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Reações Transfusionais
Fábio Fernandes Borges R2CM
Definição
Toda e qualquer intercorrência que ocorra como consequência da hemotransfusão, durante ou após a sua administração
Reações Transfusionais
Reações Transfusionais
Objetivos
Classificação
Diagnóstico
Tratamento
Profilaxia
Indicação para uso de hemocomponentes
Reações Transfusionais
Classificação Agudas
Imunes Não-imunes
Tardias Imunes Não-imunes
Hemolíticas Não-hemolíticas
Infecciosas Não Infecciosas (NISHOT’s)
Reações Transfusionais
Reações Transfusionais
NISHOT’s Mistransfusion
Transfusão de componente inapropriado para paciente errado Principal complicação transfusional não infecciosa
Frequentemente sub-notificada 10x mais frequente que todas as causas infecciosas combinadas UK SHOT (2006)
75,3% de todas as reações transfusionais (400 de 533)
Reações Transfusionais
Classificação
IMUNE NÃO-IMUNE
Reação febril não-hemolítica
Contaminação bacteriana
Reação hemolítica imune Sobrecarga de volume
AGUDAS Reação alérgica Distúrbios metabólicos
TRALI (lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão)
Hipotermia
Hemólise não-imune
Reação enxerto versus hospedeiro (GVHD)
Hemossiderose
TARDIAS Púrpura pós-transfusional
Doenças infecciosas
Imunomodulação
Aloimunização HLA
Epidemiologia
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
IMEDIATAS
Reação Febril Não-Hemolítica
Aumento >1o C da temperatura corporal durante ou após a hemotransfusão sem outra explicação Diagnóstico de exclusão Diferencial: sepse, hemólise aguda, TRALI, etc
Febre, calafrios e tremores, entre outros Geralmente auto-limitados
Mecanismos Ac (IgG) contra antígenos leucocitários (HLA ou não)
Aloimunização prévia (partos, transfusões, etc)
Acúmulo de citocinas durante armazenamento IL-1,6,8 e TNF-alfa
Processamento
Frequência < 1% à >35% Evento adverso mais comum
Tipo de hemocomponente 30% dos pacientes na primeira transfusão de plaquetas
Processamento
Tempo de estocagem 2x mais reações com plaquetas de 3-5 dias
Reação Febril Não-Hemolítica
Hemocomponente Standard
CGV 0,33% - 6%
CPlaq 1,7% - 38%
Tratamento Interrupção da transfusão Manter acesso venoso com solução fisiológica Sintomático a critério médico
Anti-térmico (acetaminofen 500mg) Calafrios refratários: meperidina 10-50mg
Medicação profilática Após primeira reação febril Acetaminofen, difenidramina e corticosteróides 30-60min antes do novo procedimento
Reação Febril Não-Hemolítica
Reação Febril Não-Hemolítica
Profilaxia Após duas ou mais reações febris
Filtração do hemocomponente (desleucotização) <5x106 leucócitos
Priorizar uso de hemocomponentes “mais jovens” Considerar lavagem (CGV) nos casos refratários Avaliação laboratorial
Pesquisa de Ac anti-leucocitários (linfocitotoxicidade) Imunofenotipagem eritrocítica
Reação Febril Não-Hemolítica
Reação Alérgica
Surgimento de reação alérgica em decorrência da hemotransfusão (hipersensibilidade tipo I) Reação leve
Lesões urticariformes/ pruriginosas locais ou disseminadas, tipicamente sem febre
Reação anafilactóide Lesões cutâneas combinasdas à hipotensão, dispnéia, estridor, sibilos,
náuseas, vômitos, diarréia, etc
Reação anafilática Quadro sistêmico associado à hipotensão refratária e rebaixamento do
nível de consciência
Mecanismos
Ac contra produtos solúveis do plasma aos quais o receptor foi previamente sensibilizado
proteínas séricas polimórficas (IgG, albumina, transferrina, C3, C4, etc) Penicilina, aspirina, óxido de etileno
Transfusão de citocinas, bradicinina, histamina e anafilotoxinas (C3a e C5a) acumuladas durante a estocagem (reação de sangue autólogo)
Ac anti-IgA do receptor classe ou subclasse específico, reagindo contra IgA do doador (1 : 1000-8000)
Reação Alérgica
Incidência 1% a 3% Segundo evento adverso mais comum
Tipo de hemocomponente plasmáticos > eritrocitários 10-15ml para instalação do quadro
Processamento Lavagem
Diferencial TRALI, hemólise aguda, sepse, sobrecarga volêmica Asma brônquica, embolia pulmonar, etc
Reação Alérgica
Tratamento Interrupção da transfusão Manter acesso venoso com solução fisiológica Sintomático a critério médico
