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    16. MEIO AMBIENTE, RECICLAGEM E TRATAMENTO DE RESDUOS

    PRODUZIDAS E VEICULADAS NO MBITO DOSERVIO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TCNICAS SBRT

    COLETNEA DE

    respostas

    tcnicasORGANIZAO

    Oswaldo Massambani

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    Agncia USP de InovaoAv. Prof. LucianoGualberto, trav. J, 3747 andarPrdio da Antiga ReitoriaCidade Universitria

    ButantSo Paulo - SP - Brasil05508-010Telefone: 11 3091 4495

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    UNIVERSIDADE DE SO PAULO

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    Vice-ReitorFranco Maria Lajolo

    Pr-Reitora de Graduao

    Selma Garrido Pimenta

    Pr-Reitor de Cultura e Extenso Universitria

    Ruy Alberto Corra Altafim - 2008-2009

    Pr-Reitora de PesquisaMayana Zatz

    Pr-Reitor de Ps-graduao

    Armando Corbani Ferraz

    AGNCIA USP DE INOVAO

    CoordenadorOswaldo Massambani

    Diretor Tcnico de Empresa e EmpreendedorismoJose Antonio Lerosa de Siqueira

    Diretor de Processos de Inovao

    Claudio Tervydis

    Diretor Tcnico de Propriedade Intelectual

    Maria Aparecida de Souza

    Diretor Tcnico de Transf. de Tecnologia

    Alexandre Venturini Lima

    Diretor Tcnico de Inovaes para Sustentabilidade

    Elizabeth Teixeira Lima

    Plo Pirassununga/Piracicaba

    Daniel Dias

    Plo Ribeiro/Bauru

    Flvia Oliveira do Prado

    Plo So Carlos

    Freid Artur

    Leonardo Augusto Garnica

    Produo visual e web:Thais Helena dos Santos [ Midiamix Editora Digital ]

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    16. MEIO AMBIENTE, RECICLAGEM E TRATAMENTO DE RESDUOS

    PRODUZIDAS E VEICULADAS NO MBITO DOSERVIO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TCNICAS SBRT

    respostas

    tcnicas

    COLETNEA DE

    ORGANIZAO

    Oswaldo Massambani

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    PREFCIO

    O Programa Disque Tecnologia, em parceria com o SistemaIntegrado de Bibliotecas, ambos da Universidade de So Paulo,est oferecendo ao pblico essa importante coletnea de respostastcnicas produzidas e veiculadas no mbito do Servio Brasileirode Respostas Tcnicas SBRT, abrangendo um conjunto de temas

    distribudos por diversos setores da Indstria e da Agropecuria.

    O Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas uma iniciativado Ministrio da Cincia e Tecnologia, por meio do ProgramaTecnologia Industrial Bsica, com recursos dos fundos setoriais,mediante convnio com o CNPq.

    O SBRT resulta de parceria entre diversas instituies que

    dispem de servios de apoio s empresas nos moldes do DisqueTecnologia. So elas: o Centro de Desenvolvimento Tecnolgico,da Universidade de Braslia; o CETEC, de Minas Gerais; o DisqueTecnologia/ Agncia USP de Inovao, da Universidade de SoPaulo; a Rede de Tecnologia da Bahia (IEL); a Rede de Tecnologiado Rio de Janeiro; e o SENAI, do Rio Grande do Sul. Esse grupode entidades tcnicas apoiado pelo Instituto Brasileiro deInformao em Cincia e Tecnologia IBICT, do MCT, e peloSEBRAE Nacional.

    A idia bsica que norteou a constituio do SBRT foi a de prover ainformao tecnolgica diretamente ao demandante e de acordocom sua necessidade especfica; na verdade o SBRT fruto daevoluo da experincia brasileira com a organizao de serviosde informao tecnolgica a partir da dcada de 1970, desdeo Centro de Informao Tecnolgica do Instituto Nacional deTecnologia, em cooperao com a CNI, passando pelos Ncleos de

    Informao Tecnolgica apoiados pelo Programa TIB no mbitodo PADCT e tambm por diversas iniciativas como o DisqueTecnologia, cujo mrito justamente o de prover respostas deforma mais direta e expedita.

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    Se na poca das primeiras iniciativas a ausncia de profissionaisespecializados, a mobilizao de departamentos nas universidadese institutos de pesquisa e mesmo a disponibilidade de umcomputador eram obstculos, hoje o acesso amplo Internet, podeser tambm um obstculo de outra ordem, exigindo mecanismosque possam trabalhar a informao e mesmo buscar fontes maisadequadas; esse o ambiente do SBRT: prover informaes debaixa e mdia complexidade, em uma fase inicial e posteriormente

    atender tambm demandas de alta complexidade.

    O fato que o SBRT se firmou como ferramenta de inovao nosentido lato e o simples registro sistemtico das informaes noseu portal se tornou um canal para futuros demandantes; tambma publicao de algumas respostas em jornais tiveram sucesso,estendendo seu alcance.

    Por todas as razes, essa surpreendente e importantssimainiciativa do Disque Tecnologia vem oferecer a evidncia objetivada informao til e vem materializar na forma de livro todoum esforo dirigido capacitao tecnolgica da empresa e doempreendedor brasileiro. Foi com alegria e emoo que percorri asrespostas procurando imaginar desde o demandante formulandoa pergunta, passando pela complexa construo da resposta, at asua entrega, muitas vezes decisiva para a viabilizao de negcios,

    para a criao de empregos e para a conquista de mercados.

    , portanto, com um sentimento de gratido que registro apreciosa inspirao dos dirigentes da Agncia USP de Inovao aooferecer esse magnfico incentivo ao desenvolvimento cientfico etecnolgico do Brasil.

    Reinaldo Dias Ferraz de SouzaCoordenador - Geral de Servios Tecnolgicos

    Secretaria de Desenvolvimento Tecnolgico e InovaoMinistrio da Cincia e Tecnologia

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    SUMRIO

    Administrao responsvel de esterco de boi ................................................ 11Aglomerante para carvo ....................................................................................... 25gua de reuso ............................................................................................................. 42Alumnio de latinhas a esquadrias de uso na construo civil ................. 52Anlise de leos e graxas........................................................................................ 58Aproveitamento de poliuretano de forma artesanal ................................... 60Aproveitamento de sobras de gesso.................................................................. 63Aproveitamentodo p de caf na construo civil ....................................... 65Avaliao de projetos ambientais ....................................................................... 71

    Beneficiamento da casca do coco ....................................................................... 104Bentonita destinao de residuos ................................................................... 110Chapa de raio x........................................................................................................... 113Cisternas ....................................................................................................................... 115Descontaminao de lmpadas de mercrcio ............................................... 119Efluente inorgnico .................................................................................................. 128Fabricao de adubos e vasos utilizando a fibra de coco ........................... 136Fumos de solda .......................................................................................................... 142Licenciamento ambiental....................................................................................... 147

    Limpeza de chifre bovino no feitio de artesanato......................................... 152Produo de briquetes ............................................................................................ 154Reaproveitamento da borracha ........................................................................... 159Reaproveitamento de cal ....................................................................................... 163Reaproveitamento de entulho na construo civil ....................................... 169Reaproveitamento plstico.................................................................................... 173Reciclagem aplicao de produtos reciclveis ............................................... 175Reciclagem de aluminio e pet .............................................................................. 195Reciclagem de isopor............................................................................................... 206

    Reciclagem de lmpadas fluorescentes ............................................................ 213Reciclagem de leo .................................................................................................. 220Reciclagem de pneu ................................................................................................. 225Reciclagem de pneu ................................................................................................. 228Reciclagem de resduos txteis ............................................................................ 233Reciclagem do coco verde ..................................................................................... 237Reflorestamento visando extrativismo madereiro e no madereiro ...... 248Tratamento de efluentes lquidos ....................................................................... 250Tratamento de resduos .......................................................................................... 253Tratamento de resduos de alumnio e ferro ................................................... 257Tubo de imagem ....................................................................................................... 259Utilizao de caxeta (tabebuia cassinoides) em rea deproteo ambiental .................................................................................................. 265

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    ADMINISTRAO RESPONSVELDE ESTERCO DE BOI

    PALAVRASCHAVEAproveitamento de esterco de boi; construo de uma esterqueira;biodigestor; impacto ambiental; negativo; resduos; tratamentos deresduos; adubo orgnico e compostagem

    ASSUNTO

    Meio ambiente, reciclagem e tratamento de resduos

    DEMANDAComo se pode aproveitar o esterco de boi, quais so seus usos ecomo deve proceder na construo de uma esterqueira.

    SOLUO APRESENTADA

    Usos do esterco bovinoO esterco bovino usado principalmente para a produo de adubo,destinado a plantaes baseadas nos preceitos da agricultura orgni-ca e tambm pode ser utilizado para a produo de energia.

    Esterco bovino como aduboAntes de ser utilizado no solo como adubo, o esterco bovino devepassar por um processo de compostagem, onde suas substncias

    mais complexas so degradadas e transformadas em substnciasmenores pela ao de bactrias aerbias (as bactrias aerbias uti-lizam-se do Oxignio para obter energia atravs de sua reao comum composto orgnico complexo).

    Aps ter passado por esta fase o esterco de boi curtido enriquece osolo com protenas especficas, contribuindo assim para a recompo-sio de Nitrognio no solo (as protenas contm grande quantidadede Nitrognio e quando degradas liberam este elemento).O teor de hmus no solo tambm aumenta, pois o esterco enriqueceo solo de matria orgnica morta.

    A partir do esterco de boi possvel fazer o composto conhecido

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    como bokashi. Este ltimo constitudo de matria orgnica passa-da por processo de fermentao controlada.A umidade, temperatu-ra, tipo e estado das matrias-primas, alm da proporo de carbonoe nitrognio que h no composto, definem se a fermentao da ma-

    tria orgnica ser de boa ou m qualidade.

    O uso do bokashi , geralmente mais recomendado que o uso do es-terco de boi puro no solo, pois o ltimo pode causar danos cultura.Pode ser produzido por fermentao aerbica ou anaerbica (semnecessidade de Oxignio), sendo que na primeira necessrio o re-volvimento das leiras ou composteira, de modo que se possa aerar ocomposto e permitir a decomposio completa e na segunda no hnecessidade do revolvimento do composto.

    O Bokashi, alm de fornecer nutrientes ao solo, carreia o mesmo commicroorganismos, que atuam na fermentao do solo, permitindoque outros microorganismos, benficos ao solo e s plantas, atuem(como micorrizas, fungos, fixadores de nitrognio etc).

    Problemas ambientais relacionados ao despejo indevido deesterco de animais

    Os dejetos animais, constitudos principalmente de esterco e urinacomeam a constituir um problema ambiental quando o solo dapropriedade no consegue absorver suficientemente quantidade dedejetos produzida pela criao.

