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RESUMO
A administrao financeira a rea responsvel pela gesto financeira cotidiana de uma empresa. E o
profissional que atua nesta rea o administrador de finanas que tem o papel de analisar, planejar e
controlar todos os recursos financeiros da empresa.
Para desenvolver o seu trabalho, o administrador de finanas precisa conhecer as estruturas e
finalidades de cada demonstrao financeira e como saber analisar cada uma delas. Alm disso, deve
estar muito bem informado sobre as mudanas no mercado financeiro.
As demonstraes financeiras bsicas so: Balano Patrimonial (apresenta a situao patrimonial da
empresa confrontando com os seus Ativos e Passivos ou Patrimnio Lquido); Demonstrao do
Resultado do Exerccio (tem por finalidade apresentar um resumo dos resultados financeiros das
operaes da empresa em um determinado perodo); Demonstrao das Origens e Aplicaes de
Recursos (relata como o Capital Circulante da empresa foi utilizado ou modificado); Demonstrao das
Mutaes do Patrimnio Lquido (retrata as alteraes ocorridas na conta durante o perodo).
As anlises dessas demonstraes financeiras so divididas em:
Situao financeira: apresentada pelos ndices de Liquidez (medem a capacidade da empresa
em honrar seus compromissos) e pelos ndices de Endividamento (mostram as grandes linhas de
decises financeiras, em termos de origens e aplicaes de recursos);
Situao econmica: apresentada pelos ndices de Rentabilidade (mostram qual a rentabilidade
dos capitais investidos) e pelos ndices de Atividade (mede a velocidade com que as contas do
Ativo Circulante so convertidas em vendas ou interferem nas disponibilidades).
Estas anlises oferecem uma viso clara da situao financeiro-econmica da empresa, identificando
seus pontos fortes e fracos e mostrando sua evoluo durante os anos. Com as anlises das evolues
da empresa possvel projetar situaes que a empresa pode vivenciar num futuro prximo. As
anlises da situao financeira e econmica da empresa Pirelli Pneus S.A. proporcionaram identificar
os seus pontos fortes, fracos, ameaas e oportunidades e ainda a viabilidade dos retornos dos
investimentos na empresa serem maiores que os investimentos em ttulos do Governo.
Palavras chave: administrao financeira, demonstraes financeiras, anlise das demonstraes
financeiras, situao financeira, situao econmica.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA N. 01 Ciclo Operacional Favorvel 54
FIGURA N. 02 Ciclo Operacional Desfavorvel 54
FIGURA N.03 Ciclo Financeiro da empresa Pirelli Pneus S.A 70
LISTA DE GRFICOS
GRFICO N. 01 Liquidez Corrente, Seca, Geral e Imediata 65
GRFICO N. 02 Endividamento 67
GRFICO N. 03 Atividade 69
GRFICO N. 04 Rentabilidade 71
LISTA DE QUADROS
QUADRO N. 01 Ativo e Passivo 20
QUADRO N. 02 Balano Patrimonial de 2003 23
QUADRO N. 03 Balano Patrimonial de 2004 24
QUADRO N. 04 Balano Patrimonial de 2005 25
QUADRO N. 05 Demonstrao dos Resultados do Exerccio de 2003 27
QUADRO N. 06 Demonstrao dos Resultados do Exerccio de 2004 28
QUADRO N. 07 Demonstrao dos Resultados do Exerccio de 2005 29
QUADRO N. 08 Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos de 2003 31
QUADRO N. 09 Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos de 2004 32
QUADRO N. 10 Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos de 2005 33
QUADRO N. 11 Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido de 2003 35
QUADRO N. 12 Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido de 2004 36
QUADRO N. 13 Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido de 2005 37
QUADRO N. 14 Anlise Vertical dos Balanos 41
QUADRO N. 15 Anlise Vertical das Demonstraes de Resultados 42
QUADRO N. 16 Anlise Horizontal dos Balanos 45
QUADRO N. 17 Anlise Horizontal das Demonstraes de Resultados 46
QUADRO N. 18 Demonstraes Gerais de Resultado e tipos de Alavancagem 60
QUADRO N. 19 Alavancagem Operacional, Financeira e Geral 61
QUADRO N. 20 Anlise do Quadro Clnico da empresa Pirelli Pneus S.A 64
