1- INTRODUÇÃO 1.1....

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1 1- INTRODUÇÃO 1.1. Carboidrato Carboidratos pertencem a classe de moléculas biológicas mais abundantes na natureza. São quimicamente mais simples que os nucleotídios e aminoácidos, formados apenas por átomos de hidrogênio, carbono e oxigênio, cuja fórmula geral é (CH 2 O) n onde que n 3. As unidades básicas de um carboidrato são denominadas de monossacarídeos. Os monossacarídeos podem subdividir-se em diferentes tipos de acordo com o nº de átomos de carbono e a organização dos átomos de hidrogênio e oxigênio ligados a esses carbonos. Contendo um grupo aldeído, chama-se aldose; contendo um grupo cetônico, chama-se cetose. Em relação ao número de átomos de carbono que contém um monossacarídeo podemos chamá-los de: triose, tetrose, pentose, hexose, etc. A maioria dos monossacarídeos existentes na natureza são pentoses ou hexoses. As hexoses mais importantes são: D-glicose, D-galactose, D-manose e D-frutose (Morrison, 1996). CHO OH H H HO OH H OH H CH 2 OH CHO H HO H HO OH H OH H CH 2 OH GLICOSE MANOSE CHO OH H H HO H HO OH H CH 2 OH GALACTOSE CH 2 OH H HO OH H OH H CH 2 OH O FRUTOSE Figura 1- Estruturas acíclicas das Hexoses mais importante Entre as pentoses as mais importantes são: D-ribose, D-arabinose e D- xilose. CHO OH H OH H OH H CH 2 OH D-RIBOSE CHO OH H H HO OH H CH 2 OH D-XILOSE CHO OH H H HO H HO CH 2 OH L-ARABINOSE Figura 2- Estruturas acíclica das Pentoses mais importantes

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1

1- INTRODUÇÃO

1.1. Carboidrato

Carboidratos pertencem a classe de moléculas biológicas mais

abundantes na natureza. São quimicamente mais simples que os nucleotídios e

aminoácidos, formados apenas por átomos de hidrogênio, carbono e oxigênio,

cuja fórmula geral é (CH2O)n onde que n ≥ 3. As unidades básicas de um

carboidrato são denominadas de monossacarídeos. Os monossacarídeos podem

subdividir-se em diferentes tipos de acordo com o nº de átomos de carbono e a

organização dos átomos de hidrogênio e oxigênio ligados a esses carbonos.

Contendo um grupo aldeído, chama-se aldose; contendo um grupo cetônico,

chama-se cetose. Em relação ao número de átomos de carbono que contém um

monossacarídeo podemos chamá-los de: triose, tetrose, pentose, hexose, etc.

A maioria dos monossacarídeos existentes na natureza são pentoses ou

hexoses. As hexoses mais importantes são: D-glicose, D-galactose, D-manose e

D-frutose (Morrison, 1996).

CHO

OHH

HHO

OHH

OHH

CH2OH

CHO

HHO

HHO

OHH

OHH

CH2OH

GLICOSE MANOSE

CHO

OHH

HHO

HHO

OHH

CH2OH

GALACTOSE

CH2OH

HHO

OHH

OHH

CH2OH

O

FRUTOSE

Figura 1- Estruturas acíclicas das Hexoses mais importante

Entre as pentoses as mais importantes são: D-ribose, D-arabinose e D-

xilose. CHO

OHH

OHH

OHH

CH2OH

D-RIBOSE

CHO

OHH

HHO

OHH

CH2OH

D-XILOSE

CHO

OHH

HHO

HHO

CH2OH

L-ARABINOSE

Figura 2- Estruturas acíclica das Pentoses mais importantes

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2

Os Aldeídos e as Cetonas reagem com álcool formando hemiacetais.

Como os carboidratos possuem uma função carbonílica e diversos grupos OH,

essa reação ocorre naturalmente. Normalmente a estrutura cíclica formada

apresenta anel de cinco ou seis membros.

CHO

OHH

HHO

OHH

OHH

CH2OH

CHO

CH2OH

OHH

HHO

OHH

OHH

CH2OHH

OH

H

OH

H

OHCHO

OHH

OH

H

OHH

OH

CH2OH

H

O

OH

OHOH

H

OHH

OH

CH2OH

HOH

OH

OH

H

OHH

OH

CH2OH

O

H

HO

H

HO

H

OH

OHHH

OH

O

H

HO

H

HO

H

H

OHH

OH

OH

Fórmula de Hawort

0,5%

* ** Carbono anomérico

-D-Glicopiranose-D-Glicopiranose

OH

5

1

2

3

4

6

1

5

αβ

Figura 3- Formas cíclicas e acíclicas da Glicose

Observando a estrutura da glicose vemos que a hidroxila no carbono 5

(C-5) se liga à carbonila formando a estrutura com anel de seis membros,

denominado piranose (Figura 3). As formas cíclicas da glicose possuem um

carbono que torna-se um centro quiral com duas configurações possíveis, α e β.

O C-1 é chamado de carbono anomérico. (Barbosa, 2004).

Outro açúcar muito comum é a frutose, uma cetose, que encontra-se na

forma cíclica predominando o anel de cinco membros, de modo que essa forma

cíclica denomina-se furanose, relacionada com a estrutura do furano (Figura 4,

p.3) (Barbosa, 2004).

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3

O

HC

OH

H

CH2OH

H

OH

OH

H

CH2OH

OH

Carbonoanomérico

O

CH2OH

OH

HOH

CH2OH

H

OCH2OH

H

H

OH

OH

H

HO

CH2OH

Frutose-D-frutofuranose -D-frutofuranose

1

2

34

5

61

2

34

5

6

1

2

34

5

6

βα

Figura 4 - Formas anoméricas da Frutose

A união de dois monossacarídeos dá origem a dissacarídeos. O açúcar

mais comum que utilizamos em nosso dia-a-dia é um dissacarídeo denominado

sacarose. A sacarose é formada pela ligação da hidroxila do carbono 1 da α-D-

Glicose com a hidroxila do carbono 2 da β-D-Frutose, ocorrendo no processo

eliminação de uma molécula de água e formação de um acetal (Figura 5). (Voet,

2002).

OH

O

H HO

H

CH2OHO

H

HO

H

HO

OH

H

CH2OH

H

OH

H2O-

O

H

HO

H

HOH

H

OH

O

OHOH2C

H

OH

H

CH2OH

OH

H

HO

2

Sacarose

1 12

H

CH2OH

+

-D-glicopiranose -D-frutofuranoseα β

Figura 5- Formação da Sacarose

Outro dissacarídeo muito comum é a lactose, principal açúcar encontrado

no leite de mamíferos. Também é formada por uma ligação da hidroxila do

carbono 1 da β-D-galactopiranose com a hidroxila do carbono 4 da D-

glicopiranose (Figura 6, p. 4) (Barbosa, 2004).

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4

O

OH

H

H

HO

H

H

OHH

O

OH

-D-Galactopiranose

Unidade derivada da

1

O

H

H

HO

H

H

OHH

OH

4

Ligação ( 1 4 )

Unidade derivada da

- D- Glicopiranose

Lactose

b

OH

ββ

Figura 6- Estrutura da Lactose

Várias unidades de monossacarídeos dão origem aos polissacarídeos, os

mais comuns são o amido e a celulose. O amido é encontrado em sementes e

tubérculos, como: batata, milho, trigo, etc., tem a função de reserva, ou seja, é

utilizado como fonte de energia. O amido é constituído de duas porções principais

a amilose (10 a 20%) e a amilopectina (80 a 90%). A celulose tem função

estrutural é o principal constituinte da madeira. Os polissacarídeos amilose e

celusose, são polímeros lineares da glicose, e sua diferença está na

estereoquímica. (Barbosa, 2004).

A celulose possui ligações glicosídicas entre a hidroxila do carbono 1,

com configuração β, e a hidroxila em C-4 de outra unidade da glicose. Na

amilose as ligações são feitas entre a hidroxila do carbono 1, com configuração α,

e a hidroxila do carbono 4 de outra molécula de glicose, basicamente a

diferença está na configuração do carbono 1 da unidade de glicose que dá

origem a esses polímeros (Figura 7, p. 5) ( Bruice, 2004).

As enzimas digestivas dos seres humanos não são capazes de hidrolisar

as ligações β(1→4) da celulose, por isso a celulose não serve de alimento, como

o amido (Voet, 2002).

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5

O OO

HCH2OH

OH

H

H

O1OH

HOH

H

H

H CH2OH

O

1

OH

OH

CH2OHH

HO

HH

OHO

H

Celulose

O

H

O

H

HO

H

O

H

OH

O

OH

H

OH

O

CH2OH

H

CH2OHH

H1

4

Amilose

Ligação 4 )

Ligação 4 )

( 1

(1

β

α

Figura 7- Estrutura da Amilose e Celulose

A amilopectina também é um polímero da α-D-glicose, sendo formada por

ligações α(1→4), sendo uma molécula ramifica na ligação α(1→6) a cada 24 e 30

resíduos, como mostra a Figura 8. (Voet, 2002).

Figura 8- Estrutura da Amilopectina

O glicogênio é um polissacarídeo de reserva animal, está presente em

todas as células, porém é mais abundante no fígado e no músculo esquelético. A

estrutura primária do glicogênio é similar à amilopectina, sendo que o glicogênio

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6

é mais ramificado, com pontos de ramificações a cada 8 e 12 resíduos de glicose.

Na Figura 9 está representada a estrutura do glicogênio (Voet, 2002).

Figura 9- Estrutura do Glicogênio

1.2. Função Biológica dos Carboidratos

No início do século XX, quando pensava-se que os carboidratos

tinham uma função simples no sistema biológico, como armazenamento de

energia. Estudos avançados desses compostos permitiram descobrir outros

eventos biológicos relacionados aos carboidratos como reconhecimento e

sinalização celular, tornando possível entender os mecanismos moleculares

envolvidos em algumas doenças causadas por deficiência ou ausência destas

moléculas. Os carboidratos estão presentes nas superfícies externa das

membranas celulares como glicoproteínas (quando ligados a proteína),

glicolipídeo (quando ligados a lipídios) ou proteoglicanos (quando está na forma

de glicosaminoglicanos um tipo de polissacarídeo unido a proteínas)

(Lehninger,1995).

Os carboidratos participam de outros eventos biológicos tais como:

fertilização, respiração celular, crescimento e diferenciação celular (ex: durante a

embriogênesis) e respostas imunológicas, como também processos infecciosos

prejudiciais como: inflamações, infecções virais e bacterial, e câncer.

(Lehninger,1995 ).