    Quando o volume de dejetos produzido se adequa capacidade deabsoro do solo, ele pode inclusive ser utilizado para a produo deadubo orgnico. Porm quando a produo de dejetos excede a taxa

    de absoro dos solos, os primeiros passam a causar srios proble-mas de poluio, principalmente relacionados aos recursos hdricose s reas de manaciais, sendo que as guas poludas por esterco deanimais de criao possuem uma taxa de oxigenao menor do queas poludas por esgoto domstico. Sem oxignio, as guas perdemrapidamente a capacidade de manuteno da fauna e da flora queabrigam, processo conhecido como eutrofizao.

    No caso dos suinocultores, um levantamento do Servio de Exten-so Rural do Paran, mostra que apenas 10 a 15% dos produtoresparanaenses possuem algum tipo de sistema para o tratamento ouaproveitamento do esterco suno e que cerca de 85% das fontes de

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    gua do meio rural esto contaminadas por coliformes fecais oriundosdo despejo de dejetos sunos em rios ou mananciais (nascentes).

    A emisso de dejetos animais e humanos compromete a qualidade

    de vida das populaes rurais, urbanas e a sobrevivncia da fauna eflora alocadas prximo dos cursos dgua e mananciais.Pode-se dizer que uma das alternativas para a diminuio da emissode dejetos animais nos cursos dgua a racionalizao da alimenta-o desses animais. Uma alimentao adequada poderia diminuir opotencial poluidor das fezes destes, assim como o volume produzido.

    Uma alternativa remanejar o esterco como biofertilizante. Os deje-tos podem ser usados na fertilizao de lavouras, trazendo ganhoseconmicos ao produtor, alm de manter a qualidade dos solos eno comprometer o meio-ambiente.

    Para isso, de fundamental importncia a elaborao de um planotcnico de manejo e adubao, que considere a composio qumicados dejetos, a rea a ser utilizada, a fertilidade e tipo de solo e as exi-gncias da cultura a ser implantada.

    Apesar destas medidas auxiliarem na diminuio da contaminaodas guas dos rios por dejetos animais, elas acabam sendo restriti-vas, pois a utilizao de dejetos puros como adubo (sem sofrer trans-formao aerbica ou anaerbica) no pode ultrapassar o limite deabsoro do solo da propriedade rural. Por outro lado, a racionali-zao da alimentao dos animais, pode representar um aumentonos custos da cultura, tornando a produo invivel, pois envolve acontratao de nutricionista, que elabore a quantidade adequada de

    nutrientes da dieta dos animais.

    Uma medida vivel, para a reutilizao do esterco animal seria a im-plantao de biodigestores na propriedade rural.

    O biodigestor formado basicamente de uma cmara fechada, ondeo esterco (ou qualquer outro tipo de biomassa) ser fermentado porbactrias anaerbias, produzindo biogs e biofertilizante. O biodi-

    gestor no cria o biogs, mas cria condies para que as bactriasanaerbias possam fazer reaes qumicas, a partir da matria org-nica, resultando em biogs.

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    As principais bactrias presentes no processo de fermentao ana-erbica so as metanognicas, que ao degradar a matria orgnicaproduzem metano.

    Sabendo-se que hoje a energia eltrica utilizada por quase toda apopulao brasileira e assim tambm pelos pequenos produtores,produzida por meio de hidreltricas, o biodigestor, atualmente, po-deria funcionar como uma fonte alternativa de energia, at porque oimpacto ambiental e social da produo de energia a partir de hidre-ltricas muito alto alagamento de grandes reas de mata nativa ede propriedades de pequenos produtores rurais, realocao dos ha-bitantes que moravam nestas reas alagadas, transformao de reasprodutivas em improdutivas e afetao da fauna e flora local.Neste sentido a utilizao de biodigestor para a o tratamento dosdejetos animais vem como uma alternativa de aquisio de energiaeltrica para o produtor, alm de alternativa de fonte de adubo paraqualquer cultivo que se faa.

    Evidentemente, a energia obtida pelo biodigestor bem menor quea energia obtida a partir de hidroeltricas, sabendo-se que o portedestas bem maior que o nmero de biodigestores existentes hoje

    no pas, entretanto a produo de energia pelo biodigestor quaseno causa impactos ambientais negativos, sendo que a produode energia barata, no h deslocamento de populaes nemdestruio de biomas e terras propiciamente frteis, nem emissode nenhum poluente ou resduo (como no caso das termeltricase usinas nucleares). Alm disso, a produo de energia se d pelareutilizao de um composto originariamente tido como lixo ouresduo: o esterco.

    Construo de uma esterqueira utilizao do estercocomo aduboComo abordado anteriormente, o despejo do esterco no ambientepode trazer srios danos a este e a sociedade. Alm disso, mesmoquando se trata de uma pequena propriedade que acumula o ester-co para secagem, este pode atrair vetores de doenas, alm de per-der o valor como adubo orgnico.

    O esterco bovino, no caso, funciona como um timo adubo e possuio equivalente 155 quilos de sulfato de amnia, 100 quilos de fosfatonatural e 40 quilos de cloreto de potssio.

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    A esterqueira permite a fermentao do esterco, diminuindo seu po-der poluidor e possibilitando seu posterior aproveitamento comofertilizante em lavouras e pastagens. Alm disso, uma vantagem des-se sistema que durante o processo de curtimento ou cura (tempo

    necessrio para que a ao das bactrias se complete, transforman-do o material em compostos inorgnicos) a elevada temperatura dafermentao destri a maioria das sementes de pragas e os germescausadores de doenas.

    Existem vrios tipos de esterqueira, sendo que elas se diferem pelotipo de dejeto utilizado lquidos ou slidos. Entretanto, indepen-dente do modelo, ela deve ser construda, pelo menos a 50 metrosdo estbulo, onde esto abrigados os animais e a 200 metros da mo-radia, evitando transtornos causados pela proliferao de moscas emau cheiro.

    Esterqueira para material lquidoEsse tipo de esterqueira, tambm conhecida como chorumeira, utilizada em propriedades que utilizem gua em abundncia, tantopara a lavagem dos currais e de carretas-tanque, como para irrigaode lavouras ou pastagens.

    A lavagem diria do estbulo, muito comum nas propriedades comboas condies de higiene, uma exigncia na produo de leite demelhor qualidade. A gua utilizada encaminhada por tubos ou ca-naletas, indo diretamente para a esterqueira - localizada num nvelmais baixo que o estbulo - de modo a possibilitar o escoamento domaterial por gravidade. Tambm conveniente a construo de umacaixa de passagem, para ajudar na retirada de materiais slidos que

    possam entupir a tubulao.

    A chorumeira nada mais do que um reservatrio onde a gua, jusada, armazenada por alguns dias. Pode ser construda enterrada,reduzindo custos e facilitando a execuo.

    O dimensionamento dessas esterqueiras feito considerando umvolume de 100 litros de gua por animal por dia, incluindo dejetos e

    a gua de limpeza. Por exemplo, para 50 vacas entabuladas, a produ-o diria de 5.000 litros (5 metros cbicos). Portanto, para 3 dias dearmazenamento, a chorumeira deve ter um volume total mnimo de15 metros cbicos (4,2m X 2,6m X 1,5m).

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    A gua servida deve ficar por, no mximo, trs dias dentro da choru-meira. Por isso, periodicamente ela deve ser retirada por suco, coma utilizao de uma bomba acoplada tomada de fora de um trator(Figura 1).

    Figura 1: retirada da gua da chorumeira por suco.

    Disponvel em:. Acesso em: 07 de jun. 2006

    Em locais inclinados, a carreta-tanque pode ser carregada por gravi-dade (Figura 2).

    Figura 2: retirada de gua da chorumeira por gravidade.

    Disponvel em: . Acesso em: 07 de jun. 2006.

    O fundo da chorumeira deve ter um rebaixo no piso, para facilitar adescarga. Tambm deve ser feita uma tampa de 60cm X 60cm, parapermitir o emprego de mangotes de suco dos tanques coletoresou a execuo de vistorias.

    A construo da chorumeira comea pela escavao do buraco ondeela vai ficar.

    O fundo do buraco deve ser bem compactado, nivelado e coberto

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    com uma camada de 5cm de concreto magro, sobre a qual deve serfeita uma laje de concreto armado de 10cm de espessura.

    Uma maneira fcil e econmica de construir as paredes desse tipo de es-

    terqueira usar blocos de concreto de 20cm de largura, reforados compilaretes e cintas, na base e no topo, previamente definidos no projeto.

    Se a parede tiver mais de 1,6m de altura, tambm preciso fazer umacinta intermediria meia altura. A cinta de amarrao no topo daparede feita com blocos canaleta (da mesma largura dos blocos daparede), amarrados com dois vergalhes de 6mm de bitola. As pare-des internas da esterqueira devem ser revestidas com argamassa deimpermeabilizao, para evitar infiltraes. O fechamento superiorda chorumeira recomendvel, para evitar proliferao de moscas eacidentes ou quedas de animais no seu interior. Pode ser usada umalaje macia ou uma pr-moldada.

    Construo de esterqueira para material slidoApesar de o sistema de compostagem ( ou seja, o curtimento do es-terco com restos orgnicos em camadas sobre o solo) estar sendomuito utilizado hoje em dia, as esterqueiras para material slido ain-

    da so bem aceitas pelos produtores que possuam limitao de guae de equipamentos.

    Os locais mais adequados para a construo de esterqueiras paramateriais slidos so os terrenos inclinados, onde seja possvel exe-cut-las de forma semi-enterrada, reduzindo custos de construo efacilitando a carga e descarga do esterco (Figura 3).

    Figura 3: Modelo de esterqueira semi-enterrada.

    Disponvel em:

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    ras/esterqueiras.htm >. Acesso em: 07 de jun. 2006.

    O tempo necessrio fermentao completa do material de 60 a90 dias, dependendo da temperatura mdia da regio onde vai ser

    construda a esterqueira. Em regies mais quentes, a fermentao mais rpida.

    O tamanho das esterqueiras para material slido deve considerar aproduo de esterco que varia de acordo com as condies de cria-o (tabela 1).

    Tabela 1: dimensionemento da esterqueira,considerando a quantidade de esterco produzida

    Dimensionamento da esterqueira para material slido

    Condies de criaoQuantidade diria de dejetosproduzidos por animal

    Confinamento 40kg

    Semiconfinamento 15kgFonte: Associao Brasileira da Indstria de Mquinas e Equipamentos

    Por exemplo, 25 vacas criadas em sistema de confinamento produ-zem 1.000 kg de esterco por dia (40 kg por vaca por dia X 25 vacas).Considerando que o esterco tem densidade 600kg por metro cbico,a quantidade produzida ocupar um volume aproximado de 1,7 me-tros cbicos por dia (1000 kg dividido por 600kg por metro cbico).Para 20 dias de coleta de esterco, ser, portanto, necessrio um com-partimento com 34 metros cbicos ( 20 dias X 1,7 metros cbicos pordia), ou seja, com 2,5m de altura, 3,2m de largura e 4,25m de compri-mento. Assim, nesse caso, para um perodo mnimo de curtimentode 60 dias, a esterqueira pode ter trs compartimentos, cada um dosquais ser preenchido a cada 20 dias.

