Post on 08-Dec-2018
1
Índice Página
METODOLOGIA DE COMPILAÇÃO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS .................. 3
METODOLOGIA DE COMPILAÇÃO DA POSIÇÃO DO INVESTIMENTO
INTERNACIONAL .............................................................................................................. 6
RELATÓRIO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS DE 2013 ........................................... 9
POSIÇÃO DO INVESTIMENTO INTERNACIONAL .................................................... 21
ANEXOS ............................................................................................................................. 23
2
SIGLAS
BIS - Bank for International Settlements
BNA - Banco Nacional Angola
DCC - Departamento do Controlo Cambial
DDE – Departamento da Dívida Externa
DES - Departamento de Estatística
DMFAS - Debt Management Financing Analysing System
EAU – Emirados Árabes Unidos
EUA – Estados Unidos da América
FMI - Fundo Monetário Internacional
FOB - Free On Board
GAMEK - Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza
IATA - International Air Transport Association
LNG – Liquefied Natural Gas (Gás Natural Liquefeito)
MBP5 - 5ª Edição do Manual da Balança de Pagamentos
MBP6 - 6ª Edição do Manual da Balança de Pagamentos
MINPET - Ministério dos Petróleos
MINPLAN - Ministério do Planeamento
PIB – Produto Interno Bruto
PII - Posição do Investimento Internacional
SADC - Southern African Development Community
SIGFE - Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado
SNA - Serviço Nacional das Alfândegas
SODIAM – Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola
3
METODOLOGIA DE COMPILAÇÃO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS
I. ASPECTOS GERAIS
1.1. Introdução
1. Ao Banco Nacional de Angola - BNA, é-lhe atribuída a competência de compilar e
divulgar as estatísticas da Balança de Pagamentos, através da Lei do BNA (Lei nº 16/10,
de 15 de Julho), Lei do Sistema Estatístico Nacional (Lei nº 3/11, de 14 de Janeiro) e da
Lei Cambial (Lei nº 5/97, de 27 de Junho).
2. A Lei do BNA, estabelece que todas as entidades residentes na República de Angola,
autorizadas a operar no mercado externo, devem submeter toda informação estatística,
requerida de acordo com os termos e condições determinadas pelo Banco Nacional de
Angola.
3. A Balança de Pagamentos é compilada em milhões de dólares americanos e com base na
informação de várias fontes, nomeadamente: inquéritos dirigidos aos vários sectores da
economia, base de dados do Serviço Nacional das Alfândegas (SNA), registos
administrativos, registos contabilísticos do sistema bancário nacional, base de dados da
dívida externa- Debt Management Financing Analysing System (DMFAS), plano de
execução cambial do BNA, base de dados do Tesouro- Sistema Integrado de Gestão
Financeira do Estado (SIGFE) e outras fontes alternativas (International Air Transport
Association (IATA), Bank for International Settlements (BIS)). Entretanto, salientamos
que não são realizados ajustes de sazonalidade.
1.2. Sistema de classificação
4. A compilação e estrutura da Balança de Pagamentos obedece à metodologia estabelecida
pelo FMI na 6ª Edição do Manual das Estatísticas da Balança de Pagamentos (MBP6),
destacando-se para tal, as suas principais contas: Conta Corrente (Bens, Serviços,
Rendimentos Primários e Rendimentos Secundários), Conta de Capital e Conta Financeira
(Investimento Directo, Investimento de Carteira, Outro Investimento e Activos de
Reserva).
II. ITENS ESPECÍFICOS
5. O Banco Nacional de Angola recorre a diversos fornecedores de informação estatística
internos e externos para a compilação da Balança de Pagamentos, a saber:
4
2.1. Conta Corrente
(a) Bens
6. Exportações de Bens: Esta informação é solicitada às empresas exportadoras de petróleo,
diamantes, cimento, madeira, sucata, laminados, efectuando-se em seguida, a reconciliação
com a informação proveniente dos respectivos ministérios de tutela.
7. Importações de Bens: Esta informação é compilada utilizando como fonte única o Serviço
Nacional das Alfândegas.
8. Nas exportações e importações de bens, a informação é compilada e apresentada em
termos de Free On Board (FOB), excluindo a componente Frete e Seguros, reflectidos na
conta de serviços.
