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Revista de Imprensa31-05-2016

1. (PT) - Correio da Manhã, 31/05/2016, Fumar mata mais de 12 mil em Portugal 1

2. (PT) - i, 31/05/2016, Em cinco anos 30 mil jovens portugueses deixaram de fumar e pouparam 15 milhõesde euros

2

3. (PT) - Jornal de Notícias, 31/05/2016, 180 mil mulheres recusam rastreio do cancro da mama 7

4. (PT) - Jornal de Notícias, 31/05/2016, Cuidados continuados integrados 9

5. (PT) - i, 31/05/2016, Médicos. Corte nas horas extraordinárias leva greve à mesa de Costa 10

6. (PT) - Jornal de Notícias, 31/05/2016, USF contra "grave" limitação à passagem para o modelo B 11

7. (PT) - Jornal de Notícias, 31/05/2016, Trinta minutos de exercício dão anos de vida 12

8. (PT) - Viva Cidade, 01/05/2016, Construção da Unidade de Saúde de Baguim arranca este ano 13

9. (PT) - Douro Hoje, 25/05/2016, Misericórdia de Lamego e Governo empenhados em encontrar soluçãopara antigo hospital

14

10. (PT) - Comércio de Baião (O), 18/05/2016, Grupo de utentes e Junta de Freguesia solidários com abaixo-assinado para colocação de Médicos de Família

15

11. (PT) - Correio da Manhã, 31/05/2016, Portugal em "alto risco" para o Zika 16

12. (PT) - Destak, 31/05/2016, Apanhar mosquitos para prevenir doenças 17

13. (PT) - i, 31/05/2016, Cientistas pedem adiamento dos Jogos Olímpicos 18

14. (PT) - Público, 31/05/2016, A eutanásia e o regime político 19

15. (PT) - Correio da Manhã, 31/05/2016, PS cede e acelera lei das 35 horas 20

16. (PT) - Público, 31/05/2016, Semana de 35 horas em serviços problemáticos será negociada com ossindicatos

21

17. (PT) - Diário de Notícias, 31/05/2016, Ordens profissionais tornam-se agências de emprego 22

18. (PT) - Diário de Notícias, 31/05/2016, "Gostaríamos que alguns alunos ficassem na República Checa"-Entrevista a Lenka Kolariková

25

19. (PT) - Público, 31/05/2016, Dois terços dos adultos têm excesso de peso 26

20. (PT) - Diário de Notícias, 31/05/2016, Médicos conseguem reconstruir crânio de bebé em impressora 29

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DIA MUNDIAL SEM TABACO

Fumar mata mais de 12 mil em Portugal D Assinala-se hoje o Dia Mundial Sem Tabaco. Em 2013 o tabaco foi responsável pela morte de 12 mil pessoas em Portugal, de acordo com estimativas divulgadas pela Direção-Geral da Saúde.

Das mais de 12 mil mortes, 5488 deveram-se a cancro, 3911 a doenças respiratórias e 2826 a doenças do•aparelho circulatório.

O número de consultas de cessação tabágica tem au-mentado desde 2010, mas segundo o Instituto Nacional de Saúde, em 2014, 92,1°/ dos residentes em Portugal que deixaram de fumar não tiveram qualquer apoio. •T.O.

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Pág: 26

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Segundo a UE, um terço dos europeus ainda acende o

cigarro regularmente SFILTTERSTOCK

Tabaco. Jovens europeus já pouparam 326 milhões de euros por deixar de fumar

Desde 2011, 30 mil jovens portugueses deixaram de fumar poupando não só a saúde como 15 milhões de euros. Os dados foram recentemente libertados pela Comissão Europeia

NIARIANA MADRINHA

mariana. madrinha (Oonlin e. pr

"Imparável" é um adjetivo que associa-ríamos em primeira instância a um atle-ta de alta competição ou a um super-herói. Para a União Europeia. impará-veis são todos os jovens que deixaram de fumar. A campanha "Os ex-fumado-res são imparáveis" foi lançada cm 2011 com o propósito de ajudar Jovens entre os 24 aos 35 anos a "reduzir ou abando-nar os hábitos tabágicos". Segundo as contas de Bruxelas, em cinco anos cer-ca de 30 mil jovens portugueses já se conseguiram tornar imparáveis e largar completamente o tabaco. E, no total euro-peu, o número é ainda mais expressivo: 479 mil jovem deixaram os cigarros.

Para além dos óbvios problemas de saú-de adjacentes a este hábito, a União Euro-peia usou na campanha outro argumen-to de peso - o dinheiro . "Os ex-fumado-rts têm melhor aparência. cheiram melhor. sentem-se melhor e.... têm mais dinhei-ro", pode ler-se na página criada para publicitar a mensagem (http://exs-

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PROIBIDO FUMAR

Dados da UE

Em Portugal

30 mil jovens deixaram de fumar desde 2011

15m€ Poupança desde que deixaram os cigarros

Na Europa

479 mil jovens deixaram de fumar desde 2011

326 m€ Poupança desde 2011

mokers.eu). Por isso não é de estranhar que, em jeito de celebração do Dia Mun-dial do Tabaco [celebrado hoje], tenham ontem revelado os dados atualizados sobre os milhões poupados em tabaco por estes ex-fumadores.

De acordo com a UE, os 30 mil jovens portugueses que deixaram de fumar pou-param 15 milhões de euros. Já o total da Europa chega aos 326 milhões. A cam-panha "Unstoppable" não é, no entanto. o primeiro esforço feito pela Comissão para tentar travar este hábito entre os mais novos. Entre 2005 e 2010 decorreu o projeto "Ajuda - Por uma vida sem taba-co" focada na prevenção, diminuição e cessação de comportamentos tabágicos entre jovens entre os 15 e os 25 anos.

Para os representantes de saúde da comissão, apesar do sucesso das duas campanhas há, no entanto, "muito tra-balho a ser feito". Segundo as estimati-vas, um terço dos europeus "ainda acen-de um cigarro numa base regular" e mui-tos continuam a morrer de doenças derivadas do consumo de tabaco. "Isto não só é uma tragédia humana como

um grave problema sócio-económico dado que é um fardo acrescido para os sistemas de saúde pública, para além de roubar à Europa trabalhadores neces-sários para perseguir a competitividade económica nestes tempos difíceis", diz Bruxelas.

ICOACH A Comissão Europeia não dá só conselhos. Além das campanhas e das mensagens (e hastags) que se preten-dem virais. a página Ex-smokers dispo-nibiliza uma ferramenta chamada iCoach que funciona, basicamente, como um treinador virtual que orienta quem quer deixar de fumar.

Para quem é destinado? Basicamente, para todos. Até para quem nem pensa em deixar de fumar. Depois da inscri-ção. é pedido aos utilizadores que preen-cham um questionário que determina em que fies do processo se encontram. Segundo o iCoach. os fumadores passam por cinco fases. Na fase 1, não planeiam deixar de fumar. Durante a fase 2, acham que deviam deixar o tabaco mas ainda estão na dúvida. A terceira fase ocorre

quando decidem deixar de fumar duran-te um tempo, seguida pela quarta fase em que deixam efetivamente os cigar-ros. A última e quinta fase ocorre quan-do já deixaram de fumar por um perio-do considerável.

Depois de identificarem em que fase estão, a aplicação fornece uma série de ferramentas interativas assim como conselhos, técnicas, tarefas e até mini testes, tudo adaptado ao grau de com-prometimento de cada um assim como em que degrau se encontram. Para que não haja esquecimentos, o iCoach envia todos os dias, diretamente para o email, dicas e lembranças para que não se perca o foco nem a motivação. Finalmente, os "utentes" destas con-sultas online dispõem de um diário para que se vão lembrando do cami-nho percorrido.

Disponível nas 23 línguas oficiais da União Europeia, o iCoach, dizem os men-tores do projeto, "tem-se mostrado efi-caz". A prova vem em percentagem: mais de 30% dos utilizadores da aplicação dei-xaram, realmente, de fumar. Imparáveis.

#BecomeUnstoppable

UE pede imagens Para assinalar o Dia Mundial Sem Tabaco, a União Europeia criou a hastag #BecomeUnstoppable. A ideia é que os jovens que deixaram de fumar usem hoje esta marcação para ilustrarem o melhor momento do dia... sem cigarros, claro. Depois, a conta da aplicação gerida pela União Europeia (@EU_Health) encarregar-se-á de partilhar as imagens. Ontem, a hastag já tinha sido utilizada quase cinco mil vezes, embora seja maioritariamente escolhida por adeptos dos mais variados desportos para ilustrar momentos de superação e não exclusivamente por ex-fumadores.

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Largar os cigarros é uma batalha diária 51-1TERSTOCK

MARTA F. REIS

marta. reis@ionline. pt

Hélia decidiu fazer as coisas de forma "pro- fissional". Chegou a casa da consulta de cessação tabágica com comprimidos de nicotina e a indicação de que tinha de redu-zir 20% dos cigarros ao dia e fez um esque-ma no Excel. Apontou os cigarros que fumava, a que horas e onde. E todos os dias ia cortando os 20%. Uma manhã, quan-do já só sobravam dois cigarros - os dos cafés, os que lhe davam mais prazer -esqueceu-se de tomar o comprimido. Não pensou duas vezes: abdicou dos últimos cigarros e não tornou a tocar no tabaco.

Ontem à tarde passava um ano, 16 dias, 15 horas e 1602 euros de poupança. Hélia Ribeiro, gestora de produto de 44 anos, usa uma aplicação para telemóvel como "bengala" para manter a motivação. Pau-lo Mascarenhas, consultor de comunica-ção, também abre muitas vezes a aplica-ção "Quit it" para se lembrar do quanto já ganhou com a decisão que tomou há cin-co meses. Se tivesse continuado a fumar, teria por esta altura mais 7095 cigarros no corpo. E teria gasto 1490 euros.

Em Julho fará dois anos que Marina Campos, agente de execução, deixou de fumar. Não tem uma app a lembrá-lo, mas sente na voz e na saúde que foi uma deci-são acertada. Hélia, Paulo e Marina têm os três algo em comum: começaram a fumar em miúdos e nunca pensaram que conseguiriam deixar. Mas deixaram.

piÃo sa COMO" Marina, de 52 anos, ainda hoje não sabe bem como deixou os cigarros. Fumava desde os 16 anos, um maço por dia, às vezes dois. Se via que che-gava a casa ao final do dia e já não tinha tabaco suficiente (pelo menos meio maço), voltava a vestir-se e ia à rua. Nunca pen-sou seriamente em deixar, até que a filha lhe propôs marcar urna consulta de ces-sação na CUF. Aceitou, para que não a cha-teasse mais, lembra. "A médica disse-me logo que era uma fumadora de risco, com-pulsiva. E perguntou-me: 'Está aqui para quê? Quer deixar de fumar?' Eu respon-di: querer não quero, mas se calhar devia", conta Marina. A revelação de que tinha o princípio de um enfisema pulmonar fez com que passasse a querer um pouco mais. A médica passou-lhe a medicação de subs-tituição de nicotina e disse-lhe que era para cortar de vez. "O comprimido era

para tomar de manhã. Como já era meio-dia, disse que começava no dia seguinte." Naquele dia fumou "tudo a que tinha direi-to". Depois, cumpriu o plano e surpreen-deu toda a gente, a começar por si.

No dia seguinte, ao pequeno-almoço, só pensava em como seria tomar o café antes de subir para o escritório. Ao chegar ao trabalho, agiu com determinação. Tomou o café no sítio de sempre e subiu. Tirou o cinzeiro da secretária e escondeu-o na casa de banho. "Claro que a medicação ajuda mas a nossa cabeça é muito forte, só não fazemos o que não queremos", diz Mari-na Também ela um dia se esqueceu dos comprimidos e não completou o tratamen-to, mas até hoje nunca recaiu.

