Post on 16-Aug-2015
III Simpósio Fronteiras da Consciência
Consciência e
Iluminação
Fausto Lyra de Aguiar
5 de maio de 2007 – Inap, RJ (rev 24/05)
Consciência e Iluminação são conceitos além da lógica e dos modelos mentais com que estamos habituadosVamos procurar construir esses conceitos ao longo da palestraProcurando:
– Ampliar o entendimento sobre fenômenos– Ir além do que nos imaginamos ser– Ir além do Ego– Conectar com a "Mente Pura"
Premissas
2
"Estar no Presente” Importante No “aqui e agora” em “plena atenção”
Pilares do Trabalho
Consciência e
Iluminação
3
A Ciência1915: Einstein
“Teoria Geral da Relatividade”
- Mudou a visão newtoniana
- Deformação do “tecido do espaço-tempo”
1905: Einstein publica “Teoria da Relatividade Especial”Tempo e espaço não são absolutosMedidas de tempo e espaço - função da velocidade relativa entre observadoresCada observador tem tempo e espaço próprios
350 anos atrás
Descartes e NewtonMetáfora: “mecanismo de relógio” Realidade pensada e analisada em partes: fragmentação do todo; exemplo: Medicina: especialidades
Antiga lógica começa a separar-se do desenvolvimento científico- Campo eletro-magnético- Velocidade da luz constante, independente do observador
Século XIXSéculo XX
~ 1930: Mecânica Quântica - a “estranha realidade”
• Partícula e Onda• Entrelaçamento• O colapso das
possibilidades• O “Observador” e• O “Real”
4
Afastamento cada vez maior entre a física e a lógica tradicionalConceitos novos surgindo a todo momento:- “Big Bang”, expansão inflacionária, oceano de Higgs,
branas, universo holográfico, vácuo cheio, cordas vibrantes, espaço de onze dimensões, não localidade, ...
De que é feito nosso Universo?- Partículas / Ondas (fótons, elétrons e quarks)- Matéria Negra, Energia Negra
O conceito do ObservadorA física se aproximando do que os grandes sábios viam em suas meditações
A Ciência
5
Observem que ao longo do tempo:Temos um "diálogo interno" - permanentemteSão pensamentos “soltos”
Atuando a partir de “arquivos” já existentes no cérebro, na memória
Estes “arquivos” constituídos moldam a forma como: vemos, ouvimos, julgamos e filtramos- “isso é bom”, “isso é ruim”-“isso é certo”, “isso é errado”
Estamos em um contexto social que possui seus "paradigmas"
A Cognição
6
CULTURA
FAMÍLIAVALORES
ESCUTA/PERCEBE
O MUNDO
EXPER.PESSOAIS
“FÓRMULAS”DE
SOBREVIVÊNCIA
Espermatozóide
CarmaÓvulo
A Cognição
"Quem descobriu a água com certeza não foi um peixe"Pensamentos gerados por cultura, família, valoresInformações que vemos diz mais sobre nós do que a própria “realidade”Filtros modelam aquilo que vemosAgimos conforme estas CRENÇASO valor “científico” e “lógico” das informações é função do “conhecimento” em voga na sociedade
A Cognição: a Mente Ilusória
8
Somos moldados por essas informações pré-existentes”Estamos sob controle desses “arquivos”Esse arquivo é herdado dos ancestrais pelos cromossomos e por informações trazidas pela consciência na concepçãoO novo ser combina as 3 fontes de informação
• O DNA do espermatozóide• O DNA do óvulo e• O Carma
Como as percepções são moldadas?
O Mund
o
MemóriaExperiênciasPessoais
CulturaValoresFamília
Conheci-mentos
A Cognição
9
• O que tomamos por um objeto concreto é percebido como uma imagem mentalmente construída
• Suas características dependem de fatores externos e fatores subjetivos
• Os fatores subjetivos pertencem ao próprio processo de percepção, como emoções e desejos
• A imputação de conceitos sobre esse objeto em formação afeta sua construção perceptual
• Há uma mistura de conceitos e imagens mentais com o objeto observado pela percepção nua
Percepção-Concepção: Sujeito e Objeto
10
Percepção e Concepção‘Sujeito e Objeto’ em cada momento de percepção
A moldagem da Informação
1º Momento 2º Momento
3º Momento
Julgamento“arquivo”/ carma
ConceitoImputado O que é
registradopela mente
ilusória
O Objeto
• Analítico, linear, temporal, seqüencial
• Dominante em nossa cultura
• Foco específico• Sobrevivência (lutar
ou fugir), linguagem, auto-imagem
• Julga as informações com base em arquivos pré-estabelecidos - sistema de crenças
O Cérebro Esquerdo
12
• Focado no todo, percepção ilimitada
• Não julga, não tem medo, é criativo e espacial
• Onde aparecem os “insights”
• Os grandes breakthrough’s científicos
• As visões dos místicos
O Cérebro Direito
13
O “presente” está no lobo frontalQuando concentramos energia nesse local os “arquivos” perdem efetividade– Com treino meditativo pode-se estar no
“presente”– Sem esse treino há um meio simples:
• Focar energia nas áreas adjuntas aos ossos frontal e occipital
– Vamos fazer essa ‘experiência’?
