de exemplo, refira-se que a Indra desen-

volveu para o Gabinete de Gestão de Emergências

do Ministério dos Negócios Estrangeiros um sis-

tema que permite acompanhar e monitorizar os

portugueses espalhados pelo mundo, centralizando

a informação proveniente de Postos Consulares,

do Registo de Viajantes e dos Operadores Turísti-

cos, de modo a suportar, centralizar e controlar as

actividades efectuadas, o que permite actuar com

maior eficácia em situações de emergência. Por

sua vez, a Ambisig foi co-autora do projecto POR-

DATA Regiões para a Fundação Francisco Manuel

dos Santos, tendo também desenvolvido projectos

para empresas como a Brisa, REN ou Ana Aeropor-

tos. Já a GMV trabalhou em parceria com a Câmara

Municipal de Lisboa nas plataformas LxI - Lisboa In-

teractiva e SGPI – Sistema de Gestão e Planeamento

de Intervenções, que articula diversos

serviços municipais no planeamento e

execução das obras municipais. Além

disso, também participou no projecto

SIG-SIRESP, da Guarda Nacional Re-

publicana, o qual estende os GIS que

detém adoptando tecnologias aber-

tas e livres para se dotar de uma pla-

taforma de gestão da monitorização

de meios e ocorrências.

O sector privado, graças ao compro-

vado avanço tecnológico destas solu-

ções nos últimos anos, começa tam-

bém a requerer este tipo de sistemas,

especialmente se virem neles um aliado

perfeito para o seu desenvolvimento e

crescimento. Além disso, também as

PME começam a deslumbrar-se com

os encantos de ofertas que não su-

põem um grande investimento.

Para todos os públicos (e necessidades)A evolução natural dos GIS será implementar-se

cada vez mais na sociedade, apresentando soluções

verticais ao mesmo tempo que chegam ao mercado

global, pois cidadãos, empreendedores, PME e pro-

gramadores querem criar as suas próprias soluções

e aceder a conteúdos. E a verdade é que, deixando

de parte a vertente mais técnica, estes sistemas

estão a começar a andar lado a lado com as redes

sociais, combinando informação social e georrefe-

renciação. Além disso, começam a integrar-se com

outro tipo de propostas de “smart computing”, de-

fendem a formula SaaS e têm na mobilidade e no

modelo Cloud dignos aliados. Ou seja, os GIS estão

a democratizar-se - estamos numa sociedade com

utilizadores activos, que querem explorar informa-

ção e analisá-la, pois não se conformam apenas em

visualizá-la.

Por tudo isto, no futuro dos GIS a curto-médio

prazo em Portugal podemos contar com um au-

mento da procura de soluções baseadas em cloud

computing, como as plataformas da Google ou da

Microsoft. Esta convicção é defendida por Vitor

Batista da Indra: “Hoje em dia, assistimos a uma

racionalização do investimento em TI e o modelo de

Cloud vem dar resposta a diversos problemas que

os investidores enfrentam, porque permite apenas

pagarem pelos serviços que usam, não necessitando

de efectuar o setup de infra-estruturas dedicadas

com a redução de custos que isso implica. Tam-

bém não podemos ignorar o facto de que existe

• A maturidade tecnológica que se vive a todos os níveis: comunicações, armazenamento,

e sofisticação das interfaces do cliente;

• A regularização dos dados, muito graças ao trabalho realizado até agora pela

Administração Pública;

• O consumo cada vez maior de serviços de valor associados à georeferenciação, tanto

a nível particular, a partir da democratização dos serviços, como a nível profissional,

aportando valor aos negócios dos clientes em todo o seu ciclo de vida,

desde a operação à tomada de decisões.