Difenidramina 3-5mg/kg/dia (50-100mg) Se hipertermia associada: acetaminofen 500mg Quadros benígnos e auto-limitados
Reiniciar infusão com a melhora dos sintomas
Reação Alérgica
Profilaxia Após duas ou mais reações alérgicas leves
Lavagem do hemocomponente CGV: infusão em até 24h Cplaq: infusão em até 6h
Uso de produtos pobres em proteínas plasmáticas Priorizar uso de hemocomponentes “mais jovens”
Medicação profilática
Reação Alérgica
Anafilaxia
Aspectos Gerais 1 : 20.000-47.000 Tosse, sibilos, cianose, agitação, taquicardia, hipotensão e
rebaixamento do nível de consciência Triptase sérica degranulada por mastócitos (marcador)
Pico entre 1-2h do início do quadro (dif. TRALI) Tratamento
Interromper a transfusão Trendelemburg
Iniciar infusão de solução fisiológica epinefrina 0,3-0,5mg IM (0,3-0,5ml sol.1:1000)
Reações Hemolíticas
Aguda ou Intravascular Incidência 1 : 38.000 – 70.000 (1 : 10.000 - 50.000)
Incompatibilidade ABO e presença de anti-Jka
Mediada por Ac “completos” (ativação complemento) Febre, dispnéia, mialgia, hipotensão IRA, CIVD, IRpA
Tardia ou Extravascular Incidência 1 : 5.000 – 11.000 (1 : 1.500) Presença de anti-D, -C, -E, -Kell, -Fya
Início em 7-10 dias da hemotransfusão Mediada por Ac “incompletos” Febre, icterícia, hepato-esplenomegalia
Diagnóstico Quadro Clínico
Febre e/ou calafrios associados à hemotransfusão Dor
Sítio de infusão, torácica, abdominal Hipo/ hiperPA Prurido, urticária, edema, eritema, cianose Dispnéia, sibilos, hipóxia Oligúria, hematúria
Quadro Clínico Tardio Icterícia, hepato-esplenomegalia
Reações Hemolíticas
Diagnóstico Exames complementares
Anemia normo/ normo Reticulócitos Bilirrubina indireta DHL Haptoglobina Coombs direto positivo Policromatofilia no sangue periférico
Intravascular: hemoglobinemia, hemoglobinúria, hemossiderinúria, hemopexina, metemalbumina
Reações Hemolíticas
Tratamento Interromper imediatamente a hemotransfusão Manter acesso venoso com solução salina Verificar registros de identificação do paciente x bolsa Encaminhar equipo e bolsa intactos à hemoterapia Classificar a reação e iniciar medidas nas urgências
Reação hemolítica aguda Reação anafilática TRALI Sepse por contaminação bacteriana
Enviar amostra de sangue pós-transfusonal Novo sítio
Hemocultura e bioquímica
Reação Hemolítica Aguda
Reação Hemolítica Aguda
Cuidados intensivos Hipotensão Insuficiência renal aguda Insuficiência respiratória aguda Coagulação intravascular disseminada
Parâmetros para reposição Fibrinogênio < 100mg/ dl Plaquetas < 20.000
Lesão Pulmonar Aguda Induzida pela Transfusão (TRALI)
Definição LPA que se inicia durante, ou em até 6h após o término da
transfusão em pacientes sem outros fatores para LPA (pneumonia, sepse, queimaduras, CIVD, etc)
Hipoxemia aguda, com edema pulmonar bilateral, e ausência de hipertensão atrial esquerda
Mecanismo Presença de Ac anti-neutrófilos (anti-HNA) ou anti-HLA (I e II)
no doador, e formação de imunocomplexos que se depositam na microcirculação pulmonar
Evolução Auto-limitada em até 80% casos adequadamente tratados,
com melhora clínica e radiológica em 48-96h FDA: 1o causa de morte relacionada à transfusão em 2006
(35 óbitos; 50,7% dos casos)
Incidência Subestimada, 1:1300-5000 hemotransfusões PFC e produtos ricos em plasma provenientes de doadores
aloimunizados (multíparas, etc) American Red Cross Surveillance Data (2003-05)
38 casos (PFC: 63%)
Lesão Pulmonar Aguda Induzida pela Transfusão (TRALI)
Diagnóstico Quadro Clínico
Dispnéia súbita e hipóxia Febre
Excluir outras causas de IRpA
Exames Complementares Rx de tórax Ecocardiograma Dosagem de BNP Pesquisa de Ac anti-HNA e anti-HLA (doador e receptor) Reação linfocitária cruzada positiva
Lesão Pulmonar Aguda Induzida pela Transfusão (TRALI)
Tratamento Cuidados Intensivos
Suporte ventilatório Série 36 casos (Popovski e Moore, 1985)
100% suporte ventilatório 72% ventilação mecânica por curto prazo 20% persistência do infiltrado pulmonar por até 7 dias
Suporte hemodinâmico
Corticosteróides e diuréticos Não há evidência de benefício
Lesão Pulmonar Aguda Induzida pela Transfusão (TRALI)
Prevenção Busca ativa por Ac relacionados
Doador + Exclusão do doador? Exclusão dos produtos ricos em plasma?
