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7/24/2019 Revista de Cirurgia Peditrica (2013).
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Nmero I - Volume I - setembro de 2013
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Publicao oficial da Associao de Cirurgia Peditrica do Estado do Rio de Janeiro
PRINCPIOS DECARDIOLOGIA PERINATALPARA CIRURGIES
O PROCESSO CONTRAMDICOS. QUAIS OSTRMITES USUAIS?
ANOMALIA ANORRETAL
BAIXA COM FSTULAPERINEALTIPO ALA DE BALDE:RELATO DE CASO
PANCREATITE CRNICARECORRENTE NA INFNCIATRATADA COMPANCREATOJEJUNOSTOMIALATEROLATERAL EM Y DEROUX
MEMRIA CIPERJ: DR.FERNANDO JOS GINEFRA
INFORMES CIPERJ
CURSOS E EVENTOS
7/24/2019 Revista de Cirurgia Peditrica (2013).
2/322 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
Estrada dos Trs Rios, 1.366,
Freguesia, Jacarepagu
TEL: (21) 2448 3600
w w w . r i o s d o r . c o m . b r
UTI Peditricapreparada para assistncia criana e ao adolescente que necessitem deratamento intensivo, contando com equipamentos de ltima gerao e uma equipemultidisciplinar (nutricionista, fonoaudilogo, fisioterapeuta, enfermeiro e psiclogo).
Emergncia 24hcom 9 leitos de atendimento de repouso e sala de medicao com 6eitos. Toda a infraestrutura em exames e diagnsticos por imagem no prprio hospital.
Centro cirrgicocomposto por 6 salas, onde podem ser realizadas desde procedimentossimples at intervenes de alta complexidade.
Leitos de internaocomposta por 14 leitos decorados, espaosos e equipados, alm dequartos com beros para acolher os bebs.
PEDIATRIA
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Editorial
NOSSO 1 NMEROEste um comeo. O retrato de um ideal. O
retrato de uma construo, ainda evoluindo.
Esta revista tem muitos significados. Ela quer
dizer que ns acreditamos. Que ns achamos
que podemos construir um futuro para os
cirurgies peditricos do Rio de Janeiro. Que ns
achamos que a comunidade de cirurgia peditrica
do Rio de Janeiro tem o que dizer, quer progredir,
quer repensar conceitos. Que a comunidade de
cirurgia peditrica quer, precisa e pode criar um
espao para ter vez e voz.A Revista da CIPERJ nossa, uma construo
coletiva, dinmica e viva. Ela depende de ns, ela
pode e deve mudar e crescer conosco.
Ela vem de um passado recente em que ns
todos nos insurgimos contra a passividade, contra
a crena de que no temos poder nem fora,
contra o fato consumado sobre ns. Ela mostraum presente em que reagimos. Reagimos apesar
das regulaes excessivas, dos salrios
minimizados, dos servios descaracterizados. Ela
uma prova que ns somos, ns ainda somos,
ns sempre seremos, apesar de tudo. Ela uma
prova de que ns vamos adiante, nadando contra
a corrente se for preciso.
Ela nos simboliza, ela nos representa. E, sendo
assim, ela vai ser cada vez melhor, porque ns
vamos melhorar cada vez mais. Porque ns
vamos continuar e construir um futuro, como
cirurgies peditricos, como mdicos e como
cidados.Parabns comunidade de cirurgies peditricos
pela nova Revista. Nos ajudem, para que ela seja
cada vez melhor.
Agradecemos, muitssimo, a ajuda dos membros
do comit editorial, notadamente Dr Simnides
Bacelar, que nos ajuda em dobro, com seu
conhecimento de especialista em cirurgia
peditrica e em lngua portuguesa.
Convidamos, desde j, a todos, para que nos
enviem novos artigos para a edio nmero 2,
prevista para o ms de maro de 2014.
Grande abrao
Lisieux, Kleber, Sandoval, Marco, Jlio e todo o
comit editorial da revista.
DRA. LISIEUX EYER DE JESUSEditora da Revista CIPERJ
editor_revista@ciperj.org
3 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
Membro Titular da CIPE e do CBC. Integrante da Cmara Tcnica de
Cirurgia Peditrica do CREMERJ. Presidente da CIPERJ. Universidade
Federal Fluminense (UFF), Hospital Federal dos Servidores do Estado
do Rio de Janeiro (HFSE).
A Revista CIPERJ um instrumento dedivulgao de trabalhos de interessestcnicos e geral dos cirurgies peditricos doEstado do Rio de Janeiro; de educao emCirurgia Peditrica aos especialistas,mdicos trabalhando em campos correlatos emdicos em formao; e de divulgao deeventos e informativos da Associao de
Cirurgia Peditrica do Estado do Rio deJaneiro.
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Conselho Editorial
4 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
CONSELHO EDITORIALAROVEL OLIVEIRA MOURAJUNIOR
Instituto Nacional de Cncer(INCA) e Hospital Federal daLagoa
DOMINGOS BICA
Universidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ)
IRNAK MARCELOBARBOSA
Universidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ), HospitalPblico de Maca e HospitalCosta do Sol em Maca
CARLOS MURILO GUEDESDE MELLO
Universidade FederalFluminense (UFF)
JOO CARLOS DEOLIVEIRA TRTORA
Universidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ)
MARIA APARECIDASIQUEIRA DE ANDRADE
Hospital Federal CardosoFontes, Hospital MunicipalSouza Aguiar
LAURA HELMAN
Universidade Federal de SoPaulo, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, HospitalFederal dos Servidores doEstado (HFSE)
STELLA SABBATINI
Universidade do Estado doRio de Janeiro (UERJ) eHospital Federal dosServidores do Estado (HFSE)
SIMNIDES DA SILVABACELAR
Faculdade de Medicina daUniversidade Federal da Bahia(FMUFBA) e Membro Titularda Academia de Medicina deBraslia
SAMUEL DEKERMACHER
Hospital Federal dosServidores do Estado do Riode Janeiro (HFSE)
SRGIO REGO
Fundao Oswaldo Cruz(Fiocruz)
IVENS BAKER MIO
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
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ndice
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NDICE
PRINCPIOS DE CARDIOLOGIA PERINATAL PARA CIRURGIES6
EDITORIAL
3CONSELHO EDITORIAL4
NDICE5
O PROCESSO CONTRA MDICOS. QUAIS OS TRMITES USUAIS?14
ANOMALIA ANORRETAL BAIXA COM FSTULA PERINEALTIPO ALA DE BALDE: RELATO DE CASO18
PANCREATITE CRNICA RECORRENTE NA INFNCIA TRATADA COM
PANCREATOJEJUNOSTOMIA LATEROLATERAL EM Y DE ROUX22INFORMES CIPERJ25
MEMRIA CIPERJ: DR. FERNANDO JOS GINEFRA26
CURSOS E EVENTOS29EXPEDIENTE30
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Princpios de Cardiologia Perinatal para Cirurgies
RESUMOsucinta e objetiva as alteraes fisiolgicas, bem
como as principais cardiopatias de manifestao
no perodo neonatal, suas associaes com
malformaes extracardacas e sndrome
genticas. Alm disso, Enfatiza a teraputica de
urgncia e as implicaes pr e per-operatrias
em cirurgias extracardacas nestes pacientes. O
advento da ecocardiografia fetal trouxe a
possibilidade de planejamento conjunto pra a
estratificao das distintas necessidades
cirrgicas destes pacientes, favorecendo a
agilidade nas abordagens teraputicas.
Palavras chave; malformaes cardacas,
cuidados pr operatrios e cuidados peri
operatriosABSTRACTSThis article aims to present a brief
description of the physiological problems
associated to the most frequent cardiac
malformations that affect neonates, as well as
their associated extra-cardiac dysmorphisms and
genetic syndromes. We also emphasize treatment
manoeuvers in urgent situations, pre and peri-
operative care for these patients when in need of
non-cardiac surgery. The usage of fetal
echocardiography enables the medical team to
plan for the different surgical needs of these
children, making their treatment better organized
and more efficient.