    O esterco, depois de raspado, pode ser transportado por veculo, car-roa ou reboque de trator e despejado pela parte de trs (lado maisalto) da esterqueira. A retirada feita pelo lado mais baixo (figura 4).

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    Figura 4: retirada do biofertilizante da esterqueira, aps reao qumica entrebactrias com o esterco na mesma.

    Disponvel em: . Acesso em: 07 de jun. 2006.

    As paredes frontais devem ser executadas com materiais que facili-tem a descarga do esterco j curtido. O uso de sistemas de pilaretespr-moldados de concreto mais prtico. Neles so encaixadas pran-chas de madeira, retiradas medida que o esterco vai sendo descar-regado. A rea deve ser coberta com telhas de fibrocimento, paraproteger o material contra a incidncia do sol e da gua da chuva.

    O lquido que escorre (chorume) deve ser encaminhado para umtanque, tambm conhecido como tanque de chorume - evita o seuescorrimento pelo terreno e a ploriferao de moscas. Para isso, ofundo da esterqueira deve ser construdo com um caimento de 2%(2cm por metro) em direo a uma canaleta, que levar o lquido es-corrido at o tanque. Esse pode ser feito com tubos pr-moldados deconcreto, assentados sobre uma base de concreto.

    O tamanho desse tanque pode ser calculado com base na produode um volume de 50 litros de chorume por metro quadrado de reade compartimento carregado. Por exemplo, uma esterqueira comtrs compartimentos a ser utilizada no clculo ser de 2 unidades x3,2m x 4,6m ou seja, aproximadamente 30 metros quadrados. O volu-me do tanque ser de 50 litros x 30 metros quadrados, ou seja, cercade 1.500 litros. Um tubo de 1,5m de dimetro e 1m de comprimentoser suficiente. O chorume coletado no tanque deve ser bombeado

    periodicamente sobre o esterco que est sendo curtido, e o excesso,lanado diretamente nas lavouras.

    A esterqueira para material slido pode ser feita com concreto arma-

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    do ou bloco de concreto. A sua construo comea pela escavao dolocal onde ela vai ficar, sendo que o fundo do local deve ser bem com-pactado e nivelado. A seguir, devem ser feitas as fundaes. Na maioriados casos usado o baldrame, com 20cm de largura e 40cm de altura e

    para facilitar, a fundao pode ser feita com blocos-canaletas.

    As paredes da esterqueira so feitas com blocos de concreto de 20cmde largura. Os pilares pr-moldados das divisrias frontais podem sersemelhantes queles usados nos muros de placas de concreto. Porfim, as rachaduras laterais servem para encaixar as tbuas de fecha-mento.

    Tambm conveniente construir uma cinta de amarrao no topo daparede. Ela pode ser feita com bloco-canaleta da mesma largura dobloco da parede. Depois de amarrada com dois vergalhes de 6,3mmde bitola, ela deve ser preenchida com concreto.

    Para terminar, as paredes internas da esterqueira devem ser revesti-das com argamassa de impermeabilizao, para evitar infiltraes. Opiso de concreto, com 10cm de espessura, deve ser feito sobre umacamada de 5cm de concreto magro e a cobertura pode ser feita com

    telhas de fibrocimento: ela evita a perda das caractersticas fertilizan-tes do esterco pela ao do sol, e o encharcamento do mesmo noperodo das chuvas.

    Uso de esterco para a produo de energia,a partir da construo de um biodigestorO uso do esterco bovino como biofertilizante pode impedir que se da contaminao dos lenis freticos e das reas de mananciais, en-

    tretanto esta prtica apresenta alguns fatores restritivos. Assim, a utili-zao do esterco bovino puro, sem passagem por reao anaerbica,no pode ultrapassar o limite mximo de absoro do solo da proprie-dade rural. Por outro lado, a racionalizao da rao animal aumentaos custos da criao, pois envolve a contratao de um nutricionista.

    Apesar disso, a implementao de biodigestores nas propriedadesrurais pode se transformar numa das medidas mais eficazes no com-

    bate poluio dos recursos hdricos.

    O biodigestor consiste, basicamente, numa cmara fechada, onde abiomassa o volume de esterco bovino produzido fermentada

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    anaerbicamente, sem a presena de gs oxignio atmosfrico, demodo que se produza biogs e biofertilizante. importante lembrarque o biodigestor no produz o biogs, ele apenas um aparelhodestinado a conter a biomassa (que pode ser tanto esterco, como o

    lixo orgnico produzido na moradia) e o produto de sua fermentaopelas bactrias anaerbicas. A fermentao da biomassa numa es-terqueira comum tambm produz biogs, mas este escapa, por noexistir nenhuma barreira que impea a sua fuga.O biodigestor produz as condies ideais para que as bactrias meta-nognicas que produzem o gs metano, a partir da degradao damatria orgnica produzam o combustvel, que poder ser usadona produo de energia.

    O principal mtodo de produo de energia hoje utilizado pela maio-ria dos brasileiros consiste no uso das hidreltricas. Apesar desta serconsiderada um mtodo limpo, comparado com as termeltricas eusinas nucleares, ela ainda gera grandes impactos negativos scio-ambientais, haja vista a necessidade de se alagarem grandes exten-ses de terra, para a formao das represas e da retirada de algumaspopulaes humanas que habitavam a regio. Com o alagamentodestri-se grande quantidade de fauna e flora, que muitas vezes nem

    chegaram a serem conhecidas e tornam terras antes produtivas, to-talmente inviveis.

    neste sentido que o biodigestor vem como uma forma alternativade produo e gerao de energia. Fica claro que a quantidade deenergia produzida pelo biodigestor bem menor que a produzidapelas hidreltricas, principalmente devido ao porte das hidreltricasexistentes, comparada a quantidade de biodigestores. Em compen-

    sao, os impactos sociais e ambientais causados pelo biodigestorchegam prximos de zero, pois a produo de energia barata, di-minui-se a produo de lixo domstico produzido e evita-se que oesterco de animais seja despejado em lugares inapropriados. Almdisso, os resduos da reao anaerbica da matria orgnica com asbactrias metanognicas pode ser usado como biofertilizante.

    Biodigestores

    Os biodigestores so compostos basicamente de duas partes: um re-cipiente (tanque) para abrigar a biomassa e permitir a sua digestoe o gasmetro (campnula), que armazena o biogs. Apesar de seremcompostos das mesmas partes, existem vrios tipos de biodigestor, em

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    relao ao seu abastecimento: ele pode ser contnuo, com um abaste-cimento dirio de biomassa e com descarga proporcional entradade biomassa, ou intermitente, quando utiliza a capacidade mxima dearmazenamento de biomassa, retendo-a at a digesto completa.

    O modelo de abastecimento intermitente mais indicado quando omaterial que compem a biomassa composto de materiais orgni-cos de decomposio lenta e com longo perodo de produo, comoa palha ou forragem misturada com dejetos animais.

    Existem dois modelos principais de biodigestores: o chins e o india-no. A partir destes foram feitas adaptaes, de acordo com as carac-tersticas das regies brasileiras a serem construdos.

    Recomenda-se a leitura da tese de doutorado sobre a utilizao debiodigestores em pequenas e mdias propriedades rurais, de GasparLeme Bedran Rita Maria. Disponvel em: . Acesso em: 04 de jul 2006. As informaes referentes aconstruo de biodigestores esto concentradas principalmente en-tre as pginas 29 a 47.

    CONCLUSES E RECOMENDAESO destino inadequado de biomassa, tanto referente ao lixo orgnicoproduzido nas residncias urbanas e rurais, como ao esterco produ-zido pela criao animal pode vir a comprometer a qualidade dos re-cursos hdricos que se encontram prximos da regio, onde se instalaa propriedade. Estes recursos podem estar dispostos tanto na formade rios e lagos, como em reas de manaciais ou lenis freticos. por isso que o destino correto da biomassa produzida deve se dar

    pela produo de uma composteira, esterqueira ou mesmo de umbiodigestor, que alm de produzir o biofertilizante, armazena o gsmetano produzido, permitindo que o produtor possa obter energiapara outros fins.

    Recomenda-se:

    A leitura da tese de doutorado de Gaspar Leme Bedran Maria Rita, so-

    bre a utilizao de biodigestores em pequenas e mdias proprieda-des rurais, para a conduo correta do esterco produzido por sunosna regio de Toledo, no Paran. Apesar da tese se referir a criao desunos, as informaes contidas nesta, podem ser facilmente utiliza-

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    das pelo criador de bovinos. Disponvel em: < http://teses.eps.ufsc.br/de-fesa/pdf/7626.pdf>. Acesso em: 04 de jul. 2006.

    O acesso ao stio da ASBRAER (Associao Brasileira das Entidades Es-

    taduais de Assistncia Tcnica e Extenso Rural) sociedade civil quecongrega as instituies pblicas estaduais responsveis pela exten-so rural no Brasil (sua criao se deu aps a extino da EMATER).A ASBRAER pode dar assistncia tcnica para a construo de umaesterqueira e de um biodigestor. Disponvel em: < http://www.emater.com.br/estatais.htm> .Acesso em: 04 de jul. 2006.

    Endereo da ASBRAER em So Paulo: Av. Brasil, 2340 - Jardim Guana-bara / CEP: 13073-001 Campinas - SP. Disponvel em: < http://www.cati.sp.gov.br>. Acesso em: 04 de jul. 2006.

    O acesso ao stio Lixo orgnico, que contm informaes sobre aproduo de lixo rural. Disponvel em: < http://www.planetaorganico.com.br/trabdarlixo.htm>. Acesso em: 04 de jul. 2006.

    Consulta ao site do Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas que pos-sui respostas sobre compostagem e adubo orgnico. Ao efetuar a

    busca utilizar as palavras-chave compostagem e adubo orgnico.

    FONTES CONSULTADAS

    FONSECA O. C. Antnio. Viabilidade de substratos orgnicos e NPKna cultura de amendoinzeiro (Arachis hypogea L.) em um latossolodo recncavo baiano. Dissertao (Mestrado em Cincias Agrrias) -Escola de Agronomia, Universidade Federal da Bahia, Cruz das Almas,

    2005. Disponvel em: .Acesso em: 06 de jun de 2006.

    GASPAR, Leme B. M. Rita. Utilizao de biodigestores em pequenase mdias propriedades rurais com nfase na agregao de valor: umestudo de caso na regio de Toledo PR. 2003. 119 f. Tese (Doutora-do em Engenharia de Produo) - Centro Tecnolgico, Universidade

    Federal de Santa Catarina, Florianpolis. 2003. Disponvel em: . Acesso em: 04 de jul. 2006.

