Revista Folha Essencial

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Guarulhos como você nunca viu

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  • GuarulhosNo aniversrio de 453 anos da cidade, descubra como ela evolui rumo sustentabilidade e como voc pode participar

    O METR VEM A? H razes para acreditar

    RISCO NO AR Poluio aqui j superou a de Cubato

    CHEIRA MAL Tratamento de gua e esgoto pouco ajuda o Tiet

    CIRCUITO DO LAZER 16 reas pblicas para a sua diverso em meio natureza

    DIVERGNCIAS DO IPTU Como recorrer Justia, mesmo com a adequao da prefeitura lei

    BALANA DO PREFEITOAlmeida destaca educao e assume falhas no controle das reas contaminadas

    QUE SUJEIRA! Rede pblica tem 1/6 das instalaes de sade e o dobro do lixo da particular

    como voc nunca viu

    A barragem do Rio Cabuu, no Parque Estadual da Cantareira, envolvida pela mata atlntica, na zona oeste de Guarulhos

    felipe larozza

    Revista Folha Essencial l Edio especial do aniversrio de 453 anos de Guarulhos l Folha Metropolitana

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  • 4A REVISTA FOLHA ESSENCIAL nasceu da ousadia de uma equipe que pretendia entregar mais do que apenas um jornalo no aniversrio de

    Guarulhos

    Jornalista graduado pelo Centro Universitrio Nove de Julho (Comunicao Social Jornalismo) e ps-graduado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (Jornalismo com nfase em direo editorial), atua na rea desde 2003. casado com a Vanessa e pai do Vitor. J foi produtor e reprter das rdios Atual, Amrica e Nove de Julho. Atuou como reprter no Jornal da Tarde, portal GuarulhosWeb, Revista do Farol, Dirio do Alto Tiet e Lance!. filho do Jos Roberto e da Terezinha. Foi chefe de reportagem no Dirio de Guarulhos e colunista poltico e editor executivo no jornal Guarulhos Hoje. Ficou um perodo de quatro anos fora das redaes quando prestou assessoria de comunicao na Cmara Municipal de So Paulo. Voltou ao front em junho de 2012 como chefe de reportagem dos jornais Metr News e Folha Metropolitana. H um ano assumiu os veculos como editor chefe. Assina, ainda, o terceiro produto da empresa: a Revista Avenida.

    Editor ChefePAULO MANSO

    Presente de aniversrio diferenteEm meados deste ano uma ideia fixa

    martelava na minha cabea enquanto eu caminhava pelos corredores da empresa rumo sala de reunies. Representan-tes dos vrios setores do jornal se reu-niriam para definir o planejamento da edio especial da Folha Metropolitana de 8 de dezembro em comemorao ao aniversrio de 453 anos de Guarulhos e eu no queria apenas participar de mais um jornalo.

    Explico: quando assumi a Redao da Folha, em 2012, havia acabado de fechar, na condio de chefe de reportagem, a edio daquele ano do aniversrio da cida-de. Apesar de ter ficado feliz com o resultado (um encarte de aproximada-mente 100 pginas com uma viso dos desafios do municpio at o ano da Copa do Mundo), algo me dizia que era preciso ou-sar mais em 2013.

    Afinal de contas, inde-pendente da abordagem sempre atual a cada ano, pouca coisa, alm disso, cha-mava a ateno do nosso exigente leitor nas edies de 8 de dezembro. No meu entendimento, tirando o tema da vez, bastaria trocar a idade da cidade e man-dar o arquivo para a grfica rodar o ca-lhamao de papel do dia festivo.

    Cheguei reunio com a proposta de fazermos uma revista. quela altura, j estvamos contentes com o resultado da Revista Avenida, produto lanado em abril e que rendeu timo resultado edito-rial, com distribuio na Capital. Trazer um material como aquele para o leitor da Folha seria algo realmente diferente. E um presente de verdade para Guarulhos.

    Eu, que j esperava a resistncia co-mum a uma proposta que exigiria ainda mais trabalho e que custaria mais caro do que o jornalo de todo ano, fui sur-preendido. A ousadia era compartilhada

    no s por meus colegas de outros seto-res da empresa, como por sua direo.

    E com muita satisfao que entre-gamos a voc, neste domingo de festa para a nossa cidade, a REVISTA FO-LHA ESSENCIAL. Resultado do con-junto de esforos de muita gente boa (confira a lista de colaboradores, mais frente) e que chega com a pretenso de no parar por aqui. Sim! A REVISTA FOLHA ESSENCIAL nasce com a pers-pectiva de ir alm do encarte de aniver-srio de Guarulhos. Hoje ela o presen-

    te da Folha Metropolitana para a cidade e seus habitantes. Mas

    amanh ela pode ser uma companhia mais constante. esperar para ver!

    A REVISTA FOLHA ESSENCIAL especial do aniversrio de Guarulhos traz como tema uma pa-

    lavra que virou moda: sus-tentabilidade. Seja no meio

    ambiente, economia, educao ou administrao pblica, todo mundo

    cita o termo, mesmo sem ter exatamente a noo de sua definio.

    Sustentabilidade a capacidade que o indivduo, ou o grupo deles, tem em se manter dentro de um ambiente sem causar impactos. Mas, por trs dessa palavra h um conceito que vai alm das fronteiras do verde e tem muito a ver com legado. Ser sustentvel, por-tanto, ter viso de futuro. E essa viso no se consegue apenas com grandes projetos, mas no cotidiano de cada pes-soa e de cada organizao. Mas o quan-to Guarulhos ou precisa ser sustent-vel o tema da carta do editor Al da Mata (ao lado) e no vou cometer o erro de ser repetitivo.

    Sejam todos, portanto, muito bem vindos sua nova companhia. A RE-VISTA FOLHA ESSENCIAL te deseja uma tima leitura. E um feliz anivers-rio para Guarulhos!

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  • 5No incio, uma pequena tribo e seus hbitos simples de subsistncia. s mar-gens do Rio Tiet, em meio a uma pes-ca e outra, barriguinhas morenas foram crescendo. Os originalmente chamados Guaianases passaram a responder por Guarus peixinhos robustos de gua doce, na lngua tupi.

    Da relao com os jesutas esperava--se um povo sempre no caminho do bem. Que ao se misturar com colonizadores portugueses, escravos africanos e depois imigrantes nipnicos e libaneses, fosse capaz de construir uma sociedade justa e evoluda.

    Com o progresso, a voca-o agrcola cedeu espao industrializao, beira das rodovias Presidente Dutra e Ferno Dias. Lide-ranas polticoeconmicas viabilizaram a instalao do aeroporto internacio-nal, dando asas a neg-cios de vrias vertentes.

    O crescimento desorde-nado, movido na maioria por razes capi-talistas, pegou de surpresa os comrcios. A ponto de a populao da periferia dizer Vamos a Guarulhos quando se referia ida ao Centro da cidade. E o municpio ter o rtulo de cidade-dormitrio, dado o pa-dro ineficiente de qualidade dos servios.

    Contudo, as alcunhas pejorativas se perderam recentemente. Guarulhos deu uma guinada, como mostra uma srie de pesquisas de institutos com credibili-dade. A descentralizao do emprego e a pluralidade da educao tcnica e univer-sitria promoveram gente do gueto.

    Guarulhos, ainda um dos maiores po-luidores do Rio Tiet, ao menos passou a tratar a gua e o esgoto, graas presso do Ministrio Pblico. Mas, tal como na qualidade do ar e na fiscalizao de reas contaminadas, h muito a se fazer.

    Os programas de distribuio de ren-da e a troca das favelas por moradias po-

    pulares tm crescido em prol dos menos favorecidos. Pena que no ltimo caso, no por acaso, o maior volume de entregas de unidades habitacionais fique para um ano de eleio. Assim como a promessa eterna do Metr - a vinda para a Vila Au-gusta, o Centro e o Cecap, por ora, no passa de estratgia caa popularidade.

    A exploso dos prdios, dos hotis e dos shoppings, no na mesma proporo, reve-la o melhor atendimento a uma demanda proveniente inclusive das adjacncias. A classe mdia ganhou maiores corpo e po-

    der aquisitivo. Ela est mais exigente. No aniversrio de 453 anos

    de Guarulhos, cabe REVIS-TA FOLHA ESSENCIAL pintar um cenrio realista. Ressaltar de boas prticas a problemas do ecossiste-ma da cidade. Apontar ne-cessidades e medidas para

    seguirmos ou entrarmos nos trilhos. Apresentar reporta-

    gens exclusivas e apuraes cui-dadosas. Entreter! Surpreender!!!

    O guarulhense precisa de uma cida-de rumo sustentabilidade. Com plane-jamento para a aplicao dos recursos, mais igualdade social e menos corrupo na administrao pblica.

    Chamamos de sustentabilidade tam-bm a cobrana e a aplicao correta dos impostos - trata-se de afronta o formato recente de arrecadao do IPTU. Alm de uma assistncia de sade que assegure no mnimo dignidade.

    O guarulhense clama por novas ini-ciativas de mobilidade urbana, esporte, cultura e preservao do meio ambiente, a favor da qualidade de vida.

    A REVISTA FOLHA ESSENCIAL no tem pretenso de esgotar temas. Apenas de que cada texto, imagem, infogrfico ou charge contribua para a formao da sua opinio. Ela deseja tambm promover a participao das pessoas em um futuro melhor. Boa leitura!

    O ecossistema de Guarulhos

    O guarulhense clama por menos

    corrupo, aplicao mais justa de

    impostos, aes de mobilidade urbana e respeito ao meio

    ambiente

    Jornalista camalenico e Master em Gesto do Futebol. Flutua entre o hard news e a comunicao corporativa. Tem a trajetria marcada por matrias esportivas para a Folha de So Paulo, a Espn e o Lance!. Obteve sucesso em outras editorias e em publicaes institucionais do Po de Acar e da Mercedes-Benz. O maior orgulho: a esposa Ariany, sinnimo de altrusmo, com quem convive h 12 anos. Frustrao: ainda no ter aprendido a surfar. Sobre sustentabilidade, entende que o ser humano tem se comportado como se os recursos do planeta fossem infinitos, como se as prximas geraes no viessem a existir, como se o futuro no fosse amanh, como se no dependesse nada do ecossistema. Esse guarulhense adepto da coleta seletiva de lixo e faz uso das ciclofaixas aos domingos. tambm a favor dos corredores exclusivos de nibus, especialmente se acompanhados da ampliao da malha viria e da preservao ou replantio de rvores.

    Editor ExecutivoAL dA MAtA

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  • 6Um time de comunicao crtico, altrusta, polivalente e em busca das melhores notcias, presenteia Guarulhos

    Fome de informao!

    Sede de saber e fome de informar. Capacidade de registrar com zelo as experincias humanas, sejam elas degradantes ou prazerosas. Disposio para fazer uma leitura cri-teriosa de dados e traduzi-los em uma linguagem simples e objetiva, por meio de tex-to, imagem, infogrfi co ou charge. Tudo isso sem esquecer dos demais princpios do bom jornalismo, em cerca de dois meses e meio, tendo como fundo de tela a susten-tabilidade. Conhea mais caractersticas daqueles que fi zeram da REVISTA FOLHA ESSENCIAL um verdadeiro presente para Guarulhos!

    Acumula passagens por Folha Me-tropolitana, Metr News, Portal Vermelho, Dirio de Guarulhos, Radar de Notcias, Rdio Imprensa e TV Cantareira. Como se no bastasse, foi assessor de imprensa da ex-vereadora luiza Cordeiro (PCdoB) e presta servio ao artista plstico Gilmar Pinna e ao Sin-dicato dos Grfi cos. Viveria triste sem a noiva deise Maturana, os amigos e em outro lugar que no Guarulhos. Respei-ta a direita, mas prefere a esquerda - na proporo de Pablo Neruda a Arnaldo Jabor, Havana a Nova iorque, socialismo ao capitalismo.

