6º trabalho (O conceito de construcionismo aceita as teses centrais do construtivismo)

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Construtivismo vs. Construcionismo O conceito de construcionismo aceita as teses centrais do construtivismo, as suas ideias inter-relacionam-se, em diálogo incorporado num processo de descrição/execução. O construcionismo enfatiza o papel do meio cultural no desenvolvimento, enquanto o construtivismo não o considera relevante. Amplia o conceito de assimilação, realizado através das aprendizagens em sintonia, acrescentando o aspecto afectivo. Rejeita a sequência de estádios de desenvolvimento de Piaget, em especial a supervalorização do pensamento formal, visto pelos construcionistas como impedimento directo à aprendizagem. “O pensamento construcionista acrescenta algo ao ponto de vista construtivista. Onde o construtivismo indica o sujeito como construtor activo e argumenta contra modelos passivos de aprendizagem e de desenvolvimento, o construcionismo dá particular ênfase a construções particulares do indivíduo, que são externas e partilhadas” (Fino, 2004). Para os construcionistas o computador é incluído no contexto do mundo como factor de transformação cultural profunda. A interacção aluno/computador é mediada por um profissional que conhece o LOGO (Linguagem de programação criada com o objectivo de tornar o uso do computador acessível às crianças). A interacção aluno/objecto é mediada por uma linguagem de programação: o aluno descreve as suas ideias, o computador executa essa descrição e o

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Construtivismo vs. Construcionismo

O conceito de construcionismo aceita as teses centrais do construtivismo, as suas

ideias inter-relacionam-se, em diálogo incorporado num processo de

descrição/execução.

O construcionismo enfatiza o papel do meio cultural no desenvolvimento,

enquanto o construtivismo não o considera relevante. Amplia o conceito de assimilação,

realizado através das aprendizagens em sintonia, acrescentando o aspecto afectivo.

Rejeita a sequência de estádios de desenvolvimento de Piaget, em especial a

supervalorização do pensamento formal, visto pelos construcionistas como

impedimento directo à aprendizagem.

“O pensamento construcionista acrescenta algo ao ponto de vista construtivista.

Onde o construtivismo indica o sujeito como construtor activo e argumenta contra

modelos passivos de aprendizagem e de desenvolvimento, o construcionismo dá

particular ênfase a construções particulares do indivíduo, que são externas e partilhadas”

(Fino, 2004).

Para os construcionistas o computador é incluído no contexto do mundo como

factor de transformação cultural profunda. A interacção aluno/computador é mediada

por um profissional que conhece o LOGO (Linguagem de programação criada com o

objectivo de tornar o uso do computador acessível às crianças). A interacção

aluno/objecto é mediada por uma linguagem de programação: o aluno descreve as suas

ideias, o computador executa essa descrição e o aluno detém a sua ideia original, em

termos de conceitos e estratégias. O erro é tratado como uma tentativa de acerto, ou

seja, uma fase necessária à nova estruturação cognitiva.

Em suma, o conceito de construcionismo veio acrescentar que os diferentes

níveis de interacção e as respectivas contribuições para o desenvolvimento intelectual

do aluno vão mais além do construtivismo de Piaget.

Referências bibliográficas:

Papert, Seymourr (1996), A família em rede, Lisboa: Relógio d’Água Editores.

Fino, Carlos Nogueira (2004), “Convergência entre a teoria de Vygotsky e o

construtivismo/construcionismo”, disponível em:

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http://www3.uma.pt/carlosfino/Documentos/

Draft_Convergencia_Vygotsky_construtivismo_construcionismo.pdf, consultado a

3/01/2011.

Fino, Carlos Nogueira (2004), Construtivismo & Construcionismo, disponível em: http://www3.uma.pt/carlosfino/Documentos/PowerPoint_Piaget-Papert.pdf, consultado a 3/01/2011.