UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
CURSO DE POS-GRADUA9AO EM PEDAGOGIA TERAPEUTICA
A UTILlZA9AO DE ATIVIDADES LUDICAS NO
PROCESSO DE ALFABETIZA9AO
CURITIBA
NOVEMBRO 2007
ROSINEIA GONC;:ALVES RANGEL DOS SANTOS
A UTILlZAC;:AO DE ATIVIDADES LUDICAS NO
PROCESSO DE ALFABETIZAC;:AO
Monografia apresentada ao curso de P6s-
Graduagao em Pedagogia Terapeutica a
nivel de especializaQao, da Universidade
Tuiuti do Parana.
Proia. Orientadora: Olga Maria Silva Mattos
,IY\\V,.(-~·
;-:;\' CURITIBAr\ NOVEMBRO 2007
SHORIAl S[{RIGUI
SUMARIO
RESUMO ......................•.......................................................................... 01
INTRODUyAO 02
1 0 PAPEL DA EDUCAyAO NA SOCIEDADE DlALETICA 04
2 CONSIDERAyOES GERIAS SOBRE A ALFABETIZAyAO NA
PRE-ESCOLA 10
2.1 A PRE-ESCOLA E 0 LlJDICO .. 13
3 JOGO - 0 CONHECIMENTO DO MUNDO DE SI MESMA 20
3.1 A COMUNICA<;ii.O COM 0 OUTRO . 21
3.20 JOGO EO REFLEXO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIAN<;A.. 23
3.30 JOGO COM METODOLOGIA DO TRABALHO 25
CONSIDERAC;OES FINAlS 29
REFERENCIAS 32
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 35
RESUMO
Este trabalho traz a riqueza da ludicidade na aprendizagem da crianga. Temcomo objetivo demonstrar que as atividades ludicas estao presentes naaprendizagem no desenvolvimento infantil nos aspectos social, cognitiv~ eafetivo, assim como conscientizar pais e educadores de que 0 ato de brincarnaa e apenas lazer, mas tamMm uma alternativa para desenvolver aaprendizagem e multiplas habilidades. Destaca a importancia do jogar ebrincar como forma prazerosa de aprender tambem na pre-escola, tornandapossivel a construgao do conhecimento. Enfoca 0 ludico no processoeducativo com 0 auxilio ao professor em suas atividades permitindo a criangadescobrir 0 seu eu, facilitando a sua criatividade, sua autonomia, suainteragao com 0 outro e enriquecendo seus esquemas perceptivos eoperativ~s. Enfim, mostra que a brincadeira e os jogos constituem importanteresumo pedagogico.
INTRODUCAO
Quando falar-se em: __. trabalhar a partir do interesse da crian9a, atuar
sobre 0 que ela ja conhece, nao esquecer a "bagagem" que ela traz ao
ingressar na escola, considerar os seus interesses e necessidades ..
percebe-se claramente que os seus interesses de crian9a devem ser
respeitados.
Tanto 0 brinquedo quanto 0 jogo, para a crian9a de idade pre-escolar.
E muito importante para 0 seu desenvolvimento. Nos brinquedos, nos jogos,
a crian9a opera com significados desvinculados dos objetos e das a90es aos
quais se vinculam; participam de atividades onde ha a alternancia de papeis
a serem assumidos, aprendem a agir numa esfera cognitiva, atendendo as
suas necessidades de investigar 0 real, representa-Io e transforma-Io; reflete
sobre sua realidade atraves das a90es. Da linguagem e dos sentidos (pre-
escola) sao determinadas pelas ideias e nao pelos objetos (as
transforma9oes internas no desenvolvimento da crian9a surgem em
consequencia do brinquedo e do jogo).
Sendo 0 jogo um adequado meio para a constru9aO do conhecimento
nos anos pre-escolares, tentar-se-a aqui mostrar a grande importancia dos
jogos pedag6gicos no desenvolvimento e no processo de alfabetiza9ao da
crian9a, sendo uma maneira de jogar aproveitando 0 que faz parte da
realidade de todas as crian9as.
Falar do "jogo do saber! E tentar recuperar 0 carater ludico do
ensino/aprendizagem. Dessa forma, nunca e demais lembrar que a palavra
"Iud us" , em sentido pr6prio significa jogo, divertimento e, par extensao,
Escola, aula.
A atividade ludica, entre outras caracteristicas, tem poder grande de
fascinar aqueles que com ela se envolvem, sendo desligada de "interesses"
e praticada dentro de limites espaciais e temporais pr6prios; e definida
basicamente pela alegria e pelo prazer de sua vivencia.
No decorrer do trabalho alguns itens sao enfocados, no capitulo 1,
tem-se 0 papel da educagao na sociedade sob a concepgao dialetica. 0
capitulo 2 abrange consideragoes gerais sobre a alfabetizagao e 0 ludico na
pre-escola. E no capitulo 3 encontra-se 0 jogo propriamente dito, a
comunicagao at raves dele e 0 trabalho metodol6gico realizado.
1 0 PAPEL DA EDUCAC;:AO NA SOCIEDADE-CONCEPC;:AO DlALETICA
Todo ser humane situa-se no mundo social e hist6rico a partir de um
conjunto de rala<;:oes e determinayoes tais como: politicas, culturais,
familiares, etc. Eo sujeito de direitos e deveres e esta destinado a sua plena
realiza<;:ao, ao seu bem estar economico, social, espiritual. Assim sendo, a
educa<;:ao devera estar a favor deste e de sua realiza<;:ao em sociedade,
segundo suas multiplas rela<;:oes.
Neste contexto, no ambito de uma pedagogia dialetica, a educa<;:ao se
identifica com 0 processo de hominiza<;:ao. A educa<;:ao e 0 que pode fazer
com 0 homem de amanha.
Na perspectiva da transforma<;:ao, importa estar atento aos seres
humanos com coletividade: importa considerar cad a individuo como
elemento da totalidade social, tendo 0 direito e 0 dever de participar de todos
os bens sociais/economicos, politicos, culturais em igualdade de condiyoes.
Uma pedagogia para a transformayao nao podera a educayao como se ela
fosse neutra. A educayao, aqui tem cheiro e cor, ela esta voltada para um
rumo explicito - trabalhar pela participayao democratica nos bens sociais. 0
envolvimento ideol6gico e um fato, nao hit pois, em educayao como em
qualquer outra atividade humana, agir sem que se esteja envolvido em
valores. Sendo politica, a educa<;:ao traduzida em uma pedagogia para a
transformayao, devera assumir-se nao neutra e democratica.
"... os elementos tecnicos, existem sempre num determinado processohist6rico e ninguem se iluda de poder assimilar esses elementos emsi, sem concretamente assimilar tambem a direyao hist6rica que osproduziu". (SAVIANI, 1992, p. 57)
Nao ha como negar que 0 educar, pela sua pr6pria condigao de quem
comegou antes, deva ter uma maturidade diversa daquela que pode ter 0
educando. Isso, contudo, nao pode permitir-Ihe assumir-se como centro de
todas as decisoes, ou como 0 criterio de toda certeza e verdade. Assim
sendo, 0 educando tera que ser assumido, nao como um adulto em
miniatura, nem como um deficiente que aspira a cuidados, mas como sujeito
de direitos e deveres no contexto de um processo social.