NADA COMO UM SUSTO Se há fumadores que conseguem encontrar simplesmente motivação para deixar de fumar, peque-nos sintomas e sustos são muitas vezes o gatilho para mudar. Isso, e a idade, que não dá tréguas. Hélia andava a pensar nis-so há dois anos, depois de ter ido com um grupo de amigas a Beja fazer uma alega-da cura imediata do vício que consiste num choque na orelha. Gastou 50 euros mas não funcionou. "Passadas cinco horas só pensava em cigarros." Mas a irmã dei-xou de fumar e a ideia nunca lhe saiu da cabeça, até porque sentia que começava a demorar mais tempo a recuperar das constipações, fruto do tabaco.

Leu tudo o que havia, estudou as hipó-teses de medicação. "Nem na gravidez tinha deixado de fumar, achava que não ia conseguir." Foi preciso um "susto", para se decidir a tentar. Mesmo revelan-do-se falso alarme. Um dia sentiu palpi-

Paulo decidiu que iria deixar de fumar um dia depois de fazer 5() anos.

Pensou adiar, mas acordou sem vontade

Hélia teve um susto: palpitações no coração, a

notícia de uma veia entupida. Foi falso

alarme, mas aproveitou

tações no coração. Foi de urgência ao hospital e disseram-lhe que tinha o bati-mento cardíaco irregular e uma veia entupida. "Até entrou um cardiologista na box e perguntou-me se eu queria ver os meus filhos crescer?" Marcou a con-sulta de cardiologia e a de cessação tabá-gica para o mesmo dia. Os exames ao coração revelaram que tinha afinal uma síndrome que causava as alterações, mas não corria perigo eminente. "Quando entrei na consulta de cessação, já sabia que não ia morrer. Mas decidi: vou dei-xar de fumar. O cardiologista até disse: não há nada como um belo cagacinho."

QUANDO O TABACO DEIXA DE SABER BEM

Paulo fumou desde os 13 anos. Na altura, era normal. Professores e alunos fuma-vam no mesmo pátio nos intervalos do liceu. Nunca pensou deixar, até que há três anos os cigarros deixaram de lhe saber bem. "Era só pelo vício." Deixou, mas ao fim de três meses não resistiu e foi à pro-cura dos charutos que tinha em casa. Foi tiro e queda. "A minha filha mais velha ficou furiosa quando me viu fumar às escondidas."

Há seis meses, numa ida ao médico, pediu ajuda para largar o tabaco. Foi a uma con-sulta de cessação e, ao ver TAC aos pul-mões - que apesar de não terem nada de especial já acusavam efeitos - decidiu-se a tentar uma segunda vez Escolheu a data deixaria um dia depois do seu 50° aniver-sário, a 5 de Dezembro. Fumou muito no dia dos anos, chegou a pensar adiar. Mas naquele sábado, tal como estava agenda-do (ou talvez também por isso), acordou sem vontade e não tocou nos cigarros. "É preciso querer e acho que ver a TAC, per-ceber que o tabaco vai deixando marcas, foi decisvo", diz Paulo, que acredita que a nova publicidade agressiva nos maços não

vai convencer os fumadores, mas pode desincentivar os jovens de começar. E isso será o princípio do fim do tabagismo. "Uma pessoa dá consigo a pensar nisso, porque é que comecei?", concorda Hélia.

Não negam que, por vezes, lhes apetece um cigarro. Depois de uma jantarada, com o café. "É uma batalha diária", diz Mari-na, que engordou sete quilos desde que deixou de fumar, talvez o que mais lhe cus-ta. Resistem, deixando passar cinco minu-tos, como quando se quer comer por gulo-dice. Ou vendo o que já ganharam. -linha uma veia com um problema na perna que me dava dores. Até se pensou em operar. Três meses depois de deixar de fumar já não sentia nada", diz Paulo, para quem esta é uma decisão para a vida. Tocar num cigarro implicaria começar tudo de novo, perder tempo. "A certa altura percebemos que já não vamos para novos. E começa-mos a pensar quero chegar aos 80 anos com saúde ou uma vida de porcaria? O médico mostrou-me duas linhas: se dei-xasse, era tudo a subir. Se continuasse, era tudo a piorar. Foi bastante claro."

Concordam que há algo na "meia ida-de" que faz as pessoas pensarem duas vezes, mas admitem que poderiam ter cedido mais cedo. Da mesma forma que há quem nunca pense nisso. É uma ques-tão de mentalização e de ter o apoio ade-quado, dizem. Mais consultas de cessa-ção tabágica, ajuda na medicação. Mari-na também sabe que não pode voltar a tocar num cigarro, que "o vício é quími-co, não desaparece". Hélia, contudo, admi-te que deixa de fumar também com a meta de chegar aos 70 anos e poder voltar a fazê-lo. Já terá então vivido suficiente para se dar a esse prazer "sem culpa". "Digo isto agora. Antes dizia 65, agora digo 70. Se calhar chego lá e não tenho vontade, mas se me apetecer fumo."

Zoom // Dia Mundial Sem Tabaco

Marina, Hélia e Paulo não acreditavam que conseguiam deixar de fumar. Mas deixaram

Três fumadores inveterados contam como largaram décadas de vício

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Neenffla ~NI

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15 COISAS QUE PRECISA DE SABER PARA DEIXAR DE FUMAR António Bugalho, pneumologista na CUF e professor na Universidade Nova de Lisboa, ajuda a reunir argumentos e dicas para largar os cigarros

1 Fumar mata mesmo. É a primeira causa evitável de doença, incapacidade e morte prematura. Em Portugal é a causa de morte direta de 12 mil pessoas por ano. É mais de uma pessoa por hora. Estima-se que o tabaco seja responsável por uma em cada quatro mortes entre os 45 e os 59 anos.

Para deixar de fumar é essencial estar motivado. Muitas mulheres deixam na gravidez, há "um bem maior". Outras pessoas só quando há sintomas ou um susto que traz o receio de morrer. Mas Bugalho sublinha que muitos fumadores encontram força de vontade no simples facto de quererem sentir-se melhor. Mesmo quando fumam muito.

3 Eis um argumento racional. O tabaco só sabe "bem" porque as tabaqueiras usam químicos que atenuam o sabor e irritação na garganta, tão ou mais perigosos que a nicotina. O tabaco tem 7000 químicos, pelo menos 70 implicados no aparecimento de cancro.

4 Deixar de fumar é difícil e, quanto mais noção tiver disso, menor o risco de recair. Tenha alguém com quem desabafar. A nível físico, o pior é o primeiro mês. A ausência de nicotina conduz a uma síndrome de privação (com irritabilidade, ansiedade, depressão, mal-estar geral, dores de cabeça, alterações do sono) e forte desejo de consumo. Os sintomas surgem ao fim de 2 a 12h e duram 3 a 4 semanas.

Para ter noção do impacto: só 72 horas depois do último cigarro é que a nicotina desaparece por completo do seu organismo. A vontade intensa de fumar reduz-se nas semanas seguintes.

Quem deixa de fumar antes dos 50 tem uma diminuição de 50% do risco acrescido de morrer nos 15 anos seguintes. Cinco a quinze anos depois de deixar, o risco de AVC de um ex-fumador é igual ao de quem que nunca fumou. Ao final de 10 anos, o risco de cancro -como do pulmão ou da boca -diminui significativamente.

7 É mais eficaz deixar de uma vez em vez de reduzir. O tabaco causa dependência: o cérebro tem recetores de nicotina que são ativados apenas 10 seg. após inalar o fumo, dando a sensação de satisfação. Quanto mais estimulados, menor facilidade em largar os cigarros.

Escolha um dia para deixar de fumar e comunique-o aos amigos, para ter apoio. Deve ser um dia simbólico, de preferência, um dia em que terá fazer a sua vida habitual retirando os cigarros de rotinas como beber café depois do almoço. De véspera, deite fora cigarros, isqueiros e cinzeiros, para diminuir a tentação.

Tem o direito de se afastar dos fumadores: sobretudo no início. Existe a ideia de que muitos ex-fumadores se tomam "fundamentalistas". Veja por este prisma, o cheiro a tabaco torna-se mais intenso e a pessoa quer reafirmar para si que fez a melhor opção. Recorde os motivos que o levam a abandonar este vicio.

10 Nem toda a gente precisa de medicação. Antes, o esforço deve ser psicológico. Se não funcionar, não comece com pastilhas ou pensos de nicotina sem supervisão profissional - é preciso ajustar a dose e pode ter efeitos adversos se fumar. Muitas pessoas desistem da cessação por não fazerem a terapêutica corretamente.

Não é mito: deixar de fumar está associado a um ligeiro aumento de peso no primeiro ano, em média 3 a 4 quilos. Isto resulta de haver uma alteração no metabolismo corporal e uma melhoria no paladar. Passar a fazer exercício regular e comer melhor é a melhor forma de evitar o aumento de peso.

1 Arranje novas ocupações e fuja dos hábitos que antes associava ao tabaco. Se ia beber café e fumar depois de refeição, passe a ir a outro sítio ou a fazer uma caminhada. O fumo cria automatismos. Perceba os seus e faça uma lista de coisas diferentes que pode fazer para se sentir bem.

13 Voltar a fumar um cigarro é quase sempre sinónimo de recaida. São raros os fumadores que conseguem passar a fumar só de vez em quando: os recetores do cérebro vão voltar a construir uma situação de dependência. Se tiver uma recaída, não desista: fixe uma nova data e recomece tudo de novo.

14 Por muito difícil que seja, parar de fumar é benéfico em qualquer idade e os benefícios são tanto maiores quanto mais cedo o fizer. Além de diminuir o nsco de morte prematura, melhora a qualidade de vida e capacidade física. Os dentes e a pele ficam mais bonitos, o hálito melhora e deixa de cheirar a tabaco.

15 Os ganhos financeiros são substanciais. Se fuma um maço por dia, poupa 1800E por ano. Uma estratégia para manter a motivação é amealhar o dinheiro que gastaria e, ao final de algum um tempo. usá-lo para proveito próprio, como numa compra ou numa viagem. Página 5

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Em cinco anos 30 mil jovens portugueses deixaram de fumar e pouparam 15 milhões de euros // PÁGS, 26-29

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

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Corte: 1 de 2ID: 64670623 31-05-2016

300 mil mulheres fizeram o rastreio do cancro da mama em 2015 (mamografia de dois em dois anos, dos 50 aos 69 anos) Do total de exames, foram detetados 1293 casos positivos e referenciados para os hospitais

3147 ledes positivas foram detetadas em 2015 nos ras-treios ao cancro do colo do útero e referenciadas para os hospitais. Fo-ram realizadas quase 138 mil cito-logias e cerca de mil testes do HPV (vírus do papiloma humano)

2 , /0 a taxa de cobertura

populacional total do rastreio ao cancro do cólon e do reto, sendo

que apenas 1,4% são rastreados através destes programas. Em 2015, foram rastreados 15 639 utentes

1111 'til 114111‘t• 111.11s 11111111tli's,11.1/t'It'111

I 'I ,1 111,1 .1 1.1 \ .1 i • . '.I .t I (111111111111

180 mil mulheres

não aderiram

ao rastreio Inês Schrack

► No ano passado, mais de 180 mil mulheres desconsideraram a con-vocatória enviada pelos respetivos centros de saúde para realizarem uma mamografia, o exame imagio-lógico que permite fazer o despis-te do cancro da mama. Apesar do número de convocatórias e de ras-treios concretizados ter aumenta-do no ano passado, a taxa de ade-são das portuguesas baixou.