    Reprter Reprter

    ChargistaSubeditor de ArteFotgrafo

    Editor de Arte1 2

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    3GUteMberG tAVAreS NAthLiA brAGA

    MAUrCiO MOriNiriCArdO LeOCAdiOFeLiPe LArOZZA

    SidNeY JOO de OLiVeirA

    Entrou para a faculdade de comunica-o dado o amor s aulas de redao. Sempre foi apaixonada por revistas. Para provar que reprter das boas e sabe um pouco de tudo, passou por diversas editorias: de Cidades a Gas-tronomia. Atualmente colabora com publicaes da Editora Abril e o Brasil Observer, em londres (inglaterra), redigindo matrias de comportamento e curiosidades. Escreve tambm sobre projetos da comunidade brasileira no exterior. Sonho como guarulhense: ter mais opes de parques para piqueni-ques aos fi nais de semana.

    Jornalista, artista e arte-educador. Escreveu, editou e publicou o livro O Misterioso X Matemaltheka, gibis e jornais. Trabalhou em vrios veculos de comunicao. Atualmente faz char-ges para a Folha Metropolitana, o Metr News e a Revista Avenida. No ltimo, as duas pginas de histria em quadrinhos levam o nome de No Reino das Abobrinhas. Guarulhense, quer mais educao para as crianas, informao para os pais, pessoas me-lhores, um mundo melhor...

    Jornalista e diagramador. No grupo Folha Metropolitana h 17 anos, exerceu as funes de editor eletr-nico (parque grfi co), arte-fi nalista, diagramador e atualmente atua como subeditor de Arte. Participou do desen-volvimento dos sites e nas mudanas de layout dos jornais. responsvel pelo tratamento de imagens e qualidade fi nal das edies. Possui um blog e gosta de fi car atualizado com novidades da mdia eletrnica, uma forma de comunicao mais rpida, prtica e acessvel.

    Formado em Publicidade e Propagan-da, atuou na rea at 2011. Mas como o que queria mesmo era contar hist-rias, buscou cursos de especializao em comunicao. dinmico, descobriu-se no fotojornalismo e na fotografi a social ao prestar servios para algumas agncias e empresas privadas, embora tambm participe das apuraes. Acre-dita que as imagens tm um grande poder transformador da sociedade e que a sustentabilidade se traduz mais em atitudes do que em conceitos.

    Aps o incio no Popular da Tarde, na dcada de 1970, foi para o Dirio Popular e ganhou duas vezes o pr-mio de melhor diagramador do Estado de So Paulo, em 1990 e 1991, do Sin-dicato dos Jornalistas. Viu o peridico mudar para Dirio de So Paulo e no se conforma at hoje. dia que res-suscitaram uma marca falida e acaba-ram com o Rei das Bancas. Passou por Lance!, DCI e RS Press. Est na Folha Metropolitana desde 2010, onde criou layouts de produtos edito-riais. Gosta de discutir a sobrevida dos impressos e informaes essenciais.

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    A REVISTA FOLHA ESSENCIAL uma publicao da Empresa Folha Metropolitana Ltda. por conta do aniversrio de Guarulhos. A empresa fi ca na Rua Ip, 144, Jardim Guarulhos Guarulhos (SP) - CEP: 07090-130 - Telefone: (11) 2475-7800 - CNPJ: 44.193.423/0001-40

    Presidente: Paschoal Thomeu (in memoriam); Diretora-presidente: Andrea Thomeu; Diretor-geral: Orlando Reinas Jr.; Gerente de Marketing: Alberto Frazo Junior; Gerentes Comerciais: Alceu dos Santos e Ramon Martins; Gerente de Distribuio: Geraldo C. Santos; Editor Chefe: Paulo Manso; Editor de Fotografi a: Jorge luiz da Silva; Colaboradores: Alfredo Henrique, Elton Soares, Guilherme Kastner, lucas dantas, luiza Cordeiro, Silvio Cesar e Vicente de Aquino; Infografi sta: Robinson Onias; Revisor: Felipe Rabello Gonalves

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  • 9Da represa do Rio Cabuu sai a gua que serve a parte da populao de Guarulhos

    FEliPE lAROzzA

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    Calado da Rua Dom Pedro II e Igreja Matriz esto entre os pontos de encontro mais tradicionais dos guarulhenses no Centro (sudoeste)

    FOTOS: FEliPE lAROzzA

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    Vamos a Guarulhos!Da origem indgena s vocaes agrcola, industrial e agora cada vez mais comercial;uma cidade maior do que muitas capitaisPOr AL dA MAtA, GUteMberG tAVAreS e NAthLiA brAGA

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    Guarulhos completa 453 anos de transformaes. Em sua origem, uma tribo indgena viu no Rio Tiet o meio de subsistncia. Com a infl uncia de portugue-ses e jesutas, a explorao do ouro veio tona. A partir da chegada de imigrantes, es-pecialmente os japoneses, ocorreu a expanso agrcola. Com o advento das rodovias, houve um boom industrial. Com a instalao do aeroporto, a veia comercial e de prestao de servios afl orou. A conjuno dessas ativida-des econmicas e uma srie de fatores sociais e polticos mantm e atraem cada vez mais gente para a cidade. Por isso, imprescindvel adotar medidas de sustentabilidade.

    Dados divulgados este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatstica (IBGE) apontam Guarulhos em boa evoluo. H duas dcadas, residiam no municpio 700 mil pessoas. Agora a estimativa de cerca de 1,3 milho de habitantes.

    No mesmo perodo, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu mais de 30%, ultrapas-sando os R$ 37 bilhes por ano. A cidade alcanou o 8 melhor resultado econmico do Pas, com gerao de riqueza superior a Salvador e Fortaleza, respectivamente capi-tais de Bahia e Cear.

    O avano signifi cativo de Guarulhos est apoiado na participao macia e des-centralizada do comrcio. O setor responde atualmente por 56% do PIB. J o industrial colabora com 27% do total, pouco menos da metade do setor anterior.

    As rodovias Dutra e Ferno Dias conti-nuam como importantes canais de logstica e distribuio de produtos, mas a mudana de perfi l econmico da cidade fi ca evidente

    principalmente nos bairros, com cada vez mais avenidas, prdios, bancos, mercados, lojas de diversos segmentos e carros. O au-mento e a qualifi cao dos servios permite populao o consumo maior no municpio.

    Esse desenvolvimento permitiu que a

    Cada vez que vou para o Taboo ou ao Pimentas, por exemplo, tenho uma surpresa agradvel. Vejo o quanto os centros comerciais das diversas regies da cidade esto crescendo, diz o empresrio e conselheiro da Associao Comercial e Empresarial (ACE), Wilson Loureno.

    A Avenida Emlio Ribas consolidou-se como forte centro de comrcio no Gopova (sudoeste)

    Formada a Aldeia de Guarulhos, com

    ndios da tribo Tupi, s margens do Rio Tiet

    1560 1590 1600 1675 1880 1906 1915 1954 1961 1985 20131560 1590 1600 1675 1880 1906 1915 1954 1961 1985 2013

    Em meio in uncia portuguesa e de jesutas

    surge o descobrimento de ouro s margens do rio

    A Freguesia criada com a denominao de

    Conceio de Guarulhos, vinculada a So Paulo

    A Aldeia, depois a Freguesia, passa

    condio de Distrito de So Paulo

    Construo da Par-quia Nossa Senhora

    da Conceio dos Guarulhos

    Em meio ao cultivo do trigo e produo de acar, o povo-

    ado elevado a municpio

    Nome de Conceio dos Guarulhos reduzido

    apenas para Guarulhos, denominao atual

    Inaugurao da Estrada de Ferro Sorocabana, de Guarulhos com

    destino a So Paulo

    Com a abertura da Rodovia Presidente Dutra, a cidade

    avana da condio de horti-frutigranjeira para industrial

    Finalizadas as obras do trecho paulista da Rodovia Ferno Dias, que liga So

    Paulo a Minas Gerais

    Com a inaugurao do Aeroporto Internacional em

    Cumbica, o comrcio e os servios ganham fora

    Guarulhos chega ao 453 aniver-srio com mltiplas atividades

    econmicas e melhores condies para a sustentabilidade

    Guarulhos chega ao 453 aniver-

    econmicas e melhores condies

    20132013201320132013para a sustentabilidade

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    MARCOS CRONOLGICOS

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    Essa a rea territorial da cidade. Ela correspondente a mais de 29 mil campos de futebol com as dimenses mximas permitidas pela Fifa

    cidade se transformasse na potncia que hoje. Uma economia forte se faz de grandes indstrias e tambm de empresas que pres-tam servio, analisa o empresrio e conse-lheiro da Associao Comercial e Empresa-rial (ACE), Wilson Loureno.

    318,6 mil/km2

    O setor de servios registrou 20% a mais de empregados com carteira de trabalho as-sinada: de 110 mil pessoas em 2010 para 132 mil de janeiro a agosto deste ano, segundo dados da Agncia de Desenvolvimento de Guarulhos (Agende). Quando mais funcion

    preciso investir mais em cultura, na qualidade dos restaurantes e das moradias para que as pessoas no precisem ir at So Paulo comer bem ou ver um bom espetculo, opina o presidente da Associao dos Empresrios de Cumbica (Asec), Aaro Ruben de Oliveira.

    mximas permitidas pela Fifa

    cidade se transformasse na potncia que O setor de servios registrou 20% a mais

    No Pimentas (sudeste), redes de farmcias e mercados, entre outros, vo se multiplicando

    Na Ponte Grande (sudoeste), grandes conjuntos habitacionais foram construdos nos ltimos anos

    Formada a Aldeia de Guarulhos, com

    ndios da tribo Tupi, s margens do Rio Tiet

    1560 1590 1600 1675 1880 1906 1915 1954 1961 1985 20131560 1590 1600 1675 1880 1906 1915 1954 1961 1985 2013

    Em meio in uncia portuguesa e de jesutas

    surge o descobrimento de ouro s margens do rio

    A Freguesia criada com a denominao de

    Conceio de Guarulhos, vinculada a So Paulo

    A Aldeia, depois a Freguesia, passa

    condio de Distrito de So Paulo

    Construo da Par-quia Nossa Senhora

    da Conceio dos Guarulhos

    Em meio ao cultivo do trigo e produo de acar, o povo-

    ado elevado a municpio

    Nome de Conceio dos Guarulhos reduzido

    apenas para Guarulhos, denominao atual

    Inaugurao da Estrada de Ferro Sorocabana, de Guarulhos com

    destino a So Paulo

    Com a abertura da Rodovia Presidente Dutra, a cidade

    avana da condio de horti-frutigranjeira para industrial

    Finalizadas as obras do trecho paulista da Rodovia Ferno Dias, que liga So

    Paulo a Minas Gerais

    Com a inaugurao do Aeroporto Internacional em

    Cumbica, o comrcio e os servios ganham fora

    Guarulhos chega ao 453 aniver-srio com mltiplas atividades

    econmicas e melhores condies para a sustentabilidade

    Guarulhos chega ao 453 aniver-

    econmicas e melhores condies

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    MARCOS CRONOLGICOSiNFOGRFiCO: ROBiNSON ONiAS

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    rios tm os direitos respeitados, a econo-mia da cidade quem ganha.