Carboidratos, com par de seqüências curtas são usados para levar

informações biológicas, por exemplo: Os grupos sangüíneos humanos são

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7

diferenciados através de mudanças relativamente simples na estruturas de

oligossacarídeo dos glicolipídeos (Figura 10). (Osborn et al., 2003).

O

OHOH

HO O

OHOH

OOH

O

O

HOOH

OH

Grupo sanguíneo A

O

OHOH

HO

O

OOHOH

OOH

O

HOOH

OH

OH

Grupo sanguíneo B

O

OHOH

OOH

O

HOHOOH

HO

Grupo sanguíneo H

AcHN

Figura 10- Oligossacarídos presentes nos antígenos do sistema ABO dos grupos

sanguíneos humanos

Algumas proteínas de superfície bacterianas demonstram interações

específicas com carboidratos presentes nas membranas de células humanas, tais

interações é uma parte essencial no mecanismo das infecções. Foi demonstrado

que a administração de derivados de carboidratos sintéticos ou naturais pode

interromper o processo infeccioso. Em tais casos, bactérias não são mais

capazes de interagir com as células dos hospedeiros. Um número de agentes

anti infecciosos ocorrem naturalmente, por exemplo: leite materno contém vários

oligossacarídeos solúveis presentes em glicoproteínas que previne os recém-

nascidos de desenvolver alguns processo infeccioso, (Figura 11) (Osborn et al.,

2003).

O

O

OHOH

OO

O

HOOH

OH

OH

OH

HO

OH

OO

O

O

OH OH

OHO O

NHAcO

OH

HO

OH

OHO

OHO

OH

HOOH OH

OHOH OH

HO

Figura 11 - Exemplos de Oligossacarídios encontrados no leite materno

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8

Alguns carboidratos atuam em enzimas chamadas glicosidase. Essas

enzimas desempenham um papel importante no sistema biológico. Uma das

classes de carboidrato que inibe as glicosidase são aza-açúcares, um análogo de

monossacarídeos onde o oxigênio do anel é substituído pelo nitrogênio. Os

inibidores aza-açúcar mais importantes são os alcalóide poliidoxilados derivados

de piperidina, pirrolidina e indolizidinas, encontrados naturalmente em plantas ou

microorganismos.

O primeiro aza-açúcar descrito foi a substância nojirimicin, isolada da

filobactéria do gênero Streptomyces, em 1966. É uma piperidina poliidroxilada

análoga à glicose, inibe competitivamente a α e β-glicosidase. Outro aza-açúcar

de destaque é o 2,5-dideoxi-2,5- imino-D-manitol (DMDP) uma pirrolidina

polihidroxilada, análogo natural da β-D-frutofuranose, isolado da raiz da planta

Derris elliptica (Fabaceae) é um potente inibidor da enzima invertase. Outra

classe de inibidor são indolizidinas, formadas pela fusão do anel pirrolidínico com

o anel piperidínico, desta classe destaca-se o inibidor (-) swainsonina, isolada de

plantas nativas da Austrália, da família da Fabaceae do gênero Swainsona. A

Swainsona é uma forte inibidora das enzimas α-manosidase e α-glicosidase . As

estruturas destes inibidores estão representadas na Figura 16.(Fleet, et. al. 1992)

NH

OH

OH

HOHO OH

Nojirimicina

HN

OH

CH2OH

HOH2C

OH

2,5-Dideoxi-2,5-imino-D-manitol

N

OH

OHHO

H

Swainsosine Figura 12- Estruturas do Inibidores de Glicosidase Aza-açúcares

Glicosidases são enzimas que catalizam a clivagem de ligações

glicosídicas em oligossacarídeos ou glicoconjugados. Suas atividades são

fundamentais em processos bioquímicos tais como: liberação de glicogênio e

glicoproteínas celulares, biosíntese e modificação de glicoesfingolipídios e

catabolismo de peptideoglicano. Um exemplo é o processo de geração de novas

glicoproteínas que acontecem nas membranas do retículo endoplasmático e do

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9

complexo de Golgi, onde as glicosidases atuam na etapa fundamental deste

processo. As glicosidases I e II clivam as glicoses ligadas a glicoproteína

GlcMan9GlcNAc2 liberando três resíduos de glicose e gerando resíduo terminal

da glicoproteína GlcMan9GlcNAc2, esse resíduo posteriormente sofre ação

concomitante das enzimas glicosidases e transferases, gerando glicoconjugados

específicos que serão empregados em processo vitais no sistema biológico. No

esquema 1 está descrito as atividades enzimáticas das glicosidases (Carvalho et.

al. 2006)

O

OH

HO

HO

O

O

O

HO

OH

OH

OH

OHO

OH

OH

O

HO

OH

O

OH

(Man)9 (GlcNAc)2 Asp Proteína

- D - Glicosidases I e II

O

OH

OH

HO

HO

OH

+

O

HO

OH

OH

O

HO

(Man)9 (GlcNAc)2 Asp Proteína

3 x

a

Esquema 1- Atividade catalítica das Enzimas Glicosidases I e II

A descoberta do potencial terapêutico dos inibidores aza-açúcares

derivados de pirrolidina e piperidina, foi importante para o desenvolvimento de

pesquisas por novas drogas antivirais, anticancer , antimicrobial e agentes

antiparasitais, como também a utilização dessas substâncias em tratamentos

de doenças tais como: Diabetes, AIDS e tumor metastasis. (Verma. Et. al. 2004).

Alguns inibidores aza-açúcares já são empregados como medicamentos

antidiabéticos. Esses inibidores são conhecidos como: acarbose, comercializada

como Precose®; o miglitol, comercializado como Glyset®; e o N-butil-1-

deoxinojirimicin, comercializado como Zavesca®. Acarbose e o miglitol são

utilizados no tratamento de diabetes tipo II não dependente de insulina e o N-

butil-1-deoxinojirimicin é empregado no controle da doença de Gaucher’s

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10

relacionada com distúrbios de armazenamento lisossomal. Na Figura 13 está

descrito as estruturas desses inibidores aza-açúcares (Asano, N; 2003).

O

OHHO

OH

O

O

HO

OH

OH

O

O

OH

HO

OH

OH

Acarbose

NOH

HO

HO OH

OH

Miglitol

N

OH

HO

HO

OH

N-butil-1-deoxinojirimicin

OH

HO

HO OH

HN

Figura 13- Estruturas dos Inibidores Aza-açúcares: Acarbose, Miglitol e N-butil-1-

deoxinojirimicin

Devido às atividades terapêuticas dos inibidores de glicosidase, as

pesquisas avançaram para descoberta de uma nova classe de substâncias com

atividades inibitórias de glicosidase análogos da piperidina, denominados

homoaza-açúcares. São alcalóides naturais encontrados em plantas e

microorganismo. Os homoaza-açúcares são classificados em duas categorias à

saber: O primeiro tipo possui um grupo hidroxil e uma cadeia polihidroxilada nas

posições C-1 e C-5, próximos ao nitrogênio do anel, e é conhecido como aza-C-

glicosídeo. O outro tipo possui uma cadeia polihidroxilada na posição C-6 da

piperidina. Os homozaaçúcares são mais estáveis na degradação química e

enzimática do que os aza-açúcares e contém uma atividade biológica mais

poderosa do que as apresentadas pelos aza-açúcares. Possuem uma atividade

inibitória maior do que os aza-açúcares. Os homoaza-açúcares foram

sintetizados antes de ser isolados em 1988. Possuem atividades biológicas

antivirais. Na Figura14 da página 11 estão descritas as estruturas do homo-aza-

açúcares derivados naturais da piperidina. (Dhavale, et al, 2005)

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11

NOH

HOHO

H

CH2OH

OH

N

OH

HO

HO

OH

H

CH2OH

N

HH

OH

CH2OH

HHOHO

OH

NH

NH NHOH OH

CH2OH

H

HO

HO

OHOH

HO CH2OH

OH

OH

HO

H

OHOH

CH2OH

Figura 14- Estruturas de Homoaza-açúcares derivados naturais da

Piperidina

1.3 Glicosilaminas

Há um grande interesse em síntese de glicosilaminas e em suas

atividades biológicas, devido a sua importância nas ligações em glicoproteínas e

glicolipídeos no sistema biológico. Glicosilaminas são compostos

monossacarídeos, que possui um grupo amino substituindo a hidroxila no

carbono anomérico. As glicosilaminas possuem facilidade em ligar-se a íons

metálicos formando complexos, e desempenham importantes atividades

biológicas como inibidores de glicosidase e agente antidiabéticos (Rao et al.,

2001)

As glicosilaminas desempenham atividades biológicas tais como: anti-

infecciosas, imunomodulatória, anticâncer, anti-inflamatória, antiviral e

antifúngica. .(Triphati, et al., 2004).

As glicosilaminas podem ser sintetizadas utilizando uma mistura de

isômeros α/β de monossacarídeos com várias aminas, em água ou metanol sob

refluxo. No esquema 2 está representada a síntese da glicopiranosilamina.

(Hanessian et.al, 2000)

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12

O

HO

HO

OH

OH

OH

RNH2

MeOH ou H2O

refluxo, 15 min.

RNH2= NH3, n-BuNH2, C6H5NH2, etc.

O

HO

HO

OH

OH

RNH2

Esquema 2- Síntese da Glicopiranosilamina

As glicosilaminas podem ser formadas pela reação não enzimática de

açúcares redutores (grupo aldeídico ou cetônico da molécula de açúcar) com

proteínas ou aminoácidos (grupo amino livre das moléculas de proteínas ou

aminoácidos) em altas temperaturas, conhecida por reação de Maillard,

responsáveis pela cor acastanhada nos alimentos. Essa cor acastanhada é

devido a formação de uma substância intermediária complexa de alta massa

molecular, conhecida por meloidinas. No esquema 3 está demonstrado os passos

iniciais da reação entre açúcar e o grupo amino.( Baynes, et al.,1983).

Esquema 3- Mecanismo de reação entre Açúcar e o grupo Amino

Norin e colaboradores em 2002 sintetizaram glicosilaminas, utilizando o

monossacarídeo frutose, a glicosilamina sintetizada foi submetida a testes

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13

biológicos apresentando propriedades surfactantes satisfatórias, sendo

importante desenvolver métodos de produção dessas substâncias, que não

causam impacto ao meio ambiente. No esquema 4 está representada a síntese

da glicosilamina realizada por Norin e colaboradores.

