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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
IAVM
RISCO NA CONCESSÃO DE CRÉDITO NO MECADO DE FINANCEIRO
PRISCILA DA SILVA MONTEIRO
ANTONIO MEDINA
RIO DE JANEIRO
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
IAVM
RISCO NA CONCESSÃO DE CRÉDITO NO MECADO DE FINANCEIRO
Apresentação de monografia ao instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão empresarial.
Por: Priscila da Silva Monteiro.
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AGRADECIMENTOS
A todos os autores, corpo docente do instituto A Vez do mestre, ao professor Antonio Medina pela revisão dos textos. Aos alunos e pessoas que, direta e indiretamente, contribuíram para a confecção desse trabalho acadêmico e sua constante atulização.
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DEDICATÓRIA
Dedica-se este trabalho aos meus pais, Adilson e Eunice, as minhas irmãs Denise, Liane e Simone. Aqueles que sempre acreditaram nas minhas vitórias. Aqueles que sempre me encorajaram a buscar meus objetivos. Aqueles que me mostraram o caminho a seguir, mas permitiram que eu caminhasse por conta própria. Esta conquista é tão minha quanto deles. Obrigada por tudo!
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RESUMO
Hoje em dia no mercado financeiro o crédito é uma palavra importante para as instituições financeira, impulsionando o crescimento econômico do país. Existem vários tipos de créditos para cada tipo de financiamento a ser feito. As pessoas buscam mais comprar a crédito, a inadimplência tem aumentando de uma forma significativa, mesmo com uma análise criteriosa, política de credito e sistemas eficientes como: método scoring e rating. O presente trabalho mostra a importância do crédito, o conjunto a serem analisado nos clientes como caráter, capital, condições, capacidade, colateral e conglomerado. Mostrando quais são os tipos de riscos, inadimplência e suas garantias. Palavra chave: crédito, análise de crédito e risco.
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METODOLOGIA
Os métodos que levam ao problema proposto, foram coletados através de leitura livros e sites.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
Capítulo I- Definição de crédito 9
1.1 Tipos de crédito 10 1.2 Etapas de crédito 11 1.3 Análise de crédito para pessoa física 12 1.4 Análise de crédito para pessoa jurídica 13 1.5 Os “Cs” do crédito 15 1.5.1 Caráter 15 1.5.2 Capacidade 15 1.5.3 Condições 16 1.5.4 Colateral 17 1.5.5 Capital 17 1.5.6 Conglomerado 18
Capítulo II – Riscos da análise de crédito 19 2.1 Fatores internos e externos 19 2.2 Tipos de riscos 20 2.3 garantias 21 2.4 Linhas de crédito 23 2.5 Políticas de crédito 24 2.6 Método crédito scoring 26 2.7 Rating 27 2.8 Profissional da área de crédito 30 Capítulo III – Crédito de cobrança 31 3.1 As formas de se cobrar 31 3.2 Etapas da cobrança 33 Conclusão 34
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INTRODUÇÃO
.O mercado brasileiro atual na área de crédito teve uma expansão na carteira de crédito
com baixos riscos de inadimplência, a análise da liquidez demonstra que o sistema bancário
detém montante de ativos líquidos suficiente para suportar o crescimento nas operações de
crédito.
As empresas estão competindo cada vez mais, para obter mais clientes e manter os que
já possuem. Cada empresa com estratégias diferentes. E para buscar um melhor resultado elas
recorrem à análise de crédito.
A análise de crédito é essencial em qualquer instituição financeira, diante da
necessidade de uma tomada de decisão rápida e criteriosa para identificar a capacidade de
pagamento dos clientes. É neste momento em que o analista de crédito vai avaliar o potencial
do cliente, como os riscos inerentes a concessão. O analista tem que ter a capacidade de tomar
decisões rápidas das informações obtidas durante o ato da checagem, essas informações
devem ser mantidas em sigilo pela instituição financeira.
Através da análise de crédito é possível identificar se o cliente possui idoneidade e
capacidade de pagamento para amortizar a divida que se pretende contrair. Durante este
processo é analisado aspectos do cliente como: idade, idoneidade, moradia e a renda que é o
principal elemento, diante destes dados são tomadas as decisões.
O SPC e SERASA ajudam na análise para verificar se não possui registro de cheque
sem fundo, ações de busca e apreensão, protestos, restrição financeira, cheque sustado, ações
judiciais e participação em empresas falidas. Este tipo de serviço é pago pela empresa que
solicita o serviço e o uso é confidencial.
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CAPÍTULO I
DEFINIÇÃO DE CRÉDITO
A palavra crédito vem do latim creditum, que significa confiança ou segurança na
verdade de alguma coisa; crença.1
Crédito é a confiança na possibilidade, vontade e solvência de um indivíduo no que se
refere ao cumprimento de uma obrigação contraída. É a transferência temporária do poder
aquisitivo em troca da promessa de pagamento em um prazo determinado e na unidade
monetária preestabelecida.2
Segundo Schrikel crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar
ou ceder, temporariamente, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que
esta parcela volte a sua posse integralmente, depois de decorrido o tempo estipulado.3
No Brasil o crédito cresceu acima do esperado pelo Banco Central, com queda na
taxas de juros e estímulos no consumo.