Segundo o relatório de Avaliação e Monitorização dos Rastreios On-cológicos Organizados de Base Po-pulacional de Portugal, publicado ontem pela Direção-Geral da Saú-de (DGS), em 2015 foram enviadas .180 784 convocatórias para exames e rastreadas 300 305 mulheres, o que resulta numa taxa de adesão a nivel nacional de 62%. Em 2014. rondou os 64%.

"A taxa de adesão mantém uma ligeira descida e a cobertura geo-gráfica manteve-se face a 2014", re-fere o relatório, destacando a "ten-dência de aumento do número de mulheres convidadas e rastreadas".

Com tanta divulgação e infor-mação sobre esta doença que mata mais de 1600 mulheres por ano, a explicação para a diminui-ção da taxa de adesão ao rastreio do cancro da mama não é linear. Vítor Veloso. presidente do Nú-cleo Regional do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro - a entidade que realiza estes ras-treios em todo o pais admite que possa estar relacionada com as primeiras convocatórias. "Em 2015. houve multas primeiras con-vocatórias e. nestas, a taxa de ade-são é sempre mais baixa. Nas se-gundas convocatórias a adesão sobe", explicou ao IN.

Por outro lado, acrescenta, os

rastreios ao cancro da mama pro-movidos pela LPCC que já co-brem 72% do país - estão agora mais disseminados nas grandes ci-dades. onde a adesão é também mais difícil. "O meio urbano é me-nos recetívo", refere. adiantando

que. apesar de se notar alguma mu-dança, há muitas mulheres que fa-zem os exames no privado.

O relatório analisa também a evolução do rastreio de base popu-lacional do cancro do colo do úte-ro. implementado em todas as re-

giões com exceção de Lisboa e Vale do Tejo. Neste caso. apesar de te-rem diminuído as convocatórias, taxa de adesão subiu significativa-mente face a 2014 - dos 50% para os 79% -. o que resultou num au-mento de quase 40 mil mulheres rastreadas, num total de 138 mil.

O documento da DGS mostra que o rastreio ao cancro colorretal continua numa fase incipiente. aguardando-se progressos em 2016 (ler caixa). Apenas está implemen-tado e de forma parcial nas regiões do Centro e do Alentejo.

"Do total de homens e mulheres elegíveis para rastreio do cancro do cólon e reto, apenas 2% estão co-bertos por rastreios organizados de base populacional e apenas 1.4% são rastreados através destes pro-gramas". diz o relatório. Ainda as-sim. foram convocados mais 2348 utentes e rastreados mais 3176 do que em 2014. •

Problemas persistem em Lisboa o Apesar de algumas melhorias, ainda há constrangimentos no acesso a colonoscopias na região da Grande Lisboa, denunciou ao 1N Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal, a Asso-ciação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo. lá não há filas de espera durante a noite para marcar lugar nas clínicas que rea-lizam estes exames, mas ainda são insuficientes os convencio-nados que realizam colonoscopias com sedação para os utentes do Serviço Nacional de Saúde. No que respeita ao rastreio popu-lacional do cancro colorretal, a cobertura é ainda inexpressiva, mas Vítor Neves acredita que as perspetivas melhoraram recen-temente com a publicação de um despacho que dá indicação às ARS para implementarem os programas. Paralelamente, acres-centa, é preciso negociar com hospitais e convencionados para fazerem as colonoscopias necessárias após rastreios positivos.

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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Área: 21,14 x 8,40 cm²

Corte: 2 de 2ID: 64670623 31-05-2016

• Taxa de adesão ao exame de despiste em unidades públicas de saúde baixou no ano passado • Doença

oncológica mata anualmente mais de 1600 portuguesas • Meio urbano é menos recetivo às mamografias Pagina 8

180 mil mulheres recusam rastreio do cancro da mama

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A9

Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 42

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opinião

Cuidados continuados integrados

Praça da Liberdade

Manuel Lopes Coordenador para a Reforma do SNS'

Apesar de o direito à proteção da saúde es-tar consagrado na Constituição (art.' 64.°) desde 1976, ape-nas três anos mais tar-de (1979) foi criado o Serviço Nacional de

Saúde (SNS) através do qual se tornou efetivo. Desde então o SNS sofreu diver-sas alterações organizacionais generica-mente com o objetivo de adequar a res-posta às necessidades de saúde da po-pulação. Uma dessas alterações ocorreu em 2006 (Decreto-Lei 101/2006 de 6 de junho) e consistiu na criação de um novo nível de cuidados; a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI). Esta rede foi criada com a pre-tensão de dar resposta a um número crescente de pessoas em situação de de-pendência decorrente de doença aguda, agudização de doença crónica ou sim-plesmente do processo de envelheci-mento.

Tendo sido uma das mais importantes alterações do perfil original do SNS, in-teressa, uma década após a sua criação, refletir sobre essa experiência no senti-do de a melhorar e ampliar. Tal reflexão impõe-se porque os objetivos original-mente definidos ainda não foram alcan-çados. mas também porque o número de pessoas com neces.sidades destes cuida-dos continua a aumentar, tal como o de-monstram diversos estudos.

Foi esta a razão pela qual o XXI Gover-no Constitucional inscreveu no seu Pro-grama a "Expansão e melhoria da inte-gração da Rede de Cuidados Continua-dos e de outros serviços de apoio às pes-soas em situação de dependência". Para tanto entendeu o Governo nomear um coordenador nacional o qual, na depen-dência do secretário de Estado Adjunto e da Saúde e em articulação com os coordenadores das Redes de Cuidados Primários e Hospitalares, se responsabi-lize pela concretização deste desiderato.

Neste contexto, e feito o diagnóstico

- do atual estado de desenvolvimento da rede, definiu-se um referencial concep-tual e empirico, essencialmente com base nas recomendações de organismos internacionais, tais como a Organização Mundial de Saúde e o Conselho Europeu e consensualizou-se uma estratégia, am-bas sendo suporte das ações de reforma que se pretendem levar a cabo.

A estratégia assume que a rede é a melhor forma de concretizar o direito à proteção da saúde das pessoas depen-dentes, que o respetivo domicílio é o contexto ideal de cuidados e que o pro-

cesso de cuidados é um continuum que vai do autocuidado, ao cuidado informal e ao cuidado profissional, concorrendo todos de forma integrada para a saúde e bem-estar das pessoas dependentes.

Assim, definiram-se como priorida-des o reforço dos cuidados continuados prestados no domicilio e em ambulató-rio, consolidando as respostas das equi-pas de Cuidados Continuados Integrados e promovendo as Unidades de Dia e Pro-moção de Autonomia; o reforço da rede através do aumento do número de vagas em todas as suas tipologias, num esfor-ço conjunto com o terceiro setor e o se.: tor privado, com especial incidência nos grandes centros urbanos e dando prio-ridade ao aumento do número de camas nas áreas geográficas de carência abso-luta e às respostas de CCI em Saúde Mental, Pediatria e Cuidados Paliativos; o reconhecimento e apoio a cuidadores informais que prestem cuidados a pes-soas dependentes nos seus domicílios através da criação do estatuto do cuida-dor informal; o reforço da investigação e integração de TIC com vista ao desenvol-vimento de Ambientes de Vida Assistida (AVA); e o incremento da formação e da governação clinica através do desenvol-vimento de um plano de formação para todos os cuidadores, de critérios de qua-lidade para toda a rede e de um sistema de contratualização justo e equitativo.

' Para a área dos Cuidados Continuados Integrados

O reforço dos cuidados continuados prestados no domicílio e em ambulatório, consolidando as respostas das equipas de

Cuidados Continuados Integrados e a promoção das Unidades de Dia e Promoção de Autonomia, bem como o reforço da rede através do aumento do número de vagas em todas as suas tipologias, são prioridades na

reforma da rede

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A10

Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 16

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Área: 22,60 x 29,29 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64670816 31-05-2016

Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, recusa ceder aos médicos

Médicos. Corte nas horas extraordinárias leva greve à mesa de Costa

SIM quer cimeira com outro sindicato médico e reunião com o primeiro-ministro para repor o pagamento dos 100%

MARTA F. REIS marta.reis(ajonline.pt

O Sindicato Independente dos Médicos continua a luta para a reposição do pagamento a 100% das horas extraordinárias, que são pagas atualmente a 50%, e admite mesmo recorrer à gre-ve para levar o governo a ceder. Numa reunião que teve lugar a 20 de maio. o SIM deu luz ver-de ao seu secretariado para con-vocar uma reunião com a Fede-ração Nacional dos Médicos. grupos parlamentares e com o primeiro-ministro.

Mas esta pretensão do SIM esbarra desde logo com a posi-ção do ministro da Saúde que já veio publicamente recusar a

reposição do pagamento a 100% das horas extraordinárias.

REFERENDO A posição do SIM saiu em abril reforçada com um referendo realizado aos médicos. A maioria dos clínicos conside-rou injustos os cortes de 50% na remuneração das horas extra e quase oito em cada dez dizem que deixariam de fazer trabalho suplementar se pudessem. Caso os valores não sejam repostos no curto prazo, quase 100% admi-tem tomar medidas como recu-sar fazer horas extra e exigir um limite de 200 horas anuais em serviços como urgências, onde têm de estar disponíveis 634 horas por ano, quatro vezes mais do que o limite na função pública.

Estas foram algumas das con-clusões do referendo, que depois de ver a reposição dos valores negada no Orçamento do Esta-do para este ano tem estado a intensificar o protesto. Apenas 3,2% dos inquiridos admitiram não tomar qualquer medida caso os valores não sejam repostos pelo governo.

Questionado então pelo i, Jor-ge Roque da Cunha, secretá-rio-geral do SIM, admitiu que perante estes resultados a hipó-tese de uma greve estava em cima da mesa mas mais acções só seriam discutidas no conse-lho nacional do sindicato, agen-dada para 20 de maio. Até lá, o SIM esperav poder encetar negociações com a tutela, o que

aliás tornaram ontem público em comunicado. O sindicato pretende negociar uma repo-sição já este ano, admitindo que esta possa ser faseada. E não exigirá retroactivos refe-rentes a 2015.

APELO A MARCELO Logo depois do referendo. o SIM veio a públi-co pedir ao Presidente da Repú-blica para avancar com um reque-rimento de inconstitucionalida-de junto do 'Mamai Constitucional.

No pedido - feito por carta a 14 de abril e a que o "SOL" teve acesso na altura - , o SIM con-siderava que a redução na remu-

Sindicato já tinha pedido a Marcelo para avançar para

o Tribunal Constitucional

Ministro da Saúde recusa acabar com

o corte de 50% nas horas

extraordinárias

10,kocARAo

neração do trabalho suplemen-tar era "uma resposta abusiva, desproporcionada e não justi-ficada nem verdadeiramente ponderada".

Os médicos salientam que, ao contrário do que acontece com a restante função pública que só pode fazer até 150 horas extra por ano, os médicos estão por lei obrigados a estar disponíveis quatro vezes mais. Isto porque a lei determina que, em caso de necessidade, um funcionário do SNS com contrato de 35 horas pode fazer até 48 horas, ou seja 13 horas extra por semana, o que perfaz um total de 634 horas ao final do ano.

Por outro lado, o SIM salienta que o Estado, ao recorrer a empresas de prestação de ser-viço para resolver a falta de pes-soal nas instituições (também porque muitos médicos não se mostram disponíveis para fazer tantas horas com os atuais cor-tes), acaba por gastar mais.

Na carta - que seguiu então também para a tutela, Assem-bleia da República, provedor de Justiça e procuradora-geral da República o SIM lamen-tava ainda que os deputados não tenham pedido a inconsti-tucionalidade desta norma aquando da discussão do Orça-mento do Estado.