RNH2

ZnX

OHHO

HO

OH

OH

HO

D-Frutose

O

NHNH

HO

HO

HO

RRX= Cl, Br

R= octil hexil

benzil

Esquema 4- Síntese da Glicosilamina a partir do monossacarídeo Frutose

Flitsch e colaboradores em 2004 sintetizaram glicosilaminas com a

finalidade de utilizá-las em síntese de glicopeptídeos. O material de partida foi

acetiglicosamina e glicose com carbonato de amônio em DMSO (anidro ), sob

radiação de microondas. No esquema 5 está demonstrada a síntese da

glicosilamina formadas por Flictsch e colaboradores.

OHO

HO

NHAc OH

OH

OHO

HO

OH OH

OH

OHO

HO

NHAc

NH2

OH

OHO

HO

OH

NH2

OH

(NH4)2CO3

Microndas(10 watts)

DMSO (anidro)

40ºC,250 psi, 9o min.

(NH4)2CO3

Microndas(10 watts)

DMSO (anidro)

40ºC,250 psi, 9o min.

Esquema 5- Síntese das Glicosilaminas formadas por Flitsch e

colaboradores

Coma e colaboradores sintetizaram e caracterizaram em 2009 várias

glicosilaminas (Figura 15, p. 14) como potenciais biocidas para combater agentes

patogênicos, principalmente os microorganismo de alimentos. Nesta síntese eles

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14

utilizaram D-glicose e dietilamina em metanol em refluxo por 24 horas. A

espectroscopia de RMN de 1H (Figura 16.), confirmou a síntese das

glicosilaminas, mas também mostraram sinais de Glicose, indicando o processo

de hidrolise sofrido pelas glicosilaminas. Coma e colaboradores também

realizaram testes bioativos com as glicosilaminas sintetizadas. As glicosiaminas

apresentaram bons resultados em atividades antifúngicas e antibacteriais.

O

OH

OH

HOHO N

O

N

H

H

HOHO

OH

O

OH

HOHO

OH

N

CH2CH3

CH2CH3

CHCH3

O

OH

HOHO

OH

OH

N

CHCH3

OH

CHCH3

OH

H

OH

Figura 15- Estruturas de várias Glicosilaminas sintetizadas por Coma e

colaboradores

Figura 16- Espectro de RMN1H da Glicosilmaina sintetizada por COMA e

colaboradores

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15

1.4 Complexos Metálicos com Carboidratos Biologicamente Ativos

O primeiro caso de carboidrato em complexo metálico biologicamente

ativo foi descrito utilizando como metal o ouro. Os medicamentos auronofina e

aurotioglicose (Figura 17), conhecidos comercialmente como SOLGANAL e

MYOCHRYSINE, são utilizados no tratamento de Artrite Reumatóide (GOODMAN

e GILMAN, 1987)

OH

OH

H

SAu

H

OHH

OH

CH2OH

H

OH

OH

SOCCH3

CH2OH

O

OCCH3

Au P(CH2H5)

O

Figura 17- Estruturas da Aurotioglicose e Auronofina

Desde a descoberta da atividade antitumoral da cisplatina por Rosenberg,

em 1960, a cisplatina vem sendo utilizada como a principal droga anticancer,

principalmente contra tumores ovarianos, testiculares e cabeça-pescoço. Porém

a eficácia da cisplatina é limitada devido a resistência ao tratamento prolongado e

a sua alta toxicidade, devido a este fato há interesse em desenvolver complexos

de platina utilizando compostos biologicamente importante como os carboidratos

permindindo diminuir sua toxicidade e aumentar a solubilidade. (Lippard et. al

1987)

Tsubomura e colaboradores em 1990 sintetizaram e caracterizaram

alguns complexos análogos de cisplatina utilizando como ligantes os

diaminoaçúcares: 2,3-Diamino-2,3-dideoxi-D-glicose,dihidrocloridrato

[(GlcNN).H2O], Metil 2,3-dideoxi-ß-D-glicopiranose dihidrocloridrato [(Me-GlcNN)]

e Metil 2,3-Diamino-2,3-dideoxi-α-D-manopiranosídeo-dihidrocloridrato [(Me-

ManNN).H2O]. Os complexos sintetizados apresentaram alta atividade

antitumoral contra células sarcoma 18. Na Figura 18 página 16 está representada

a estrutura dos complexos de platina com os diaminoaçúcares.

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16

O

OH

HO

H2N

NH2Pt

Cl

OCH3

Cl

Cl

Pt

O

OHNH2

H2N

Cl Cl

Pt

O

OCH3NH2

H2N

Cl

[PtCl2(GlcNN)].H2O [PtCl2(Me-GlcNN)].H2O[PtCl2(Me-ManNN)].H2O

Figura 18 - Estruturas dos Complexos de Platina com Diaminoaçúcares

HANESSIAN e colaboradores em 1992 sintetizaram análogos do

complexo 1,2,-diamino-ciclohexano cisplatina (DACH), utilizando como material

de partida a pentose L-arabinose. Os compostos sintetizados apresentaram uma

maior solubilidade em água frente à solubilidade do DACH. Referente às

atividades biológicas somente os compostos 2 e 4 demonstraram atividades

antitumorais contra células leucêmicas P388 in vivo, comparados a atividades da

cisplatina (Figura 19).

OO

OMe

2, R= H 3, R= Me 4

NH2

H2

Pt

N

Cl

Cl

N

N

PtCl

Cl

H2

H2

Figura 19- Estruturas dos Complexos de Platina análogos do DACH

Sachinvala et.al. em 1993 sintetizou complexos metálicos análogos de

cisplatina, utilizando como ligante o dissacarídeo sacarose. Os complexos

apresentaram atividades antitumorais contra carcinomas de pulmão e células

leucêmicas da ninhagem P388. As estruturas destes análogos da cisplatina estão

representadas na Figura 20 na página 17.

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17

OHO

HO

O

OO

HO OH

NH2

NH2

Pt

PtO

MeO

MeO

OMe

NH2

O O

OMeOMeH2N

NH2

Pt

Pt

Pt

H3N Cl

ClH3N H3N

H3N Cl

Cl

H3N

H3N Cl

Cl

H3N

H3N

Cl

Cl

H3N

H3N

Cl

Cl

Figura 20- Estruturas dos Complexos: bis(platina) e tris (platina) com o

dissacarídeo Sacarose

Wang e colaboradores (1999) sintetizaram um análogo da cisplatina

(Figura 21 ) tendo como ligante carboidrato. O complexo sintetizado apresentou

atividade antitumoral semelhante a cisplatina contra câncer ovariano em células

A2780S e contra o câncer de melanoma humano..

OHO

HO

OH

O

OH

N

N

Pt

Cl

Cl

H2

H2 Figura 21- Estrutura do Complexo análogo de Cisplatina tendo como

ligante o monossacarídeo Glicose

Chen e colaboradores em 2002 desenvolveram uma nova classe de

análogos de cisplatina tendo carboidrato como substituintes. Na Figura 22 na

página 18 está ilustrado um dos complexos descrito por estes autores que o

denominaram de lacto-cisplatina.

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18

O

OH

HO

OH

OH

O

O

HO

OH

OH

O

NH2

Pt

NH2

Cl

Cl

Figura 22- Estrutura da Lacto-cisplatina

Utilizando ligantes similares aos descritos acima foram desenvolvidos

complexos metálicos utilizando paládio (II). Esses complexos foram submetidos a

testes antitumorais in vivo contra células leucêmicas, implantadas em ratos. O

derivado com maltose (Figura 23) obteve maior atividade antitumoral. (Budziñska

et al., 2004).

O

HO

HO

OH

OH

O

O

HO

OH

OH

O

NH2

Pd

NH2

Cl

Cl

Figura 23- Estrutura do Complexo de Paládio com derivado de Maltose

Möker e colaboradores em 2009 sintetizaram complexos de platina

utilizando como ligantes os monossacarídeos glicose e galactose. Os complexos

formados foram submetidos à testes biológicos, no qual apenas o complexo de

platina glico-funcionalizado obteve atividade antitumoral contra células HS26

(carcinoma de pequenas células de pulmão) e contra as células MCR5

(fribroplatos de pulmão) (Figura 24, p. 19)

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19

O

OH

OH

HOO

O

OO

OPt

H3N

H3N

O

OH

OH

O

HOOH

OH

O

O

Pt

NH3

NH3O

O

Figura 24- Estrutura dos Complexos de Platina com os monossacarídeos Glicose e

Galactose

Shi e colaboradores sintetizaram uma série de complexos, utilizando

ligantes de fosfina derivados de carboidratos, (Figura 25) Esses complexos

mostraram inibição contra células leucêmicas P388 superior a 60% numa

concentração de 10-7 molar.

O

O

Ph O

OMe

PHPh2

O

OMeO

O

Ph

O

O

Ph O

OMe

O PPh2Pt

O

PPh2HO

OMeO

O

Ph

AcO

O

OMe

PPh2

O

O PHPh2

O

O

Ph

OPt

O

HO

HO OMe

PPh2O

O

HO OMe

HO

O PPh2

Pt

PHPh2

PtCl

Cl

HO

HO

Ph

Figura 25– Estruturas de Complexos de Platina formados por Fosfinas derivadas

de

Carboidratos

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20

2-OBJETIVO

1) Devido a disponibilidade dos carboidratos como matéria-prima

abundante e de baixo custo, o objetivo do presente trabalho é sintetizar açúcares

diaminados utilizando como material de partida os monossacarídeos glicose,

manose e galactose.

2) Sintetizar complexos metálicos utilizando como metal: platina,cobre e

zinco, utilizando os açúcares diaminados sintetizados

3) Obter o conhecimento de técnicas de síntese orgânicas e de técnicas

de caracterização de substâncias orgânicas.

3- SEÇÃO EXPERIMENTAL

3.1 Procedimento Geral

Em todas as reações sensíveis a umidade, a vidraria foi previamente

seca em estufa por pelos menos 2 horas a 130ºC, protegida por septos e em

seguida resfriada sob atmosfera de argônio.

A agitação do meio reacional foi efetuada através de barra magnética

recoberta com teflon.

A remoção dos solventes foi realizada em rotor evaporador Fisatom,

submetendo o material resultante a um sistema acoplado à bomba de alto vácuo

para total remoção do solvente.

A maioria dos reagentes e solventes de grau p.a. foi utilizada sem prévia

purificação.

O solvente utilizado para reação foi metanol previamente seco utilizando

a destilação em aparelhagem própria, sob atmosfera de argônio na presença de

fita de magnésio e iodo.

As análise de cromatografia em camada fina (CCF) foram efetuadas em

cromatofolhas de alumínio sílica gel 60 F254 (MERK) , com espessura 0,2mm. As

machas foram visualizadas por tratamento de solução etanólica de ácido sulfúrico

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21

40%,seguida de aquecimento de 150ºC, ou pelo tratamento com solução

etanólica de ninidrina 5%.