LISTA DE TABELAS
TABELA N. 01 Liquidez Corrente, Seca, Geral e Imediata 65
TABELA N. 02 Endividamento 67
TABELA N. 03 Atividade 68
TABELA N. 04 Ciclo Financeiro 70
TABELA N. 05 Rentabilidade 71
TABELA N. 06 CDI mdias mensais 73
TABELA N. 07 Projees financeiras para os prximos 5 anos 74
SUMRIO
FOLHA DE APROVAO 02
DEDICATRIA 03
AGRADECIMENTOS 04
EPGRAFE 05
RESUMO 06
LISTA DE FIGURAS 07
LISTA DE GRFICOS 08
LISTA DE QUADROS 09
LISTA DE TABELAS 10
SUMRIO 11
INTRODUO 12
1 ADMINISTRAO FINANCEIRA E AS DEMONSTRAES CONTBEIS 17
1.1 O que so finanas? 18
1.2 O papel do administrador financeiro 18
1.3 Demonstraes Contbeis 18
1.3.1 Balano Patrimonial 19
1.3.2 Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE) 26
1.3.3 Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos (DOAR) 30
1.3.4 Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido 34
1.3.5 Notas Explicativas 38
2 ANLISE DAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS 39
2.1 Conceito 40
2.2 Anlise Vertical 40
2.3 Anlise Horizontal 44
2.4 Anlise dos Indicadores Financeiros e Econmicos 47
2.4.1 Anlise de Liquidez 48
2.4.2 Anlise de Atividade 50
2.4.3 Anlise de Endividamento 55
2.4.4 Anlise de Rentabilidade 57
2.5 Alavancagem 59
3 ANLISE DO QUADRO CLNICO E PROJEES FINANCEIRAS 63
3.1 Quadro Clnico 64
3.2 Projees Financeiras 74
CONCLUSES 77
REFERNCIAS 79
INTRODUO
As empresas desenvolvem suas atividades financeiras que precisam ser registradas. Estes registros
demonstram a vida da empresa e possibilitam uma anlise completa de sua situao. A administrao
desses dados responsabilidade do administrador financeiro, que coleta-os, estruturando-os e
analisando-os, gerando informaes essenciais para o processo de tomada de deciso.
A importncia de saber como so estruturadas as demonstraes financeiras e como analis-las, auxilia
o administrador financeiro a tomar decises que possibilitam grandes retornos financeiros e
crescimento empresa. Com estes conhecimentos, eles podem ainda identificar e descobrir a poltica
financeira dos concorrentes, e adotar critrios que podero super-los.
A anlise de balano surgiu no final do sculo XIX quando os banqueiros americanos passaram a
solicit-los s empresas tomadoras de emprstimos.
Nessa poca, os balanos apresentados forneciam dados que eram examinados apenas
superficialmente, sem nenhuma tcnica analtica ou tentativa de medio quantitativa.
No comeo do sculo XX, a literatura contbil mencionava a importncia de comparaes de dados das
demonstraes financeiras, porm as idias eram muito vagas em relao ao que comparar.
Com o passar dos anos, e o sucessivo recebimento de balanos, foi se desenvolvendo a noo de
comparao de diversos itens, sendo a mais comum a do Ativo Circulante com o Passivo Circulante.
Por volta de 1913, comearam a despertar a ateno sobre Depsitos Bancrios em relao ao
Exigvel, percentual de Contas a Receber em relao aos demais itens do ativo, percentual de
Estoques em relao a Vendas Anuais.
Em 1915, determinava o Federal Reserve Board (Banco Central dos Estados Unidos) a liberao de
crdito apenas s empresas que apresentassem declaraes escritas e assinadas de seus Ativos e
Passivos.
Entretanto, as demonstraes financeiras eram preparadas inadequadamente, no havia uniformidade
nas disposies e na terminologia, nem na classificao de rubricas.
Em 1918, buscando solucionar esta situao, o Federal Reserve Board apresentou um livreto que
inclua formulrios padronizados para Balano e Demonstraes de Lucros/Perdas e um esboo de
procedimentos de auditoria e princpios de preparao de demonstraes financeiras.
Em 1919, Alexandre Wall, considerado o pai da anlise de balanos, apresentou um modelo de anlise
de balanos, por meio de ndices, e demonstrou a necessidade de considerar outras relaes, alm de
Ativo Circulante contra Passivo Circulante. Posteriormente desenvolveu, em parceria com outros
autores, frmulas matemticas de avaliao de empresas, ponderando diversos ndices no balano.