Key words; Cardiac Malformations, Pre-operative
Care, Peri-operative care
O presente artigo apresenta de forma AUTORESAurea Lucia Alves de Azevedo Grippade Souza 1, Ana Flvia Malheiros Torbey 1. 1 -
Professora de cardiologia Peditrica
Departamento de Pediatria Universidade
Federal Fluminense Niteri Rio de Janeiro
Brasil.
AUTOR PARA CORRESPONDNCIA
Aurea Lucia Alves de Azevedo Grippa de Souza
E-mail: aureagrippa@id.uff.br.
Declaramos no haver conflitos de interesses
pertinentes.
Esse trabalho no necessitou de subsdio
financeiro.
INTRODUO
Cerca de 1 em cada 100 gestaes apresenta
uma malformao cardaca fetal, desde a maissimples at as formas mais complexas de
associaes de defeitos. Alguns estudos relatam
alta prevalncia de anormalias extracardacas e
genticas em portadores de cardiopatias
documentadas por ultrassom trasfontanela (32-
42%), abdominal (32-69%) e estudo gentico (10-
60%). Nas gestaes com malformaes
mltiplas, cerca de 20-25% dos fetos evoluem
para o abortamento espontneo, porm a
pequena parcela de nascidos-vivos com mltiplas
malformaes, entre 3-5%, perfazem o total de
15-20% das mortes ps-natais at 1 ano de idade
no Brasil.
Os fatores que influenciam esta mortalidade
esto relacionados a prevalncia das
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malformaes, a sua forma de apresentao
(mltiplas ou isoladas), a capacidade de
diagnstico precoce e a possibilidade de
assistncia mdico-cirrgica especializada.O presente artigo tem por objetivo esclarecer as
principais cardiopatias congnitas e as
associaes frequentes com outras
malformaes, fornecendo ferramentas para
melhor entendimento do cirurgio acerca da
complexidade, gravidade e dos fatores de risco
implicados em cada situao.
CARDIOLOGIA FETAL
A vida intrauterina proporciona uma proteo
fisiolgica s leses com shunts intracardacos,
como as comunicaes interatriais (CIA) e
interventriculares (CIV), a persistncia do canal
arterial (PCA) e os defeitos do septo
atrioventricular (DSAV) PCA, DSAV) e tambm sleses obstrutivas ao corao direito: estenose
pulmonar(EP), atresia tricspide (AT) e atresia
pulmonar (AP) devido ausncia de fluxo
pulmonar eficaz. Dessa forma, apesar da
possibilidade diagnstica da leso anatmica,
no se observar repercusso hemodinmica no
feto. Entretanto, a leses com regurgitao valvar(displasia tricspide, anomalia de Ebstein) e
obstrutivas ao corao esquerdo: estenose
artica (Eao), coarctao da aorta (CoAo),
sndome de hipoplasia do corao esquerdo
(SHCE) e interrupo do arco artico(IAAo)
podero evoluir com insuficincia cardaca e
alteraes da perfuso tecidual cerebral, heptica
e renal precoces, levando a isquemia e disfuno
precoce destes rgos.
ADAPTAO FISIOLGICA NEONATAL
Durante as primeiras 72 horas de vida,
esperado que a queda abrupta da resistncia
vascular pulmonar (RVP) e aumento da
resistncia vascular sistmica ou perifrica (RVS)
promovam o fechamento dos orifcios anatmicos
de adaptao vida intrauterina: forame oval e
ducto arterioso (figura 1). Todo esse processo
desencadeado pela elevao da PaO2 aps os
primeiros movimentos respiratrios, e pelo
aumento e queda das presses, respectivamente
nas cavidades esquerdas e direitas, promovendo
a ocluso da membrana do forame oval e a
constrio do ducto arterioso.
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H de se esperar, entretanto, que algumas situaes possam promover retardo ou no ocorrncia desse
processo. Entre os principais fatores implicados est a prematuridade, asfixia perinatal, acidose
metablica, cardiopatias ducto dependentes, persistncia da circulao fetal, entre outras.
A presena de persistncia da circulao fetal (hipertenso pulmonar persistente do recm-nascido) ede cardiopatia congnita podero comprometer a estabilidade hemodinmica destes pacientes que
geram retardo na correo de malformaes anatmicas extracardacas que necessitam abordagem
imediata. No quadro abaixo (tabela 1), correlacionamos algumas cardiopatias congnitas s possveis
sndromes clnicas e a associaes com outras complicaes cirrgicas:
REMATURIDADE
inabilidade das clulas em promover a constrio necessria trombose e a fibrose do ducto arterioso
onstitui o principal mecanismo fisiopatolgico da persistncia do PCA nos prematuros. A repercusso
emodinmica provocada pelos ductos de moderado a amplo calibre (acima de 1,5 mm) leva em ltima
nlise ao roubo de fluxo de regies suscetveis como crebro, intestino e rins. O acentuado volume queetorna circulao pulmonar atravs do canal gera um mecanismo de constante hiperfluxo e edema
veolar que geram a sintomatologia respiratria predominante nestes pacientes. As leses isqumicas
mportantes, a enterocolite necrozante (NEC) e a insuficincia renal, so temidas pelas suas elevadas
morbidade e mortalidade. Em algumas coortes, cerca de trinta por cento dos pacientes prematuros que
esenvolveram NEC apresentavam ducto arterioso amplo. A teraputica medicamentosa com ibuprofeno
u indometacina a opo inicial para o fechamento dos ductos com repercusso hemodinmica
eterminado por parmetros ecocardiogrficos, salvo na presena de contraindicaes formais, como
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Tabela 1: Principais associaes entre cardiopatias e malformaes extra cardacas.
egendas:PCA persistncia do ducto arterial; DSAV defeito do septo atrioventricular; CIV comunicaoterventricular; CIA comunicao interatrial; EP estenose pulmonar; AP atresia pulmonar; cardiopatiasomplexas associaes entre 2 ou mais defeitos cardicos. AT- atresia tricspide.
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insuficincia renal e hemorragia intracraniana.
ENTENDENDO AS CARDIOPATIAS
CONGNITAS
Leses de hiperfluxo pulmonar (PCA, CIA,
CIV, DSAV)As cardiopatias de shunt esquerdo
direito, de acordo com suas caractersticas
anatmicas de forma, tamanho e localizao
podem se manifestar ainda no perodo neonatal.
A magnitude de volume pulmonar circulante
tambm estar regulada pela RVP, em queda nas
4-6 primeiras semanas de vida (figura 2A).
O fluxo pulmonar elevado, aumenta o risco
destes pacientes cursarem com quadro clnico de
insuficincia cardaca (IC) e edema agudopulmonar. Durante o perodo neonatal os sinais e
sintomas da IC so inespecficos e caracterizam-
se por taquipneia, dispneia, estertores
pulmonares, hepatomegalia, dificuldade de
suco e baixo ganho ponderal.
Nestes pacientes o cirurgio dever estar atento
ao balano hdrico rigoroso, evitando-se
sobrecarga volumtrica. O uso de diurticos e
vasodilatadores sistmicos est indicado nesta
situao. A oferta de oxignio deve ser realizada
com cautela, devido seu efeito vasodilatador
pulmonar, que pode piorar o quadro de congesto
pulmonar.
Leses de hipofluxo pulmonar (AT, AP e
tetralogia de Fallot)A reduo do fluxo
pulmonar, causado por leses obstrutivas do
corao direito ir cursar com hipoxemia e a
principal manifestao clnica a cianose. Estas
leses podem manifestar-se nos primeiros dias
de vida e dependem do canal arterial prvio para
manter o fluxo sanguneo pulmonar, nestes casos
est indicado o uso da prostaglandina E1, a qualmantm a patncia do ducto arterioso, at que
seja possvel a realizao da cirurgia paliativa
que consiste na realizao de um shunt
sistmico-pulmonar, geralmente entre a artria
subclvia e o ramo da artria pulmonar (Cirurgia
de Blalock-Taussig).
