dopamina, serontonina e medicamentos antipsicóticos

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Guilherme Denes nº 20 3ºB Dopamina, serotonina e medicamentos antipsicóticos: A Dopamina é um neurotransmissor. A Dopamina é segregada pelo neurônio na sinápse, onde se combina com seus receptores específicos (da dopamina) nos neurônios adjacentes. A dopamina é, portanto, um neurotransmissor sintetizado por certas células nervosas que age em regiões do cérebro promovendo, entre outros efeitos, a sensação de prazer e a motivação. Depos de sintetizada, a Dopamina é armazenada dentro de vesículas nas sinápticas. Quando chega um impulso elétrico na sinápse, essas vesículas se direcionam para a periferia do neurônio e liberam seu conteúdo da Dopamina na fenda sináptica. A Dopamina aí liberada atravessa essa fenda e se liga aos seus receptores específicos na membrana do próximo neurônio. O neurônio que secreta a Dopamina é chamado de Neurônio Pré-Sináptico, porque está anrtes da sinápse e o que recebe a dopamina é chamado de Neurônio Pós-Sináptico. Uma série de reações ocorre quando a Dopamina ocupa seus receptores (receptores dopaminérgicos) no neurônio pós- sináptico: alguns íons entram e saem desse neurônio e algumas enzinas são liberadas ou inibidas. Após cumprir sua função (estimular o neurônio seguinte) a Dopamina é recaptada novamente pelo neurônio pré-sináptico (o mesmo que a secretou) através de proteínas chamadas de transportadores de Dopamina, localizadas neste neurônio pré-sináptico. Site: Yahoo.

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Guilherme Denes nº 20 3ºB

Dopamina, serotonina e medicamentos antipsicóticos:

A Dopamina é um neurotransmissor. A Dopamina é segregada pelo neurônio na sinápse, onde se combina com seus receptores específicos (da dopamina) nos neurônios adjacentes.

A dopamina é, portanto, um neurotransmissor sintetizado por certas células nervosas que age em regiões do cérebro promovendo, entre outros efeitos, a sensação de prazer e a motivação.

Depos de sintetizada, a Dopamina é armazenada dentro de vesículas nas sinápticas. Quando chega um impulso elétrico na sinápse, essas vesículas se direcionam para a periferia do neurônio e liberam seu conteúdo da Dopamina na fenda sináptica.

A Dopamina aí liberada atravessa essa fenda e se liga aos seus receptores específicos na membrana do próximo neurônio. O neurônio que secreta a Dopamina é chamado de Neurônio Pré-Sináptico, porque está anrtes da sinápse e o que recebe a dopamina é chamado de Neurônio Pós-Sináptico.

Uma série de reações ocorre quando a Dopamina ocupa seus receptores (receptores dopaminérgicos) no neurônio pós-sináptico: alguns íons entram e saem desse neurônio e algumas enzinas são liberadas ou inibidas.

Após cumprir sua função (estimular o neurônio seguinte) a Dopamina é recaptada novamente pelo neurônio pré-sináptico (o mesmo que a secretou) através de proteínas chamadas de transportadores de Dopamina, localizadas neste neurônio pré-sináptico.

Site: Yahoo.

Dopamina - EIA Catecolamina é o nome dado ao grupo de aminas aromáticas (noradrenalina, adrenalina, dopamina e seus derivados) que atuam como hormônios e neuro-transmissores respectivamente. Adrenalina e noradrenalina são formadas a partir da dopamina. Elas atuam na musculatura cardíaca e no metabolismo (adrenalina) e também na circulação periférica (noradrenalina) ajudando o corpo a lidar com stress agudo e crônico.

Um aumento na produção de catecolaminas pode ser encontrado em tumores do sistema cromafim (feocromocitoma, neuroblastoma, ganglioneuroma). Concentrações aumentadas ou baixas das caecolaminas também podem ser encontradas em hipertensão, doença degenerativa cardíaca, esquizofrenia e psicose maníaco-depressiva. A dosagem de dopamina (Dopamine) e seus derivados são de grande valor em crianças que são suspeitas de possuir neuroblastoma.

http://www.gendiag.com.br/nossos_produtos/pesquisa/IB89518

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A dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central. A dopamina também está associada ao Mal de Parkinson (escassez na via dopaminérgica nigro-estriatal) e à Esquizofrenia (desbalanceamento com excesso na via dopaminérgica mesolímbica e escassez na via mesocortical).

A dopamina está por trás da dependência do jogo, do álcool e de outras drogas.

http://www.jornallivre.com.br/162532/o-que-e-dopamina.html

A Serotonina é uma substância chamada de neurotransmissor existe naturalmente em nosso cérebro e, como tal, serve para conduzir a transmissão de uma célula nervosa (neurônio) para outra.

        Atualmente a Serotonina está intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância (tornam ela mais disponível) no espaço entre um neurônio e outro.

No Humor e Ansiedade

        Para se ter uma noção da influência bioquímica sobre o estado afetivo das pessoas, basta lembrar dos efeitos da cocaína, por exemplo. Trata-se de um produto químico atuando sobre o cérebro e capaz de produzir grande sensação de alegria, ou seja, proporciona um estado emocional através de uma alteração química. Outros produtos químicos, ou a falta deles, também podem proporcionar alterações emocionais.

        Pensando nisso, em meados desse século a medicina começou a suspeitar ser muito provável a existência de substâncias químicas atuando no metabolismo cerebral capazes de proporcionar o estado depressivo. Isso resultou, nos conhecimentos atuais dos neurotransmissores e neuroreceptores, muitíssimo relacionados à atividade cerebral. Alguns desses neurotransmissores, notadamente a serotonina, noradrenalina e dopamina, estão muito associados ao estado afetivo das pessoas. Assim sendo, hoje em dia é mais correto acreditar que o deprimido não é apenas uma pessoa triste, aliás, alguns deprimidos nem tristes ficam. É mais acertado acreditar nos deprimidos como pessoas que apresenta um transtorno da afetividade, concomitante ou proporcionado por uma alteração nos neurotransmissores e neuroreceptores.

        Algumas pesquisas que procuraram embasar a teoria de que a depressão seria conseqüente à baixos níveis da Serotonina. Inclusive observou-se que as pessoas submetidas à dieta com baixos teores de Triptofano, uma substância (amino-ácido) precursora da Serotonina, desenvolviam um quadro depressivo moderado.

        Também foram realizados testes em pacientes gravemente deprimidos, bem como em pacientes suicidas, e constatou-se também baixíssimos níveis da Serotonina no líquido espinhal dessas pessoas.

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        Existe um teste internacional para avaliação do grau de depressão chamado teste de Hamilton. Pois bem, este teste mostra altas pontuações (sugerindo maior depressão) em pessoas com dosagem menor de triptofano (o precursos da Serotonina).

        Essas pesquisas abrem a possibilidade de se utilizar o triptofano como coadjuvante no tratamento de pacientes deprimidos, coisa que já vem sendo feita por muitos psiquiatras.

        Também os Transtornos da Ansiedade, principalmente o Transtorno Obsessivo-Compulsivo e o Transtorno do Pânico, estariam relacionados à Serotonina, tanto assim que o tratamento para ambos também é realizado às custas de antidepressivos que aumentam a disponibilidade de Serotonina. Nesses estados ansioso, também a noradrenalina, um outro neurotransmissor estaria diminuído.

        A ação terapêutica das drogas antidepressivas tem lugar no Sistema Límbico, o principal centro cerebral das emoções. Este efeito terapêutico é conseqüência de um aumento funcional dos neurotransmissores na fenda sináptica (espaço entre um neurônio e outro), principalmente da Norepinefrina (NE) e/ou da Serotonina (5HT) e/ou da dopamina (DO), bem como alteração no número e sensibilidade dos neuroreceptores. O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica pode se dar através do bloqueio da recaptação desses neurotransmissores no neurônio pré-sináptico (neurônio anterior) ou ainda, através da inibição da Monoaminaoxidase (MAO), a enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores. Será, portanto, os sistemas noradrenérgico, serotoninérgico e dopaminérgico do Sistema Límbico o local de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos da afetividade.

