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Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012
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A PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA:
APONTAMENTOS PRELIMIARES.
SANTOS, André das Chagas (UNIOESTE)1
SILVA, João Carlos da (UNIOESTE)2
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos tem-se discutido questões teórico-metodológicas sobre o Ensino
de História no Brasil, cujo campo de pesquisa vem crescendo e incorporando novas
temáticas como: currículo, formação de professores e livro didático. Segundo Luis
Fernando Cerri (2007), o Paraná é uma das unidades da federação que se destaca quanto
ao número de grupos de estudo dedicados a temática ensino de História. No entanto, o
mesmo autor nos alerta, que muito do que é produzido acaba sendo diluído em
periódicos e em eventos, ou não são publicados pela escassez de espaços de publicação.
As pesquisas que se dedicam ao mapeamento e discussão de certa produção
acadêmica em diversos campos de conhecimento são denominados de “Estado da Arte”.
(FERREIRA apud CARDOSO; JACOMELI 2010, p. 273). Este tipo de produção pode
ser divida em dois momentos: a investigação, momento em que é realizado o
mapeamento com o objetivo de identificar “onde”, “quem”, “quando” foram produzidos
os textos. O segundo momento é quando o pesquisador faz a tentativa de inventariar,
relacionando ou comparando as produções.
O objetivo deste texto é realizar um levantamento preliminar sobre a produção
acadêmica acerca do ensino de História desde o ano de 2006, nos programas de pós-
graduação stricto sensu em Educação, em nível de Mestrado, em universidades do
1 Licenciado em História CEULS/ULBRA. Discente do Programa de Pós-graduação em Educação/Mestrado em educação/UNIOESTE, Campus Cascavel, PR. Membro do Grupo de pesquisa HISTEDBR/GT- Cascavel. E-mail: andrecriz2010@hotmail.com 2 Doutor em História e filosofia da Educação/FE-UNICAMP. Professor no Colegiado do Curso de Pedagogia e do Programa de Pós-graduação em educação/Mestrado em educação/UNIOESTE, Campus Cascavel, PR. Membro do Grupo de pesquisa HISTEDBR/GT- Cascavel. E-mail: jcsilva05@terra.com.br
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Paraná, com o objetivo de compreender quais as perspectivas do campo de estudo
“ensino de história”, apresentados nas dissertações desses programas.
Além das dissertações também foram considerados três livros dedicados ao ensino
de história, sendo três coletâneas e artigos publicados nas revistas HISTEDBR- On-Line
e Revista Brasileira de História da Educação. Esperamos com este estudo contribuir
com as discussões sobre o ensino de história.
O ensino de história nas dissertações em universidade do Estado do Paraná
No conjunto da produção levantada nas universidades do Estado do Paraná, desde
2006, foram defendidas quinze dissertações com enfoques relacionados ao ensino de
História. Na Universidade Estadual de Maringá, UEM, no período pesquisado,
encontramos a dissertação de Delton Aparecido Felipe, com o titulo “Narrativas para
alteridade: o cinema na formação de professores e professoras para o ensino de história
e cultura afro-brasileira e africana na educação básica”, defendida no ano de 2009. Para
a realização deste trabalho, o autor elaborou um curso de formação para professores, no
qual foram apresentados filmes que podem desencadear debates sobre história e cultura
africana. Este estudo foi dividido em três momentos: (a) contextualização do ensino de
História e a implantação da lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História e
cultura africana na educação básica. (b) descrição dos procedimentos, a elaboração do
curso, a escolha dos sujeitos e etc. (c) análise e discussão das atividades realizadas. Ao
final o autor conclui que a utilização de narrativas fílmicas contribui para o ensino de
História e cultura africana.