    Associao Brasileira da Indstria de Mquinas e Equipamentos. Dis-

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    ponvel em: Acesso em: 07 de jun. 2006.

    NOME DO TCNICO RESPONSVELCamila Gomes Victorino

    DATA DE FINALIZAO04 de jul. 2006

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    AGLOMERANTE PARA CARVO

    PALAVRASCHAVECarvo; resduo do carvo; reciclagem do carvo; briquetes; aglome-rante para resduo de carvo

    IDENTIFICAO DA DEMANDAGostaria de saber sobre reciclagem do carvo, se h algum aglomertan-te com o qual possa trabalhar o resduo para o mercado domstico.

    SOLUO APRESENTADASegundo o Prof. Hlio Wiebeck, do Departamento de Engenharia dosMateriais, o melao da cana de acar pode atuar como aglomerantedo carvo vegetal. Este melao tambm indicado num estudo sobrea possibilidade de briquetagem do carvo vegetal desenvolvido peloIBAMA, cujo objetivo era responder a crescente demanda de resdu-os produzidos pelas siderrgicas. Pois a preocupao com reutiliza-o de resduos produzidos numa industria demonstra, no somente

    a escassez do produto e a economia dos custos de produo, mastambm a foragem de uma conscincia ecolgica vinda de diversossetores da sociedade. Contudo, os baixos preos obtidos com a ma-deira destinada para queima no Brasil, faz com que a reciclagem docarvo no seja to vivel como nos Estados Unidos e na Europa Oci-dental. Dependendo do aglomerante utilizado, o briquete pode terum custo mais elevado que o carvo; razo pela qual deve-se fazerum estudo prvio, analisando a capacidade de produo de resduos

    com a manuteno de equipamentos e materiais para reciclagem.Ademais, o mercado brasileiro quase desconhece o uso domsticodo briquete, ainda que as possibilidades e vantagens de exportaodo produto devam ser levadas em conta num inicio de negcio.

    Nesse sentido o SEBRAE pode estar prestando apoio sobre a viabili-dade de negcios para empresas que estejam interessadas em diver-sificar sua produo a partir dos resduos produzidos. Tambm viaSEBRAE possvel obter ajuda tecnolgica, caso haja interesse emdesenvolver um processo de reciclagem da madeira, no caso, a viabi-lidade de reuso do carvo. Trata-se do projeto PRUMO desenvolvidopelo IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas que, com o apoio de

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    tcnicos gabaritados e laboratrios mveis, presta ajuda ao pequenoempresrio na soluo de problemas tecnolgicos e de produo. Ocusto deste servio financiado quase totalmente pelo SEBRAE, ca-bendo ao empreendedor um custo muito acessvel.

    Deve-se tambm voltar a ateno para produtos com potencialida-des para aglomerantes e , que so resduos de reas produtivas pr-ximas a empresa que deseja reciclar o carvo. Por exemplo, bagaosde cana de acar podem ser prensados juntos as cinzas em regiesprodutoras de cana ou resduos de celulose rica em amido e ligninapodem ser uma boa opo para aglomerantes dos resduos do car-vo em rgios produtoras de papel.

    Abaixo, introduzimos o texto sobre o estudo elaborado pelo IBAMA.

    INTRODUOO Brasil o maior produtor e consumidor mundial de carvo vege-tal, produzindo, segundo o Balano Energtico Nacional/86, 9,7 mi-lhes de toneladas/ano. Este insumo energtico em grande parteutilizado pelo setor industrial brasileiro, principalmente o segmentosiderrgico com 78,0% do consumo nacional. O segmento cimen-

    teiro, que vem substituindo de modo crescente o leo combustvelnos ltimos anos, passou de 3,0% em 1980 para 11,0% do consumonacional em 1984 e os setores residencial, comercial e pblico corres-ponderam a 9,0% do consumo em 1984. Apesar de ser um excelentecombustvel e de sua larga aplicao, algumas de suas caractersticase propriedades so desfavorveis, como a baixa densidade, friabili-dade, desuniformidade granulomtrica, restringindo sua utilizaoem certos casos. A fonte de matria-prima para o carvo fica cada

    vez mais distante dos centros de consumo, em funo do avanodas fronteiras de desenvolvimento agropecurio, desmatamentose elevao do custo da terra para reflorestamento, fazendo da suabaixa densidade um fator limitante, em face do custo de transporte.O carvo vegetal gera nas fases de produo, transporte, manuseioe peneiramento nas usinas siderrgicas uma quantidade elevada definos, poden-do chegar a 25% do total produzido e, em alguns casos,apresentando dificuldades e/ou inviabilidade para o seu aproveita-

    mento. Estes finos representam, hoje, cerca de 2,0 mi-lhes de tone-ladas/ano, correspondendo a 1,3 milho de tEP. Atravs do processode briquetagem do carvo vegetal, com uso de aglutinantes, ou seja,tcnica que envolve balanceamento granulomtrico, mistura pro-

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    porcional de agluti-nante, compactao e secagem, consegue-se oaproveitamento dos finos de carvo na forma de um combustvel demelhor densidade, mais homogneo, granulometria uniforme, maiorresistncia mecnica e baixa gerao de finos, mantendo-se as ca-

    ractersticas energticas do carvo, facilitando o manuseio, a estoca-gem, a utilizao do mesmo e permitindo o seu transporte a maioresdistncias. Este trabalho objetiva apresentar um breve histrico dasexperincias de briqueta-gem do carvo vegetal no Brasil e os resul-tados alcanados at o momento, com a pesquisa que vem desen-volvendo o Laboratrio de Produtos Florestais Instituto Brasileirodo Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis/Diretoria deIncentivos Pesquisa e Divul-gao no estudo de um processo debriquetagem do carvo com prensa extrusora, com o apoio de em-presas como Themag Engenharia, Acesita Energtica S.A. e MquinasMoran-do S.A.

    REVISO BIBLIOGRFICAA briquetagem do carvo vegetal hoje um processo j bastanteconhecido no exte-rior, com inmeras indstrias operando, princi-palmente nos EUA e Europa. Apesar de ser o maior produtor e con-sumidor de carvo vegetal do mundo, o Brasil no possui tradio

    industrial na produo de briquetes de carvo. A escassa bibliografiaexistente sobre o assunto registra experincias desenvolvidas no pas,tanto em escala de laboratrio quanto em escala piloto, por algumassiderrgicas e instituies de pesquisa, visando aglomerao dosfinos de carvo vegetal para uso industrial. A Companhia SiderrgicaBelgo Mineira (4) realizou, em 1959, estudos em labora-trio objeti-vando a aglomerao de finos de carvo vegetal para uso em altoforno. O carvo utilizado provinha da sobra de moinha, estimada em

    120t/dia. Foram usados dois tipos de aglomerantes, inicialmente o al-catro vegetal, obtido na carbonizao da madeira de eucalipto, semtratamento especial, a no ser a sua desidratao e desacidificao.Posteriormente utilizou-se um alcatro parcialmente destilado cha-mado de BOP (Breu e leos Pesados). Segundo OLIVEIRA (4), para aobteno de aglomerados de boa qualida-de deve-se ter particularateno quanto granulometria e umidade da moinha, qualidade,proporo do ligante, temperatura do carvo e da pasta. Os estudos

    da Belgo Mineira concluram que a aglomerao dos finos de carvovegetal com o aglomerante BOP oferece vantagens tcnicas, supri-mindo o estufamento e a destilao de aglomerados, mas neces-srio tratar o alcatro. Apesar de terem concludo que a briquetagem

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    dos finos de carvo vegetal era, na poca, uma de suas melhores uti-lizaes, os trabalhos, no entanto, no foram adiante.

    BROSCH e FURUNO (2), da Diviso de Metalurgia do IPT, realizaram,

    em 1968, uma pesquisa sobre a aglomerao de moinha de carvovegetal. Dentre os parmetros estudados esto: anlise granulom-trica dos finos de carvo vegetal, separao hidrogravi-mtrica des-ses finos, composio de misturas de carvo vegetal com melao ecarvo mineral nas propores de 10 a 15% de melao e 25 a 60%de carvo mineral, presso de briquetagem variando de 55,70 e85kg/cm2, secagem dos briquetes com posterior determi-nao daresistncia compresso e comportamento dos briquetes a tempe-raturas elevadas quando em combusto e sujeitas carga de com-presso. Concluram que a separao hidrogravimtrica da moinhapermite enriquecimento da mesma, reduzindo a percentagem decinzas e impurezas. Em relao ao briquete, afirmaram que o carvometalrgico nacio-nal, em conjunto com o carvo vegetal, produzbriquetes de boa resistncia mecnica e tem bom comportamentodurante a queima. Em 1977, SILVEIRA e CAMPOS (5), da Acesita, apre-sentaram uma srie de alternativas para o uso dos finos de carvovegetal, considerando que a nica utilizao que vinha sendo dada

    a esta matria-prima, poca, era sinterizao de minrios de fer-ro. Uma destas alternativas era a briquetagem dos finos e sua utili-zao no alto-forno. Entre as caractersticas que o briquete deveriaapresentar constavam: a uniformidade granulomtrica para permitiruma distribuio mais homognea do fluxo gasoso atravs da carga;maior densidade que o carvo, conduzindo a um menor consumoespecfico de carbono e resistn-cia mecnica suficiente, tanto a friocomo quando aquecido sob presso nas condies de reao do pro-

    cesso no alto-forno.

    Em estudos e pesquisas desenvolvidas pela Mannesmann S.A., em1979, MOTTER, ARFELD e RODRIGUEZ (3) realizaram experincias, ini-cialmente em escala de laborat-rio, utilizando prensa de cilindro ro-tativo Komarek, concluindo que o briquete de melhor qualidade foiobtido tendo como aglomerante o melao de cana. Posteriormente,construiu-se uma prensa maior de cilindros rotativos, rolo de 495mm

    de dimetro e largura de 320mm, com capacidade de produo es-timada em 1,5t/hora de briquete. Com o uso do melao in natura,os briquetes apresentavam alta higroscopicidade, sendo tambmrequeri-da uma grande quantidade de melao, cerca de 30%. Estu-

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    dou-se, portanto, um tratamento trmico para o aglomerado, visan-do a diminuir sua participao na mistura e, conseqente-mente,minimizar a higroscopia do briquete. A moinha utilizada foi tambmparcialmente desvolatilizada em forno rotativo a 700oC. Aps in-

    meros ensaios, estabeleceu-se que os briquetes para uso siderrgicodeveriam satisfazer os seguintes requisitos: teor de cinzas abaixo de12%, materiais volteis abaixo de 15%, carbono fixo acima de 73%,enxofre de 0,5% e resistncia mecnica na compresso maior que70kg/cm2.