        A constatação do envolvimento dos receptores 5HT, conhecidamente implicados na Depressão, também na sintomatologia da Ansiedade parece ser um importante ponto de partida para a identidade terapêutica dos dois fenômenos psíquicos como tendo uma raíz comum (Bromidge e cols, 1998, Kennett e cols, 1997), seja em relação às causas dos dois transtornos, seja do ponto de vista do tratamento dos dois transtornos com antidepressivos.

No sono

        Os baixos níveis de Serotonina estão relacionados com alterações do sono, tão comuns em pacientes ansiosos e deprimidos. Essas alterações do sono, normalmente através da insônia, deve-se ao desequilíbrio entre a Serotonina e um outro neurotransmissor, a acetilcolina.

        O tratamento com antidepressivos pode melhorar o desempenho do sono, embora em alguns casos possa haver insônia.

        Outro efeito que pode ser muito útil dos antidepressivos é em relação ao tratamento de pessoas dependentes de medicamentos hipnóticos (para dormir), já que estes proporcionam um certo desequilíbrio na acetilcolina.

Na Atividade Sexual

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        Tendo em vista a ação da Serotonina na diminuição da liberação de estimulantes da produção de hormônios pela hipófise, ou seja, quanto mais serotonina menos hormônio sexual, alguns antidepressivos que aumentam a Serotonina acabam por diminuir a atividade sexual.

No Apetite

        A vontade de comer doces e a sensação de já estar satisfeito com o que comeu (saciedade) dependem de uma região cerebral localizada no hipotálamo. Com taxas normais de Serotonina a pessoa sente-se satisfeita com mais facilidade e tem maior controle na vontade de comer doce.

        Havendo diminuição da Serotonina, como ocorre na depressão, a pessoa pode Ter uma tendência ao ganho de peso. É por isso que medicamentos que aumentam a Serotonina estão sendo cada vez mais utilizados nas dietas para perda de peso.

        Um desses medicamentos é a fluoxetina, a qual, além de tratar a depressão, aumentando a Serotonina, também proporciona maior controle da fome (notadamente para doces).

Fonte: http://www.psiqweb.med.br/farmaco/serotonina.html

O transtorno afetivo mais típico é a Depressão com todo seu quadro clínico conhecido mas, apesar disso, talvez não seja o problema afetivo mais freqüente. São vários os fatores que contribuem para a etiologia da depressão emocional e, entre eles, destaca-se cada vez mais a importância da bioquímica cerebral. Os quadros ansiosos, do tipo Pânico, Fobias, Somatizações ou a mesma Ansiedade Generalizada são os problemas afetivos mais freqüentes, pois, também esses estados têm como base psíquica as alterações da Afetividade. 

Os antidepressivos são drogas que aumentam o tônus psíquico melhorando o humor e, conseqüentemente, melhorando a psicomotricidade de maneira global. Acredita-se que o efeito antidepressivo se dê às custas de um aumento da disponibilidade de neurotransmissores no SNC, notadamente da serotonina (5-HT), da noradrenalina ou norepinefrima (NE) e da dopamina (DA). Ao bloquearem receptores 5HT2 (da serotonina) os antidepressivos também funcionam como antienxaqueca.

O local de ação dos antidepressivos, principalmente os tricíclicos, é no Sistema Límbico aumentando a NE e a 5HT na fenda sináptica. Este aumento da disponibilidade dos neurotransmissores na fenda sináptica é conseguido através da inibição na recaptação destas aminas pelos receptores pré-sinápticos.

Parece haver também, com o uso prolongado dos ADT, uma diminuição do número de receptores pré-sinápticos do tipo Alfa-2, cuja estimulação do tipo feedback inibiria a liberação de NE. Desta forma, quanto menor o número destes receptores, menor seria sua estimulação e, conseqüentemente, mais NE seria liberada na fenda. Portanto, dois mecanismos relacionados à recaptação; um inibindo diretamente a recaptação e outro diminuindo o número dos receptores. Importa, em relação à farmacocinética dos ADT, o conhecimento do período de latência para a obtenção dos resultados terapêuticos.

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O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica se dá através do bloqueio da recaptação da NE e da 5HT no neurônio pré-sináptico ou ainda, através da inibição da Monoaminaoxidase (MAO) que é a enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores.

Será, portanto, nos sistemas noradrenérgico o serotoninérgico do Sistema Límbico o local de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos da afetividade.

A Serotonina é uma substância chamada de neurotransmissor existe naturalmente em nosso cérebro e, como tal, serve para conduzir a transmissão de uma célula nervosa (neurônio) para outra. Quimicamente a serotonina ou 5-hidroxitriptamina (5-HT) é uma indolamina, produto da transformação do aminoácido L-Triptofano. 

O Triptofano, conhecido também como 5-HTP (5-hidroxitriptofano), é um nutriente encontrado em alimentos ricos em proteínas, como carne, peixe, peru e laticínios. Sua importância na psiquiatria deve-se ao fato de ser o precursor direto da serotonina, por sua vez, é também chamada de 5-hidroxitriptamina (5-HT), que atua no cérebro ajudando a melhorar o humor, evitando a depressão, a ansiedade e a insônia.

Atualmente a Serotonina está intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância (tornam ela mais disponível) no espaço entre um neurônio e outro. Assim sendo, a serotonina (5-HT) influi sobre quase todas as funções cerebrais, inclusive estimulando o sistema GABA (ácido gamaminobutírico). Embora seja apenas um, entre possivelmente centenas de neurotransmissores do cérebro, a serotonina talvez seja um dos mais importantes. Os níveis de serotonina determinam se a pessoa está deprimida, propensa à violência, irritada, impulsiva ou gulosa.

Assim como a serotonina pode elevar o humor e produzir uma sensação de bem-estar, sua falta no cérebro ou anormalidades em seu metabolismo da têm sido relacionadas a condições neuropsíquicas bastante sérias, tais como o Mal de Parkinson, distonia neuromuscular, Mal de Huntington, tremor familiar, síndrome das pernas inquietas, problemas com o sono, etc. Problemas psiquiátricos, tais como depressão, ansiedade, agressividade, comportamento compulsivo, problemas afetivos, dentre outros também têm sido associados ao mau funcionamento do sistema serotoninérgico (da serotonina).

Com essa base fisiológica, alguns pesquisadores afirmam que se aumentar os precursores naturais da serotonina pode-se, seguramente, elevar seus níveis e aliviar a depressão, dor e o desejo por carboidratos

O 5-HTP, tomado como suplemento dietético pode ser eficaz contra a depressão e completar a ação dos antidepressivos tradicionais. O 5HTP pode ser encontrado em altas concentrações na semente de um legume, chamado Griffonia simplicifolia, encontrado no Oeste da África. O leite e seus derivados também são fontes de 5HTP, assim como a carne de peru. Outras fontes de triptofano: requeijão, carne, peixe, banana, tâmara, amendoim, todos os alimentos ricos em proteínas.

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Serotonina e o HumorDe modo geral a Serotonina regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas.

Para se ter uma noção da influência bioquímica sobre o estado afetivo das pessoas, basta lembrar dos efeitos da cocaína, por exemplo. Trata-se de um produto químico atuando sobre o cérebro e capaz de produzir grande sensação de alegria, ou seja, proporciona um estado emocional através de uma alteração química. Outros produtos químicos, ou a falta deles, também podem proporcionar alterações emocionais.

Pensando nisso, em meados desse século a medicina começou a suspeitar ser muito provável a existência de substâncias químicas atuando no metabolismo cerebral capazes de proporcionar o estado depressivo. Isso resultou, nos conhecimentos atuais dos neurotransmissores e neuroreceptores, muitíssimo relacionados à atividade cerebral.

Alguns neurotransmissores, notadamente a serotonina, noradrenalina e dopamina, estão muito associados ao estado afetivo das pessoas. As pesquisas que inicialmente procuraram embasar a teoria de que a depressão depende (também) de baixos níveis de Serotonina, tomaram como ponto de partida o fato de uma dieta suficientemente livre de Triptofano, a ponto de produzir um pico plasmático muito baixo deste aminoácido, resultando em um estado depressivo moderado (Charney). O Triptofano, como vimos acima, é um precursor natural da Serotonina.