    Vamos ser conhecidos por empresas, no s pelas indstrias. Quanto mais empreen-dedores na cidade melhor. Isso d uma din-mica diferente, destaca o presidente da As-sociao dos Empresrios de Cumbica (Asec) e da Agende, Aaro Ruben de Oliveira.

    Com o adensamento urbano, multipli-cam-se as demandas: da sade s moradias populares, do saneamento bsico mobilida-de, da educao rede de empregos, do trata-mento do lixo preservao meio ambiente, entre outros. E o que para o poder pblico

    soa como desafio, para o setor privado vis-to como novas oportunidades.

    A Ponte Grande (sudoeste) exemplifi-ca essa realidade. Com uma srie de novas construes imobilirias, especialmente de cunho habitacional, o bairro recebeu um acrscimo de cerca de 15 mil moradores ou trabalhadores nos ltimos anos.

    Certamente a iniciativa privada vai per-ceber uma oportunidade ali e ver o que mais se adequa, como um posto de combustvel, supermercado, padaria..., cita Loureno.

    Nesse cenrio, a administrao munici-pal deve estreitar o dilogo com a populao.

    MAPA DE GUARULHOS

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    L

    S

    NAZAR PAULISTA

    SANTA ISABEL

    ARUJ

    MAIRIPOR

    SO PAULO

    1 - Jardim Vila Galvo2 - Tranquilidade3 - Torres Tibagy4 - Gopova5 - Centro6 - Maia7 - Paraventi8 - Bom Clima9 - Monte Carmelo10 - Vila Barros11 - Cecap12 - Ftima13 - So Roque14 - Macedo15 - Vrzea Paulista16 - Porto da Igreja17 - Ponte Grande18 - Itapegica19 - Vila Augusta

    25 - Aeroporto Inter.26 - Pres. Dutra27 - Lavras28 - Mato das Cobras29 - So Joo30 - Fortaleza31 - Bananal32 - Invernada

    33 - Nova Cumbica

    SUDOESTE

    SUDESTE

    REGIO CENTRAL

    40 - Cabuu41 - Taboo42 - Bela Vista43 - Cocaia44 - Morros45 - Vila Rio46 - Picano47 - Vila Galvo

    OESTE

    34 - Bonsucesso35 - Sadokim36 - Araclia37 - gua Chata

    LESTE

    38 - Capelinha39 - Tanque Grande

    NORTE

    SUL

    20 - Pimentas21 - Itaim

    NORDESTE22 - Morro Grande23 - gua Azul

    NOROESTE24 - Cabuu de Cima

    eSSeNCiAL ADOTA O CRITRIO GEOGRFICO PARA A DIVISO DAS REGIES DA CIDADE

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  • 15

    Para o pr-reitor das Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG), Ary Baddini Tavares, outras esferas do poder pblico tm de ver a cidade como a capital de um estado.

    Uma terra de oportunidades, progresso e futuro garantido. Guarulhos um fenmeno nacional e precisa urgente de um plano de desenvolvimento urbano que contemple as tecnologias disponveis nas grandes metr-poles do mundo, ele opina.

    O inverso proporcional para o cidado comum. A escolha a esmo de representantes polticos e a fiscalizao incua so desser-vios a si mesmo.

    O aposentado Antnio Lineli, morador da cidade desde a dcada de 1940, resume a postura do guarulhense em geral:

    Basta cada um cumprir com o seu dever. O empresrio ser honesto e o governo por sua vez priorizar o cidado.

    Contudo, somente com a participao mais constante da sociedade em instrumen-tos decisrios, como a Cmara Municipal e o Oramento Participativo regionalizado da Prefeitura, ou em mobilizaes populares como as ocorridas durante a Copa das Con-federaes, as carncias do municpio sero sanadas de maneira mais ampla e justa.

    Guarulhos se construiu sobre o desenvolvimento industrial. O aeroporto gerou emprego e colocou a cidade no foco internacional. O mundo conhece a palavra Cumbica, frisa o pr-reitor da FIG, Ary Baddini Tavares.

    EVOLUO POPULACIONAL NMERO DE HABITANTES

    1,3 milho2013

    35 mil1950

    101 mil 1960

    1,2 milho2010

    1,1 milho2000

    700 mil1990

    532 mil1980

    237 mil1970

    (estimativa)

    Obs.: ltimas dcadas, segundo o IBGE

    1 2

    3

    4 5

    67 8

    9 10

    40

    41

    4243

    44

    4546

    47 1112131415

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    1819

    20

    2526

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    30

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    36

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    23

    38

    39

    o

    N

    L

    S

    NAZAR PAULISTA

    SANTA ISABEL

    ARUJ

    MAIRIPOR

    SO PAULO

    Fonte: IBGE 2013 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    PRODUTO INTERNO BRUTO (valor adicionado)

    24.000.000

    18.000.000

    12.000.000

    6.000.000

    Agropecuria

    Guarulhos

    Indstria Servios0

    Ary Baddini recomenda um carinho especial dos governos estadual e federal para com Guarulhos, dada a pujncia

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    Que tal trocar mudas de plantas pelo passe livre no trans-porte pblico? Melhor ainda: dar uma pausa na viagem de bonde, pr a mo na terra e compor um jardim urbano cercado de material reciclvel, melhorando a paisagem da cidade e a qualidade do ar. Ou ainda, em meio a esse novo ambiente, relaxar sobre redes de bambu e curtir uma apresentao de msica no final da tarde. Essa uma das propostas de sustentabilidade adotadas este ano com su-cesso em Helsink, capital mundial do design, na Finlndia. J pensou se a ideia replicada em So Paulo, a maior selva de pedras do Brasil?

    Trouxe uma planta? O passe livre!

    O governo do Reino Unido est pagando prmios em dinheiro para residncias e empresas que pro-duzem eletricidade a partir de fontes de baixo car-bono, como painis solares e unidades de biogs. Nas fazendas, coc de vaca tambm tem sido usado para gerar energia. O esterco depositado em um

    aparelho digestor anaerbico por 21 dias, a uma temperatura de 100 C. As bactrias convergem os resduos em gs metano e alimentam um motor de gs natural modificado, que produz a eletricidade. Cerca de 30 kg/dia asseguram duas lmpadas de 100 watts funcionando por 24 horas.

    Energia a partir do coc de vaca!

    nibus super-heri passa por cima dos carrosUm nibus com pernas elsticas passa por cima dos carros sem provocar danos. S em filme, como Os in-crveis, certo? Nada disso! Os chineses do Shenzhen Huashi Future Parking Equipment criaram o land Air Bus, cuja base em forma de arco e permite as ul-trapassagens sem traumas, alm de agilizar o trfego dos veculos em cidades mais populosas. O prottipo utiliza painis solares e eltricos para se mover e reduz a emisso de dixido de carbono (CO2) na atmosfera. Como o veculo comporta 1,2 mil pessoas e viaja em mdia a 40 km/h, ainda no h previso de seu apro-veitamento no transporte de massa.

    Jardins verticais vo tomar a Augusta?O Movimento 90 Graus quer tornar a rua Augusta, de inten-so trfego de veculos e ponto de encontro da diversidade cultural e sexual de So Paulo, em um bom exemplo de ao ambiental. Empreendedores sociais pretendem instalar jardins verticais nos prdios e dar um toque a mais de verde regio. As plantas so filtros de gases poluentes, isolantes trmicos e acsticos. Contribuem para o aumento da umi-dade do ar e da biodiversidade. A parceria com o Augusta ComVida recolhe donativos de R$ 15 a R$ 3 mil, atravs da pgina na internet http://benfeitoria.com/movimento90.

    SHUTTERSTOCK

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  • 17

    No movimento por um mundo melhorNo movimento por um mundo melhor

    A ONU polariza aes de sustentabilidade e Guarulhos est de olho

    A ONU polariza aes de sustentabilidade e Guarulhos est de olhoPOr AL dA MAtAPOr AL dA MAtA

    SHUTTERSTOCK

    Montagem envolvendo um rosto jovem e o smbolo da ONU

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  • 18

    Desde 1945, a Organizao das Naes Unidas polariza um movimento por um planeta melhor. Composta atualmente por 193 pases, com um ora-mento superior a US$ 5 bilhes/ano (mais de R$ 10 bilhes), a ONU promove fruns, debates e aes constantes destinadas sus-tentabilidade. Para tanto, conta com o apoio de 26 agncias especializadas e espalhadas mundo afora, todas sob o prisma do enga-jamento. Guarulhos est de olho nessa rede formal composta cada vez mais por adeptos informais.

    A ONU tem representao fixa no Brasil desde 1947. No entanto, a relao com a cida-de comeou s na gesto de Eli Piet, Parti-do de Trabalhadores (PT), cerca de dez anos atrs. O prefeito Sebastio Almeida (PT) d prosseguimento aproximao. Ele o atual vice-presidente do Fundo Mundial para o De-senvolvimento das Cidades da organizao.

    Da ideia original de troca de informaes para o desenvolvimento de reas aeroportu-rias, segurana pblica e habitao, a ltima a que mobiliza maior interesse hoje da Pre-feitura. Em meio a experincias internacio-nais, Almeida busca recursos na ONU para a ampliao das moradias populares.

    Especialmente agora, em meio aos de-safios provocados pela mudana climtica, a definio de polticas de desenvolvimento e acesso a financiamento podem ajudar nas prioridades locais, comenta o prefeito.

    A ONU entende como sustentabilidade

    a capacidade de suporte para estratgias polticas, sociais, econmicas e ambientais positivas e prolongadas. O termo amplo e inclui a promoo da paz, o correto destino das verbas pblicas e o combate corrupo, o desenvolvimento da agricultura, indstria e comrcio, a reduo da desigualdade, a er-radicao da pobreza, o respeito diversida-de, o estmulo cincia e novas tecnologias, a ampliao e o uso adequado de recursos energticos e a preservao da natureza. Princpios fundamentais para o desenvolvi-mento das cidades.

    O papel da ONU no o de estabelecer re-gras para definir obrigaes de pases, empre-sas ou pessoas, pois seu poder de imposio e fiscalizao pequeno. Um planeta melhor depende de cada agente assumir verdadeira-mente suas responsabilidades. A organizao estabelece uma agenda internacional, man-tm temas em voga e gera propostas ben-ficas sociedade, destaca o coordenador do Programa Desenvolvimento Local do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundao Getulio Vargas (FGV), Aron Belinky.

    A ONU desenvolve projetos em conjunto com os governos federal, estadual e mu-nicipal , iniciativa privada, instituies de ensino, ONGs e sociedade civil. Em Guaru-lhos, a organizao conta h quatro anos com uma parceria com o Centro de Defesa de Direitos Humanos (CDDH), responsvel pela assistncia a vtimas de violncia de ou-tros pases.

    Entre os instrumentos que norteiam a atuao da ONU e das cidades est o Atlas do Desenvolvimento Humano. Segundo os dados divulgados este ano, Guarulhos teve uma melhoria de 40,2% no ndice de De-senvolvimento Humano Municipal (IDHM), considerando os resultados de 1991 a 2010.

    O mecanismo de medio apontou avan-os na educao, renda e longevidade da po-pulao. Guarulhos superou o resultado geral do Estado com a nota 0,76 (em uma escala de 0 a 1). A cidade migrou de mdio para alto nvel de desenvolvimento social. Mas ainda falta bastante para chegar ao nvel de So Ca-etano, que lidera o ranking do Pas com 0,86.