Dados Físicos

Os espectros de infravermelho (IV) foram obtidos em Espectômetro

modelo SHIMADZU utilizando pastilha de KBr, os valores para as absorções

foram referidos em número de onda, utilizando como unidade o centímetro

recíproco (cm-1).

Os espectros de ressonância magnética nuclear (RMN) foram obtidos em

espectômetro modelo JEOL Eclipse+ de 9,4T e com radio freqüência de 400

MHertz para o RMN de 1H. e 100 MHertz para o RMN 13C A amostra foi

dissolvida em dimetilsufóxido deuterado ou em água deuterada.

Os resultados das Análise Elementares foram obtidas através de análise

elementares de compostos orgânicos CHN , modelo FLASH 2000.

Os espectros de UV-visível foram obtidos em espectrofotômetro UV-

1800, modelo SHIMADZU.

3.2 Síntese dos Açúcares Diaminados à partir dos monossacarídeos:

Glicose, Manose e Galactose.

Esquema 6-Síntese do Açúcar Diaminado N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina

Em um balão de fundo redondo adaptado com condensador de refluxo e

septo, foram adicionados 2,10g de D-glicose (11,66 mmol) e 7 ml de metanol

anidro. A mistura foi aquecida à 50ºC sob agitação magnética, após solubilização,

foi adicionado etilenodiamina (0,4ml, 6,48 mmol), com o decorrer da reação, 1

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22

hora depois foi evidenciado a precipitação de um sólido branco. A mistura

reacional foi agitada por mais 3 horas a temperatura ambiente. Após esse tempo

a mistura reacional foi mantida na geladeira (4ºC) por 24 horas.

Em seguida filtrou-se a vácuo, lavou-se o produto com metanol gelado. O

produto foi colocado em dessecador a temperatura ambiente, obtendo um sólido

de cor branca (1,84g ) com rendimento de 85,9%.

Dados Físicos da substância N,N’di(glicopiranosil) etano-1,2-diamina

IV-(pastilha KBr (cm-1). 1666, 2889, 2916, 3328, 3340

Ánalise elementar (CHN): C= 41,57% (43,7%), H= 7,82% (7,3%), N=

6,97% (7,3%)

Análise Plarimétrica [α]D20 = -12 º

RMN 1H (400 MHz, DMSOd6,25ºC) δ(ppm) 3,66(1H,d j=9,4 ), 3,13(1H,d),

3,03(2H, s), 3,43(1H,s), 2,86(2H m,j=9,4)2,63(1H,d.j=7,04).

RMN 13C (100 MHz, DMSOd6,25ºC) δ(ppm) 91,35 (CH);78,13(2XCH),

74,04(2XCH);71,38 (2XCH);77,99 (2XCH);61,97 (2XCH2 );46,48(2x CH2 ).

O mesmo procedimento foi utilizado para os carboidratos (+) D- Manose

e para a D- Galactose.

Dados Físicos da substância N,N-α-di(manopiranosil)etano-1,2-diamina

IV-(pastilha KBr,cm-1) 3288,2945,2927, 1637,146

RMN 13C (100 MHz, DMSOd6,25ºC) δ(ppm) 88,4(2XCH), 78,4(2XCH)

75,3 (2XCH), 72,1 (2XCH), 68,4 (2XCH), 62,3 (2XCH2 ),48,8(2XCH2).

Dados Físicos da substâncias N,N-α-di(galactopiranosil)etano-1,2-

diamina :

IV-(pastilha KBr,cm-1) 3481,3373,2908,2887,1647,1465,1400,1288

RMN 13C (100 MHz, D2O,25ºC) δ(ppm) 92,4 e 96,55(CH ), 71,8 e 72,76

(CH), 70,55 e 73,54(CH),70,39 e 71,85 (CH), 69,11 e 61,34 (CH), 63,61 e 61,34

(CH2 ).

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23

3.3- Síntese do Complexo de Platina com a Substância N,N-

di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina.

Esquema 7-Síntese do Complexo de Platina utilizando como ligante o Açúcar

Diaminado Glicose

Em um balão de fundo redondo acoplado com condensador de refluxo

foram adicionados 100 mg (0,26 mmol) do açúcar diaminado de glicose

dissolvido em DMF e 108 mg (0,26 mmol) tetracloretoplatinato de potássio

dissolvido em metanol, a mistura reacional foi posta em refluxo por 6 horas.

Posteriormente foi evaporado o excesso de solvente, e a solução foi mantida em

geladeira (4ºC) por 24 horas. Foi obtido um sólido (34 mg) de coloração amarelo

esverdeado com rendimento de 22%.

Dados Físicos:

IV (pastilha KBr,cm-1) 1030,1043, 1643,2987, 3337

RMN13C (100MHz, DMSOd6,25ºC) δ(ppm) 97,44(2XCH), 77,30 (2XCH);

75,89,30 (2XCH); 73,77,28 (2XCH); 61,30 (2XCH); 70,83 (2XCH); 34,68 (CH2N).

3.4- Síntese do Complexo de Zinco com a Substância N,N-

di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina.

Em um balão de fundo redondo foram adicionados 100 mg (0,26 mmol)

do composto 4 em 10ml metanol, em seguida adicionado 35,5 mg (0,26 mmol),

a reação é agitada por 30 minutos. A solução foi concentrada por

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24

aproximadamente a metade do volume inicial, em seguida adicionou-se

isopropanol obtendo um precipitado branco, (45 mg ) com rendimento de 38%.

Dados Físicos:

IV ( pastilha,cm-1) 3295,2889,1658,1569,1076,1037

Análise elementar(CHN): C= 3019% (37,5%), H= 6,23% (5,8%), N=5,05%

(4,8%)

RMN 13C (100 MHz, D2O,25ºC) : δ(ppm) 92,36(CH), 76,20(CH),

74,43(CH), 73,05(CH),71,77(CH),69,9(CH) 61,06 (CH2 ), 24,02 (NCH2 )

3.5- Síntese do Complexo de Cobre (II) com a Substância N,N-

di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina.

Para a formação do complexo de cobre foi utilizado o procedimento

descrito acima , no qual 100 mg ( 0,26 mmol) do composto foi tratado com 10 ml

metanol,seguido da adição de 45 mg (0,26 mmol) do cloreto de cobre (II) obtendo

um sólido de coloração azul esverdiada de massa 60 mg com rendimento de

57% .

Dados Físicos

IV (pastilha,cm-1) 3386, 1639, 1076

Espectroscopia de UV-visível (λ, nm) 700 ----790

Análise elementar (CHN): C=29,11% (37,7%), H= 6,13% (5,8%), N=

6,3% (4,42%.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1- Formação dos Açúcares Diaminados.

Hayes e colabradores em 2003 relataram a síntese do açúcar diaminado

à partir da reação de condensação do monossacarídeo D-manose com

etilenodiamina em metanol anidro a temperatura ambiente, a solução foi

guardada em geladeira por 24 horas a 4ºC, obtendo um sólido branco com

rendimento de 77%. No presente trabalho este procedimento foi estendido aos

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25

monossacarídeos glicose e galactose.. As reações dos monossacarídeos com

etilenodiamina, estão demonstradas no esquema 8.

OHO

HO

OH

OHOH

H2N

NH2

OHO

HO

HN

OHOH

Manose (1)O OH

OH

NH

OHHO

(2) (3)

OHO

HO

OHOH

OH

Glicose (4)

H2N

NH2

OHO

HO

HNOH

OH

O OHOH

NHHO

HO

(2) (5)

OOH

HO

OHOH

OH

Galactose (6)

H2N

NH2

OOH

HO

HNOH

OH

O

OH

OH

NHHO

HO

(2) (7)

metanol

metanol

metanol

2

2

2

Esquema 8- Formação de Dissacarídeos Aminados

A reação tem como material de partida os monossacarídios: glicose,

manose e galactose, que foram tratados com etilenodiamina em metanol anidro,

obtendo um sólido branco com rendimento de 85,9%, 82,5% e 83,6%

respectivamente.

A reação entre a diamina e o monossacarídeo glicose ocorre da seguinte

forma: O anel piranosídeo entra em equilíbrio, formando uma carbonila, o par de

elétrons do nitrogênio da amina faz um ataque nucleofílico a carbonila, com

formação de um íon imínico como intermediário, que posteriormente sofre ataque

do par de elétrons da hidroxila do anel, formando uma ligação intramolecular,

ocorrendo o fechamento do anel. O mesmo acontece com a outra extremidade da

amina em outro do anel piranosídeo, formando assim a substância N,N-

di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina. No esquema 9 está representado o

mecanismo de reação proposto para formação dos açúcares diaminados.

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26

OH

HO

HO

OH

OH

O

H2N

NH2

OH

HO

HO

OH

OH

NH

NH2

H

O

OH

HO

HO

OH

OH

NH

NH2

OHOH

HO

HO

OH

OH

NH

NH2

OH H

OH

HO

HO

OH

OH

HN

NH2

O

HO

HO

OH

OH

OH

O

HO

HO

HN

OH

OH

NH2

N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina

Esquema 9- Mecanismo de reação proposto para formação dos Açúcares Diaminados

Foram realizados espectros RMN de 1H e RMN de 13C dos açúcares

diaminados sintetizados, para efeito de comparação realizou-se os espectros de

RMN de 1H e RMN de 13C dos monossacarídeos glicose e manose utilizados

como material de partida. Os espectros dos produtos sintetizados encontram -se

nas Figura 26 e 27 da página 27, nas Figuras 30 e 31 da página 29 e nas Figuras

32 e 33 da página 30. Os espectros do monossacarídeo glicose encontram-se

nas Figuras 28 e 29 da página 28. Os espectros do monossacarídeo manose

encontram-se nas Figuras 34 e 35 da página 31.

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27

GET-1H-10.esp

6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0Chemical Shift (ppm)

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0N

orm

aliz

ed In

tens

ity

Water

4.85

4.59 4.

40

3.68

3.66

3.64

3.17

3.14

3.04

2.91

2.89

2.86

2.84

2.63

2.61

2.51

Figura 26- Espectro de RMN 1H da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-

diamina (25º, DMSOd6)

Cópia de GET-13C_BB.esp

112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

Nor

mal

ized

Inte

nsity

91.3

5

78.1

4 78.0

0

74.0

4 71.0

9

61.9

8

46.4

8

Figura 27- Espectro de RMN 13C da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-

diamia( 25º, DMSOd6)

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28

GLICO-1H.1

6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0Chemical Shift (ppm)

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

Nor

mal

ized

Inte

nsity

DMSO

Water

6.20 4.