Em 2011, o estoque total de crédito no país cresceu 19 por cento segundo o BC,
ultrapassando a barreira dos 2 trilhões de reais e acima da previsão de 17,5 por cento para o
período. 4
O técnico do BC argumentou que o crescimento do crédito para pessoa física mostra
que a expansão de 2011 não é inflacionária porque vem perdendo força. Ele citou como
exemplos os empréstimos para aquisição de automóveis, cujo volume cresceu 49 por cento
em 2010, bem maior do que os 23 por cento vistos no ano passado. Outra indicação seria o
1 Gestor (Departamento de treinamento), apostila Banco Finasa, atualizado em 27/02/2009.[ acesso em 28 de Fevereiro de 2012]. 2 Gestor (Departamento de treinamento), apostila Banco Finasa, atualizado em 27/02/2009.[ acesso em 28 de Fevereiro de 2012]. 3 SCHRICKEL, Wolfgang Kurt, Análise de crédito: concessão e gerência de empréstimos. 3.ed.São Paulo: Atlas,1997.p.331. 4 Crédito cresce 19% em 2011 e supera expectativa do BC. Disponível em http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE80Q03T20120127 [ acesso em 03 de Março de 2012].
10
crédito consignado, que apresentou alta de 36,4 por cento em 2010 e, agora, de 16,5 por
cento.5
1.1Tipos de créditos
Crédito consignado – Trata-se de empréstimo com desconto em folha de pagamento,
podendo ser para funcionário público, pensionista, aposentado e hoje em dia existe para
funcionário privado em algumas empresas. Este tipo de empréstimo é feito sem consulta ao
SPC E SERASA.
Empréstimo pessoal – Trata-se de empréstimo oferecido pela financeira para satisfazer
as necessidades dos clientes. O cliente não precisa comprovar aonde vai ser utilizado o
dinheiro. Neste tipo de crédito precisa prestar atenção aos seguintes aspectos: taxas de juros.
. Taxas de juros – a taxa de juro pode ser fixa ou variável, sendo mais comum neste
tipo de crédito a taxa fixa. Na taxa variável o crédito pessoal tem uma parte que é variável e
outra parte que é fixa, chamamos de “spread”.
Spread bancário é a diferença entre o que o banco paga ao tomar um empréstimo e o
que ele cobra ao conceder um empréstimo. Atualmente o spread bancário brasileiro é um dos
mais altos do mundo. Com média de 27,5% em julho, supera a taxa de outros países
emergentes, como Peru, México e Rússia, segundo o Banco de Compensações Internacionais
(BIS).6
Leasing – é uma operação de financiamento sob a forma de locação particular, de
médio á longo prazo, com base em um contrato, de bens móveis e imóveis, onde intervêm
5 Crédito cresce 19% em 2011 e supera expectativa do BC. Disponível em http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE80Q03T20120127 [acesso em 03 de Março de 2012]. 6 Entenda o que é spread bancário. Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,AA1262612-9356,00.html [acesso em 03 de Março de 2012].
11
uma empresa de leasing (arrendador), a empresa produtora do bem do objeto do contrato
(fornecedor) e a empresa que necessita utilizá-lo (arrendatário).7
Santos define que crédito imobiliário trata-se de financiamento destinado à aquisição
ou construção de imóvel residencial, amortizável mensalmente á longo prazo, em períodos
usualmente superiores ha cinco anos.
CDC trata-se de linha de crédito destinada à prestação de serviços e aquisição de bens
duráveis com amortização mensais fixas, já com os encargos envolvidos. Ex: aquisição de
veículos, eletrodomésticos.8
Crédito imobiliário – é uma modalidade de empréstimo feita sob medida para atender
às necessidades de obtenção de dinheiro de quem quer comprar um imóvel, novo ou usado,
seja ele para fins comerciais ou residências.9
O resultado da análise em qualquer crédito acima pode ser positivo ou negativo.
1.2 Etapas da análise de crédito
O processo de uma operação de crédito não termina com a assinatura do contrato, mas
sim com a quitação da operação. As etapas são:
. Análise de crédito pode ser feita com a checagem pelo analista de crédito por
telefone com o cliente, com o emprego do mesmo e a referência pessoal (sendo esta não
obrigatória).
Concessão – fechamento da operação com o cliente. Não basta cumprir a primeira
etapa com sucesso se pecarmos na outra que é a formalização: assinatura dos contratos,
constituição das garantias;
7 FORTUNA, Eduardo, Mercado financeiro produtos e serviços. 11.ed Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998.p.130 8 SANTOS, José Odálio, Análise de crédito empresas e pessoas físicas. São Paulo: Atlas, 2000.p.26 9 O crédito imobiliário. Disponível em http://www.creditoimobiliario.biz/ [acesso em 03 de Março de 2012].
12
. Acompanhamento – deve-se observar o comportamento e as informações dos clientes
a fim de podermos detectar algum fato novo que possa comprometer a quitação da operação;
. Quitação ocorre no vencimento da operação.
1.3 Análise de crédito para pessoa física
Visa identificar os riscos para a organização que está cedendo o crédito, evidenciar
conclusões quanto à capacidade de repagamento do cliente e fazer recomendações do melhor
tipo de financiamento a ser feito. “A análise é feita conforme as necessidades do cliente e
dentro de um nível de risco aceitável, a partir de documentação apresentada e análise da
mesma.”10
A análise para pessoa física pode satisfazer as necessidades de consumo das pessoas.
A pessoa física tem que tentar fazer com que sua receita seja suficiente para honrar
suas despesas.