A hipoxemia que ocorre nestes pacientes
aumenta o risco para acidose metablica, a qual
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principalmente nos pacientes portadores de
tetralogia de Fallot (figura 3A).
A crise ciantica ocorre quando h reduo
abrupta do fluxo pulmonar com desvio de sangue
insaturado para a circulao sistmica,
geralmente atravs da CIV. Situaes que levam
ao risco de crise ciantica so aquelas que
promovem a queda da resistncia vascular
perifrica ou a elevao da resistncia vascular
pulmonar, a hipovolemia, infeco, febre e
anemia so causas de crise ciantica e devem
ser combatidas nestes pacientes. Assim,
devemos evitar medicaes que causem
vasodilatao, bem como tratar agressivamente a
desidratao.
Leses mistas: hiperfluxo x cianose
(Transposio dos grandes vasos, ventrculo
nico, anomalia de Ebstein e drenagem
anmala total de veias pulmonares)
A transposio dos grandes vasos (TGV),
ventrculo nico (VU), anomalia de Ebstein e
drenagem anmala total de veias pulmonares so
cursam tanto com hipoxemia e sintomas de IC
(figura 2B e 3B). Assim o cirurgio deve estar
alerta no s para as complicaes da hipoxemia
o risco aumentado de acidose metablica, bem
como para um balano hdrico rigoroso.
CUIDADOS PER-OPERATRIOS
Profilaxia da endocardite
Sabemos que pacientes portadores de
cardiopatias congnitas possuem risco elevado
de evolurem para endocardite infecciosa (EI),
situao grave com elevada morbidade e
mortalidade na infncia. Os pacientes
consideradas de alto risco para EI so aqueles
com cardiopatias cianticas no corrigidas ou
com tratamento paliativo; com valva cardacaprottica, com endocardite prvia, que foram
submetidos correo cirrgica aps seis meses
do tratamento cirrgico e aqueles que foram
submetidos a procedimentos cirrgicos, mas que
ficaram com leses residuais.
Em 2008, a American Heart Association publicou
as modificaes na profilaxia para a EI, sendo
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deve ser corrigida assim que detectada. Outra situao que o cirurgio pediatra deve estar atento o
risco de crise ciantica, presente principalmente nos pacientes portadores de tetralogia de Fallot (figura
3A).
A crise ciantica ocorre quando h reduo abrupta do fluxo pulmonar com desvio de sangue insaturado
para a circulao sistmica, geralmente atravs da CIV. Situaes que levam ao risco de crise ciantica
so aquelas que promovem a queda da resistncia vascular perifrica ou a elevao da resistncia
vascular pulmonar, a hipovolemia, infeco, febre e anemia so causas de crise ciantica e devem ser
combatidas nestes pacientes. Assim, devemos evitar medicaes que causem vasodilatao, bem como
tratar agressivamente a desidratao.
ontrole trmico, hidratao e transfuso sangunea
ambiente trmico neutro deve ser preocupao constante durante os procedimentos cirrgicos
xtracardacos, principalmente nos pretermos, seja nas situaes de hiperfluxo ou de baixo fluxo
ulmonar. Neste ltimo caso, a hipotermia precipita a acidose metablica que em ltima anlise leva
asoconstrio pulmonar, depresso miocrdica e vasoconstrio perifrica.
manuteno hdrica deve respeita a fisiopatologia de cada leso. Nos pacientes portadores de
perfluxo pulmonar a infuso de volume deve ser feita de forma cautelosa, observando os sinais de
dema pulmonar e congesto heptica. De uma forma geral, estes pacientes toleram bem taxas hdricas
dequadas sua faixa etria, sendo em alguns necessria a reduo a dois teros das necessidades
dricas dirias. Nas situaes de edema pulmonar os diurticos so efetivos na teraputica imediata.
s portadores de hipofluxo pulmonar, principalmente os portadores de obstruo ao ventrculo direito
omo na tetralogia de Fallot, devem receber volume abundante mantendo a presso de enchimento do
entrculo satisfatria para a promover a adequada perfuso pulmonar. O choque hipovolmico deve ser
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evitado em ambos os grupos de pacientes. As
expanses rpidas no pacientes portadores de
shunts intracardacos com aumento do fluxo
pulmonar favorece o edema aguda, da mesma
forma que o volume baixo no ventrculo direito
impede o seu adequado enchimento e a
capacidade de vencer o obstculo da leso
obstrutiva.
A utilizao de hemoderivados tem sido tema de
inmeras discusses. Os pacientes portadores de
insuficincia cardaca com ou sem disfunoventricular se beneficiam de nveis de
hemoglobina superiores a 12 mg/dL. Nas
cardiopatias cianticas, a principal considerao
se faz a respeito da policitemia. Os pacientes
com fisiologia de ventrculo nico e ps-
operatrio de anastomose cavopulmonar (cirurgia
de Glenn) toleram nveis de hemoglobina de 9-10
mg/dL. Entretanto a policitemia (Hto>50%) nestes
pacientes pode levar a quadros de tromboses e
acidentes vasculares cerebrais isqumicos.
CONSIDERAES FINAIS
A cooperao as entre especialidades,
neonatologia, cardiologia e cirurgia, envolvidas no
atendimento do neonato portador demalformaes mltiplas desempenha papel
fundamental na obteno de resultados
satisfatrios. O conhecimento da fisiopatologia
bsica e das principais associaes entre defeitos
cardacos e extra-cardacos determina a
possibilidade de estratificao e planejamento
das aes de interveno conforme a gravidade
de cada paciente. Entretanto, a ausncia de
avaliao especializada do cardiologista
peditrico, nos pacientes com potencial
malformao cardaca, no deve resultar em
retardo na abordagem das patologias cirrgicas
de urgncia, principalmente nos neonatos
portadores de exame clnico normal.
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O Processo contra Mdicos. Quais os Trmites Usuais?
Antonio Couto, Alex SouzaA.COUTO & SOUZA ADVOGADOS
O tema acima, sugerido pela diretoria, no
poderia ser mais pertinente. Na verdade, para
nossa Banca, que advoga em defesa exclusiva
dos mdicos h dezessete anos, o ttulo deste
artigo pode ensejar vrios caminhos, numerosas
ramificaes de discusses e esclarecimentos
extremamente necessrios para a classe mdica.
Um breve histrico se faz necessrio com o
cuidado de no tornar enfadonho o presente
texto. A partir do ano de 1991, data em que
entrou em vigor o Cdigo de Proteo e Defesa
do Consumidor, iniciou-se, sobremaneira, a
jornada e, por que no dizer, avalancha deprocessos judiciais em desfavor dos mdicos.
Mais tarde, com o passar dos anos, as demandas
judiciais que ocorreram, em sua maioria, na
esfera cvel, isto , aes indenizatrias com
pleitos de reparao a ttulo de danos moral e
material, passaram a fazer parte, tambm, dos
tribunais criminais e ticos.
O que se quer dizer, nesta introduo, que, na
fase bem inicial dessas reclamaes em face dos
esculpios, era muito comum, na maioria das
vezes, o paciente ou sua famlia conforme o
caso ingressar apenas com ao de demanda
indenizatria. Com o tempo, os demandantes
passaram, alm de perpetrarem aquelas aes, a
ingressar em conjunto ou isoladamente, com
denncias junto ao Conselho Regional deMedicina, s delegacias e aos tribunais criminais.
Trocando-se em midos, hodiernamente muito
comum mdicos serem processados pelo mesmo
fato nas trs esferas ou em duas delas. Esse
fenmeno foi fomentado, em grande poro,
como dissemos alhures, pela interpretao da
jurisprudncia de que a relao mdico-paciente
regida pelo Cdigo do Consumidor.
Nesse quesito em especial, vale dizer que a fora
dessa interpretao desemboca nas aes cveis
Apenas para citar um exemplo, por fora de o
Cdigo do Consumidor reger as relaes entre o
mdico e seu paciente, passou a imperar a
chamada inverso do nus da prova. Ora, um dos
elementos mais importantes nesse aspecto odo dever de informao.