Também foram realizados testes em pacientes gravemente deprimidos, bem como em pacientes suicidas, constatando-se baixíssimos níveis da Serotonina no líquido espinhal dessas pessoas. Assim sendo, hoje em dia é mais correto acreditar que o deprimido não é apenas uma pessoa triste, aliás, alguns deprimidos nem tristes ficam, sendo mais acertado acreditar que os deprimidos sejam pessoas com um transtorno da afetividade, concomitante ou proporcionado por uma alteração nos neurotransmissores e neuroreceptores.

Por outro lado, os Transtornos da Ansiedade, principalmente o Transtorno Obsessivo-Compulsivo e o Transtorno do Pânico, também estariam relacionados à Serotonina, tanto assim que o tratamento para ambos também é realizado às custas de antidepressivos, os quais aumentam a disponibilidade de Serotonina no Sistema Nervoso Central. Nesses estados ansioso, um outro neurotransmissor, a noradrenalina, também estaria diminuído.

A ação terapêutica das drogas antidepressivas tem lugar no Sistema Límbico, que é o principal centro cerebral das emoções. Este efeito terapêutico é conseqüência de um aumento funcional dos neurotransmissores na fenda sináptica (espaço entre um neurônio e outro), principalmente da Norepinefrina (NE) e/ou da Serotonina (5HT) e/ou da Dopamina (DO), bem como alteração no número e sensibilidade dos neuroreceptores. O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica pode se dar através do bloqueio da recaptação desses neurotransmissores no neurônio pré-sináptico (neurônio anterior) ou ainda, através da inibição da enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores, a Monoaminaoxidase (MAO). Serão, portanto, os sistemas noradrenérgico, serotoninérgico e dopaminérgico do Sistema Límbico os locais de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos da afetividade.

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Mas não é apenas a concentração e quantidade de neurotransmissores as responsáveis pelos transtornos do humor. Cada vez mais se constata o envolvimento dos receptores (quantidade e sensibilidade) desses neurotransmissores na origem da Depressão, assim como na sintomatologia da Ansiedade. Parece ser este um importante ponto de partida para a identificação, diagnóstico e terapêutica desses dois fenômenos psíquicos (ansiedade e depressão) (Bromidge e cols, 1998, Kennett e cols, 1997).

No Sono Baixos níveis de Serotonina estão também relacionados com alterações do sono, tão comuns em pacientes ansiosos e deprimidos. A Serotonina é a mediadora responsável pelas fases III e IV do sono. A diminuição da latência da fase REM (Rapid Eyes Moviment) do sono, de indiscutível ocorrência na depressão unipolar e no transtorno obsessivo-compulsivo, se deve ao desequilíbrio entre a Serotonina e Acetilcolina. Os antidepressivos recaptadores de Serotonina servem para restabelecer a chamada arquitetura do sono dos pacientes depressivos, ansiosos e até dos dependentes de hipnóticos (Lehkuniec).

Como vimos, as alterações do sono dos transtornos ansiosos e do humor, normalmente insônia, deve-se ao desequilíbrio entre a Serotonina e um outro neurotransmissor, a Acetilcolina e o tratamento com antidepressivos pode melhorar a qualidade do sono. Outro efeito muito útil dos antidepressivos é em relação ao tratamento de pessoas dependentes de medicamentos hipnóticos (para dormir), já que estes podem proporcionar um certo desequilíbrio na acetilcolina.

Na Atividade SexualA Serotonina apresenta um efeito inibidor sobre a liberação de hormônios sexuais (gonadotrofinas) pelo hipotálamo, e conseqüente diminuição da resposta sexual normal. A diminuição farmacológica da Serotonina, seja através de medicamentos ou por competitividade aminérgica, facilita a conduta sexual. Isso quer dizer que quanto mais Serotonina menos hormônio sexual, menos atividade sexual, portanto, alguns antidepressivos que aumentam a Serotonina acabam por diminuir a atividade sexual.

No ApetiteA vontade de comer doces e a sensação de já estar satisfeito com o que comeu (saciedade) dependem de uma região cerebral localizada no hipotálamo (núcleo hipotâlamico ventro-medial). O efeito hipotâlamico ventro-medial da Serotonina é altamente específico apenas para os hidratos de carbono, necessitando de outros co-fatores centrais e periféricos para agir sobre os outros alimentos, como as proteínas e lípides.

Portanto, com taxas normais de Serotonina a pessoa sacia-se mais facilmente e inibe mais facilmente a ingestão de açúcares, sente-se satisfeita com mais facilidade e tem maior controle na vontade de comer doce.Havendo diminuição da Serotonina, como ocorre na depressão, a pessoa pode ter uma tendência ao ganho de peso. Por isso os medicamentos que aumentam a Serotonina estão sendo cada vez mais utilizados nas dietas para perda de peso (sibutramina, por exemplo). A própria fluoxetina, usada para o tratamento da depressão através do aumento da Serotonina, também costuma proporcionar maior controle da fome (notadamente para doces).

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Assim, se por um lado a baixa de Serotonina resulta em ganho de peso, o excesso de Serotonina, por outro lado, produz anorexia (Blundell). Apesar disso, os agonistas da Serotonina com ação direta sobre os neuroreceptores da Serotonina (serotoninérgicos) do tipo 5-HT1A (8-OH-DPAT) produzem aumento do apetite (hiperfagia) por estímulo de outros neuroreceptores (auto-receptores), diminuindo a liberação de Serotonina. Este pode ser o mecanismo responsável pela anorexia que se observa em alguns casos de depressão ou da Anorexia Nervosa (López-Mato).

Outras FunçõesTambém na regulação geral do organismo a Serotonina tem um papel importante. A Serotonina é um dos principais neurotransmissores do núcleo supraquiasmático hipotalamico, regulador central de todos os ritmos endógenos circadianos. Influi assim, na regulação do eixo hipotálamo-periférico.

A temperatura corporal, por exemplo, controlada que é no Sistema Nervoso Central (SNC) recebe uma influência muito grande dos níveis de Serotonina. Isso talvez possa explicar porque algumas pessoas têm febre de origem emocional, predominantmente as crianças. A Serotonina produz um efeito duplo sobre a temperatura corporal, de acordo com o tipo de neuroreceptor estimulado. O neuroreceptor 5-HT1 reduz a temperatura corporal (hipotermia) e o neuroreceptor 5-HT2, ao contrário, eleva a temperatura (hipertermia). É durante a fase de ondas lentas do sono que se produz o pico mínimo da temperatura corporal.

Também interfere no limite da sensação de dor. A Serotonina é um modulador das vias senso-perceptivas, as quais também transmitem ao cérebro a sensação de dor. A depressão diminui o limiar de recepção à dor e a administração de agonistas (imitadores biológicos) da Serotonina produz analgesia em animais de laboratório.

Algumas doenças caracterizadas por dores de tratamento difícil podem ser muito beneficiadas com medicamentos que aumentam a Serotonina. É o caso, por exemplo, da enxaqueca, das lombalgias (dores nas costas) e outros quadros de dor inespecífica. É bem conhecido o efeito dos antidepressivos tricíclicos, especialmente de a Amitriptilina, para controle dos casos de dor psicogênica.

para referir:Ballone GJ - Serotonina - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2005.

Antipsicóticos Típicos (Geral)Incluído em 18/02/2005

Os antipsicóticos ou neurolépticos são medicamentos inibidores das funções psicomotoras, como é o caso da excitação e da agitação. Paralelamente eles atenuam também os distúrbios neuropsíquicos ditos psicóticos, tais como os delírios e as alucinações. São substâncias químicas sintéticas, capazes de atuar seletivamente em células nervosas que regulam os processos no homem e a conduta em animais.

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Os neurolépticos sedativos são os anti-psicóticos cujo principal efeito é a sedação, ao contrário dos neurolépticos incisivos (como o Haloperidol, p. ex.) cujo efeito principal e a remoção de delírios e alucinações.

Dos neurolépticos incisivos fazem parte o Haloperidol, Penfluridol, Flufenazina, Fenotiazina, etc. Ao contrário dos sedativos, os incisivos têm baixa capacidade de sedação mas uma melhor atuação naquilo que se chama sintomas produtivos das psicoses (delírios e alucinações), enquanto os sedativos têm melhor aplicação nos casos de agitação psicomotora. 

