Antipsicóticos e sua ação teratogênica

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Antipsicóticos

Laura Gehrke

Professor: Gonzalo Jaime Cofre Cofre

Universidade Federal de Santa CatarinaCentro de Ciências BiológicasDepartamento de Biologia Celular, Embriologia e GenéticaMecanismos Moleculares e Celulares de Teratogênese

Florianópolis, novembro de 2013

Psicoses

As psicoses são caracterizadas por uma ou maisdas seguintes manifestações:

• perda de encadeamento lógico do pensamento;• incapacidade de julgamento;• percepção incorreta da realidade;• alucinações;• ilusões;• excitação extrema; e• comportamento violento.

Esquizofrenia:• Sintomas positivos: delírios e distúrbio do pensamento.

• Sintomas negativos: isolamento social e achatamentodas respostas emocionais.

Uma das hipóteses mais aceitas como sendorelacionadas na patogenia da esquizofrenia fala de umacombinação de hiperfunção da dopamina ehipofunção dos glutamatos no sistema neuronal,juntamente com um envolvimento pouco esclarecidodos receptores da serotonina (5HT2) e um balançoentre esses receptores com os receptores dopamínicos(D2).

Descoberta casual da clorpromazina:

Tranquilizante

Henri-Marie Laborit (cirurgião francês)

1950: Clorpromazina (sintetizada por Paul Charpentier e testada por Simone Courvoisier)

Pacientes mais calmos.

Fármacos antipsicóticos

Típicos: Apresentam bom efeito nossintomas positivos. Bloqueiam o receptor D2 dadopamina.

Clorpromazina;

Levomepromazina;

Triflupromazina;

Tioridazina;

Haloperidol.

Atípicos: Descobertos mais recentemente.Menores efeitos adversos. Apresentam algumefeito sobre os sintomas negativos. Capazes debloquear receptores D2 e de outrasmonoaminas, tais como os de 5HT-2.

Clozapina;

Olanzapina;

Quetiapina;

Risperidona.

Mecanismo de Ação

A) Ativação dos receptores D2. B) Bloqueio de receptores D2.

Os antipsicóticos levam dias ou semanas paraexercer seus efeitos. Isto se dá devido ao fato depossuírem uma meia vida longa. O fármaco alcançaníveis estáveis somente após aproximadamente 5tomadas.

O efeito das drogas antipsicóticas consiste emproduzir um estado de apatia e menor iniciativa. Oindivíduo mostra menos emoções, demora aresponder a estímulos externos e tende a adormecer.As tendências agressivas são fortemente inibidas.Entretanto não há perda acentuada da funçãointelectual.

Os recém-nascidos expostos intra-útero àsdrogas antipsicóticas podem desenvolver sinaisde disfunção extrapiramidal, como tremores,reflexos tendinosos profundos hiperativos e

irritabilidade.

Teratogênese dos Psicofármacos

As drogas antipsicóticas atravessamfacilmente a barreira placentária, alcançandoníveis significativos no feto e no líquidoamniótico.

O feto e o recém-nascido sãoparticularmente sensíveis aos efeitos dospsicotrópicos, pois a permeabilidade dabarreira hematoencefálica é maior que nosadultos.

Classificação da FDA:

Antipsicóticos

Típicos

Clorpromazina C Raras anomalias;

Icterícia fetal;

Efeitos anticolinérgicosfetais no nascimento.

Haloperidol C

Levomepromazina C

Trifluioperazina C

Tioridazida C

Atípicos

Clozapina B Risco desconhecido.

Olanzapina C

Quetiapina C

Risperidona C

- Teratogenicidade morfológica: abortos,malformações congênitas, retardos no crescimento,efeitos carcinogênicos e mutações (com baixo risco paraa maioria das medicações psicotrópicas).

- Associada à exposição fetal durante as primeiras 12semanas de gestação.

- Síndrome perinatal: inclui uma variedade desintomas físicos e comportamentais notados logo após onascimento.

- Estes sintomas são atribuídos ao uso de fármacos pertoou durante o parto e geralmente são de curta duração.

- Sequelas neurológicas, comportamentais,psicológicas e cognitivas (a longo prazo).

Há situações onde não tratar a mãe oususpender o tratamento pode acarretar um riscomaior para o feto do que o uso de drogasantipsicóticas. Nesse caso:

Manutenção do tratamento com drogaantipsicótica clássica (haloperidol).

As drogas devem ser usadas na menor dosenecessária e pelo menor tempo possível.

É recomendado a suspensão ou a diminuiçãodo tratamento 1 semana antes do parto.

Bibliografia

• Moreira FA, Guimarães FS. Mecanismos de ação dosantipsicóticos: hipóteses dopaminérgicas. Medicina (RibeirãoPreto) 2007; 40 (1): 63-71;

• Marcelo A. Cabral. Anotações em Farmacologia e FarmáciaClínica: Fármacos Antipsicóticos;

• Paulo José Soares. Uso de Medicação Psiquiátrica na Gravidez. 2003.