Como, luz da lei consumerista, quem tem de
produzir a prova a parte r (inverso do nus da
prova), diante da alegao do paciente ou de seu
representante legal de que o mdico no
informou sobre os riscos da cirurgia, por exemplo
quem tem de provar que informou o doutor.
Essa apenas uma das questes existentes em
razo dessa interpretao por parte dos tribunais
e da doutrina jurdica de ser a relao mdico-
paciente consumerista.
Da, decorrem vrios trmites processuais e
dogmas que os mdicos desconhecem e que, po
vezes, fazem sua defesa resultar ineficiente no
processo. Para se ter uma ideia da projeo
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O Processo Contra Mdicos. Quais osTrmites Usuais?
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dessa questo de informao, muitos mdicos
que atuam como peritos dos juzes j discorrem
em seu laudo pericial acerca da inexistncia,
naquele caso concreto, de termo de
consentimento livre esclarecido.
Mas no para por a. Outra questo no menos
importante a alegao por parte dos pacientes,
destacando-se os pais nos casos em que o
paciente for uma criana, de que o mdico no
deu as informaes acerca do comportamento no
perodo ps-operatrio. muito comum, nas
aes judiciais em face de pediatras e cirurgiespeditricos, esse tipo de argumento.
No preciso dizer que, no havendo como
provar, documentalmente, que o cirurgio, por
exemplo, informou que deveria haver ingesto de
lquidos nas primeiras 48 horas, a simples
acusao de que a criana se alimentou com
slido, pode fazer, em tese, luz do Cdigo doConsumidor, o cirurgio ser visto como
negligente.
O tema das responsabilidades civil e penal do
mdico extenso e complexo. Quando do
processo judicial tanto em seara cvel, quanto
criminal fundamental que a defesa seja
especializada e que o doutor se cerque,
oportunamente, de um assistente tcnico.
fundamental, e muitas vezes vital para a vitria,
que durante a fase da percia mdica que
determinada pelo juiz (nomeando seu perito de
confiana que muitas vezes no da
especialidade que est sendo julgada), o
esculpio-ru tenha um assistente tcnico
(mdico da sua confiana, preferencialmente
contratado) para ser nomeado no processo nessa
condio e que ajudar na elaborao dos
quesitos a serem respondidos pelo perito do juiz
e que participar ativamente da percia judicial.
Em seara criminal, no diferente. Por vezes,
torna-se muito relevante, desde o incio do
processo, contratar um assistente que poder
fazer inclusive o parecer sobre o caso para que,
desde o primeiro momento, se possam fornecer
ao juiz e ao promotor de justia subsdios
necessrios para debelar a ao.
Em nossa experincia, podemos citar numerososexemplos nos quais foi fundamental essa
estratgia, tendo em vista que, em muitas
demandas criminais, o promotor de justia
ofereceu a denncia em face do mdico
(normalmente por homicdio por leso corporal)
com base em premissa totalmente sem lgica
mdica, e o parecer do assistente tcnico,coadunada com a defesa jurdica, pode por uma
p de cal na questo.
Lembramos um caso em que se discutiu uma
complicao de toracocentese e de no
realizao de toracotomia. O promotor de justia
ofereceu denncia em face do mdico, por
homicdio culposo, com base num parecer de
duas linhas e meia no qual se afirmara que o
paciente morreu em razo da no realizao da
toracotomia.
Ora, com a elaborao de um parecer sobre o
caso, realizado por um assistente tcnico
contratado, foi possvel demonstrar, ou ao menos
plantar a dvida inicial no juiz, que naquele caso
concreto, era inclusive contraindicada a
15 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
O Processo contra Mdicos. Quais os Trmites Usuais?
7/24/2019 Revista de Cirurgia Peditrica (2013).
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realizao de tal procedimento.
Num outro, em que se discutiu o bito de uma
criana por hemorragia aps uma cirurgia de
amgdalas, em que ela teria ingerido um pedao
de sanduche no dia da operao, cujo processo
foi, igualmente, de homicdio culposo em face do
cirurgio, mais uma vez a defesa jurdica foi
fundamental com realizao de provas por meio
de vrios artigos mdicos, bem como de um
parecer contratado de um assistente tcnico, para
demonstrar naquele caso que, embora a criana
no devesse ter ingerido alimento slido, houvem assistncia a ela no hospital para o qual fora
encaminhada, e esse fato, por si, foi a causa
imediata para o evento morte.
So muitos os trmites e as estratgias que
devem ser adotadas, no sendo possvel, toda
evidncia, discorr-los no presente artigo.
Importante, todavia, por intimamente ligado aotexto ora apresentado, um comentrio acerca do
dispositivo abaixo do Cdigo de tica Mdica,
sem prejuzo dos demais pertinentes.
Captulo princpios fundamentais.
XIX - O mdico se responsabilizar, em carter
pessoal e nunca presumido, pelos seus atos
profissionais, resultantes de relao particular de
confiana e executados com diligncia,
competncia e prudncia.
O dispositivo acima, sem sombra de dvidas, em
sua primeira parte, taxativo no sentido de que o
mdico somente poder ser responsabilizado
pessoalmente, isto , somente pelos atos por ele
praticados diretamente ou, a toda evidncia, por
ele indicado ou ainda supervisionado. Sim, a
superviso, no nosso entender, no pode deixar
de ser considerada na interpretao do princpio
ora em estudo.
Com efeito, a expresso nunca presumido
utilizada no referido item, foi aplicada no seu
sentido etimolgico e no, necessariamente, luz
jurdica. Por qu? Bem que situaes h,
conforme j adiantado nas linhas imediatamente
anteriores, h os casos de suposta superviso.
Supostas na medida que muitas vezes, na lide
judiciria, existem controvrsias a respeito de um
ato praticado (no exclusivo de mdico) pelaenfermagem, por exemplo, mas que, em tese,
deveria ter sofrido a superviso do esculpio.
H decises em que se presume a
responsabilidade do mdico, embora o ocorrido
tenha sido proveniente de uma falha do
profissional assiste (um instrumentador cirrgico,
por exemplo)De qualquer forma, a regra , por bvio, a
responsabilidade pessoal e que no pode ser
presumida. Vale dizer, portanto, que o mdico
tambm no poder assumir atos praticados por
outros profissionais.
A parte final do dispositivo diz: executados com
diligncia, competncia e prudncia.
Em verdade, equivale a dizer: Culpa, ou seja,
imprudncia, impercia ou negligncia. Se os atos
praticados pelo doutor no forem eivados de
diligncia, competncia e prudncia, estar ele
inserido exatamente no campo da culpa, ou seja,
ter agido com desvio da boa conduta e, por
consequncia, ser responsabilizado pela servio
prestado de forma defeituosa.
16 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
O Processo contra Mdicos. Quais os Trmites Usuais?
7/24/2019 Revista de Cirurgia Peditrica (2013).
17/3217 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
UMA REAL CHANCE DE DEFESA
7 ANOS NA DEFESA EXCLUSIVA DO MDICO
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civil, criminal e nos processos administrativos perante os Conselhos Regionais e Federal
de Medicina.
Desde agosto de 2013, a CIPERJ e a possuem
CONVNIO, no qual os associados da entidade tm direito consultoria jurdica por
telefone, por e-mail ou pessoalmente, que no ter quaisquer nus, sem compromisso
de contratao efetiva para eventual defesa para esclarecer quaisquer dvidas na rea
da defesa profissional.
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O dever de informao e a importncia do termo de consentimento informado;
A responsabilidade do cirurgio como chefe de equipe e do responsvel tcnico;
Pronturio eletrnico.
Estes so s alguns assuntos que voc pode abordar conosco.
ENTRE EM CONTATO CONOSCO
7/24/2019 Revista de Cirurgia Peditrica (2013).
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Anomalia Anorretal Baixa com Fstula Perineal Tipo Ala de Balde: Relato de Caso
RESUMOdescrever o caso clnico de uma criana
internada no Hospital So Jos do Ava,
portadora de anomalia anorretal baixa com fstula
perineal do tipo ala de balde, diagnosticada
tardiamente em uma Unidade de Pronto
Atendimento. Para este estudo foram coletados
dados do pronturio da criana, exame fsico e
uma entrevista com a me da criana durante o
perodo de internao.