Apesar dos neurolépticos tradicionais bloquearem receptores adrenérgicos, serotoninérgicos, colinérgicos e histaminérgicos, todos eles têm em comum a ação farmacológica de bloquearem os receptores dopaminérgicos. 

É em relação a estes últimos que os estudos têm demonstrado os efeitos clínicos dos neurolépticos. O bloqueio dos outros receptores, além dos dopaminérgicos, estaria relacionado aos efeitos colaterais da droga

FLUFENAZINA Anatensol, FlufenanHALOPERIDOL Haldol, HaloperidolPENFLURIDOL SemapPIMOZIDA OrapPIPOTIAZINA Piportil, Piportil L4

Os neurolépticos ou antipsicóticos são drogas lipossolúveis e, com isso, tendo facilitado sua absorção e sua penetração no Sistema Nervoso Central. Logo após a absorção pela parede intestinal (onde segundo alguns, poderia iniciar-se sua metabolização) os antipsicóticos têm sua primeira passagem pelo fígado, portanto, metabolização hepática. 

Esta metabolização é mais intensa para algumas drogas deste grupo, como por exemplo a Clorpromazina e a Flufenazina e menos intensa para outras, como é o caso do Haloperidol e o Pimozide. O conhecimento destas peculiaridades é importante ao considerarmos que sua administração por via parenteral evita esta primeira passagem pelo fígado, portanto, permitindo a utilização de doses menores do que as utilizadas por via oral.

A grande maioria dos antipsicóticos possui meia vida longa, entre 20 e 40 horas. Alguns, como a Clorpromazina, têm meia vida mais curta mas, pelo fato de seus metabólitos também serem ativos, acabam por se igualar aos demais. Isso é importante na medida em que permite prescrição em uma única tomada diária.

Outra conseqüência desta meia vida longa é o fato de demorar aproximadamente cinco dias para se instalar estado estável da droga no organismo. Seu uso contínuo resulta num acúmulo progressivo, até que o nível plasmático se estabilize. Trata-se de uma situação onde a quantidade absorvida seja igual à excretada. Neste momento ocorre o equilíbrio dinâmico ou estabilidade, chamado de Equilíbrio Plasmático, mantendo-se o nível plasmático em torno de um mesmo valor. 

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Assim, para a obtenção do melhor efeito terapêutico com uma determinada dose do neuroléptico deve-se aguardar este estado estável. Existem também, como apresentações farmacológicas, os chamados Neurolépticos de Ação Prolongada (NAP), ministrados semanalmente ou até mensalmente. Estes tipos serão descritos mais adiante.

MECANISMO DE AÇÃO

Apesar dos neurolépticos tradicionais bloquearem receptores adrenérgicos, serotoninérgicos, colinérgicos e histaminérgicos, todos eles têm em comum a ação farmacológica de bloquearem os receptores dopaminérgicos. É em relação a estes últimos que os estudos têm demonstrado os efeitos clínicos dos neurolépticos. O bloqueio dos outros receptores, além dos dopaminérgicos, estaria relacionado aos efeitos colaterais da droga(3,4).

Atualmente as hipóteses mais aceitas como sendo etiologicamente relacionadas para a esquizofrenia falam de uma combinação de hiperfunção dopamínica e hipofunção dos glutamatos no sistema neuronal, juntamente com um envolvimento pouco esclarecidos dos receptores 5HT2 e um balanço entre esses receptores com os receptores D2.

Os receptores dopaminérgicos mais conhecidos pela neurofisiologia são o D1 e o D2 (pós-sinápticos), além dos receptores localizados no corpo do neurônio dopamínico e no terminal pré-sináptico. A atividade terapêutica dos antipsicóticos parece estar relacionada, principalmente, com o bloqueio da dopamina nos receptores pós-sinápticos do tipo D2.

Estes antipsicóticos tradicionais, tais como a Clorpromazina e o Haloperidol são eficazes em mais de 80% dos pacientes com esquizofrenia, atuando predominantemente nos sintomas chamados produtivos ou positivos (alucinações e delírios) e, em grau muito menos nos chamados sintomas negativos (apatia, embotamento e desinteresse).

Duas vias, mesolímbicas e mesocorticais, são as envolvidas nos efeitos terapêuticos dos antipsicóticos. As vias mesolímbicas e mesocorticais confundem-se anatomicamente e ambas se originam no segmento ventral do mesencéfalo. A via mesolímbica inerva diversos núcleos subcorticais do Sistema Límbico: amígdala, núcleo acumbens, tubérculo olfatório e o septo lateral. A via mesocortical tem suas terminações sinápticas localizadas no córtex frontal, na parte anterior do giro do cíngulo e no córtex temporal medial.

As primeiras suspeitas de que este era o sítio da atuação terapêutica surgiram pela observação da semelhança sintomatológica entre determinadas patologias dos lobos frontais e temporais com a esquizofrenia, além da notável importância do sistema límbico nas emoções e na memória.

Na via nigro-estriatal está concentrada a maior parte da dopamina cerebral e, como este sistema está envolvido na regulação da atividade motora, a interferência dos antipsicóticos em seu funcionamento é a responsável pelos adversos efeitos extra-piramidais (parkinsonismo). A via nigro-estriatal vai da substância negra do mesencéfalo até o corpo estriado (núcleos caudato e putâmem).

A via túbero-infundibular é constituída de neurônios com o corpo celular no hipotálamo

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e cujos axônios terminam na eminência média da hipófise. A dopamina liberada próxima aos capilares da circulação porto-hipofisária chega à hipófise anterior e acaba, dentre outros efeitos, por aumentar a liberação secundária de prolactina. Mais um efeito colateral indesejável.

A hipotensão, sedação e tontura, efeitos colaterais comuns aos neurolépticos tradicionais, normalmente acontecem devido à capacidade desses medicamentos bloquearem também os receptores alfa-adrenérgicos.

EFEITOS COLATERAIS

Dos efeitos colaterais provocados pelos neurolépticos o mais estudado é a Impregnação Neuroléptica ou Síndrome Extrapiramidal. É o resultado da interferência medicamentosa na via nigro-estriatal, onde parece haver um balanço entre as atividades dopaminérgicas e colinérgicas. 

Desta forma, o bloqueio dos receptores dopaminérgicos provocará uma supremacia da atividade colinérgica e, conseqüentemente, uma liberação de sintomas extra-piramidais. Estes efeitos colaterais, com origem no Sistema Nervoso Central, podem ser divididos em cinco tipos:

1 - REAÇÃO DISTÔNICA AGUDA

Ocorre com freqüência nas primeiras 48 horas de uso de antipsicóticos. Clinicamente observa-se movimentos espasmódicos da musculatura do pescoço, boca, língua e às vezes um tipo de opistótono com crises oculógiras. Deve-se fazer diagnóstico diferencial com a crise convulsiva parcial, tétano e histeria. O tratamento com anticolinérgicos injetáveis (Prometazina - Fenergam® ou Biperideno - Akineton®) no músculo é eficaz em poucos minutos para este quadro agudo.

2 - PARKINSONISMO MEDICAMENTOSO

Geralmente acontece após a primeira semana de uso dos antipsicóticos. Clinicamente há um tremor de extremidades, hipertonia e rigidez muscular, hipercinesia e fácies inexpressiva. O tratamento com anticolinérgicos (antiparkinsonianos) é eficaz. Para prevenir o aparecimento desses desagradáveis efeitos colaterais usamos a Prometazina - Fenergam® ou Biperideno - Akineton® por via oral.

Muitas vezes, pode haver o desaparecimento de tais problemas após 3 meses de utilização do neuroléptico, como se houvesse uma espécie de tolerância ao seu uso. Esse fato favorece uma possível redução progressiva na dose do anticolinérgico que comumente associamos ao antipsicótico no início do tratamento.