(b) Serviços
9. Esta informação é obtida através de: (i) inquéritos dirigidos aos vários sectores da
economia, fundamentalmente às empresas do sector petrolífero, diamantífero, de
construção, prestadoras de serviços, seguradoras, transportadoras, telecomunicações e
Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza (GAMEK) e (ii) execução do plano de
caixa do BNA e ordens de saque do Tesouro, a partir da Base de dados do Tesouro
(SIGFE)
(c) Rendimentos Primários
10. A informação é obtida por meio de inquéritos, regimes administrativos, DMFAS e
balanços da banca comercial.
(d) Rendimentos Secundários
11. Governo-geral: Registam-se as doações recebidas de Governos e Instituições do exterior,
através da reconciliação da informação obtida de inquéritos dirigidos aos doadores e
recebedores;
12. Outros Sectores: Registam-se as remessas de trabalhadores e outras transferências,
reportadas nos inquéritos.
2.2. Conta de Capital
13. Regista-se o perdão da dívida externa e eventuais donativos em capital, obtido a partir do
DMFAS e de inquéritos, respectivamente.
5
2.3. Conta Financeira
14. A informação sobre Investimento Directo é obtida a partir de inquéritos dirigidos à
empresas de investimento, petrolíferas, diamantíferas, construtoras, prestadoras de serviços
e do Departamento de Controlo Cambial do Banco Nacional de Angola (DCC).
15. Investimento de Carteira - Esta informação é obtida maioritariamente a partir dos
inquéritos do sector petrolífero e balanços da banca comercial.
16. Os dados do Outro Investimento, obtém-se a partir de inquéritos, balanços da banca
comercial, DMFAS e BIS.
17. Os Activos de Reserva são extraídos do Panorama Monetário do BNA.
2.4. Operações cobertas
18. A Balança de Pagamentos cobre a totalidade das transacções entre residentes e não
residentes, existindo ainda na prática dificuldades na recolha de alguma informação de
serviços, rendimentos e transacções financeiras.
2.5. Cobertura geográfica
19. Em concordância com a definição de território económico do MBP6, considera-se o
território geográfico da República de Angola.
2.6. Periodicidade
20. A informação da Balança de Pagamentos é tratada numa base mensal, compilada
trimestralmente e publicada anualmente no Boletim da Balança de Pagamentos, no
Relatório Anual do BNA, no Boletim Estatístico, no website do BNA (http://www.bna.ao),
no Anuário do FMI e no website dos Bancos Centrais da SADC,
(http://www.sadcbankers.org).
6
METODOLOGIA DE COMPILAÇÃO DA POSIÇÃO DO INVESTIMENTO
INTERNACIONAL
I. ESTRUTURA ANALÍTICA, CONCEITOS, DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÕES
1.1. Introdução
21. As estatísticas da Posição do Investimento Internacional (PII), traduzem a posição da
economia face ao exterior de activos e passivos financeiros, no final de um determinado
período. A Posição do Investimento Internacional Líquido combinada com os activos não
financeiros duma economia, constitui o valor líquido ou património dessa economia.
22. O Banco Nacional de Angola (BNA), ao abrigo da sua Lei nº 16/10, de 15 de Julho,
baseando-se no seu artigo 17º, compila as estatísticas anuais sobre a posição do
investimento internacional (PII) desde 2004, em milhões de dólares americanos, sendo os
dados da PII consistentes com os itens correspondentes da conta financeira da Balança de
Pagamentos.
23. Os dados para a compilação da PII são obtidos essencialmente, através de inquéritos, da
base de dados da dívida externa (DMFAS), dos balancetes da banca comercial e do BIS.
24. Os dados sobre os activos internacionais e a dívida pública, componentes da PII, são
disseminadas separadamente em três publicações do BNA: (a) Relatório Anual; (b)
Boletim da Balança de Pagamentos e (c) Website do BNA (http://www.bna.ao/).
1.2. Sistema de classificação
25. O BNA compila a PII de acordo com a 6ª Edição do Manual da Balança de Pagamentos
(MBP6).