Diante do caso demonstraremos a necessidade
de uma sala de parto bem assistida pelos
pediatras bem como do acompanhamento de
crianas portadoras de anomalias.
Palavras-Chave: Anomalia Congnita,
Malformao, Anomalia anorretal
ABSTRACTSThis study aims to describe a case
of a child admitted to Hospital Sao Jose do Ava
carrier with low anorectal anomaly perineal fistula
type bucket handle, which was diagnosed late in a
Emergency Unit. For this study, data were
collected from medical records of the child,
physical examination and an interview with the
child's mother during the period of hospitalization.
Faced with the case demonstrate the need for a
delivery room and assisted by pediatricians as
well as monitoring of such child.
Key words; Congenital Anomaly, Malformation,
Anomaly anorectal
Este estudo tem por objetivo AUTORESFernanda Cardilo Lima, ThasCardoso , Amanda Tavares, Carolina Plaster de
Oliveira, Wilson Messias Foligno Junior
1 - Mdica Cirurgi Peditrica do Hospital So
Jos do Ava Itaperuna RJ
2 - Mdica Clnica Geral do Hospital So Jos do
Ava Itaperuna RJ
3 - Acadmicos de Medicina Itaperuna RJ
AUTOR PARA CORRESPONDNCIA
Thas Cardoso - Rua Maria Clara Barroso n 66,
Padre Humberto Linderlauf, Itaperuna, RJ.
E-mail: drathaiscardoso@gmail.com
Trabalho realizado no Hospital So Jos do Ava
Itaperuna RJ
Declaro ausncia de subsdio ou bolsa no
presente estudo. Declaro ausncia de conflitos de
interesse.
INTRODUO
O termo anomalia anorretal engloba uma
variedade de defeitos congnitos com graus
variveis de complexidade. Seu prognstico em
relao continncia fecal tem associao com a
altura do defeito. A presena de anomalias
sacrais confere um pior prognstico.
uma doena rara que atinge o recm-nascido,
levando-o a obstruo intestinal, com altas taxas
de morbi-mortalidade. A maioria das anomalias
18 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
Anomalia Anorretal Baixa com Fstula PerinealTipo Ala de Balde: Relato de Caso
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anorretais resulta do desenvolvimento anormal do
septo urorretal, com consequente diviso
incompleta da cloaca em pores urogenital
anterior e anorretal posterior. 3 Isto ocorre porvolta da sexta semana da vida intra uterina.2
Alguma forma de nus imperfurado ocorre em
1:5000 recm-nascidos, 3 sendo mais comum no
sexo masculino.
Esta doena consiste da imperfurao anal, com
ou sem fstula perineal. A classificao anatmica
feito segundo a localizao do saco retal em
relao musculatura elevadora do nus. Para
determinar a altura do saco retal de modo mais
preciso, podemos usar o auxlio de mtodos
como radiografia simples do tipo invertograma,
ultra-sonografia ou Ressonncia magntica,
porm a associao com fstulas perineais
sempre indica leso baixa.
As anomalias anorretais muitas vezes esto
associadas a outras malformaes, tais como
anomalias vertebrais, anorretais, cardacas,
traqueo-esofgicas, genitourinrias e em
membros, sendo sua apresentao em apenas
10% em defeitos baixos com fstulas perineais. Odiagnstico clnico deve ser atravs de uma
anamnese sistmica e exame fsico completo do
recm-nascido, se necessrio, com o auxlio de
exames radiogrficos. O tratamento para a
anomalia anorretal baixa deve ser precoce,
atravs de uma anoplastia sagital posterior de
Pea, com o objetivo de obter reconstruo
anatmica e continncia fecal apropriados para
uma vida normal. A colostomia pode ser
descartada quando presente fistula perineal.
RELATO DE CASO
Paciente P.S.G., masculino, branco, sete meses
de vida, 11 kg, residente no municpio do Rio de
Janeiro RJ, diagnosticado com anomalia
anorretal baixa com fistula perineal do tipo alade balde aps minucioso exame fsico em uma
Unidade de Pronto Atendimento, durante um
atendimento por queixas no relacionadas com a
anomalia. A me da criana relatou que apesar
de fazer consultas regulares ao Pediatra o
mesmo no identificou a malformao. A criana
apresentava fortes dores abdominais e grandedificuldade de evacuao, quadro que piorou
aps a insero de alimentos pastosos e slidos
na dieta.
O lactente foi encaminhado para o servio de
cirurgia peditrica do hospital So Jose do Ava,
onde foi internado para realizar os exames
complementares necessrios para o ato cirrgico
19 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
Figura 1 - Fstula perineal em ala de balde,demonstrada com uma pina de Halsted
Anomalia Anorretal Baixa com Fstula Perineal Tipo Ala de Balde: Relato de Caso
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Ao exame fsico paciente em estado geral bom,
hidratado, anictrico, aciantico, afebril. Ausculta
cardaca e pulmonar sem alteraes. Genitlia
masculina sem anormalidades e nus
imperfurado, com fstula perineal do tipo ala de
balde com quatro mm de dimetro. Paciente foi
submetido Sagitoplastia posterior tipo Pea, em
decbito ventral. A fstula foi reparada com fio
Prolene n 5.0, o complexo muscular esfinctrico
foi identificado utilizando um mioestimulador de
Pea, o reto foi posicionado no complexo
muscular e em seguida a musculatura perineal foi
reconstruda4, com uma sutura sem tenso,
usando fio de cido poligliclico. O corpo
perineal, rea onde residia a fstula, foi
reconstrudo.
DISCUSSO
As malformaes anorretais correspondem a umamplo espectro de defeitos congnitos. So
doenas que devem ser diagnosticadas durante a
sala de parto pelo Pediatra e encaminhadas ao
Cirurgio Peditrico, recebendo ateno
prioritria assim que o diagnstico for
estabelecido, avaliando os fatores especficos de
cada criana e a associao com outras
malformaes, que podem interferir diretamente
em seu prognstico.
A importncia da presena do pediatra/
neonatologista na sala de parto reconhecida
pelo Ministrio da Sade desde 1993,
possibilitando que o diagnstico de qualquer
anomalia possa ser reconhecido, estabelecendo
o tratamento da forma mais precoce possvel,evitando complicaes. A importncia das
malformaes urolgicas, ginecolgicas,
neurolgicas e ortopdicas tem sido descrita.6 A
presena do obstetra, por si s no suficiente
para garantir a assistncia adequada ao recm-
nascido5..
Uma vez detectada uma malformao anorretal acriana deve ser encaminhada a um cirurgio
peditrico para que o defeito seja corrigido
atravs da teraputica cirrgica, com a
abordagem via psterosagital de Pea, capaz de
fornecer uma excelente visualizao da anatomia
permitindo ao cirurgio uma melhor oportunidade
para preservar estruturas anatmicas
importantes. A continncia fecal almejada em
20 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
Figura 2 - Aspecto na cirurgia
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CONCLUSO
Neste trabalho destacamos a importncia da
presena de um Pediatra bem treinado na sala de
parto, para que o recm-nascido seja bemassistido e patologias graves no sejam
diagnosticadas tardiamente. Ao mesmo tempo
mostramos a importncia do encaminhamento a
um Cirurgio Peditrico para a resoluo de
doenas congnitas, mesmo com diagnostico
tardio.
REFERNCIAS
1. Mattox, KL Towsend, CM; Beauchamp, D.
Sabiston, Tratado de Cirurgia: a base biolgica da
prtica cirrgica moderna. 17. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2005. p.
2. Behrman, RE.; Jenson, HB.; Kliegman,
RN. Nelson, Tratado de Pediatria 18a ed. Rio de
Janeiro, Elsevier, 2009. p 652.
3. Moore, KL; Persaud, TVN. EmbriologiaClnica. 8.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p
241.
4. Pea, A; De Vries, P. Posterior sagital
anorectoplasty: important technical consideration
and new applications..J. Pediatr. Surg 1982,
17(6):796-811.