90

4.77

4.66

4.48

4.46

4.38 3.57

3.11

3.03

Figura 28- Espectro de RMN 1H da Glicose (25º, DMSOd6)

GLICO-13C_BB.1

112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

Nor

mal

ized

Inte

nsity

92.7

7

73.6

572

.91

72.5

071

.13

61.7

8

Figura 29- Espectro RMN 13C da Glicose (25º, DMSOd6)

O

H

HO

H

HO

H

OH

OHHH

OH

O

H

HO

H

HO

H

OH

OHHH

OH

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29

GIE2-1H.esp

6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0Chemical Shift (ppm)

0.05

0.10

0.15

0.20N

orm

aliz

ed In

tens

ity

5.23

5.22

4.80

4.65

4.63

4.02 4.02 3.99 3.

90 3.87

3.82 3.72 3.

473.

45

3.23 3.

20

Figura 30-Espectro de RMN 1H da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-

diamina (25º, D2O)

Cópia de GIE2-13C_BB.esp

112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

Nor

mal

ized

Inte

nsity

96.3

1

92.3

8

90.0

4

77.0

075

.98

74.4

5

70.1

169

.84

61.1

160

.80

47.0

845

.13

42.6

840

.62

Figura 31- Espectro de RMN 13C da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-

1,2-diamina (25º, D2O)

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30

Manose etilenodiamina-1H.1

5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5Chemical Shift (ppm)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

Nor

mal

ized

Inte

nsity

DMSO

Water

4.25

3.92

3.89

3.68

3.65

3.36

3.18

2.96

2.85

Figura 32- Espectro de RMN 1H da Substância N,N-di(Manopiranosil)eatno-1,2-

diamina ( 25 ºC DMSOd6)

Manose etileno diamina-13C_BB.1

112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

0

0.05

0.10

0.15

Nor

mal

ized

Inte

nsity

88.0

9 87.7

7

78.4

8

75.3

0

72.0

6

68.1

9

62.3

0

48.8

4

45.8

7 42.7

1

Figura 33- Espectro de RMN 13C da Substância N,N-di(Manopiranosil)eatno-1,2-

diamina ( 25 ºC DMSOd6)

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31

Manose-1H.esp

7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0Chemical Shift (ppm)

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

Nor

mal

ized

Inte

nsity

DMSO

6.24

6.16

4.88

4.63

4.62 4.

524.

444.

434.

34

3.65 3.63

3.54

3.41

3.37

3.27

Figura 34- Espectro de RMN 1H da Manose ( 25 ºC, DMSOd6)

MANO-13C_BB.esp

105 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25Chemical Shift (ppm)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

Nor

mal

ized

Inte

nsity

94.5

5

73.7

371

.98

71.1

6

67.9

5

62.1

1

Figura 35- Espectro de RMN 13 C da Manose ( 25 ºC, DMSOd6)

O

H

HO

HO

OH

HH

OH

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32

4.2- Caracterização do Açúcar Diaminado N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-

diamina.

O produto da reação da glicose com etilenodiamina foi caracterizado por

polarimetria, análise elementar, IV, RMN 1H e 13C, HMQC e HMBC. Dados de

análise polarimétrica da substância sintetizada realizado em água, mostrou um

valor de [α]D20 = -12, diferente do valor encontrado do monossacarídeo de partida

glicose que obteve um valor [α]D20= +87. A análise também foi feita utilizando

DMSO, obtendo um valor de [α]D20 = -16 para a substância em questão e um

valor [α]D20 = +88 para a glicose, indicando deste modo a ausência do

monossacarídeo de partida.

O valor da rotação polarimétrica encontrado na literatura para o

anomômero α da glicose é de [α]D20 = +102º e do anômero β é de [α]D

20 18º,

em solução aquosa esses anômeros atingem um equilíbrio e adquire uma

rotação específica de [α]D20 = 52,7º. Os valores encontrados para a glicose na

análise realizada foram diferentes aos descritos na literatura. Uma explicação

para essa diferença nos resultados é que, no momento da análise os anômeros

não tenham atigindo o equilíbrio, estando presente em maior quantidade na

solução o anômero α. (Palleros, 2000)

Foi realizada análise elementar da substância sintetizada. Os dados da

análise elementar estão apresentados na tabela 1 e é compatível com a fórmula

C14H28N2O10.H2O, sugerindo que o produto é obtido com uma molécula de água

de hidratação.

Tabela 1: Dados obtidos da Análise Elementar (CHN)

Valores calculados Valores experimentais

C=43,7% C= 41,57%

H= 7,3% H=7,82%

N= 7,3% N= 6,97%

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33

Analisando o espectro de IV da substância sintetizada observa-se uma

banda na região de 1635 cm-1 característica da deformação angular simétrica da

ligação N--H, e uma absorção na faixa de 1363 cm-1-1095 cm-1 característica da

Ligação C-N, ausente no espectro de IV do material de partida. O espectro de IV

do produto sintetizado encontra-se representado na Figura 36 e o espectro de IV

do material de partida está apresentado na Figura 37 da página 34.

4000 3000 2000 1000Wavenumber (cm-1)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

%T

rans

mitt

ance

549.67634.54

811.98

1022.201095.49

1363.581471.59

1502.441635.52

2891.102929.67

3245.973338.553442.70

Figura 36 - Espectro de I.V. da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-

diamiana

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34

4000 3000 2000 1000

Wavenumber (cm-1)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

%T

rans

mitt

ance

621.04

1026.061105.14

1147.571224.711460.01

1631.67

2891.102914.242943.17

3315.41

O

OH

H

OH

H

H

H

HOH

OH

OH

Figura 37- Espectro de I.V. da Glicose

Os espectros RMN 1H e RMN 13C em D2O. do produto sintetizado

apresentaram bastante complexos como podem ser observados na Figura 38 e

na Figura 39 da página 35.

Cópia de GIE2-1H.esp

6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5Chemical Shift (ppm)

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

0.06

0.07

0.08

0.09

Nor

mal

ized

Inte

nsity

5.23 5.22

4.80

4.65

4.63

4.02 4.

02 3.99

3.90

3.87

3.82 3.

72

3.47

3.45

3.23 3.

20

2.76

Figura 38- Espectro de RMN 1H da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-

diamina (25º, D2O)

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35

Cópia de GIE2-13C_BB.esp

104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

Nor

mal

ized

Inte

nsity

96.3

1

92.3

8

90.0

4

77.0

075

.98

74.4

5

70.1

169

.84

61.1

160

.80

47.0

845

.13

42.6

840

.62

Figura 39- Espectro de RMN 13C da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-

diamina (25º, D2O)

No espectro de RMN 1H (Figura 38, p. 34 ) observa-se sinais em 3,99

ppm referente ao hidrogênio anomérico da glicosilamina, H1 e H1’’e também os

sinais em 2,76 ppm referente ao sinal do grupo CH2 do produto sintetizado

vizinho ao nitrogênio

Os sinais em 5,23 ppm e 4,65 ppm presentes no espectro de RMN 1H (

Figura 40, p. 36 ) são compatíveis com sinais de Hidrogênio de glicose livre,

demonstrando assim que além do produto sintetizado há presença de glicose em

solução de D2O.

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36

Cópia de GIE2-1H.esp

5.5 5.0 4.5Chemical Shift (ppm)

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

Nor

mal

ized

Inte

nsity

5.23

5.22

4.80

4.65

4.63

Figura 40 - Região ampliada do espectro de RMN 1H da Substância N,N-

di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina ( 25ºC, D2O )

O espectro de RMN 13C ( Figura 39, p. 35 ) apresentam vários sinais dos

quais merecem destaque os sinais em 90,03 referente ao carbono 1 da

glicosilamina e o sinal em 47,08 ppm que pode ser atribuído ao metileno vizinho

ao nitrogênio. Os sinais em 92,38 e 96,31 são compatíveis com os carbonos α e

β da glicose respectivamente.

Utilizando o mapa de correlação heteronuclear HMQC foi possível

observar as correlações do sinal do hidrogênio δH 5,23 ppm com o carbono em δC

92,38 ppm e do hidrogênio δH 4,65 ppm com o carbono em δC 96,31 ppm . Essas

correlações são atribuídas aos hidrogênios e carbonos da glicose livre. A

correlação de maior destaque é entre os sinais de hidrogênio em δH 3,99 ppm

com o sinal em δC 90,04 ppm. Essa correlação é atribuída aos hidrogênios e

carbonos anoméricos da glicosilamina produzida. O mapa de correlação HMQC

encontra-se na Figura 41 da página 37.

No mapa de correleção heteronuclear HMBC destaca-se entre outras

correlações, a correlação a 3 ligações entre o hidrogênio δH 2,76 ppm com o

carbono anomérico da glicosilamina em δC 90,04 ppm. Essa correlação confirma

a conectividade do metileno (CH2) ao sistema piranosídico. Na Figura 42 está

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37

representado o mapa de correlação HMBC e na Figura 43 a correlação a 2 e 3

ligações do C1” com o H1 do N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-dimaina.

Os espectros de RMN 1H e RMN 13C de produto obtidos indicam que

eles sofrem hidrólise em contato com D2O . Resultado similar foram descritos por

Coma e colaboradores em síntese de glicosilamiana ( Figura 16, p. 14)

Figura 41- Mapa de correlação HMQC

Figura 42- Mapa de correlação HMBC

5.0 4.5 4.0F2 Chemical Shift (ppm)

70

75

80

85

90

95

100

F1

Che

mic

al S

hift

(ppm

)

6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5F2 Chemical Shift (ppm)

20

30

40

50

60

70

80

90

100

F1

Che

mic

al S

hift

(ppm

)

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38

OHO

HO

HNOH

OH

O OHOH

NH

HO

HO

2''1''

H

H

H1

Figura 43- Correlação 3JCH em C1’’ e H1 do N,N-di(glicopiranosil) etano-1,2-

diamina

Diante das observações citadas anteriormente foram realizados novos

espectro de RMN 1H e RMN 13C utilizando o solvente DMSOd6 , obtendo um

espectro com sinais mais simples. Para o espectro de RMN de 1H os principais

sinais que caracterizam a presença do grupo CH2 vizinho ao nitrogênio na

estrutura são evidenciados em 2,63 ppm e 2,89 ppm ausentes no espectro do

material de partida. Na Figura 44 está representado o espectro de RMN 1H da

N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2 diamina e para efeito de comparação foi obtido um

espectro de glicose em DMSOd6 ( Figura 45, p. 39 )

Cópia de GET-1H-10.esp

5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5Chemical Shift (ppm)

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

Nor

mal

ized

Inte

nsity

Water

4.85

4.59 4.