    Questo Poltica e Social: preciso respeitar o ser humano para que ele possa respeitar a natureza

    Questo Econmica: necessrio reduzir as desigualdades para uma convivncia mais sadia entre os povos

    Questo Energtica: sem energia, a economia no se desenvolve e as condies de vida se deterioram

    Questo Ambiental: com o meio ambiente degradado, o ser humano abrevia a vida

    PRINCPIOS DA SUSTENTABILIDADE

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    Prefeitura intensifi ca intercmbios No ms passado, a Prefeitura de Guarulhos marcou presena na Cpula de Mercocidades, em Porto Alegre. Representantes da adminis-trao pblica coordenam a Unidade Temtica de desenvolvimento Social e subcoordenam as unidades Temticas de Educao e desenvolvi-mento Econmico local. O encontro contou com lderes de mais de 230 municpios do Mercosul e serviu ao debate de ideias para aes sociais e culturais. Antes, em agosto, o prefeito Sebas-tio Almeida recebeu na cidade uma delegao da ONU. O grupo visitou a Favela Vital Brasil, Cumbica (sul), que est em processo de urbani-zao. Ainda no h garantias de que a organi-zao ir disponibilizar dinheiro para a cidade.

    A ONU conta com uma representao em Gua-rulhos atravs do Centro de defesa de direitos Humanos, na Rua Paulo Jos Bazzani, 60, no Macedo. O CddH atua em mais oito cidades de So Paulo (So Jos dos Campos, Jacare, Santa isabel, Campinas, Monte Mor, Guararema, itati-ba e Mogi das Cruzes). O centro assiste refugia-dos que, por razes de segurana ou problemas de integrao, no podem permanecer no pas de asilo e precisam ser realocados para outros. Todos os benefi ciados so do Programa de Re-assentamento Solidrio. Mais de 170 pessoas j foram atendidas, sendo 27% mulheres adultas e 40% crianas e adolescentes provenientes espe-cialmente da Colmbia e da Palestina.

    Base de apoio da ONU a refugiados

    Pedro Mariano, de 18 anos, tem s o 1 grau completo. Artista de rua no Centro (sudoeste), ele conta com donativos de motoristas para sobreviver

    FEliPE lAROzzA

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  • 20

    Alunos da Escola Estadual Odete Fernandes Pinto da Silva, no Bela Vista (oeste), contribuem com um livro pregando a paz

    EDUCAO O bom desempenho da educao atri-budo pela Prefeitura especialmente ao combate evaso escolar, embora as oportunidades universitrias tambm

    tenham aumentado e contribudo para os re-sultados de maneira geral.

    Do ponto de vista da educao pblica, as faixas de cinco e seis anos e de 15 a 17 re-gistraram aumentos respectivamente de at 115% e 157% no ingresso de estudantes em instituies de ensino, no perodo avaliado. Os nmeros consolidados no foram divul-gados pela administrao pblica.

    A cidade escolheu bem o plano para a educao, com o aumento das vagas, a am-pliao dos CEUs (Centros de Educao Uni-ficados) e a permanncia maior dos alunos nas unidades de ensino, cuja caracterstica cada vez mais interdisciplinar, com ativi-dades de cultura e esporte, pondera o pro-fessor de Cincias Polticas e Direito Consti-tucional e Administrativo da Universidade

    Guarulhos (UnG), Marcos Antonio Silva.Contudo, h motivos para preocupao. Da-

    dos do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatstica (IBGE) mostram que apenas 10% dos docentes na cidade trabalhavam no Ensino Mdio em 2012 (veja mais detalhes no grfico). O crescimento da violncia dos adolescentes contra os professores, principalmente nas esco-las pblicas, um agravante desse quadro.

    RENDA O maior acesso ao estudo vai ao encon-tro do crescimento da renda mdia do guarulhense, embora bastante limitado nos ltimos anos. De 2010 para c, a

    evoluo anual foi de apenas 3,5%, ou seja, abaixo da inflao mdia de 6% no perodo.

    Em 2012, os muncipes ganharam em mdia apenas R$ 1.170,10 mensais (descon-tada a inflao). O balano da Agncia de De-senvolvimento de Guarulhos (Agende) leva em conta inclusive as crianas, os idosos e as pessoas sem empregos formais.

    lUCAS dANTAS

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  • 21

    O montante mostrou-se abaixo dos R$ 1.500 registrados na regio do ABC paulista no mesmo perodo, conforme levantamento do Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de So Caetano do Sul (Inpes).

    Entre os residentes com emprego formal em Guarulhos, a renda mdia foi de R$ 2.017 em 2012. O valor corresponde a pouco mais de trs salrios mnimos do incio do ano em questo. Embora ruim, a quantia supera os R$ 1.848 de mdia registrada em julho deste ano em todo o Brasil, conforme o levanta-mento divulgado pelo IBGE.

    Nesse vaivm de nmeros, importante observar que do total de 1,3 milho de gua-rulhenses, somente 242 mil tm a carteira de trabalho registrada a partir de atividades na indstria ou no setor de servios, conside-rando de janeiro a agosto deste ano, segundo os dados da Agende.

    SADE Guarulhos tambm alcanou avanos na sade. Embora persistam falhas gri-tantes na rede pblica, em razo dos hospitais atolados em dvidas, os gua-

    rulhenses esto vivendo mais: em mdia at os 74 anos, e no mais at os 68, como no incio do perodo pesquisado pela ONU.

    A taxa de mortalidade infantil caiu pela metade: de 28 a cada mil nascidos em 1991 para apenas 13 em 2010. O ndice est abai-xo da mdia projetada pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio da organiza-o: 18 bitos por mil habitantes em 2015.

    Entretanto, o IBGE indicou em Guaru-lhos cerca de 90 estabelecimentos de sa-de da rede municipal e 150 da rede priva-da. No Estado, essa variao menor. No Brasil, a participao municipal supera a de privados.

    Os dados so de 2010, mas a disparidade cresceu de forma volumosa, como voc po-der constatar ao longo de uma outra mat-ria sobre a sade nesta ESSENCIAL.

    Guarulhos deve muito nesse aspecto. As melhorias so resultado de aes con-juntas, que envolvem mais de um governo. Isso aumenta a qualidade de vida, argu-menta Marcos Antonio Silva.

    ESTABELECIMENTOS DE SADE

    EVOLUO DA RENDA MDIA DOS GUARULHENSES

    Anos

    2010 R$ 1.097,23

    2012 R$ 1.170,10

    2011 R$ 1.136,54

    Valores

    Guarulhos So Paulo

    Brasil

    DOCENTES POR SRIE

    FONTES: iBGE E AGENdE

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    1 a 7 de fevereiro 22 de maio 23 de agosto 6 de novembro

    Semana Mundial da Harmonia Inter-religiosa

    Dia Internacional para a Diversidade Biolgica

    Dia Internacional para Relembrar o Trfico de Escravos e sua Abolio

    Dia Internacional para a Preveno da Explorao do Meio Ambiente em Tempos de Guerra e Conflito Armado

    20 de fevereiro 31 de maio 29 de agosto 20 de novembro

    Dia Mundial da Justia Social

    Dia Mundial de Combate ao Fumo

    Dia Internacional contra Testes Nucleares

    Dia Universal da Criana

    8 de maro 4 de junho 8 de setembro 25 de novembro

    Dia Internacional da Mulher*

    Dia Internacional das Crianas Inocentes Vtimas de Agresso

    Dia Internacional da Alfabetizao

    Dia Internacional para a Eliminao da Violncia contra a Mulher

    21 de maro 5 de junho 15 de setembro 1 de dezembro

    Dia lnternacional para a Eliminao da Discriminao Racial**

    Dia Mundial do Meio Ambiente

    Dia Internacional da Democracia

    Dia Mundial da Aids

    22 de maro 12 de junho 16 de setembro 2 de dezembro

    Dia Mundial da gua Dia Mundial contra o Trabalho Infantil

    Dia Internacional para a Preservao da Camada de Oznio

    Dia Internacional para a Abolio da Escravatura

    21 a 28 de maro 15 de junho 21 de setembro 3 de dezembro

    Semana de Solidariedade com os Povos em Luta contra o Racismo e a Discriminao Racial

    Dia Mundial da Conscientizao Contra o Abuso de Idosos

    Dia lnternacional da Paz Dia lnternacional das Pessoas com Deficincia

    24 de maro 17 de junho 23 de setembro 5 de dezembro

    Dia Internacional para o Direito Verdade para as Vtimas de Graves Violaes dos Direitos Humanos

    Dia Mundial de Combate Desertifio e Seca***

    Dia Internacional Contra a Explorao Sexual e o Trfico de Mulheres e Crianas

    Dia Internacional do Voluntrio

    7 de abril 26 de junho 2 de outubro 9 de dezembro

    Dia Mundial da Sade Dia Internacional da Luta contra o Uso e o Trfico de Drogas

    Dia Internacional da No Violncia

    Dia Internacional contra a Corrupo

    29 de abril 26 de junho 17 de outubro 10 de dezembro

    Dia em Memria de todas as Vtimas de Armas Qumicas

    Dia Internacional em Apoio s Vtimas de Tortura

    Dia Internacional para a Erradicao da Pobreza

    Dia dos Direitos Humanos

    3 de maio 30 de julho 24 de outubro 20 de dezembro

    Dia Mundial da Liberdade de lmprensa

    Dia Internacional da Amizade

    Dia das Naes Unidas Dia Internacional da Solidariedade Humana

    21 de maio 19 de agosto 24 a 31 de outubro

    Dia Mundial para a Diversidade Cultural e para o Dilogo e o Desenvolvimento

    Dia Mundial da Ao Humanitria

    Semana do Desarmamento/Semana Mundial da Paz

    Obs.: Principais datas segundo a Organizao das Naes Unidas (ONU)

    CALENDRIO DA SUSTENTABILIDADE

    Grupo de garotas deixa recados em uma rvore fictcia feita com post-it, durante a Rio+20, no Rio de Janeiro

    A dona de casa Antnia Dod chora ao lembrar dos parentes vtimas do racismo, no Piau

    Pior seca no Brasil em 50 anos, da TV ONU 2013

    PiETER zAliS - UNiC RiO - 2012

    SRGiO CARVAlHO / 2008 - ONU

    REPROdUO dO VdEO MUdANAS CliMTiCAS

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    Gelo no mar rtico diminuiA cobertura do gelo no mar rtico, es-

    pecialmente no norte do Oceano Atlntico, est em constante reduo, segundo estu-dos divulgados pelo National Snow and Ice Data Center (NSIDC). J so 374 mil quil-metros quadrados a menos de gelo do que a mdia das ltimas trs dcadas.

    O derretimento do gelo est diretamente ligado s mudanas climticas provocadas

    As alteraes climticas

    transformam o gelo cada

    vez mais em gua no mar

    rtico, na Groenlndia

    A energia elica uma das fontes renovveis de baixo custo

    Brasileiros vo torrar no prximo sculoO Brasil ter um aumento da temperatura mdia em at 6C e chuvas mais constantes no prximo sculo, numa comparao com o atual. o que prev um relatrio de avaliao climtica elaborado por representantes do instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (inpe). A alterao leva em conta os gases txicos dos escapamentos dos veculos de transporte de massa e carga. Os impactos sero sentidos especialmente nas regies costeiras, com riscos de desmoronamentos.

    incentivo a combustveis fsseis alvo de protesto

    O governo federal vai direcionar cerca de 70% dos investimentos em energia - mais de R$ 700 bilhes - aos combustveis fsseis (com compostos de carbono) at 2020. Isso embora haja imenso potencial de fontes de energia renovveis de baixo impacto: elica, solar, biomassa e biocom-bustveis. A organizao no-governamen-tal World Wide Fund for Nature (WWF) ressalta que no Plano Safra 2011-2012 mais de R$ 107 bilhes foram para a produo agrcola e a expanso agropecuria - setor que teve o maior impacto em emisses de CO2 em 2010, com 35%. S R$ 3,5 bilhes foram para a agricultura de baixo carbono. A presso sobre as florestas nativas contri-bui para a elevao da temperatura.

    pela srie de descuidos dos seres humanos com o meio ambiente, segundo apontam os cientistas da renomada instituio com sede no Colorado (EUA).