Receptor +: somente produtos celulares desleucotizados
Evitar uso de plasma de doadoras do sexo feminino Multíparas
Não utilizar produtos ricos em plasma Pesquisar Ac relacionados
Lesão Pulmonar Aguda Induzida pela Transfusão (TRALI)
Sepse por Contaminação Bacteriana
Definição Consiste na presença de agente(s) infectante(s) na bolsa do
hemocomponente transfundido Inadequada anti-sepsia durante flebotomia Bacteremia do doador não identificada pela triagem Estocagem e manipulação inadequada
Incidência Taxa de contaminação
CPlaq 1 : 3.000 – 38.000 CGV 1 : 25.000 – 172.000
Taxa de letalidade CPlaq 1 : 7500 – 500.000 CGV até 1 : 8 milhões
Mortalidade global aproximada de 60% CGV: quadros mais agudos e graves CPlaq: quadros mais tardios e leves
Agentes Etiológicos CGV
Yersinia spp, Acinetobacter spp, Escherichia spp, Staphylococus spp, Pseudomonas spp
CPlaq Staphylococus spp, Strptococus spp, Acinetobacter spp, Klebsiella spp,
Salmonella spp, Escherichia spp, Serratia spp, Propionibacterium spp
Sepse por Contaminação Bacteriana
American Red Cross Surveillance (2004-2006) 1.004.206 registros de aféreses plaquetárias 186 culturas bacterianas positivas (1 : 5399) 20 reações sépticas pós-transfusionais notificadas
Todas culturas negativas 13/ 20 relacionadas a transfusões de plaquetas armazenadas
por 5 dias
Sepse por Contaminação Bacteriana
Quadro Clínico Hemácias % Plaquetas %
Início dos Sintomas
Durante a transfusão 82 31
Nas 3h seguintes 18 58
1 – 15 dias após 0 11
Sintoma Inicial Hipotensão 86 58
Febre 75 84
Calafrios 75 74
Náuseas e vômitos 46 26
Dispnéia 25 10
Diarréia 14 5
Complicações Choque 57 53
Oligúria 57 16
CIVD 39 0
Óbito 71 26
Sepse por Contaminação Bacteriana
Guia de Condutas Hemoterápicas do HSL, abril 2005
Diagnóstico Quadro Clínico
Febre, calafrios e hipotensão Intensidade da febre x positividade das culturas
Aumentos 1oC: 27% de positividade Aumentos 2oC: 42% de positividade
Dor, ruborização, náuseas, vômitos, dispnéia, diarréia Inspeção da Bolsa
Coloração, coágulos e bolhas Gram e Culturas
Amostra da bolsa de hemocomponente x paciente Bolsa negativa não exclui contaminação
Quantidade de microorganismo Manipulação
Outras Técnicas PCR
Sepse por Contaminação Bacteriana
Medidas Gerais Interromper imediatamente a hemotransfusão Manter acesso venoso com solução salina Verificar registros de identificação do paciente x bolsa Encaminhar equipo e bolsa intactos à hemoterapia Classificar a reação e iniciar medidas nas urgências
Sepse por contaminação bacteriana Reação hemolítica aguda Reação anafilática TRALI
Enviar amostra de sangue pós-transfusonal Novo sítio
Hemocultura e bioquímica
Sepse por Contaminação Bacteriana
Medida Específica Antibioticoterapia empírica de amplo espectro
Cuidados intensivos Hipotensão Insuficiência renal aguda Insuficiência respiratória aguda Coagulação intravascular disseminada
Sepse por Contaminação Bacteriana
Sobrecarga Volêmica
Definição Transfusão de hemocomponente determinando sobrecarga
circulatória e incapacidade do paciente em manipular o volume infundido
Etiologia Rápida infusão de hemocomponentes Transfusão maçica
CGV Crianças e idosos > 60 anos Portadores de ICC Pacientes com Hb < 5g/ dl
Incidência Variável (perfil de paciente estudado x sub-notificação)
< 1%
Diagnóstico Quadro Clínico
Dispnéia, ortopnéia, taquicardia, cianose, tosse seca, hemoptóicos, agitação, hipertensão, estase jugular, estertoração pulmonar, edema periférico