Mesmo com o mtodo de computar vrios coeficientes, os analistas sentiam a necessidade de padres
de referncia que os auxiliassem em suas avaliaes.
Em 1925, Stephen Gilman, realizou algumas crticas anlise de coeficientes e props a sua
substituio pela construo de ndices encadeados que indicasse as variaes ocorridas nos
principais itens em relao a um ano-base, ou seja, uma Anlise Horizontal.
Surgiu na dcada de 30, dentro da empresa Du Pont, de Nemours nos Estados Unidos, um modelo de
Anlise da Rentabilidade da empresa que decompunha a Taxa de Retorno em Taxas de Margem de
Lucro e Giro dos Negcios, chamado de Anlise do ROI (Return on Investment).
No Brasil, a anlise de balano at 1968, era ainda um instrumento pouco utilizado na prtica. Neste
ano foi criado o SERASA, empresa que passou a operar como central de Anlise de Balano de bancos
comerciais.
Atualmente, a anlise de balano o meio mais utilizado pelas instituies financeiras para
consignao de crditos e muito utilizada dentro das organizaes como anlise da situao
econmico-financeira e apoio tomada de decises.
atravs da anlise das demonstraes financeiras que podemos identificar os pontos crticos dentro
da organizao e apresenta imediatamente um esboo das prioridades para solucionar problemas.
O conhecimento terico, e como us-lo na prtica de extrema importncia em se tratando de
estruturao e anlise das demonstraes financeiras. Essas anlises garantem uma viso da
estratgia e dos planos da empresa, possibilitando novas decises, permitindo estimar seu futuro, suas
limitaes e potencialidades. de primordial importncia estar munidos desses conhecimentos, todos
aqueles que pretendem se relacionar com a empresa, como fornecedores, financiadores, acionistas e
principalmente profissionais na rea financeira.
As empresas buscam profissionais capacitados e com grande conhecimento terico e prtico para
analisar, planejar e controlar seu sistema financeiro. Infelizmente a maioria dos administradores
financeiros no tem conhecimento de como desenvolver este trabalho, e isto um problema, pois
muitos se preocupam apenas em negociar propostas de crdito nas instituies financeiras, e no
buscam auxiliar o administrador da empresa a tomar decises corretas utilizando os recursos da
empresa da melhor forma possvel.
Saber estruturar os dados coletados e conhecer o significado de cada um, um conhecimento que
todo o administrador financeiro deve ter e para efetuar uma tima anlise financeira preciso conhecer
bem os indicadores utilizados e suas finalidades.
Para apresentao das estruturas e anlises utilizaremos as demonstraes financeiras da
empresaPirelli Pneus S.A., uma das empresas pertencentes ao Grupo Pirelli.
O Grupo Pirelli possui uma longa tradio industrial e est hierarquicamente colocado entre os lderes
mundiais nos setores em que participa. O seu negcio focalizado nos mercados chave de Pneus,
Solues Imobilirias e de Banda Larga.
Com mais de um sculo de trabalho rduo, a Pirelli se tornou uma verdadeira multinacional, firmemente
enraizada em diversos mercados locais do mundo. A sua fora competitiva est fundamentada na
capacidade tecnolgica, pesquisas, qualidade e know-how profissional dos seus recursos humanos.
Em 1929, a Pirelli comeou a escrever sua histria no Brasil com a aquisio da Conac, uma pequena
fbrica de condutores eltricos instalada na cidade de Santo Andr - SP.
Hoje, a Pirelli brasileira atua em trs setores distintos por meio da Pirelli Pneus S.A., Pirelli Energia
Cabos e Sistemas e Pirelli Telecomunicaes Cabos e Sistemas. Trata-se de uma das mais importantes
unidades de negcios do Grupo Pirelli em todo o mundo. Com um faturamento superior a R$ 2,5
bilhes em 2003 e empregando cerca de sete mil funcionrios, o Brasil representa cerca de 20% das
vendas globais da Empresa. So nove fbricas espalhadas pelo pas, que produzem pneus, cabos, fios,
fibras pticas e sistemas.
no Brasil que esto dois dos centros de pesquisa e desenvolvimento da Pirelli no mundo (um na rea
de pneus e outro para cabos e sistemas), a primeira pista de testes de um fabricante de pneus em toda
a Amrica Latina, uma das mais modernas fbricas de fibras pticas de todos os continentes e a maior
fbrica de pneus de caminhes e nibus da Pirelli, alm do nico centro de produo de pneus para
bicicletas do Grupo. Isso significa, por exemplo, que cada novo produto que a Pirelli lana no mundo
passa por testes, estudos e avaliaes feitas no Brasil.