    Com as mudanas no rtico, organis-mos e animais marinhos so forados a mi-grar para regies nem sempre preparadas para atend-los, o que provoca a diminuio da biodiversidade no planeta.

    diVUlGAO / WWF

    diVUlGAO / WWF

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    Almeida ressalta avanos na educao, no tratamento de gua e esgoto e na coleta de lixo, mas tambm considera falhas na sade, no IPTU e em reas contaminadas

    POr AL dA MAtA, GUteMberG tAVAreS,

    PAULO MANSO e NAthLiA brAGA

    Tarde tranquila de sexta-feira no Pao Municipal, no Bom Clima (sudoeste). Sebastio Almeida (PT) recebe a equipe da FOLHA ESSENCIAL para uma avaliao de como a cidade chega aos 453 anos. De um lado da balana do prefeito ficam os destaques positivos para a educao, o tratamento de gua e esgoto e a coleta de lixo, a ponto de ele afirmar que deixar uma outra Guarulhos quando deixar a Pre-feitura, ao final de 2016. O outro lado ocupado pela necessidade de melhorias na sade, na cobrana do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e no controle das reas contaminadas.

    A conversa inicia pelos projetos de mobilidade ur-bana, intensificados este ano, e avana uma hora e meia tarde adentro. O prefeito diz estar com expec-tativa muito grande em relao chegada do Metr cidade. Mas deixa claro que, mesmo com o investi-mento previsto dos governos federal e estadual, pode haver mudana na vinda do transporte sobre trilhos a Guarulhos. Tudo depender especialmente da atua-lizao do valor das obras ou das ideias dos prximos governantes. Espero que o Estado mais rico da nao no fale que acabou o dinheiro, alerta.

    Na resposta sobre a cobrana do IPTU, tema res-ponsvel pela maior crise em seu governo, Almeida divide a responsabilidade com o ex-prefeito Eli Piet e declara que foi uma atitude difcil, mas necessria.

    Entre observaes favorveis ao governo federal e outras contrrias ao Governo do Estado, respec-tivamente nas mos do PT e do PSDB, o prefeito detalha o que imagina para o futuro de Guarulhos. Confira a seguir as principais declaraes.

    FOTO

    S: FEliPE lAROzzA

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  • 26

    Prefeito, os encontros com a populao nas audincias do Oramento Participativo esto sendo produtivos?

    A experincia do Oramento Participativo talvez seja um dos exerccios mais ricos que um administrador pblico precisa ter. Defendo que a obra a ser executada no seja mais aquela que o governante quer, mas a que o povo quer. Na regio dos Pimentas, onde fiz o primeiro CEU com espao para dana, msica e uma piscina pblica, uma me pegou o microfone e nos parabenizou pelo espao. Ela pediu para que a piscina fosse aquecida, porque no inver-no so quase trs meses sem atividades. Aquilo para mim foi o mximo! Nunca tivemos tantas plenrias em que a populao pedisse por par-ques, ciclovias e academias populares.

    O Plano Diretor da cidade de 2004 e est em processo de reviso. Qual ser sua essn-cia?

    Ele fundamental porque define para onde vai a cidade. Quem viu Guarulhos h dez anos encontra outra cidade, uma cidade em pleno movimento, que est em processo de constru-o. Agora, ns precisamos parar um pouco e analisar o seguinte: no queremos s cresci-mento. Queremos crescer com equilbrio. Esse novo momento em que vamos fazer a reviso do Plano Diretor tem que ter esse vis: crescer para onde? Em determinados lugares da cida-de talvez at tenhamos que dar um tempo no crescimento. Expandir esse crescimento para outros lugares, sempre com esse vis da quali-dade. Precisamos morar bem.

    O setor imobilirio tem obtido lucro in-vestindo em regies revitalizadas pelo poder pblico. A outorga onerosa pode ser prevista no Plano Diretor para contrapartidas ci-dade?

    No s a questo da outorga onerosa. importante a gente lembrar que a tendncia dos grandes conjuntos habitacionais irem para onde h muito verde. O novo conceito do Plano Diretor tem que prever tudo isso. No d mais para ter um conjunto habitacional do jeito que est hoje. No s a frente [do im-vel]. Temos que pensar como chego at l e ao meu destino final. Temos que envolver todos os segmentos da cidade, porque governar tem

    que ser um gesto de humildade e ouvir todos os lados.

    Guarulhos est investindo pesado, com a ajuda de outros governos, em obras de mo-bilidade urbana, especialmente no transporte coletivo. O senhor acredita que o guarulhense deixar de lado a praticidade dos carros?

    Guarulhos nunca teve um Plano Diretor de transportes to bem elaborado como tem hoje. Essa cidade cresceu de forma muito rpida e com a mesma estrutura de dcadas anteriores. Antes do meu governo, no tinha um termi-nal de nibus. Agora tem novos terminais a serem construdos, como o do Bonsucesso. Nosso projeto no terminou. A prioridade das prioridades o Trevo de Bonsucesso. A regio de Pimentas e Bonsucesso no pode mais con-tinuar com aquele trevo acanhado e que trava todos os dias. Depois teremos a duplicao da Avenida Juscelino Kubitschek at a Avenida Ju-rema. Depois a Avenida Papa Joo Paulo l que vai chegar at o Trevo de Bonsucesso duplica-da. Depois, prosseguindo, j com a Monteiro Lobato, margeando o trecho da Base Area, e chegando ao viaduto do Cecap, com a constru-o de um novo viaduto. A teremos a Santos Dumont com a colocao de mais um viaduto, fazendo um corredor exclusivo para nibus.

    Os novos viadutos no Cecap e no Santos Dumont so obras que podem ser concludas durante sua gesto (at 2016)?

    Os governantes, os prefeitos, em especial, pensavam em obras s para executar em seu mandato. No vou conseguir fazer tudo que est planejado de mobilidade urbana. Agora, quem vier depois de mim no vai encontrar muito trabalho. Eu diria que outro trecho su-per importante vai ser a ligao de Guarulhos at a Avenida Jacu-Pssego. Quero comear a obra no meu mandato e vamos fazer por eta-pas.

    Com o maior acesso da populao aos carros, a impresso que se tem que, de cinco anos para c, o trnsito piorou muito na cidade...

    Primeiro importante lembrar o seguinte: temos alguns gargalos de trnsito, mas quem passa por So Paulo volta elogiando Guaru-

    Defendo que a obra a ser executada

    no seja mais aquela que o governante

    quer, mas a que o povo quer

    Quem vier depois de mim

    [o prximo prefeito] no vai encontrar

    muito trabalho

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    lhos. So Paulo est travada. medida que va-mos fazer obras, vamos criando condio para o trnsito fluir melhor.

    O trem e o Metr vo chegar mesmo a Guarulhos nos prximos anos?

    Todas as desculpas que j tivemos, agora no vo mais acontecer. Temos aqui a linha do trem, que vai ligar a Estao Engenheiro Goulart ao Cecap e ao aeroporto. Ns estamos, inclusive, fazendo tratativas com o governo federal porque no queremos que o trem seja para resolver o problema do aeroporto. O trem tem de ser para resolver o problema da cidade. E para resolver o problema da cidade tem de passar pelo So Joo, descer para o Presidente Dutra e chegar l no Bonsucesso para atender Pimentas e Bonsucesso.

    Que dificuldade o senhor tem encontrado para trazer o Metr para o Centro, a Vila Au-gusta e o Cecap?

    As obras do Metr so sempre de responsa-bilidade estadual. Eu diria que o grande equvo-co cometido pelos governos de So Paulo foi o de no ter priorizado o Metr. Por que fizemos uma gesto junto ao governo federal para o Me-tr chegar cidade? Porque o Metr no saiu de So Paulo at hoje. O Metr tem condio de, nesses prximos trs anos, chegar at o Interna-cional Shopping, beirando a Dutra. Basta o Go-verno do Estado querer. Depois que ele estiver em Guarulhos, abre caminhos para ele chegar a essa outra parte da cidade. Enquanto isso, no tem como reivindicar algo futurista.

    Tem uma srie de estaes previstas an-tes de o Metr chegar a Guarulhos. Elas ainda nem saram do papel. Corremos o risco de a verba no ser suficiente para o Metr chegar aqui?

    Espero que no. O orado pelo Governo do Estado para chegar at Guarulhos era pouco mais de R$ 6 bilhes. Desse valor, s o governo federal est entrando com R$ 4,3 bilhes. Espe-ro que o Estado mais rico da nao no fale que acabou o dinheiro. Condio tem. Sempre de-fendi que o Metr que deveria vir para Guaru-lhos era o do Tucuruvi, passando pela Vila Gal-vo, cortando o Centro e chegando ao Cecap. Acredito que Guarulhos s vai resolver esse

    problema quando o Metr passar pelo Centro.

    A linha de trem vai passar pela Margin-al Baquirivu. Ao longo da ltima dcada, o guarulhense viu uma srie de obras ali, in-clusive com investigaes de supostos su-perfaturamentos ou desvios de recursos. Que avaliao o senhor faz desse contexto?

    O que fiz na regio do Baquirivu foi con-sertar os problemas que ficaram. No tive ne-nhum problema na minha gesto. Acho que uma via fundamental. Continuo defendendo que foi uma medida certa a construo, no pas-sado, da Marginal Baquirivu.

    Estudos mostram que a poluio do ar mata mais do que os acidentes de trnsito. Como evitar que os hospitais da cidade fiquem sempre lotados por conta dos problemas res-piratrios?

    Boa parte dos problemas de poluio provo-cados por gases dos veculos acontece por conta dos congestionamentos. Com as obras de mo-bilidade urbana, vamos dando solues para a qualidade do ar e a diminuio dos ndices de poluio. Acho que estamos no caminho certo.

    At o final da sua gesto, Guarulhos vai receber todas as contrapartidas previstas no Termo de Ajustamento e Conduta (TAC) envol-vendo a ampliao do aeroporto?

    A vida inteira, tivemos uma relao dura com a Infraero. Porque o conceito era como se o espao fosse uma espcie de Vaticano dentro da cidade, e eles tinham o papa que tomava as decises. A partir do momento que a presidente Dilma criou a concesso dos aeroportos, o con-ceito moderno de quem vai fazer o aeroporto hoje integrar com a cidade. Tanto que o ae-roporto est construindo shopping que no s para passageiro, para a cidade. O cumprimen-to do TAC vai ser gradativo, mas se a coisa con-tinuar no ritmo de conversa que estamos hoje, estou muito satisfeito.

    O Rodoanel cada vez mais ganha reas da cidade. Qual o plano de compensao ambiental relativo s obras?

    Vai depender muito da nossa capacidade de interveno no decorrer das obras e junto ao Conselho Estadual de Meio Ambiente

    O Metr tem condio de, nesses prximos trs anos, chegar at o Internacional Shopping, beirando a Dutra. Basta o Governo do Estado querer

    A vida inteira tivemos uma relao dura com a Infraero. Porque o conceito era como se o espao fosse uma espcie de Vaticano dentro da cidade

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    para que Guarulhos possa ter uma con-trapartida de investimentos, seja com reflo-restamento, plantio de rvores ou revitaliza-o de parques. Mas diria que isso vai ser um dilogo que vai caminhar nos prximos anos.