    Foram testadas em fornos de reduo da Mannesmann S.A. 340 to-neladas de diferentes tipos de briquetes, conseguindo-se substituirat 10% do carbono fixo provenien-te do carvo vegetal, sem alterarmuito a marcha do forno. No forno eltrico de reduo, substituiu-se at 20% do carbono fixo, tendo o forno aceitado bem a alteraode carga, com marcha bastante regular. Em recente visita empresa,informaram-nos que os resulta-dos tcnicos do programa de brique-tagem foram satisfatrios, mas economicamente desin-teressantes,uma vez que os custos incorporados a estes finos tornariam o brique-te mais caro que o carvo, e as vantagens operacionais no justifica-vam a elevao do custo, havendo mercado para a moinha.

    As pesquisas com carvo vegetal de babau, desenvolvidas no Cen-tro de Pesquisas da Usiminas, foram iniciadas em 1975, objetivando oemprego deste combustvel na sinterizao, em substituio parcialou total ao coque fino. Segundo ASSI et alii (1), a partir de 1979 co-meou a ser estudada a briquetagem de carvo de babau, visando obteno de briquete com resistncia a quente compatvel com seuuso em cubils e altos-fornos de pequeno porte. Como aglomeranteutilizaram-se dextrina de milho (produto intermedirio formado na

    hidrlise do amido), piche com baixo ponto de amolecimento, entre36 e 40oC, melao e emulso asfltica. Estas experincias permitiramconcluir que possvel empregar o carvo vegetal de babau na for-ma de briquete, com boa resistncia mecnica a frio e a temperaturaselevadas, desde que se usem como aglomerante o piche de carvomineral e a dextrina de milho. Pode-se tambm substituir o coqueem fornos cubils, com 600mm de dimetro, por briquetes, acarre-tando aumento no consumo de combustvel e queda da produo

    horria de ferro fundido.

    Segundo BORBA (6), a Usiminas realizou experincias com brique-tes de carvo vegetal em escala industrial, em 1977, com resultados

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    satisfatrios. Relatrios internos mostraram que na coqueria no 01poderiam ser consumidos at 200 mil toneladas/ano de moinha decarvo vegetal, via briquete.

    Em toda a usina o consumo de carvo vegetal poderia ultrapassar500 mil toneladas/ano. Os estudos visando a implantar o processode briquetagem nas coquerias da empresa foram interrompidos nofinal da dcada de 70, em virtude das dificuldades econmicas queo pais atravessava.

    Em relao produo de briquetes de carvo vegetal para uso do-mstico, tanto em escala de laboratrio como em escalas piloto ouindustrial, pouco se tem desenvolvido no pas. No obstante, esta aprincipal utilizao dos briquetes de carvo produzidos no exterior,com mercado mundial estimado em 1,5 milho de toneladas/ano. Aproduo brasileira resume-se, hoje, a atividades pioneiras e isoladasde pequenos produtores, que apesar de possurem mrito em geralno conseguem obter as qualidades exigidas pelo mercado consu-midor, no atingindo tambm os nveis de produo e comercializa-o encontrados em outros paises.

    O processo utilizado atualmente no exterior para a produo de bri-quetes de uso domstico divide-se em: moagem e classificao docarvo, mistura do aglutinante e gua, prensagem, secagem, emba-lagem e estocagem. Os equipamentos bsicos so constitudos de:moinho de martelo, misturador com eixos de ps horizontais, pren-sa de rolos cilndricos giratrios com capacidade variando de 0,5 a5 toneladas/hora, forno de secagem contnua, silos de estocagem eempacotador/dosador automtico. O aglutinante mais usado na pro-

    du-o destes briquetes o amido industrial de milho no-refinado,sendo que o briquete contm normalmente 85% de carvo, 6 a 10%de aglutinante (amido) e 5 a 8% de umidade. Os briquetes apresen-tam, geralmente, uma forma quadrada com os cantos arredondados(tipo almofada), volume de aproximadamente 30 cm3 e densidadena faixa de 0,4 a 0,7g/cm3.

    Existe urna srie de fatores que impediu o desenvolvimento desta

    atividade em nosso pas, dentre eles pode-se citar: o consumo de car-vo vegetal ser quase que exclusivo na siderurgia e a falta de experi-ncia em larga escala, bem como o desinteresse econmico do usodo carvo briquetado neste setor; o elevado custo das matrias-pri-

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    mas utilizadas como aglomerantes; o baixo preo pago pelo carvovegetal a granel, tornando economi-camente invivel qualquer in-vestimento em briquetagem e, em conseqncia, a falta de mercadointerno para este produto.

    Pela inexistncia de um mercado interno atraente, o pas ainda nodispe de nenhuma indstria que produza equipamentos para bri-quetar o carvo vegetal. Existem tentativas experimentais e isoladasde projetos deste tipo de equipamento, mas ainda com caracters-ticas bastante diferenciadas, baixa capacidade de produo e defi-ciente em engenharia de processo, pensando-se em unidade debriquetagem industrial. Entretanto, acredita-se que o carvo vegetalbriquetado pode atender tanto ao mercado externo como ao futuromercado interno, a preos competitivos, desde que se desenvolva oprocesso de briquetagem com equipamentos nacionais, matria-pri-ma e aglutinantes economicamente viveis, sendo estes dois ltimosos principais responsveis pelo custo de produo do briquete do-mstico.

    ESTUDO DE PROCESSO EXTRUSIVO PARA BRIQUETARO CARVO VEGETAL

    Em se tratando de briquetagem do carvo vegetal no Brasil, fica bemcaracterizada uma lacuna existente entre as experincias desenvol-vidas at agora e a caracterizao de uma unidade de produo in-dustrial. Dentro desta lacuna insere-se a iniciativa do Laborat-rio deProdutos Florestais/LPF, do IBAMA, que, desde 1983, vem pesquisan-do na rea de briquetagem do carvo e resduos ligno-celulsicos,objetivando levantar parmetros tcnicos e econmicos, com o in-tuito de definir um sistema de produo de briquetes, com tecnolo-

    gia simples e compatvel com a realidade brasileira.

    O LPF iniciou suas pesquisas dando nfase aos fatores que influen-ciam a briqueta-gem do carvo vegetal, tais como: granulometria,temperatura, presso e proporo do aglutinante. Dentre os agluti-nantes estudados destacam-se: amido de milho, fcula de mandioca,breu, resina sinttica, alcatro vegetal, cola de tanino, leo de caju emelao de cana.

    Atualmente, vem-se obtendo excelentes resultados com o estudode adaptao de um processo extrusivo, amplamente utilizado nasindstrias cermicas, para briquetar o carvo vegetal. Este processo

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    difere dos demais processos que utilizam prensas cilndricas girat-rias, pelo fato de se usar uma prensa extrusora com alta capacidadede produo, tecnologia simples e com a vantagem de ter um custocorrespondente a 20% do valor da prensa importada.

    Este trabalho retrata os primeiros resultados obtidos com os ensaiosrealiza-dos, objetivando aglomerao dos finos de carvo vegetalcom aglutinantes amilceos de milho e mandioca, atravs de proces-so extrusivo a maromba tanto em escala de labora-trio quantoindustrial.

    MATERIAL E MTODOSOs ensaios foram executados no laboratrio e prottipo industrialda empresa Mquinas Cermicas Morando S.A., Jundia-SP, sendo asanlises fsico-qumicas das moinhas e carvo vegetal, bem comodos briquetes produzidos, realizados pelo Laboratrio Produtos Flo-restais, Braslia-DF.

    Materiais e Equipamentos

    Os materiais utilizados nos ensaios foram:

    l Moinha de carvo vegetal suja (com alta porcentagem de cinzas)fornecida pela Acesita Energtica;

    l Moinha de carvo vegetal limpa (com baixa porcentagem de cin-zas) fornecida pela Acesita Energtica;

    l Carvo vegetal modo, fornecido pela Morando S.A.;l Collamil (amido regular de milho tipo Waxy) Refinaes de Milho

    Brasil;l Mogul (farinha de milho pr-gelatinizada) Refinaes de Milho

    Brasil; el Fcula de mandioca Companhia Lorenz.

    Equipamentos utilizados em laboratrio:l Maromba M-1 (prensa extrusora sem misturador);l Maromba M-2 (prensa extrusora com misturador);l Estufa de secagem com circulao de ar 220C;l Sistema de secagem com soprador de ar quente;l

    Forno mufla 1.200 C;l Batedeira de argamassa/cimento;l Triturador/agitador mecnico;l Bomba calorimtrica; e

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    l Densmetro e demais equipamentos usuais de laboratrio.Equipamentos utilizados em escala industrial:l Prottipo industrial constitudo de Maromba MVP-2 (prensa ex-

    trusora com vcuo, capacidade de produo quatro toneladas/

    hora, 40HP), misturador Morando LA3 (capacidade 15/30m3 /hora, 30/40HP);l Moinho de martelo Tigre E-12 (capacidade duas toneladas/hora,

    15HP);l Betoneiras comuns para concreto (capacidade 180 e 320 litros);l Balana tipo plataforma; el Tnel de secagem com esteira e circulao forada de ar quente

    em contracorrente dotada de temporizador.

    ProcedimentoInicialmente foram preparados trs tipos de moinha de carvo vege-tal, todos apresentando granulometria abaixo de 3,0mm. Posterior-mente realizou-se uma srie de moagens e quebra do carvo vegetalde eucalipto, nos equipamentos: moinho de martelo, desintegradorde rolos-DAFI e laminador-LA3, para se observar o desempenho des-tes equipamentos no preparo de carvo para briquetagem na ma-romba. Pelo fato de as moinhas fornecidas pela Acesita Energtica

    apresentarem uma concentrao muito alta na faixa granulomtrica,entre 2,38mm e 0,84mm, as mesmas foram trituradas em laboratrio,objetivando melhor distribuio granulomtrica, bem como maiorporcentagem de finos abaixo de 0,84mm. Adotaram-se as seguintessimbologias para identificao das moinhas e carvo vegetal modo:

    l AEL Moinha Acesita Limpa;l AES Moinha Acesita Suja; . M Moinha Morando;l AELT Moinha Acesita Limpa Triturada;l AEST Moinha Acesita Suja Triturada 1;l CVM 1 Carvo Vegetal obtido do Moinho de Martelo com pe-

    neira 01;l CVM 2 Idem com peneira 02;l CVM 3 Idem com peneira 03;l CVL carvo Vegetal Modo no Laminador;l CVD carvo Vegetal Modo no Desintegrador.

    Certos aglutinantes, como Collamil e fcula de mandioca, requeremum tratamento prvio de pr-gelatinizao, o qual pode ser obtidopor introduo de lcalis ou aquecimento. O gel obtido por aqueci-

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    mento foi misturado ao p de carvo vegetal, numa temperatura noinferior a 60C. No caso do aglutinante pr-gelatinizado, como o Mo-gul, a mistura direta ao p de carvo vegetal, adicionando-se gua.