5. Giglio, MRP; Frana, E; Lamounier, JA.
Avaliao da qualidade da assistncia ao parto
normal. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2011, 33(10)
297-304.
6. Levitt MA, Pea A. Outcomes from the
correction of anorectal malformations. Curr Opin
Pediatr 2005; 17(3): 394-401.
21 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
Anomalia Anorretal Baixa com Fstula Perineal Tipo Ala de Balde: Relato de Caso
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vist
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RESUMO
As indicaes de cirurgia na pancreatite crnica
so definidas clinicamente por dor intratvel e
situaes que resultaram em compresso das
vias biliares, pseudocistos volumosos e fstulas
internas. No presente relato, ser descrito o
tratamento cirrgico de pancreatite crnica
recorrente em paciente peditrico como opo
teraputica eficaz para episdios recidivantes de
crise lgica.
Palavras chave: Pancreatite crnica;
pancreatojejunostomia
ABSTRACTSSurgical interventions to treat
chronic pancreatitis are indicated by recurring and
clinically intractable pain episodes or anatomicalcomplications causing choledochal obstruction,
big pseudocysts or internal fistulae. Herein we
describe surgery as a definitive treatment for
recurring pain episodes in a case of chronic
recurring pancreatitis attaining a pediatric patient.
Key Words:Chronic pancreatitis;
pancreatojejunostomy.
AUTORES
Fernanda Braga Boechat (1); Mrcia Antunes
Fernandes (1); Letcia Piedade Feitosa (1); Rafael
Del Castillo Villalba (1); Lisieux Eyer de Jesus (2)
Servios de Pediatria do Hospital Universitrio
Antnio Pedro, Universidade Federal Fluminense,
RJ, Brasil (1), Servio de Cirurgia Peditrica do
Hospital Universitrio Antnio Pedro,
Universidade Federal Fluminense, RJ, Brasil (2).
AUTOR CORRESPONDENTE
Fernanda Braga Boechat
Rua Guapeni, 53, apt. 103, Tijuca, Rio de Janeiro
RJ, CEP: 20520-240, Brasil.
Tel: 55 21 2581 1104 | 55 21 9814 8666
Email: fefsboechat@hotmail.com
INTRODUO
A pancreatite crnica (PC) na infncia pouco
frequente. A maioria dos casos descritos
decorrente de causas genticas, como fibrose
cstica e pancreatite hereditria. Mais raramente
pode ser ps-traumtica, secundria a infeces,
relacionada a drogas ou a problemas nutricionais
e idioptica. Novos estudos vm demonstrando oaumento da incidncia da doena em crianas.1
O diagnstico da doena difcil nas crianas.
Por ser afeco rara o diagnstico depende de
alto grau de suspeita.
A pancreatite crnica apresenta-se em geral com
dor epigstrica, associada ou no a vmitos e
nuseas. Quando diagnosticada e tratada
corretamente, tem curso benigno e as
complicaes so incomuns 2. O tratamento
dessa morbidade fundamentalmente clnico. A
cirurgia est indicada em casos escolhidos de dor
e para resolver complicaes, tais como
obstrues biliares e duodenais, pseudocistos.
Raramente o tratamento cirrgico pode ser usado
para excluir doena maligna. A indicao mais
22 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
Pancreatite crnica recorrente na infnciatratada com pancreatojejunostomia laterolateralem Y de Roux
Pancreatite crnica recorrente na infncia tratada com pancreatojejunostomia laterolateraem Y de Roux
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frequente de tratamento cirrgico para controle
da dor incapacitante e intratvel por mtodos
clnicos. 3,4
Este relato de caso tem como objetivo a
apresentao de paciente peditrico com
pancreatite crnica recorrente associada a
episdios de dor incapacitante acompanhado no
Hospital Universitrio Antnio Pedro e tratado
com cirurgia (pancreatojejunostomia laterolateral
em Y de Roux), com sucesso.
RELATO DO CASO
Paciente do sexo feminino, 7 anos de idade.Histria de internao prvia por oito dias em
fevereiro de 2010 para investigao de episdios
recorrentes de dor epigstrica, vmitos
persistentes, com hiperamilasemia. Na ocasio,
foi diagnosticada pancreatite idioptica e
pangastrite enantematosa leve com pesquisa de
H. pylori positiva, sendo feito tratamento com
claritromicina, amoxicilina e omeprazol.
Quatro meses depois desse episdio apresentou
novo quadro de dor abdominal epigstrica intensa
e vmitos. Ficou internada por oito dias em outra
instituio, onde foi institudo tratamento
sintomtico e recebeu alta com melhora clnica.
Um dia aps a alta, voltou a apresentar osmesmos sinais e sintomas, procurou a
emergncia do Hospital Universitrio Antnio
Pedro. admisso apresentou-se em bom
estado geral, corada, moderadamente
desidratada, anictrica, taquicrdica e
normotensa. O abdome mostrou peristalse
diminuda e apresentou-se flcido, mas doloroso palpao superficial e profunda na regio
epigstrica, sem visceromegalias. No
apresentou sinais clnicos de insuficincia
pancretica endcrina ou excrina. No houve
histria familiar relevante para o caso. Negou uso
de quaisquer drogas. Estado nutricional
satisfatrio. Negou traumas abdominais prvios.
Os exames laboratoriais em sangue perifrico
mostraram leucograma normal (12.300
leuccitos/mL, contagem diferencial normal),
lipase aumentada (419 UI/L), amilase normal (113
UI/L), clcio normal (9,8 mg/dL); PCR 0,82 mg/dL
Investigao negativa para fibrose cstica. No fo
possvel obter estudo gentico para pancreatite
crnica familiar. Os exames de imagem excluram
23 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
Figura 1 - Ressonncia magntica mostra ausncia dedilatao de vias biliares, dilatao do ducto de Wirsung
Pancreatite crnica recorrente na infncia tratada com pancreatojejunostomia laterolateraem Y de Roux
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malformaes anatmicas biliopancreticas ou
estenose focal limitada do ducto pancretico. O
ducto de Wirsung mostrou dilatao difusa e
irregular, medindo no maior dimetro 1.7 cm com
mltiplos lagos ductais e estenoses, inclusive
uma justaduodenal (figura 1). No foi possvel
tratar essa estenose ductal proximal por
endoscopia e, aps CPRE com intenoteraputica, o quadro da paciente evoluiu com
episdio de pancreatite.
Aps estabilizao clnica, foi indicado o
tratamento cirrgico, justificado pela dor
abdominal recorrente incapacitante. Foi realizada
pancreatojejunostomia laterolateral em Y de Roux
(cirurgia de Puestow), sem complicaes peri ou
ps-operatrias(figura 2). Aps seguimento de
dois anos, a paciente permanece assintomtica e
sem sinais clnicos ou laboratoriais de
insuficincia pancretica. At o presente, no foi
possvel determinar uma causa especfica para a
doena.
CONCLUSO
A pancreatite crnica na infncia rara e de
diagnstico difcil. Seu tratamento clnico. A
indicao cirrgica depende de indicao precisa
e de bases anatmicas adequadas.