26. Os activos subdividem-se em Investimento Directo, Investimento de Carteira e Outros
Investimentos (Créditos Comerciais, Empréstimos, Moeda e Depósitos, e Outros Activos)
e Activos de Reserva. Os passivos, à semelhança dos activos obedecem a mesma
composição, com excepção dos activos de reserva.
II. ÂMBITO DOS DADOS
2.1. Unidades de cobertura
27. Os dados da PII devem incluir as posições de todos os activos e passivos existentes entre
residentes de Angola e não residentes. São considerados residentes, o Governo e as suas
7
Embaixadas no exterior, indivíduos e entidades legais, cujo centro de interesse económico
esteja em Angola e aqueles que se engajam em actividades económicas no país por mais de
um ano.
2.2. Cobertura das transacções
28. A PII inclui todos os saldos de fim de período apurados como resultado das transacções
realizadas com não residentes. Porém, existem dificuldades na recolha dos dados sobre o
investimento directo angolano no exterior, Investimento de Carteira, Transacções do
Sector Privado realizadas directamente com bancos não residentes, Lucros reinvestidos, e
Outros Activos e Passivos com não residentes.
2.3. Cobertura geográfica
29. Em concordância com a definição de território económico do MBP6, considera-se o
território geográfico da República de Angola.
2.4. Actividades não registadas
30. Dos itens não registados, destaca-se os Derivados Financeiros.
2.5. Periodicidade
31. A informação da PII é preparada e publicada numa base anual no Boletim da Balança de
Pagamentos, no website do BNA (http://www.bna.ao), e pelas várias organizações
internacionais, nomeadamente no Anuário do FMI e no website dos Bancos Centrais da
SADC.
2.6. Tempo Útil
32. A compilação da PII é feita numa base anual, com um desfasamento de cerca de sete
meses.
III. CONVENÇÕES CONTABILÍSTICAS
3.1. Unidade de conta
33. Todos os saldos são registados em milhões de dólares norte americanos.
3.2. Avaliação
8
34. Os saldos são avaliados a preços de mercado ou, quando não for possível, no seu valor
nominal.
3.3. Tempo de registo
35. Os saldos são registados na base compromisso (accrual basis), de acordo com as linhas de
orientação do MBP6.
IV. NATUREZA DAS FONTES DE RECURSO BÁSICO
36. Para a compilação das rubricas da PII, nomeadamemte: Investimento Directo,
Investimento de Carteira, Outro Investimento e Activos de Reservas utilizam-se as
mesmas fontes usadas na compilação da conta financeira da BOP. Vide paragrafos 14-17
V. PRÁTICAS DE COMPILAÇÃO
37. O BNA efectua vários ajustamentos para calcular os activos e passivos com não residentes,
incluindo em particular: (i) ajustamentos de classificação de informação constante nos
inquéritos ou base de dados de outras instituições, para tornar a informação consistente; (ii)
ajustamentos de acordo com a reconciliação da informação dos balanços das empresas com
os dados obtidos nos inquéritos.
VI. OUTROS ASPECTOS
38. O BNA ao abrigo da sua Lei, garante a confidencialidade estatística. A publicação da
informação processa-se de forma agregada não permitindo a inferência da situação
individual de qualquer empresa ou entidade reportante. Note-se que a confidencialidade
dos dados submetidos ao BNA, com finalidade estatística, através de inquéritos oficiais
e/ou relatórios, é igualmente salvaguardada.
9
RELATÓRIO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS DE 2013
I. INTRODUÇÃO
39. A Balança de Pagamentos regista as transacções económicas ocorridas, durante um
determinado período, entre residentes e não residentes de um país, reflectindo assim, a sua
posição credora ou devedora face ao resto do mundo.
40. Durante o ano de 2013, o sector externo da economia angolana registou um abrandamento
na sua performance ao registar um saldo global superavitário de US$ 84,2 milhões, que se
traduziu num decréscimo de US$ 4.559,0 milhões, comparativamente ao período anterior,
como consequência dos resultados alcançados na Conta Corrente.