O Cérebro: Estar no Presente - ‘Experiência’
14
É a experiência dos “olhos da mente e do espírito”A meditação permite:
- Ter o insight dos estados mais elevados de consciência
- Ter percepção da ‘mente pura e cristalina’- Estar no eterno presente”
- Sem a experiência da meditação– Ficamos sem base– Sem compreensão
Meditação
15
Muitas maneiras de meditar- Cada um deve procurar a
suaPode variar com a idadeExemplos:
– Jovem: Zazen– Meia idade: Dançar– Terceira idade: “Plena
atenção”Osho dizia:
– deve-se meditar todo o tempo
– A ‘plena atenção’Plena Atenção é estar com a atenção concentrada no que se estiver fazendo, no “aqui e agora”
Meditação
16
Lá está o contato com a Existência, com Deus, com o Tao, com Buda
Cérebro e coração parecem trabalhar em conjunto
Na China o coração é considerado a sede da
mente: - 心 No ‘caminho da iluminação’ o meditador precisa conseguir percepções e concepções válidas
Enquanto nossas percepções e concepções forem moldadas pelo “carma” estaremos sendo guiados por ele
Meditação, Cérebro e Coração
17
Depois das questões urgentes da vida cotidiana:- saúde, amor, estudos, carreira, trabalho e dinheiro,
Aparece a questão espiritual– O que somos?– O que viemos fazer neste mundo?
Religião e Religiosidade
18
Religião e Religiosidade
Mestre Osho• Distinguia
religião de religiosidade
• A busca pela religiosidade deve ser constante
• Plena atenção, a porta do divino
Santo Agostinho• Falava da
“Cidade de Deus” X “Cidade dos Homens”
• Cidade de Deus: atingida pela fé, pela introspecção no próprio divino
Buda• Estar presente• Além do ego,
das circunstâncias, do mundo das ilusões, desejos e apegos
• Não dualidade• A ‘Mente
Única’, o ‘Um Coração
19
Sidarta, o Buda a ser, aos 29 anos embarcou em:• Busca religiosa, com práticas ascéticas e
disciplinas mentais, conhecidas por “ioga” Alcançou duas concentrações iogue1. O estado de “nada” e2. O estado de “nem percepção nem não
percepção”• As sétima e oitava dhyanas
(concentração / meditação) Isso não foi suficiente e Shakyamuni corta com a tradição de seu tempo
• que ensinava que esses estados de meditação liberariam das aflições do mundo
Budadarma: Experiência de Shakyamuni
20
Ao perceber que as práticas ascéticas da época (jejum, mortificação do corpo) enfraqueciam a mente
– Criou o Caminho do Meio– Nem luxo nem ascetismo
Então, sentou-se sob árvore “bodhi” (iluminação) fazendo voto de não se mover até alcançar seu objetivo
– Episódio do ataque de Mara• A iluminação ocorre após
– As oito dhyanas, e– A eliminação dos conceitos de ‘eu’ e
‘meu’21
Budadarma: Experiência de Shakyamuni
1º estágio de dhyana: pensamento aplicado, visando desapego e alegria
2º estágio: concentração, coração sereno, isento de pensamento aplicado
3º estágio: a mente equilibrada, em atenção consciente; alegria
4º estagio: nem doloroso nem prazeroso – na total pureza da
mente atenta.
Os Níveis Tradicionais de Meditação na Iluminação de
Sidarta Gautama
A Visão da Iluminação do Budana Tradição Budista
Níveis de Consciência
5º estagio: além de percepção de forma, ‘vendo’ o “espaço sem fim”; permanece na ‘estação de espaço ilimitado.
6º estagio: além da ‘estação de espaço ilimitado, ‘vendo’ ‘consciência sem fim’, permanece na realização da ‘estação de consciência ilimitada’.
7º estagio: além da ‘estação de consciência ilimitada’, ‘vendo’ ‘não há nada’, ele permanece na realização da ‘estação de realmente nada’.
8º estagio: além do ‘campo de realmente nada; permanece na realização da ‘estação de nem percepção nem não percepção’.