Alguns autores preferem utilizar os antiparkinsonianos apenas depois de constatados os efeitos extra-piramidais, entretanto, não pensamos assim. Estabelecendo-se um plano de tratamento para a esquizofrenia, sabendo antecipadamente da cronicidade desse tratamento e, principalmente, se as doses a serem empregadas tiverem que ser um pouco mais incisivas, será quase certa a ocorrência desses efeitos colaterais. J

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á que o paciente deverá utilizar esses neurolépticos por muito tempo, será sempre desejável que tenham um bom relacionamento com eles. Ora, nenhum paciente aceitará como benvindo um medicamento capaz de fazê-lo sentir-se mal, como é o caso dos efeitos extra-piramidais.

3 - ACATISIA

Ocorre geralmente após o terceiro dia de uso da medicação. Clinicamente é caracterizado por inquietação psicomotora, desejo incontrolável de movimentar-se e sensação interna de tensão. O paciente assume uma postura típica de levantar-se a cada instante, andar de um lado para outro e, quando compelido a permanecer sentado, não para de mexer suas pernas.

A Acatisia não responde bem aos anticolinérgicos ou ansiolíticos e o clínico é obrigado a decidir entre a manutenção do tratamento antipsicótico com aquelas doses e o desconforto da sintomatologia da Acatisia. Com freqüência é necessário a diminuição da dose ou mudança para outro tipo de antipsicótico. Quando isso acontece normalmente pode-se recorrer aos Antipsicóticos Atípicos.

4 - DISCINESIA TARDIA

Como o próprio nome diz, a discinesia tardia aparece após o uso crônico de antipsicóticos (geralmente após 2 anos). Clinicamente é caracterizada por movimentos involuntários, principalmente da musculatura oro-língua-facial, ocorrendo protrusão da língua com movimentos de varredura látero-lateral, acompanhados de movimentos sincrônicos da mandíbula. O tronco, os ombros e os membros também podem apresentar movimentos discinéticos.

A Discinesia Tardia não responde a nenhum tratamento conhecido, embora em alguns casos possa ser suprimida com a readministração do antipsicótico ou, paradoxalmente, aumentando-se a dose anteriormente utilizada. Procedimento questionável do ponto de vista médico.

É importante sublinhar que, embora alguns estudos mostrem uma correlação entre o uso de antipsicóticos e esta síndrome, ainda não existem provas conclusivas da participação direta destes medicamentos na etiologia do quadro discinético. Alguns autores afirmam que a discinesia tardia é própria de alguns tipos de esquizofrenia mais deteriorantes. Quando isso acontece normalmente pode-se recorrer aos Antipsicóticos Atípicos.

5 - SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA

Trata-se de uma forma raríssima de toxicidade provocada pelo antipsicótico. É uma reação adversa dependente mais do agente agredido que do agente agressor, tal como uma espécie de hipersensibilidade à droga. Clinicamente se observa um grave distúrbio extra-piramidal acompanhado por intensa hipertermia (de origem central) e distúrbios autonômicos. Leva a óbito numa proporção de 20 a 30% dos casos. 

Os elementos fisiopatológicos desta síndrome são objeto de preocupação de pesquisadores e não há, até o momento, nenhuma conclusão sobre o assunto, nem pode-se garantir, com certeza, ser realmente uma conseqüência dos neurolépticos.

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Além dos efeitos adversos dos neurolépticos tradicionais sobre o Sistema Nervoso Central, são observados reflexos de sua utilização à nível sistêmico. São seis as principais ocorrências:

5.1 - EFEITOS AUTONÔMICOS

Por serem drogas que desequilibram o sistema dopamina-acetilcolina, em algumas situações podemos encontrar efeitos colinérgicos, em outras efeitos anticolinérgicos. É o caso da secura da boca e da pele, constipação intestinal, dificuldade de acomodação visual e, mais raramente, retenção urinária.

5.2 - CARDIOVASCULARES

Alguns neurolépticos podem produzir alterações eletrocardiográficas, como por exemplo, um aumento do intervalo PR, diminuição do segmento ST e achatamento de onda T. Estas alterações são benignas e não costumam ter significado clínico. Das alterações cardiovasculares a mais comum é a hipotensão (postural ou não) a qual, como dissemos, decorre do bloqueio alfa-adrenérgico proporcionado por essas drogas. 

Na maioria das vezes a hipotensão desencadeada pela utilização de neurolépticos tradicionais proporciona apenas um certo incômodo ao paciente, entretanto, nos casos com comprometimento vascular prévio, como nas arterioscleroses, poderá precipitar um acidente vascular cerebral isquêmico, isquemia miocárdica aguda ou traumatismos por quedas.

5.3 - ENDOCRINOLÓGICOS

A ação dos neurolépticos no sistema túbero-infundibular repercute na hipófise anterior produzindo distúrbios hormonais. Embora incomum, esse antipsicóticos tradicionais podem produzir amenorréia e, menos freqüente, galactorréia e ginecomastia. 

Todos esses efeitos são decorrentes das alterações na síntese de prolactina (hiperprolactinemia). Há também referências de alterações nos hormônios gonadotróficos e do crescimento, porém, ainda não há consenso conclusivo sobre isso.

5.4 - GASTRINTESTINAIS

Tendo em vista a ação nos mecanismos da acetilcolina, os neurolépticos tradicionais podem ter boa ação anti-emética. A constipação intestinal e boca seca também podem ser observados durante o tratamento, como conseqüência dos efeitos anticolinérgicos.

5.5 - OFTALMOLÓGICOS

Embora raras, duas síndromes oftálmicas podem ser descritas com a utilização dos antipsicóticos tradicionais. A primeira, com a Clorpromazina em altas doses, é conseqüência do depósito de pigmentos no cristalino. A segunda, com o uso de altas doses de Tioridazina, determina uma retinopatia pigmentosa.

5.6 - DERMATOLÓGICOS

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Com uma incidência de 5 a 10% podemos encontrar o aparecimento de um rash cutâneo, foto-sensibilização e aumento da pigmentação nos pacientes em uso de Clorpromazina.

FLUFENAZINA

ANATENSOLFLUFENAN

Acredita-se que a flufenazina melhora os estados psicóticos por bloqueio dos receptores pós-sinápticos dopaminérgicos mesolímbicos no cérebro. Também produz um bloqueio alfa-adrenérgico e deprime a liberação de hormônios hipotalâmicos e hipofisários. 

Entretanto, o bloqueio dos receptores dopaminérgicos aumenta a liberação de prolactina da hipófise. Tem fraco efeito antiemético, antimuscarínico e sedativo, e forte efeito extrapiramidal. É metabolizada no fígado e excretada por via renal.

IndicaçõesEstados psicóticos, esquizofrenia e na fase maníaca da doença maníaco-depressiva. Dor neurogênica crônica.

DoseVia oral - adultos: 0,5 a 2,5mg, 1 a 4 vezes ao dia, com ajuste da dose conforme a necessidade e tolerância. Os pacientes geriátricos ou debilitados necessitam, em geral, de uma dose inicial menor. 

Dose limite para adultos: até 20mg/dia. Dose pediátrica: 0,25 a 0,75mg, 1 a 4 vezes ao dia. Via parenteral - adultos: intramuscular ou subcutânea: 12,5 a 25mg cada 1 a 3 semanas, conforme a necessidade. Dose máxima: até 100mg por dose. Crianças de 12 anos em diante: dose para adultos.

Reações adversasNos primeiros dias de tratamento, e com mais freqüência nos idosos podem, ocorrer efeitos extrapiramidais distônicos e congestão nasal. São de incidência menos freqüente: visão turva ou qualquer alteração de visão, pulso irregular, sensação de cansaço não habitual, palidez, micção dificultada, erupção cutânea, alterações do ciclo menstrual, enjôos, sonolência, secura na boca, secreção de leite não habitual, náuseas, vômitos, tremores dos dedos e mãos.

PrecauçõesEvitar o consumo de álcool ou outros depressores do SNC. Não tomar durante as 2 horas posteriores à administração de antiácidos ou medicamentos antidiarréicos. Cuidado ao dirigir, devido à possível sonolência ou visão turva. 

Possível fotossensibilidade, sendo recomendado evitar a exposição ao sol ou o uso de lâmpadas solares. Pode ser ingerida com alimentos, água ou leite para diminuir a irritação gástrica. 