A análise começa com o preenchimento de uma ficha chamada “ficha cadastral”, com
os dados pessoais e profissionais do cliente. Após o preenchimento é feito o contato
telefônico no trabalho do cliente para saber se a renda do mesmo comporta o financiamento e
com uma ou duas referências pessoais para a localização do cliente.
A documentação a ser apresentada: documento de Identidade e CPF. Neste caso sendo
feita a comparação da assinatura nos documentos e da foto do cliente, comprovante de
residência, o comprovante de renda que depende de cada cliente, podendo ser:
. Assalariado - contra cheque de até os três últimos meses;
. Empresário - contrato social, pro labore ou declaração anual de imposto de renda; 10 SCHRICKEL, Wolfgang Kurt, Análise de crédito: concessão e gerência de empréstimos. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2000.p.51
13
. Autônomo - três últimos extratos bancários para verificar a média da movimentação
ou verificar se possui experiência de crédito no mercado;
. Produtor rural – nota fiscal, ITR e inscrição do produtor.
Com as informações acima é possível diminuir o risco de inadimplência e fraude. Mas
existem fatores que não são previsíveis como a dificuldade financeira, o desemprego, atraso
de salários, falta de controle, despesas imprevistas, e outros fatores.
1.4 Análise de crédito para pessoa jurídica
Para conceder crédito a pessoa jurídica é preciso ver o histórico do cliente. Este pode
ser visto com informação comercial feita pelo analista, ligando para seus contatos em
financeiras ou bancos concorrentes para verificar se a pessoa já foi cliente, pagou em dia ou se
esta com contrato em andamento.
A análise de pessoa jurídica é feita com uma visita da área comercial a empresa,
verificando o porte da empresa se é de médio, grande ou pequeno porte, a situação em que se
encontram os equipamentos, o estoque, capacidade dos funcionários, o grau de tecnologia
utilizado.
No caso de empréstimos a visita é feito sem o conhecimento do cliente para ser
avaliada a atual situação financeira da empresa, se o empréstimo esta sendo feito para
expansão, investir em capital de giro ou para cobrir alguma inadimplência, obter vantagem
competitiva em relação aos seus concorrentes. Procurar saber o tempo de atividade (mercado
de atuação), conceito da empresa internamente e externamente, garantias.
A carteira de crédito da empresa é preciso ser analisada. A carteira de crédito é um
registro de todas as contas e saldos das vendas a crédito de uma empresa. Essas contas e
saldos caracterizam um componente importante dos ativos da empresa, e freqüentemente é um
dos maiores ativos do seu balanço patrimonial – o balanço patrimonial é um dos mais usados
14
componentes das demonstrações financeiras, que retratam uma fotografia da situação da
empresa. 11
É feito uma análise de balanço que esta disponível na SERASA.
A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas
pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinam a evolução
apresentada e as tendências futuras.12
O endividamento da empresa no mercado financeiro pode ser visto no SCR, onde
consta o endividamento da mesma nos últimos 12 meses, podendo ser visto se a empresa
possui prejuízos e dívidas vencidas.
O Banco Central do Brasil adota um sistema de informação de crédito chamado
Sistema de Informação de Crédito – SCR, que fornece informações sobre operações de
crédito de pessoa física e jurídica, onde são registradas as operações superiores a R$ 5.000,00.
Verificar os fornecedores dos clientes, observando o tempo de relacionamento que eles
possuem com seus clientes, o valor e a periodicidade das que as compras são feitas, se o
cliente é um bom pagador, se esta sempre em dia ou com atrasos.
As abordagens dos aspectos cadastrais possuem caráter objetivo e subjetivo. Leoni
define:
A abordagem de caráter objetiva expressa a situação econômico- financeira da
empresa/grupo em determinado período ou ao longo de seu histórico creditício. Essa
abordagem pode ser quantificada e comparada ao logo do tempo: ela define o perfil da
empresa e, através da transformação dos dados em parâmetros confiáveis, permite a decisão
do crédito ou qualquer outro negocio que envolva um posicionamento claro para a tomada de
posição, inclusive para os executivos da própria empresa.
11 Estratégias na administração da carteira creditícia. Disponível em http://www.sci.com.br/cmn_mat.asp?MAT_COD=25&MAT_ANO=2000 [acesso em 03 de Março de 2012]. 12 Neto, Alexandre Assaf. Estrutura e Análise de balanços – um enfoque econômico- financeiro comércio e serviços, industriais, bancos comerciais e múltiplos. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2002.p.48.
15
A abordagem subjetiva envolve a “personalidade” da empresa/grupo no mercado. Atos
inqualificáveis, porem fundamentais, visto que uma atenta observação de tais procedimentos
dará o perfil da empresa de forma institucional. Assim sendo, sua análise contribuirá
efetivamente para a tomada de decisão do crédito com o cliente/grupo.13
1.5 Os “ C’s” do crédito.
Os “C” do crédito existe para que a análise de crédito contemple todos os aspectos
necessários, aumentando o lucro e minimizando as perdas. Eles são analisados em conjuntos.
1.5.1 Caráter
É o “c” mais importante na concessão de crédito. Caráter é a determinação que o
cliente possui em cumprir suas obrigações de crédito. É feito uma ficha cadastral, nesta ficha
cadastral possuem dados como: nome, endereço, local de trabalho, profissão, renda, e
histórico no mercado financeiro, são feito consulta aos órgãos como SPC e SERASA. Com
todos estes dados pode ser verificada a honestidade e honradez do cliente. No caso de pessoa
jurídica é avaliado o caráter dos proprietários, é feito a análise da empresa como o contrato
social, imposto de renda da empresa e dos sócios, carteira de clientes, carteira de fornecedores
e experiência em negócios. Um ponto importante no caráter é a pontualidade.