    Nos testes laboratoriais, a mistura do p de carvo vegetal, aglutinantee gua foi feita manualmente com auxlio de uma esptula. Em segui-da, a mistura foi submetida a um processo mecnico, que consistia napassagem da massa pela maromba (sem a boquilha), a fim de se ob-ter a plasticidade e a consistncia necessria. Ao atingir este estgio,conecta-va-se a boquiiha na extremidade da maromba, extrudando amassa na forma de briquetes retangulares (filetes), que foram cortadosem sees menores, submetidos a diversas formas de secagem.

    Nos testes realizados no prottipo industrial, a mistura prvia doscomponentes (carvo, aglutinante e gua) foi feita na betoneira. Paraatingir a plasticidade e a consistn-cia desejada, repetia-se todo o proce-dimento efetuado na prensa de laboratrio. As etapas de briquetagemna maromba MVP-2 iniciam-se no sistema de alimentao da mesma e,posteriormente, ocorre a conduo da massa atravs de eixo helicoidalat a matriz de extruso, obtendo-se os briquetes extrusados pela bo-quilha da prensa, cortados em dimen-ses menores e submetidos aos

    processos de secagem. Esta secagem correspondia a um ou mais dostratamentos descritos a seguir, at atingir 5% do contedo de umidade:

    l Secagem branda em estufa a 80C por 8 horas;l Secagem inicial rpida em estufa e a partir de 50C com incremen-

    to de 1C/min, at atingir 110C, permanecendo por 15 minutos;l Secagem forada atravs de um soprador de ar quente, com gra-

    diente de temperatura variando de 50C at 80C, num perodo

    de tempo suficiente pa-ra atingir a umidade supracitada;l Secagem em forno tipo tnel com esteira e injeo de ar quente,

    com gradiente de temperatura de 40C at 90 C e tempo de se-cagem de 2 horas, na taxa de aquecimento de 0,41C/minuto.

    O Quadro 01 apresenta 24 dos 37 ensaios realizados, onde estoespecificados por-centagem de gua e aglutinantes, chamados detratamentos, tipos de aglutinante, moinha e carvo vegetal modo,

    alm dos comentrios a respeito de cada ensaio.

    RESULTADOS E DISCUSSOOs primeiros resultados obtidos neste trabalho so apresentados no

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    quadro 01. Apesar de no ter sido feito um planejamento estatsti-co, objetivando avaliar e comprovar estatisticamente a influencia ouno de certos fatores, estas informaes so importantes no estudoglobal para a definio de um processo extrusivo na briquetagem

    do carvo vegetal. Os resultados apresentados neste quadro corres-pondem s respostas de cada ensaio realizado, dando uma boa idiada influncia de alguns parmetros, tais como: distribuio granulo-mtrica da moinha e carvo modo, qualidade da moinha, dosagemdos aglutinantes com adio de gua na mistura e performance dosequipamentos testados.

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    O Quadro 02 apresenta a anlise granulomtrica da moinha e do car-vo vegetal modo utilizados nos ensaios de laboratrio e prottipoindustrial. As granulometrias das moinhas fornecidas pela AcesitaEnergtica, tipo AES e AEL, esto concentradas na faixa de 2,38mm e0,84mm. Os ensaios realizados no prottipo industrial com estas moi-nhas no apresentaram resultados satisfatrios, sendo que as tentati-vas de correo da granulometria, acrescentando a moinha Morando(M), no tiveram xito. Optou-se para a modificao granulomtricada moinha pela passagem em triturador mecnico de laboratrio etamisadas na peneira de 0,84mm. As novas moinhas, identificadascomo AEST e AELT, apresen-taram uma maior porcentagem de finosabaixo de 0,84mm, semelhante moinha tipo M, tornando possvel aproduo de briquetes, com maior consumo de gua.

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    As moinhas apresentaram, no geral, alto teor de cinzas, baixo teor decarbono fixo e conseqentemente baixo poder calorfico, em compa-rao com o carvo vegetal modo utilizado nos ensaios, conforme

    demonstra o Quadro 03. Os resultados da anlise qumica imediata edo poder calorfico desses materiais indicam que h forte correlaoentre o poder energtico dos briquetes e a qualidade das moinhasutilizadas.

    O Quadro 04 apresenta os resultados da anlise qumica imediata eda densidade aparente das amostras de briquetes produzidos emequipamentos de laboratrio e prottipo industrial. Observa-se que

    os briquetes fabricados, a partir das moinhas, apresentam alto teorde cinzas, exceto aqueles obtidos a partir do carvo vegetal modo.

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    A densidade aparente mdia dos briquetes produzidos no laborat-rio foi de 0,80 g/cm, correspondendo a aproximadamente 3 vezes adensidade do carvo vegetal. Para os briquetes produzidos no pro-ttipo industrial, a densidade mdia foi de 0,99 g/cm, equivalente aaproximadamente 4 vezes a do carvo vegetal. O poder calorfico dosbriquetes no foi determinado devido aos problemas apresen-tadosno calormetro. Realizou-se a determinao apenas para o briquetede carvo vegetal, com 6% de fcula de mandioca e extrusado na

    maromba industrial, com os seguintes resultados: PCI de 8.350 kcal/kg e PCS de 8.485 kcal/kg, em base seca. A anlise de friabilidade (tes-te de tamboramento) foi parcialmente realizada, pelo fato de no seter normas especificas para briquetes, estabelecendo a forma e o ta-manho. Porm, foram realizados testes com briquetes de dimensesaproximadas de 3,0cm de dimetro e 4,0cm de comprimento, algunsapresentando um furo interno, com aproxima-damente 4,0cm de di-metro. Os resultados do teste de tamboramento desses briquetes

    esto apresentados no quadro 05.

    Realizou-se tambm um teste de queima dos briquetes, objetivado-se avaliar o comportamento dos mesmos, quando submetidos 5 cha-

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    ma oxidante de um bico de Bunsen em laboratrio. Observou-se que,durante a combusto, os briquetes mostram uma boa resistncia me-cnica a quente, visto que no desagregaram nem mesmo racharam,quei-mando todo o material de forma uniforme e contnua.

    CONCLUSO

    Alguns estudos para produo de briquetes de carvo vegetal noBrasil com importao desta tecnologia concluram pela inviabili-dade econmica. Portanto, necessrio o desenvolvimento des-ta tecnologia no Brasil, com equipamentos e instrumentao aquiproduzidos, porquanto o pas j atingiu um bom nvel tecnolgico,at exportando produtos de elevada sofisticao. Existem indstriascapazes e tcnicos competentes para isso. Neste contexto insere-sea iniciativa do IBAMA em incentivar a adaptao de equipamentose difundir a tecnologia da briquetagem, que poder e dever trazerbenefcios aos pais, em face da sua grande vocao florestal e exube-rante potencial de biomassa.

    Apesar de os tcnicos do setor siderrgico no verem a possibilidadede substituio do carvo vegetal por briquetes num prazo inferior

    a cinco ou oito anos, a disponibilidade de carvo produzido prxi-mo s siderrgicas cada vez menor, alm do que, no processo debriquetagem, existe a possibilidade de se adequar o produto dentrodas necessidades e especificaes da siderurgia, aproveitando nos a lenha dos desmatamentos, como, tambm, os resduos agroin-dustriais em geral.

    Pode-se ainda afirmar que um perodo de cinco a oito anos quase

    insignificante para o desenvolvimento e a implantao de uma tec-nologia ou alterao de um processo industrial como o siderrgico.Considerando-se tambm que a maior parte das florestas desmata-das no norte do pas no est sendo aproveitada economicamente,a opo de aproveitamento energtico atravs da briquetagem seriauma importante perspectiva, principalmente pensando-se em mer-cado externo.

    Quanto aos testes para adaptao de uma prensa extrusora, usadana indstria cermica a maromba , apontaram bons resultados,sendo esta possivelmente a soluo, dada a inexistncia no pas deequipamentos industriais para briquetagem do carvo vege-tal.

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    As observaes e as anlises de laboratrio das moinhas utilizadasnestes ensaios mostraram uma inferioridade deste material em rela-o ao carvo vegetal, tanto pela quantidade de impurezas contidas,quanto pela prpria natureza de origem, muitas vezes proveniente

    de carves frgeis, cascas e finos. Portanto, ressalta-se que o aprovei-tamento da moinha atravs da briquetagem, mesmo que esta passepor um processo algumas restri-es quanto ao aspecto qualitativodo energtico produzido, pensando-se no seu uso industrial.

    Outro aspecto importante a distribuio granulomtrica das par-tculas finas. A granulometria influi diretamente na quantidade doaglutinante e da gua, na resistncia mecnica e decisivamente naqualidade do briquete, podendo em alguns casos, como apresenta-do nestes ensaios, impedir a extenso.

    O equipamento testado, um conjunto industrial de extenso a vcuo,para 4 tonela-das/hora, teve excelente performance, indicando, noentanto, que alguns componentes devem ser adaptados briqueta-gem do carvo. O ponto crtico no processo a mistura, j que a ex-trusora exige uma plasticidade especifica da pasta. Os misturadoresoriginais do processo cermico e betoneiras comuns no atenderam

    bem durante os testes.

    Em vista dos resultados obtidos, justificam-se a maior e a melhor in-vestigao deste processo, testando-se outros equipamentos comomoinhos, misturadores/dosadores e sistema de secagem, a fim de sedefinir um processo integrado e contnuo, visando a otimizao daatual linha de produo industrial de briquetes sugerida.(Texto acessado em 22 de ago.2006 e pode ser acessado atravs do

    linK http://www.funtecg.org.br/arquivos/aspectos.pdf#search=%22mela%C3%A7o%20%20aglomerante%22)

    CONCLUSES E RECOMENDAES

    Sugerimos a leitura de outras demandas do SBRT sobre o assuntobriquetehttp://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt3042.pdf

    http://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt1613.pdfhttp://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt1367.pdfhttp://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt671.pdfhttp://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt588.pdf

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    FONTES CONSULTADAS

    Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - http://www.sbrt.ibict.br/

    Fundao de Tecnologia Ambiental e Processamento - http://www.fun-tecg.org.br/

    Prof. Helio Wiebeck Departamento de Engenharia dos Materiais USP

    Prof. Obede Farias Departamento de Engenharia Civil UNESP

    NOME DO TCNICO RESPONSVEL

    Wladimir Barbieri Junior

    DATA DE FINALIZAO22 de ago.2006

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    GUA DE REUSO

    PALAVRASCHAVEgua de reuso, reutilizao de gua em edificaes, legislao.

    ASSUNTOMeio-ambiente, reciclagem e tratamento de resduos.

    DEMANDADetalhes sobre projeto de implantao de sistema de tratamento de

    gua em edificaes para reutilizao da mesma. Legislao sobrecritrios de tratamento de gua.

    SOLUO APRESENTADA

    Escassez de gua potvelO volume total de gua no Globo terrestre chaga a aproximadamen-te 1,4 Bilhes de km, entretanto a quantidade disponvel de gua

    potvel para uso direto no chega a 0,013% do total - localizada emrios, lagos e subsolo (grfico 1).