Diante de um quadro clinico sugestivo, de alta
importncia que o pediatra e o cirurgio peditrico
atuem em conjunto. Ante a confirmao
diagnstica, o tratamento deve ser institudo
precocemente, para evitar complicaes,
promover melhor qualidade de vida e diminuir a
morbimortalidade.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1Park A, Latif SU, Shah AU, Tian J, Werlin S,Hsiao A, Pashankar D, Bhandari V, Nagar A,Husain SZ. Changing referral trends of acutepancreatitis in children: A 12-year single-centeranalysis. J Pediatric Gastroenterol Nutr 2009,49(3):316-22. 2- Lowe ME, Greer JB. Pancreatitisin children and adolescents. Curr GastroenterolRep.2008,10:128-135. 3 Harrison JL, Prinz RA.The surgical management of chronic pancreatitis:
pancreatic duct drainage. In Cameron JL(ed)-Avances in Surgery, St Louis. Mosby, 1999, 32:1-21. 4 Evans JD, Wilson PG, Carver C, BramhallSR, Buckels JA, Mayer AD, McMaster P,Neoptolemos JP. Outcome of surgery for chronicpancreatitis. Br J Surg, 1997, 84:624-629. 5Tsiotou AG, Sakorafas GH. Pathophysiology ofpain in chronic pancreatitis: clinical implicationsfrom a surgical perspective. Internat Surg200,85:291-296. 6Vickers SM, Chan C, Heslin
MJ,Bartolucci A; Aldrete J.S.The role ofpancreaticoduodenectomy in the treatment ofsevere chronic pancreatitis. Amer Surg 1999,65:1108-1112. 7 Massuco P, Calgaro M, BertolinoF, Bima C, Galatola G, Capussotti L. Outcome ofsurgical treatment for chronic calcifyingpancreatitis. Pancreas, 2001, 22:378-382. 8Costa OL, Gomes MPZ, Gonalves CS. Resultsof the surgical management of 74 pacients with
chronic pancreatitis. Revista do Colgio Brasileirode Cirurgies 2002, 29(6): 313-317.
24 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
Figura 2 -Intraoperatrio com ducto de Wirsungamplamente aberto e clculos em seu interior
Pancreatite crnica recorrente na infncia tratada com pancreatojejunostomia laterolateraem Y de Roux
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Informes CIPERJ
O VI Curso de Educao Continuada em Cirurgia
Peditrica CIPERJ/CREMERJ foi realizado no dia
23 de maro, sbado, no auditrio Julio Arantes
Sanderson de Queiroz, na sede do CREMERJ,
em Botafogo, Zona Sul da capital fluminense.
Cerca de 30 pessoas compareceram ao evento
que teve como tema tica: assuntos importantes
para um cirurgio peditrico. A programao
contou com as palestras Biotica e malformaes
congnitas, com o Dr. Arnaldo Pineschi, Erros
evitveis, com o Dr. Carlindo Machado, e O
processo contra mdicos: como ?, com o Dr.
Marcos Botelho Lima.
Neste 1 semestre de 2013 foram realizadas
quatro reunies cientficas da CIPERJ. Em
janeiro, a Dra. Graa Dias e a Dra. Ana Teresa
Oliveira falaram sobre Follow up dos pacientes de
atresia de esfago corrigida - resultado de
congresso no Canad em outubro de 2012. No
ms seguinte foi a vez do Dr. Claudio Oiticica
realizar palestra sobreAnomalia anoretal,
atualizao e resultados.Aproveitando o curso no
CREMERJ ocorrido no sbado anterior, o
encontro de maro da CIPERJ abordou Biotica e
riscos legais e contou com a participao dos
Drs. Sergio Rego e Oscar Cirne. J em maio
houve Assembleia Geral Extraordinria, ondeficou decidido que sero realizadas reunies com
o Sindicato dos Mdicos do Rio de Janeiro
(SinMed-RJ) e com o CREMERJ, tendo em vista
reunio com os secretrios de Sade, para tratar
da falta de cirurgies peditricos nas UTIs
Neonatais das maternidades pblicas e os furos
nas escalas, alm da falta de estabilidade e a de
cirurgies peditricos nas emergncias pblicas.
25 Revista CIPERJ Nmero I Volume I setembro de 2013
Educao Continuada Reunies cientficas
Liga AcadmicaAs aulas ocorreram entre os meses de maro e
junho e foram realizadas nos auditrios do Rios
DOr e do Hospital Universitrio Gafre e Guinle.
Ministraram palestras neste perodo: Dra. urea
Cndida, Dra. Isabel Cunha, Dr. Gilberto Amaral,
Dra. Ana Teresa Oliveira, Dr. Marcelo Holanda e
Dr. Luciano Guimares.
Drs. Samuel Dekermacher, Arnaldo Pineschi, SandovalLage, Marcos Botelho, Carlindo Machado e Kleber Anderson
Drs. Claudio Oiticica e Claudio de Souza Leite
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ascido em Monte Mor, So Paulo, em 6 de
unho de 1921, o Dr. Fernando Jos Ginefra
omeou sua carreira no Rio de Janeiro. Aos 17
nos, chegou capital fluminense para cursar
Medicina na Faculdade Nacional de Medicina, da
niversidade do Brasil, situada na poca na Praia
ermelha.Quando acadmico ingressou no Hospital Souza
guiar, onde equipes revezavamse no planto
e 24h. O hospital era composto de mdicos que
tuavam internamente e por outra equipe que
ealizava atendimentos domiciliares auxiliados
or acadmicos de medicina que atendiam a via
blica.
Ao concluir a graduao em 1946, aos 25 anos,
Dr. Ginefra foi aprovado em concurso pblico
para o Hospital Souza Aguiar, atuando
inicialmente na equipe de pronto socorro que
realizava atendimentos domiciliares.
Concomitantemente, atuava como professor
assistente da Primeira Cadeira de Cirurgia daSanta Casa Faculdade Nacional de Medicina
cujo titular era Professor Dr. Augusto Paulino
Filho, a quem deve toda a sua formao cirrgica
Alguns anos mais tarde, j como cirurgio geral
atuando internamente no Souza Aguiar junto com
o Dr. Jos Antnio Lopes, motivaram-se pelo
desejo de melhores resultados cirrgicos nos
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ENTREVISTA: Dr. Fernando Jos Ginefra
Figura 1 - Radiografia de Trax
Memria CIPERJ
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acientes peditricos, especialmente recm natos
lactentes. Dedicaram-se ao aprendizado e
specializao das correes das referidas
atologias.Optaram pelo servio do Hospital das Clinicas da
SP, em So Paulo, chefiado pelo Professor Dr.
irgilio Carvalho Pinto, inicialmente Dr. Lopes
eguido por Dr. Ginefra, que tambm freqentou
Servio de Cirurgia Peditrica do Hospital da
ruz Vermelha, chefiado pelo Prof. Dr. Roberto
e Vilhena Moraes.
Cirurgia Peditrica no ps guerra, passava por
ansformaes, j que at a 2 Guerra Mundial, o
rasil sofria influncia francesa, onde a
specialidade dedicava-se quase que
xclusivamente as correes ortopdicas. Com a
tria americana na guerra, os protocolos
mericanos de tratamento passaram a influenciar
conduo dos pacientes no Brasil e,articularmente na Cirurgia Peditrica, o enfoque
oi na correo das malformaes congnitas
inda no perodo mais precoce da vida (perodo
eo natal e lactente).
m 1964, no Governo Carlos Lacerda, foi criado
servio de Cirurgia Peditrica do Hospital
esus, com o Dr. Ruy Archer como chefe deervio. Simultaneamente, Dr. Ginefra foi
onvidado pelo ento secretrio de sade, Dr.
Marcelo Garcia, para ser diretor do Hospital
nfantil Nossa Senhora do Loreto, levando Dr.
opes para participar como vice-diretor. L, foram
esponsveis pela criao de um fluxo de
tendimento de modo que todos os pacientes
ue procurassem o Hospital Souza Aguiar e
outros hospitais em busca de atendimento
peditrico fossem direcionados para o Loreto.
Promoveram uma srie de atividades cientficas
ligadas a Pediatria, Cirurgia Peditrica e cuidados
de Enfermagem com objetivo de criar um
verdadeiro Hospital Peditrico.