1.5.2 Capacidade
É a capacidade de pagamento, se refere a habilidade de pagar.
13 LEONI, Geraldo & LEONI, Geraldo Evandro, Cadastro, crédito e cobrança. São Paulo: Atlas, 1997.p.111.
16
Para pessoa jurídica a capacidade física da empresa pode ser vista através da “in loco”
ou seja, por visitas na empresa para conhecer as instalações e funcionamento da mesma. Os
pontos a ser verificados na vista são:
. Estratégia empresarial – É necessário conhecer as metas da empresa, exemplo: obter
vantagem em relação aos concorrentes nos mercados;
. Organização e funcionamento – deve ser verificado o tempo que a empresa esta no
mercado, se os funcionários estão comprometidos com a empresa, o aspecto físico como
instalações e equipamentos.
Para pessoa física deve ser verificada sua vida profissional como, estabilidade como
empregado, empresário ou autônomo.
1.5.3 Condições
O “C” de condições envolve fatores do micro e o macro ambiente.
Para avaliar o macro ambiente é fundamental o acompanhamento da política.
Esta análise avalia o “momento atual” em que é concedido o crédito. Como por
exemplo, a política cambial que prejudica as empresas que fazem negócios com o mercado
exterior, como a importação e a exportação.
Para pessoa física é observado sua relação trabalhista como o tempo de emprego e seu
relacionamento comercial.
17
1.5.4 Colateral
Está associado com a análise da riqueza patrimonial de pessoa física e empresa (bens
móveis e imóveis), considerando a possibilidade futura de vinculação de bens ao contrato de
crédito, em casos de perda (parcial ou total) da fonte primária de pagamento.14
Para esta análise é fundamental que o analista consiga a abertura da composição do
patrimônio líquido do cliente, identificar a situação dos ativos em termo de liquidez,
existência de ônus e valor de mercado.
1.5.5 Capital
O capital é avaliado de acordo com a situação financeira, econômica e patrimonial do
cliente, verificando os recursos quantitativos e qualitativos e vendo onde os mesmo serão
aplicados e como serão financiados.
As principais fontes para avaliar o capital de pessoas jurídicas são: o balanço
patrimonial, demonstração de resultados, e declaração de imposto de renda.
Para pessoas físicas: um modelo simplificado do balanço patrimonial e da
demonstração de resultado do exercício, conjugado com a declaração do imposto de renda.
Segundo Berni recomenda que “os empréstimos não sejam superiores a 1/3 dos
recursos próprios do cliente (Capital + reserva + lucro)”.15
14 SANTOS, José Odálio, Análise de crédito empresas e pessoas físicas. São Paulo: Atlas,2000.p.47 15 BERNI, Mauro Tadeu. Operação e concessão de crédito: os parâmetros para a decisão de crédito. São Paulo: Atlas, 1999.p.104.
18
1.5.6 Conglomerado
É preciso avaliar as condições econômicas e financeiras das empresas coligadas (esta
avaliação pode auxiliar ou colocar restrições às operações de transferências de ativos). 16
16 Gestão de Projetos de TI-I : linhas de crédito. Disponível em http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialprojti1/pagina_6.asp [acesso em 03 de Março de 2012].
19
CAPÍTULO II
RISCOS DA ANÁLISE DE CRÉDITO
Com a análise de crédito pode ser verificado o risco que o cliente e a operação oferecem
para a instituição. Risco quer dizer que algum evento desconhecido e possivelmente
indesejado possa vir acontecer. É a probabilidade de que o tomador de recursos não queira ou
não possa cumprir seus compromissos de dívidas.
E por ser uma operação de resultados futuros não tem como conceder um crédito sem
que haja a possibilidade de riscos, mas é preciso prevenir. Na maioria das vezes a
inadimplência ocorre nas operações a longo prazo e em pessoas de menor idade.
A origem básica do risco é a imprevisibilidade da sina humana, imprevisibilidade que é
maior numa sociedade regida não pela tradição e rotina mas por competição e inovação.17
2.1 Fatores internos e externos.
Os riscos podem vir de fatores internos e externos.
Os fatores internos são identificados como responsáveis pelas perdas bancárias em
concessão de créditos, como: Os profissionais desqualificados e controle de riscos
inadequados.
Os fatores externos são relacionados com a liquidez (capacidade de pagamento) de
empresa e pessoa física, são informações precisas para a sobrevivência no mercado de crédito,
como: Política de crédito e taxa de inflação.
17 SINGER, Paul, Para entender o mundo financeiro.1 ed. São Paulo:Contexto, 2000 .p.23
20
Segundo estudos do SEBRAE 80% das micro e pequenas empresas morrem antes de
completar um ano de vida e de cada dez apenas quatro comemoram o terceiro ano.18
2.2 Tipos de riscos.
Existem vários tipos de riscos que podem prejudicar os empreendimentos, sendo eles:
. Risco operacional – é a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falhas,
deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos,
incluindo o risco legal associado à inadequação ou deficiência em contratos firmados pela
instituição, bem como a sanções em razão de descumprimento de dispositivos legais e a
indenização por danos a terceiros decorrentes das atividades desenvolvidas pela instituição.19
. Risco financeiro – possibilidade de a empresa não ser capaz de saudar suas obrigações
cujo nível é determinado pela previsibilidade fluxos de caixa operacionais da empresa e seu
nível de obrigações financeiras.