A agao educacional deve estar atenta para 0 fato de que, em nossa
sociedade, marcada por desigualdades, um2. das vias de acesso a
participagao social e a competencia. Essa competencia se faz pela posse de
conhecimentos acumulados pela humanidade e pela humanidade em
produzi-Ios a partir de novas situagoes desafiadoras. A competencia tecnica
nao pode ser considerada em si: ela e sempre referida il determinada
perspectiva politica, devendo ser aferida a partir dai e nao 0 contrario a
bipolaridade entre competencia para a, cultura dominante e de competencia
para as classes populares.
Na compreensao dominante, a competencia tecnica e uma categoria
em si, universal, acima dos interesses de classe, quando, pelo contrario,
sabe-se que a competencia e/ou incompetencia sao qualificagoes atribuidas
no interior de uma visao de cultura historicamente determinada, pois existe 0
competente 0 incompetente para uma certa concepgao de cultura, como
existe 0 competente e 0 incompetente de cultura, como existe 0 competente
incompetente, para uma nova concepgao de cultura.
Sendo assim, a burguesia, entre muitos fatores, mantem-se no poder,
porque detem 0 conhecimento e s6 repassa a quantia necessaria il
emergencia de agoes que Ihe satisfaga, e com a visao de competencia e
educador que Ihe interessa.
Cabe, portanto, questionar estes conceitos e estar atento a todas as
manifestayoes oriundas das classes populares, que nao podem ser
subestimadas.
Com relayao a pedagogia Infantil, a visao crianya baseada em uma
concepyao infantil e nao na analise da condiyao Infantil, mascara a
significayao social da Infimcia.
Desta foram, a crianya e considerada como um ser que nao e, ainda
social, desempenhando apenas um papel marginal nas relayoes sociais.
Assim, 0 desenvolvimento cultural das possibilidades naturais da crianya, ao
inves de social mente determinado e condicionado p~r sua origem social. Fica
dissimulada a rejeiyao social e economica que a crianya sofre. 0 conceito
rotulado e repassado ideologicamente pela visao dominante e de que todas
as crianyas sao iguais, correspondendo a um ideal de crianya abstrata, mas
que se concretiza na crianya burguesa, e por conseguinte, num ideal de
educayao tambem burguesa.
Qualquer trabalho consciente, desenvolvido com crianyas, nao pode
prescindir de uma definiyao de que e 0 conceito de Infancia no interior das
classes sociais.
Deve-se partir do principio de que as crianyas, tem modos de vida e
de inseryao social, completamente diferentes uma das outras, 0 que
corresponde a diferentes graus de valorizayao da Infimcia pelo adulto, a
partir de suas condiyoes economicas, sociais e culturais, e do papel efetivo
que exercem na sua comunidade. Portanto, e falsa a concepyao de crianya
unica abstrata, po is e encarada como se fosse a-historica, e como se seu
papel social e seu desenvolvimento independessem das condiyoes de vida,
da classe social e do meio natural de sua familia. Ao longo dos seculos tem
havido modificayoes de atitudes em relayoes a infancia, a luz das mudanyas
ocorridas nas form as de organizayao da sociedade, contribuindo para uma
4~':i.::TtC;~~1\~=,compreensao da questao da crianga no presente; questao esta mais
estudada como um problema em si, mas compreendida segundo uma
perspectiva do contexto hist6rico em que esta inserida.
A ideia de infancia nao existiu da mesma maneira. Ao contrario, ele
aparece com a sociedade capitalista urbano-industrial, na medida em que
muda a insergao e 0 papel social desempenhado pela crianga na
comunidade. Se na sociedade feudal, a crianga exercia um papel produtivo
direto, assim que ultrapassa 0 per[odo da alta mortalidade, na sociedade
burguesa, ela passa a ser alguem que precisa ser cuidada, escolarizada e
preparada para uma vida futura.
A dependencia da crianga frente ao adulto e uma caracter[stica social
da Infancia que esta presente nas diversas classes sociais, qualquer que
seja a organizagao da sociedade. Trata-se, mo entanto, de um fato social e
nao de um fato natural partindo-se do princfpio de que e nas relagoes dos
homens com a produgao de vida material 0 fator determinante, tanto das
relagoes que os homens estabelecem entre si, quanto a produgao das ideias,
pode-se dizer que a primeira relagao existente entre 0 adulto e a crianga e
economica. "Para 0 adulto, a crianga e um ser economicamente nao
produtivo que ele deve alimentar e proteger". (KRAMER, 1987, p. 23)
Entretanto, 0 sentido desta dependencia varia de acordo com a classe
social.
Para 0 adulto que vive da venda de seu trabalho, a ausencia de
atividade profissional da crianga significa perda de ganho direto. As
aspiragoes educacionais aumentam a proporgao em que ele acredita que a
escolaridade podera representar maiores ganhos, 0 que provoca
frequentemente a insergao da crianga no trabalho simultaneo a vida escolar.
Contrariamente, 0 crescimento infantil e, para aquele cuja atividade consiste
em explorar 0 capital, uma especie de capitalizagao. A educagao tem valor
de investimento a medio ou Iongo prazo e 0 desenvolvimento da crian<;:a
contribuiria futuramente para aumentar a renda familiar.
Kramer analisa esta questao colocando: "Encarar crian<;:as dentro da
sociedade de classes significa que nao existe a crian<;:a, mas sim individuos
de pouca idade, que sao afetados diferentemente pel a sua situa<;:ao de
classe social". (KRAMER, 1987, p. 24)
Entretanto, a ideologia dominante insiste em privilegiar um modelo
positivo de crian<;:a, sendo que 0 "fracasso" das crian<;:as das classes
populares e atribuido aD despreparo dessas crian<;:as para a escola, seus
pad roes culturais, suas habilidades e conhecimentos sao considerados
insuficientes para garantir uma boa carreira escolar. Apresentam
desvantagens "socio-culturais", ou seja, carencia de ordem social, ora de
ordem intelectual ou IingOistica, ora de ordem afetiva. Em ambos os casos,
as crian<;:as apresentam "insuficiencia" que sao necessarias recompensarem
atraves de metod os pedagogicos adequados, se quer diminuir a diferen<;:a
entre essas crian<;:as "desfavoraveis" e as demais, na area do desempenho
escolar.
A ideia basica e a de, atraves da interven<;:ao precoce, reduzir ou
eliminar as desvantagens educacionais, entendida enquanto um atraso
intelectual ou uma distor<;:ao emocional provocados por um ambiente fraco
em estimula<;:ao. Isto supoe que os problemas economicos podem ser
superadDs, sem modifica<;:oes nas relayoes de produ<;:ao existente, ou seja,
sem mudanyas na infra-estrutura economica.