Os NíveisTradicionais de Meditação na Iluminação de
Sidarta Gautama
A Visão da Iluminação do Budana Tradição Budista
Níveis de Consciência
Então, Sidarta elimina pela raiz todo sentido de “eu” e ‘meu’, deixando de existir como “pessoa”; torna-se o
Buda Shakyamuni
Então, para a iluminação seria necessário:
Obter os 8 níveis de meditação, as 8 Dhyanas
Entrar no “Caminho de Ver”, com percepções
válidas que duram mais que um momento
Mas, ainda sem remover a concepção da
existência inerente dos fenômenos
Inata aos seres desde o tempo sem começo
Iluminação e as Duas Verdades
24
No nível seguinte, o “Caminho da Meditação”:
1º - Fenômenos – inclusive o self - parecerão
existir inerentemente,
2º - Até que, quando todas as concepções inatas
de existência inerente são removidas,
3º - O meditador obtém o “Caminho de Não Mais
Aprendizado”; tornou-se um Buda
Iluminação e as Duas Verdades
25
Quando todas as concepções inatas de existência inerente são removidas, as duas verdades(1) A verdade convencional – a aparência convencional de fenômenos, inclusive as idéias de ‘eu’ e ‘meu’, e (2) A verdade fundamental – o vazio de todas as coisas e ausência de self (ou ego ou personalidade)
São vistas simultaneamente (onisciência) Não há mais distinção entre o período de meditação e o período de não meditação Todas as cognições Búdicas são diretas e válidas
Iluminação e as Duas Verdades
26
Consciência e seus Níveis
Bege 0 a 1,5 ano - Instintivo, sensório-motor, sobrevivência
Púrpura 1 a 3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico
Vermelho 3 a 6 - Egocêntrico, heróico, poder, mundo selva
Azul 7 a 10 - Mítico, rebanho, certo x errado, religião, membro, viver pela regra
Laranja 12 a 14 - Científico, sucesso individualista, ganhos materiais, objetivo
Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade, Gaia
Amarelo Integrativo, flexibilidade, espontaneidade, conhecimento, competência
Turquesa 25/30 - Holístico, sentimento, conhecimento, espiritualidade
(Estudos Ocidentais; Wilber, Beck e Cowan) 27
Consciência e seus Níveis
Testemunha Dual
Sujeito e objeto diferenciados
Equanimidade Unicidade - o Um igual ao Todo e vice versa
Testemunha Não Dual
Nem isso nem aquilo – sujeito e objeto indiferenciados
OM Nem dual nem não dual, isso, suchness
Mente Única A grande mente onde tudo surge e cessa
A visão oriental: em geral, depois dos 40 anos essa busca se inicia28
8. Turquesa (holístico)7. Amarelo (integrativo)6. Verde (pluralista)5. Laranja (científico)
4. Azul (mítico)3. Vermelho (egocêntrico)
2. Púrpura (animista)1. Bege (instintivo)
Níveis de Consciência Adotados 13. A Mente Única (onde tudo
surge e cessa) – o Um Coração12. Om (nem dual nem não dual) 11. Testemunha Não Dual (sujeito
e objeto indiferenciados)10. Equanimidade (unicidade) 9. Testemunha Dual (sujeito e
objeto diferenciados)
Wilber, Beck e Cowan (*)
(*) Integral Psychology e Spiral Dynamics
KW, Budadarma eExperiência Própria
Consciência E Seus Níveis
Níveis de Consciência em Memes(meme - grupamento humano que tem
a mesma perspectiva em sua visão da realidade / mundo)
Bege 0-1,5 ano - Instintivo, sensório-motor, sobrevivência; 0,1% população; 0% de poder
Púrpura 1-3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico, espírito de ancestrais, torcidas; 10%, 1% poder
Vermelho 3-6 - Egocêntrico, heróico, mundo selva, poder, glória, gangues, impérios feudais; 20%; 5% poder
Azul 7-10 - Mítico, conformista, membro, viver pela regra, certo x errado, religião; Puritanismo, Confucionismo, Comunismo; 40% da população; 30% do poder
Laranja 12-14 - Científico, sucesso, individualista, ganhos materiais, objetivo; 30% pop. e 50% poder
Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade, Gaia; Greenpeace; 10% pop. e 15% poder
Amarelo Integrativo, flexibilidade, conhecimento, competência, espontaneidade; 0,9%; 5% poder
Turquesa >30 - Holístico, universal, sentimento, conhecimento, espiritualidade; 0,1%
(Wilber, Beck e Cowan)
O que acontece depois de se chegar aos estados mais elevados de consciência? Será que chegamos à iluminação?– É provável que não!- Essa experiência é geralmente localizada- Com o tempo vão aparecendo outros estresses, dentre as inumeráveis dislexias que trazemos no ‘arquivo’, que nos trazem para níveis mais baixos
Andando no “Caminho”, usando a “plena atenção” vamos ficando cada vez mais estáveis nos níveis mais elevados, mas esse caminho é longo eEm cada estado almejado descobrimos que há algo mais adiante
Afinal qual é o objetivo?Onde queremos chegar?
31
Podemos voltar a níveis mais baixos– porque estão incorporados a nossa estrutura e– podem ser chamados a atuar dependendo das circunstâncias
Desde o nascimento crescemos partindo do nível bege (instintivo) em direção aos níveis mais elevados, Em cada um dos níveis– a visão do mundo é feita através dessa perspectiva– que é diferente de quem estiver em outro nível– isso é razão de muitos desencontros
A experiência do Buda diz que– somente a eliminação da idéia de “eu” e “meu”,
que nos é inata, leva à iluminação
Afinal qual é o objetivo?Onde queremos chegar? *
32
Buda: seus ensinamentos não incluem um Deus criador do universo como nas religiões “judaico - cristã - islâmica”Sua metáfora mais próxima é a Mente Única (o Um Coração 一心 )O conceito de self e outros fenômenos são manifestações (ou flutuações) desta menteO termo Consciência Universal poderia ser usada como metáfora desse “Um Coração” Os ‘nomes sagrados’ como Deus, Jeová, Alá, Brahman, Shiva e mesmo Iluminação, estão carregados de estresse emocional e energéticoÉ preciso meditação para melhor aceitar os aparentes conflitos de crença entre seus seguidoresDeus ou (o Um Coração 一心 ) é um só, qualquer que seja a metáfora usada
Deus e Mente Única 一心
33
O estado “normal” é o da mente límpida sem pensamentos; pensar é um ato autônomoO “normal” parece sem graça para a mente ilusória e seu gosto pelo drama!Na tranqüilidade da mente búdica, não há– felicidade ou infelicidade– pesar nem desespero, nem ansiedades– nem tragédias, nem ciúmes, nem amores, nem
ódios, nem ânsias de poder, nem desilusões– nem gols do Flamengo, nem novela da Globo, nem
BBBÉ o interesse pelo carnaval (bhava) – bom ou ruim – que nos faz ficar (ou voltar) para a mente ilusóriaSofrimento e alegria são dualidades de mesma natureza; pertencem a mesma festa de carnaval
Qual a principal dificuldade paraalcançar a Iluminação?