Risco de taxa de juros – possibilidade de variação desfavorável nas taxas de juros aos
quais possuem relação inversa com o valor dos ativos.
Risco de liquidez – decorre da facilidade/dificuldade com que pode converter um ativo
em dinheiro vivo, pelo valor de mercado a qualquer momento, antes do seu vencimento.
Risco de mercado – a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos
valores de mercado de posições detidas pelo banco. Esta definição inclui os riscos das
operações sujeitas à variação cambial, das taxas de juros, dos preços de ações e dos preços de
mercadorias (commodities).20
18 MBC – Movimento Brasil competitivo. Prêmio realce apresenta novidades. Disponível em http://www.mbc.org.br/mpe/index.php/34/23-05/premio-realce-apresenta-novidades [ acesso em 04 de Março de 2012]. 19 Risco operacional. Disponível em http://www.bouzas.com.br/risco_operacional.htm [acesso em 05 de Março de 2012]. 20 Risco de mercado & liquidez. Disponível em http://www.bcgbrasil.com.br/Divulgacao-informacoes/Gestao-Risco/Paginas/Risco-de-Mercado.aspx [acesso em 08 de Março de 2012].
21
Risco de evento – possibilidade de que um evento inesperado exerça influência sobre o
valor da empresa ou sobre o valor de um ativo específico.
Risco de câmbio – exposição do valor do ativo a variações futuras nas taxas de câmbio
podem acarretar efeitos adversos sobre o fluxo de caixa.
Risco de crédito – é a possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não
cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos
termos pactuados, à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na
classificação de risco do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens
concedidas na renegociação e aos custos de recuperação.21
Risco de imagem – é ligado à falta de visibilidade exata das posições financeiras das
instituições por meio de análise de balanços.
2.3 Garantias
A garantia serve para assegurar a instituição financeira de problemas futuros em
relação ao recebimento do capital emprestado. Ela diminui a inadimplência, pois a
responsabilidade além de ser do cliente, passa a ser também da garantia.
Na análise deve se levar em consideração o perfil do cliente, porque a garantia é para
assegurar caso tenha algum problema com o cliente.
Existem dois tipos de garantias: Garantia pessoal ou fidejussória e garantia real.
A garantia pessoal ou fidejussória ocorre quando uma terceira pessoa, podendo ser
física ou jurídica se responsabiliza pelo pagamento caso a pessoa devedora não cumpra com a
sua obrigação. Podendo ser o avalista e fiança.
21 Risco de crédito. Disponível em http://www.bcgbrasil.com.br/Divulgacao-informacoes/Gestao-Risco/Paginas/Risco-de-Credito.aspx [acesso em 08 de Março de 2012].
22
O avalista apresentado tem que ter porte para o financiamento, a renda tem que
comporta a operação, nesse caso não é aceito avalista autônomo, deve ser verificado o grau de
relação entre o cliente e o avalista. O avalista serve como garantia de o financiamento ser
pago, porque arca com a responsabilidade caso o cliente não pague.
A fiança também é uma garantia de caráter pessoal e fidejussória, que torna o
garantidor (fiador) solidário ao devedor (afiançado) ou seu coobrigado, para o tal
cumprimento das obrigações assumidas por aquele.22
Os envolvidos na fiança são: o garantidor (fiador), o devedor principal (afiançado) e
credor (beneficiário).
Este processo é mais lento. O fiador na maioria das vezes tem que residir no mesmo
município que será prestado o financiamento. Deve ser registrado em cartório de títulos e
documentos.
No caso do fiador casado por lei deve contar com a anuência da esposa do fiador
casado.
Na garantia real, o devedor destaca um bem específico que garantirá o ressarcimento
do credor na hipótese de inadimplemento do devedor. Na hipótese de inadimplência pelo
devedor, o credor poderá vender o bem onerado, pagando-a dívida com o preço obtido, e caso
haja a diferença, devolve- se ao devedor. Para a validade da garantia é necessário que o
contrato estabeleça claramente o valor da dívida e os encargos incidentes, o prazo e a forma
de pagamento, bem como a identificação do bem garantidor da operação. É necessário ainda
registrar o contrato em cartório.23
Como exemplo de garantia real tem a hipoteca, penhor, nota promissória e alienação
fiduciária.
22 SCHRICKEL,Wolfgang Kurt, Análise de crédito : concessão e gerência de empréstimos.3.ed. São Paulo: Atlas,1997.p.167 23 SP CRED Informações sobre crédito. Disponível em http://apps.fiesp.com.br/spcred/garantias.asp [acesso em 08 de Março de 2012].
23
A hipoteca é a vinculação de bens considerados imóveis pelo código civil para
pagamento de divida. São bens imóveis passiveis de hipoteca: terras, casas, prédios,
apartamentos, sítios, lotes, navios e aviões.24
O grande risco sobre a hipoteca é em relação ao dono do imóvel que pode constituir
varias hipotecas, em favor do mesmo credor ou de outros.
Penhor é um direito real que consiste na tradição de uma coisa móvel ou mobilizável,
suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro ao credor, a fim de garantir o
pagamento do débito.
Nota promissória é um instrumento de crédito representado por uma promessa
incondicional por escrito entre dois agentes, assinada por aquele que se compromete a pagar
em determinada data uma soma certa de dinheiro ao primeiro ou ao portador da nota
promissória.25
A alienação fiduciária é a transferência feita pelo devedor ao credor do bem móvel, é
muito utilizada em financiamento de veículos.