Para garantir tamanho sucesso no mercado empresa Pirelli Pneus S.A. como todas as outras
precisam de grandes administradores financeiros que saibam analisar, planejar e controlar os dados
financeiros e ainda monitor-los e avali-los a fim de determinar o volume de capital necessrio para
desenvolver um projeto e auxiliar o administrador a tomar decises conforme as condies da empresa.
Entender como estruturar e analisar as demonstraes contbeis de grande importncia para a
administrao do negcio. Estas demonstraes contbeis mostram uma rpida viso intuitiva da
situao da empresa e ainda so bases para planejar os negcios e elaborar oramentos internos. H
quatro demonstraes financeiras bsicas: Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado do
Exerccio (DRE), Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido e Demonstrao das Origens e
Aplicaes de Recursos (DOAR).
Todas as demonstraes citadas acima so de extrema relevncia para o conhecimento do
administrador financeiro, porque o diagnstico de uma empresa quase sempre comea com uma
rigorosa anlise de balanos, cuja finalidade determinar quais so os pontos crticos e permitir, de
imediato, apresentar um esboo das prioridades para a soluo de seus problemas.
Com estas demonstraes contbeis podemos desenvolver anlises de liquidez, endividamento,
atividade, lucratividade, alavancagem e projees financeiras.
O trabalho ser elaborado com base em pesquisas bibliogrficas, coletando dados em livros, revistas,
internet e outros meios que proporcionaro o seu complemento e ainda, utilizaremos dados fornecidos
pela empresa Pirelli Pneus S.A. para demonstraes de anlises e de seus resultados.
Esta pesquisa pretende apresentar as estruturas e anlises financeiro-econmicas das demonstraes
contbeis, seus resultados e concluses, de maneira clara e objetiva.
CAPTULO 1
ADMINISTRAO FINANCEIRA E AS DEMONSTRAES CONTBEIS
Neste captulo apresentaremos o conceito da administrao financeira, a importncia do papel do
administrador financeiro dentro das empresas, a estrutura e os objetivos das quatro principais
demonstraes contbeis.
1.1 O que so finanas?
Finanas a arte e a cincia de administrar fundos (GITMAN, 2002, p. 4). Ela estuda toda a
movimentao de recursos financeiros entre os agentes econmicos. Estes agentes so os indivduos e
organizaes que obtm receitas ou adquirem fundos, gastam ou investem. Enfim, finanas ocupa-se
de mercados, instituies e instrumentos que esto envolvidos na transferncia de fundos entre
indivduos, empresas e governos.
1.2 O papel do administrador financeiro
A administrao financeira baseia-se no processo de anlise e gesto do dia-a-dia empresarial e de
seu destino de longo prazo do ponto de vista puramente econmico e monetrio. Enfim, a
responsabilidade do administrador financeiro dentro de uma organizao.
Os administradores financeiros podem atuar dentro de todos os tipos de empresas, sejam elas
financeiras ou no financeiras, privadas ou pblicas, pequenas ou grandes, com ou sem fins lucrativos.
Eles desempenham diversas atividades como: oramentos, previses financeiras, administrao do
fluxo de caixa, administrao de crdito, anlise de investimentos, captao de recursos financeiros,
anlise econmica e financeira da organizao e outras.
de extrema importncia o papel do administrador financeiro dentro de uma organizao, pois ele
que garantir o sucesso ou o fracasso do empreendimento, no que diz respeito administrao dos
recursos financeiros.
Todas as atividades empresariais envolvem recursos que so conduzidos para a obteno do lucro,
neste sentido, as empresas buscam profissionais muito bem qualificados para analisar, planejar e
controlar estes recursos.