40

3.68

3.64

3.17

3.14

3.04

2.91

2.89

2.86

2.84

2.63

2.61

2.51

Figura 44- Espectro de RMN 1H da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-

1,2-diamina ( 25ºC, DMSOd6 )

OHO

HO

HNOH

OH

O OHOH

NH

HO

HO

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39

GLICO-1H.1

7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5Chemical Shift (ppm)

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

Nor

mal

ized

Inte

nsity

DMSO

Water

6.20

4.91

4.90

4.79

4.77

4.65

4.48

4.46

4.38 3.57

3.11

3.03

Figura 45- Espectro de RMN 1H da Glicose ( 25ºC, DMSOd6 )

O hidrogênio anomérico encontra-se na região de 3,68 ppm sobreposto

ao outros sinais, devido ao efeito de blindagem do grupo amina ( Figura 44, p. 38

). No espectro de RMN 13C observa-se vários sinais similares ao do

monossacarídeo glicose, o que se destaca é o sinal em 46,48 ppm referente

ao grupo metileno (CH2 ) vizinho ao nitrogênio. O espectro de RMN 13C da N,N-

di(glicopiranosil)etano-1,2-diamia sintetizada está na Figura 46 da página 40,

para efeito de comparação na Figura 47 da página 40 encontra-se o espectro de

RMN 13C da glicose em DMSOd6 .

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40

Cópia de GET-13C_BB.esp

104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

Nor

mal

ized

Inte

nsity

91.3

5

78.1

4 78.0

0

74.0

4 71.0

9

61.9

8

46.4

8

Figura 46- Espectro de RMN 13C da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-

1,2-diamina ( 25ºC, DMSOd6 )

GLICO-1H.1

7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5Chemical Shift (ppm)

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

Nor

mal

ized

Inte

nsity

DMSO

Water

6.21 4.90

4.79

4.77

4.66

4.65

4.48

4.46

4.38 3.57

3.54 3.

113.

05

Figura 47- Espectro de RMN 13C de Glicose ( 25ºC, DMSOd6 )

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41

No mapa de correlações heteronuclear HMQC entre as várias

correlações podemos observar a correlação do hidrogênio em δH 3,68 ppm com

o carbono em δC 91,34 ppm. Essas correlações são atribuídas aos hidrogênio e

carbonos anoméricos da N,N-di(glicopiranosil)eatano -1,2-diamina, outra

correlação importante que podemos destacar é a correlação entre o hidrogênio

em δH 2, 63 ppm e δH 2,89 ppm com o carbono em δC 46,48 ppm. Essa

correlação é atribuída ao grupo CH2 vizinho ao nitrogênio na estrutura do produto

sintetizado. Na Figura 48 está representado o mapa de correlação HMQC.

No mapa de correlação heteronuclear HMBC a correlação de maior

destaque é entre o sinal do hidrogênio em δH 3,68 ppm a 3 ligações do

carbono 1’’ e 2’’(C1’’ e C2’’) em δC 46,48 ppm. Essas correlações são atribuídas

ao hidrogênio anomérico e o carbono do metileno (CH2 ) vizinho ao nitrogênio da

substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina. O mapa de correlação HMBC

encontra-se na Figura 49 da página 42. Na Figura 50 está novamente

representada a correlação 3JCH em C1” e H1 da substância N,N-

di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina.

Figura 48- Mapa de correlação HMQC

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42

Figura 49- Mapa de correlação HMBC

OHO

HO

HNOH

OH

O OHOH

NH

HO

HO

2''1''

H

H

H1

Figura 50- Correlação 3JCH em C1’’ e H1 do N,N-di(glicopiranosil) etano-1,2-

diamina

Os demais sinais dos espectros de Ressonância Magnética Nuclear de 1H

e de 13C (RMN 1H e 13C) para a molécula do N,N-α-di(glicopiranosil) etano-1,2-

diamina e suas devidas correlações a uma, duas e três ligações (1JCH, 2JCH e

3JCH) estão dispostos na Tabela 2 , evidenciado definitivamente a formação da

substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina.

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43

Tabela 2 - Dados de RMN de 1H e 13C, em suas correlações a uma , duas e três ligações

4.3- Caracterização do Açúcar Diaminado N,N-di(manopiranosil)etano-1,2-

diamina

O açúcar aminado N,N–di(manopiranosil)etano-1,2-diamina foi

caracterizado por espectro de IV, RMN 1H e RMN 13C. No espectro de IV da

substância diaminado foi observado uma banda na região de 1647 cm-1

característica da deformação angular simétrica da ligação N--H, e uma absorção

na faixa de 1297cm-1-1029 cm-1 característica da Ligação C-N, não observada

no espectro de IV do material de partida. Nas Figura 51 e 52 da página 44

encontram-se os espectros de IV da substância sintetizada e do monossacarídeo

manose respectivamente.

HMQC HMBC

CH

1e 1’

2 e 2’

3 e 3’

4 e 4’

5 e 5’

δC

91,35

78,13

74,04

71,38

77,99

δH

3,66 (d,J=6,4)

3,13 (d, J= 7,6)

2,87 ( m, J= 9,4)

3,04 (s)

3.04 (s)

JCH

H-1

H-1 e H-3

H-2

H-4 e H-6

H-4 e H-6

JCH

H-4

H-2

H-3

CH2

6 e 6’

1’’e 2’’

61,97

46,48

3,66 (d, J= 9,4) 3,43 (s)

2,89 (d, J = 7,04)

2,63 (d, J = 9,4)

H-5

H -1

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44

4000 3000 2000 1000

Wavenumber (cm-1)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

%T

rans

mitt

ance

501.46

725.18

881.411029.921066.56

1099.35

1296.081323.081473.51

1569.951647.10

2866.022945.103296.12

Figura 51- Espectro de I.V. da Substância N,N’di(manopiranosil)etano-1,2-

diamina

4000 3000 2000 1000Wavenumber (cm-1)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

%T

rans

mitt

ance

1066.56

1411.80

1629.74

3392.55

O

OHH

OHH

H

H

HOH

OH

OH

Figura 52- Espectro de I.V. da Manose

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45

Os espectro de RMN 1H e RMN 13C da substância N,N’-

di(manopiranosil)etano-1,2-diamina foram realizados em DMSOd6. No espectro

RMN 1H os sinais que merecem importância encontram-se em 2,73 ppm e 3,92

pmm. O sinal em 2,73 ppm é atribuído hidrogênio do grupo CH2 vizinho ao

nitrogênio e o sinal em 3,92 ppm é atribuído ao carbono anomérico na estrutura

do produto sintetizado . Estes sinais encontram-se ausente no espectro do

material de partida. Na Figura 53 encontra-se apresentado o espectro de RMN 1H

da N,N’-di(manopiranosil)etano-1,2-diamina e para efeito de comparação o

espectro do monossacarídeo de partida encontra-se na Figura 54 da página 46.

,

Manose etilenodiamina-1H.1

4.5 4.0 3.5 3.0 2.5Chemical Shift (ppm)

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

Nor

mal

ized

Inte

nsity

DMSO

Water

3.92 3.

683.

65

3.18

2.96

2.73

2.66

Figura 53- Espectro de RMN 1H da Substância N,N-di(manopiranosil)etano-1,2-

diamina ( 25 º, DMSOd6)

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46

MANO-1H.1

6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0Chemical Shift (ppm)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

Nor

mal

ized

Inte

nsity

DMSO

6.24

4.88 4.

52

4.34 3.

54

3.35

Figura 54- Espectro de RMN 1H da Manose ( 25 º, DMSOd6)

No espectro de RMN 13C entre outros sinais, o sinal mais significativo foi

observado em 48,84 ppm, este sinal caracteriza a conectividade do grupo

alquil (CH2) vizinho ao nitrogênio na estrutura da substância N,N-

di(manopiranosil)etano-1,2-diamina. No espectro do material de partida este sinal

encontra-se ausente. Nas Figuras 55 e 56 da página 47 estão representados os

espectros de RMN 13C do produto sintetizado e do material de partida

respectivamente.

O

H

HO

HO

OH

HH

OH

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47

Manose etileno diamina-13C_BB.1

100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20Chemical Shift (ppm)

0

0.05

0.10

0.15

Nor

mal

ized

Inte

nsity

87.7

7

78.4

8

75.3

0

68.1

9

62.3

0

48.8

4

45.8

7 42.7

1

Figura 55- Espectro de RMN 13C da Substância N,N-di(manopiranosil)

etano-1,2-diamina( 25ºC, DMSO d6)

MANO-13C_BB.esp

112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

Nor

mal

ized

Inte

nsity

94.5

5

73.7

371

.98

71.1

667

.95

62.1

1

Figura 56- Espectro de RMN 13C da Manose (25ºC, DMSO d6)

O

H

HO

HO

OH

HH

OH

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48

Os demais sinais do espectro de RMN 13C da substância N,N-

di(manopiranosil)etano-1,2-diamina encontram-se na tabela 3. Na mesma tabela

encontram-se sinais de RMN 13C pesquisados na literatura para uma possível

comparação observando alguns sinais compatíveis.

Tabela 3-Dados de RMN 13C da substância N,N-di(manopiranosil)etano

1,2-diamina, comprados com os dados da literatura (Hayes et al., 2003)

4.4- Caracterização do Açúcar Diaminado N,N-di(galactopiranosil)etano-1,2-

diamina.

O açúcar diaminado formado á partir do monossacarídeo galactose foi

caracterizado por espectro de IV espectro de RMN 1H e RMN 13C. No espectro

de IV foi observado uma banda em banda na região de 1647 cm-1 característica

da deformação angular simétrica da ligação N--H, e uma absorção na faixa de

1288 cm-1-1089 cm-1 característica da Ligação C-N comparados com o espectro

de IV da galactose . Os espectros de IV do produto sintetizado e do material de

partida encontram-se nas Figuras 57 e 58 da página 49 respectivamente

posição δc (ppm) δc (ppm) Lit.ref.