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Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

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Corte: 1 de 1ID: 64670640 31-05-2016

USF contra "grave" limitação à passagem para o modelo B DESPACHO A Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF-AN) não concorda com o re-cente despacho do secretário de Estado Adjunto e da Saúde que de-termina o número de novas USF a abrir este ano, por considerar que impõe "graves limitações" às uni-dades que deviam passar de mode-lo A para modelo B. Os modelos A e B determinam o grau de autono-mia das unidades e a diferenciação do modelo retributivo e de incenti-vos dos profissionais.

"Quando o Governo decide que permite a passagem a um máximo de 25 USF de modelo A para B, a sua distribuição deverá ajustar-se ao número de candidaturas em ter-mos nacionais, independentemen-te da sua localização regional e às expectativas dos profissionais can-didatos", le-se na carta enviada ao secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, e na qual é incluída uma proposta de melho-ria deste despacho.

De acordo com os dados da Ad-

ministração Central do Sistema de Saúde (ACSS). atualmente existem 18 candidaturas com parecer técni-co aprovado e mais oito em vias de serem aprovados. "Havendo 25 va-gas previstas para 2016. não com-preendemos como não podem pas-sar todas estas USF para modelo B". lê-se no documento. Mais "incom-preensível" será "outras USF que venham a aparecer ou que ainda estão em caminho passarem a USF de modelo B".

Assim. a USF-AN propõe "elimi-nar a distribuição regional das va-gas, sendo a sua ocupação por or-dem cronológica de aprovação do. Parecer Técnico (PT) pela respeti-va ARS. Ou então reformular as va-gas por ARS. tendo em conta o que conhecemos de PT aprovados". O despacho é um dos temas que esta-rão, hoje à tarde, em análise na con-ferência de imprensa da Associação Nacional da USF, na sede da secção regional da Ordem dos Médicos. Atualmente, há 449 USE' a funcio-nar. sendo 208 de modelo B. •

Governo decidiu fixar em 25 o número máximo de USF que podem passar a B

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A12

Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

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Área: 15,77 x 22,50 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64670645 31-05-2016

Caminhar, fazer Jardinagem ou trocar o elevador peias escadas "polia fazer a diferença", lembram os especialistas

Saúde DGS apresentou Estratégia para Atividade Física para os próximos dez anos

Dinta minutos crianças "passam três ou mais ho- ras diárias a ver televisão" e os ido- sos "não cumprem boas práticas, isto é, apenas 48% dos homens e

d dão 28% das mulheres o faz", recordou e exercício o especialista. Os números não são novos mas persistem e preocupam.

ida Empresas, autarquias, sindicatos anos de v Nos próximos dois meses, será apresentado o Programa Nacional para a Atividade Fisica e. em simul-tâneo, vão ter início a uma série de

Leonor Paiva Watson Pequenos gestos como caminhar parcerias com empresas, escolas. leonorpatva@in pt sempre que possível, fazer jardina- autarquias e até sindicatos para

gem, dançar. levar a cabo os traba- tentar alertar a população. Uma série de campanhas para lhos domésticos, ou trocar o eleva- "Uma das parcerias é, por exem-

sensibilizar os portugueses para a dor pelas escadas "não custa di- pio, com a Direção Geral do Ensino importância do exercício terão ini- nhelro e dá-nos anos de vida", asse- Superior, porque é na altura da en-cio nas próximas semanas. segun- verou. Parece simples. mas a esta- trada para a universidade que dimi-do a Estratégia Nacional para a Pro- tistica prova, precisamente. o con- nul. significativamente, a atividade moção da Atividade Física da Saú- trário: os portugueses têm hábitos física. A ideia é lançar uma campa-de e do Bem-Estar (ENPAF), apre- multo sedentários e pioraram nos nha nesse terreno, para contrariar sentada ontem pela Direção-Geral últimos anos. esta tendência". Miguel Arriaga da Saúde (DGS). "Trinta minutos O Eurobarómetro de 2014. por lembrou que este é um plano para por dia fazem toda a diferença" exemplo, mostrava que 60% da po- dez anos e sublinhou que o seden-afirmou Miguel Arriaga. coordena- pulação não pratica qualquer ativi- tarismo está "muito ligado a doen- dor da ENFAP. dade. nem mesmo caminhar. As ças crónicas, como a diabetes". •

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Tiragem: 10000

País: Portugal

Period.: Mensal

Âmbito: Regional

Pág: 30

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Corte: 1 de 1ID: 64579150 01-05-2016

Construção da Unidade de Saúde de Baguim arranca este anoApós vários anos de reivindicação da população baguinense, o Gover-no anunciou a 13 de maio a constru-ção da Unidade de Saúde de Baguim do Monte. Os trabalhos deverão ar-rancar ainda este ano.

O Governo assinou a portaria de extensão que permite à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) arrancar, ainda este ano, com os primeiros trabalhos de construção da Unidade de Saúde de Baguim do Monte.

A obra deverá contribuir para uma melhoria das condições de acesso dos cidadãos à carteira bá-sica de serviços de saúde mediante o aumento da cobertura assistencial à população sem médico de família, contribuindo para a consolidação da refor-ma dos Cuidados de Saúde Primários.

A Unidade de Saúde de Baguim do Monte será integrada no ACES do Porto II – Gondomar e será executada em espaço cedido pelo Município situa-do entre a Rua da Carreira e a Rua D. António Cas-tro Meireles, junto ao Centro Escolar de Baguim do Monte. A empreitada está estimada em mais de 800 mil euros, a que deverão acrescer mais de 670 mil

euros suportados pela Câmara Municipal de Gon-domar na aquisição de parcelas de terreno. Uma das parcelas previstas no processo de aquisição está na fase final de contencioso.

Recorde-se que o processo da construção da Unidade de Saúde de Baguim do Monte começou há uma década, com a reivindicação da população baguinense. ■

Foto: DR

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A14

Tiragem: 6000

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Regional

Pág: 20

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Área: 19,03 x 14,20 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64629687 25-05-2016

Durante os últimos dias foram dados alguns passos importantes para encon-trar “uma solução adequa-da” para o antigo hospital distrital de Lamego, pro-priedade da Misericórdia de Lamego, que hoje está desativado e em profundo estado de degradação.

A Mesa Administrativa desta instituição, liderada pelo Provedor António Mar-ques Luís, participou em reuniões separadas com o secretário de Estado da Saú-de, Manuel Delgado, e com os máximos responsáveis da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Nor-te) e do Centro Hospitalar de

Trás-os-Montes e Alto Douro com o objetivo de alcançar um “acordo justo” para que a antiga unidade de saúde volte a servir a população. “Os encontros decorreram

de uma forma muito positiva. Espero que seja estabelecido um acordo, nomeadamente avançando com a requalifica-ção do edifício e integrando-o na rede nacional de cuidados continuados”, explica Mar-ques Luís.

No âmbito deste proces-so, a Santa Casa da Miseri-córdia de Lamego pretende

que sejam identificadas, pelos Ministérios da Saúde e da Segurança Social, as áreas em que existe defi-ciente ou inexistente cober-tura regional de prestação de cuidados de saúde para que depois seja possível forma-lizar acordos que suprimam essas lacunas.

Recorde-se que o anti-go hospital distrital integrou até 2013 a rede de cuidados hospitalares do Serviço Na-cional de Saúde, ano em que entrou em funcionamento o novo hospital. Desde en-tão, afirma a Misericórdia de Lamego, não foi cumprido o que está consignado no De-creto-Lei 183/2013, ou seja, a celebração de um acordo, para a entrega do hospital ao seu legitimo proprietário, bem como o CHTMAD que não tem procedido ao paga-mento da renda.

Misericórdia de Lamego e Governo empenhados em encontrar solução para antigo hospital

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A15

Tiragem: 3000

País: Portugal

Period.: Quinzenal

Âmbito: Regional

Pág: 3

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Área: 23,59 x 31,50 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64642133 18-05-2016

SANTA MARINHA DO zêzERE

No passado dia 7, fa-lamos com António José Carvalho, presidente da Junta de Freguesia de Santa Marinha do Zêzere e com um grupo de uten-tes da Unidade de Saúde de Santa Marinha do Zêzere, os quais, nestes últimos dias, têm andado de porta a porta, a reco-lher assinaturas, para um abaixo-assinado a ser enviado ao Ministério da Saúde e diversos de-

GRUPO DE UTENTES E JUNTA DE FREGUESIA SOLIDÁRIOSCOM ABAIXO-ASSINADO PARA COLOCAÇÃO DE MÉDICOS DE FAMÍLIA

passar ali a noite ao re-lento e ao temporal. Sa-lientaram que «Chega-vam a levar mantas e às nove horas, quando a porta era aberta, estavam sempre trinta a cinquen-ta pessoas, sendo que muitas delas não con-seguiam a desejada con-sulta, pois era impos-sível um só médico resolver tantas solicita-ções», pelo que, regres-savam a casa, como se

tiva no atendimento das necessidades da popu-lação. Há cerca de três semanas este grupo re-solveu ter uma reunião com a Junta de Fregue-sia, onde foi decidido avançar com um abaixo-assinado. O trabalho é essencialmente deles que andaram no terreno a recolher assinaturas. Esta será a primeira forma de luta que decidimos levar a cabo (a população e a

quatro semanas reuniu com o Secretário de Es-tado Adjunto da Saúde, onde lhe fez ver, entre outros problemas, a falta de médicos de família em Santa Marinha do Zêzere. O Secretário de Estado na altura demonstrou também muita preocupa-ção e disse ao nosso pre-sidente de Câmara que em junho ia haver um grande concurso de médi-cos e que esperava que o problema ficasse resol-vido, senão na totalidade pelo menos parcialmente, portanto, volto a frisar, o que dá orgulho a esta Junta é o movimento de todos a trabalhar e a re-

nham consultas, não con-seguiam receitas nem domicílios médicos, mes-mo com muitas dificul-dades e isso trazia-nos para casa comovidos e tristes. Mas em contra-partida também vimos sorrisos e alegria naque-las pessoas que enten-diam que alguém estava a fazer alguma coisa por elas e isso compensou e deu-nos força para con-tinuar e não desistir des-ta luta» referiu António Alberto Azeredo, elemen-to do grupo.

«Dada esta movimen-tação que estamos a ter com os utentes e com o abaixo- assinado, os ser-

esta situação é apenas para nos deixar adorme-cer e amanhã voltar ao mesmo. Vamos estar atentos a isso e congra-tulamo-nos de já estarem a pôr mais médicos, dada a nossa persistência, mas continuaremos atentos para que não aconteça o mesmo, porque esta situação já remonta há anos. Agora agudizou-se, chegamos ao fundo, ba-teu mesmo no fundo e portanto este movimento tem que estar atento e a solidariedade de nós to-dos para que não nos deixem adormecer e ama-nhã voltar ao mesmo, como atrás disse», decla-

partamentos, nomeada-mente, ARS (Administra-ção Regional de Saúde) do Norte e ACES (Agru-pamento de Centros de Saúde) do Tâmega I – Baixo Tâmega, com a finalidade de serem co-locados médicos de famí-lia, naquela Unidade de Saúde e, como referiram, «acabar com a situação caótica, miserável e de-sumana a que a nossa extensão de saúde che-gou».

Isto porque, como dis-seram, há vários meses só tem estado ao serviço apenas um médico de família, para uma popu-lação inscrita de cerca de cinco mil utentes. Serão três mil e quinhentos, aproximadamente, os que se encontram sem médi-co, até há uns dias atrás, apenas eram atendidos por um clínico que lá ia fazer consultas de refor-ço às quartas-feiras. Conforme nos foi dito, esta situação obrigava as pessoas para arranjar uma consulta, a irem para a porta da Unidade de Saúde, às duas e três horas da madrugada e

diz em Baião, «pelo mes-mo caminho», sem con-seguir os seus objetivos.