1.3 Demonstraes Contbeis
de fundamental importncia entender as demonstraes contbeis ou tambm chamadas de
demonstraes financeiras para administrar bem o negcio em que a empresa est inserida. As
demonstraes financeiras representam um canal de comunicao da empresa com diversos usurios
internos e externos. Elas permitem uma rpida viso intuitiva da situao da empresa, um ponto de
partida para anlises posteriores e tambm servem de bases para planejar os negcios e elaborar os
oramentos internos. (GITMAN, 2002).
A maioria das empresas desenvolve diferentes modelos e contedos de demonstraes financeiras.
Para os administradores, desenvolvida uma demonstrao mais detalhada que proporciona uma
viso melhor para gerenciar suas unidades de negcios especficas; para a alta administrao so
desenvolvidas verses mais resumidas dessas demonstraes; para os acionistas estarem cientes da
situao econmica e financeira da empresa, so desenvolvidas demonstraes que contm
informaes auditadas e por fim, para a Receita Federal desenvolvido demonstraes fiscais.
Existem quatro demonstraes financeiras bsicas: Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado
do Exerccio (DRE), Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido e Demonstrao das Origens e
Aplicaes de Recursos (DOAR).
A Lei das Sociedades por Aes n. 6.404/76 obriga que no final de cada exerccio, com base na
escriturao mercantil, sejam elaboradas e publicadas as demonstraes junto com suas Notas
Explicativas e quadros, necessrios para esclarecer as demonstraes financeiras e facilitar as anlises
da situao da empresa e do resultado do perodo.
1.3.1 Balano Patrimonial
O Balano Patrimonial a demonstrao financeira que tem por finalidade apresentar a situao
patrimonial da empresa em dado momento, dentro de determinados critrios de avaliao.
A demonstrao confronta os Ativos (bens e direitos) que a empresa possui com seus Passivos
(obrigaes) ou Patrimnio Lquido (o que foi fornecido pelos proprietrios).
A grande importncia do balano reside na viso que ele fornece das aplicaes de recursos feitas
pela empresa (Ativos) e quantos desses recursos so devidos a terceiros (Passivos). Isso evidencia o
nvel de endividamento, a liquidez da empresa, a proporo do capital prprio (Patrimnio Lquido) e
outras anlises a serem vistas no decorrer deste trabalho.
No Balano Patrimonial, os elementos do patrimnio sero agrupados de modo a facilitar o
conhecimento e a anlise da situao financeira da empresa, portanto as contas do Ativo devem ser
apresentadas na ordem decrescente de liquidez, ou seja, conforme a capacidade do Ativo de ser
convertido em moeda corrente; assim um bem ou direito, quanto mais prximo estiver de se transformar
em dinheiro, maior liquidez possuir, enquanto que as contas do passivo devem obedecer ordem
decrescente das exigibilidades.
As contas do balano classificam-se em vrios grupos e subgrupos, cujo esquema apresentado logo
a seguir:
QUADRO N. 01 ATIVO E PASSIVO.
Fonte: IUDCIBUS, 1998.
Classificao do Ativo:
Ativo Circulante : composto pelos bens e direitos que iro ser convertidos em dinheiro, dentro do
prazo de doze meses. Divide-se nos subgrupos:
Disponvel: composto pelas exigibilidades imediatas.
Ex.: Caixa, Bancos Conta Movimento, Aplicaes de Liquidez Imediata etc.
Realizvel a Curto Prazo: alocam os direitos a receber no prazo de at doze meses.
Ex.: Duplicatas a Receber ou Clientes, Impostos a Recuperar, (-) Duplicatas Descontadas, (-) Proviso
para Devedores Duvidosos. Estas duas ltimas contas representam contas retificadoras da conta
duplicatas a receber ou clientes e so classificadas no ativo, tendo saldos credores, por isso so
demonstradas com o sinal (-) etc.
Estoques: representam os bens destinados venda e que variam de acordo com a atividade da
entidade, como produtos acabados, produtos em processo de fabricao, matrias-primas e
mercadorias.
Despesas Antecipadas: compreende as despesas pagas antecipadamente que sero
consideradas como custos ou despesas no decorrer do exerccio seguinte.
Ex.: Seguros a vencer, Aluguis a vencer e Encargos a apropriar etc.
Ativo Realizvel a Longo Prazo: compreende os direitos realizveis aps o trmino do exerccio
seguinte e as dos bens e direitos oriundos de negcios no operacionais realizados por coligadas,
controladas, proprietrios, scios, acionistas e diretores.