34
A energia do corpoSem ela o corpo é mortoO momento da morte é o momento em que a consciência deixa o corpo
O fantasma na máquinaNo Mahayana (*), o primeiro momento de consciência, antes que se misture com os conceitos pré-existentes na mente ilusória - o CarmaA consciência que encarna é chamada de Alma (judaico cristãs); Carma (Budadarma)Talvez só exista informação e a matéria um mito
• * Budismo Mahayana
O que é Consciência? Reflexões:
35
1º - Em “plena atenção”,
2º - Simultaneamente nas “Duas Verdades” –
a Fundamental e a Convencional
3º - Tendo eliminado pela raiz qualquer idéia de
eu, meu, mim
4º - No espaço onde tudo surge e cessa 一 心
O que é Iluminação? Reflexões:
36
Sugestões de percurso:
1º - Estando em “plena atenção”2º - Ter coragem para “parar e ver” – meditação e
insight3º - Encontrar um Mestre4º - Evitar processos que reforcem ego e
personalidade5º - Ir pouco a pouco subindo nos níveis de meditação
e de consciência
6º - Chegar à “Mente Única” 一 心7º - Encontrar as “Duas Verdades” 8º - Eliminar pela raiz qualquer idéia de eu, meu, mim
37
Qual o Caminho para a Iluminação?
– A mente cada vez mais quieta, no aqui e agora
– Diminuição progressiva de sofrimentos ligados ao ego• Ciúme, inveja, cobiça, ressentimento, raiva• Visões de poder e similares da “mente
ilusória”– A pessoa opera com atenção plena, com
percepções e concepções cada vez menos moldadas
– Pensa no presente; livre de conceitos e formulas pré-existentes na mente ilusória
Experiência Fruto do Crescimento
38
Visão das Grandes Tradições
39
Visão Budista Os Povos da Bíblia
- Não há dificuldade em relação a morte
- O conceito de sofrimento está ligado ao carma (ações no passado)
- Eliminação do “ciclo de nascimento e morte”,
- A reencarnação do carma é a questão principal
- Os infernos aparecem através do carma; inclusive onde renasce, de que pais, com que habilidades
• Percebem tudo que é ‘bom’ ou ‘mal’ com relação a regras ditadas por Deus
• A figura todo poderosa de um Deus e o medo de Deus
• A oração - encontro com Deus (pedidos)
• Ressurreição do corpo; vida eterna após a morte no céu ou no inferno
• O medo da morte
- Lembrando que iluminação é difícil e deve-se estar preparado para um período longo de “ficar cada vez melhor”,
- E que meditação é condição necessária para uma vida mais plena, podemos concluir:
“Quando você descansa na clareza cristalina da percepção sempre presente, você não é Buda ou Bodhisattva, você não é isso ou aquilo, você não está aqui ou acolá; quando você relaxa na simples percepção eternamente presente, você é o grandioso não-nascido, liberado de quaisquer qualidades”.
Ken Wilber, The Eye of Spirit
Conclusão
40
Sutras Budistas (tradução de F. Aguiar)- Sutra de Hui-neng (3 versões)- Sutra Lótus- Sutra Coração- Os Três Sutras da Terra Pura- Sutra Vimalakirti- Sutra Sandhinirmorcana- Sutra Avatamsaka – A Escritura do Ornamento de Flores
- Livro 1 a livro 24- Livro 31 a livro 36
Uma Psicologia Budista–Introdução ao livro ‘As Setenta Stanzas’ de Nagarjuna, David Komito, PhD
Palestras de Osho Integral Psychology, K. Wilber Uma Nova e Milenar Maneira de Ver a Vida – F. Aguiar
Fontes Principais
41
Anexos
Níveis Emocionais e de Consciência
• Níveis Emocionais
• Aceitação x Oposição• Disposição x Apatia ou
Raiva• Segurança x Vergonha• Igualdade x Culpa• União x Separação• No presente x Ausente
Níveis de Consciência
•OM•Testemunha Não Dual•Equanimidade•Testemunha Dual•Causal (êxtase, sida)•Sutil (amor incondicional)•Coral (mente psíquica)•Turquesa (holístico)•Amarelo (integrativo)•Verde (pluralista)•Laranja (científico)•Azul (mítico)•Vermelho (egocêntrico)•Púrpura (animista)•Bege (instintivo)
Os Espaços
Om, Mente Única e Buda
são usados para
auxiliar na “Cura”43
Sidarta, o Buda a ser, aos 29 anos embarcou em– Busca religiosa, com práticas ascéticas e disciplinas
mentais– Conhecidas por “ioga”
Alcançou duas concentrações iogue1. O estado de “nada” e2. O estado de “nem percepção nem não percepção”- As sétima e oitava dhyanas (concentração / meditação)
Isso não foi suficiente e Shakyamuni corta com a tradição de seu tempo
– que ensinava que esses estados de meditação liberaria das aflições do mundo
A Experiência de ShakyamuniO Budadarma
44
Logo, tentou purificação com jejum e– Percebeu que isso enfraquecia a mente– Criou o Caminho do Meio
Então, sentou-se sob de árvore “bodhi” (iluminação)– Fazendo voto de não se mover até alcançar seu objetivo– Logo Mara atacou tentando Shakyamuni ou teria
recebido impulsos derivados de seu próprio instinto de viver; ameaçado por seu voto de imobilidade
Após a oitava dhyana, seguiu-se:– Na 1a vigília da noite, viu suas vidas passadas; como
uma fita de cinema de sua biografias
A Experiência de ShakyamuniO Budadarma