II. CONTA CORRENTE
41. No exercício económico de 2013, a conta corrente de Angola, atingiu um saldo
superavitário na ordem de US$ 8.348,4 milhões, representando uma redução de cerca de
39,7%, comparativamente ao ano anterior, enquanto o rácio da conta corrente sobre o
Produto Interno Bruto (PIB)1 sofreu também uma redução em relação ao ano de 2012, ao
passar de 11,2% para 6,7%.
Gráfico nº 01- Conta Corrente
Fonte: BNA-DES
42. Não obstante os persistentes défices registados nas contas de Serviços, Rendimentos
Primários e Secundários, o saldo superavitário da conta de Bens foi suficiente para
contrapor os défices daquelas contas, tendo este sido o principal factor do aumento dos
activos externos líquidos do País, expressos na conta corrente.
1 Os dados do PIB foram actualizados de acordo com as Contas Nacionais
-11,7%
9,1%
12,0% 11,2%
6,7%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
-20.000,0
-10.000,0
0,0
10.000,0
20.000,0
30.000,0
40.000,0
50.000,0
2009 2010 2011 2012 2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Conta Corrente Conta Corrente em % do PIB
10
2.1. Conta de Bens
43. O comércio de Bens entre Angola e o resto do mundo em 2013 mostrou-se favorável, dado
o volume de receitas de exportação de petróleo bruto obtido no período em análise.
Gráfico nº 02- Conta de Bens
Fonte: BNA/MINPET/SNA
44. De 2012 a 2013 ocorreu uma diminuição de 11,6% do saldo da conta de Bens ao passar de
US$ 47.376,3 milhões para US$ 41.902,6 milhões, provocado pelo crescimento das
importações por um lado e redução das exportações por outro, cujas variações percentuais
foram de 11,1% e -4,0%, respectivamente.
2.1.1. Exportações
45. O petróleo bruto continua a dominar a estrutura das exportações do País. Contrariamente ao
ano anterior, em 2013 registou-se uma redução do volume exportado de petróleo bruto em
1,2% e do seu preço médio em 3,5%, sendo este o principal factor da redução das receitas
de exportação de petróleo bruto, ao atingir US$ 65.611,2 milhões contra US$ 68.871,4. Por
outro lado, as receitas resultantes da exportação dos derivados de petróleo e diamantes,
aumentaram em relação ao ano de 2012, com destaque para o início das exportações de Gás
Natural Liquefeito (LNG2
), não obstante a redução das receitas provenientes das
exportações de café e outros produtos.
2 Sigla em inglês
0,0
20.000,0
40.000,0
60.000,0
80.000,0
20092010
20112012
2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Importações Conta de Bens Exportações
11
Gráfico nº 03- Estrutura das Exportações – 2013
Fonte: BNA/MINPET/SODIAM
46. As receitas de exportação de petróleo foram influenciadas pelo efeito preço (73,7%), cuja
variável constituiu o determinante para obtenção deste resultado, tendo superado o efeito
quantidade (25,4%).
Gráfico nº 04- Exportação de Petróleo: Efeito Preço Versus Efeito Quantidade
Fonte: BNA/MINPET
47. Em 2013 a China manteve-se como o principal importador do petróleo bruto angolano, com
uma quota de cerca de 48,3%, seguida da Índia e dos EUA com 10,3% e 7,0%,
respectivamente.
96,1%
1,7% 1,0% 0,9%
0,3%
Petróleo Bruto
Diamantes
Refinados de Petróleo
Gás*
Outras exportações**
*Inclui LNG **Inclui café, pescado e outros produtos
89,4%
114,1% 118,9%
22,4%
73,7%
7,0%
-18,1% -26,7%
78,7%
25,4%
-60,0%
-40,0%
-20,0%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
140,0%
0,0
10.000,0
20.000,0
30.000,0
40.000,0
50.000,0
60.000,0
70.000,0
80.000,0
2009 2010 2011 2012 2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Receitas de Exportação do Petróleo Bruto Efeito Preço (%) Efeito Quantidade (%)
12
Gráfico nº 05- Principais Países de Destino do Petróleo Bruto
Fonte: BNA/MINPET
48. A seguir ao petróleo bruto, o diamante continua a ser o produto com maior peso nas
exportações do País, não obstante a redução registada no volume exportado de 9.011,4 mil
quilates em 2012 para 8.246,6 quilates no ano de 2013. Assim, o aumento do preço
médio/quilate, que passou de US$ 128,7 para US$ 141,5 por quilate provocou o aumento
das receitas de exportação dos diamantes em 0,7%.