    Distribuio da gua no Mundo

    Disponvel em: < http://www.crq4.org.br/informativo/abril_2004/pagina09.php>. Acesso em: 07 de jul. 2006.

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    O principal problema est em que com a expanso crescente do con-sumo nos grandes centros urbanos, o volume de gua requisitadopor estes tambm aumenta, j que para qualquer atividade neces-sria quantidade de gua para refrigerao, lavagem, reao qumica

    ou, para todos os casos, de energia, que se faz de uma maneira ou deoutra, atravs do uso da gua.

    Apesar de se afirmar nos meios cientficos, que a demanda por guapotvel e a sua futura escassez, poder ser solucionada pelas novastecnologias que um dia existiro permitindo que a mais poludadas guas ou as guas salgadas dos oceanos sejam transformada emgua potvel a demanda destas mesmas tecnologias por energiaser tanta que a demanda por gua aumentar ainda mais, fazendocom que a escassez permanea.

    Ademais, ainda existe a questo da degradao dos ecossistemasexistentes nas reas de mananciais, que se vem ameaados pelaexplorao incontida deste recurso, afetando o equilbrio ecolgicodas espcies aquticas e conseqentemente todo o ecossistema doentrono.

    Dentro disso, a reutilizao da gua vem como uma soluo, aumen-tando o nmero de estudos sobre tratamento de efluentes domsti-cos e industriais, brutos ou tratados. A tcnica de reuso de gua j eraaplicada nos pases localizados em regies ridas e semi-ridas doGlobo, mas vem se aumentando nos pases preocupados com umafutura crise de gua potvel no planeta.

    No Brasil, o reuso de gua vem ganhando adeptos apesar da apa-

    rente abundncia de recursos hdricos em seu territrio principal-mente nos centros urbanos, onde o custo operacional de captao eaduo a grandes distncias vem se tornando invivel.

    A poltica Nacional de Recursos Hdricos, aumenta ainda mais a de-manda pela gua de reuso, pois afirma que, quando houver escassez, ouso da gua dever ser de prioridade para o abastecimento humano edessentao animal, o que incentiva o desenvolvimento de estratgias

    alternativas para o abastecimento dos diversos outros fins.

    gua de reusoA gua de reuso chamada assim, pois esta o produto do trata-

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    mento de uma gua utilizada anteriormente. O reuso planejado dagua faz parte de um programa encabeado pela ONU (Organizaodas Naes Unidas) e pela OMS (Organizao Mundial de Sade), quepretende alcanar, principalmente trs metas: proteo da sade p-

    blica, manuteno da integridade dos ecossistemas e uso sustent-vel da gua.

    A reutilizao pode ser feita com a gua tratada ou no e tudo de-pende de uma ao planejada. Na ndia, por exemplo, alguns pr-dios utilizam gua de reuso (tratada e sem cheiro) em sistemas dear condicionado, enquanto que na Califrnia existem estaes detratamento de esgoto para gua de reuso, com o fim de diminuir aretirada de gua dos lenis freticos, que tinha o seu volume dimi-nudo pela agricultura.

    No Brasil, o assunto comeou a ser discutido pela Sabesp, que reutili-za a gua desde a dcada de 80. Com seu projeto so reaproveitados780 milhes de litros de gua por ms, volume suficiente para abas-tecer um municpio do tamanho de Taubat.

    Hoje, a gua de reuso armazenada pela Sabesp, em excedente, abas-

    tece algumas indstrias e Prefeituras do Estado de So Paulo, a qualutiliza esta gua principalmente, para a limpeza das vias aps as fei-ras pblicas. Alm do oferecimento do excedente de gua de reusoproduzida pela Sabesp, existe tambm um Centro de reservao degua de reuso, com capacidade de 50 mil litros e que contm doisreservatrios, onde se faz as leituras dirias da gua, de modo que sepossa saber se a gua est contaminada ou no.

    Atualmente, os principais usos que se do para a gua de reuso sopara os fins de irrigao de lavouras, parques e campos, recarga deaqferos, para fins potveis e industriais, gua de resfriamento, decaldeiras e de processo, sendo que para todos estes usos necess-ria a avaliao dos sistemas de tratamento, a avaliao dos mesmos- garantindo a qualidade da gua -, a definio dos critrios de uso eos impactos negativos e positivos, envolvidos no processo.

    Quanto aplicao de gua de reuso em processos industriais, deve-se dar ateno redobrada qualidade das guas em questo e aospotenciais efeitos que esta ter na sade humana, bem como sinstalaes da indstria corroso, incrustaes e deposio de ma-

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    teriais slidos nas tubulaes, tanques e equipamentos. Alm disso,deve-se tomar especial cuidado com possveis alteraes na solubi-lidade de reagentes nas etapas de processamento e alteraes dascaractersticas fsicas e qumicas dos elementos.

    Tipos de reuso de guaO reuso pode ser classificado da seguinte maneira:

    A) reuso indireto no planejado ocorre quando a gua utilizadaem alguma atividade descarregada no meio-ambiente e nova-mente utilizada a jusante, de maneira no intencional e no con-trolada.

    B) reuso indireto planejado h tratamento dos efluentes, que sodescarregados de forma planejada em corpos de gua superfi-ciais ou subterrneas para serem utilizados a jusante, de maneiracontrolada.

    C) reuso planejado ou reuso intencional o reuso da gua passa aser resultado de uma ao humana consciente, a partir de umadescarga de efluentes, indireta ou diretamente. Pressupe-se

    a existncia de uma estao de tratamento, que atenda aos pa-dres de qualidade requeridos pelo uso desejado.

    D) reciclagem de gua reuso da gua para o mesmo fim que tiveraquando potvel, antes de sua descarga em sistema geral de trata-mento ou outro local de disposio.

    Obteno de gua de reuso

    Para a obteno de gua de reuso, provinda de efluente domsticoou industrial, so necessrios processos de tratamento especficospara cada composio de efluente.

    Dependendo das caractersticas dos efluentes e dejetos lquidos eda eficincia de remoo dos poluentes, os tratamentos podem serclassificados em:

    A) Preliminar emprega principalmente o processo fsico, com oobjetivo de remover slidos grosseiros em suspenso com gra-nulometria superior a 0,25mm e remoo de material insolvel,como leos, graxas, gorduras e solventes.

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    B) Primrio empregado para a remoo de slidos em suspenso,assim como parte da matria inorgnica e orgnica, empregan-do-se, para isso, decantadores, filtros, centrfugas, flotadores eprecipitao qumica.

    C) Secundrio empregado na remoo de slidos dissolvidos,como carboidratos, protenas e lipdios (matria orgnica) e sli-dos suspensos finos. Para este tipo de tratamento so utilizadosalguns processos como:

    C1 utilizao de bactrias anaerbias e aerbias facultativas em rea-tores, como biodigestores de lodo, lagoas anaerbias, fossa spti-ca, reatores de fluxo ascendente (RAFA) etc.

    C2 utilizao de bactrias aerbias, com necessidade constante defornecimento de oxignio para o lquido em questo. Os reatoresmais usados so as lagoas de estabilizao, fotossintticas, lagoasaeradas, lodos ativados, biodisco e filtros biolgicos.

    D) Tratamento avanado ou tercirio a partir desta etapa, obtm-seuma gua de qualidade superior, com a remoo total da matriaorgnica e de nutrientes - como o nitrognio, o fsforo e o sdio- e a remoo de bactrias patognicas. A remoo do nitrognio

    pode ser obtida por nitrificao biolgica (NH4OH + 2O2 > HNO3+ 2H20) e desnitrificao em meio anxico, por meio de bactriasfacultativas heterotrficas (2NO3 > 302 + N2 ).

    No Brasil, o novo sistema composto por um reator anaerbico de flu-xo ascendente (RAFA), seguido de um reator anxico sistema aer-bico com trs fases de aerao: com biodisco, decantador secundriocom remoo de fsforo e desinfeco final (Figura 1).

    Figura 1 - Sistema misto Anaerbio / Anxico / 3 estgios de aerao / decantador

    Disponvel em: < http://www.crq4.org.br/informativo/abril_2004/pagina09.php

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    >. Acesso em: 07 de jul. 2006.

    Em casos em que se requer uma alta qualidade da gua de reuso,pode ser empregada a filtrao por membranas. A porosidade damembrana vai depender da qualidade da gua que se deseja obter.O uso destas vem se tornando mais popularizado, em vista da redu-o dos custos do material e do desenvolvimento de novas tecnolo-gias. Em alguns casos, grandes instalaes convencionais so equi-padas com unidades de membrana, sendo substitudas por sistemasmais compactos.

    Por fim, deve-se lembrar que dependendo do uso que se quer dar gua de reuso, deve-se escolher um tipo ou outro tratamento que

    convm. Em alguns casos, necessrio se fazer uma anlise laborato-rial da gua, evitando a contaminao dos funcionrios que entraroem contato com esta.

    Utilizao de gua de reuso para fins urbanosNa rea urbana, a gua de reuso pode ser utilizada para irrigao decampos de golfe e quadras esportivas, faixas verdes decorativas aolongo das ruas e estradas, torres de resfriamento, parques e cemi-

    trios, descarga em banheiros, lavagem de veculos, reserva de in-cndio, recreao, limpeza de tubulaes e sistemas decorativos econstruo civil (compactao do solo, controle da poeira, lavagemde agregados, produo de argamassa e concreto).

    A gua de reuso no deve ser utilizada para se beber e somente ocontato humano acidental permitido, pois pode conter coliformesfecais. Dependendo do tipo de uso que se quer dar a gua, o trata-

    mento deve ser mais ou menos rigoroso.

    A gua de reuso pode se tornar potvel?O reuso potvel direto, isto , mandar a gua diretamente para umaestao de tratamento de esgoto e torn-la potvel, condenadopor muitos especialistas, porque ainda no se sabe quais so os riscosque esta gua pode trazer sade. Assim, a possvel contrao de do-enas pela ingesto desta gua de reuso ainda est pouco clara, poisainda no h estudos que indiquem se aps o tratamento haver ouno patgenos.

    J o reuso indireto, que consiste em jogar o esgoto em um rio ou lagoe depois passar esta gua poluda por tratamento de depurao, j

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    utilizado em muitas estaes de tratamento da Sabesp.

    A represa de Guarapiranga, em So Paulo, um dos exemplos de reu-so para fins potveis, pois a gua poluda da represa (recebe grandes

    quantidades de esgoto domstico) tratada nas estaes de trata-mento de gua. Estas estaes j no usam tecnologia convencional,mas usam carvo ativado e permanganato de potssio, processoscaractersticos de reuso.

    importante lembrar que apesar da gua distribuda pela Sabespprovir de reuso indireto, ela ainda sim totalmente potvel e noapresenta riscos a sade.