    Guarulhos teve srios problemas rela-cionados sade em 2013. Quais so os planos de melhoria para o ano que vem?

    Boa parte das dificuldades que a gente tem hoje era a falta de mdicos. Graas a Deus, o ministro da Sade, Alexandre Padi-lha, teve coragem de comprar essa briga [com o programa Mais Mdicos]. Porm, no s a questo do mdico. Boa parte dos desafios que tenho hoje ampliar os equipamentos de sade, porque a demanda passa a ser mui-to grande, tendo aglomerao das pessoas na hora do atendimento. Temos [obras em] duas Unidades de Pronto Atendimento, a UPA no [Jardim] Paulista, 24 horas, que vai tirar mui-ta demanda que vai hoje para o HMU (Hos-pital Municipal de Urgncias). E em Cumbi-ca, teremos mais um pronto atendimento 24 horas tambm. Aposto muito no atendimen-to bsico de sade, que feito pelas equipes do programa Sade da Famlia, que conversa com a famlia. Precisamos pensar na sade de forma mais completa. Mas a sade no s remdio e mdico. Precisamos analisar as condies do local onde a pessoa vive.

    Guarulhos tem cinco vezes mais uni-dades de sade particular do que de rede pblica. Isso significa que a populao no confia no servio municipal?

    Vivemos em uma cidade industrial. importante considerar que a maioria dessas indstrias contratam trabalhadores e ofere-cem plano de sade para seus funcionrios. medida que estamos em uma cidade in-dustrial, lgico que vamos ter um nme-ro muito grande de pessoas com planos de sade. Porm, precisamos melhorar muito o atendimento pblico. Reconheo que uma rea em que fizemos muito, mas precisamos melhorar muito mais. Precisamos cada vez mais criar condies para evitar que as pes-soas cheguem at o hospital. Muitas coisas que acabam indo parar em um hospital p-

    blico poderiam ser evitadas se o atendimen-to l na periferia tivesse sido melhor. Por isso que estou com um horizonte muito bom quando se fala em sade por conta do pro-grama Mais Mdicos.

    Podemos dizer que a sade e a mobili-dade urbana so as duas grandes preocu-paes da Prefeitura atualmente?

    Olha, no d para elencar duas coisas s. Tem uma coisa em que eu invisto muito, s vezes fico at meio chateado, porque fazemos tanto nessa rea... Vocs podem at pesqui-sar. Qual cidade brasileira que em cinco anos sai de zero tratamento de esgoto e chega a 50%? No tem. S que um negcio meio subterrneo, as obras de saneamento no tm visibilidade, elas no aparecem como o CEU. A gente faz um CEU e so milhares de pessoas frequentando. J a estao de trata-mento de esgoto fica escondida. Temos de ter como meta, em um futuro muito prximo, no ter mais uma gota de esgoto caindo nos crregos da cidade. Desse lado de c da ci-dade queremos trabalhar a questo do sane-amento no sistema de parceria pblico-pri-vada, que foi o que aprovamos na Cmara. Mas a rea mais complexa para fazer o tra-tamento porque a mais consolidada. Voc pega regies mais distantes, mesmo a Mar-ginal Baquirivu, e o que fizemos l foi quase como construir um tnel do Metr. uma mquina semelhante quela que faz o Metr que pegou a Marginal Baquirivu de fora a fora e fez toda a colocao dos coletores at chegar na estao. Tudo mtodo no destru-tivo. Depois que voc coloca aquele coletor e tem a estao, temos meio caminho andado. Porque a o lado totalmente consolidado. A voc v o crrego dos Japoneses. Imagine passar coletor tronco nas duas margens do crrego dos Japoneses. H casas que esto hoje construdas no na margem do crrego, mas muitas delas at em cima do crrego...

    um problema parecido com o que o senhor est enfrentando na Vila Galvo?

    A tubulao que passava por l era anti-ga. Tinha tubulao de gs que passava na rua que nem registro tinha. Eram mil difi-culdades, mas est l. Diria que o prximo

    Precisamos melhorar muito o atendimento

    pblico. Reconheo que [a sade] uma

    rea em que fizemos muito,

    mas precisamos melhorar muito

    mais

    Qual cidade brasileira que em cinco anos sai de zero tratamento

    de esgoto e chega a 50%?

    No tem

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    ano ser o primeiro que a Vila Galvo vai passar o vero sem enchente em 40 anos.

    Um tema que provocou saia-justa para o seu governo este ano foi o IPTU. O senhor considera hoje que a forma de co-brana foi justa, imoral ou ilegal?

    Veja s... Voc j viu algum que paga im-posto feliz? O nome j diz, imposto, porque se fosse espontneo teria outro nome. Esse crescimento todo da cidade, essas grandes obras que a cidade est ganhando, faz com que o patrimnio das pessoas que moram aqui melhore. Ento, se h dez anos voc com-prava um terreno nos Pimentas por R$ 20 mil, hoje voc pode colocar muitos R$ 20 mil para comprar um terreno vazio nos Pimentas. A lei diz que a cada quatro anos o governante tem que fazer a correo da Planta Genrica de Va-lores. Guarulhos no fez. Ento eu diria que se houve um erro, houve um erro no s meu, mas tambm do meu antecessor, que de qua-tro em quatro anos deveria ter feito a correo da Planta Genrica. Se isso tivesse sido feito, no teria acumulado tanto quanto acumulou na minha gesto. Acredito que foi uma me-dida necessria a fazer. Era preciso coragem para mudar a alquota, porque ningum geral-mente quer mexer nesse tipo de coisa. Mexe-mos na questo do IPTU, depois mandamos o novo projeto que vai significar, a partir do ano que vem, reduo do IPTU em toda a cidade. O mnimo de desconto vai ser 17%.

    No prximo ano sero entregues por vol-ta de 3 mil moradias populares na cidade. Nmero elevado se comparado a outros anos de sua gesto. O senhor teme que pos-sam associar a srie de entregas a opor-tunidades prprias de plataforma eleitoral?

    Estou entregando moradia desde que as-sumi a Prefeitura. Precisamos pensar que j entregamos em Guarulhos mais de 20 mil unidades habitacionais para quem ganha, tambm, acima de trs salrios, e que uma grande parcela da sociedade. Estou fechando o entendimento com uma construtora que vai fazer 1.400 apartamentos de zero a trs, mas foi difcil, porque a construtora se per-gunta por que fazer de zero a trs se de trs a dez ter um lucro maior. no Tijuco Preto.

    Na margem da Estrada Pimentas-Guarulhos. As obras comeam no prximo ano e o pra-zo para concluso de um ano e trs meses. Essa questo do Minha Casa Minha Vida en-tregar muitas obras no me preocupa, por-que no tenho eleio no ano que vem. E se a cada ano que tiver uma eleio no Brasil o governante for questionado por que est en-tregando obras, no vamos fazer mais nada. A cada dois anos tem eleio!

    Est prevista alguma mudana no secretariado, levando em considerao que Wagner Freitas (Esportes) e Abdo Mazloum (Assuntos Legislativos) devero sair candi-datos na prxima eleio?

    lgico. Se algum for candidato, por lei, tem que sair seis meses antes de um proces-so eleitoral.

    H nomes em vista?No. Que eu saiba at agora, o Abdo j

    me falou que vai ser candidato. Mas sobre o Wagner estou sabendo agora (risos).

    Guarulhos tem oposio poltica? Por que Eli Piet parece magoado ou preocu-pado toda vez que fala da administrao da cidade?

    Mas voc pergunta para mim isso (ri-sos)?! Primeiramente, acho que a gente tem que respeitar todas as oposies da cidade. Ns fizemos uma aliana que nos proporcio-nou ganhar as eleies e governar tendo na Cmara Municipal uma grande maioria que apoia projetos do Executivo.

    Mas a relao com o Eli est tranquila? Respeito muito a histria do ex-prefeito

    Eli Piet. Alis, s estou aqui hoje como prefeito porque ele plantou essa semente l atrs, fazendo uma gesto que foi reconhe-cida pela populao. Isso mostra a grandeza do PT. O partido tem bons quadros e est preparado para disputas futuras. Nosso pro-blema no vai ser falta de candidato. No PT, ns vamos ter at demais.

    Por que Guarulhos no aderiu Oper-ao Delegada do Governo do Estado?

    Temos de deixar isso muito claro. Na ver

    Eu diria que se houve um erro [na cobrana do IPTU], houve um erro no s meu, mas tambm do meu antecessor

    O prximo ano ser o primeiro que a Vila Galvo vai passar o vero sem enchente em40 anos

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    dade, um jeito do governo estadual de delegar para o municpio mais uma coisinha. Ele j delegou para ns pagar os aluguis das delegacias, da Polcia Militar, da Polcia Ci-vil, do Corpo de Bombeiros. O Governo do Estado precisa entender que deveria aju-dar a minha Guarda Municipal, que acaba complementando um trabalho que deveria ser da PM. O Governo do Estado empurra muita coisa para ns e vai tirando... Fechou o Pronto-Socorro do Padre Bento e empurrou a demanda toda para ns. Fechou o pronto atendimento do Hospital Geral, empurrou a demanda toda para ns. Ano que vem vai ser um ano bom, de disputa eleitoral, e ns que-remos discutir essas coisas.

    Qual a soluo para o aterro sanitrio de Guarulhos, que est no limite?

    Primeiramente, a coleta de lixo em Guaru-lhos um dos itens mais bem avaliados pela populao. A nossa coleta de lixo, feita pela Quitana, um servio exemplar. O que pre-cisamos desenvolver cada vez mais na nossa sociedade como reduzir nossa produo de lixo. Antes de ser prefeito, at pensava que a gente faria reciclagem por decreto. Depois, fui entender que voc faz reciclagem por convenci-mento. Na regio do Taboo, encontramos um monte de moradores que j colocam o lixo do lado de fora da casa, no dia certo, porque sabe que a cooperativa passa e pega. Em relao vida til do aterro, estamos preocupados, evi-dentemente.

    Hoje no h alguma rea que possa rece-ber todo esse lixo?

    No. A Secretaria de Servios Pblicos est trabalhando nesse tema para mim.

    Mas corre-se o risco de termos de levar o lixo para o aterro de outro municpio?

    Espero que no. Espero que a gente consiga uma soluo no nosso municpio. Quanto mais quilmetros um caminho rodar para poder levar o lixo a algum lugar, mais caro ir custar e algum vai ter de pagar essa conta.

    Existem diferenas com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) a serem acertadas para Guarulhos

    ter um melhor monitoramento das reas con-taminadas?

    Hoje, perdemos muito tempo com a Cetesb. Na pavimentao e canalizao do crrego Mi-nas Gerais do Soberana, demorou mais de um ano para ter a licena, com dinheiro garantido, projeto pronto e empresa contratada.

    Questo burocrtica ou realmente as exigncias que esto sendo feitas so necessrias?

    Olha s. Me disseram que l, junto com os tcnicos da Cetesb, teve algum do Iphan [Ins-tituto do Patrimnio Histrico e Artstico Na-cional] que constatou, alguns anos atrs, que algum deixou cair um prato no cho e que-brou uma cermica. A ele achou um caquinho de cermica e queria discutir o resgate histri-co de tudo isso. complicado desse jeito. Acho que em uma regio que o povo convive com enchente, com criana correndo risco de vida, e a tem esse tipo de questionamento, no me parece ser algo muito saudvel. Depois que se consegue a licena ambiental tem que entrar com outro pedido na Cetesb para conseguir li-cena de instalao. Para montar o canteiro de obras, tambm dependo da licena da Cetesb. No d. Defendo que os municpios devam voltar a ter a condio de licenciamento para determinadas obras.