No caso de terapêutica parenteral, controlar os pacientes geriátricos e pediátricos devido à maior incidência de reações hipotensoras e extrapiramidais. A relação risco-benefício

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deverá ser avaliada na indicação durante a gravidez e o período de lactação, já que pode produzir sonolência no lactente e em mães que tenham recebido fenotiazinas. 

Os neonatos podem apresentar icterícia prolongada, hiporreflexia e hiperreflexia e efeitos extrapiramidais. Em crianças com doenças agudas (sarampo, infecções do SNC, desidratação, gastroenterite), desenvolvem-se com maior facilidade reações neuromusculares, principalmente distonias.Em idosos, sugere-se administrar a metade da dose usual para adultos. Em pacientes com síndrome orgânica cerebral deve-se diminuir a dose a um quarto da usual para adultos.

InteraçõesOs antimuscarínicos antidiscinésicos ou anti-histamínicos podem intensificar os efeitos colaterais antimuscarínicos (confusão, alucinações, pesadelos). As anfetaminas diminuem seu efeito estimulante quando utilizadas simultaneamente com fenotiazinas. O uso de antiácidos ou antidiarréicos pode inibir a absorção de flufenazina. 

As fenotiazinas podem baixar o limiar das crises convulsivas, podendo ser, portanto, necessário ajustar a dose de anticonvulsivantes. Os antidepressivos intensificam os efeitos antimuscarínicos. Os efeitos antiparkinsonianos da levodopa podem ser inibidos pelo bloqueio dos receptores dopaminérgicos no cérebro. 

O uso simultâneo de quinidina pode originar efeitos cardíacos aditivos. Os bloqueadores beta-adrenérgicos originam uma concentração plasmática elevada de cada medicação. O uso com antitireóideos pode aumentar o risco de agranulocitose.

Contra-indicaçõesDepressão grave do SNC, estados comatosos, doença cardiovascular grave; a relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de alcoolismo, angina pectoris, discrasias sangüíneas, glaucoma, disfunção hepática, Mal de Parkinson, úlcera péptica, retenção urinária, hipertrofia prostática benigna, distúrbios convulsivos e vômitos.

ANATENSOL® - (B-MS)Composição: Cada drágea contém cloridrato de flufenazina 1mgFLUFENAN® - (CRISTÁLIA)Composição: Cada comprimido contém: cloridrato de flufenazina 5mg.FLUFENAN® Depot- (CRISTÁLIA)Cada ampola (1ml) contém enantato de flufenazina 25mg.

HALOPERIDOL

HALDOLHALOPERIDOL

Haloperidol é um derivado da butirofenona com efeitos similares aos das fenotiazinas derivados da piperazina. Produz um bloqueio seletivo sobre o SNC por bloqueio competitivo dos receptores dopaminérgicos pós-sinápticos, no sistema dopaminérgico mesolímbico, e um aumento do intercâmbio de dopaminas no nível cerebral para produzir a ação antipsicótica. 

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O decanoato, que é a forma de ação prolongada, atua como pró-fármaco, liberando de forma lenta e estável haloperidol do veículo. O bloqueio dos receptores de dopamina provoca reações motoras extrapiramidais, diminui a liberação do hormônio de crescimento e aumenta a liberação de prolactina pela hipófise. 

Também existe certo bloqueio dos receptores alfa-adrenérgicos do sistema autônomo. Absorve-se por via oral em 70%; seu metabolismo, que é extenso, realiza-se no fígado; une-se às proteínas em 90% ou mais. Aproximadamente 40% de 1 dose oral única excretam-se pela urina em 5 dias, dos quais 1% é fármaco inalterado. Os 15% da dose oral excretam-se nas fezes por eliminação biliar.

IndicaçõesTratamento de distúrbios psicóticos agudos e crônicos que incluem esquizofrenia, estados maníacos e psicose induzida por fármacos (psicose esteróidea). Pacientes agressivos e agitados. Em esquizofrenia crônica, é indicado o decanoato de haloperidol. Tratamento de problemas graves de comportamento. Síndrome de Gilles de La Tourette.

DoseA forma farmacêutica oral pode ser ingerida com alimentos ou com leite para diminuir a irritação gastrintestinal. Dose para adultos: 0,5 a 5mg de 2 ou 3 vezes ao dia, ajustando-a de forma gradual conforme as necessidades e a tolerância. 

Dose máxima: 100mg/dia. Doses pediátricas: não foram estabelecidas doses para crianças menores de 3 anos; em crianças de 3 a 12 anos a dose inicial de Haloperidol é de 0,5 mg/dia, até uma dose diária total de 0,15mg/kg/dia em 2 ou 3 ingestões. 

Tratamento de comportamento não psicótico e síndrome de Gilles de La Tourette: 0,05mg/kg/dia em 2 ou 3 ingestões. Doses geriátricas: de 0,5 a 2mg 2 ou 3 vezes ao dia. Injetável – adultos: 2 a 5mg por via IM; repetir a dose se for necessário, a intervalos de 1 hora ou de 4 a 8 horas se os sintomas forem controlados. Dose máxima: 100mg/dia. 

Decanoato: de 10 a 15 vezes a dose oral diária prévia de haloperidol até uma dose inicial máxima de 100mg a intervalos mensais. Não foram estabelecidas as doses para crianças.

Reações adversasAs crianças são muito sensíveis aos efeitos extrapiramidais. Os pacientes geriátricos ou debilitados são mais propensos ao desenvolvimento de efeitos extrapiramidais adversos e de hipotensão ortostática. Requerem atenção médica: disartria, instabilidade, rigidez de braços ou pernas, tremor e agitação de dedos e mãos, disfagia, movimentos de torção do corpo. 

São de incidência mais rara: movimentos de mastigação, cansaço ou debilidade não habituais, tonturas, alucinações, erupção cutânea, aumento de sudorese. Sinais de superdosagem: dificuldade para respirar, tonturas, sonolência grave ou estado comatoso, tremores musculares, espasmos, rigidez ou movimentos descontrolados ou graves.

PrecauçõesEvitar a ingestão de bebidas alcóolicas ou de outros depressores do SNC durante o tratamento. Ter precaução se provocar sonolência durante a realização de exercícios.

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Podem aparecer secura na boca (efeito antimuscarínico) e possível fotossensibilidade da pele. Não é recomendável sua utilização em crianças menores de 3 anos. Os pacientes geriátricos são mais propensos à discinesia tardia e parkinsonismo. 

Os efeitos leucopênicos e trombocitopênicos do haloperidol podem provocar um aumento na incidência de infecção microbiana, retardamento na cicatrização e gengivas sangrentas.

InteraçõesA ação do álcool é potenciada e pode ser produzida hipotensão grave. Diminui os efeitos estimulantes das anfetaminas e reduz os efeitos antipsicóticos do haloperidol. Pode aumentar ou diminuir a atividade anticoagulante de derivados cumarínicos ou da indandiona. 

O haloperidol intensifica os efeitos antimuscarínicos da atropina e compostos relacionados. Aumenta as concentrações séricas de prolactina ao indicar-se simultaneamente com bromocriptina. Potencia a ação de depressores do SNC. Diminui os efeitos hipotensores da guanetidina e os efeitos terapêuticos da levodopa. Pode provocar efeitos mentais não desejados (desorientação) usando-se simultaneamente com metildopa.

Contra-indicaçõesDepressão do SNC, grave ou tóxica (induzida por fármacos). Mal de Parkinson. A relação risco-benefício será avaliada em alcoolismo ativo, alergias, epilepsia, disfunção hepática ou renal, hipertireoidismo ou tireotoxicose, glaucoma e retenção urinária.

HALDOL® - (JANSSEN-CILAG)Composição: Cada comprimido contém haloperidol 1mg e 5 mg.