A incapacidade da crianya aprender no ambiente escolar, tambem e
atribuido a uma inadequa<;:ao, da familia, principal mente da mae, por nao
fornecer estimula<;:ao suficiente , presume-se que a mae da crian<;:a carente
fale errado, nao sa be cuidar do filho, nao Ihe da afeto, nao de valor, nem aD
filho nem a sim mesma, ou seja, esta mae supostamente transgride os
padr6es estabelecidos como corretos e adequados.
Entretanto, esta "hip6tese da mae inadequada" e a "tese da
deficiencia cultural", sao amplamente questionaveis, considerando-se que 0
que determina que a crianga nao aprenda e a falha do sistema educacional,
e a insensibilidade das escolas/creches as diferengas culturais e linguisticas
que as criangas trazem para 0 ambiente escolar. Se 0 fracas so escolar e a
repetigao resultam da divisao da sociedade em classes, ha que se aproveitar
os aspectos positivos das desvantagens, valorizando a cultura da crianga
permitindo-Ihe progressivamente compreender a dominagao que sofre e
questiona-Ia, instrumentalizando tal crianga para atuar nessa sociedade
desigual e competitiva que a torna "carente".
o trabalho pedag6gico desenvolvido na pre-escola deveria, pois, partir
daquilo que a crianga conhece e domina, nao dos conteudos e habilidades
que faltam: partir do que ela e, e nao do que ela nao e. A ideia central seria
de que diferengas, nao sao deficiencias.
2 CONSIDERA<;:OES GERAIS SOBRE A ALFABETIZA<;:.li.O NA ESCOLA
A um nivel de senso comum a pre-escola e entendida como um
espa<;:o de "brincadeiras", onde a crian<;:a so vai para passar 0 tempo. A pre-
escola e entendida na fun<;:ao de apenas formar habitos e desenvolver
habilidades motoras da crian<;:a, onde nao ha necessidades de uma
sistematica a nem de quantidade. Eo onde a crian<;:a se prepara para um
aprendizado futuro, pois ate mesmo muitos professores colocam que
crian<;:as de 3 a 6 an os nao aprendem, assim seu trabalho a::enas se resume
em "brincar" com a crian<;:a.
Esta coloca<;:ao acima leva a uma reflexao mais profunda e a varios
questionamentos, entendendo a Pre-escola em outra perspectiva de
educa<;:ao, po is 0 que se pretende e formar cidadaos conscientes e
construtivos em uma sociedade em mudan<;:a:
"Entendo a importancia da pre-escola na democratiza<;:ao daeduca<;:ao brasileira e na constru<;:ao da cidadania, torna-seimprescindivel a preocupa<;:ao com uma pre-escola de qualidade,onde deve transcender as concep<;:oes tradicionais e assistencialistasde deposito de crian<;:as de panaceia para carencias infantis ou doenganador avan<;:o da pre-escola com objetivos em si mesma".(Garcia, 1993)
Em um entendimento mais amplo, a pre-escola adquire uma fun<;:ao
pedagogica a ai esta se referindo a um trabalho que toma a realidade e os
conhecimentos infantis como ponto de partida e assim os amplia.
Este trabalho se da atraves de atividades que possuam um significado
concreto assegurando a aquisi<;:ao de novos conhecimentos.
A pre-escola deve ser entendida como um espa90 de acesso a todas
as linguagens, um espa90 de experiencias totalizadoras onde a crian9a
podera empaliar seus referenciais de mundo.
A fragmenta9ao do saber pela pre-escola contribui para a
fragmenta9ao do saber da crian9a, ou seja, "arte e brincadeira" e apenas por
isso tem lugar na pre-escola, ja "Ciencia" e trabalho e por isso tem um lugar
no 1Q grau, ou entao se pode ate dizer que brincando a crian9a est a apenas
brincando e nao aprende nada.
A brincadeira e um dos recursos que a crian9a emprega para
conhecer 0 meio que a rodeia. Os temas escolhidos nas brincadeiras das
crian9as sao aqueles que a ela necessita aprofundar. Brincando a crian9a
constr6i significados, assimilando os papeis sociais, 0 entendimento das
rela90es afetivas e a constru9ao do conhecimento.
A pre-escola e a sociedade separam a razao da imagina9ao e
incentivam a forma9ao de individuos que se dedicam a arte ou a ciencia e
que s6 utilizam a razao, atraves do dominio da tecnica, sem talento.
"Invengao vem da imaginagao e a imaginagao e um labirinto em que 0 dificil
e a saida, e a entrada". (Rubem Fonseca)
o conhecimento cientifico nao uti liza apenas a razao. A ciencia earle
sao tambem aprendidas pela intuigao sensivel e captadas pelo senti mento,
pois jii dizia Einstein, "a cria9ao e produto de uma intuigao que independe
dos simbolos e caminhos 16gicos". A intui9ao e uma forma de conhecer 0
mundo, onde se busca ordenagoes, significados e sentidos, mas que muitas
vezes percebe-se e nao estimula-se.
E assim, conclui-se que a escola ensina que a arle e diversao e a
ciencia e obrigagao. Esta analise esta impregnada nos pre-conceitos de uma
cullura que desumaniza 0 trabalho e mitifica a cria9ao.
A alfabetiza9ao esta intimamente ligada as linguagens, ou seja, nao
apenas a linguagem esc rita e sim as linguagens: escrita, musical, corporal,
plasticas, etc.
Entao se entende que ao trabalhar as diferentes linguagens a crianya
est a se alfabetizando.
Tradicionalmente a alfabetizayao esta somente ligada a lingua escrita
e falada, onde seu trabalho esta centrado no grafico, a lingua s6 e trabalha
enquanto c6digo, em uma fundamentayao em senten9as isoladas e sem
significado, cuja finalidade e apenas 0 exercicio mecanico.
Segundo esta coloca9ao, nao se quer negar a primordial importancia
do trabalho da Lingua Portuguesa.
No Brasil pensa-se, fala-se, conta-se e escreve-se em lingua
portuguesa. Eo esta lingua que remete a experiencia de vida a possibilidade
de expressar-se.
Assim a pre-escola nao deve preocupar em alfabetizar crian9as
ensinando-as os mecanismos do c6digo aliabetico e sim fazer com que as
crian9as possam descobrir todo 0 prazer que a leitura e a esc rita podem
oferecer.
A alfabetizayao e de fundamental importancia em um mundo letrado
como 0 nosso, sendo grande conquista cognitiva na trajet6ria cultural de um
individuo. Entao, e necessario que a pre-escola assuma este papel que Ihe
cabe como mediadora do contato das crian9as com a Lingua Portuguesa,
visando que a linguagem e essencial para a pratica com a leitura e a
produ9ao de textos. E e assim que ira se chegar ao ponto desejado .