Há duas semanas a situação melhorou si-gnificativamente, devido à ida de médicos fazer reforço durante mais dois dias por semana, um à segunda-feira e dois à quinta, mantendo-se na mesma o que já vinha às quartas.

O presidente da Jun-ta de Freguesia come- çou por nos dizer: «Tudo começou duma forma espontânea, dois ou três elementos dos que estão aqui presentes, come-çaram por vir à Junta, mostrar o descontenta-mento da população por não haver médicos para os atender, isto já há mais de ano e meio, quase dois, desde aí que temos, pressionado as entidades competentes, nomeada-mente, o ACS do Tâmega I – Baixo Tâmega, em contactos permanentes para tentar resolver a situação. O problema tem vindo sempre a ser adi-ado com situações muito precárias e de pouca ou nenhuma resolução efe-

Junta), esperamos que seja a primeira e única, vamos ver, mas é sempre uma luta um bocado in-glória, é uma luta que nos faz lembrar a havida en-tre “David e Golias”, mas quietos é que não vamos ficar. Da parte da Junta é sempre um orgulho ver a movimentação popular e a entrega com que es-tas pessoas, juntamente com outras, mas estas são, efetivamente, as pessoas mais visíveis, que agarraram este de-safio, andaram de porta à porta, contactaram di-retamente com quase toda a população. Para quem está em poderes políticos, sentir que a população não está só à espera que o poder políti-co faça alguma coisa é muito importante. Como sabem a nível de Junta de Freguesia, nesta área, a nossa influência é mui-to escassa ou quase nula, não temos qualquer com-petência, nem nós nem a Câmara Municipal. Te-mos tido um grande apoio por parte do presidente da Câmara, Paulo Pe-reira, que, à cerca de

mar para o mesmo lado, a Junta, a Câmara, a po-pulação e contamos tam-bém com poderes polí-ticos mais altos. Este abaixo-assinado com mais de duas mil e quin-hentas assinaturas vai ser entregue no Ministé-rio da Saúde, com conhe-cimento à ARS Norte e ao ACES Tâmega I – Baixo Tâmega, em Ama-rante», concluiu, António Carvalho.

«O porta-a-porta dei-xou a gente bastante contente porque nos sen-timos bem por aquilo que andávamos a fazer. Vi-mos lágrimas nos olhos das pessoas, aquelas mais carenciadas, por saberem que alguém an-dava a fazer alguma coi-sa. Noutros casos a gente vinha triste vinham-nos mesmo as lágrimas tam-bém aos olhos, quando a gente via certas situa-ções de pessoas acama-das, pessoas que já há bastante tempo não ti-

viços já puseram ali médi-cos a trabalhar durante a semana, que me parece que o povo ainda não está bem esclarecido sobre isso, porque ainda temos “bichas”, como foi o caso na quarta-feira passada, dia 8, portanto o povo ainda não está esclare-cido para isso. Nós que-remos e estamos firmes e unidos para conseguir, dentro das possibilidades dos nossos governantes, a termos médico de famí-lia aqui permanente, não queremos pensar que

rou, Serafim Amorim Go-mes, membro do grupo de utentes. Os restantes elementos do Grupo de Utentes presentes, afir-maram: «Fazemos nos-sas, as palavras deles, estamos completamente de acordo, a gente o que quer é médico de família permanente, porque se tornam a sair ficamos outra vez na mesma».

Terminaram com as seguintes palavras: «Lu-tamos pelos nossos direi-tos, precisamos de médi-cos, pela nossa saúde».

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Tiragem: 140038

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

Cores: Preto e Branco

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Corte: 1 de 1ID: 64671280 31-05-2016

ALERTA

Portugal em "alto risco"

para o Zika Portugal continental é um

território de alto risco para a introdução de duas espécies de mosquitos que transmi-tem doenças como Dengue, Febre amarela ou Zika. O aviso é de Carla Sousa, ento-mologista e investigadora no Instituto de Higiene e Medi - cina Tropical, que explicou que o alerta para a ilha da Madeira e para a costa do Mar Negro (a Organização Mun-dial da Saúde elevou de baixo para moderado o risco de propagação do Zika na Euro-pa nestas zonas) se deve à existência de populações do mosquito 'Aedes aegypti' , o mais competente para a transmissão do Zika. A mi-gração destes mosquitos faz --se no transporte de cargas, como pneus usados ou bam-bus da sorte. •

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Tiragem: 70000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

Cores: Cor

Área: 5,32 x 10,09 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64670520 31-05-2016

Apanharmosquitospara prevenirdoenças

Quandotivervontadedemataraque-le mosquito irritante, pegue numcopoe apanhe-o. Assim estáaajudar apre-venir ainstalação de espécies como asque transmitem zika e febre-amarela,queestão«àsportas»dePortugalcon-tinental.OapeloédoInstitutodeHigie-neeMedicinaTropical,quetememvi-goroprogramadeciênciacidadãMos-quito Web, através do qual qualquerpessoa pode apanhar um mosquito eenviá-loparaserestudado.Recorde-sequeoterritóriocontinentalédealtoris-co para a introdução de duas espéciesdemosquitosquetransmitemdoençascomo dengue, febre-amarela ou zika,insetosquematammaisdeummilhãode pessoas por ano emtodo o mundo.

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Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 21

Cores: Cor

Área: 4,74 x 6,43 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64670939 31-05-2016

Cientistas pedem adiamento dos Jogos Olímpicos

RIO DE JANEIRO A epidemia pro-vocada pelo vírus Zika no Bra-sil levou um grupo de 170 cien-tistas a assinar uma carta diri-gida à Organização Mundial de Saúde (OMS) em que se pede o adiamento dos Jogos Olímpicos, pois "o Zika pode contagiar de formas não previstas". A OMS respondeu que "não há ameaça à saúde pública que justifique o adiamento".

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A19

Tiragem: 33028

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 43

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Área: 13,45 x 29,74 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64670596 31-05-2016

ENRIC VIVES-RUBIO

A eutanásiae o regime político

O debate em torno da

despenalização da eutanásia

é um teste ao próprio

regime político. Porquê?

Porque a democracia que

conquistámos coletivamente

no 25 de abril tem uma marca

genética. A marca de que a

nossa sociedade não pode

nem deve ser governada,

como foi no passado, por um conjunto

de personalidades por mais ilustres que

possam ser. A marca genética da nossa

democracia é o pluralismo ideológico e a

possibilidade de diferentes mundividências

se confrontarem no espaço público,

permitindo assim que os cidadãos formem

a sua opinião e decidam em conformidade.

O oposto do que está a acontecer em

Portugal. Uma minoria — até prova em

contrário — quer impor a sua visão do

mundo, sem legitimidade democrática para

o efeito.

Deve recordar-se que tivemos eleições

legislativas em outubro do ano passado

e este teria sido um excelente momento

para discutir este tema com honestidade

intelectual e rigor técnico. Mas tal não

aconteceu. E assistimos hoje a uma

inaceitável instrumentalização político-

partidária de um assunto tão sensível e

complexo como a dignidade no fi m da vida

e a morte medicamente assistida.

Por isso defendi e defendo que, sendo

o tema da eutanásia tão complexo e

fraturante, deve ser realizado um referendo

nacional sobre a sua despenalização.

De facto, o debate social e político em

torno da eutanásia origina uma acesa

controvérsia num diálogo nem sempre

construtivo em torno do conceito de

morte com dignidade. Se é certo que

assistimos a uma crescente aceitação desta

prática quer pela classe médica, quer pela

população em geral, deve questionar-se se

o direito à autodeterminação é ilimitado,

nomeadamente no que concerne ao pedido

para terminar a própria vida. Ou, pelo

contrário, se existem fronteiras que não

devem ser ultrapassadas.

Deve realçar-se que o conceito

de eutanásia internacionalmente

reconhecido se reporta à perspetiva

holandesa, ou seja, à morte intencional

de um doente, a seu pedido (fi rme e

consistente), através da intervenção direta

de um profi ssional de saúde. Para além da

refl exão ética, questão distinta reporta-se

à despenalização da morte medicamente

assistida. Nomeadamente face aos

constrangimentos sociais e económicos

que a população portuguesa atravessa e

às enormes carências existentes no que se

refere ao acesso a cuidados paliativos em

doentes terminais.

Em síntese, sou

de opinião que

previamente à

despenalização

da eutanásia é

fundamental

promover um

debate sério e

participado sobre

a legitimidade da

eutanásia no plano

ético/social e sobre

a necessidade

de legislar

nesta matéria.

Designadamente

deve garantir-

se uma clara

distinção entre

“eutanásia

voluntária” e

“eutanásia involuntária”.

E a Assembleia da República, o Governo

e demais órgãos de soberania devem

promover a realização de um referendo

nacional de modo a que a vontade soberana

do povo português possa legitimar qualquer

evolução legislativa. Não realizar um

referendo e legislar precipitadamente nesta

matéria, sem debate, sem esclarecimento,

sem contraditório, é regressar ao passado.

É regressar a um tempo que julgávamos

ultrapassado, em que alguns decidiam pelo

futuro de todos. O referendo à eutanásia

é portanto um sinal claro de vitalidade

do regime democrático e dos valores

pelos quais se realizou uma revolução em

Portugal.

Defendo que deve ser realizado um referendo nacional sobre a sua despenalizaçãoç

Debate EutanásiaRui Nunes

Professor universitário e presidente da Associação Portuguesa de Bioética Página 19

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Tiragem: 140038

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 40

Cores: Cor

Área: 15,82 x 25,87 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64671264 31-05-2016

Carlos César, líder parlamentar do PS, com negociações difíceis à esquerda

FUNÇÃO PÚBLICA

PS cede e acelera lei das 35 horas TRANSIÇÃO O Prazo de dezembro cai e abre a porta a reposição mais célere

CRISTINA RITA

OPS deixa cair o prazo de 31 de dezembro de 2016 para garantir a reposição

das 35 horas semanais na Fun-ção Pública, abrindo caminho a que o processo seja mais célere no setor da saúde, no qual está prevista a entrada de mil enfer-meiros até outubro para garan-tir todos os serviços. A medida aplica-se a 1 de

julho, passando-se das 40 para 35 semanais, mas existem se-tores - como o da saúde -

onde haverá um faseamento. Na versão final do projeto- lei,

os socialistas remetem para os sindicatos e Governo a negocia-ção da reposição das 35 horas semanais de trabalho na Função Públi-ca em serviços onde não seja possível aplicar a medida a 1 de julho e se mantenham as 40 ho-ras semanais. No primeiro texto só se previa o diálogo entre sin-dicatos e Executivo, mas agora

PORMENORES

40 mil trabalhadores Os funcionários do setor da saúde com contratos indivi-duais de trabalho - e 40 horas semanais - ficam fora da nova lei e totalizam 40 mil pessoas.

Protocolo negociai O dirigente do SINTAP, José Abraáo, defende ao CM um pro-tocolo negociai para garantir as 35 horas semanais de forma cé-lere, a medida que "as necessi-dades forem satisfeitas".

Enfermeiros querem explicações de Costa

13 O Sindicato dos Enfermei - ros Portugueses (SEP) pediu uma audiência com o primei-ro - ministro, António Costa, para perceber como vão ser aplicadas as 35 horas e não descarta a hipótese de convo-car uma nova greve. •

inscreve-se a palavra "nego-ciação" para mitigar os protes-tos dos sindicatos. Mais dias de férias ou folgas

para quem tenha de fazer as 40 horas serão então nego-ciação com as Finanças. Por isso, ficam

fora do projeto. De fora está também a inclusão dos traba-lhadores do setor público com contrato individual de trabalho. O texto é votado quinta-feira. •

TRABALHADO RES COM CONTRATO I NDIVIDUAL FICAM DE FO RA DA LISTA

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Tiragem: 33028

País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 15

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Área: 15,78 x 30,29 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64670626 31-05-2016

MIGUEL MANSO

Governo de António Costa poderá enfrentar greves dos sindicatos

As 35 horas entram em vigor a 1

de Julho, mas nos casos em que é

preciso assegurar a continuidade e

a qualidade dos serviços a aplica-

ção da medida será negociada entre

os respectivos ministérios e os sin-

dicatos. Esta é a última versão do

projecto de lei das 35 horas que os

deputados socialistas entregaram

ontem na Assembleia da República

e que será votada na especialidade

amanhã.