45
Na 2a vigília, viu todo o universo de nascimento e morte– Viu a morte e renascimento de todos os seres– Viu os cinco domínios em que os seres poderiam renascer– E isso seria resultado de suas próprias ações– Seus renascimentos seriam determinados por seus
carmas (ações) Na 3a, viu as “Quatro Nobres Verdades”, os “Doze Elementos da Originação Dependente” e o “Nobre Caminho Óctuplo”
– Formulações de solução lógica para a lei do carma e– A verdade do não self, que é a percepção fundamental
que leva a iluminação Na 4a vigília, obteve onisciência e, quando o sol nasceu, não era mais Shakyamuni, mas ‘um Buda’, ‘um iluminado’ Essa experiência é a base de seu ensinamentoA historia subseqüente do Budadarma é uma progressiva explicação e interpretação dessa experiência
A Experiência de ShakyamuniO Budadarma
46
Causalidade e suas implicações
Não no sentido físico mecanicista ocidental onde a ação de um objeto provoca a ação de outro objeto; ex. bilhar
Essa causalidade é a “originação dependente”:Quando isso está presente, isso vem a ser;Do surgimento d’isso, isso surge.Quando isso está ausente, isso não vem a ser,Na cessação d’isso, isso cessa.
“Depende” é a palavra chave; seria incorreto dizer que ‘nome e forma’ causa os ‘seis campos dos sentidos’
Mas, a forma (matéria) é necessária para o aparecimento dos sentidos
Causalidade e os Doze Elementos
47
1. Ignorância2. Formações Cármicas3. Consciência4. Nome e Forma5. Seis Campos dos Sentidos6. Contato7. Sentimentos8. Desejo9. Ganância10. Vir a ser (bhava, carnaval)11. Nascimento12. Morte, tristeza, sofrimento
Representam os vários ‘aspectos do ser humano em conjunção com seu ambiente’; é um todo dinâmico; os skandhas são estáticos O sistema funciona em círculo Bhava – os 3 níveis de realidade ou modos de existência; os domínios do desejo, forma e não forma – o gosto pelo “carnaval”
Os Doze Elementos da Originação Dependente - Pratitya samutpada
48
Cada elemento depende do anterior Começando a descrição desde o 4º até o 7º elemento: O 4º elemento é identificado como ‘nome e forma’, que é
o termo técnico Budista para a entidade psicológica chamada “uma pessoa”
‘Nome’ identifica consciência e seus vários aspectos ‘Forma’ identifica matéria e seus vários aspectos Em ‘nome’ estão os agregados (skandhas) de:
Sentimento, percepção, formações cármicas e consciência
Isto é, todos os aspectos imateriais de um ser O 5º - “os seis campos dos sentidos” ou ‘portões’ ou
‘entradas’; os seis campos pelos quais a consciência opera
São os campos do olho, ouvido, nariz, língua, corpo (sensos táteis) e mente
Causalidade e os Doze Elementos
49
Mente é um órgão cujos objetos são conceitos, imagens mentais e outros sentidos de consciência; o conceito de “mim”; a imagem de uma pessoa - identificada como “eu”
O 6º é “contato”, isto é, a JUNÇÃO de um objeto de percepção, um órgão dos sentidos e uma consciência; um olho, uma forma material e uma consciência visual.
O 7º - é identificado como “sentimentos”, podendo ser agradáveis, dolorosos ou nem agradáveis nem dolorosos
Há 6 classes de sentimentos, conforme o órgão dos sentidos do qual depende
O fenômeno sentimento surge em dependência do fenômeno contato, o fenômeno do contato surge em dependência do fenômeno de um campo de sentidos e o fenômeno de um campo dos sentidos surge em dependência do fenômeno ‘nome e forma’, o ser psicológico!
Causalidade e os Doze Elementos
50
O 8º - Desejo surge em dependência de contato e ganância surge em dependência de desejo
Nós desejamos experiências sensoriais agradáveis e cobiçamos sua continuação; para experiências dolorosas desejamos cessação
Buda viu que todos os fenômenos surgem e cessão Desejamos que o agradável permaneça e que o
desagradável cesse; e nos apegamos a ambos Daí surge o 9º elemento - ganância ou apego - por objetos
e sentimentos Esse apego ao carnaval é função do desejo por objetos
dos sentidos e dos prazeres ou sofrimentos associados Esse ciclo de desejar o transitório é a natureza de nossa
existência; é o 10º elemento ‘vir a ser’ (bhava; apego ao carnaval)
Causalidade e os Doze Elementos
51
Esse ciclo de desejos é apropriado pelo “Eu”; um conceito que é objeto do órgão dos sentidos “Mente”
O ‘vir a ser’ (bhava; atração pelo “carnaval”; os modos de existência, os domínios do desejo, forma e não forma) não começou nessa vida em, nem acaba com ela
Buda viu sua própria serie de vidas sem começo e o continuum de vidas dos seres sencientes
Esse contínuo de vida depende do apego à continua existência do “EU”, com suas experiências dos sentidos
Por isso, após uma vida obtém-se outra Como o que quer que nasça irá morrer; ‘nascimento’
ocorre em dependência de ‘vir a ser’ e, na dependência de nascimento está ‘morte’.