Na Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG, levantamos quatro
dissertações com o tema ensino de História. A primeira intitulada: “Nem sacerdotes,
nem guerrilheiros: professores de História e os processos de consciência histórica na
construção de identidades”, defendida em 2007, por Caroline Pacievtch. Neste trabalho
a autora procura compreender o processo de consciência histórica mobilizado por
professores em suas historias de vida profissional e pessoal, identificando elementos da
consciência histórica que condicionam o trabalho destes profissionais. Ainda em 2007,
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levantamos a dissertação de Maria Antonia Marçal, com o titulo “Quem vai me ensinar
de novo?” “Os homens se educam em comunhão”: experiências de constituição docente
através de grupos de estudos de professores de história (2004-2006), em analisa os
grupos de estudo de professores de história. A autora aponta que os professores sentem
necessidade de grupos para compartilharem suas experiências e angustias, no entanto
cursos que silencie os saberes e experiências de docentes, não desencadeiam mudanças
substantivas na ação educativa desses sujeitos. A terceira dissertação defendida foi a de Marcos Roberto Kusnick, com o titulo “A
Filosofia Cotidiana da História: uma contribuição para a Didática da História” (2008),
na qual, o pesquisador procura entender como os alunos de ensino médio se posicionam
quanto ao ensino de história. Outra dissertação defendida nesta universidade foi a de
Federico José Alvez Cavanna, com o titulo “O ensino da história recente em Uruguai
(2004-2008): As questões da laicidade e da disciplina história”, no ano 2009. O autor
faz uma discussão sobre a situação política Uruguaia, onde desde 2004, os partidos de
esquerda alcançaram maioria nas eleições e com isso abriu espaço para a discussão de
temas como a ditadura militar neste país, e situa a questão da laicidade no ensino de
história recente do Uruguai. A última dissertação do período estudado foi de Glaucia
Marília Hass, intitulada “Consciência Histórica e Narrativa: um estudo sobre a
articulação temporal e representação de futuro de estudantes” foi defendida 2011, neste
trabalho procurou-se compreender qual a noção de consciência histórica de estudantes
da educação básica e quais as perspectivas de futuro presentes em narrativas produzidas
pelos sujeitos investigados.
Na Universidade Estadual de Londrina, UEL, no programa de Mestrado em
Educação, encontramos oito dissertações com temas relacionados ao ensino de História.
A primeira defendida em 2007, por Airton de Moraes, com o titulo “As concepções de
historia presentes no ensino fundamental: as relações entre historiografia, metodologias
e o ensino de história”. Neste texto o autor procurar entender como as correntes
historiográficas influenciam no ensino de história. Ao final do trabalho o autor conclui
que a falta de referencial teórico com relação às correntes historiográficas aliadas ao
falta de recursos pedagógicos e materiais influenciam no rendimento dos professores e
alunos nas aulas de história.
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Em 2008, Roberto Cezar de Andrade defendeu a dissertação intitulada
“Construindo discursos e compartilhando memórias: a década de 70 e a formação de
professores de História na Universidade Estadual de Londrina”, neste texto o autor
procura analisar, através de entrevistas com professores, a formação de professores de
história no período da ditadura militar na UEL. No mesmo ano, foi defendida a
dissertação de Sueli de Fátima Dias, com o titulo “a pratica pedagógica do professor de
historia: o estudo de suas percepções nos colégios estaduais de Apucarana – PR”, em
que procura entender como os professores analisam suas praticas pedagógicas
cotidianas, e conclui que os professores sentem a necessidade de uma aproximação dos
conhecimentos produzidos na universidade e a realidade na educação básica. A ultima
dissertação levantada no ano de 2008, foi a de Lucineia Cunha Steca, com o titulo “a
prática docente do professor de história: um estudo sobre o ensino de história do Paraná
nas escolas estaduais de Londrina”. Neste trabalho o autor procura entender qual a
história do Paraná os professores de história conhecem e ensinam aos seus alunos.
No ano de 2009, levantamos a dissertação de Denise Martins Américo De Souza,
intitulada “Parâmetros curriculares de história: do discurso oficial sobre a explicação
histórica às elaborações de professores das séries iniciais”. O objetivo da pesquisa foi
analisar a repercussão dos pressupostos teóricos contidos nos parâmetros curriculares
nacionais. Outra dissertação defendida neste ano acerca do ensino de história foi a de
Mariana Reis Feitosa. Intitulado “O lugar da Prática de Ensino e do Estágio
Supervisionada na formação inicial do professor de História: um estudo sobre o curso
de História da UNESP/ Assis” o texto investiga o significado da disciplina Metodologia
de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado na formação inicial do professor de
História.