1 88,4 89,5

2 78,4 80,0

3 75,3 76,6

4 72,1 73,6

5 68,4 69,9

6 62,3 62,0

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49

4000 3000 2000 1000Wavenumber (cm-1)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

%T

rans

mitt

ance

703.97784.97

999.061089.71

1288.36

1400.221465.80

1647.102877.602908.45

3373.27

3481.27

Figura 57- Espectro de I.V da Substância N,N,’di(galactopiranosil)etano-1,2-

diamina

4000 3000 2000 1000Wavenumber (cm-1)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

%T

rans

mitt

ance

406.95

661.54765.69837.05

956.63

973.981045.351053.06

1068.491103.21

1151.421247.86

1421.441456.16

2937.38

3132.183207.40

3392.55

O

OH

H

OH

HH

H

HOH

OH OH

Figura 58- Espectro de I.V da Galactose

O espectro RMN 13C, o sinal de maior destaque é o sinal em 45,18 ppm , que

caracteriza a presença do grupo (CH2 ) vizinho ao nitrogênio que encontra-se

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50

ligado ao anel do monossacarídeo na estrutura do produto formado. O espectro

está representado na Figura 59.

ana.003.esp

100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30Chemical Shift (ppm)

-0.5

0

0.5

Nor

mal

ized

Inte

nsity

94.0

5

86.9

186

.67

77.1

3

73.7

9

71.1

8

67.1

3

61.17

45.4844.31

40.05

Figura 59- Estrutura da Subastância N,N-di(galactopiranosil) etano-1,2-

diamina a (25ºC em D2O)

Os demais sinais do espectro de RMN 13C obtidos da substância N,N-

di(galactopiranosil)etano-1,2-diamina estão mostrados na tabela 4.

P

osição

δ

c (ppm)

1 9

2,4

2 7

1,8

3 7

0,55

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51

Tabela 4- Dados de RMN de 13C da substância

N,N-di(galactopiranosil) etano-1,2-diamina em D2O

4.5-. Síntese do Complexo de Platina formado à partir da Substância N,N-

di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina.

Para síntese do complexo de platina foi utilizado um protocolo

desenvolvido por Siddiq et al. No presente trabalho o açúcar diaminado á partir

de glicose foi dissolvido em DMF, a esta solução foi adicionada o sal de platina

dissolvido em metanol. A reação ocorreu em refluxo por 6 horas, obtendo um

sólido amarelo esverdiado com rendimento de 22% . No esquema 10 está

demonstrado o mecanismo proposto para formação do complexo de platina com

ligante N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina.

4 7

0,39

5 6

9,11

6 6

3,61

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52

OHO

HO

NOH

OH

O OHOH

NHO

HO

PtCl

Cl

OHO

HO

HNOH

OH

O OHOH

NHHO

HOPt

Cl Cl

Cl Cl

OHO

HO

NOH

OH

O OHOH

NHHO

HO

PtCl

Cl Cl

H

DMF,MeOH

OHO

HO

HNOH

OH

O OHOH

NHHO

HO

K2PtCl4+ reflux,6horas

(4) (8)

(9)

Esquema 10-Mecanismo proposto para formação do Complexo de Platina

O produto formado foi caracterizado por IV e RMN de 13C. No espectro

de IV foi observado uma banda na região banda em 1080 cm-1 e 1053 cm-1

caracterizando a formação do complexo 9, não observada no espectro do

material de partida da substância. O espectro de IV do complexo sintetizado e do

N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina encontram-se nas Figuras 60 e 61 da

página 52 respectivamente.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500Wavenumber (cm-1)

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

88

%T

rans

mitt

ance

3387.15

2924.21

1641.49

1080.181053.18

895.01

OHO

HO

NOH

OH

O OHOH

NHO

HO

PtCl

Cl(9)

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53

Figura 60- Espectro de IV do Complexo de Platina sintetizado

4000 3000 2000 1000Wavenumber (cm-1)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

%T

rans

mitt

ance

549.67634.54

811.98

1022.201095.49

1363.58

1471.591502.44

1635.52

2891.102929.67

3245.97

3338.55

3442.70

Figura 61- Espectro de IV da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina

O espectro RMN 1H e RMN de 13C foram realizados em DMSOd6. O

espectro RMN 1H ( Figura 64, p. 55 ) mostrou-se muito confuso não permitindo

atribuições aos sinais apresentados. O espectro de RMN de 13C no entanto, foi a

principal caracterização desta substância. No espectro de RMN de 13C foi

observado vários sinais similares ao anel de glicose, o sinal mais importante

deste espectro é o sinal em 34,69 ppm , este sinal é atribuído ao metileno (CH2)

vizinho ao nitrogênio na estrutura do complexo sintetizado, confirmando a ligação

entre o metal e a substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina. Foi

observado que o referido sinal encontra-se deslocado de sua região de origem

devido ao efeito de blindagem exercido pelo metal, visto que no espectro de

RMN 13C do material de partida ele é observado na região de 46,48 ppm. Na

Figura 62 encontra-se apresentado o espectro do complexo sintetizado, e para

efeito de comparação na Figura 63 da página 54 encontra-se o espectro da

substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina.

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54

PTG-13C_BB.3

104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

-0.01

0

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

0.06

0.07

0.08

0.09

0.10

0.11

0.12

0.13

Nor

mal

ized

Inte

nsity

97.4

3

92.7

5

77.2

875

.39

70.8

3

61.7

3

36.4

234

.69

31.3

9

Figura 62- Espectro de RMN 13C do Complexo de Platina (25ºC, DMSOd6.)

OHO

HO

NOH

OH

O OHOH

NHO

HO

PtCl

Cl(9)

OHO

HO

NOH

OH

O OHOH

NHO

HO

PtCl

Cl(9)

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55

Cópia de GET-13C_BB.esp

112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

0.45

0.50

0.55

0.60

0.65

0.70

Nor

mal

ized

Inte

nsity

91.3

5

78.1

4 78.0

0

74.0

4 71.0

9

61.9

8

46.4

8

Figura 63- Espectro de RMN 13C Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-

diamina ( 25ºC, DMSOd6 )

São observados também no espectro de RMN 13C ( Figura 62, p. 53) sinais

nas regiões nas regiões de 92,75 ppm e 97,43 ppm, estes sinais são

característicos dos carbonos anoméricos α e β da glicose. Esses sinais

observados podem ser provenientes da deformação dos anéis de glicose

causada pelo metal, já que no espectro de RMN 13C ( Figura 63 ) do material de

partida., é observado apenas um sinal de carbono anomérico em 91,34 ppm.

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56

GPT1-1H.5

20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 -2 -4Chemical Shift (ppm)

0.05

0.10

0.15

Nor

mal

ized

Inte

nsity

DMSO

Water

4.91

3.06

2.90

2.74

Figura 64- Espectro de RMN 1H do Complexo de Platina (25ºC, DMSOd6.)

4.6- Síntese da formação do Complexo metálico da Substância N,N

di(glicopiranosil) etano-1,2-diamina com o metal Zinco.

A síntese do complexo de zinco foi baseada no trabalho de Tanase e

colaboradores., que em 1993 sintetizou complexos de cobre (II) com ligantes N-

glicosídios em uma única etapa. No presente trabalho a síntese do complexo foi

divido em duas etapas: Na primeira etapa foi realizada a síntese do composto N-

glicosídio descrito no item 4.1, p. 24, na segunda etapa foi realizada a síntese do

complexo metálico de zinco, que está descrito abaixo:

Para síntese do complexo de zinco, o composto N,N-di(glicopiranosil)

etano-1,2-diamina foi dissolvido em metanol, em seguida adiciona-se cloreto de

zinco (II). A reação foi agitada por 30 minutos a temperatura ambiente, obtendo

um sólido de cor azul esverdeado com rendimento 38%. No esquema 11 está

descrito uma proposta de síntese sugerida por Tanase e colaboradores.

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57

O

OH

HO

N

O

HO

N

ZnCl

H

H

O

OHOHHO

OH

Cl-

H

OHO

HO

HNOH

OH

N

OOH

H

HO

OH

H

ZnCl2

OHO

HO

HNOH

OH

N

OOH

OH

H

HO

OH

H

+

Esquema 11- Proposta de estratégia de síntese para o Complexo de Zinco formado

O produto é de difícil caracterização, devido sua propriedade altamente

higroscópica, porém foi possível caracterizá-lo por IV, RMN de 1H e 13C e Análise

elementar (CHN). Dados da análise elementar apresentados na tabela 5 na

página 56, são compatíveis com a fórmula ZnC14H28N2O10Cl2..3H2O, indicando

que o produto foi obtido com 3 moléculas de água de hidratação.

Tabela 5 - Dados da Análise Elementar

No espectro de IV do complexo é observado uma banda em 1035 cm-1

não observada no espectro de IV do material de partida , evidenciando uma

mudança no espectro do ligante. Os espectros de IV do complexo formado e do

material de partida encontram-se na Figuras 65 e 66 da página 57.

Valores

calculados

Valores obtidos

Experimentais

C = 37,5% C = 30,19%

H = 5,8% H = 6,23%

N = 4,8% N = 5,05%

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58

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500Wavenumber (cm-1)

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

88

96

%T

rans

mitt

ance

3394.86

2926.14

1631.85

1462.11

1076.331035.82

Figura 65- Espectro de I.V. do Complexo de Zinco sintetizado

4000 3000 2000 1000Wavenumber (cm-1)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

%T

rans

mitt

ance

549.67634.54

811.98

1022.201095.49

1363.58

1471.591502.44

1635.52

2891.102929.67

3245.97

3338.55

3442.70

Figura 66- Espectro de I.V. da Substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamiana

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59

O espectro de RMN 1H do complexo formado com metal zinco foi realizado

em D2O, neste espectro foram observados sinais de hidrogênio similares aos de

glicose, compatíveis com os sinais apresentados no espectro de RMN 1H da

substância N,N’-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina, indicando assim a formação

do complexo. O espectro de RMN 1H do complexo sintetizado encontra-se

apresentado na Figura 67 e para efeito de comparação o espectro de RMN 1H

da substância N,N-di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina está na Figura 68 da

página 59.

GZN1-1H.esp

6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0Chemical Shift (ppm)

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

0.45

Nor

mal

ized

Inte

nsity

Water

5.22

4.63

4.09

3.90 3.

873.

823.

773.

703.

503.

48 3.46

3.41

3.25 3.

23

2.83

Figura 67- Espectro RMN 1H do Complexo de Zinco (25ºC, D2O)

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60

Cópia de GIE2-1H.esp

6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0Chemical Shift (ppm)

0.05

0.10

0.15

Nor

mal

ized

Inte

nsity

5.23

5.22

4.80

4.65

4.63

4.02 4.02 3.99

3.90 3.

873.

82 3.72 3.

473.

453.

23 3.20

Figura 68- Espectro de RMN 1H da Substância N,N’-di(glicopiranosil)eatno-

1,2- diamina (25ºC, D2O)

O espectro, também apresenta sinais de hidrogênio em 5,23 ppm e 4,65

ppm, esses sinais são atribuídos ao sinais de hidrogênio α e β de glicose livre,

indicando que o complexo sintetizado sofre hidrólise em D2O. (Figura 69 )

GZN1-1H.esp

6.0 5.5 5.0 4.5Chemical Shift (ppm)

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

0.45

0.50

Nor

mal

ized

Inte

nsity

Water

5.22

4.63

Figura 69- Ampliação do Espectro de RMN 1H do Complexo de Zinco

sintetizado

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61

Devido as observações encontradas no espectro RMN 1H em D2O, foram

realizados espectros de RMN 1H e RMN 13C do complexo sintetizado em

DMSOd6. O espectro de RMN 1H apresentou sinais largos não indicando

ocorrência de hidrólise O espectro de RMN 1H encontra-se apresentado na

Figura 70.