A noção de que esse apego pela existência continuada de um self, isto é da experiência de “mim mesmo”, poderia levar a um novo nascimento é particularmente estranha à mente judeu-cristã. Como explicar?
Causalidade e os Doze Elementos
52
A coisa mais próxima de “uma pessoa é “nome e forma” Buda ensinou que ‘nome e forma’ (o 4º) se origina em
dependência do 3º – ‘consciência’; nenhum corpo (forma) poderia existir sem consciência, porque estaria morto
Sono é considerado como sendo total desatenção aos objetos dos sentidos, isto é, consciência de nada e, não a não existência de consciência
Consciência não é experenciada sem influencias de experiências prévias, que deixam traços na memória que moldam a consciência
Por isso, ‘consciência (3º)’ depende do 2º elemento, ‘disposições’ ou ‘formações cármicas’
Os traços deixados por ações anteriores (carma) somam ao formar a consciência
Porque para o não iluminado a percepção nunca é “consciência crua” sem influência de ações passadas
Causalidade e os Doze Elementos
53
As ‘formações cármicas’ surgem em dependência do 1º elemento, ‘ignorância’
Ignorância significando desconhecimento da natureza real - ou o estado existencial dos fenômenos internos e externos
Devido as experiências passadas (carma, DNA’s), coisas e fenômenos são interpretados e
Se reage a eles dentro de um contexto de desejo e aversão; onde se superestima seus aspectos atrativos e repulsivos
As pessoas não vêem as coisas como elas são, mas de forma distorcida e de forma habitual
Por isso, a consciência que surge em dependência das ‘formações cármicas’ é distorcida pela ignorância
• Essa ignorância profunda não depende das experiências de uma única vida, mas sim de múltiplas vidas e por isso,
• Depende dos elementos anteriores (11º e 12º), ‘nascimento’ e ‘morte’
Causalidade e os Doze Elementos
54
Os prazeres e sofrimentos dessas vidas deixam traços que distorcem a consciência; a contração em relação ao desagradável e a cobiça pelo agradável
Os principais traços são a dor do parto, o terror da morte, envelhecer e ficar frágil
Coisas agradáveis são buscadas com desejo que superestima os prazeres e seguidas por constante medo de perda
Os doze elementos descrevem o desenrolar da existência de seres de forma dinâmica
Vida após vida, os seres se apegam a satisfações transitórias de maneira ignorante
A ganância depende da ignorância (entendimento incorreto da natureza real dos fenômenos) e sua conseqüente atração ou aversão para com esses fenômenos
É a ganância que impele os seres para o fluxo de renascimento
Causalidade e os Doze Elementos
55
Buda viu os seres circulando sem fim por essa existência cuja natureza é descrita pelos doze elementos, momento a momento; a isso chamou de samsara
Buda também viu a saída do ciclo: Cada um dos doze elementos é condição da qual os
demais dependem Se qualquer uma delas for destruída, todo o ciclo
cessará A cessação desse ciclo é o nirvana
Buda também viu a verdade do não self: A ‘coisa’ mais próxima de uma pessoa é nome e forma (4º);
matéria é composta dos “quatro grandes elementos”: terra, ar, fogo e água (talvez quarks, elétrons, fótons e espaço)
Quando percebemos algo, é essa forma que estamos percebendo; a base física de “uma pessoa”; o corpo
“Nome” é a ‘consciência’ que faz ‘o perceber das formas’; é o que é entendido como “mente”
Causalidade e os Doze Elementos
56
O corpo é um composto de fatores: sentimentos – agradáveis, dolorosos ou nem agradáveis nem dolorosos; percepções – seis, conforme a base dos órgãos dos sentidos; formações cármicas – traços de experiências passadas mais características básicas de atenção e memória e consciência bruta, nua - atenção pura ainda não moldada pelas formações cármicas ou percepções
O conceito de skandha - os cinco “agregados” da mente ilusória em que se baseia a ilusão de uma individualidade separada - são formas, sensações, percepções, formações cármicas (ou atividade) e consciência
Os skandhas se referem ao perceber dos objetos (não aos órgãos como nos elementos) e a consciência skandha é consciência considerada no abstrato, sem moldagens
Causalidade e os Doze Elementos
57
O sistema skandha é estático e analítico; descreve os componentes que fazem ‘uma pessoa’
O sistema dos doze elementos é dinâmico – descreve como os skandhas interagem ao longo do desabrochar da existência humana - e como afetam um ao outro no tempo
Em nenhum local da descrição dos skandhas encontramos referência a uma pessoa; pode-se identificar um pensamento subjetivo “EU” dentro desse sistema como uma memória ou um nome, caindo no skandha de formações cármicas
Também pode-se identificar o pensamento “EU” como um objeto de percepção do sentido “mente”, em cujo caso cairia no skandha de percepção
Em nenhum lugar pode-se encontrar um órgão ou entidade que seja um ‘eu’ ou ‘self’ real
É esse self que só pode ser encontrado como um rótulo aplicado a experiências subjetivas, que é identificado pelo Buda como o não self de uma pessoa
Causalidade e os Doze Elementos
58
Há um “Eu” subjetivo, mas não há nenhuma pessoa real para agir como um equivalente para o conceito “Eu”
Todos usamos o rótulo “Eu” e todos experimentamos um “Eu” como sujeito aparente de “nossas” experiências
Mas, se houvesse um self ou pessoa ou ser que corresponda ao sentido subjetivo de “Eu”, então deveria ser encontrado na analise do ser humano, feita através dos 5 skandhas
Se o skandha da forma for removido, um self será encontrado? Ou se o skandha da consciência for removido, um self será encontrado?