49. Dentre os principais países de destino dos diamantes extraídos em Angola, os Emiratos
Árabes Unidos, continuaram na liderança, ao importar cerca de 68,9% do valor total
exportado em 2013, contra 51,2% em 2012.
Gráfico nº 06- Principais Países de Destino dos Diamantes
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
50,0%2012
2013
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
EAU
SUIÇ
A
HO
NG
KO
NG
ISR
AEL
BEL
GIC
A
EUA
2012
2013
13
Fonte: BNA/SODIAM
50. Ainda no top dos países importadores, realça-se a posição da Suíça que em 2013, importou
20,8%, bem como a redução de Israel e Hong Kong ao passarem de 12,1% e 9,1% em 2012
para 2,5% e 3,5% em 2013.
2.1.2. Importações
51. A oferta externa de bens com vista a satisfação das necessidades internas de consumo e
investimento atingiu US$ 26.344,0 milhões em 2013, o que representa um crescimento na
ordem de 11,1% comparativamente a 2012.
52. As categorias de bens que determinaram o aumento das importações foram essencialmente
os combustíveis, os bens alimentares, as caldeiras, máquinas e instrumentos mecânicos, os
veículos automóveis e as máquinas, aparelhos e materiais eléctricos, tendo as despesas com
importação dos mesmos representado cerca de 63,1% do valor total das importações de
2013.
Quadro nº 01- Principais Classe de Bens Importados
53. À semelhança de anos anteriores e de acordo com a classificação económica das
importações, os bens de consumo corrente, em termos absolutos, apresentaram um
crescimento superior em relação aos bens de capital e de consumo intermédio, cifrado em
US$ 1.558,1 milhões, US$ 755,5 e US$ 313,4 milhões, respectivamente.
54. Como consequência da baixa produção interna, os bens de consumo corrente tem um peso
significativo na estrutura das importações (58,4%), ao passo que os bens de capital que
viabilizam o processo de diversificação económica, tiveram um peso de 29,5% nas
importações totais.
Descrição 2012 2013 Peso
Combustíveis 4.039,5 4.962,7 18,8%
Bens alimentares 3.218,3 3.844,8 14,6%
Caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos 3.136,0 3.408,7 12,9%
Veículos automóveis, tratores e acessórios 2.400,2 2.508,3 9,5%
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 1.922,7 1.895,9 7,2%
Outras importações 9.000,2 9.723,5 36,9%
Total Geral 23.716,9 26.344,0 100,0%
Fonte: BNA/SNA
Em Milhões de US$
14
Gráfico nº 07- Estrutura das Importações – 2013
Fonte: BNA-DES/SNA
55. Quanto aos principais parceiros comerciais de Angola, no que diz respeito a procedência
das importações no ano de 2013, destacam-se Portugal, Singapura e China que
representaram 16,4%, 13,4% e 10,1%, respectivamente, do valor total das importações.
Gráfico nº 08- Principais Países de Procedência das Importações
Fonte: BNA-DES/SNA
56. No período em análise, realça-se a presença da República da Coreia, resultante da
importação de uma plataforma, bem como a inversão de posições entre a África do Sul e
Emiratos Árabes Unidos.
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
12,0%
14,0%
16,0%
18,0%
PO
RTU
GA
L
SIN
GA
PU
RA
CH
INA
CO
REI
A D
O S
UL
BEL
GIC
A
EUA
BR
ASI
L
EAU
ÁFR
ICA
DO
SU
L
REI
NO
UN
IDO
2012
2013
15
2.2. Serviços
57. A conta de serviços apresentou um défice de US$ 21.530,7 milhões no período em análise,
tendo este agravado em 0,9%, comparativamente a 2012, cujo défice foi de US$ 21.339,2
milhões.
58. Para a obtenção deste resultado influenciou o aumento dos débitos em US$ 727,3 milhões,
não obstante ter-se registado uma melhoria nos créditos na ordem de US$ 535,7 milhões.