Sirlei Maria do Nascimento defendeu “As concepções de professores das séries
iniciais e a aula de História: um estudo com professores de uma escola da rede
municipal de Londrina” em 2010. O objetivo de sua pesquisa foi o de entender como os
professores de história de series iniciais trabalham a disciplina de história. A pesquisa
indicou que se faz necessário um programa de formação de continuada para que os
professores possam articular seus saberes e práticas. A última dissertação que
levantamos na UEL, foi a de Ana Cláudia Cerini Trevisan, com o titulo “Tecnologia e
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História: a cultura da escola e os saberes de professoras dos anos iniciais do Ensino
Fundamental”, (2011). A pesquisa buscou compreender a percepção que os professores
têm sobre as novas tecnologias, o computador e internet e sua aplicação ao processo de
ensino-aprendizagem em especial no ensino de história. Na Universidade Federal do Paraná, UFPR, levantamos três dissertações que
abordam a temática Ensino de História. A primeira é intitulada “Lembrança, interesse e
história substantiva: significados do ensino e aprendizagem da história para os sujeitos
da educação de jovens e adultos” defendida por Claudia Hickenbick, em 2009. A autora
procura compreender ideias históricas dos sujeitos da EJA, sendo centrais na
investigação as concepções históricas, as fontes de pesquisa, o trabalho e o oficio do
historiador.
No mesmo ano, Jaqueline Lesinhovski Talamini, com o titulo “O uso do livro
didático de História nas séries iniciais do ensino fundamental: a relação dos professores
com os conceitos presentes nos manuais” apresentou a análise da relação dos
professores de história com os livros didáticos e responder se é possível aprender
conceitos históricos através do livro didático nas series iniciais do ensino fundamental.
Por fim “Os manuais de Didática da História e a constituição de uma epistemologia da
Didática da História”, trabalho escrito por Osvaldo Rodrigues Junior no ano de 2010.
Esta pesquisa buscou compreender a relação entre a teoria da História e as concepções
pedagógicas na constituição da Didática da História.
O ensino de história nas coletâneas
Nesta seção faremos uma breve apresentação de alguns aspectos que ao nosso ver
mereceram destaque em três coletâneas dedicados a temática ensino de história3. A
primeira coletânea “Ensino de história: sujeitos, saberes e práticas tem como
organizadores Ana Maria Monteiro, Arlete Medeiros Gasparello e Marcelo de Souza
3 KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo, SP: contexto, 2005. GASPARELLO, Ana Maria, , MEDEIROS, Arlette; MAGALHÃES, Marcelo de Souza (Orgs). Ensino de história: sujeitos saberes e práticas. Rio de janeiro: Mauad. 2007. CERRI, Luis Fernando. (Org.). Ensino de História e Educação: Olhares em convergência. 1 ed. Ponta Grossa, PR: Editora da UEPG, 2006.
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Magalhães, publicado em 2007. Ana Heloisa Molina, no artigo desta, coletânea Ensino
de História: olhares em convergência, defende a ideia de que a formação do professor
está associada ao currículo nos cursos de formação de professores no ensino superior.
Essa questão é relacionada à questão professor/pesquisador. Durante algum tempo estes
conceitos pareciam dicotômicos, e representavam o modelo de formação de professores
no Brasil.
Neste modelo não havia integração entre as disciplinas pedagógicas, teóricas e de
conhecimentos específicos. Outro problema é que os cursos de formação de licenciados
em História, ainda apresentam uma grade curricular que tem como referencia uma
historia baseada na divisão compartimentada da historia, e com forte apego a visão
eurocêntrica. Geni Rosa Duarte e Emilio Gonzáles indicam caminhos de como utilizar a
música popular como fonte de pesquisa no ensino de história e complementam
afirmando que é dever do historiador e do professor de história levantar fontes e
produzir conhecimento pra contribuir na luta contra as injustiças e as classes dominantes
ou não.