Onde se olhar dentro dos 5 skandhas nenhum self real é encontrado, somente uma idéia de um “Eu”, imaginado como self
A essência da ignorância é acreditar self existe no cerne dos seres e se agarrar a ele; é a razão pela qual ‘seres’ renascem
Causalidade e os Doze Elementos
59
A crença da existência de algo que atende pelo rótulo “Eu” ou a experiência “mim” é apenas um caso especial do hábito ignorante geral de acreditar que haja entidades reais de qualquer natureza
Ou objetos de referência para quaisquer rótulos e que carreguem as características atribuídas a elas por esses rótulos
É a destruição dessa crença ignorante e distorcida que ‘self’s e coisas’ são o que parecem ser que quebra a cadeia dos doze elementos e trás o nirvana
Todos elementos surgem em dependência da ignorância, que é primariamente a crença num self
Então com a cessação dessa crença incorreta: todo o complexo dos doze elementos se quebra os cinco skandhas não têm mais nenhuma base onde se
juntar renascimento para e sofrimento cessa
Causalidade e os Doze Elementos
60
A doutrina fundamental do Budismo enunciado pelo Buda Shakyamuni em seu primeiro sermão (Dharma cakra pravartana sutra) ensina que:
1. Duhkha - toda existência é frustrante e sofrida2. Samudaya (surgimento) – sofrimento surge devido ao desejo
por sensações e experiências prazerosas3. Nirodha (cessação) – é possível livrar-se do sofrimento e
conseguir nirvana4. Marga - existe uma maneira de atingir este objetivo,
Consiste de 8 fatores que coletivamente podem levar ao Nirvana – o Nobre Caminho Óctuplo
As Quatro Nobres Verdades
61
• 1. Visão Correta – aceitação do Ensinamento (Darma); relacionado com insights e prajna
• 2. Decisão Correta – ter perspectiva positiva; determinação pela iluminação
• 3. Fala correta – falar de forma positiva e produtiva, em lugar de mentir, enganar ou ferir;
• 4. Ação correta – manter os 5 preceitos básicos; proibindo matar, roubar, má conduta sexual, mentir e usar drogas
• 5. Meio de vida correto – evitar profissões que possam ferir a outros
• 6. Esforço correto – dirigir a mente para religiosidade; nutrir os estados saudáveis da mente
• 7. Plena atenção correta – estar todo o tempo presente e atento,no que estiver fazendo, pensando ou sentindo
• 8. Meditação correta – treinar a mente para alcançar o estado de atenção focada necessária para entrar nas 8 dhyanas
Grupamentos: (1) e (2) – Insight (prajna; sabedoria); (3) a (5) – Moralidade (sila); (6) a (8) – Meditação (samadhi)
O Nobre Caminho Óctuplo
62
CAMPO OBJETIVO CONSCIÊNCIA ÓRGÃO DOS SENTIDOS
Formas Consciência Visual Olho
Sons Consciência Auditiva Ouvido
Cheiros Consciência Olfativa Nariz
Paladares Consciência de Sabor Língua
Tangíveis Consciência Tátil Corpo
Conceitos Consciência Mental Mente
Consciência e Percepção no Budismo
63
Uma percepção ocorre quando há contato entre um órgão dos sentidos, um objeto em seu campo e consciência; por exemplo
Ver: contato entre forma - olho - consciênciaEsses três – órgão, objeto e campo de consciência -
surgem e cessam juntos ao longo da seqüência de momentos
Um momento é um pequeno intervalo de tempo; diz-se que há 65 desses momentos no ‘estalar um dedo’
A tabela parece identificar seis tipos de consciência; mas, há apenas uma consciência fundamental a “consciência primária”, ou “consciência”.
Consciência e Percepção no Budismo Mahayana
64
Shariputra pergunta à AvalokiteshvaraComo deveria treinar quem deseja se engajar na prática da
perfeição da sabedoria?”A resposta resumida:• Os cinco agregados são vazios de existência intrínseca• Forma é vazio, vazio é forma, vazio não é outro que
forma, forma também não é outro que vazio• Da mesma forma, sentimentos, percepções, formações
mentais e consciência são todos vazios• Todos os fenômenos são vazios e sem características
definidoras• Não nascem, não cessam, não são deficientes, não são
completos
Sutra Coração (resumido)
65
• No vazio não há forma, nem sentimentos, nem percepções, nem formações mentais, e nem consciência• Não há olho, ouvido, nariz, língua, corpo, nem mente• Não há forma, som, cheiro, sabor, textura ou objetos
mentais• Não há ignorância, não há extinção de ignorância, não há
envelhecimento e morte, nem extinção de envelhecimento e morte
• Não há sofrimento, origem, cessação ou caminho• Não há sabedoria, nem realização, nem não realização
• Mantra:Tadyatha gaté gaté paragaté parasamgaté bodhi svaha!