59. O comportamento dos débitos, foi impulsionado principalmente pelo aumento das despesas
com Serviços de Transportes e Viagens e dos Outros Serviços em 7,1% e 2,3%
respectivamente. Nos Outros Serviços destaca-se o aumento os Seguros em US$ 608,4
milhões e Comunicações em 183,1 milhões, não obstante o Serviços de Construção
registarem uma contracção de US$ 1.180,8 milhões.
60. Os créditos foram influenciados pelas viagens, que atingiram um crescimento de 74,6%.
Gráfico nº 09- Evolução da Conta de Serviços
Fonte: BNA-DES
2.3. Rendimentos Primários
61. A conta de rendimentos primários apresentou um saldo deficitário em 2013 de US$ 9.900,1
milhões contra US$ 10.421,8 milhões no período homólogo de 2012, representando assim
uma melhoria de 5,0%.
-30.000,0
-20.000,0
-10.000,0
0,0
10.000,0
20.000,0
30.000,0
2009 2010 2011 2012 2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Serviços (Liq.) Crédito Débito
16
Quadro nº 02- Rendimentos Primários
Descrição 2012 2013 Var. (%)
Rendimentos Primários (Liq.) -10.421,8 -9.900,1 -5,0
Crédito 259,8 818,3 214,9
Compensação de empregados 0,0 0,0 0,0
Juros 259,8 818,3 214,9
Lucros 0,0 0,0 0,0
Débito 10.681,6 10.718,3 0,3
Compensação de empregados 297,4 297,9 0,2
Juros 662,0 1.089,8 64,6
Lucros 9.722,1 9.330,7 -4,0
Fonte: BNA-DES
Em Milhões de US$
62. A redução do saldo deficitário desta conta deveu-se pelo aumento dos juros recebidos em
US$ 558,5 milhões, bem como pela contracção da despesa com os lucros e dividendos em
US$ 391,4.
2.4. Rendimentos Secundários
63. À semelhança de anos anteriores, em 2013 o saldo da conta de Rendimentos Secundários
manteve a sua tendência deficitária, representando um agravamento de 20,5%, em relação ao
período homólogo do ano anterior, ao passar de US$ 1.762,2 milhões em 2012 para US$
2.123,4 milhões em 2013.
Quadro nº 03- Rendimentos Secundários
Descrição 2012 2013 Var. (%)
Rendimentos Secundários (Liq.) -1.762,2 -2.123,4 20,5
Crédito 66,9 68,2 2,1
Governo geral 26,5 31,6 19,0
Outras transferências correntes 40,3 36,6 -9,1
Débito 1.829,0 2.191,6 19,8
Governo geral 75,2 25,2 -66,5
Transferências pessoais 225,8 372,4 64,9
Outras transferências correntes 1.528,1 1.794,1 17,4
Fonte: BNA-DES
Em Milhões de US$
64. O agravamento verificado no saldo desta conta deveu-se, principalmente pelo aumento das
remessas enviadas ao resto do mundo pelos trabalhadores, famílias e instituições
domiciliadas no território nacional.
17
III. CONTA CAPITAL E FINANCEIRA
3.1. Conta de Capital
65. No período em análise o saldo da conta de capital sofreu uma redução em termos absolutos
de US$ 0,8 milhões, ao apresentar um resultado nulo em 2013.
3.2. Conta Financeira
66. Esta conta registou uma contracção de 38,7%, ao atingir o valor de US$ 8.293,5 milhões,
contra US$ 13.527,6 milhões do período homólogo de 2012.
3.2.1. Investimento Directo Estrangeiro
Gráfico nº 10- Investimento Directo Bruto
Fonte: BNA-DES
67. O investimento directo estrangeiro bruto realizado em Angola em 2013 atingiu US$ 14.345,9
milhões, contra US$ 14.853,7 milhões do período homólogo, representando uma redução de
3,4%. Este fluxo de natureza essencialmente privada não financeira, relaciona-se com a
execução de projectos ligados maioritariamente ao sector petrolífero (98,4%), seguido pelo
diamantífero com (1,1%), indústria (0,2%), comércio e prestação de serviços, ambos com
(0,1%).