    Hoje a Prefeitura tem um controle efetivo com relao s reas contaminadas?

    A Secretaria de Meio Ambiente j tem um levantamento legal sobre isso, mas eu acho que ns precisamos trabalhar com tec-nologias mais modernas. Por exemplo, ns, quando fomos urbanizar a favela Vila Flora, s constatamos a rea contaminada durante as obras. A empresa comeou a mexer e de-pois percebemos que tinha algo fora do nor-mal. Quando a Cetesb fez a anlise, constatou que era uma rea contaminada. Era possvel que j se tivesse essa informao antes. Teve muito morador que reclamou porque no constru conjunto habitacional l, mas prefiro assim. Pior seria se amanh ou depois tives-se acontecido uma tragdia muito mais grave e a algum me culpasse porque eu no agi. Concordo que precisamos, atravs de novas tecnologias, avanar no controle das reas

    O que precisamos desenvovler

    cada vez mais na nossa sociedade como reduzir nossa produo

    de lixo

    Hoje, perdemos muito tempo com

    a Cetesb

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    contaminadas, porque isso muito ruim para a histria da cidade.

    Existe alguma proposta para que a edu-cao ambiental seja tratada como disciplina individual na grade escolar municipal?

    Temos hoje um trabalho muito grande feito nas escolas municipais sobre a educao am-biental. Alis, temos um trabalho exemplar aqui no Saae que visita as escolas municipais, dialoga com as crianas e trabalha no entorno da escola os impactos ambientais de todas as regies. Mas concordo que algo que precisa-mos ampliar. Defendo que quanto mais a gente trabalhar a questo ambiental com a criana, mais vamos ter um futuro melhor.

    O Horto Florestal est fechado. Reabri-lo pode ser um ganho extra no s para o lazer, mas para a conscientizao ambiental do guarulhense?

    lgico. O horto um espao bacana. Nes-sa rea de parques, Guarulhos nunca ganhou tantos novos espaos como agora. Por muitos anos, a populao esteve acostumada s ao Bosque Maia. Estamos construindo a escola de educao ambiental. O CEU Continental ser a primeira obra pblica 100% sustentvel na cidade. Vai ser um exemplo a ser copiado por outros municpios brasileiros. De l no sair

    um caminho de entulho.

    Guarulhos ter Fan Fests durante a Copa do Mundo de 2014?

    Vamos ter uma srie de campanhas nesse sentido, elaboradas pela Secretaria de Comu-nicao, mas acho que o meu desafio maior trabalhar muito para garantir que todas essas obras, que tm muito a ver com a melhoria da qualidade de locomoo das pessoas que viro para c, possam ter algum resultado j imedia-to para o ano que vem. Esse o meu desafio e vou focar muito nisso.

    O senhor tem conversado com o governador a respeito do deslocamento dos presdios para outras reas?

    Durante seis anos em que fui deputado, sempre tentei tratar esse assunto com o Estado e nunca deu certo. Foi uma espcie de dilogo de surdo. O Governo do Estado, a vida inteira, negou que o presdio estava no lugar errado. Mas tudo bem, como eu sou do PT e eles do PSDB, sempre acharam que porque eu que-ria fazer poltica. Agora eles vo precisar passar um trem na frente do presdio. Ali estamos a trs minutos do embarque do aeroporto. Ali cabe um centro de convenes, hotis, feiras, tudo o quanto se pode imaginar que tem a ver com desenvolvimento. S no cabe presdio.

    Defendo que quanto mais a gente trabalhar a questo ambiental com a criana, mais vamos ter um futuro melhor

    Em seu gabinete, Sebastio Almeida concede a entrevista equipe da revista

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    As distores do iPtUPrefeitura sofre processos e corrige a legislao; ainda assim o contribuinte segue incomodado

    POr NAthLiA brAGA

    Aps um traumtico 2013, com o aumen-to de at 3.400% no valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), boa parte dos guarulhenses vai abrir o talo de cobrana com os dedos cruzados, daqui a pouco mais de um ms. Mesmo com a Prefeitura tendo corrigido divergncias para 2014.

    O advogado Paulo Willian Ribeiro mo-rador do Macedo (sudoeste). Ele entrou com uma ao na Justia contra a Prefeitura por conta de um aumento que considera abusivo do IPTU de sua residncia.

    Sempre paguei R$ 2 mil. Em 2013, veio quase R$ 6 mil. Foi um aumento absurdo, ele reclama.

    Ribeiro ganhou o processo em 1 instn-cia, mas a Prefeitura entrou com recurso e agora as partes aguardam novo parecer.

    O juiz deu iseno total do pagamento, mesmo porque o imposto cobrado de for-ma inconstitucional, ele argumenta. H ca-sos nos quais o pedido apenas sob essa pre-missa no foi acolhido.

    Os critrios para o aumento do IPTU so contestados at por vereadores do Partido dos Trabalhadores, como j evidenciou a Folha Metropolitana em reportagens recentes. A Prefeitura alegou longo perodo sem reajuste -

    13 anos -, mas em vrios casos ignorou as pr-prias regras bsicas de qualificao (tamanho e padres) dos empreendimentos.

    Alvo da falha da administrao pblica, o empresrio Jos Ricardo Soares tambm est brigando na Justia por seus direitos.

    Moro em um prdio de apartamentos e em um ano tiraram meu imvel da faixa de alquota mdia e colocaram na mais cara. Meu IPTU aumentou 100%, ressalta.

    Ao menos 55 unidades do condomnio de onde ele sndico foram prejudicados, e 60% das famlias entraram com ao.

    J tivemos sucesso em algumas decises e agora queremos exaurir todas as instncias e ir para Braslia, pois tenho certeza de que vamos ganhar, comenta Soares.

    Parte dos processos administrativos via Secretaria de Finanas caminham a passos lentos. E os na Justia crescem baseados no trecho da Constituio Federal que prev a cobrana gradual do imposto a partir do va-lor do imvel e as alquotas diferenciadas em razo da localizao e da forma de uso do imvel. Em Guarulhos, a diviso se deu por moradias servidas ou no por coleta de lixo e iluminao pblica, enquanto os imveis comerciais e industriais pela progresso do valor independentemente da localizao.

    Isso de uma inconstitucionalidade gritante. Estavam cobrando o imposto jun-to com taxas e a Constituio veda isso, frisa o advogado da subseo Guarulhos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Joo Carlos Panocchia.

    A cobrana da Prefeitura j tomou por base o artigo 15 da Lei Municipal n 2.210, de 27 de dezembro de 1977. Uma nova reda-o veio com o artigo 7 da Lei n 5.753, em 21 de dezembro de 2001.

    Em 2010, Guarulhos ganhou uma nova le-gislao para o IPTU, por meio da Lei Muni-cipal n 6.793/2010, que segundo a Prefeitura serviu especialmente para disciplinar a siste-mtica de cadastramento de imveis, aspecto essencial de toda tributao imobiliria eficien-te e isonmica. Mas em dezembro de 2012 houve nova alterao, sem que os critrios para

    Entenda o IPTU um imposto que incide sobre a propriedade imobiliria, incluindo todos os tipos de imveis;

    calculado com a multiplicao do valor venal pela alquota que definida pela lei Municipal;

    Valor venal o valor de venda de uma propriedade. Varia de acordo com o tamanho e a localizao do terreno, a rea construda e o tipo de acabamento;

    A alquota um percentual definido em lei, que aplicada sobre a base de clculo (no caso do iPTU, o valor venal) para se calcular o valor do imposto.

    Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil (Guarulhos)

    discutem sobre os casos exagerados de cobrana

    FEliPE lAROzzA

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    a progressividade do valor fossem mexidos. Somente neste ano, em 30 de setembro,

    veio a adequao. A partir de 2014, as alquo-tas diferenciadas sero aplicadas de acordo com o uso do imvel e/ou progressivas se-gundo seu valor venal. Ou seja, a prtica dei-xar de ser inconstitucional. A adequao como uma confisso de irregularidade.

    Havia toda uma fragilidade no IPTU, que um dos principais tributos do munic-pio. Grandes proprietrios se valeram disso para no realizar o pagamento e a cidade deixava de arrecadar. Em tese, para o prxi-mo ano, teremos mais segurana, declara o presidente da Comisso de Direitos Tribut-rios da OAB Guarulhos, Marco Aurlio Fer-reira Pinto dos Santos.

    No Fcil Bom Clima (sudoeste), a populao busca informaes sobre as isenes de juros neste final de ano

    As alquotas de 2014 vo seguir o critrio abaixo:

    I

    II

    III

    IV

    V

    0,3% para valor venal de at 10 mil Unidades Fiscais de Guarulhos (UFG).

    0,5% para a parcela do valor venal que exceder 10 mil UFGs e at 20 mil UFGs.

    0,8% para a parcela do valor venal que exceder 20 mil UFGs e at 40 mil UFGs.

    1,0% para a parcela do valor venal que exceder 40mil UFGs e at 60mil UFGs.

    1,4% para a parcela do valor venal que exceder 60 mil UFGs.

    Reduo das alquotasDiante de tamanha revolta dos guaru-

    lhenses, a Prefeitura promete cobrar menos IPTU de seus habitantes. Mas isso no afasta o temor da populao.

    As faixas de cobrana das alquotas passa-ro de trs para cinco (veja detalhes ao lado). Imveis com menor valor venal tero uma re-duo na taxa de reajuste do IPTU de 2014 de, em mdia, 20 a 25%.

    No caso dos imveis residenciais, a al-quota mdia cair dos atuais 0,96% para 0,79%, o que significa uma reduo de 17,7% no percentual mdio da alquota.

    O percentual de reduo do IPTU para di-ferentes tipos de imveis depender do seu va-lor venal. O que se procurou assegurar atravs da lei n 7.166 / 2013 foi a reduo das alquotas dos imveis residenciais, de modo a garantir que todos os imveis residenciais tivessem uma reduo no valor do IPTU de 2014, infor-ma a Secretaria de Finanas.

    A reduo no aplicada a imveis que tiveram um aumento de rea construda em 2013 e cujos dados tenham sido atualizados no cadastro junto Prefeitura. Tampouco s situaes em que no havia construo adicional ao imvel ou no terreno e que em 2013 passou a ter.

    SilViO CESAR

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    Relembre o quadro catico de 2013Unidades do Fcil lotadas, populao re-

    voltada e muita reclamao. Esse foi o cenrio no municpio nos primeiros meses de 2013, em razo dos valores exorbitantes do IPTU.

    Os aumentos foram justificados pela atuali-zao da Planta Genrica de Valores (PGV), que divide a cidade em zonas de valor e atribui um valor venal por metro quadrado para imveis, de acordo com a regio. Como esse documento no era atualizado h 13 anos, o IPTU era co-brado com base em um valor desatualizado. S que a o aumento veio de uma s vez.

    A Prefeitura no pode tentar repassar anos de inrcia e esperar que o contribuinte fique quieto, defendeu o presidente da sub-seo Guarulhos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Fbio de Souza.

    A reviso do cadastro imobilirio, desa-tualizado h 18 anos, serviu de argumento majorao. Desde janeiro de 2011, uma em-presa terceirizada, a Millenio Servios, revi-sou os cadastros por fotografia area.

    O principal objetivo foi identificar reas edificadas no inscritas no Cadastro Fiscal Imobilirio, que a base de dados para apu-rao e clculo individualizado do IPTU. As-sim, os contribuintes que realizaram constru-es ou aumentaram as reas edificadas de seus imveis e no informaram ao municpio, descumprindo a lei tributria de regncia, ti-veram o lanamento do IPTU 2013 alterado, justifica por e-mail a Secretaria de Finanas.