Exames Complementares Gasometria arterial RX Tórax BNP (pós/ pré-transfusional > 1,5)
Sobrecarga Volêmica
Tratamento Interromper a hemotransfusão Elevação do decúbito Suporte ventilatório
Ventilação-não invasiva Terapia diurética
Furosemida 40 a 80mg IV em bolus Adjuvantes
Morfina 2mg IV ACM Controle da ansiedade Diminuição da pré-carga
Prevenção Identificar os pacientes sob maior risco Infundir lentamente o hemocomponente (máximo = 4h) Transfundir o hemocomponente em alíquotas
1ml/ kg/ h
Sobrecarga Volêmica
Fatores de Risco Velocidade de Infusão do Hemocomponente
Alto risco: >100ml/ min Função Hepática do Receptor Transfusão Maçica
Reposição de sangue correspondente a uma volemia (75ml/ kg) ou superior, em 24h.
10-12U CGV (adulto de aproximadamente 70Kg) Reposição de cerca de 50% da volemia corporal em 3h
Procedimentos Prolongados de Aférese Exsanguineotransfusão
Distúrbios Metabólicos
Distúrbios Metabólicos
RECEPTORCa++
Mg++
HEPATÓCITOSCITRATO HCO3-
HEMOCOMPONENTECITRATO
K+
LACTATO
ALCALOSE METABÓLICAHIPOCa++
HIPOMg++
HIPERK+
HIPOTERMIA
Hiperexcitabilidade neuromuscular (parestesias, tetania, etc)Toxicidade miocárdica (arritmias ventriculares)
Bloqueio da hemostasia e aumento do risco infeccioso (hipotermia)Coagulopatia diluicional
Transfusão Maçica A coagulopatia é evento comum Quando presente é de difícil correção
Metas terapêuticas >40% da atividade normal dos fatores de coagulação Plaquetometria >50-100.000/ mm3
Terapia intensiva precoce com CPlaq e PFC esta relacionada a melhores desfechos
Distúrbios Metabólicos
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
TARDIAS
Reação Enxerto Versus Hospedeiro (GVHD)
Definição Complicação secundária a proliferação clonal de linfócitos T
do doador determinando ataque imunológico aos tecidos do receptor
Mortalidade de 90-100% Aproximadamente 200 casos na literatura médica
Fatores de Risco Grau de imunodeficiência
Primária (neonatos e idosos) ou secundária Grau de similaridade HLA entre doador e receptor Número de linfócitos T transfundidos com capacidade de
proliferação
Diagnóstico Quadro Clínico
Início 8 a 10 dias após hemotransfusão Febre, eritrodermia, náuseas, vômitos, dor abdominal
Dermatite, hepatite e pancitopenia
Exames Complementares Biópsia de estruturas envolvidas
Identificação de linfócitos T originários do doador Sorologias PCR
Reação Enxerto Versus Hospedeiro (GVHD)
Tratamento Imunossupressores (ciclosporina, ciclofosfamida), corticóides,
globulina antilinfocitária, imunoglobulina endovenosa Eficazes na prevenção e terapia da GVHD pós-TMO
Transplante de medula alogênico
Prevenção Irradiação dos hemocomponentes a serem transfundidos em
pacientes de risco 2500cGy
Reação Enxerto Versus Hospedeiro (GVHD)
Indicações para Irradiação de Hemocomponentes Transfusão de hemocomponentes originados de parentes
biológicos Componentes HLA compatíveis Receptores de transplante autólogo ou alogênico Pacientes com doenças onco-hematológicas
Leucemias, linfomas, mieloma múltiplo Síndromes de imunodeficiência congênita Neonatos em regime de exsanguineotransfusão Neonatos prematuros ou de baixo peso
Reação Enxerto Versus Hospedeiro (GVHD)
Púrpura Pós-Transfusional (PPT)
Definição Episódio agudo de trombocitopenia que ocorre entre 5 e 10
dias após hemotransfusão CGV, CPlaq e PFC Pacientes previamente sensibilizados (anti-HPA 1a +)
Gestação ou hemotransfusão (tipicamente multíparas) Reação cruzada contra plaquetas autólogas?