. a escrita deve ter significado para as crian9as, uma necessidadeintrinseca deve ser despertada nelas e a escrita deve ser incorporada auma tarefa necessaria e relevante para a vida. S6 entao poderemos estarcertos de que ela se desenvolvera nao como habito de mao e dedos,mas como uma forma nova e complexa de linguagem". (Vygotsky)
h";V ''%\eMas como ja foi colocada a alfabetizagao nao se detem apenas ao
ensino do alfabeto, e sim a todo um conjunto de Iinguagens que rodeiam
desde muito cedo as criangas.
Primeiramente a Iinguagem vinculada a pre-escola deve se dizer
alguma coisa a alguem, deve ser efetivamente usada com alguma finalidade.
Ai, esta contemplando a linguagem na sua dimensao significativa com 0 usa
da linguagem no seu efetivo e contextualizado.
Quanto mais a pre-escola abrir para a crianga a possibilidade de
acesso as diferentes linguagens que estao postas no !"!lundo, mais 0 seu
universo cultural se ampliara. Quanto mais amplo for 0 seu entendimento do
real, menos ameac;;ada ficara para a possibilidade do novo.
2.1 A PRE-ESCOLA E 0 LUDICO
Como dito anteriormente, quando se fala em pre-escol, 0 discurso do
senso comum considera que a sua func;;ao e formar habitos, atitudes e
desenvolver as habilidades essenciais para 0 aprendizado da leitura e da
escrita. Como se trata de pre-escola, 0 ltidico permeia as atividades
realizadas, confirmando 0 tom informal, nao convencional e assistematico
que caracteriza esta etapa da escolaridade.
Vive-se em uma sociedade em que uma parcela significativa das
crianc;;as, em idade escolar, esta fora da escola. Em se tratando de pre-
escola, a situac;;ao se agrava: menos de 6% da populac;;ao na faixa etaria de 0
a 6 anos freqOenta a pre-escola e, desse total, 37% das crianc;;as sao
provenientes de familias com renda superior a 5 salarios minimos. Estes
dados sao revel adores do tipo de selegao por que passa a maioria da
populac;;ao, inclusive nas oportunidades de pre-escola.
Faz parte da logica desta sociedade discriminadora e excludente
dificultar 0 acesso dos filhos dos trabalhadores a escola e, sobretudo, a pre-
escola. As poucas crian<;:as que rompem as barreiras e conseguem se
matricular nela encontra, ainda, um espa<;:o onde nao e esperado que elas se
aprendam.
A partir da nova Carta Constitucional de 1988, as crian<;:as brasileiras
de 0 a 6 anos adquiram 0 direito legal a educa<;:ao em creches e pre-escolas.
Uma conquista que precisa ser materializada em ofertas reais de pre-escolas
e creches publicas de qualidade para os filhos dos trabalhadores. Mas e
preciso definir 0 que seria uma pre-escola de qualidade e 0 que entendemos
por creches publicas de qualidade. Qualidade referida a quem, a que
interesses?
Mais do que nunca e necessario pensar e discutir a fun<;:ao da pre-
escola. Sera qualquer pre-escola? Sera que apenas colocar as crian<;:as num
predio garante alguma coisa? A pre-escola deve ser preparatoria para a
alfabetiza<;:ao? Ela deve alfabetizar? E 0 que e alfabetizar?
Discutir a alfabetiza<;:ao na pre-escola exige refletir sobre a fun<;:ao da
pre-escola e definir 0 conceito de alfabetiza<;:ao. E repensar as praticas
pedagogicas no sentido de concretiza<;:ao de um espa<;:o compromissado
com as crian<;:as das classes populares, espa<;:o que Ihes garantia a
apropria<;:ao de novas linguagens que expressem sua forma peculiar de
representar 0 mundo.
Vive-se um movimento de mudan<;:a e rompimentos. Movimento
permeado por avan<;:oslrecuos, certezaslincertezas, tristezas!alegrias. E a
discussao teo rica do trabalho realizado que tem possibilitado as professoras
repensar e questionar a sua propria a<;:ao pedagogica, permitindo que,
coletivamente, se apropriem de novos conhecimentos. A teoria ao se
confrontar na pn\tica, e valida ou atualizada. Isso impulsiona as professoras
ousando e tentando.
A preparayao para a escola e tid a como finalidade primeira da pre-
escola. Nesta concep9ao, 0 trabalho realizado tem como objetivo 0
desenvolvimento de habilidades perceptivomotoras necessarias ao
"momento" da alfabetizayao. as exercicios de coordena9ao motora,
discrimina9ao visual e auditiva, coordena9ao visomotora, lateralidade, etc.
constituem 0 eixo do que e realizado com as crian9as. Oesenhar, recortar,
colar, pintar, modelar, ~antar, representar, correr, ouvir, falar, ouvir hist6rias,
atividades realizadas diariamente, teria 0 objetivo de desenvolver as
"habilidades" para 0 aprendizado da leitura e da escrita _ um aprendizado
que se dara no futuro, na classe de alfabetiza9ao ou na l' serie. Estas
praticas carregam a conceP9ao ja superada de alfabetiza9ao como um
momento de aprendizagem escola, procedido por outr~ momenta (pre-
escolar) de desenvolvimento de habilidades. Traz tambem a concep9ao de
que 0 desenvolvimento precede a aprendizagem. Na pre-escola se trata de
desenvolvimento e s6 na escola se trata de aprendizagem.
Vygotsky, ao discutir a rela9ao entre desenvolvimento e aprendizado,
chama a nossa aten9ao para tres grandes posi90es te6ricas e an uncia um
novo enfoque para esta questao. A primeira posi9ao te6rica considera que os
processos de desenvolvimento da crian9a independem do aprendizado. A
aprendizagem nao e vista como um impulso capaz de interferir no
desenvolvimento infantil.
A segunda defende que desenvolvimento e aprendizado caminham
juntos, coincidindo em todos os pontos, ao contra rio do terceiro grupo de
teorias que postulam que aprendizado e 0 desenvolvimento na coincidem.
Para este grupo, "0 desenvolvimento se baseia em dois processos
inerentemente diferentes, embora relacionados, em que cada um influencia 0
outr~ - de um lado, a maturayao, que depende diretamente do
desenvolvimento do sistema nervoso; de outr~, 0 aprendizado, que e, em si
mesmo, tambem um processo de desenvolvimento". (Vygotsky, 1989:91)
Vygotsky rejeita cada uma dessas concepyoes enos diz que a
aprendizagem possibilita 0 desenvolvimento e 0 desenvolvimento possibilita
a aprendizagem. A crianya se desenvolve aprendendo e aprende
desenvolvendo.