Partindo de outra perspectiva, no artigo Do formar ao fazer-se professor, Elison
Antonio Paim (2007) defende a formação como um processo que acontece no dia a dia,
no cotidiano escolar, ao entrar em contato com a dinâmica da escola. Ao se falar de
formação de professores, se pensa de imediato, na formação recebida ou dada na
universidade, como se formar alguém fosse algo definitivo. Nessa lógica, o professor ao
atuar em sala acaba se tornando mero repetidor, e transmissor de conteúdo. Neste modelo não há espaço para autonomia, produção, diferenciação, os imponderáveis que estes professores irão encontrar nas escolas, como alunos cansados, com fome com uma sobre carga de trabalho, com falta ou inexistência de materiais como livros e mapas. (PAIM 2007, p.158)
Ainda na discussão sobre a formação de professores de História, Arlete Medeiros
Gasparello, no artigo “Encontro de saberes: as disciplinas escolares, o historiador da
educação e o professor” articula esta temática ao currículo de história, argumentando
que os professores de história e o currículo escolar de história são influenciados pelos
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debates historiográficos e pedagógicos, e que nos últimos anos a história nova está
encontrando mais espaço na escola.
Outro tema que vem sendo trabalhado esta relacionado aos livros didáticos de
História. Segundo Kazumi Munakata, no texto “O livro didático e o professor: entre a
ortodoxia e a apropriação”, o livro didático é um dos principais dispositivos da
educação escolar, e que para examiná-lo é preciso ir além da elucidação dos conteúdos,
mas também os procedimentos de sua produção, difusão, escolha e aquisição. E
prossegue afirmando que o livro é a mais importante definição do currículo escolar em
países em desenvolvimento, e que deve ser um auxiliar do professor e do aluno.
Na coletânea “História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas”,
organizada por Leandro karnal (2005), na apresentação o organizador justifica o estudo
sobre o ensino de história afirmando que tanto o fazer histórico, quanto o fazer
pedagógico são mutáveis, e se transformam por causa dos métodos, das fontes e dos
agentes envolvidos no processo. Nesta coletânea destacamos o texto de Jaime Pinsky e
Carla Bassanezi Pinsky, intitulado Por uma História prazerosa e consequente. Neste
texto os autores defendem a volta dos conteúdos nas aulas de história e dão algumas
indicações de como trabalhar determinados conteúdos em sala de aula. Os autores
também fazem a defesa da história cultural como referencial nas salas de aula e que não
da mais pra ficar só pensando em luta de classes.
O ensino de história nas revistas científicas
A Revista Brasileira de História da Educação, publicação da sociedade brasileira
de história da educação (SBHE), fundada em 28 de setembro de 1999. Tem como
objetivos congregar profissionais brasileiros que realizam atividades de pesquisa e/ou
docência em História da Educação e estimular estudos interdisciplinares, promovendo
intercâmbios com entidades nacionais e internacionais e especializadas de áreas afins. É
uma organização filiada à ISCHE (International Standing Conference for the History of
Education), a Associação Internacional de História da Educação. A revista tem uma
publicação quadrimestral e seu primeiro número foi publicado em 2001.
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Nesta revista levantamos três artigos acerca da temática em questão. O primeiro
foi “Um estudo sobre a cultura escolar no Rio de Janeiro dos anos de 1930 pelas lições
de história”, de autoria de Miriam Chaves (2006). Neste texto a autora procura
compreender através de lições escolares de história, como a educação contribui para
construção de um tipo de cidadão idealizado. No mesmo texto é abordada a questão das
reformas educacionais na cidade do Rio de Janeiro, no período em que foram
implantadas escolas de referencia, pelo então secretario de educação do Rio de Janeiro,
Anísio Teixeira.