0,0
5.000,0
10.000,0
15.000,0
20092010
20112012
2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Investimento Directo Angolano no Estrangeiro Investimento Directo Estrangeiro em Angola
18
68. A recuperação do investimento directo estrangeiro fixou-se em US$ 21.465,9 milhões em
2013 contra US$ 21.751,7 milhões em 2012, o que se traduz numa contracção de 1,3%,
resultante fundamentalmente pelas receitas geradas pelo sector petrolífero.
69. A proporção do investimento directo angolano no estrangeiro representou 42,1% do
investimento directo estrangeiro em Angola em 2013 contra 18,5% do ano 2012, e isto
significa que o fluxo de investimento directo estrangeiro que entra no País continua ser
superior ao fluxo de investimento que sai do País.
70. Assim, o investimento directo líquido foi deficitário e situou-se em US$ 13.164,2 milhões
em 2013, contra US$ 9.638,7 milhões no período homólogo de 2012, representando um
agravamento de 36,6%.
71. Em 2013 o investimento directo estrangeiro líquido representou 10,5% do PIB contra 7,8%
do período homólogo.
3.2.2. Investimento de Carteira
72. No período em análise, esta conta apresentou um saldo de US$ 100,0 milhões, contra US$
200,0 milhões do período homólogo, correspondendo a uma contracção de 100% em títulos
de participação de angolanos no exterior.
3.2.3. Outro Investimento
Gráfico nº 11- Composição do Outro Investimento
Fonte: BNA-DES
-2.000,0
0,0
2.000,0
4.000,0
6.000,0
8.000,0
10.000,0
2009 2010 2011 2012 2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Aquisição líquida de activos financeiros
Aumento líquido de passivos
Outro investimento
19
73. Esta conta encerrou o exercício de 2013 com um saldo deficitário de US$ 5.061,1 milhões,
contra um défice de US$ 952,8 milhões registado no período homólogo de 2012, resultante
de aquisição líquida de activos financeiros em US$ 3.408,4 milhões e do aumento líquido de
passivos em US$ 8.469,5 milhões.
Gráfico nº 12- Composição da Aquisição Líquida de Activos Financeiros
Fonte: BNA-DES
74. A aquisição líquida de activos financeiros teve uma expansão de 60,5% ao passar de US$
2.123,8 milhões em 2012 para US$ 3.408,4 milhões em 2013, causada principalmente, pelo
comportamento das disponibilidades sobre o exterior da banca comercial e de outros sectores
Gráfico nº 13- Composição de Aumento Líquido de Passivos
Fonte: BNA-DES
-3.000,0
-2.000,0
-1.000,0
0,0
1.000,0
2.000,0
3.000,0
4.000,0
5.000,0
2011 2012 2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Crédito Comercial e Avanços Moeda e Depósitos Outras Contas a Receber
-1.000,0
0,0
1.000,0
2.000,0
3.000,0
4.000,0
5.000,0
6.000,0
2011 2012 2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Crédito Comercial e Avanços Empréstimos Moeda e Depósitos Outras Contas a Pagar
20
75. No período em análise o aumento líquido de passivos apresentou o valor de US$ 8.469,5
milhões, contra US$ 3.076,6 milhões em 2012, uma expansão de US$ 5.392,9 milhões,
apresentando como principais factores desse crescimento, os empréstimos e créditos
comerciais
3.2.4. Activos de Reserva
76. Em 2013, registou-se uma acumulação de reservas brutas de US$ 90,5 milhões, uma redução
de 98,1%, comparativamente ao período homólogo, resultante do aprovisionamento do
Fundo Soberano, o que permitiu uma cobertura de 8,1 meses de importação de bens e
serviços, contra 8,6 em 2012.
IV. ERROS E OMISSÕES
77. A balança de pagamentos encerrou o exercício corrente com erros e omissões de US$ 54,8
milhões negativos, contra os US$ 326,4 milhões negativos de 2012, o que se traduz num
excesso de financiamento resultante de lacunas de informação ainda existentes (débitos).