GZN-1H.1

6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0Chemical Shift (ppm)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

Nor

mal

ized

Inte

nsity

DMSO

Water

4.90

4.26

3.68

3.12

3.02

2.84 2.

62

Figura 70- Espectro de RMN 1H do Complexo de Zinco (25ºC, DMSOd6 )

O espectro de RMN 13C obtido apresentou sinais similares aos

encontrados no espectro RMN 13C do material de partida da substâncias N,N-

di(glicopiranosil)eatno-1,2-diamina, indicando a presença dos anéis de glicose na

estrutura do complexo. O sinal que se destaca é o sinal em 37,81 ppm, este sinal

é atribuído ao grupo CH2 vizinho ao nitrogênio próximo ao metal, observa-se que

o sinal sofreu um deslocamento , devido ao possível efeito de blindagem

exercido pelo metal, visto que, no espectro de RMN 13C do material de partida o

respectivo sinal é encontrado em 46,48 ppm.

O espectro também apresentou sinais em 92,79 ppm e 97,45 ppm,

atribuídos aos sinais dos carbonos anoméricos α e β respectivamente de glicose.

Esses sinais indicam uma distorção sofrida pelos anéis de glicose na ligação

coordenada com o metal. Os espectros analisados confirmam a formação do

complexo de zinco com a substância N,N di(glicopiranosil)etano-1,2.-diamina. O

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62

espectro de RMN 13C do complexo formado encontra-se na Figura 71 e para

efeito de comparação o espectro de RMN 13C da substância N,N-di-

(glicopiranosil)etano-1,2-diamina encontra-se na Figura 72.

GZN-13C_BB.1

112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

0

0.05

0.10

0.15

Nor

mal

ized

Inte

nsity

97.4

5

92.7

9

77.2

9

70.8

7

61.7

9

37.8

1

Figura 71- Espectro de RMN 13 C do Complexo de Zinco sintetizado

(25ºc,DMSOd6 )

Cópia de GET-13C_BB.esp

112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24Chemical Shift (ppm)

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

0.45

0.50

0.55

0.60

0.65

0.70

0.75

Nor

mal

ized

Inte

nsity

91.3

5

78.1

4 78.0

0

74.0

4 71.0

9

61.9

8

46.4

8

Figura 72- Espectro de RMN 13C da Substância N,N-di(glicopiranosil) etano-

1,2-diamina (25ºc,DMSOd6

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63

4.7- Síntese da formação do Complexo metálico da Substância N,N-

di(glicopiranosil)etano-1,2-diamina com o metal Cobre.

Para formação do complexo metálico foi utilizado o procedimento

descrito acima no item 4.6, obtendo um produto sólido de cor azul esverdeado

com rendimento 57%. No esquema 12 está proposto uma estratégia de síntese

para o complexo de cobre baseado no trabalho de Tanase e colaboradores.

O

OH

HO

N

O

HO

N

CuCl

H

H

O

OHOH

HO

OH

Cl-

H

OHO

HO

HNOH

OH

N

OOH

H

HO

OH

H

CuCl2

OHO

HO

HNOH

OH

N

OOH

OH

H

HO

OH

H

+

Esquema 12- Estratégia de síntese proposta para formação o Complexo de

Cobre

O produto formado é bastante higroscópico dificultando sua

caracterização, contudo foi possível caracteriza-lo por I.V., por UV e por Análise

elementar. Dados de análise elementar apresentados na tabela 6 é compatível

com a fórmula molecular CuC14H28N2O10Cl2.4H2O, sugerindo que o complexo é

formado com quatro moléculas de água de hidratação.

Tabela 6: Dados obtidos da Análise elementar (CHN)

No espectro de I.V. observou-se uma banda média, em 1076 cm-1 ,

ausente no espectro do material de partida. Os espectros de IV do complexo

Valores calculados Valores Experimentais

C= 37,7% C= 29,11%

H= 5,8% H= 6,13%

N= 6,3% N= 4,42%

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64

sintetizado e do material de partida encontram-se apresentados nas Figuras 73 e

74 respectivamente.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500Wavenumber (cm-1)

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

%T

rans

mitt

ance

3364.00

2926.14

1631.85

1452.46

1076.33

887.29

Figura 73- Espectro de I.V. do Complexo de Cobre sintetizado

4000 3000 2000 1000Wavenumber (cm-1)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

%T

rans

mitt

ance

549.67634.54

811.98

1022.201095.49

1363.58

1471.591502.44

1635.52

2891.102929.67

3245.97

3338.55

3442.70

Figura 74- Espectro de IV da Substância N,N-di-( glicopiranosil) 1,2-etano diamina

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65

O espectro de UV-visível apresentaram bandas na região 786,5 nm (ε= 44

dm-3.mol-1.cm-1) na concentração de 1x10-3 mol. dm-3 e na região 737 nm (ε= 68

dm-3.mol-1.cm-1) na concentração de 1x10-2 mol. dm-3, essas as transições podem

ser consideradas d-d, devido aos valores baixo do ε encontrados em ambas

absorções. Para efeito de comparação foram realizados o espectro de Uv –visível

do CuCl2 em metanol (~900nm) da substância N,N-di(glicopiranosil) etano-1,2-

diamina em metanol (331nm e 203 nm). Segundo Tanase e colaboradores essas

bandas apresentadas nestas regiões são características da geometria quadrado

planar. Os espectros eletrônicos do complexo de cobre nas concentrações 1x10-3

mol-1.dm-3 e 1x10-2 mol-1.dm-3 encontram-se na Figura 75.

Figura 75- ( A) Espectro Eletrônico do Complexo CuC14H36N2O14Cl2 em

metanol na concentração de 1x10-3 mol-1.dm-3 e (B) Espectro Eletrônico do

Complexo CuC14H36N2O14Cl2 em metanol na concentração 1x10-2 mol/dm-3

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66

Para efeito de comparação foram realizados o espectro de Uv –visível do

CuCl2 em metanol (~900nm) da substância N,N-di(glicopiranosil) etano-1,2-

diamina em metanol (331nm e 203 nm) nas concentrações de 1x10-3 mol. dm-3 e

1x10-2 mol. dm-3 , esses espectros encontram-se na Figuras 76 e na Figura 77 da

página 66.

Figura 76- (A) Espectro Eletrônico do CuCl2 em metanol na concentração

1x10-3 mol/dm-3 e (B) Espectro Eletrônico da Substância N,N-di(glicopiranosil)

etano-1,2-diamina diamia em metanol na concentração

1x10-3 mol/dm-3

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67

Figura 77-(A) Espectro Eletrônico do CuCl2 em metanol na concentração

1x10-2 mol/dm-3 e (B) Espectro Eletrônico da Substância N,N-

di(glicopiranosil) etano-1,2-diamina diamia em metanol na concentração

1x10-2 mol/dm-3

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68

Os espectros eletrônicos de todas as substâncias citadas acima na

concentrações 1x10-2 mol-1.dm-3 e 1x10-3 mol-1.dm-3 estão apresentados na

Figura 78 e na Figura 79 respectivamente.

Figura 78- Espectros Eletrônicos em metanol na concentração de 1x10-2

mol/dm-3. Espectro 1: complexo, Espectro 2: CuCl2, Espectro 3: N,N-

di(glicopiranosil) etano-1,2-diamina

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69

Figura 79- Espectros Eletrônicos em metanol na concentração de 1x10-3

mol/dm-3. Espectro 1: complexo, Espectro 2: CuCl2, Espectro 3: N,N-

di(glicopiranosil) etano-1,2-diamina

4.8-. Síntese da formação do complexo metálico da substância N,N-

di(manopiranosil) tano-1,2-diamina com o metal Cobre.

Utilizando um procedimento similar ao citado anteriormente na formação

dos complexos de cobre e zinco, foi obtido um complexo formado entre

substância N,N’di(manopiranosil)etano-1,2-diamina e o metal cobre, o produto

formado é um sólido de cor azul esverdeado com rendimento 51%. O produto

apresentou as mesmas características higroscópicas dos complexos formados

anteriormente. O complexo sintetizado foi caracterizado por IV. No espectro de IV

( Figura 80, p. 69 ) observou-se uma banda na região de 1064 cm-1 que esta

ausente no espectro de IV do material de partida (Figura 81, p.69) caracterizando

a formação do complexo de cobre. A proposta de síntese descrita no esquema do

complexo de cobre citado do item 4,7 p.62, que foi estendida a formação deste

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70

complexo de cobre com a substância N,N-di(manopiranosil)etano-1,2-diamina.

Devido a instabilidade deste produto, não foi possível realizar outras técnicas de

caracterização que foram utilizadas nos complexos de platina e de zinco

sintetizados, técnicas como Análise Elementar e UV-visível possibilitariam

maiores informações sobre a estrutura do complexo

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500Wavenumber (cm-1)

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

88

96

%T

rans

mitt

ance

3236.55

2939.522889.37

1064.71

Figura 80- Espectro de I.V. do Complexo formado entre o metal Cobre e a

Substância N,N-di(manoranosil)etano-1,2-diamina

4000 3000 2000 1000Wavenumber (cm-1)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

%T

rans

mitt

ance

501.46

725.18

881.411029.921066.56

1099.35

1296.081323.081473.51

1569.951647.10

2866.022945.103296.12

Figura 81- Espectro de I.V. da Substância N,N-di(manoranosil)etano-1,2-diamina

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71

5-CONCLUSÃO

- Foi possível caracterizar os açúcares diaminados através das

técnicas RMN de 1H e 13C, confirmando as estruturas dos compostos. Através

das análise espectroscópicas foi possível verificar que os açúcares diaminados

sintetizados são hidrolisados em meio aquoso e são estáveis em dimetilsulfóxido,

Infelizmente devido a alta instabilidade das substâncias em meio aquoso testes

biológicos com as mesmas são inviáveis. Os complexos metálicos, empregando

os metais: platina, zinco e cobre, foram sintetizados à partir dos açúcares

diaminados potencializados O mesmo comportamento foi verificado para o

complexo em Zinco

- As técnicas utilizadas na caracterização dos açúcares diaminados e

alguns complexos foram eficientes, porém a técnica de difração de Raios X deve

ser utilizada para verificar a coordenação do metal nas estruturas dos complexos

formados.

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72

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