No ano de 2010, levantamos o texto de Claude Carpentier, traduzido por Dislane
Zerbinatti Moraes, intitulado “Manuais e programas escolares franceses de história e de
geografia: identidades, globalização e construção europeia (1995-2002)”. Neste texto o
autor procurar mostrar como os manuais de história e geografia discutem o processo de
globalização e a formação da identidade europeia. Segundo o autor os aspectos
destrutivos da globalização são descritos como um risco de perda de identidade, o que
aumenta as desigualdades e as resistências de identidades. Ainda neste mesmo número
levantamos o artigo “Ensino de história e cultura escolar: fontes e questões
metodológicas”, de Antonio Simplício Neto, no qual analisa questões metodológicas
sobre o uso de fontes para pesquisa em sobre a cultura escolar, em especial ao ensino de
História, para tal o autor se utiliza de registros manuscritos internos de escolas da rede
estadual de São Paulo (décadas de 1960 e 1970) e Relatórios de estágio dos alunos de
prática de ensino de história da Feusp (1972-79).
A revista HISTEDBR– On Line é uma publicação do Grupo de Estudos História
Sociedade e Educação no Brasil. Liderado por Dermeval Saviani, o grupo vem desde a
década de 1986, vem contribuindo para o produção de conhecimento sobre a história da
educação brasileira e para o ensino de história. Na revista HISTEDBR- ONLINE, foram
levantados 23 artigos4, sendo 03 artigos dedicados a temática de formação de
4Os artigos levantados na Revista On Line do HISTEDBR e seus respectivos autores foram: ALMEIDA, Maria de Fátima Ramos de; LIMA, Sandra Cristina Fagundes de. Patrimônio cultural, história da educação e formação continuada de professores. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.24, p. 114 –124, dez. 2006; ALVES, Gilberto Luiz. Manuais didáticos de história do Brasil no Colégio D. Pedro II: do Império às primeiras décadas da república. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.35, p 230-249, set.2009; BARBOSA, Leandro Mendonça. Aspectos teórico-metodológicos da história e sua
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professores de história; 03 dedicados a temática de História do ensino de história; 03
sobre a temática da história da África e afrodescendentes; 05 sobre os livros didáticos de
história; e 09 sobre questões teórico-metodológicas do ensino de história. No conjunto
dos artigos levantados destacamos seis, correspondendo a uma das temáticas indicadas
aplicabilidade na prática de ensino. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.36, p. 235-245, dez.2009; BRANCO, Gisele Cristina; MALACARNE, Vilmar. A questão da identidade nacional brasileira na obra história geral do Brasil de Francisco Adolfo de Varnhagen: cultura e educação. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.32, p.95-112, dez.2008; BUFREM, Leilah Santiago; SCHMIDT, Maria Auxiliadora; GARCIA, Tânia Maria F. Braga. Os manuais destinados a professores como fontes para a história das formas de ensinar. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.22, p. 120 –130, jun. 2006; CAINELLI, Marlene Rosa; TUMA, Magda Madalena P.. História e memória na construção do pensamento histórico: uma investigação em educação histórica. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.34, p.211-222, jun.2009; CAVALCANTE, Maria da paz; GÓIS, Francisca Lacerda de. A teoria da atividade e o ensino de história: perspectivas no ensinar e aprender. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.40, p. 164-178, dez.2010; CENTENO, Carla Villamaina. O conhecimento histórico vulgarizado: a “ditadura” do manual didático. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.33, p.169-178, mar.2009; CENTENO,Carla Villamaina. O manual didático projeto araribá história no município de campo grande, ms (2008). Revista HISTEDBR On-line, Campinas, número especial, p.20-35, mai.2010; COLARES, Anselmo Alencar; GOMES, Marco Antonio de Oliveira; Colares, Maria Lília Imbiriba Sousa. História e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas: uma reflexão necessária. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.38, p.197-213, jun.2010; FELIPE, Delton Aparecido. Nota sobre as políticas em prol do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na educação escolar. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.39, p.250-266, set.2010; FIÚZA, Alexandre Felipe. O resto é verdade: história e ficção em sala de aula no curtametragem ilha das flores. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.32, p.243-253, dez.2008; GIANI, Luiz. Artes, para a didática da história. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, número especial, p.283-307, ago.2010; MAGALHÃES, Lívia Diana rocha. Educação, história e memória: uma aproximação do estudo geracional. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.28, p.99 –105, dez. 2007; MARTINS, Marcos Francisco. História e cultura afro-brasileira: o que os professores e os alunos aprenderam na escola pública? Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.33, p.194-206, mar.2009; MIMESSE, Eliane As avaliações aplicadas pelos professores na disciplina história nas décadas de 1970 e 1980. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.30, p.119-132, jun.2008; MIMESSE, Eliane, O ensino profissional obrigatório de 20 grau nas décadas de 70m80 e as aulas dos professores de História. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.26, p105 –113, jun. 2007; MIMESSE, Eliane. A prática pedagógica dos professores de história no uso dos livros didáticos. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.35, p. 96-107, set.2009; MITTERER, Isabela Toscan; HOFF, Sandino. A organização do trabalho didático na disciplina história no ginásio frei Rogério (1943-1961). Revista HISTEDBR On-line, Campinas, número especial, p. 194-214, mai.2010; NASCIMENTO, Maria Isabel Moura; NASCIMENTO, Manoel Nelito Matheus. O lugar da história na formação do professor. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.38, p. 186-196, jun.2010; NASCIMENTO, Sirlei Maria do. As concepções de professores das séries iniciais e a aula de História: um estudo com professores de uma escola da rede municipal de Londrina. 2010. 120 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Estadual de Londrina, 2010; ORSO, Paulino José. Pressupostos teórico-metodológicos para o ensino de história. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.32, p.224-232, dez.2008; RUCKSTADTER, Flávio Massami Martins; RUCKSTADTER, Vanessa Campos Mariano. As origens do ensino de história no Brasil colonial: apresentação do epítome cronológico, genealógico e histórico do padre jesuíta António Maria Bonucci. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, número especial, p.76-85, mai.2010; SOUSA, Rodrigo augusto de. O Ensino de História na Perspectiva Intelectual de Alfredo Miguel Aguayo. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.43, p. 118-131, set2011.
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acima. As questões teórico-metodológicas foi uma temática que teve destaque e por isso
foi apreciado em dois momentos nessa seção.
Paulino José Orso (2008) considera que o ensino de língua portuguesa e
matemática assumem o papel de primazia, na educação brasileira, relegando ao ensino
de história um papel secundário. Pois, no senso comum, ou no mundo das ideias, o fato
de saber ler e escrever, por si só, já daria condições ao aluno, conhecer a história. Na
educação tradicional, o ensino de história se apresenta como uma sequencia cronológica
de fatos heroicos, de personagens ilustres, em geral, reis, presidentes, e etc. Desta
forma, o ensino de historia contribui para a manutenção da ordem social, do estado de
exploração a que as camadas populares são submetidas pelo grande capital. Nesta
perspectiva o ensino de história perde seu potencial transformador.
Para que o potencial de transformação social que a disciplina histórica possui seja
de fato aproveitado, três pressupostos devem ser adotados nas aulas de história. O primeiro, é o de que a realidade não é estática, encontra-se em constante transformação, em movimento, em constante devir e que, portanto, tudo se transforma o tempo todo; que as coisas, os fatos e a realidade que presenciamos hoje, não foi, nem continuará da mesma forma como se encontra; o segundo, é que é preciso estarmos vivos para podermos fazer história e que quem a faz é o próprio homem; terceiro, que a base da sociedade está fundada no trabalho. (ORSO, 2008, p. 228).
Em artigo publicado em 2009, intitulado “Aspectos teórico-metodológicos a
história e sua aplicabilidade na prática de ensino”, Leandro Mendonça Barbosa,
apresenta discussões de professores em cursos de graduação sobre a utilização de
questões teórico-metodológicos no ensino de história, e como trabalhar conceitos como
ideologia, patrimônio cultural, estado, público etc. Segundo o autor este trabalho pode
ser dividido em momentos, sendo o primeiro a apresentação dos conceitos; o segundo
uma pesquisa documental, com a busca de fontes, como por exemplo, jornais do
período em questão. E o terceiro momento seria o de aumentar a complexidade da
pesquisa estendendo os conceitos e as fontes a historia da nação, de uma guerra, da
cidade etc.