    Normas e padres de potabilidade da guaOs critrios concernentes a potabilidade da gua podem ser encon-trados nos seguintes atalhos do stio da Sabesp:

    l Portaria MN 518/2004; normas e padres de potabilidade dagua. Disponvel em:

    . Acesso em: 07de jul. 2006.

    l Portaria MS 1.469/2000; normas e padres de potabilidade dagua. Disponvel em:. Acesso em:07 de jul. 2006.

    l Portaria MS 36GM/90; normas e padres de potabilidade dagua. Disponvel em:

    . Acesso em:07 de jul. 2006.

    l Resoluo SS293/96; qualidade da gua. Disponvel em: . Acesso em:07 de jul. 2006.

    Para mais informaes, acessar o atalho da sabesp que contm todas

    as resolues a respeito de potabilidade de gua. Disponvel em:< http://www.sabesp.com.br/legislacao/agua/qualidade_agua.htm >. Aces-so em: 07 de jul. 2006.

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    CIRRA Centro Internacional de referncia de reuso em guaO CIRRA uma entidade localizada no setor da engenharia Hidruli-ca, dentro da Escola Politcnica da USP (Universidade de So Paulo) evinculada a primeira e Fundao Centro Tecnolgico de Hidrulica.

    Tem como funes bsicas, o desenvolvimento de pesquisas e tecno-logias adequadas, proporcionar treinamento e divulgar informaesvisando promoo, a institucionalizao e a regulamentao daprtica de gua de REUSO no Brasil.

    Poli quer ser referncia mundialD assessoria tcnica para o setor pblico e privado, estabelecendocom o ltimo, programas de conservao, suporte tcnico para de-senvolver projetos e estudos e propostas de correo e alternativasna rea de reuso de gua, minimizao da demanda e da gerao deefluentes. Todos pagos.

    Para a obteno de suporte tcnico do CIRRA, de modo que se d arealizao de projetos envolvendo gua de reuso, pode-se contactarpor telefone ou e-mail:Tel: (11) 3039-3273 / e-mail: < [email protected]>.Endereo : Centro Internacional de Referncia em Reuso e gua

    CIRRA/IRCWR, CTH, Rua Prof. Lcio Martins Rodrigues 120, CidadeUniversitria, USP, So Paulo.

    No stio do CIRRA tambm possvel encontrar informaes a res-peito de gua de reuso, na forma de artigos cientficos, at atalhosque envolvem stios ligados a Legislao, concernente gua e seutratamento. Disponvel em: < http://www.usp.br/cirra/>. Acesso em: 07de jul. 2006.

    CONCLUSES E RECOMENDAES

    A crescente ameaa de escassez de gua potvel no planeta vem au-mentando a demanda do setor publico e privado para o desenvol-vimento de tecnologias que economizem este importante recurso.Uma das tcnicas mais utilizadas neste momento a reutilizao dagua, que pode ser feita atravs de um tratamento anterior ou no.

    Dependendo do uso, entretanto, a gua de reuso deve ter passadopor um processo de tratamento mais rigoroso que em outros casos.

    Recomenda-se o acesso ao stio da Sabesp, que contm uma srie de

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    informaes sobre o tratamento de gua e esgoto, alm de projetosenvolvendo gua de reuso. Disponvel em:< http://www.sabesp.com.br/>. Acesso em: 07 de jul. 2006.

    Recomenda-se a leitura de:

    HESPANHOL, i.; Esgotos Domsticos como Recursos Hdricos Parte I Dimenses Polticas, Institucionais, Legais, Econmico-financeiras escio-culturais. Revista Engenharia, So Paulo, n523, p. 45-58, 1997.

    LAVRADOR, J; Contribuio para Entendimento do Reuso Planejadoda gua e Algumas Consideraes sobre Possibilidades de uso noBrasil. So Paulo, 1987. 198p . Dissertao de Mestrado. Escola Poli-tcnica da Universidade de So Paulo.

    Todos esto disponveis na Biblioteca da Escola Politcnica da USP.Recomenda-se o acesso a alguns stios que abordam a problemtica daescassez da gua potvel no mundo e o grande disperdcio existente.

    Recicloteca / gua. Disponvel em:. Acesso em: 07

    de jul. 2006.

    Artigos de Washington Novaes sobre gua. Disponvel em:. Acesso em: 07de jul. 2006.

    . Acesso em: 07de jul. 2006.

    . Acesso em: 07de jul. 2006.

    FONTES CONSULTADAS

    Sabesp. Disponvel em: . Acesso em: 07de jul. 2006.

    Sabesp / gua de reuso. Disponvel em:. Aces-so em: 04 de jul. de 2006.

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    Vitorrato E., Silva Paludetto O. J.; Reuso de gua na indstria. Dispo-nvel em:. Acessoem: 07 de jul. 2006.

    Espao Aberto / Reuso: mais que uma opo, uma necessidade.Disponvel em:.Acesso em: 07 de jul. 2006.

    CIRRA. Disponvel em: . Acesso em: 07 de jul.2006.

    Jornal da cincia / Os rios do resposta. Disponvel em: . Acesso em: 07 de jul. 2006.

    Vale Verde / Washington fala da Rio + 10 em Johannesburgo. Dispo-nvel em:. Acesso em: 07de jul. 2006.

    Jornal da cincia / que pensar da China?. Disponvel em: . Acesso em: 07 de jul. 2006.

    NOME DO TCNICO RESPONSVELCamila Gomes Victorino.

    DATA DE FINALIZAO07 de jul. 2006

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    ALUMNIO DE LATINHAS AESQUADRIAS DE USO NA

    CONSTRUO CIVIL

    PALAVRASCHAVEReciclagem de alumnio, lingotes de alumnio, esquadria de alum-nio, norma tcnicas relativa a alumnio

    IDENTIFICAO DA DEMANDAInformaes sobre reciclagem de alumnio: da manipulao da lati-nha at a produo de esquadrias de alumnio.

    SOLUO APRESENTADAInicialmente na reciclagem de latinhas de alumnio deve se proceder limpeza, com posteriormente separao das latinhas em relaoa rejeitos (exemplo: plsticos) que possam estar misturados a elas.

    Nessa primeira fase deve-se proceder tambm triturao e a pren-sagem das latas.

    Esses procedimentos iniciais, segundo o documentos: Equipamen-tos para Alumnio, podem ser feitos por dois processos diferentes,os quais devem ser escolhidos segundo o volume de latinhas a serreciclado e segundo as condies das latinhas. Os processos so:

    1. A Mini-usina de Latas que se destina a centros de processamentoA Mini-usina de Latas que se destina a centros de processamentode pequeno porte com capacidade mxima de 200Kg/h. Seuciclo de operaes semi-automtico ou totalmente automtico(opcional). Esse processo e composto pelas mquinas: Esteiracom Rolo de Trao Magnetizado, Peneira Giratria, RA-500 V,sendo que a seqncia que essas mquinas esto enunciadas aseqncia que ser usada no referido processo.

    2. O Sistema L.A.V. que se destina a centros de processamento demdio e grande porte com capacidade mnima de 700 Kg/h, che-

    gando at ao mximo de 4000 Kg/h. Sendo o ciclo de operao totalmente automtico. Esse processo composto pelas mqui-nas: Esteira com Rolo de Trao Magnetizado, Peneira Giratria,Esteira Plana de Inspeo Visual, Triturador de Latas, Transporta-

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    dor Pneumtico, Silo de Armazenamento, Cabine Acstica do Tri-turador, Prensa de latas. Sendo que a seqncia que essa mqui-nas esto enunciadas a seqncia que sero usadas no referidoprocesso.

    Obs: para se obter mais informaes sobre esses processos devem-seconsultar o referido documento na pgina da Recipress, cujas refe-rncias se encontram abaixo.

    Aps a limpeza e prensagem das latas deve-se proceder ao processode produo dos lingotes, processo este que exige grande investi-mento financeiro, alm de bom conhecimento tcnico. No sentidode fornecer o conhecimento tcnico; o processo produtivo e a indi-cao do local onde se encontram as normas relativas s refernciasde qualidade do alumnio, alm de outras informaes, podem serencontrados na tese de livre docncia do Professor Doutor Jorge Al-berto Soares Tenrio Aspectos Fundamentais e Tecnolgicos do Pro-cesso de Reciclagem de Latas de Alumnio, cujas indicaes geraispodem ser encontradas abaixo.

    J o maquinrio utilizado um forno rotativo, que pode ser adquiri-

    do junto s seguintes empresas:

    Combustol Indstria e Comrcio LTDARua Coronel Jos Rufino Freire, 453CEP: 05159-900 - So Paulo-SPTel: (11)3906-3152- Fax: (11)3904-4285E-mail: [email protected]: http://www.combustol.com.br

    Engefor Engenharia Indstria LTDAEstrada Stio do Cachoeira, 120CEP: 02990-070 So Paulo-SPTel: (11)3941-1215 - Fax: (11)3943-3088E-mail: [email protected]: http://www.engefor.com.br

    Metaltrend Equipamentos Indstrias LTDAAvenida das Naes Unidas, 21476, Pred. 4aCEP: 04795-912 - So Paulo-SPTel: (11)5525-6677 - Fax: (11)5525-6733

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    E-mail: [email protected]: http://www.metaltrend.com.br

    Vale ressaltar que o referido forno deve ser feito sob encomenda e

    uma vez posto funcionamento deve estar permanentemente ligado.Segundo o professor Jorge Alberto Soares Tenrio, algumas empre-sas compradoras de lingote podem ser:

    l Alcan-Alumnio, disponvel em http://www.alcan.com.br/Brazil/alcan/Corporate/SiteBrasil.nsf/home?openform

    l LATASA, Latas de Alumnio S.A, disponvel em http://www.latasa.com.br

    l Rexam Beverage Can Americas, disponvel em http://www.rexam-can.com.br/,

    Mais informaes sobre esses processos iniciais de reciclagem de alu-mnio deve-se consultar a Resposta Tcnica 416, presente no endere-o: http://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt416.pdf.

    Nessa resposta encontram-se mais detalhes sobre reciclagem de alu-mnio, indicaes de instituies que podem ser consultadas caso

    tenha maiores dvidas e principalmente fornecedores de mquinasusadas nesse processo de reciclagem desde a limpeza das sucatasat a produo dos lingotes.

    Sobre o processo de produo da esquadria a partir do lingote, naResposta Tcnica 626, presente no endereo: http://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt626.pdf, podem-se encontrar informaes sobre maquin-rio usado no processo de produo da esquadrias, sobre mercado e

    suas perspectivas, sobre fornecedores de maquinrios e refernciasde Normas Tcnicas, as quais a produo de esquadrias est subme-tida.

    A AFEAL, Associao Nacional dos Fabricantes de Esquadrias de Alu-mnio, faz teste para verificar a conformidade da esquadria com aNorma Tcnica da ABNT, Associao Brasileira de Normas Tcnicas,NBR 10821:2000. Para maiores detalhe deve-se consultar o site da

    AFEAL: http://www.afeal.com.br.

    Segundo Antnio B. Cardos