2.4 Linhas de crédito
A linha de crédito é oferecida pela instituição financeira para atender as necessidades
de clientes de pessoa física como pessoa jurídica, de acordo com o seu perfil.
As linhas de créditos podem ser: investimento, capital de giro, fluxo de caixa,
arrendamento mercantil, exportação e importação.
Investimento é aplicação de recursos monetários em empreendimentos para gerar
lucros, á longo prazo. Este termo é para investimento em aquisições ou instalações de bens,
como máquinas, equipamentos e imóveis.
24 SANTOS, José Odálio, Análise de crédito. Empresas e pessoas físicas. São Paulo: Atlas, 2000.p.40 25 SP CRED Informações sobre crédito. Disponível em http://apps.fiesp.com.br/spcred/garantias.asp [acesso em 08 de Março de 2012].
24
Capital de giro é o conjunto de bens de uma empresa formado pelos recursos
monetários, indispensável a sua operação, produção e comercialização, representando pelo
dinheiro disponível, pelo estoque de produtos e matérias primas e pelos títulos a receber.26
O fluxo de caixa controla todas as movimentações financeiras da empresa em um
determinado período (diário, mensal), de onde vieram e para aonde vai os recursos da
organização, mostrando a capacidade de pagamento da empresa.
Arrendamento mercantil é uma operação na qual a arrendadora adquire bens de
terceiros e entrega esses bens à arrendatária, para fins de uso em sua atividade econômica,
mediante o pagamento de contraprestações e com opção de compra ou renovação do contrato
ou, ainda, a devolução dos bens.27
Exportação são vendas para o exterior e serviços de um país. Resulta da divisão
internacional do trabalho, pela qual os países tendem a especializar-se na produção dos bens
para os quais têm maior disponibilidade de fatores produtivos, garantido um excedente
exportável, gerando divisas ao país.28
Importação é entrada de bens e serviços estrangeiros.
2.5 Políticas de créditos
No mundo da competição das economias, cada empresa tem sua política de crédito
interna que define os critérios, os procedimentos e diretrizes a serem utilizados para a
concessão de crédito de pessoa física e jurídica, visando qualidade, agilidade e segurança.
Nesta política é definido o prazo e planos de financiamentos, taxas de juros, limite máximo de
comprometimento de renda do cliente x prestações, liberação de crédito para um novo cliente.
26 SP CRED Informações sobre crédito. Disponível em http://apps.fiesp.com.br/spcred/capgiro.asp [acesso em 10 de Março de 2012]. 27 Arrendamento mercantil (leasing). Disponível em http://www.newton.freitas.nom.br/artigos.asp?cod=348 [acesso em 10 de Março de 2012]. 28 SP CRED Informações sobre crédito. Disponível em http://apps.fiesp.com.br/spcred/capgiro.asp [acesso em 10 de Março de 2012].
25
O objetivo da política de crédito deve ser equilibrar o lucro da empresa, através da
qualidade da carteira a receber, através do gerenciamento de risco, e as necessidades dos
clientes.
Segundo Paiva “a definição e a manutenção de uma política de crédito tem como
objetivo orientar todos os envolvidos direta e indiretamente nas decisões de aplicação dos
ativos”.29
Os principais tipos de políticas de créditos são: crédito moderado/cobranças
moderadas, crédito liberal/ cobranças liberais, crédito agressivo/ cobrança agressivas e crédito
liberal/ cobranças liberais.
No crédito moderado/ cobrança moderadas é ótimo porque favorece o crescimento das
vendas, condições de recebimento, margem de lucro e fluxo de caixa, alcançando assim, o
melhor ponto de equilíbrio dos negócios. Esta política creditícia encontra o equilíbrio
necessário para o êxito nos negócios.
No crédito liberal/ cobranças agressivas a empresa vende para qualquer cliente,
independente de sua capacidade de pagamento, e os atrasos são perseguidos agressivamente,
isso inclui acompanhamento de cobrança conveniente, avaliação e cobrança de encargos
moratórios, e ação judicial rápida.
No crédito agressivo/ cobranças liberais a concessão de crédito é feita rigorosamente,
seguindo assim a política de crédito corretamente. A empresa concede crédito para clientes de
boa qualidade. Garantias pessoais e cartas de créditos são usados sistematicamente. A
cobrança é mais flexível.
No crédito agressivo/ cobranças agressivas são rígidas a análise para aprovação de
crédito e o acompanhamento de cobrança é rápido. Esta política minimiza perdas de dívidas
incobráveis e mantém a carteira a receber em alto nível de qualidade.
29 PAIVA, C.A.C. Administração de Risco e Crédito. Rio de Janeiro 3 ed Qualitymark, 1997.p.40
26
No crédito liberal/ cobranças liberais a venda é feita para qualquer cliente
independente do histórico do cliente no mercado, as ações de cobrança são aplicadas sem
pressa. Esta política resulta em menos lucro, ou em maiores perdas, do que em outro tipo de
política.
2.6 Método Crédito Scoring
Scoring é a pontuação que o sistema fornece para o cliente através das informações
obtidas, como idade, estado civil, local de residência, função no trabalho, renda, estabilidade
no trabalho (há quanto tempo esta no local de trabalho) e histórico no mercado. Este sistema
foi criado para agilidade na resposta do crédito, podendo o sistema aprovar ou recusar a
proposta de crédito. No caso da aprovação automática o risco é maior, pois não houve
checagem telefônica na proposta.