“Com vista a assegurar a continui-

dade e qualidade dos serviços pres-

tados, nos órgãos ou serviços onde

comprovadamente tal se justifi que,

as soluções adequadas serão nego-

ciadas entre o respectivo ministério

e sindicatos do sector”, refere agora

a norma transitória, desaparecen-

do a data limite de 31 de Dezembro,

prevista na versão anterior.

Nessa versão (que tinha dado

entrada a 13 de Maio), previa-se

que “em todos os órgãos e serviços

em que se verifi que a necessidade

de proceder a contratação de pesso-

al, a aplicação do tempo normal de

trabalho pode ser, em diálogo com

os sindicatos, e até 31 de Dezembro

de 2016, ajustado às necessidades,

para assegurar a continuidade e qua-

lidade dos serviços prestados”.

Tiago Barbosa Ribeiro, o depu-

tado do PS que está a coordenar

o processo das 35 horas, explica

que o objectivo da proposta agora

apresentada e que substitui a an-

terior é “salvaguardar as soluções

adoptadas no âmbito da negociação

entre os sindicatos e as respectivas

tutelas”.

“Não há qualquer faseamento.

[As 35 horas] entram em vigor a 1

de Julho e quando for necessário

assegurar a continuidade dos ser-

viços os critérios de aplicação serão

defi nidos pelo ministério respecti-

vo e pelos sindicatos”, explica, ga-

rantindo que a eliminação da data

de 31 de Dezembro não remete as

35 horas para as calendas, já que

“os sindicatos defenderão essas si-

tuações”.

A proposta vem de certa forma

enquadrar o processo que está a de-

correr entre o Ministério da Saúde

Semana de 35 horas em serviços problemáticos será negociada com os sindicatos

cer”, disse ao PÚBLICO a dirigente

sindical Guadalupe Simões. Para

que tudo fi que claro, o SEP pediu

uma reunião com carácter de urgên-

cia (até 3 de Junho) ao ministro da

Saúde e ao primeiro-ministro.

O SEP garante que, se as 35 horas

não abrangerem todos os trabalha-

dores do sector público, não fi carão

de braços cruzados e a greve é uma

hipótese em cima da mesa.

Também José Abraão, coordena-

dor do Sintap, diz que nas reuniões

com o Ministério da Saúde tem havi-

do abertura negocial para estender

as 35 horas aos contratos individuais

e espera que durante esta semana

possa haver desenvolvimento nes-

sa matéria. Se assim não for e “se

não houver negociação colectiva

que permita estender as 35 horas

a todos os trabalhadores, indepen-

dentemente do vínculo, no dia 1 de

Julho haverá gente a exigir aquilo

a que tem direito”. “A hipótese da

greve mantém-se, até que as pessoas

possam ser tratadas com justiça e

por igual”, acrescenta em declara-

ções ao PÚBLICO.

Os sindicatos prometem guerra,

mas no Parlamento o PS parece ter

conseguido convencer os seus par-

ceiros a aceitar a proposta. Tanto

o Bloco de Esquerda, como o PCP,

previam nos seus projectos de lei

que as 35 horas também se aplicas-

sem aos trabalhadores do Estado

com contrato ao abrigo do Código

do Trabalho.

Porém, ambos os partidos já de-

ram a entender que não vão inviabi-

lizar o projecto dos socialistas. Tiago

Barbosa Ribeiro garante ao PÚBLI-

CO que a proposta que será votada

amanhã “tem o acordo dos partidos

que apoiam o Governo no Parlamen-

to. “É o resultado do diálogo social e

do diálogo partidário”, refere.

e os enfermeiros, que estão a ten-

tar negociar uma forma de aplicar

o mais depressa possível as 35 horas

aos serviços que precisam de admi-

tir pessoal.

Tal como o PÚBLICO noticiou, em

cima da mesa está a possibilidade

de os enfermeiros que trabalham

em serviços onde tem de haver re-

crutamento de pessoal continua-

rem a fazer 40 horas, mas as cinco

horas a mais por semana seriam

pagas em férias ou como trabalho

extraordinário.

Esta foi a solução discutida na

semana passada com a Federação

Nacional de Sindicatos de Trabalha-

dores em Funções Públicas e com

o Sindicato dos Trabalhadores da

Administração Pública (Sintap).

Contrato individual de foraO projecto do PS continua a deixar

de fora os trabalhadores do Estado

que têm contrato individual, pre-

vendo-se que a redução da sema-

na de trabalho de 40 para 35 horas

(revertendo uma medida tomada

em 2013 pelo anterior Governo) só

se aplicará aos trabalhadores com

contrato de trabalho em funções

públicas.

A proposta não agrada aos sindi-

catos, sobretudo ao dos enfermei-

ros, sector onde há muitos traba-

lhadores ao abrigo do Código do

Trabalho que fi carão de fora. No

encontro que o Sindicato dos En-

fermeiros Portugueses (SEP) teve

no início de Maio com o Governo,

foi dado como certo que as 35 ho-

ras seriam aplicadas a todos a 1 de

Julho, independentemente do tipo

de vínculo.

“[Porém, as declarações da sema-

na passada dos ministros da Saúde

e das Finanças no Parlamento] dei-

xam dúvidas que queremos esclare-

Função públicaRaquel Martins

PS mantém trabalhadores com contrato individual fora da aplicação do horário reduzido. Sindicatos prometem contestar

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Tiragem: 26347

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 3ID: 64670683 31-05-2016

Cristina Vieira tem 38 anos e é engenheira civil desde 2004. Mãe de dois filhos, procurou na bolsa de emprego da Ordem dos Engenheiros uma nova oportunidade profissional

Ordens tornam-se agências de emprego para combater a crise Anúncios. Publicam ofertas de empresas para estágios ou contratos no país e no estrangeiro. Neste ano a bolsa da Ordem dos Engenheiros já teve 270 anunciantes. Ordem dos Médicos cobra a empresas espaço para anunciar

ANA MAIA

As ordens dos médicos, dos farma-cêuticos, dos engenheiros e dos ar-quitetos criaram bolsas de empre-gos onde têm disponíveisofertas de trabalho em Portugal e no estran-geiro. Das quatro, apensados mé-dicos cobra dinheiro pela cedência do espaço. Criaram as bolsas quan-do a crise começou a arrastar mui-tos profissionais para o desempre-go e quando emigrar se tomou o desejo ou uma opção forçada. Ex-plicam que não são responsáveis pelos anúncios, mas têm regras para garantira qualidade dos mesmos.

A bolsa de emprego da Ordem dos Médicos (OM) tem dois anos e recebeu 84 anúncios: 57 para o es-trangeiro e 24 para PortugaL Hospi-tais públicos, clinicas privadas, ins-tituições sem fins lucrativos. Neste ano já são 12 as ofertas. Foi a cres-cente procura de empresas que le-vou à cobrança do espaço, é expli-cado no site, onde se refere que não são aceites anúncios de firmas de trabalho temporário. São 150 euros pela inserção, 75 pela atualização e 500 euros para ter o anúncio na /10-mepagepor um mês, ficando depois na bolsa. A cobrança é para anún-cios de instituições, empresas pú-blicas, privadas e setor social Médi-cos e instituições sem fins lucrativos não pagam. As ofertas ficam no site sem limite de tempo.

"Quando temos formação a mais para as necessidades, os médicos têm de procurar alternativas. A emi-gração é uma delas. Quisemos pres-tar um serviço aos médicos, infor-má-los sobre as disponibilidades de emprego no estrangeiro, e porque as empresas nos procuram. Somos meros intermediários. Canalizamos alguns dos proventos para o fundo de solidariedade. Também 2% das quotas serão canalizadas para este fundo", diz o bastonário, José Ma-nuel Silva.

A Medicis Consult é uma das anunciantes com ofertas paraFran-ça. Está a recrutar em Portugal há ano e meio. "O site da OM é mais uma opção. Estamos afazê-lo pela segunda vez. A vantagem é que co-municamos para o público-alvo. Até agora houve um contacto moti-vado pelo sitedaOrdem", dizFátima Garcia, referindo que os médicos portugueses "gozam de boa reputa-

ção em França" e "não é dificil en-contras vagas para interessados".

Em três anos emigraram cerca de 1300 médicos. A secção centro da OM criou o gabinete de apoio aos médicos a viver no estrangeiro. "Um dos objetivos é fazer uma compila-ção das possibilidades que existem para os médicos que já decidiram ir para fora, para fazerem uma escolha mais pensada. Queremos manter o contacto com estes médicos e criar um guia para facilitar o seu regresso. Não conheço nenhum médico que não queira voltar", explica Carlos Cortes, presidente secção Centro, referindo que não vê mal em se co-brar a empresas com lucro pelo es-paço de anúncio.

Em 2014, a Ordem dos Farma-cêuticos (OF) criou a bolsa de opor-tunidades. É gratuita e tem regista-das 369 empresas e 3951 farmacêu-ticos. Em dois anos recebeu 221 ofertas de empresas registadas e mais 109 colocadas pela própria OF

RETRATO

MÉDICOS > Fundação A Ordem dos

Médicos nasceu em 1938 > Bastonário

José Manuel Silva > inscritos 49 mil > Emigração Entre 2012 e

2015, saíram 2019 do país

ENGENHEIROS > Fundação A Ordem

foi criada em 1936 Bastonário Carlos Mineiro Aires Inscritos 47 mil

> Emigração Nos últimos qua- tro anos, emigraram 10 905

ARQUITETOS > Fundação A Ordem

foi criada em 1998 > Bastonário João Santa-Rita > inscritos 20 mil arquitetos > Emigração Entre 2011 e

2014,1893 deixaram o país

FARMACÊIJT1COS > Fundação A Ordem nasceu

em 1972 > Bastonário Carlos Maurício

Barbosa > Inscritos 14 mil > Emigração De 2012 a 2014. emigraram 917 farmacêuticos

quando tem conhecimento de va-gas nacionais e estrangeiras de enti-dades que não estão inscritas. Estão ativas 22 ofertas. "O desemprego en-tre os profissionais cresceu expo-nencialmente e os jovens farma-cêuticos têm hoje cada vez mais di-ficuldades para entrar no mercado de trabalho, seja pela falta de opor-tunidades ou pelas condições ofe-recidas", explicouaOF ao DN. A bol-sa permite ainda a colocação de currículos de candidatos, uma "fer-ramenta privilegiada" no recruta-mento farmacêuticos.

31 mil visitas desde janeiro A bolsa de emprego da Ordem dos Engenheiros (OE) foi criada há seis anos, é gratuita e só neste ano já teve 31 345 visitas e 270 anunciantes. De todas é aque assume maiordimen-são em anúncios e visitas. Estão ati-vas 29 ofertas. Privilegiam os anún-cios de membros da OE e contac-tam empresas que sabem estar a criar emprego para lhes dar a co-nhecera bolsa.

"Desde a crise em 2010, a OE rea-giu e quis ajudar os seus pares. A bolsa é um local onde em primeira mão podem recorrer. É uma inevi - tabilidade procuraremprego lá fora e é a vantagem de ter uma rede de informação desses mercados. A OE tem vindo a acolher regularmente iniciativas de divulgação de outros países, como Dinamarca, Bélgica e Reino Unido. A bolsa de emprego será sempre uma aposta a manter", explicou o bastonário Carlos Mi-neiro Aires.