Sutra Coração (resumido)
66
67
• “Da mesma maneira, sentimentos, percepções, formações mentais (atividades) e consciência são todos vazios”.
• Perceber o isso (suchness) de todos os fenômenos é a verdade fundamental sobre a natureza da realidade.
• As duas verdades (convencional e fundamental) são dois aspectos de uma única realidade
• A pessoa pode perceber diretamente a ausência completa de realidade independente em todas as coisas e eventos
• Em tal estado, não há formas, nem sentimentos, nem sensações, nem percepção, nem formações mentais, ou seja, nada mesmo!
• Para uma pessoa imersa na realização direta do vazio, características como originação e cessação - ou qualquer dualidade – não são encontradas
Conselho: Não se baseie meramente no entendimento intelectual, mas na experiência direta
Sutra CoraçãoComentários do Dalai Lama
1. Alegria Extrema– Fazem as práticas dos seres iluminandos e
beneficiam os seres sencientes com alegria; desenvolvem raízes de bondade; foco nos votos
2. Pureza– Honestidade total, seguindo o caminho do insight
correto para o domínio da realidade; remoção de todos aviltamentos
3. Refulgência– Realizam as oito dhyanas; plena atenção correta;
desapego; comprometimento com a iluminação
( ‘Escritura do Ornamento de Flores’)
Os Dez Estágios de Iluminaçãodos Seres Iluminandos
68
4. Fulgor– Entrando na luz do Darma; atenção; concentração; fé;
cooperação; energia; mente pura– Igualdade; imparcialidade; equanimidade;
entendimento das duas verdades, a convencional e a fundamental
6. Difícil de Conquistar– Participar do mercado com profissões mundanas;
desenvolver seres sencientes7. Presença
– Entrando no Ensinamento profundo; equanimidade; não dualidade de existência e não existência de todas as coisas; vendo coisas por sua natureza intrínseca; analise de ignorância; prajna
Os Dez Estágios de Iluminação
69
7. Indo Longe– O Caminho, meios expedientes, intenção pura; prajna;
não dualidade da essência de ser e não ser; todos elementos de iluminação são cumpridos momento a momento
– Parecem praticar os caminhos de não budistas e seguem ocupações mundanas
8. Imóvel- Todos os elementos acima são executados sem esforço;
contemplação em prajna; foco no Caminho BúdicoOs níveis(9) Mente Boa e (10) Nuvem de Pensamento
– são aprofundamentos na onisciência
Os Dez Estágios de Iluminação
70
Níveis Emocionais e de Consciência
Níveis Emocionais
Aceitação x OposiçãoDisposição x Apatia ou Raiva
Segurança x VergonhaIgualdade x CulpaUnião x Separação
No presente x Ausente
Níveis de Consciência
OMTestemunha Não Dual
EquanimidadeTestemunha Dual
Causal (êxtase, sida)Sutil (amor incondicional)
Coral (mente psíquica)Turquesa (holístico)
Amarelo (integrativo)Verde (pluralista)
Laranja (científico)Azul (mítico)
Vermelho (egocêntrico)Púrpura (animista)Bege (instintivo) 71
Os Espaços
Om, Mente Única e Buda
são usados para “cura”
Níveis de Consciência em Memes(meme - grupamento humano que tem
a mesma perspectiva em sua visão da realidade / mundo)
Bege 0-1,5 ano - Instintivo, sensório-motor, sobrevivência; 0,1% população; 0% de poder
Púrpura 1-3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico, espírito de ancestrais, torcidas; 10%, 1% poder
Vermelho 3-6 - Egocêntrico, heróico, mundo selva, poder, glória, gangues, impérios feudais; 20%; 5% poder
Azul 7-10 - Mítico, conformista, membro, viver pela regra, certo x errado, religião; Puritanismo, Confucionismo, Comunismo; 40% da população; 30% do poder
Laranja 12-14 - Científico, sucesso, individualista, ganhos materiais, objetivo; 30% pop. e 50% poder
Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade, Gaia; Greenpeace; 10% pop. e 15% poder
Amarelo Integrativo, flexibilidade, conhecimento, competência, espontaneidade; 0,9%; 5% poder
Turquesa >30 - Holístico, universal, sentimento, conhecimento, espiritualidade; 0,1%
(Wilber, Beck e Cowan)
Qualquer assunto – aprendizado, amor, sexo, dinheiro, trabalho, sucesso, felicidade, iluminação - pode ser fonte de estresse e desequilíbrio energético Utiliza-se sistema holístico com base em bio-feedback para determinar dislexias que forem prioridades para o corpo da pessoa Como as respostas são binárias é necessário ter listagem de dislexias para nomear as prioridades Conhecendo-se e medindo-se esses estresses é possível desativá-los Os métodos para desativação podem ser vários, desde que o facilitador tenha intimidade com eles O sistema Terapia do Swami Amano pode ajudar nessa tarefa, com suas tabelas de estressores e o uso de bio-feedback
Bio-feedback , Estresse e Terapia
73