Este sistema pode ser utilizado para análise de pessoa física e pessoa jurídica.
Mesmo com um sistema eficiente podem ocorrer falhas, fazendo uma interpretação
mal feita do cadastro, aprovando um mau pagador e recusando um bom pagador.
Leoni define que O crédito escore dará muito mais rapidez as análises, principalmente
em se tratando de empresas que trabalham no ramo de crédito direto ao consumidor,
eliminando de pronto as análises subjetivas dos processos, contribuindo para maior agilização
final das respostas e ficando somente para o analista de crédito os casos intricados.30
As vantagens do crédito Scoring são:
. Controle da carteira, pois a ferramenta pode ser ajustada no caso de uma alta
inadimplência;
30 LEONI, Geraldo & LEONI, Geraldo Evandro, Cadastro, crédito e cobrança. São Paulo: Atlas, 1997.p.102
27
. É mais rápido que o analista de crédito;
. Diminuição de custo na análise.
. Informações organizadas.
As desvantagens do crédito scoring :
. Custo de desenvolvimento
. O excesso de confiança.
. Mal preenchimento do cadastro ou informações falsas.
. Interpretação equivocada dos escores.
Existem dois tipos de crédito Scoring: modelos de aprovação de crédito e modelos de
escoragem comportamental ou behavioural scoring.
No modelo de aprovação de crédito dão suporte na tomada de decisão para um cliente
novo, que não possui histórico de compras e pagamentos com a instituição financeira.
No modelo escoragem comportamental ou behavioural scoring a instituição financeira
já conhece o cliente, a informação que é adicionada é o histórico de compras e pagamentos no
mercado.
2.7 Rating
É um sistema de classificação da qualidade de crédito. Ele se classifica em letras como A, B, C, D, E, F, G e H. É de acordo com o histórico de pagamento do cliente no mercado.
As letras de A a C são os clientes com bons históricos e de D à H são os clientes com
históricos de inadimplentes.
28
O “Rating” é uma opinião sobre a capacidade de um país ou uma empresa saldar seus
compromissos financeiros. A avaliação é feita por empresas especializadas, as agências de
classificação de riscos, que emite notas, expressas nas formas de letras e sinais aritméticos,
que apontam para o maior ou menor risco de ocorrência de um “default”, isto é, de suspensão
de pagamentos.31
Cada empresa tem sua metodologia e formatação das notas, com suas próprias combinações de letras.
Como exemplos podem ver a classificação da escala de ratings globais das agências.
Essas são as três agências norte-americanas de classificação de risco de maior visibilidade. Essas classificações são revista periodicamente, referente à qualidade de crédito de uma empresa ou país que podem ser alteradas de um período para o outro.
Moody’s Fitch ratings Standard & Poor’s Significado
Aaa AAA AAA Mais alta qualidade
Aa AA AA Alta qualidade
A A A Qualidade média (alta)
Baa BBB BBB Qualidade média
Ba BB BB Predominantemente especulativo
B B B Especulativo, baixa classificação
Caa CCC CCC Inadimplemento próximo
C C C Mais baixa qualidade, sem
interesse
DDD DDD Inadimplente, em atraso, questionável.
DD DD Inadimplente, em atraso, questionável.
31 Entenda o que é “rating” ou nota de risco.Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u317159.shtml [acesso em 15 de Março de 2012].
29
D D Inadimplente, em atraso, questionável.
Fonte:Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch ratings. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u317159.shtml. [acesso em 15 de Março de 2012].
Para que seja realizada a classificação de riscos de crédito, o primeiro passo é avaliar o
cliente e o segundo passo é classificar o cliente, recorrendo a técnica quantitativas e aos
aspectos qualitativos.
A técnica quantitativa é avaliada com base em indicadores econômicos e financeiros
do desempenho passado. Como: análise de balanço e fluxo de caixa.
Os aspectos qualitativos são avaliados com base em dados cadastrais e
comportamentais. Como: ambiente externo.
Existem duas escalas diferentes para o rating: internacional e nacional.
Rating internacionais de crédito avaliam a capacidade do cumprimento das obrigações
em uma moeda estrangeira ou local. Ambos os ratings são avaliações internacionalmente
comparáveis. O rating em moeda local mede a probabilidade de pagamento na moeda do país
da jurisdição do emissor e não considera a possibilidade de controles de câmbio limitarem a
conversão de moeda local para moeda estrangeira ou de se transferir dinheiro entre jurisdições
soberanas. 32
Rating nacionais de crédito não são comparáveis em escala internacional.
Classificações similares em escala nacional de emissores em países diferentes podem mostrar
grandes diferenças na capacidade de pagamento.33
32 Introdução aos ratings. Disponível em http://www.fitchratings.com.br/pages/rtg_definitions [acesso em 15 de Março de 2012]. 33 Rating: conceito, forma de cálculo e importância para o mercado. Disponível em http://economia.uol.com.br/ultnot/infomoney/2008/04/30/ult4040u11480.jhtm [acesso em 15 de Março de 2012].
30
2.8 Profissional da área de credito
O profissional de crédito é aquele que analisa, toma decisões, busca informações para
aprovar o crédito. Ele é insubstituível por qualquer máquina porque ele que formula uma
opinião e decisão sobre o futuro do crédito a ser concedido.
Características do analista são: proativo, percepção e agilidade.