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“A prática pedagógica dos professores de história no uso dos livros didáticos” é o
titulo do artigo publicado por Eliane Mimesse em 2009, no qual faz uma analise a partir
de relatórios de estagio de alunos do curso de história da USP, no período de 1972 1
1986, das práticas pedagógicas e como se desenvolvem os conteúdos e a utilização do
livro de didático de história por professores na cidade de São Paulo.
Carla Villamaina Centeno, em 2009, publicou o artigo “O conhecimento histórico
vulgarizado: a “ditadura” do manual didático”, no qual tece algumas críticas a utilização
indiscriminada dos livros didáticos na educação básica, segundo a autora e seus
referenciais os livros didáticos são responsáveis pela vulgarização do conhecimento.
Para a autora o conhecimento que ele veicula é fragmentado e “(...) no ensino de
História estão excluídos o seu fazer científico típico e os instrumentos que aciona para
produzir o conhecimento, como a pesquisa com variadas fontes, por exemplo”. (p. 176).
No texto de Delton Aparecido Felipe e Teresa Kazuko Teruya, de 2010, “Nota
sobre as políticas em prol do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na
educação escolar”, os autores apresentam alguns aspectos positivos sobre a implantação
da lei 10639/2003, a qual torna obrigatório o ensino de história e cultura africana na
educação básica. Segundo os autores a lei propiciou a abertura de caminhos para a
construção de uma educação de combate ao racismo, e a partir desta lei é possível e
legitimo falar no ambiente escolar de discriminação, exclusão e marginalização.
No texto “Patrimônio cultural, história da educação e formação continuada de
professores” (2006), de Maria de Fátima Ramos de Almeida e de Sandra Cristina
Fagundes de Lima, é apresentado o resultado de ações educativas e exposições de
imagens, artefatos, documentos escolares e depoimentos orais, para refletir sobre a
história da educação, a educação patrimonial e formação de professores. Segundo as
autoras o trabalho sobre o patrimônio forneceu condições aos professores para trabalhar
a preservação do patrimônio cultural nas suas instituições.
Considerações finais
No levantamento e análise do conjunto da produção acadêmica, verificamos uma
variedade de abordagens acerca do ensino de história. Percebe-se nas coletâneas
analisadas a preocupação com a formação de professores e o currículo. As questões
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mais levantadas são “o que ensinar?” “Como ensinar?” “Por que ensinar?”, e como
utilizar o potencial transformador do ensino de história.
Nas dissertações levantadas verificamos a preocupação do estudo com a
consciência histórica, levando em consideração as contribuições de Rüsen. A
abordagem que se fez mais presente foi a nova história e influencias fenomenológicas,
com temas voltados a história cultural.
Nas analises realizadas nas revistas cientificas, em especial na revista
HISTEDBR-ONLINE, percebe-se a presença de uma abordagem voltada para o
materialismo histórico dialético, bem como uma preocupação com as questões teórico-
metodológicas sobre o ensino de história, com tendência para um diálogo entre essas
abordagens. Como alertamos no inicio deste texto, este levantamento tem ainda caráter
preliminar que pretendemos avançar no decorrer de nossos estudos em nível de
Mestrado.
REFERENCIAS
ALMEIDA, Maria de Fátima Ramos de; LIMA, Sandra Cristina Fagundes de. Patrimônio cultural, história da educação e formação continuada de professores. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.24, p. 114 –124, dez. 2006.
ALVES, Gilberto Luiz. Manuais didáticos de história do Brasil no colégio Pedro II: do império às primeiras décadas da república. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.35, p 230-249, set.2009.
ANDRADE, Roberto Cezar de. Construindo discursos e compartilhando memórias: a década de 70 e a formação de professores de História na Universidade Estadual de Londrina. 2008. 121 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2008.
BARBOSA, Leandro Mendonça. Aspectos teórico-metodológicos da história e sua aplicabilidade na prática de ensino. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.36, p. 235-245, dez.2009.
CARDOSO, Maria Angélica; JACOMELI, Mara Regina Martins.considerações sobre escolas multisseriadas: Estado da arte. Educere ET educare. Vol. 5, n 9, p. 267-290, jan./jun, 2010.
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