De acerdo com a concepyao da pre-escola como um espayo de
preparayao para a escola, ao contrario do que nos sinaliza Vygotsky, a
professora, ainda que nao se de conta, trabalha a partir do pressuposto de
que a crianya primeiro se desenvolve para depois aprender. 0
desenvolvimento ou a maturayao sao vistos como determinantes para a
aprendizagem. Como ela nao encara a alfabetizayao como um processo,
acredita que alfabetizar nao e responsabilidade sua. Para ela, a crianya
aprende a ler e a escrever em momentos estanques: primeiro, existe 0
"momento" em que a crianya deve ser "preparada" para atingir a
"maturidade" para 0 aprendizado do c6digo escrito - e 0 desenvolvimento, na
pre-escola das habilidades essenciais para 0 futuro aprendizado. Depois vem
o momento da "aprendizagem" - a escola - em que a crian9a primeira copia,
depois comeya a criar frases e, per ultimo, chega ao momento da
compreensao e apreensao do sentido daquilo que e lido ou escrito.
Querendo correr, a escola segue caminho mais longo, tomando 0
aprendizado dificil, desinteressante, e cansativo, antecipando para a pre-
escola uma pratica respalda numa visao mecanicista do modo de produyao
do saber.
A relayao existente entre pensamento e linguagem oral nao se da de
forma mecanica. 0 processo de articulayao entre ambos e unitario e sua
relac;:ao e simulUmea: pensamento e linguagem nao constituem dos
movimentos distintos, no processo global de desenvolvimento do individuo.
Ao contrario, eles compoem essa totalidade, sendo determinantes e
determinados por ela.
A palavra e um signo social e seu significado, para a crian<;a, e
inferido nas situa<;oes reais de intera<;ao e interlocu<;ao. Exposta ao meio
social em que a linguagem circula, a crian<;a dela se apropria, sem
necessidade de um conhecimento forma de gramatica da lingua.
Uma escola que opte por favorecer a apropria<;ao da linguagem
escrita prioriza situa<;oes de interavao em que a escrita seja utilizada na
plenitude de suas fun<;oes sociais. Porem, a escola prioriza a lingua esc rita
vinculada estritamente ao sistema de normas se divorcia da linguagem,
esvaziando-a de sentido.
Em geral, a professora revela no seu fazer uma forma<;ao positivista,
em que a fragmenta<;ao e considerada 0 caminho para a apreensao do
conhecimento. A sua forma de ensinar reflete os condicionamentos de uma
escolariza<;ao que recorrera a mem6ria e a repeti<;ao. Em seus cursos de
forma<;ao e "capacita<;ao", a professora e levada a acreditar no falso principio
de que 0 todo equivale a soma de suas partes, 0 que impede de
compreender 0 conhecimento como totalidade.
Na rela<;ao professorIal uno, a professora se coloca e e colocada na
posi<;ao daquela que possui 0 conhecimento e tem a tare fa de "transmiti-Io"
aos alunos. A rela<;ao tende a ser unilateral e linear. 0 que a professora diz
prevalece e se impoe, monopolizando 0 espa<;o da sal a de aula.
A professora e levada a repetir, com seus alunos, a forma a quem
vem sendo submetida ao longo dos anos: ser reduzida a nao "pensar" e
apenas "executar" tarefas. Ha sempre os que pensam por ela: 0 supervisor,
o assessor pedag6gico, 0 diretor, tecnicos da Secretaria de Educa<;ao, e
tantos outros.
A professora que nao pensa e nao cria nao reconhece seus alunos
como sujeitos e produtores de conhecimento. A historia de vida de cad a
crianya, seu modo peculiar de ler 0 mundo que a circunda, os conhecimentos
que traz para a escola, nao sao levados em conta.
Possuindo uma visao fragmentada do conhecimento e da realidade, a
professora age do mesmo modo com seus alunos. As atividades realizadas
sao fragmentadas, soltas, isoladas e, conseqlientemente, sem sentido para a
crianya. A enfase e dada apenas a forma, rompendo a unidade dialetica,
conteudo e forma. A preOCUpayaO e com a melhor forma de ensinar e nao
com 0 sentido que possa ter para as crianyas 0 que esta sendo ensinado.
Esquece-se, a professora, de que ninguem aprende 0 que nao Ihe faz
sentido.
o momento da pre-escola e um momenta riquissimo exatamente
porque possibilitaria a articulayao de varias linguagens. Linguagens de que a
crianya deveria se apropriar para usa-las, expressando-se, dizendo coisas
para 0 mundo. Ao inves da passagem mecanica de uma mesa para a outra,
crianyas e professoras podiam pensar, por exemplo, na preparayao e
eXeCUyaOde uma peya a ser apresenta para as outras turmas. Neste projeto,
o grupo estaria envolvido em escolher a peya ou criar a sua propria peya; em
pensar nas roupas que seriam utilizadas, tendo de cortar e costurar, ou, se
feitas de papel, recortar e colar teriam de pensar no cenario e, ao construi-lo,
usar madeira e/ou papelao e papel, desenho e pintura ... Teriam de criar ou
utilizar uma musica ja conhecida, ou nao, para ser 0 lindo musical; haveria 0
momenta em que cantariam e estariam usando a linguagem musical com
sentido; ao terem de se comunicar, ou, quem sabe, danyar, estariam usando
a linguagem escrita, tambem com sentido, ao se senti rem mobilizadas em
colocar no papel 0 texto da peya a ser apresentada.
Eo significativamente diferente as crianyas ficarem, individualmente,
realizando suas atividades de recorte e colagem, pintura e desenho, do que
construirem em conjunto um projeto que sera planejado, avaliado e utilizado
coletivamente.
Isso nao significa acabar com os "cantinhos". Eles estao la. Estao la
tambem os materiais e as possibilidades. A diferenya, e esta e toda a
diferenya, e que as crianyas nao VaG ficar passando de cantinho em
cantinho, apenas por passaro Elas VaG procurar atividades, as tecnicas, os
cantinhos, com uma intenyaO - a de dar continuid"c!e a um projeto planejado
coletivamente.
Nesse tipo de atividade que mobiliza todas as crianyas, em que cada
uma e mobilizada como totalidade, nao e apenas 0 seu aspecto cognitiv~
que esta envolvido - e a sua emOyaO, 0 seu senti mento, 0 seu prazer de
realizar, sao as suas intuiyoes que materializam na realizayao do projeto. 0
tempo todo, a criayao coletiva nao significa anular 0 ser unico que e cada
crianya medida que a crianya interfere no projeto, ela 0 faz carregando
consigo toda a sua hist6ria: hist6ria pessoal, que esta ligada a uma hist6ria
familiar, que traz consegue uma hist6ria de classe, que esta ligada ainda a
outra hist6ria, que e a sua hist6ria de nacionalidade. Quanto mais a pre-
escola abrir para a crianya possibilidade do acesso as diferentes linguagens
que estao expostas no mundo, mais 0 seu universo cultural se ampliara.
Quanto mais amplo for 0 seu entendimento do real, menos ameayada ficara
para a possibilidade do novo.
A crianya de nossas pre-escolas vive em uma sociedade letrada; nao
faz parte de uma sociedade agrafa. A aquisi9ao da lingua esc rita, e portanto,
imprescindivel, para que ela tenha ampliadas as suas possibilidades de
entender e intervir na realidade.