Na Ordem dos Arquitetos, as bol-sas de emprego estão divididas em três áreas: Sul, Norte e Nacional. Na zona Sul a bolsa foi criada em 2008 e é gratuita. Até hoje recebeu 2500 anúncios: 498 de oferta e 2005 de procura. São colocados por empre-sas, ateliês e arquitetos que traba-lham por conta própria. Estimam 5000 visitas mensais.

"Constatamos que os nossos membros tinham muitas dificulda-des em arranjar emprego. Criámos a bolsa para ser mais simples e rápi-do colocar ofertas e procura e não haver tanto tempo perdido. A falta de trabalho é generalizada, embora se note uma ligeira recuperação", aponta RuiAlexandre, presidente da secção Sul, referindo que os arqui-tetos portugueses são muito deseja-dos na Alemanha e na Suíça.

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País: Portugal

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Pág: 11

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 2 de 3ID: 64670683 31-05-2016

Voltar ao país? "Não tenho o regresso na minha lista" Ir para fora não era opção. Nova vida em Portugal, sim

FICAR NO PAÍS Bolsa de emprego da Ordem dos Engenheiros ajuda Cristina a encontrar oportunidade de trabalho em Portugal

Cristina Vieira, 38 anos, é enge-nheira civil e foi através da bolsa de emprego que mudou de vida. Apesar da situação do país que deixou muitos engenheiros sem emprego, esse não era o caso de Cristina. Terminou o curso em 2004, tinha trabalho, mas queria fazer algo diferente. "Queria fazer uma evolução, trabalhar noutro tipo de empresa porque todas o fazem de forma diferente. A questão financeira também in-fluenciou, mas não foi o essen-cial", disse ao DN.

Há muito que conhecia a bolsa de emprego da Ordem dos Enge-nheiros, criada em 2010, e foi lá que procurou o que queria. "Ain-da vou lá várias vezes para ver o que há. Fiz pesquisas noutros si-res e também no da ordem. Por um lado, a informação está mais centralizada, depois porque as empresas que lá colocam anún-cios são credíveis", explica Cristi-na, que defende que a bolsa de emprego deve ser um serviço a manter.

Ainda são tempos difíceis para os engenheiros? "O mercado está mau e penso que ainda ficará pior. quer em termos internos quer no estrangeiro. Talvez me-lhor no futuro, mas para já não porque não há investimento. E o que há são coisas pequenas em Portugal. No estrangeiro, mesmo que sejam mercados novos, não há dinheiro", diz.

Cristina trabalha num escritó-rio em Lisboa. É responsável por fazer orçamentos para obras pú-blicas, como estradas, não só em Portugal mas também a nível in-ternacional, como em Moçambi-que e na Nigéria, o que lhe dá uma nova perspetiva e a tal experiência diferente que desejava. Mas a mu-dança, explica Cristina, nunca passou por um projeto fora do país, pela emigração. "Sou muito agarrada à família, aos meus fi-lhos - um com 5 anos e outro com ano e meio. O meu marido tam-bém é engenheiro, já esteve em Angola e a experiência não foi agradável", conta, acrescentando: "Vamos vivendo um dia de cada vez. Acho que irá melhorar, mas não para já."

MEDICINA Foi um anúncio publicado na revista da Ordem dos Médicos que o levou a Paris. Desde° início do ano que Armando Sousa, 64 anos, está a trabalhar numa grande em-presa de medicina do trabalho. A ideia já lá estava e até já tinha ido a França, dois anos antes. "Estava à espera da reforma antecipada da função pública, na expectativa de que no ano seguinte será melhor,

mas se tivesse saído antes teria tra-zido urna reforma melhor", conta.

Depois de alguns meses à espera, Armando recebeu a reforma em ja-neiro e viajou para Paris, onde a em-presa o esperava desde novembro do ano passado. "Já não conseguia viver mais com estes políticos e com esta engrenagem. Foi por isso que saí. O primeiro-ministro !Pedro Pas-sos Coelho] disse para sairmos da

zona de conforto. Foi o que fiz... Saí, mas da zona de desconforto. E devia ter vindo há mais tempo. Estou ha-bituado a viajar, França não me era nada desconhecida, a questão cul-tural agrada-me e com a intemet te-nho contacto permanente com a minha filha, a neta, os amigos."

Antes de deixar Coimbra, o médi-co de medicina do trabalho foi a Pa-rís, onde, acompanhado de uma

pessoa da empresa intermediária, visitou o local de trabalho, viu o ga-binete, a casa onde está a morar, a poucos metros do trabalho. "Tenho um contrato sem prazo, 35 horas se-manais, cinco semanas de férias, um salário razoavelmente superior. Fazem parte do contrato seguro e gasolina pagos", diz. E quando vol-tará para Portugal?"Não faço ideia. Não tenho o ►egresso na lista", diz.

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País: Portugal

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Pág: 1

Cores: Cor

Área: 10,12 x 13,33 cm²

Corte: 3 de 3ID: 64670683 31-05-2016

Ordens profissionais tornam-se agências de emprego Trabalho. Publicam anúncios de emprego, ajudam profissionais que emigraram a voltar e aconselham os que saem sobre as melhores opções. Com a taxa de desemprego nos 12%, ordens dos médicos, engenheiros, farmacêuticos e arquitetos assumiram novo papel. 10nUSAL PÁGS. 10 E ll

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País: Portugal

Period.: Diária

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Pág: 27

Cores: Preto e Branco

Área: 25,50 x 19,91 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64670813 31-05-2016

ENTREVISTA: LENIU TALE KOLARIKOVÁ Vice-ministra da Saúde da República Checa

Veio a Portugal apresentar empresas na área da saúde. Vai encontrar-se com o ministro Adalberto Campos Fernandes. Diz que a presença de estudantes estrangeiros no seu país é uma forma de o enriquecer culturalmente

"Gostaríamos que alguns alunos ficassem na República Checa" ANA BELA FERREIRA

Muitos jovens portugueses têm procurado a República Checa para estudar Medicina. Atrair jo-vens estrangeiros para este curso era um objetivo do vosso país? Estamos verdadeiramente felizes por muitos estudantes portugue-ses terem escolhido Praga para os seus estudos médicos. A captação de estudantes estrangeiros não faz parte das competências do Minis-tério da Saúde que represento, no entanto, acredito que estudar no estrangeiro é benéfico não só para os alunos mas também para as uni-versidades. Os estudantes estran-geiros geralmente incentivam uma cooperação e uma discussão mais profundas, já que muitas vezes vêm de ambientes culturalmente diferentes. Como é que a República Checa se posicionou como um dos princi-

Ministra diz que alunos vão depois elogiar o sistema

educativo da República Checa

pais destinos para estudar Medi-cina na Europa? O Ministério da Saúde está orgu-lhoso do seu sistema educacional. A Universidade Charles, em Praga, que os alunos portugueses na maioria das vezes têm escolhido para os seus estudos, foi fundada já em 1348, o que a torna a mais anti-ga universidade a norte de Itália e a

este de Paris. Acreditamos que o su-cesso vem tanto com um sistema educacional bastante estável, uma variedade de faculdades- existem três faculdades de Medicina apenas na Universidade Charles -, como pelo facto de as universidades te-rem sido capazes de reagir à procu-ra de estudantes estrangeiros e muitos dos programas poderem ser estudados em inglês. Na sua opinião, o que é que a República Checa recebe em troca por ensinar e treinar estes jovens? Como já disse, vejo o intercâmbio cultural e a concretização de par-cerias ao longo da vida como o principal beneficio. Além disso, os estudantes estrangeiros enrique-cem significativamente o ambien-te académico. E, claro, quando re-gressam aos seus países de origem estão a melhorar significativa-mente o conhecimento geral sobre a República Checa.

Os portugueses são a maior comu-nidade de estrangeiros a estudar Medicina na República Checa? Não. Os estudantes eslovacos repre-sentam a maior comunidade de es-trangeiros, não só nas faculdades de Medicina mas em geral. isto acon-tece dadas as ligações históricas en-tre o nosso país e a Eslováquia. Gostaria que os jovens que estu-dam na República Checa ficas-sem lá a trabalhar depois de se formarem? Gostaríamos muito que isso aconte-cesse. É compreensível que, sendo a academia checa que passa o co-nhecimento e a expe-riência, gostássemos de que o conhecimen-to ficasse, pelo menos. com um pequeno gru-po de alunos na Repú-blica Checa, apesar de entender completa-mente a necessidade que têm de voltar para as suas famílias. Além disso, os estudantes conhecem hospitais checos durante os seus estudos, o que os torna ainda mais valiosos para nós. Este intercâmbio de jovens que estudam na República Checa e que, em seguida, re-gressam aos seus países ajuda a abrir as portas para outras rela-ções de negócios? Como as em-presas de saúde que hoje vai apre-sentar aqui em Portugal? Como já disse, os alunos fazem os seus treinos práticos numa varie-dade de hospitais das faculdades onde aprendem a usar dispositivos médicos e tecnologias produzidas na República Checa. Isso na minha opinião ajuda muito a espalhar o

bom-nome dos produtores checos no exterior. Os médicos que estu-daram na República Checa estão mais disponíveis para colaborar com os nossos produtores. Que tipo de inovações trazem as empresas que agora apresentam em Portugal? São várias empresas que trouxemos para apresentar aqui. Mediu é líder na produção e distribuição de dis-positivos médicos e implantes utili-zados em traumatolo0a, ortopedia e estomatologia. A PmSpon centra-

-se no desenvolvimen-to, produção e distri-buição de implantes e dispositivos utilizados em ortopedia, tratam-tologia e cirurgia. As empresas I inet e BMT já são muito conheci-das em Espanha. Linet é o principal produtor de camas médicas, BMT produz varieda-de de esterilizadores, equipamentos de la-boratório, incubadoras e móveis de aço inoxi-dável. MZ Liberec é es-pecializada na produ-ção e distribuição de gases medicinais e téc-nicos. A TSE foca-se na área de neonatologia, uma vez que ei]] pro-dutorde incubadoras.

O sistema nacional de saúde por-tuguês é um dos serviços públicos mais bem-sucedidos no país. É comparável ao da República Checa? Não tenho um profundo conheci - incluo do sistema português. No en-tanto, pelo que sei, os nossos siste-mas são muito semelhantes, desde o sistema de seguro de saúde univer-sal até à divisão regional de determi-nadas responsabilidades e finanças.

2000 > Desde a década de 1990 Mais de 2000 portugue-

ses, segundo a embaixada deste pais, formaram-se

na República Checa

60-70 > Mil euros é o custo da li-

cenciatura. Cada ano custa entre 10 e 12 mil euros e Medicina

tem seis anos.

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SAÚDE

É indesmentível: uma parte sig-

nifi cativa da população adulta

em Portugal tem excesso de

peso ou é obesa. Cerca de dois

terços das pessoas pesadas e

medidas no primeiro inqué-

rito nacional de saúde com exame

físico, em 2015, tinham um índice de

massa corporal igual ou superior a 25

kg/m2, o que corresponde a exces-

so de peso, e 28,7% eram já obesas.

São dados preliminares do primeiro

estudo de âmbito nacional realizado

com esta metodologia que vão ser

apresentados hoje em Lisboa e que

suplantam em muito os resultados

de inquéritos anteriores.

A prevalência de obesidade sur-

preende e alarma a endocrinologista

Isabel do Carmo, que conduziu dois

estudos sobre este problema em

2004 e 2008 e que frisa que o resul-

tado agora conhecido corresponde

ao dobro do constatado nessa altura.