Factores que aumentam a procura dos GIS

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uma migração dos utilizadores do escritório para

o terreno potenciado pelos dispositivos móveis e

pelo acesso via browser e, como tal, os modelos

clássicos de distribuição destas ferramentas não é

adequado às necessidades de evolução de empresas

e pessoas.” Além disso, como frisa Nicolás Galvez

da Garmin, os GIS também se vão focando mais no

geomarketing, misturando as vertentes de posicio-

namento geográfico com negócios, o que permite

analisar o comportamento do cliente e organizá-lo

geograficamente.

Desta forma, é na implementação de hardware e

software, assim como na sua integração dentro de

outras ferramentas, que o Canal pode encontrar

o seu nicho. Ou seja, o factor de diferenciação do

Parceiro está no valor que pode oferecer ao utiliza-

dor final mediante a especialização na definição,

desenvolvimento e início de produção de soluções

ligadas à exportação da informação geográfica dos

dados, integrando soluções, serviços e tecnologias

onde a localização, a dimensão espacial e a contex-

tualização geográfica da informação aportem valor

ao negócio dos clientes. Eduardo Cruz da GMV

faz uma análise do panorama actual do Canal de

GIS em Portugal: “Existe uma grande profusão de

empresas integradoras, com diversificados âmbitos

de actuação, quer ao nível dos sectores de mercado,

quer ao nível das tecnologias, quer até da abran-

gência territorial. Quase todas estas empresas têm

um foco numa determinada tecnologia/software;

muito poucas têm uma perspectiva de combinação

tecnológica visando a implementação de sistemas

heterogéneos preocupados com a optimização

funcional e de custos. Nos tempos mais recentes

assiste-se a uma relativa atomização da oferta, com

o aparecimento disperso de empresas de pequena

dimensão e posicionadas em nichos de actuação,

dando resposta a necessidades muito focalizadas e/

ou a mercados regionais.”

“Actualmente, podemos observar que os integra-

dores estão também a procurar adaptar-se ao pa-

radigma de cloud computing, e vai ser a velocidade

com que esta adaptação vai decorrer e o grau de

maturidade das soluções que irá ditar o sucesso de

cada um”, destaca Vitor Batista da Indra. A juntar

a tudo isto, há que salientar que os fabricantes

precisam de se juntar a Parceiros que mostrem os

benefícios e o retorno do investimento destes siste-

mas, pois o negócio passa por construir soluções de

âmbito global, já que a rentabilidade não provém da

venda de licenças, mas sim da concessão de serviços

de consultoria, formação, implementação e integra-

ção com outras aplicações.

Info www.ambisig.pt | www.garmin.com/ptwww.gmv.com/pt | www.indracompany.com

À primeira vista, poderia dizer-se que o negócio de sistemas

de geolocalização é muito rentável e pouco concorrido.

Contudo, embora seja certo que a lista de fabricantes centrados

no fornecimento destas soluções não é muito extensa, do ponto

de vista dos integradores desta tecnologia, o sector encontra-se

bastante fragmentado. Assim, por um lado, há grandes empresas

a operar para um pequeno nicho, com alta especialização,

que dão cobertura a necessidades claras e concretas do mercado.

Por outro lado, existem grandes integradores que funcionam através

de capacidades próprias ou mediante uma associação pontual

– de acordo com a oportunidade que apareça – com terceiros.

Tanto num caso como noutro, os profissionais que prestam

os seus serviços neste âmbito estão obrigados a ter um elevado

grau de qualificação. Desde a elaboração de dados cartográficos

através das empresas de fotogrametria e produção

cartográfica até ao consumo dos mesmos ou a redes sociais

em terminais móveis, existe toda uma cadeia de valor

ancorada em prestadores de serviços GIS, como, por exemplo,

gestores de conteúdos e portais web, que participam

neste mercado.

Assim, podemos dizer que nos encontramos perante um bolo

repartido em várias partes, embora não menos apetitoso

por isso, ou seja, ‘rentável’. É que muitas vezes lida-se

com projectos de grande envergadura, que acabam

por ser muito rentáveis, pois têm uma amortização rápida

devido à qualidade de análise da informação que é desenvolvida.

Um negócio extremamente especializado (e rentável)

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