3 JOGO - 0 CONHECIMENTO DO MUNDO EM TORNO DE 51 - ME5MA
"0 tempo, 0 espayo, 0 numero, a textura, a cor e a causalidade, sao
os principais, elementos do mundo dos objetos entre os quais a crianya deve
reencontrar-se". (A. Gesell, in VAYER)
Eo grayas aos movimentos de seu corpo: coordenayao entre as
sensayoes, acomodayao sensoriomotora ... que a crianya sai da confusao
primitiva e " a construyao dos objetos e 0 primeiro exemplo dessa passagem
do egocentrismo integral primitiv~ a elaborayao final de um universe exterior"
(J. Piaget)
A crianya entra em contato com 0 mundo dos objetos
independentemente daquela outras pessoas ou considera os objetos como
prolongamento do mundo do outro?
Essa elaborayao dos diferentes elementos que constituem 0 mundo
dos objetos e estreitamente solid aria, simultaneamente a evoluyao do
esquema corporal e a noyao do outro; assim sendo:
- A crianya "deve de inicio aprender a arte de ticar desperta, depois
deve aprender a fixar os olhos num objeto e tambem a parar de fixa-
10". (A. Gesell, in VAYER)
- Grayas a preensao e as manipulayoes que acompanham a posiyao
sentada, ela comeya a penetrar no espayo dos objetos e descobre as
primeiras noyoes: dentro, fora, em cima, embaixo ...
- A noyao de cor esta vinculada a sensayao visual, mas a experiencia
visual tambem e uma experiencia ativa, e sera ainda mais significativa
quando tiver sido associ ada a ayao corporal.
- Eo grayas aos primeiros deslocamentos: rastejamento, deslocamento
de gatinhar, andar.. que ela constr6i suas primeiras noyoes de
espayo: nOy6es de aqui, ali, perto, longe, nOy6es
limites ...
E em torno do corpo e a partir do corpo, isto e, com referencia a ele,
que se estabelece a organizayao do espayo, e esta conquista do espayo que
prossegue ao longo da inlancia, objetivada pela experiencia muscular e
cinestesica, esta por isso mesmo estreitamente vinculada a elaborayao do
esquema corporal.
3.1 A COMUNICAyAO COM 0 OUTRO
o meio, 0 mundo das pessoas, no qual vive as crianyas, tem um
papel capital em seu desenvolvimento. Esse papel do meio loi valorizado po
R. A. Spitz, que descreveu esse fen6meno de psicopatologia que e 0
hospitalismo: a crianya educada em creches ou orfanatos, apesar de todos
os cuidados que Ihe possam ser prodigalizados, desenvolve-se com menos
rapidez que a crianya educada numa familia normal, seu comportamento e
muito diferente e sua linguagem sempre muito insuficiente.
A crianya esta imersa no universo relacional do mesmo modo que
seus orgaos estao imersos no tecido intersticial e e este universo relacional
que, como 0 tecido intersticial, Ihe traz a propria materia de seu
desenvolvimento.
E evidente que os relacionamentos com 0 outro sao estreitamente
ligados a atividade motora e sensoriomotora da crianya. Como esta atividade
permite-Ihe, da mesma forma. Reconhecer 0 mundo dos outros, diferenciar-
se dele, e progressivamente adaptar-se e integrar-se a ele.
Esses relacionamentos com 0 outro sao dominados pela satisfayao
destas duas necessidades complementares e fundamentais da crianya:
necessidade de seguranc;:a e necessidade progressiva de autonomia.
Vinculados a satisfac;:ao das necessidades que proporciona prazer ou
desprazer, esses lac;:os com 0 outr~ sao vivid os essencialmente de modo
tonico-afetivo.
Portanto e um clima vivido afetivamente que sao elaborados:
- 0 conhecimento do ~Utro: primeiro a mae, depois 0 pai, 0 universo
de irmaos e irmas, 0 das outras crianc;:as.
- 0 relacionamento com os outros, e p~r isso mesmo a ampliac;:ao do
campo afetivo, que provoca simpatia e i~teresse, mas tambem leva
aos sentimentos de decepc;:ao, frustrac;:ao, ciume ..
- A colaborac;:ao com os outros.
- 0 respeito ao outro habitualmente cabera ao adulto levar a crianc;:a a
aceitar as noc;:6es de permitido e proibido, de regras, de leis .. que sao
valores morais e 0 quadro da vida na sociedade.
Se a atividade corporal permite a crianc;:a relacionar-se com quem
convive, tambEim faz com que ela experimente os efeitos disso. Todos
sabem 0 quanto a crianc;:a e mais ainda a crianc;:a pequena, e sensivel as
tens6es apresentadas pelo adulto.
o relacionamento com 0 outro se manifesta de maneira visivel na
atitude e express6es corporais. E assim que as dificuldades de comunicac;:ao
(angustia, ansiedade, fugas, agressividade, autismo ...), que sao reac;:6es
contra a inseguranc;:a, exprimem-se manifestac;:6es t6nicas e posturais que
podem ser estados passageiros, mas tambem torna-se estados permanentes
que "bloqueiam" realmente a crianc;:a no uso de seu corpo, e p~r isso mesmo
perturbam suas possibilidades de aprender 0 mundo.
Alias, a relac;:ao com 0 mundo do outr~ se manifesta ern todas as
comunicac;:6es e mais particularmente na expressao verbal. Assim a
linguagem: seu aparecimento, desenvolvimento e utilizac;:ao, e estreitamente
vinculado tanto ao aperfeigoamento das diferentes condutas motoras com II
elaboragao das relagoes com 0 mundo do outr~.
Com a linguagem 0 ritmo do desenvolvimento acelera-se, pois ela
permite os intercambios com 0 mundo do adulto bem como com 0 mundo
das criangas. Enfim, associada II agao que ela permite formular, antes,
durante, e depois, a linguagem representa um papel fundamental na
transformagao das condutas materiais em pensamento.
3.20 JOGO E 0 REFLEXO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANC;;A
Um fato domina a observagao da evolugao da crianga no decorrer da
primeira infancia, a atividade corporal esta na origem de todo conhecimento:
seu corpo, 0 mundo dos objetos assim como 0 mundo do outr~.
"0 corpo, diz G. Rioux (in VAYER), eo saber imediato de si mesmo,
experiencia interna de todos os conhecimentos, 0 corpo subentende a
presenga do rnundo".
A atividade ludica, isto e, na atividade instintiva e espontanea da
crianga, encontramos tres dados essenciais que condicionam 0
desenvolvimento da crianga: seu eu, 0 mundo dos objetos e 0 mundo das
outras pessoas. Eo assim que, para J. Piaget, os jogos infantis sao dominados
p~r tres grandes tipos de estrutura que cominam as classificagoes dos
detalhes: 0 jogo exercicio, 0 simbolo e a regra. Estas tres classes de jogos
correspondentes a tres estagio caracterizados pelas formas sucessivas de
inteligencia: sensorio-motoras, representativa e refletida. Os jogos de
construgao fazem a transigao entre os diferentes estagios e as condutas
adaptadas.