HALDOL DECANOATO® - (JANSSEN-CILAG)Composição: Cada ml contém decanoato de haloperidol 70,52mg (equivalente a 50mg de haloperidol)Apresentações: Amp. cx. c/3 de 1mlHALOPERIDOL® - (I.V.B.)Composição: Haloperidol 5 mgHALOPERIDOL® - (BIOCHIMICO)Composição: Cada ampola de 1ml de solução injetável contém haloperidol 5mg.Cada comprimido amarelo contém haloperidol 1mg.Cada comprimido branco contém haloperidol 5mg.Cada ml (gotas) contém haloperidol 2mgHALOPERIDOL® - (CRISTÁLIA)Composição: Cada comprimido contém haloperidol 1mg e 5mg.Cada ampola (1ml) contém haloperidol 5mg.Cada ml de solução oral contém: haloperidol 2mg

 PIMOZIDA

ORAP

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A pimozida é um complemento sintético que pertence às difenilbutilpiperidinas. Essas estão relacionadas com as butirofenonas e, como elas, são neurolépticos-antipsicóticos de ação prolongada. A ação antipsicótica da pimozida deve-se ao bloqueio dos receptores dopaminérgicos D2 nos neurônios do SNC (sistema límbico e corpo estriado).

Além dos receptores D2, outros são afetados, o que gera diferentes efeitos adicionais (bloqueio muscarínico, bloqueio alfa1 adrenérgico, bloqueio H1 histaminérgico) que podem ser terapêuticos ou adversos. Mais de 50% da dose oral de pimozida absorvem-se no intestino e depois são extensamente metabolizados no fígado, liberando os principais metabólitos, cuja atividade é desconhecida. Sua principal via de eliminação é o rim. A meia-vida de eliminação em pacientes esquizofrênicos é de 55 horas, apesar de existir uma grande diferença interindividual.

IndicaçõesEm pacientes com síndrome de Gilles de la Tourette que não respondem ao tratamento habitual. Manutenção de psicóticos estabilizados, transtornos emergentes de pacientes no limite e personalidades esquizóides, paranóicas e obsessivo-compulsivas. Autismo infantil. Além disso, no alívio da psicopatologia da demência senil, coréia de Huntington, neuralgia pós-herpética e onicotilomania.

DoseIniciar com 1mg ou 2mg diários. Incrementar a cada dois dias. A dose habitual de manutenção geralmente é, no máximo, 0,2mg/kg por dia.

SuperdoseObservam-se: anomalias eletrocardiográficas, reações extrapiramidais severas, hipotensão, estado comatoso com depressão respiratória. Tratamento: lavagem gástrica, assistência respiratória, administração de líquidos por via parenteral e vasopressores (exceto adrenalina). O paciente deve ser controlado pelo menos durante quatro dias.

Reações adversasReações extrapiramidais, discinesia tardia, síndrome neuroléptica maligna, mudanças no eletrocardiograma, astenia, dor no peito, hipotensão postural, náusea, vômitos, tonturas, tremores, doença de Parkinson, sudorese, erupções, visão turva, cataratas, noctúria.

PrecauçõesO tratamento com pimozida expõe o paciente a sérios riscos. Como outros neurolépticos, o paciente pode desenvolver um quadro de discinesia tardia potencialmente irreversível (risco maior nos idosos); síndrome neuroléptica maligna, potencialmente mortal, que se manifesta com hiper-reflexia, rigidez muscular, instabilidade autonômica e estado mental alterado; também ocorreram mortes súbitas, talvez causadas por algum efeito da pimozida sobre o coração. 

Em fêmeas de camundongos têm se observado um incremento do risco de aparição de tumores da pituitária, situação não observada em fêmeas de ratos.

InteraçõesFármacos que prolonguem o intervalo QT do eletrocardiograma (fenotiazinas, antidepressivos tricíclicos, antiarrítmicos).

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Contra-indicaçõesNo tratamento de cacoetes simples ou de cacoetes associados com a síndrome de Tourette. Depressão endógena, estados comatosos. Síndrome de Parkinson. Pacientes com prolongamento do intervalo QT do eletrocardiograma, seja congênito ou medicamentoso. Pacientes com arritmias cardíacas. Gravidez.

ORAP® - (JANSSEN-CILAG)Composição: Cada comprimido contém pimozida 1mg e 4mg

PIPOTIAZINA

PIPORTILPIPORTIL L4

A pipotiazina é uma fenotiazina normalmente administrada como forma farmacêutica de liberação lenta (depot) por via intramuscular, embora também possa ser administrada por via oral. Como antipsicótico, a pipotriazina atua bloqueando os receptores pós-sinápticos dopaminérgicos mesolímbicos no cérebro. 

As fenotiazinas produzem um bloqueio alfa-adrenérgico e deprimem a liberação de hormônios hipotalâmicos e hipofisários. No entanto, o bloqueio dos receptores dopaminérgicos aumenta a liberação de prolactina na hipófise. 

Como antiemético, inibe a região disparadora quimiorreceptora medular e sua ação ansiolítica ocorre por redução indireta dos estímulos sobre o sistema reticular do talo encefálico. Além disso, os efeitos do bloqueio alfa-adrenérgico podem produzir sedação.Seu metabolismo é hepático e a eliminação ocorre por via renal e biliar.

IndicaçõesTratamento dos transtornos psicóticos agudos e crônicos: é eficaz na esquizofrenia e na fase maníaca da doença maníaco-depressiva. Tratamento do controle de náuseas e vômitos severos em pacientes selecionados. 

Terapêutica alternativa aos fármacos de primeira linha no tratamento a curto prazo (máximo de 12 semanas) da ansiedade psicótica. Tratamento de problemas severos de comportamento em crianças (hiperexcitabilidade). Tratamento coadjuvante do tétano e na porfiria aguda intermitente. Esquizofrenias. Delírios crônicos interpretativos e passionais.

DoseVia oral: 10 a 20mg de pipotiazina por dia, em uma única tomada. Via intramuscular (ação rápida): 10 a 20mg de pipotiazina por dia em uma ou duas tomadas. Via intramuscular (ação lenta ou depot): de acordo com o quadro clínico de cada paciente pode variar entre 25mg e 200mg de pipotiazina undecanoato e pipotiazina palmitato, embora as doses habituais sejam de 50mg a 100mg; em geral a administração é realizada a cada quatro semanas.

SuperdoseSíndrome parkinsoniana severa, coma. Tratamento: suporte sintomático.

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Reações adversasManifestam-se com freqüência: visão turva ou outras alterações na visão, movimentos de torção do corpo por efeitos parkinsonianos extrapiramidais distônicos. Hipotensão, constipação, tonturas, sonolência, secura da boca, congestão nasal. 

Observam-se raramente discinesia tardia, micção difícil (por efeito antimuscarínico), erupção cutânea, transtornos do ciclo menstrual, hipersensibilidade à luz solar, galactorréia, náuseas, vômitos.

PrecauçõesOs pacientes que não toleram uma fenotiazina podem não tolerar outras. As medicações antipsicóticas elevam as concentrações de prolactina, que persistem durante a administração crônica. Em recém-nascidos cujas mães receberam fenotiazinas no final da gravidez descreveram-se icterícia prolongada, hiporreflexia ou hiper-reflexia e efeitos extrapiramidais. Durante a lactação manifesta-se sonolência no lactente. 

Os pacientes geriátricos necessitam de uma dose inicial mais baixa pois tendem a desenvolver concentrações plasmáticas mais elevadas, são mais propensos à hipotensão ortostática e mostram uma sensibilidade aumentada aos efeitos antimuscarínicos e sedativos das fenotiazinas.

Também são propensos a desenvolver efeitos secundários extrapiramidais, tais como discinesia tardia e parkinsonismo. Sugere-se administrar em pacientes idosos a metade da dose do adulto. Por seu efeito antimuscarínico pode diminuir e inibir o fluxo salivar e contribuir ao desenvolvimento de cáries, doença periodontal e candidíase oral. 

Os efeitos leucopênicos e trombocitopênicos das fenotiazinas podem aumentar a incidência de infecção microbiana, retardo na cicatrização e hemorragia gengival.

InteraçõesOs anti-histamínicos e antimuscarínicos intensificam os efeitos antimuscarínicos das fenotiazinas, especialmente confusão, alucinações e pesadelos. As anfetaminas podem produzir redução dos efeitos antipsicóticos das fenotiazinas e por sua vez as fenotiazinas podem diminuir o efeito estimulante das anfetaminas. 