V. STOCK DA DÍVIDA EXTERNA
78. O Stock da Dívida Externa, incluindo os atrasados, passou de US$ 22.582,9 milhões em
2012 para US$ 28.178,1 milhões em 2013, representando um aumento de 24,8%. O referido
aumento deriva do aumento significativo da dívida vincenda, uma vez que o comportamento
do stock de capital e dos juros em mora apresenta-se pouco relevante
Quadro nº 4- Stock Global da Dívida
Descrição 2012 2013 Var. (%)
Total da dívida incluindo atrasados 22.582,9 28.178,1 24,8
Comercial 13.786,4 18.143,2 31,6
Bancos (Titulos e Obrigações) 12.812,5 16.590,1 29,5
Empresas (Provedores) 973,9 1.553,1 59,5
Bilateral 6.977,9 8.432,8 20,8
Multilateral 1.813,0 1.597,7 -11,9
Comissões 5,6 4,4 -20,4
Fonte: BNA-DES-DDE
Em Milhões de US$
79. Verificou-se uma expansão da dívida comercial e da bilateral, apesar da contracção da dívida
multilateral e das comissões, representando a dívida comercial 64,4% do stock da dívida
21
total, seguida da dívida bilateral e da dívida multilateral, com 29,9% e 5,7%,
respectivamente.
POSIÇÃO DO INVESTIMENTO INTERNACIONAL
81. A crescente integração das economias tem conferido às contas externas, nomeadamente a
Balança de Pagamentos e a Posição de Investimento Internacional (PII), uma importância
relevante nas decisões de política económica de qualquer país.
82. A PII reflecte as disponibilidades e responsabilidades financeiras externas de uma
economia no final de um determinado período, normalmente um ano que combinada com
os activos não financeiros, constitui o valor ou património líquido dessa economia.
83. Os saldos da PII mantêm uma relação estreita com os fluxos da conta financeira da
Balança de Pagamentos e são compilados, por um lado, em quatro categorias funcionais
para as posições activas, nomeadamente o Investimento Directo, Investimento de Carteira,
Outro Investimento e Activos de Reserva e, por outro lado, em três categorias para as
posições passivas, à semelhança das activas, com excepção das reservas.
84. A Posição do Investimento Internacional Líquida em 2013 atingiu o saldo de US$ 17.665,2
milhões, contra US$ 9.289,9 milhões do período homólogo, correspondendo a 14,1% do
PIB, contra 7,5%, em 2012.
Gráfico nº14- Posição do Investimento Internacional
Fonte: BNA-DES
-10.000,0
0,0
10.000,0
20.000,0
30.000,0
40.000,0
50.000,0
60.000,0
70.000,0
80.000,0
90.000,0
2009 2010 2011 2012 2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Total dos Activos Total dos Passivo Posição Líquida
22
85. Os activos alcançaram o valor de US$ 82.473,8 milhões, contra US$ 72.830,8 milhões em
2012, verificando-se um aumento relativo de 13,2%, provocado fundamentalmente pelo
aumento do investimento directo angolano no exterior e do outro investimento
Gráfico nº15- Activos
Fonte: BNA-DES
86. Constatou-se o crescimento dos componentes dos activos, nomeadamente, investimento
directo angolano no exterior, investimento de carteira, outro investimento e activos de
reserva, na ordem de 61,2%, 1,3%, 15,3%, e 0,3%, respectivamente.
87. Do outro lado do balanço, o maior componente do passivo externo de Angola, que totalizou
US$ 64.808,6 milhões, foi o outro investimento constituído por créditos comerciais,
empréstimo, moeda e depósitos e outros passivos que no seu todo representaram US$
40.759,5 milhões em Dezembro de 2013.
Gráfico nº 16- Passivos
0,0
10.000,0
20.000,0
30.000,0
40.000,0
50.000,0
60.000,0
70.000,0
80.000,0
90.000,0
2009 2010 2011 2012 2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Investimento Directo no Exterior Investimento de carteira
Outro Investimento Activos de Reserva
23
Fonte: BNA-DES
ANEXOS
0,0
5.000,0
10.000,0
15.000,0
20.000,0
25.000,0
30.000,0
35.000,0
40.000,0
45.000,0
2009 2010 2011 2012 2013
Em M
ilhõ
es
de
US$
Invest. Directo no Exterior Investimento de carteira Outro Investimento