A atividade de jogo parte de si mesmo. De inicio, e a expressao dos
impulsos ou tendencias profundas, modificando-se pelo encontro com 0
mundo exterior: ela tambem se modifica a medida que a crian<;:a vai ficando
mais velha, em rela<;:ao com a socializayao da atividade (os objetos, os
outros).
A) Atividade fundamental:
A crianya brinca primeiro com as maos, bravos, pes, boca ... depois
ela brinca com 0 corpo inteiro, brinca de arrastar-se pelo chao, de andar, de
correr, de saltar ..
Esse prazer ltidico e fundamental foi comparado a brincadeira dos
animais jovens. As duas atividades sao, realmente, muitos semelhantes. Ha,
entretanto uma diferen<;:a fundamental entre a brincadeira do animal e da
crian<;:a; e que a atividade ltidica animal continua funcional, ao passe a da
crian<;:a pequena torna-se progressivamente experimenta<;:ao de se mesma e
do mundo exterior atraves de si mesma. Esta atividade funcional, ligada
essencialmente ao prazer de se mover, e importante no bebe, decrescendo
progressivamente ate a idade de 4-5 anos para renascer, alias, sob outras
formas, mais tarde.
B) Atividade simb6lica:
As brincadeiras e jogos da crianya assumem entao outros aspectos, e
o aparecimento, a partir de 2 an os- 2 an os e meio, dos jogos de imita<;:ao. Os
jogos tornam-se uma transposi<;:ao do mundo ambiente e assumem entao
aspectos simb61icos e magicos que conhecemos. Enquanto os jogos e
brincadeiras funcionais perdem a import€mcia, os de limita<;:ao ocupam um
lugar importante na crian<;:a de 2 anos-2 anos e meio a 5 anos.
C) Atividade socializada:
A partir de 4 anos, os contatos com 0 outro fazem com que outros
elementos intervenham:
- 0 desejo de fazer como os grandes.
- A busca de um publico (mimicas e caretas)
- A busca do exito ..
E tambem 0 aparecimento das regras e c6digos que ocuparao um
lugar preponderante no jogo da crian<;:a a partir dos 7 anos.
3.30 JOGO COMO METODOLOGIA DE TRABALHO
o conhecimento, no sentido geral, nao e uma cole<;:ao de fatos
isolados, mas uma estrutura organizada que permite a crian<;:a relacionar as
informa<;:6es obtidas em cad a momento.
As crian<;:as aprendem atraves de seus sentidos, de seus movimentos
e de suas a<;:6es. Cad a dia na vida de uma crian<;:a e um dia cheio de
atividades e de novas situa<;:6es de aprendizagem. Ela aprende vivendo,
experimento, fazendo descobertas, agindo.
o mundo da crian<;:a e constituido a partir dela pr6pria e vai, num
crescendo, envolvendo outras criangas, adultos e 0 ambiente em sua volta. A
crian<;:a constr6i 0 seu conhecimento a partir da leitura que faz de seu
mundo, ou seja, da sua realidade. Nenhum fato vivenciado pode ser lido sem
a constru<;:ao de um quadro 16gico-matematico em que a crian<;:a relaciona,
classifica, mede ou enumera esse fato, colocando-o na rela<;:ao com seus
conhecimentos. Nenhuma das propriedades fisicas dos objetos pode ser
abstraida sem que a crian<;:a a relacione aquela que ja faz parte do seu
quadro de rela<;:oes anteriores.
o conhecimento 16gico-matematico s6 se constitui e adquire uma
estrutura de conjunto em func;;ao de certo exercicio nao verbal, mas
essencialmente ativo na crianc;;a sobre 0 meio. Dessa forma ela estrutura
suas noc;;6es de tempo-espac;;o, causalidade, e surge entao a necessidade de
uma representac;;ao 16gica, fisica e hist6rica de seus conhecimentos.
A situac;;ao ideal de aprendizagem e aquela em que a atividade e de
tal modo agradavel, que a crianc;;a a considera como um jogo e nao como
uma aprendizagem formal, e isto a sucata pode Ihe conceder.
o educador deve criar oportunidade que estimule 0 desenvolvimento
dessa crianc;;a, de forma que ela consiga pensar, relacionar, refletir e propor
soluc;;6es as situac;;6es que Ihes sao apresentadas, diante de todos os
materiais (sucatas) concedidos.
As crianc;;as ao manipularem os mais variados objetos e materiais van
tendo a possibilidade de ir descobrindo duas caracteristicas e assim ir,
gradativamente, da fase sens6rio-motora para outra mais abstrata, alem de
comec;;ar a perceber relac;;6es, causas e consequencias. Essa manipulac;;ao
acontece mementos e com todos os tipos de materiais ao desenhar, pintar,
modelar, brincar com areia e agua, brincar com bonecas.
Nessa interac;;ao com objetos, a crianc;;a estrutura 0 conhecimento
fisico e ludico-matematico, agindo sobre eles e observando os efeitos desta
ac;;ao, comec;;a a compreende-Ios incorporando-os num quadro de relac;;6es.
Para Piaget, 0 jogo e 0 mais importante e adequado meio para a
construc;;ao do conhecimento nos primeiros an os de vida. Eo uma atividade
rica em estimulac;;ao e pode conter 0 desafio necessario para provocar uma
determinada aprendizagem ao liberar um potencial existente e como
consequencia, uma situac;;ao de descoberta. A emoc;;ao da descoberta se
torna, entao, 0 motivo principal de aprendizagem.
~;~,,;,)o trabalho com sucata traz uma gama de atividades e jogos Cin'e----
podem se adequar as situagoes de aprendizagem, tendo em vista 0 objetivo
que 0 professor pretende alcangar. Ao mesmo tempo 0 professor deve ser
flexivel 0 bastante para aceitar as atividades e os jogos propostos pelas
criangas, pois 0 mesmo objetivo pode ser alcangado atraves de diferentes
tipos de abordagem.
As atividades-jogos podem acontecer de forma individual ou em
grupo. Essas atividades contribuem para a autovalorizagao da crianga,
permitindo que ela se auto-avalie em relagao as situagoes, constatando seu
progresso.
Oentre os inumeros tipos de jogos que podem ser utilizados na pre-
escola para atender a diferentes objetivos e se adequar a diferentes
situagoes de sala de aula, lembramos que 0 jogo simb61ico e 0 meio que a
crianga utiliza para expressar como ve as coisas e os conhecimentos de seu
mundo real. No jogo simb6lico as criangas sao, aD mesmo tempo, simbolos e
criadores de simbolos: exprimem simbolicamente uma grande parte de sue
conhecimento social, recriam uma determinada situagao, acentuando os
aspectos que mais marcam e que foram significativos para elas.
