Juliana M. Hayashide R1 Medicina do Trabalho Disciplina de Medicina do Trabalho Setembro 2009.

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Juliana M. HayashideR1 Medicina do Trabalho

Disciplina de Medicina do TrabalhoSetembro 2009

Caso 1 H.C. A, 45 anos, casado, natural e

procedente de São Paulo Função: operador de sopro ejetora, há

17 anos Empresa: Indústria plástica que produz

mamadeiras 1º consulta: 24/04/ 2009 QP:

Exames RX coluna: nl Perfil reumatológico: nl RNM coluna lombosacra (03/06/2009):

degeneração discal associada à hérnia protrusa centro-marginal direita L4-S1, que toca a face ventral do saco dural comprimindo a raiz direita intracanal descendente de S1.

Visita

Fig. 2 - Retirar bandejas do forno

Fig. 1 - Rolar tambores de 25 a 30kg

Fig.4–Carregamento dos caixotesFig.3-Preencher caixotes com matéria prima

Fig. 5 – Abastecimento das máquinas Fig.6–Trocar moldes das máquinas

Conduta Nota-se que o seu quadro clínico pode ser agravado

pelas atividades. Recomenda-se que o mesmo execute outras atividades que não exijam levantamento de peso maior que 5 kg, bem como rodízio de suas funções.

Recomendações Uso de carrinhos para carregar os tambores e caixotes Instalação de talhas mecânicas para auxílio na troca

dos moldes das máquinas Cadeiras adequadas, com regulagem de altura e

correto apoio para região lombar Regulagem de altura das máquinas Rodízio das atividades

Caso 2 J.S.V, 23 anos, vendedora, encaminhada pelo

Centro de Referência do Trabalhador da Mooca de São Paulo

1º consulta: 28/03/2008

Investigação de possível etiologia ocupacional do quadro de Osteoartrose Femuro-Patelar incipiente em joelho esquerdo e Condromalácea Patelar em joelho direito

Admissão: 07/07/2006

RNM joelhos (abril 2007): Osteoartrose Femuro-Patelar incipiente, com pequena quantidade de líquido inflamatório intra-articular.

Genética (25/04/2008): Síndrome de Ehlers-Danlos

Síndrome de Ehlers-Danlos

Hipermobilidade articular; Pele hiperelástica, frágil e aveludada ao toque; Predisposição para equimoses; Dificuldade de cicatrização; Facilidade para lesões traumáticas contusas; Luxações e entorses comuns; Hipotonia muscular; Sinal de Meténier (eversão das pálpebras superiores); Sinal de Gorlin (tocar no nariz com a língua). Pés planos (90% dos casos); Cifoescoliose (25% dos casos); Orgãos internos frágeis; Divertículos intestinais e hérnias comuns; Tendência ao sangramento fácil.

Visita

Fig. 2- Ajoelhar-se para arrumar as peças que chegaram no estoque.

Fig. 1 - Transporte das caixas contendo roupas, de aproximadamente 15 Kg cada, para o andar superior da loja.

Fig. 4 - Uso de salto durante todas as atividades

Fig. 3 - Retirada de peças armazenadas em cabides.

Conduta Abertura de CAT Afastamento pelo INSS em 23/06/2007 Reabilitação pelo INSS

Caso 3 J.V.I.S, 36 anos, casado, natural de Natal e

procedente de São Paulo

Zelador em empresa que presta serviço de segurança, há 5 anos

1ª consulta: 02/03/2007

17/09/2006 sofreu um acidente automobilístico, com trauma crânio encefálico (TCE)

Amaurose central em olho esquerdo, anacusia bilateral, fala lentificada, distúrbio de deambulação por perturbação do equilíbrio, marcha claudicante com alto risco de queda ao deambular, mioclonias e estado de humor alterado

Faz uso de carbamazepina 400mg/dia

Última avaliação neuropsicológica, de 31/03/2009, evidencia comprometimento principal na esfera atencional, memória e função executiva (manipulação de informações, abstração e planejamento), mostrando, também, lentidão para execução de tarefas

Final de setembro de 2006 – Afastamento por licença médica devido ao acidente sofrido e das lesões.

Pedidos de prorrogação de auxílio-doença: 19/03/2007 – deferido pedido de incapacidade

laborativa com benefício prorrogado até 15/03/200803/04/2008 - indeferido pedido, sendo considerado

inexistir incapacidade laborativa. Em ambas as ocasiões, tínhamos fornecido laudo

médico encaminhando paciente para o INSS.

Outras comunicações de decisão feitas após interposição de recurso nas datas de: 20/06/2008, 16/07/2008 e 17/09/2008 tiveram conclusão semelhante, isto é, benefício negado por não constatação de incapacidade laborativa.

23/10/2008: pedido deferido de auxílio-doença por constatação de incapacidade laborativa até 31/03/2009.

20/03/2009: inexistência de incapacidade laborativa.

Em vista da falta de perspectivas de melhoria do estado de saúde, propomos que seja concedida aposentadoria por invalidez.

Concedido benefício auxílio-doença até novembro/2009, mas não aposentadoria por invalidez.

HSPE ID: EJS, 40 anos, casado, procedente de

São Paulo. Profissão: professor de educação física há

15 anos. Local de trabalho: E. E– Itapevi - SP Encaminhamento: encaminhado pelo

Serviço de Otorrinolaringologia. QP: rouquidão há 9 anos Videolaringoscopia de 2007 evidenciando

cordite à esquerda e cordite associada à leucoplasia à direita.

Observações: leciona para cerca de 40 alunos por aula em pátio amplo e os alunos ficam dispersos pelo pátio. Tal fato gera necessidade de elevar o tom de sua voz durante as aulas. No dia da visita como faltou um professor ficou responsável por duas classes, isto é, 80 alunos.

Demora cerca de 10 minutos para conseguir manter a ordem na sala e realizar a chamada.

Professor realizando a chamada.

Professor orientando a turma sobre a atividade a ser realizada.

Pátio onde são realizadas as atividades.

Chamando atenção do aluno

Durante a visita, foi medida a dose do ruído emitido por sua voz para controle dos alunos em aula, utilizando-se dosímetro de ruido e os níveis de intensidade sonora, utilizando-se medidor de intensidade sonora, para quantificar o esforço vocal que o professor é obrigado a realizar para superar o ruído ambiente.

Foi constatado que o ruído ambiente está próximo de 79,8 dB (A), com uma medição máxima de 91 dB (A) e que o tom de voz atingido pelo paciente é de 97,46 dB (A) durante as aulas.

Conclusões: Através da dosagem de ruído do ambiente

de trabalho e da análise do dosímetro que avaliou o tom da voz do paciente, foi possível constatar que a disfonia no mínimo é agradava por sua condição de trabalho.

Recomendação: Foi recomendado que o paciente seja

readaptado em outra função em que não necessite utilizar constantemente a voz ou realizar atividades com grupos menores de alunos, onde possa orientar os alunos em menor tom de voz para prevenir agravamento de suas condições de saúde.