Plaquetometria <10.000/mm3 em 12 a 24h Púrpura e sangramento cutâneo-mucoso Auto-limitada em 7 a 28 dias
Geralmente bom prognóstico 10-15% óbito por hemorragia intracraniana
Incidência <300 casos relatados na literatura
1 : 450.000 hemotransfusões Diagnóstico
Epidemiologia Quadro Clínico Exames Complementares
Dosagem anti-HPA 1a 80-90% de positividade
Coagulograma normal Diferencial
Tratamento Imunoglobulina endovenosa Plasmaférese, corticosteróides e transfusão Cplaq (HPA 1a negativas)
Prevenção Transfusão de sangue negativo para o Ag envolvido Lavagem e desleucotização do hemocomponente
Púrpura Pós-Transfusional (PPT)
Sobrecarga de Ferro
Hemocromatose Secundária Regime de hemotransfusão crônica
Talassemia, anemia falciforme, mielodisplasia, mielofibrose, anemia aplástica grave, etc
150-250mg de ferro por bolsa de CGV Início das lesões após 10-20U CGV Lesão com significado clínico após 50-100U CGV
Pele, fígado, coração e glândulas endócrinas Detecção
Dosagem da concentração de ferro hepático Ferritina sérica Marcadores de lesão hepática Função endócrina
TSH/ T4L Glicemia
Tratamento Indicações
Acúmulo de >120ml de hemácias / Kg peso seco corpóreo Ferro hepático >7mg / Kg peso seco corpóreo Crianças
Após 10-20U CGV Após ferritina >1000mcg/ L
Opções Quelação de ferro
Desferroxamina (SC), deferiprona (vo) e deferasirox (vo) Retirada de sangue total
sangria terapêutica manual (flebotomia) Eritrocitaférese
Sobrecarga de Ferro
Aloimunização
Visão Geral
Cerca de 2-8% dos pacientes cronicamente transfundidos desenvolverão aloAc contra Ag eritrocitários
Determinantes da resposta imune Diferenças antigênicas (fenotípicas) Quantidade do antígeno Frequência da exposição Status imunológico do receptor
Imunogenicidade do Ag x fenótipo HLA do receptor HLA DRB1*04 (Fya) HLA DRB1*01 e DQB1*05 (Jka)
Aloimunização HLA
Definição Consiste na produção de Ac contra Ag HLA
Plaquetas e leucócitos Ac anti-HLA I (A,B,C)
Principal causa imunológica de refratariedade à transfusão de plaquetas
Pré-leucorredução: 45% Pós-leucorredução: 17%
Opção Transfusão HLA compatível
Potencial risco de GVHD transfusional Selecionar produtos irradiados
The trial to reduce alloimmunization to platelets study groupNew Engl J Med 1997; 337: 1861-9
Imunomodulação
Visão Geral Década 70
melhores resultados pós-transplante renal, hepático e cardíaco em pacientes que receberam hemotransfusão
Aparente relação com atividade leucocitária? Indução de tolerância?
Questionamentos Efeito na recorrência de tumores sólidos? Aumento da incidência de infecções no pós-operatório? Aumento da mortalidade?
Perspectiva atual Resultados controversos
Aumento do risco infeccioso peri-operatório? Atenuado pela leucorredução?