Nos jogos de construgao, a crianga representa 0 seu conhecimento
simbolicamente, brincando de faz-de-conta, criando situagoes e dialogos.
Quando constr6i um hospital, uma garagem, uma cidade, a crianga busca
vivenciar situagoes de seu dia-a-dia.
A atividade de construir surge natural mente entre as criangas
pequenas que, de inicio, tendem a realiza-Ias individualmente, mesmo
estando agrupas. S6 depois de certo periodo de desenvolvimento e que
conseguem partilhar a agao com outras criangas.
A atividade com sucata possibilita uma enorme variedade de jogos
que, alem de ludicos, se constituem em interessante atividade pedag6gica.
Na utiliza98.0 dos materiais, atraves da exp1ora98.0 e manipula98.0 do objeto,
adquirem n090es de: leve/pesado, aspero/liso, grosso/fino, grande/pequeno,
isto e, fazem um reconhecimento fisico.
Quando selecionam grupos de objetos adequados para determinada
constrU98.0 esUio realizando uma classifica98.o. A seria98.0 pode ocorrer
quando estabelecem a ordem de utiliza98.o dos mesmos. Qutros conceitos
matematicos tais como: quantidade, correspondencia, equivalente, peso,
medida, forma, tamanho, n090es espaciais e, ate as rela90es de causa e
efeito podem aparecer num simples jogo de empilhar.
CONSIDERAQOES FINAlS
Hoje se esta, porque nao dizer, se alfabetizando na linguagem da
informatica. 0 mundo e um constante evoluir e e preciso que a Escola
repense com urgencia sua pratica educativa, tendo sempre em vista sua
funyao social: preparar a cidadao de uma sociedade em constante e rapida
transformayao.
Indiscutivelmente, se esta na era da comunica<;:ao e basta acessar a
Internet para obter informa<;:oes do outro lado do mundo. Portanto, a grande
papel da escola atual nao e a de apenas dar informa<;:oes, mas
principalmente a de trabalhar as opera<;:oes mentais, a de "ensinar a pensar".
Vista isto e analisando a tema em pauta, conclui-se com base nos
estudos e pesquisas aqui considerados, que a constru<;:ao da esc rita nas
series iniciais merece reflexoes par parte dos educares. E sabido que a
processo desencadeia-se atraves de uma au outra pratica, porem a grande
questao esta no como, no par que, no para que.
No como, cabe a consciencia de que a trabalho pedag6gico precisa
ser realizado no equilibria e na harmonia do desenvolvimento de cada ser
humano, nao estanque II sua realidade e nao automatizado e sem
significado.
No par que, basta refletir que s6 se aprende aquila que e de interesse,
de necessidade e no para que vem a verdadeira razao da existencia do
homem, da sociedade e par vez, da Escola - precisa-se de pessoas criativas,
humanas, sabias, criticas e justas, para transformar a hoje e a amanha em
dias cada vez melhor.
As dimensoes te6ricas construtivistas/interacionista apontam-nos a
caminho mais dinamico e mais cae rente para pensar e atuar no mundo em
que se vive. Com base em seus pressupostos, nao por "modismo", pais nada
e imutavel e num futuro bem proximo outras terminologias poderao surgir
para explicar reflexoes sobre 0 conhecimento; e necessario que se considere
estes estudos que se apresentam, para que as nossas cren9as assim como
nossos pensamentos e posturas de educadores se comprometam com 0
melhor para 0 desenvolvimento de nossos educandos.
Com isto nao significa que tenha-se abrir mao de todos os caminhos
percorridos atraves de uma pratica tradicional, mas sim modificar 0 que se
faz necessario. Nao se pode permitir a uma pratica mecanicista,
fragmentada, mais lenta e limitada. Mas, tambem ni\o se pode priorizar
apenas 0 intelecto desconsiderar a matura9aO dos discentes.
No caso de alfabetiza9aO, tornar presente todo 0 c6digo linguistico
nao significa acelerar a constru9ao da leitura e esc rita da crian9a, mas sim
oportunizar que ela construa seus conhecimentos, pois ninguem alfabetiza
ninguem, a crian9a se aUabetiza e 0 professor nao pode "programar" quando
isto ocarrera, qual a idade a idade e epoca melhor. Nao pode deixar de trazer
para a sala de aula 0 que permeia a vida diaria da crian9a porque julga que
ainda nao e hora. 0 docente e um mediador e catalisador dos
conhecimentos que as crian9as constroem.
No que se refere a comunica9aO, a linguagem grafica precisa ser
interpretada pelo outro e por isso a legibilidade da esc rita precisa existir.
Neste enfoque, os psicomotricistas resgatam a importancia da coordena9aO
dos movimentos e assim da caligrafia. Desta forma, os grafo-motores devem
ter significado para a crian9a e nao serem trabalhados de modo isolado.
Atraves destes argumentos, pode-se perceber que a leitura do que
nos rodeiam e fundamental para que se possa compreender que os objetivos
e fatos estao relacionados na busca de explica90es e equilibra90es. Nada e
independente e par acaso.
De nada adianta as melhores maquinas, as melhores propagandas, 0
melhor espa<;:o fisico e 0 melhor curriculo, se as pessoas que atuam na
educa<;:ao nao se propuserem a relacionar-se com situa<;:6es reais, nao se
propuseram a ler 0 mundo que ao esta. Movimentar as certezas e sentir-se
desequilibro com rela<;:ao as nossas cren<;:as e permitir-se aprender mais, e
sem duvida alguma, dar mais um passo ao novo saber.
E papel da verdadeira Escola e de todos que nela estao envolvidos, a
reflexao e analise con stante da caminhada. Desta forma estara
oportunizando 0 crescer da pessoa e, consequentemente, da sociedade.
Diante do presente trabalho, pode-se considerar 0 jogo toda atividade
onde se observem as seguintes caracteristicas: ordem, movimento,
mudan<;:a, solenidade, ritmo, espontaneidade, criatividade, entusiasmo. A
atividade deve tambem se desinteressada, um intervalo na vida cotidiana,
sem deixar de fazer parte dela. No centro de todas essas caracteristicas esta
o elemento que a articula: a ilusao (do latim in/usia, illudere, que significa
"em jogo"), aquila que transcende as necessidades imediatas da vida e da a
a<;:aooutro sentido: 0 senti do ludico.
As atividades realizadas com sucata sao de suma importancia para 0
desenvolvimento da crian<;:a, pois atraves do mesmo a crian<;:a lan<;:amao de
sua criatividade e ultrapassa as barreiras do real para 0 sonho de crian<;:a.
Todos os profissionais de educaQao devem tirar proveito deste
interesse grandioso da crian<;:a pela fantasia, pel a ilusao, pelo imaginario,
pois atraves deles a crian<;:a tambem esta aprendendo e apreendendo algo,
sendo assim deve-se explorar ao maximo 0 ludico existente dentro dela.
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