    Apesar dos movimentos populares, at o final de fevereiro, a Prefeitura alegou o recebi-mento de pouco mais de 11 mil solicitaes de reviso dos valores. E frisou que at outubro quase 9 mil tinham sido revisadas.

    Cerca de 10% dos contribuintes no pa-garam, e ento recorreram ou Secretaria de Finanas ou Justia.

    Renegociar a dvida tambm est mais fcil, j que a Lei n 7.154/13, que trata de parcelamento, reduo de juros e multas mo-ratrias provenientes de acrscimos legais, prev reduo de 80% sobre juros e multas at 31 de janeiro de 2014 (houve iseno to-tal h poucos meses). O valor pode ainda ser parcelado em at cem vezes, com queda pro-gressiva dos descontos, at esta data.

    Como se defender

    O planeta e o seu bolso agradecem

    Quem se sentir lesado frente aos valores do IPTU, mesmo que j tenha pagado a conta, pode procu-rar um advogado da rea tributria. Aps ana-lisar todos os documentos do imvel que o profissional poder aconselhar se o muncipe

    tem chances de ter xito na ao e dar an-damento aos procedimentos necessrios.

    possvel ainda procurar a Defenso-ria Pblica do Estado, Regional

    O guarulhense interessado em mais des-contos sobre o valor pode adotar o IPTU

    Verde para seu imvel. Ele concede desconto de at 20% no valor a ser pago, desde que o

    contribuinte tenha ao menos duas medidas am-bientais implantadas em sua propriedade. pos-svel escolher entre: sistema de captao de gua de chuva; sistema de reuso de gua; sistema de

    SilViO CESAR

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    Guarulhos, para ter direito prestao de servio gratuita. Referente ao perodo em que o im-posto era cobrado de forma inconstitu-cional, o guarulhense deve entrar com uma ao de repetio de indbito para requerer a restituio do valor pago referente aos l-timos cinco anos do pagamento, esclarece o advogado especialista em direito tributrio, Edilson Fernando de Moraes.

    aquecimento eltrico solar; construes com ma-teriais sustentveis; utilizao de energia passiva; sistema de utilizao de energia elica; instalao de telhado verde e separao de resduos slidos. Quem tem uma calada acessvel para pessoas portadoras de deficincia fsica tambm pode ter abatimento no valor do imposto nesse caso, de 5%. Para se cadastrar, o muncipe deve procurar a Secretaria de Finan-as e comprovar a implantao das medidas declaradas.

    NMEROS

    em mdia foi o valor cobrado de iPTU em Guarulhos, em 2013 R$ 1,9 mil

    R$ 365 milhes o que a Prefeitura calcula como arrecadao final com iPTU em 2013. Trata-se de 8% do total do oramento da cidade para o ano que vem

    105 mil imveis contaram com isenes na cidade, em 2013268 mil carns foram distribudos em 2013 para o pagamento do iPTU

    Manifestao

    contrria alta do

    IPTU toma a entrada

    do Fcil, no Bom

    Clima (sudoeste), no

    incio de 2013

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  • Por Nathlia Braga

    Guarulhos conhecida, sobretudo, pela ampla atividade industrial. Mas nos ltimos anos o que se v suas fbricas - grandes fon-tes de emprego - menos competitivas em rela-o s estrangeiras, um fenmeno nacional.

    As altas cargas tributrias e o alto va-lor do dlar so os fatores que mais afetam o preo final do produto brasileiro, fazendo com que ele fique mais caro do que o que produzido l fora, frisa o secretrio de De-senvolvimento Econmico, Indstria e Co-mrcio de Guarulhos, Luiz Carlos Teodoro.

    Os efeitos da desindustrializao so, em geral, a retrao na abertura de novas em-presas, a queda nas vendas e o enxugamento

    Desindustrializao chega s grandes de guarulhosAinda assim, o setor tem apenas um pequeno retrocesso nos empregos com carteira assinada

    de gastos e de trabalhadores. Para evitar um quadro pior, a Prefeitura pe em prtica no-vos incentivos fiscais como a redues do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e do Imposto Sobre Servios (ISS), em 2014.

    Os sinais da desindustrializao em Guarulhos podem ser observados a par-tir de dados oficiais da Prefeitura. A cida-de conta com cerca de 2,7 mil indstrias. Mas apenas 292 com atividades fabris fo-ram abertas h trs anos, e 129 de janei-ro a setembro deste ano. O levantamento considera de micros a grandes unidades de produo que j recolheram impostos, independentemente de estarem ou no em funcionamento. Os nmeros desconside-ram empresas abertas que ainda no de-ram incio aos trabalhos. A administrao pblica no sabe precisar quantas so.

    A Prefeitura acredita que as ltimas no-

    Fotos: FELIPE LARoZZA

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  • vatas tenham representao significativa no bolo, pois o setor industrial perdeu ape-nas 5 mil empregos entre 2010 e setembro de 2013, segundo a Agncia de Desenvol-vimento de Guarulhos (Agende). A quantia representa cerca de 4,5% a menos em rela-o ao incio do perodo de comparao. O municpio, ainda assim, acabou perdendo o posto de 3 maior empregador na indstria no Brasil para Manaus (AM).

    Teodoro ressalta que cerca de 60 em-presas foram beneficiadas em 2013 pela lei de incentivo fiscal, uma renncia de R$ 5 milhes aos cofres da Prefeitura. Segundo ele, a economia municipal ainda sai ga-nhando justamente com a gerao de em-pregos e renda no consolidado.

    Juntas, essas empresas geram 9 mil empregos a salrios de R$ 2 mil mensais. So R$ 18 milhes por ms e mais de R$ 200 milhes gerados por ano, o que um bom retorno, avalia o secretrio.

    No entanto, especialistas destacam a importncia de a cidade proporcionar mais benefcios para manter as companhias j es-tabelecidas no municpio, bem como atrair

    novos industriais. A situao j foi pior. Hoje, o que feito

    na cidade em termos de investimento em in-fraestrutura considervel. Tambm temos uma lei de incentivo s indstrias que esto em expanso, com iseno de at dez anos de pagamento do IPTU. Tudo isso ajuda, mas insuficiente, declara o 2 vice-diretor do Centro das Indstrias do Estado de So Pau-lo (Ciesp) em Guarulhos, Roberto Marchiori.

    Roberto Marchiori, 2 vice-diretor do Ciesp, cobra melhorias na Cidade Satlite (sul)

    Setor tem apresentado retrao, embora haja casos especficos de crescimento

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    Entre vantagens e desvantagensPara o diretor comercial da Nautika, Silvio Hein, a localizao ge-ogrfica da cidade favorece os negcios. E esse de fato o maior atrativo para as empresas.Guarulhos est situada em uma regio de fcil acesso para as prin-cipais rodovias do Pas - Dutra, Ferno Dias e Ayrton Senna -, permi-tindo assim a rapidez na circulao de nossos produtos, uma vez que 100% do nosso transporte rodovirio, cita o executivo da empresa fabricante de produtos de lazer de Cumbica (sul).Se por um lado a logstica favorecida, preciso melhorar a locomo-o dentro do municpio com a identificao das ruas, principalmente da Cidade Satlite (norte), onde se concentram 70% do PIB do munic-pio, segundo a Associao dos Empresrios de Cumbica (Asec). So 60 ruas que ainda precisam ser asfaltadas, aponta Marchiori. A falta de trabalhadores especializados outro entrave, segundo o gerente executivo da Randon Guarulhos, Marco Antnio Camaro. Existe a mo de obra operacional para o cho de fbrica em gran-de escala. J em nveis de graduao e tcnico, como engenheiros e tcnicos de mecnica, trazemos boa parte do nosso pessoal de So Paulo, pois no encontramos profissionais qualificados o suficiente por aqui, diz o executivo da empresa da Vila So Gabriel (sudeste).

    Fachada principal da SEW, em Cumbica (sul); a fabricante de motores deixou Guarulhos em busca de mais incentivos

    QUANTIDADE DE EMPREGOS NAS INDSTRIAS EM GUARULHOS

    FONTE: Secretaria de Desenvolvimento Econmico, Indstria e Comrcio de Guarulhos

    2010

    2011

    2012

    2013 (at agosto)

    115 mil

    113 mil

    110 mil

    100 mil

    A perspectiva de que fechemos o ano com um ndice negativo de 3,5%, diz o 2 vice-diretor do Ciesp em Guarulhos, Roberto Marchiori

    Diante da elevada taxa de juros e do futuro incerto, a indstria s existe pela insistncia do empresariado, diz o diretor-titular do Ciesp em Guarulhos, Antonio Carlos Koch

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    A FAVOR O QUE CONTRA

    A separao dos re-sduos orgnicos dos

    materiais reciclveis gera receita significativa para diversos setores econ-micos da sociedade

    Instalao de lixeiras seletivas

    A obrigatoriedade requer regulamentao, fiscalizao e, por

    consequncia, multa, sendo esta quase

    sempre rechaada pela sociedade

    A iniciativa assegura maior limpeza,

    especialmente em reas de grande

    circulao

    Multas para pedestres flagrados jogando

    lixo nas ruas

    O custo a mais com funcionrios para as

    administraes pblicas e por consequncia dos impostos pagos pela

    populao

    A diminuio de gases txicos no meio

    ambiente

    Inspeo Veicular

    Mais uma taxa para o cidado pagar

    O incentivo melhor fluidez do trnsito e qualidade do ar, contribuindo para

    vidas mais saudveis

    Ciclofaixas

    O fato de elas serem criadas geralmente em

    vias inicialmente previstas para carros e no em espaos adicionais ao

    trfego

    O incentivo ao uso e agilidade do transporte de pblico de massa, alm da diminuio da

    emisso de CO2

    Faixas exclusivas de nibus

    A quantidade irrisria e desqualificada de vecu-los, sem ar condicionado, entre outras comodida-des prprias dos carros

    As sacolas plsticas demoram mais de cem anos para se decompor. Retir-las de circulao

    contribui para a manuteno do ecossistema

    A substituio nos mercados de sacolas plsticas

    descartveis por retornveis

    As pessoas esto cada vez mais atarefadas,

    atrasadas e sem dinheiro. Ter sacolas plsticas disposio facilita as

    compras e movimenta a economia

    Por al Da Mata

    Nas ltimas dcadas, os poderes Execu-tivo e Legislativo submeteram sociedade brasileira propostas ligadas mobilidade urbana e preservao do meio ambiente, em razo especialmente da presso da Or-

    Cola ou no cola?Leis ou propostas inspiradas em sustentabilidade nem semprecaem no gosto da populao

    ganizao das Naes Unidas (ONU) e de organizaes no governamentais (ONGs).

    Contudo, uma parte das medidas teve adeso voluntria ou forada, enquanto uma outra no atingiu os objetivos, dada a fragilidade na elaborao e divulgao ou por conta de conflitos com a praticida-de exigida pelo mundo moderno. Confira logo abaixo seis dessas iniciativas e argu-mentos a favor e contra. Forme sua opinio.

    As faixas exclusivas de nibus na Emlio Ribas, Gopova (sudoeste), exigem adaptao

    As lixeiras seletivas

    agilizam os trabalhos dos

    catadores e das empresas

    de reciclagemFotos: FELIPE LARoZZA

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    Na So Rafael

    (sudoeste),

    encanamentos

    improvisados

    levam o esgoto

    diretamente a

    um crrego

    Fotos: FELIPE LARoZZA

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    Da favela para a casa prpriaA felicidade e a angstia de quem troca ou espera deixar os barracos e assumir os apartamentos do programa M