O stress desse profissional coloca em risco o bom atendimento e desempenho,
necessários no mercado competitivo, o diferencial das empresas esta ligado ao talento do
analista de crédito e aos serviços agregados aos seus produtos.
31
CAPÍTULO III
CRÉDITO E COBRANÇA
Mesmo sendo feito uma análise criteriosa, com um cadastro completo, seguindo a
política de crédito, alguns clientes atrasam o pagamento de suas prestações, por isso que as
empresas vendo este tipo de inadimplência que podem comprometer o seu equilíbrio
financeiro recorrem a uma empresa da área de cobrança.
O analista de crédito e o cobrador é o primeiro contato no relacionamento com o
cliente. Alguns cobradores extrapolam e deixam os clientes constrangidos em suas ligações.
O cobrador é a pessoa responsável pelo contato com o cliente que pode ser feito por
telefone ou por visita. O trabalho é acompanhado, por isso que são feito registros de todo o
contato telefônico e renegociação feita. . A característica deste profissional é ser firme e
cortês, não tratar o cliente de forma ofensiva.
A área de cobrança é uma das mais essenciais no setor da economia.
A empresa ao cobrar deve apresentar aos clientes alternativas negociais que interessam
tanto aos clientes como a empresa.
3.1 As formas de se cobrar.
Existem várias formas de se cobrar um cliente. Podem ser:
. Carta – È enviada para o cliente antes do vencimento pelos correios;
. Telefone – A empresa liga para o cliente a fim de fazer uma renegociação da dívida.
32
. Escritório de recuperação de crédito (normalmente administrado por advogados).
É preciso conhecer o perfil do cliente, para a forma de abordagem ser produtiva. Os
perfis mais comuns são:
. Devedor ocasional que é aquele que algo imprevisível esta ocasionando o atraso e
assim motivando o não pagamento. Quando é cobrado fica constrangido e pede desculpas.
. Devedor profissional que é aquele que está habituado a ser cobrado, fala rápido, sabe
argumentar, não liga a mínina para seu nome.
Podemos ver algumas sugestões nos procedimentos de cobrança:
. Penalidades financeiras (juros e multas)
. Critérios e parâmetros para a renegociação de divida.
. Registro dos clientes inadimplentes no SPC e na SERASA.
. Respeitar o código de defesa ao consumidor.
O código brasileiro de defesa do consumidor é um ordenamento jurídico, um conjunto
de normas que visam a proteção e defesa aos direitos do consumidor, assim como disciplinar
as relações de consumo entre fornecedores e consumidores finais e as responsabilidades que
tem esses fornecedores (fabricante de produtos ou o prestador de serviços) com o consumidor
final, estabelecendo padrões de conduta, prazos e penalidades.34
34 O que é código de defesa do consumidor? Disponível em http://www.arcos.org.br/artigos/o-que-e-codigo-de-defesa-do-consumidor/ [acesso em 16 de Março de 2012].
33
3.2 Etapas da cobrança
1 - É feito o contato telefônico com os clientes devedores.
2 – Registrar o contato feito, como a data, resposta do cliente novos prazos de
pagamentos, e se precisar outras observações importantes.
3 – Elaboração e envio de correspondência ao cliente.
4 – Orientação da cobrança feita pelo funcionário, com base nas diretrizes da empresa.
5 - Registro dos clientes inadimplentes ao SPC e SERASA.
6 – Tomarem medidas extrajudiciais e judiciais.
34
CONCLUSÃO
Com base no trabalho apresentado pode se verificar como é feito uma concessão de
credito, os tipos de créditos existentes e suas etapas.
Atualmente no Brasil a compra a crédito esta tendo um maior destaque no mercado de
produtos financeiros, sendo importante para o desenvolvimento da econômica do país. É
utilizado por pessoas que não têm recursos para fazerem uma compra à vista. Nessa situação
entra a análise de crédito que é importante para todas as empresas de financiamento, para
obter o retorno do seu capital. Para que seja feita uma boa análise de crédito é primeiramente
saber o que é uma análise de crédito, ter um profissional específico na área para determinar se
o crédito do cliente (pessoa física ou jurídica) será aprovado, é ele que terá o contato com o
cliente.
Conhecer principalmente os “Cs” do crédito, para tentar evitar os riscos de crédito,
mesmo sabendo que os riscos sempre vão existir devido a problemas externos, como
desemprego, taxa de inflação que as pessoas e as empresas passam. E também pelos
problemas internos como um profissional mal qualificado, fazendo uma análise mal feita e
não cumprindo a política de crédito da empresa.
Os analistas recorrem a ferramentas como SPC, SERASA, BACEN, consulta ao
histórico do cliente no mercado, para assim tomar uma decisão do crédito analisado, além de
ser feita checagem diferenciada para pessoa física e jurídica. Pessoas físicas que almejam
adquirir bens de consumo para satisfazer suas necessidades e desejos e pessoas jurídicas que
buscam ampliar o negócio, ou cobrir uma inadimplência da empresa.
A garantia é um meio que as financeiras adotam para dar mais credibilidade ao
crédito.
Definiu o que é linha de crédito e quais são as linhas de crédito utilizadas.
35
Observou que com o crescimento da procura pelo crédito com rapidez foi criado o
sistema crédito scoring, podendo aprovar ou negar o crédito.
Podemos entender melhor a definição de rating.
Assim conclui que para uma boa analise é preciso uma ficha cadastral bem preenchida,
uma checagem bem feita, experiência e habilidade.
36
BIBLIOGRAFIA
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