As fenotiazinas podem diminuir o limiar para as crises convulsivas, sendo necessário ajustar as doses dos anticonvulsivantes. Podem inibir o metabolismo da fenitoína e causar toxicidade por fenitoína. O uso concomitante com antitireóideos pode aumentar o risco de agranulocitose; com a bromocriptina podem aumentar as concentrações séricas de prolactina.

Os efeitos antiparkinsonianos da levodopa podem ser diminuídos devido ao bloqueio dos receptores dopaminérgicos no cérebro. O uso concomitante com bloqueadores beta-adrenérgicos provoca a elevação da concentração plasmática de cada medicação.

Contra-indicaçõesDepressão severa do SNC, estados comatosos, doença cardiovascular severa. A relação risco-benefício deve ser avaliada nas seguintes situações: alcoolismo, angina do peito, discrasias sangüíneas, glaucoma, disfunção hepática, doença de Parkinson, úlcera péptica, retenção urinária, síndrome de Reye, transtornos convulsivos, vômitos (pois a

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ação antiemética pode mascarar os vômitos como sinal de superdose de outras medicações). 

Antecedentes de agranulocitose tóxica, porfiria e glaucoma. Gravidez e lactação. Risco de retenção urinária em transtornos uretrais ou prostáticos.

PIPORTIL® - (RHODIA FARMA)Composição: Cada comprimido contém pipotiazina 10mg.PIPORTIL L4® - (RHODIA FARMA)Composição: Cada ml de solução injetável contém 25mg e 100mg de pipotiazina.d

PENFLURIDOL

SEMAP

Como penfluridol não é sedativo potente, ele deve ser usado em combinação com psicotrópicos sedativos, quando for usado em pacientes agitados ou agressivos.Penfluridol deve ser usado com cautela em pacientes com disfunção hepática.

Acredita-se que os neurolépticos possam baixar o limiar convulsivo e devem, portanto, ser usados com cautela em pacientes epilépticos. Se necessário, as doses dos anticonvulsivantes devem ser adaptadas nestes pacientes.

Um caso de convulsão foi relatado durante tratamento com altas doses de penfluridol.Pacientes idosos podem ser particularmente sensíveis, especialmente aos efeitos extrapiramidais recomenda-se reduzir as doses iniciais pela metade.A segurança de penfluridol em crianças menores de 12 anos não foi estabelecida.

Discinesia tardiaComo todo agente neuroléptico pode-se observar discinesia tardia em alguns pacientes submetidos a terapia prolongada ou após a interrupção do medicamento.O risco de aparecimento aumenta com a idade e com a dose, principalmente em mulheres.

As manifestações podem ser permanentes em alguns pacientes.Tal síndrome é principalmente caracterizada por movimentos involuntários rítmicos da língua, face, boca ou mandibula. Não há nenhum tratamento eficaz conhecido.Agentes antiparkinsonianos normalmente não aliviam os sintomas desta síndrome.

Sugere-se que todos os agentes antipsicóticos sejam descontinuados se estes sintomas aparecerem, principalmente em pacientes com idade superior a 50 anos.A síndrome pode ser mascarada quando o tratamento e reintroduzido, quando a dose é aumentada ou quando é feita uma troca por outro medicamento antipsicótico.Tem sido relatado que movimentos vermiculares finos da língua possam ser um sinal precoce de discinesia tardia e que a síndrome completa poderá não se desenvolver se a medicação for interrompida a tempo.

INTERAÇÕESComo ocorre com todos os neurolépticos, o penfluridol pode intensificar a depressão do

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SNC produzida por outros depressores do SNC, incluindo álcool, hipnóticos, sedativos ou analgésicos potentes.

Da mesma forma, apesar do penfluridol não ter efeito depressor sobre a respiração, ele pode potenciar a depressão respiratória causada por morfinomiméticos.Quando administrado concomitantemente com anti-hipertensivos, penfluridol pode intensificar a hipotensão ortostática.

Quando drogas indutoras enzimáticas (tais como o fenobarbital, a carbamazepina ou a fenitoína) forem administradas concomitantemente, a dose de penfluridol deve ser aumentada.

Penfluridol inibe a ação de agonistas dopaminérgicos, tais como a L-dopa ou a bromocriptina. Não foram relatadas incompatibilidades com outros psicotrópicos.

GRAVIDEZ E LACTAÇÃOEmbora nenhum efeito teratogênico ou embriotóxico tenha sido observado em animais, não existem dados suficientes para avaliar sua segurança em humanos, portanto, penfluridol só deve ser utilizado durante a gestação se os benefícios superarem os possíveis riscos. Em ratos, o penfluridol é excretado pelo leite.

Se o uso de penfluridol for considerado essencial, os benefícios da amamentação devem ser ponderados diante dos riscos potenciais envolvidos.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir ou operar máquinas:Pacientes que queiram dirigir ou operar máquinas devem ser alertados sobre a possibilidade de sonolência e prejuízos sobre o estado de alerta, especialmente durante o primeiro dia de tratamento.

REAÇÕES ADVERSASOs efeitos colaterais são raros e geralmente brandos.Efeitos neurológicos:Aparecem cerca de 4-6 horas após a administração da dose semanal e são mais pronunciados no dia seguinte.

Normalmente, diminuem em 48 horas e tendem a desaparecer espontaneamente, dentro de 3 a 6 semanas, conforme o tratamento e continuado.

Os sintomas extrapiramidais, que ocorrem devido ao bloqueio dopaminérgico, raramente aparecem em doses inferiores a 10 mg de penfluridol por semana.Com doses acima de 10 mg por semana, a ocorrência aumenta proporcionalmente com a dose.

As manifestações clínicas mais comuns desses sintomas são:Parkinsonismo:Bradicinesia, rigidez muscular, dificuldade para caminhar, ausência de expressão facial, tremor, micrografia.

Distonia aguda ou discinesia:Torcicolo, trismo, crises oculogiras.

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Acatisia:Incapacidade de ficar parado.Os efeitos mais freqüentemente relatados são:Inquietação e discinesia.

Os sintomas parkinsonianos são diminuídos com administração de anticolinérgico ou, se possível com a redução da dose.Discinesia tardia (ver Precauções).

Efeitos hormonais:Incluem hiperprolactinemia, que em alguns casos pode levar a galactorréia ou amenorréia.

Síndrome neuroléptica maligna:Como ocorre com outros neurolépticos, em raros casos foram relatados este tipo de síndrome ao penfluridol.

Esta síndrome constitui um resposta idiossincrásica desenvolvida rapidamente, caracterizada por hipertermia, rigidez muscular, instabilidade autonômica, alteração de consciência, coma e aumento nos níveis de CPK.

Sinais de instabilidade autonômica, tais como, taquicardia, pressão arterial lábil e sudorese podem preceder a hipertermia, agindo como sinais de advertência.O tratamento antipsicótico deve ser interrompido imediatamente e instituída terapia de suporte apropriada e cuidadoso monitoramento do paciente.

O dantrolene e a bromocriptina tem se mostrado eficazes no tratamento da síndrome neuroléptica maligna.

Outros efeitos:Efeitos colaterais autonômicos, tais como, distúrbios visuais e hipotensão, sintomas gastrintestinais, incluindo náusea e vômito, podem ocorrer principalmente no início do tratamento. Entretanto, tais sintomas são raros.

Fadiga, hipersalivação ou sudorese excessiva podem ocorrer no dia seguinte a administração da dose semanal de penfluridol.

Outras observações incluem:Tontura, sonolência, cefaléia, reações cutâneas e ganho de peso.Depressão tem sido ocasionalmente reportada.Na maioria dos casos, a relação causal com penfluridol não é conhecida.Foram relatados casos isolados de alteração na função hepática e taquicardia benigna após a administração de neurolépticos.

CONTRA-INDICAÇÕESPenfluridol não deve ser usado em distúrbios depressivos e síndrome de Parkinson.Penfluridol é contra indicado nas depressões do SNC e em estados comatosos.Não deve ser usado em pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula ou a qualquer derivado difenilbutilpiperidínico.

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SEMAP® - (JANSSEN-CILAG)Composição: Cada comprimido contém penfluridol 20mg.

para referir:Ballone GJ - Antipsicóticos Típicos (Geral) - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2005.