Ex.: Contas a Receber a Longo Prazo, Emprstimos a Controladas, Depsitos Judiciais, Aluguis a
Receber, Duplicatas a Receber (+12 meses) etc.
Ativo Permanente : compreende os bens fixos necessrios para que a entidade alcance seus
objetivos. Divide-se nos subgrupos: Investimentos, Imobilizados e Diferido.
Investimentos: as contas representativas dos bens e direitos por participaes permanentes em outras
sociedades e os direitos de qualquer natureza, no classificveis no Ativo Circulante, que no se
destinem manuteno da atividade da sociedade.
Ex.: Imveis para aluguel, Participaes em Coligadas, Participao em Controladas e Obras de Arte,
Provises para Perdas etc.
Imobilizados: as contas representativas dos direitos que tenham por objeto bens destinados
manuteno das atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade
industrial ou comercial.
Ex.: Imveis, Veculos, Instalaes, Mveis e Utenslios, Benfeitorias em Propriedades de Terceiros,
Depreciao, Exausto e Amortizao Acumulada, Marcas e Patentes, Direitos Autorais, Mquinas e
Equipamentos etc.
Diferido: as contas representativas das aplicaes de recursos em despesas que contribuiro para a
formao do resultado de exerccio(s) futuro(s).
Ex.: Gastos de Implantao, Gastos Pr-operacionais, Gastos com Modernizao e Reorganizao.
Classificao do Passivo:
Passivo Circulante: composto por todas as obrigaes que vencerem no exerccio social seguinte.
Ex.: Fornecedores, Salrios e Encargos a Pagar, Proviso para Frias, Emprstimos, Debntures,
Encargos Financeiros a Pagar, Impostos a Recolher, Proviso para Imposto de Renda etc.
Passivo Exigvel a Longo Prazo: composto pelas contas representativas das obrigaes com
vencimentos aps o trmino do exerccio social seguinte.
Ex.: Financiamentos e Emprstimos Bancrios, Adiantamentos de Scios, Adiantamentos de Acionistas,
Emprstimos de Coligadas e Emprstimos de Controladas etc.
Resultado de Exerccios Futuros: so contabilizados as receitas e os custos referentes a exerccios
outros que no os em curso.
Ex.: Receita Antecipada e Custos Atribudos Receita Antecipada.
Patrimnio Lquido: representa o capital que pertence aos proprietrios. Divide-se nos subgrupos:
Capital Social: compreende o montante do capital subscrito e por deduo a parcela ainda no
integralizada.
Reservas de Capital: so as contas que registram doaes recebidas, eventualmente pela entidade.
No caso de sociedades annimas, o gio na emisso de aes, o produto da alienao de partes
beneficirias, entre outras.
Reservas de Reavaliao: as contrapartidas de aumento de valor atribudas a elementos do ativo em
virtude de novas avaliaes, com base em laudo aprovado pela Assemblia Geral de Acionistas.
Reservas de Lucros: compreende as contas constitudas pela apropriao de lucros da companhia,
tais como: Reserva Legal, Reservas Estatutrias, Reservas para Planos de Investimentos, Reserva
para Contingncias, Reservas de Lucros a Realizar e Reserva Especial de Lucros para Dividendos
Obrigatrios no Distribudos.
Lucros ou Prejuzos Acumulados: registra os resultados acumulados pela entidade, quando ainda no
distribudos aos scios, ao titular ou ao acionista.
Veja os quadros a seguir dos Balanos Patrimoniais dos ltimos trs anos da empresa Pirelli Pneus
S.A.:
QUADRO N. 02 BALANO PATRIMONIAL DE 2003.
Fonte: Empresa Pirelli Pneus S.A.
QUADRO N. 03 BALANO PATRIMONIAL DE 2004.
Fonte: Empresa Pirelli Pneus S.A.
1.
QUADRO N. 04 BALANO PATRIMONIAL DE 2005.
Fonte: Empresa Pirelli Pneus S.A.