tempo de internação em hospitalar/ UTI Aumento da mortalidade
Anemia and blood transfusion in critical ill patients studyJAMA 2002; 288: 1499-507
The CRIT study: anemia and blood transfusion in the criticaljy ill – current clinical pratice in the United StatesCrit Care Med 2004; 32: 39-52
Complicações Infecciosas
Screening microbiológico (PCR)
Implementação de critérios rígidos para triagem de doadores
Redução de cerca de 10.000 vezes no risco de infecções relacionadas ao procedimento de hemotransfusão
Risco de NISHOT’s é 1000 vezes maior que de complicações infecciosas de qualquer natureza
FDA (2009): taxa de mortes por reações transfusionais hemolíticas isoladamente corresponde ao dobro das mortes provocadas por todas as complicações infecciosas associadas
Complicações Infecciosas
Risco Infeccioso
Malária 1 : 4.000.000
HIV 1 : 2.300.000
HTLV I/ II 1 : 2.000.000
HCV 1 : 1.800.000
HBV 1 : 350.000
Sífilis
Doença de Chagas
Citomegalovírus
Parvovírus
Brucelose
Babesiose
Indicação de Hemocomponentes
Concentrado de Hemácias
Indicação de HemocomponentesConcentrado de Hemácias
Anemia sem hemorragia aguda Intensidade dos sintomas
Síndrome anêmica Co-morbidades
Idade > 70 anos Coronariopatia Doença cerebrovascular I.C.C. D.P.O.C.
Indicações Hb < 7,0g/ dl e/ ou Ht < 21% (sintomáticos) Hb < 9,0g/ dl e/ ou Ht < 27% (co-morbidades associadas)
Indicação de HemocomponentesConcentrado de Hemácias
Anemia por hemorragia aguda Reposição volêmica básica/ principal: cristalóides Dimensão do sangramento Estado hemodinâmico Co-morbidades
Indicações Perda > 30% da volemia (1500ml adulto 70kg) Perda > 15% da volemia (750ml adulto 70kg), associada a um dos
seguintes critérios: Anemia pré-existente Co-morbidades cardiorespiratórias e/ ou cerebrovasculares Instabilidade hemodinâmica (Fc > 100bpm, queda PAS > 30mmHg,
alteração do sensório, oligúria, etc)
Indicação de HemocomponentesConcentrado de Hemácias
Hemotransfusão no paciente crítico T.R.I.C.C., 1999
838 pacientes críticos (euvolêmicos) com Hb < 9,0g/ dl Estratégias
Restritiva (418 pacientes) Gatilho transfusional: Hb < 7g/ dl Objetivo: Hb entre 7- 9g/ dl
Liberal (420 pacientes) Gatilho transfusional: Hb < 10g/ dl Objetivo: Hb entre 10-12g/ dl
Indicação de HemocomponentesConcentrado de Hemácias
T.R.I.C.C.
Estratégia Liberal
Estratégia Restritiva
P
Hb média 10,7 +/- 0,7 8,5 +/- 0,7 < 0,01
Unidades transfundidas por
paciente5,6 +/- 5,3 2,6 +/- 4,1 < 0,01
% pacientes não-transfundidos
0% 33% < 0,01
Mortalidade APACHE II </= 20
16,1% 8,7% 0,03
Mortalidade em 30 dias
23,3% 18,7% 0,11
Indicação de HemocomponentesConcentrado de Hemácias
T.R.I.C.C.
Conclusão
Estratégia restritiva é, ao menos, tão efetiva quanto, e possivelmente superior à transfusão liberal em doentes críticos, com a possível excessão de pacientes portadores de angina instável e I.A.M.
Indicação de HemocomponentesConcentrado de Hemácias
Indicação de HemocomponentesConcentrado de Plaquetas
Indicações Terapêutica
Presença de sangramentos ativo + um dos critérios: Plaquetometria < 50.000/mm3
Disfunção plaquetária provável (TS > 12seg, uso AAS) Pós op. cir. cardíaca com CEC + plaquetometria < 150.000/mm3
Profilática Ausência de sangramentos ativo + um dos critérios:
Procedimento invasivo com plaquetometria < 50.000/mm3
Neurocirurgia ou cir. oftalmológica com plaq. < 100.000/mm3
Plaquetometria < 10.000 em pacientes pós-QT, ou com leucemia, ou anemia aplástica sem febre ou sinais hemorrágicos
Plaquetometria < 20.000 em pacientes pós-QT, ou com leucemia, ou anemia aplástica com febre ou sinais hemorrágicos
Indicação de HemocomponentesPlasma Fresco Congelado
Indicações Restritas à reposição de fatores da coagulação
Presença de sangramento associado à coagulopatia Procedimento invasivo
INR > 1,5 TAP < 50% TTPA > 55seg
Principais condições associadas Intoxicação por cumarínicos Insuficiência hepática Coagulopatias hereditárias (exceto hemofilia A) CIVD – coagulação intravascular disseminada PTT – púrpura trombocitopênica trombótica
Obrigado