Concomitantemente, a Cirurgia Peditrica
comeava a ganhar especialistas e em So
Paulo, primeiro Estado do Brasil a ter
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specialidade, foi fundada a Associao Brasileira
e Cirurgia Peditrica. Na cerimnia de fundao,
r. Virglio Carvalho Pinto, eleito o primeiro
residente da CIPE, indicou o Dr. Lopes para
riar a regional do Rio de Janeiro e providenciar
ma eleio para diretoria, que foi realizada no
ospital da Lagoa e o Dr. Ginefra foi eleito o 1
residente da Regional Rio de Janeiro da CIPE.
m 1966, Dr. Ruy Archer, Dr. Lopes e Dr. Ginefra
dealizaram e obtiveram a autorizao junto ao
ecretario de Sade, Dr. Marcelo Garcia, para
ealizao de concurso pblico na especialidadee Cirurgia Peditrica. Com alguns dos
provados no concurso, Dr. Ginefra formou sua
quipe e retornou ao Souza Aguiar, agora como
hefe do recm-criado servio de Cirurgia
editrica.
este perodo que o Dr. Ginefra ficou fora, o
ouza Aguiar passava por uma grande mudana.O prdio onde hoje funciona o hospital ainda
stava sendo construdo. Dr. Ginefra, ento, foi
convidado pelo arquiteto para opinar sobre o que
desejava para o setor peditrico e foi muito direto
Eu preciso que voc construa um hospital dentro
do outro. Pode me dar a ala norte que eu fao o
setor Peditrico com servios de Pediatria,
Cirurgia Peditrica, Neonatologia Cirrgica e
outras especialidades peditricas, afirmou.
E foi o que ocorreu. Com o novo prdio do
Hospital Souza Aguiar, foram criados 75 leitos s
para crianas e a escala de Cirurgia Peditrica
passava a ter sempre um mdico de planto a
cada 24 horas, sete dias na semana fato inditono Rio de Janeiro. Muitos cirurgies pediatras do
Rio de Janeiro comearam suas carreiras no
servio de Emergncia do Souza Aguiar.
Dr. Ginefra ficou no Souza Aguiar at 1980,
quando foi colaborar no Departamento geral de
Assistncia Hospitalar do municpo do Rio de
Janeiro. Retornando em 1982 ao Souza Aguiarcomo cirurgio peditrico, onde se aposentou em
1986.
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ETEMBRO
Congresso de urologia peditrica do outono
er realizado entre os dias 20 e 22 (sexta-feira a
omingo), em Las Vegas, nos Estados Unidos.ttp://fallcongress.spuonline.org/
Canadian Association of Paediatric Surgeons
nnual Meeting
Ocorre entre os dias 26 e 28 (quinta-feira a
bado) em Charlottetown, Prince Edward Island,
o Canad.
ttp://caps.ca/
OUTUBRO
Simpsio Internacional de Pesquisa em Cirurgia
editrica
contece nos dias 3 e 4 (quinta-feira e sexta-
eira, respectivamente) no Espao de Eventos do
loco Didtico da Faculdade de Medicina de
ibeiro Preto da USP. O evento conta com a
oordenao do Dr. Loureno Sbragia e ter narogramao diversas palestras dentre as quais:
nomalias da inervao visceral na Hrnia
iafragmtica e na Atrsia de Esfago
xperimentais, Comparao do seguimento de
eonatos com HDC corrigido por via
aparoscpica e clssica, entre outros.
ttp://rca.fmrp.usp.br/eventos/pediatrica/apresentcao.html
X Congresso Paulista de Cirurgia Peditrica
er realizado entre os dias 3 e 5 (quinta-feira a
bado), em Ribeiro Preto.
ttp://www.luminaeventos.com.br/
V Congresso Mundial da Federao Mundial de
ssociaes de Cirurgia Peditrica
Ocorre entre os dias 13 e 16 (domingo a quarta-
feira), em Berlim, na Alemanha.
http://www.wofaps2013.com/
VII Curso de Educao Continuada em Cirurgia
Peditrica CIPERJ/CREMERJOcorre no dia 19 (Sbado), das 9h s 13h, no
auditrio Julio Arantes Sanderson de Queirz, na
sede do CREMERJ, em Botafogo. Tema desta
edio ser Endocrinologia Peditrica
www.ciperj.org
American Academy of Pediatrics, Section on
Surgery Annual Meeting
Ser realizado entre os dias 26 e 29 (sbado a
tera-feira), em Orlando, nos Estados Unidos.
.http://www2.aap.org/sections/surgery/default.cfm
NOVEMBRO
II Congresso de Trauma do Rio de Janeiro
Acontece entre os dias 6 e 9 (quarta-feira a
Sbado), no Centro de Convenes do Colgio
Brasileiro de Cirurgies.http://www.jzbrasil.com/congressos/trauma_rio/
X Congresso de Cirurgia Peditrica do Cone Sul
da Amrica - CIPESUR 2013
Ocorre entre os dias 12 e 15 (tera a sexta-feira),
na Bolvia.
http://www.cipesurbolivia2013.com/
Problemas colorretais em pediatriaDe 25 a 29, em Florianpolis, Santa Catarina.
http://www.ciperj.org/noticias/617.htm
DEZEMBRO
IX Curso Internacional de Urologia Peditrica
Acontece nos dias 5 e 6 (quinta-feira e sexta-
feira, respectivamente) no hotel Ritz-Carlton, em
Santiago, no Chile.
http://www.uropedexequiel.cl/
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Cursos e Eventos
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WWW.CIPERJ.ORG
EXPEDIENTE
evis
t
Edio de janeiro a agosto de 2013
A Revista CIPERJ uma publicao da Associao de CirurgPeditrica do Estado do Rio de Janeiro (CIPERJ), com sede RMem de S, 197, Lapa, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 20230-150, TEL: (21) 4141-3233, e-mail contato@ciperj.org, com tiragem de 1.00exemplares e distribuio gratuita e exclusiva para a classe mdic
DITORA
ONSELHO EDITORIAL
ROJETO GRFICO E DIAGRAMAO
Lisieux Eyer de Jesus
Arovel Oliveira Moura Junior, Carlos Murilo Guedes de Mello
omingos Bica, Irnak Marcelo, Ivens Baker Mio, Joo Carlos de Oliveira Trtora,
aura Helman, Lisieux Eyer de Jesus, Maria Aparecida Siqueira de Andrade, Samuel
ekermacher, Stella Sabbatini, Simnides da Silva Bacelar, Srgio Rgo.
Julio Gois
contedo e as opinies expressas nos casos e artigos aqui publicados so de responsabilidade exclusie seus autores, no expressando a posio da revista.
NORMAS PARA PUBLICAO DE ARTIGOS
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ncluses e at 5 descritores na forma referida pelo DeCS (http://decs.bvs.br). O abstract deve ser estruturado da mesma forma que o Resumo e seguidoas keywords conforme o sistema MESH (PUBMED). Devem conter no mximo 2.420 palavras e 45 referncias. Artigo de Reviso: Versando sobre temas deresse para a Cirurgia Peditrica, incluindo uma anlise crtica. No sero aceitas simples descries cronolgicas da literatura. Devem ser descritos na
roduo os motivos que levaram redao do artigo e os critrios de busca, seguidos de texto ordenado em ttulos e subttulos de acordo com complexidadassunto. Resumo e abstract no so estruturados. Devem conter no mximo 2.420 palavras e 45 referncias. Nota Prvia: Observao clnica original ouscrio de inovaes tcnicas apresentadas de maneira concisa, no excedendo a 500 palavras, cinco referncias, duas ilustraes e abstract noruturado. At 3 autores. Relato de Caso: Descrio de casos clnicos de interesse pela raridade, pela apresentao ou formas inovadoras de diagnstico outamento. Mximo de 1.420 palavras. Resumo e abstract no estruturados, at 15 referncias e duas ilustraes. Mximo de 5 autores. Cartas ao Editor:mentrios cientficos ou controvrsias com relao aos artigos publicados na Revista da CIPERJ. Sero aceitos ou no para publicao, a critrio do editor,m passar pelo processo de peer-review.Texto: Os manuscritos devem ser inditos e enviados na forma digital (Word), espao duplo e letra arial tamanho 12imagens devero ser encaminhadas separadas no formato JPG, GIF ou TIF, e as legendas sero apresentadas em pgina separada no manuscrito As
reviaturas devem ser limitadas a termos mencionados repetitivamente, e definidas a partir da sua primeira utilizao. Referncias: Em ordem de citao,meradas consecutivamente e apresentadas conforme as normas de Vancouver (Normas para Manuscritos Submetidos s Revistas Biomdicas - ICMJE
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