“Há uma grande subida na obesida-

de. É brutal. Estamos ao nível da In-

glaterra”, lamenta Isabel do Carmo,

que associa este resultado ao “tipo

de vida” que os portugueses fazem e

acredita que a crise económica con-

tribuiu para agravar a situação. “Isto

é o espelho da crise, a comida barata

é hipercalórica”, acentua.

Cauteloso, Pedro Graça, director

do Programa Nacional para a Promo-

ção da Alimentação Saudável, assu-

me que os números são, de facto,

substancialmente mais elevados do

que seria de esperar, mas nota que o

anterior inquérito nacional de saúde

(de 2014) se baseava apenas nas de-

clarações dos inquiridos (auto-repor-

te) e incluía jovens desde os 18 anos

(ao contrário deste, que incidiu sobre

uma amostra representativa de 4911

pessoas dos 25 aos 74 anos), pelo que

não podem ser comparados. Pedro

Graça nota também que os dados são

ainda preliminares. No inquérito de

Primeiro inquérito nacional de saúde com exame físico comprova elevada prevalência de doenças crónicas: hipertensão, obesidade e diabetes

Dois terços dos adultos têm excesso de peso

PAULO PIMENTA

Alexandra Campos

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36%dos inquiridos tinham valores superiores a 140mmHg ou 90mmHg de pressão arterial medida por profissionais

9,8%declararam que estavama tomar antidiabéticosou tinham tido diagnósticode diabetes

44,8%assumiam sedentarismonos tempos livres; mulhereseram mais sedentárias

2014, a prevalência de obesidade era

de 16,4%. “O que é auto-reportado

é sub-reportado. As pessoas acham

que são mais magras e mais altas”,

explica.

Mas os resultados deste primeiro

inquérito nacional de saúde — que,

além da clássica entrevista, incluíram

um exame físico (com medição da

tensão arterial, peso, altura e perí-

metros da cintura e anca) e colheita

de sangue para análises — são muito

mais abrangentes. Além de propor-

cionarem uma visão do estado de

saúde da população, dos comporta-

mentos de risco e de protecção para

a doença, os indicadores revelam a

adesão a cuidados preventivos.

Olhando para o manancial de re-

sultados preliminares, conclui-se que

é, de facto, elevada a prevalência de

algumas doenças crónicas, não só a

obesidade, mas também a hiperten-

são (36% dos inquiridos apresentam

valores superiores aos ideais), a dia-

betes (9,8% tomam antidiabéticos ou

têm diagnóstico), a hipercolestero-

lémia (52,3% tinham um colesterol

superior a 190mg/dl).

Para o investigador principal, Car-

los Matias Dias, do Instituto Nacional

de Saúde Doutor Ricardo Jorge (In-

sa), a elevada prevalência de algu-

mas doenças crónicas não constitui

novidade. O que o coordenador do

Departamento de Epidemiologia do

Insa destaca é a desigualdade entre

regiões e as diferenças socioeconó-

micas que os dados demonstram.

São geralmente as pessoas com me-

nos instrução e com actividade não

remunerada ou sem actividade que

apresentam os valores mais desfavo-

ráveis, quer em termos de doenças,

quer nos determinantes, sublinha.

Binge drinking nos homensOs homens revelam prevalências

mais elevadas do que as mulheres no

caso da hipertensão arterial(39,6%

contra 32,7%) e da diabetes (12,1%

contra 7,7%). E, apesar de haver mais

DGS quer portugueses a trocar elevadores por escadas

Apresentada Estratégia para Promoção da Actividade Física e da Saúde a 10 anos

Pequenos gestos, como a prática de dez minutos de exercício físico por dia ou trocar o uso do elevador

pelas escadas, podem contribuir para uma melhoria significativa da saúde, reduzir as doenças e aumentar a expectativa de vida. Esta é a principal mensagem da Estratégia Nacional para a Promoção da Actividade Física, da Saúde e do Bem-Estar (ENPAF), apresentada ontem em Lisboa pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

A ENPAF pretende lançar uma grande campanha junto da opinião pública e envolver diversos parceiros, de sindicatos a empresas e autarquias, no combate ao sedentarismo e à promoção da prática de exercício físico para a melhoria da saúde dos portugueses.

Para a DGS, a inactividade física é um dos principais factores de risco para as doenças crónicas não transmissíveis e justifica só por si o desenvolvimento de uma nova estratégia para a saúde, “que procura ser uma resposta estruturada e inclusiva

promotora da actividade física e de estilos de vida saudável”.

“Ter uma população residente em território nacional com baixos níveis de sedentarismo, fisicamente activa, usufruindo do maior número possível de anos de vida saudáveis e livres de doença” é o grande objectivo para a uma estratégia a dez anos. “Numa perspectiva nacional, é prioritária a consciencialização da população para a importância da actividade física na saúde e a implementação de políticas intersectoriais e multidisciplinares que visem a diminuição do sedentarismo e o aumento dos níveis de actividade física”, diz o documento.

Francisco George, director-geral da Saúde, lembra que no plano científico “está comprovada a relação entre a falta de prática de exercício físico, o sedentarismo e a ocorrência de doenças, sobretudo crónicas”, como o enfarte de miocárdio, o acidente vascular cerebral e o excesso de peso que está na origem da obesidade.

Defende, por isso, que todos os portugueses, independentemente

da idade, devem dedicar uma parte do seu dia à prática do exercício físico. E nem são necessárias grandes correrias ou caminhadas. Basta dez minutos por dia de prática física ou o simples gesto de trocar o uso do elevador pelas escadas, que será precisamente o mote de uma das campanhas que a DGS vai lançar junto dos portugueses. É preciso usar menos o elevador”, diz George, revelando que na DGS essa prática já está a ser seguida. “Temos uma recomendação [na DGS] para o elevador ser só utilizado a subir, mas só acima do segundo andar. É preciso descer escadas, fazer marcha, levantar-se de manhã e fazer exercício físico”,

acentua o director-geral da Saúde.Francisco George diz ter a

certeza de que, com a prática de exercício físico, se está “a reduzir o risco de doenças crónicas e a contribuir para que a vida vá mais para longe”.

A ENPAF vai estabelecer diversas parcerias, de sindicatos a autarquias, mas quer também envolver as empresas, garantindo que estas dêem tempo aos trabalhadores para que estes possam fazer exercício físico. Para Fernando Araújo, secretário de Estado adjunto da Saúde, “era importante que as empresas tivessem a noção clara de que quanto mais os seus colaboradores estiverem saudáveis, maior será a sua produtividade”.

“Tem de haver alguma abertura e bastante criatividade, mas, se estivermos todos centrados [em termos] colaboradores que façam exercício físico, que tenham uma situação saudável, que sejam mais produtivos, as próprias empresas estarão interessadas em colaborar [no programa da DGS]”, acrescentou o secretário de Estado. Luciano Alvarez

mulheres obesas (32,1% do total), o

excesso de peso e a obesidade abdo-

minal são mais frequentes na popu-

lação masculina. A prevalência des-

tas doenças aumenta também com

a idade. Os valores mais elevados

verifi cam-se entre os 65 e os 74 anos

(nesta faixa etária 71,3 dos inquiridos

são hipertensos e 41,3%, obesos).

Comparando as regiões do país, é

no Norte que estão os valores mais

elevados de hipertensão arterial e

de obesidade, enquanto os Açores

apresentam piores indicadores na

prevalência de diabetes. As diferen-

ças encontradas são importantes pa-

ra listar as intervenções segundo as

prioridades, sublinha Carlos Dias.

Nos determinantes de saúde, 79,3%

dos inquiridos afi rmaram consumir

fruta diariamente, enquanto 73,3%

comiam legumes ou vegetais pelo

menos uma vez por dia. Mas no gru-

po mais jovem a prevalência destes

consumos é bem inferior, tal como o

é na população desempregada. Já o

sedentarismo nos tempos livres era

assumido por 44,8% da população

inquirida.

A merecer também destaque surge

a elevada percentagem de homens,

33,8%, que assume ter tido um “con-

sumo perigoso de álcool” (binge

drinking), percentagem essa que no

grupo mais jovem sobe para 51,9%.

Quanto ao consumo do tabaco, este

é reportado por 28,3% dos homens e

16,4% das mulheres, observando-se

prevalências mais elevadas nos gru-

pos mais jovens. A exposição am-

biental ao fumo do tabaco afectava

12,8% dos inquiridos.

Nos comportamentos preventivos,

percebe-se que a maior parte das

mulheres entre os 50 e os 69 anos

(94,8%) tinha feito uma mamografi a

nos dois anos anteriores à entrevis-

ta e que 86,3% fi zera uma citologia

cervico-vaginal nos três anos anterio-

res. Mas a pesquisa de sangue oculto

nas fezes, exame preconizado para o

rastreio do cancro colorrectal, ape-

nas tinha sido efectuada por 45,7%

dos entrevistados. Outro dado curio-

so: nos 12 meses anteriores à entre-

vista, um pouco mais de metade da

população estudada (51,3%) disse

ter consultado um profi ssional de

saúde oral.

Sublinhando a importância deste

inquérito, que é “centrado no cida-

dão em vez de ser centrado na doen-

ça”, Raquel Lucas, do Departamento

de Epidemiologia Clínica e Medicina

Preditiva do Instituto de Saúde Públi-

ca da Universidade do Porto, obser-

va que os dados confi rmam que há

indicadores que estão a melhorar,

como o da pressão arterial, graças ao

acesso ao tratamento, ao contrário

do que acontece com outros. “Tem

melhorado o que se corrige com fár-

macos, mais do que o que se corrige

com comportamentos, como a obe-

sidade”, acentua.

“Esta é uma primeira abordagem

já com a preocupação de mostrar a

diferença entre homens e mulheres e

entre regiões e as desigualdades que

poderão ser colmatadas pelo sistema

de saúde”, sublinha ainda a investi-

gadora, que vai fi car a aguardar por

mais dados. A pergunta seguinte,

propõe, é a de saber quantas destas

assimetrias regionais resultam da or-

ganização dos cuidados de saúde.

Este inquérito foi desenvolvido pe-

lo Insa e as regiões de saúde em par-

ceria com o Instituto Norueguês de

Saúde Pública. Com um orçamento

de 1,5 milhões de euros, foi fi nancia-

do em 85% pelo Programa Iniciativas

em Saúde Pública (EEA Grants) e em

15% pelo Ministério da Saúde.

Há uma grande subida na obesidade. É brutal. Estamos ao nível da Inglaterra. Isto é o espelho da crise, a comida barata é hipercalóricaIsabel do CarmoEndocrinologista

CaCarmrmoooologista

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Primeiro inquérito nacional de saúde com exame físico comprova elevada prevalência de doenças crónicas nos adultos p2/3

Dois terçosdos adultos têm excesso de peso

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Médicos conseguem reconstruir crânio de bebé em impressora CIÊNCIA Ernil tem lano e já entrou para a história da ciência e da medi-cina ao ter sido sujeito a uma cirur-gia Inédita. Nasceu com uma mal-formação no crânio - que atinge uma em cada duas mil crianças - e os médicos do hospital da Faculdade de Medicina de Hanôver (Alemanha) decidiram operá-lo em novembro, recorrendo a um compu-tador e a uma impressora, para re-construirem o seu crânio. Ontem, foi a estrela de uma conferência onde esteve com os pais, Katharina e Oliver, e em que os médicos - espe-cialistas de cirurgia oral e maxilo-facial e em neurocirurgia - explica-ram que o corpo vai absorver o ma-terial Implantado na sua cabeça fa-zendo que o Implante seja substitui-do por osso natural. O que possibili-tará que o crânio se desenvolva e que Emil tenha uma vida normal.

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