3.2 Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE)
O objetivo dessa demonstrao fornecer um resumo financeiro dos resultados das operaes da
empresa durante em perodo especfico (GITMAN, 2002, p. 71).
apresentada de forma dedutiva (vertical), iniciando-se com a Receita Bruta (total), da qual so
deduzidos os custos correspondentes, originando o Resultado Bruto; a seguir, so deduzidas as
despesas operacionais para atingir-se o Lucro Operacional, ao qual sero adicionados ou subtrados
os valores correspondentes aos resultados no operacionais, apurando o Resultado do Exerccio antes
da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL) e do Imposto de Renda de Pessoa Jurdica (IRPJ).
Finalmente, deduzido o valor da proviso para a Contribuio Social sobre o Lucro Lquido, da
Proviso para o Imposto de Renda e das Participaes nos Lucros, chegando-se, assim, ao Resultado
Final, que ser denominado Lucro ou Prejuzo Lquido do Exerccio.
Veja os quadros a seguir das Demonstraes de Resultados dos Exerccios dos ltimos trs anos da
empresa Pirelli Pneus S.A.:
QUADRO N. 05 DEMONSTRAO DOS RESULTADOS DO EXERCCIO DE 2003.
Fonte: Empresa Pirelli Pneus S.A.
QUADRO N. 06 DEMONSTRAO DOS RESULTADOS DO EXERCCIO DE 2004.
Fonte: Empresa Pirelli Pneus S.A.
QUADRO N. 07 DEMONSTRAO DOS RESULTADOS DO EXERCCIO DE 2005.
Fonte: Empresa Pirelli Pneus S.A.
A Contabilidade, com os dois relatrios, o Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado do
Exerccio, um completando o outro, atinge a finalidade de mostrar a situao patrimonial e econmico-
financeira de empresa.
Com os dois relatrios, qualquer pessoa interessada nos negcios da empresa tem condies de obter
informaes, fazer anlises, estimar variaes, tirar concluses de ordem patrimonial e econmico-
financeira, traar novos rumos para futuras transaes e, para tanto, s praticar adequada tcnica de
anlise de ndices financeiros que veremos no decorrer deste trabalho.
1.3.3 Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos (DOAR)
A DOAR um instrumento valioso para o analista. Mostra a movimentao dos recursos em termos de
Variao do Capital Circulante Lquido, detalhando as diversas fontes e aplicaes de recursos que o
afetaram. Esta demonstrao vem sendo substituda pela Demonstrao do Fluxo de Caixa, que melhor
se adapta ao objetivo de transparncia e detalhamento dessas modificaes.
Por meio dessa demonstrao o analista pode saber se a empresa gerou recursos em suas operaes,
se imobilizou recursos no perodo, se obteve novas fontes de financiamento de longo prazo e se os
acionistas fizeram novos aportes de capital.
Veja os quadros a seguir das Demonstraes das Origens e Aplicaes de Recursos da empresa Pirelli
Pneus S.A.:
QUADRO N. 08 DEMONSTRAO DAS ORIGENS E APLICAES DE RECURSOS DE 2003.
Fonte: Empresa Pirelli Pneus S.A.
QUADRO N. 09 DEMONSTRAO DAS ORIGENS E APLICAES DE RECURSOS DE 2004.
Fonte: Empresa Pirelli Pneus S.A
QUADRO N. 10 DEMONSTRAO DAS ORIGENS E APLICAES DE RECURSOS DE 2005.
Fonte: Empresa Pirelli Pneus S.A.
1.3.4 Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido
A elaborao dessa demonstrao facultativa para a maioria das companhias e, quando
apresentada, substitui a obrigatoriedade da Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados, onde
mostram as retenes de lucros, as distribuies de lucros aos scios, os ajustes de exerccios
anteriores, saldos ainda no destinados etc. obrigatria a publicao dessa demonstrao para as
companhias de capital aberto, instituies financeiras, seguradoras e algumas outras empresas.
A Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido mais importante que a Demonstrao de
Lucros ou Prejuzos Acumulados, pois para fins de anlise, a Demonstrao das Mutaes do
Patrimnio Lquido mais informativa e mostra as movimentaes ocorridas com as contas integrantes
do Patrimnio Lquido, com base no saldo inicial do exerccio anterior at o saldo final do exerccio,
contendo, portanto, alm da demonstrao da conta Lucros ou Prejuzos Acumulados, a demonstrao
do que ocorreu com as demais contas do Patrimnio Lquido: Capital Social, Reserva de Capital,
Reserva de Reavaliao e Reserva de Lucros.