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1 Introdução
As próteses dentárias apresentam-se como soluções acessíveis e viáveis para
repor um ou mais dentes perdidos ao longo do tempo. Oferecem ainda, a
possibilidade de aliar estética e funcionalidade, favorecendo o aumento da qualidade
de vida para os usuários das mesmas. A ausência de dentes é um problema comum
a muitas pessoas que tiveram dentes removidos por causa de lesões de cárie,
doença periodontal, lesões traumáticas e casos de anodontia por características
hereditárias. Infelizmente, isso ainda é uma realidade no Brasil. Ainda possuímos
altos índices de exodontias e um grande número de desdentados totais e
principalmente parciais.
Os pacientes que necessitam repor dentes perdidos têm a sua disposição
diversas opções de tratamento protético como: a prótese fixa, implante, prótese total
ou prótese parcial removível (PPR). Independente do tipo de prótese que será
utilizado para reabilitar o paciente ela deve estabelecer as cinco características
funcionais: suporte, fixação, estabilidade, retenção e oclusão.
No final da década de 40, pesquisadores começaram a desenvolver trabalhos
relacionados ao tipo de liga metálica utilizado na confecção das próteses dentárias
removíveis convencionais. A aparência das próteses começou a ter mais
importância devido à presença da infraestrutura metálica poder comprometer a
estética. A indústria dentária tinha inicialmente cromo-cobalto e acrílico para
confecção de prótese parcial e total.
Com o surgimento de novos materiais, tem ocorrido uma evolução muito
importante nas chamadas resinas termoplásticas, como os metilmetacrilatos,
polipropileno, poliamida (nylon), acetato, e muitos outros, chamados plásticos de
engenharia, todos conhecidos pelos órgãos de vigilância sanitária como resinas para
próteses odontológicas (FERNANDES, 2010).
Conhecendo as limitações providas pelos próprios materiais, alguns
pesquisadores começaram a estudar propriedades físicas e químicas de diversos
tipos de materiais e decidiram usar material termoplástico para substituir o metal por
completo. Foi desenvolvido, assim, um material biocompatível à base de poliamida,
flexível e com alta memória molecular denominado Flexite® (TIBOR & ARPAD
NAGY, 1954).
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O Flexite® é um material utilizado para a confecção de próteses dentárias
removíveis sem metal. O seu nome deriva da palavra inglesa “flexibile” que indica
sua característica física. A marca é registrada e de propriedade da Flexite Company
e é produzido em Mineola (NY) USA. Não possui monômero como na resina acrílica,
a sua base química é o nylon. O nylon pertence ao grupo das poliamidas alifáticas
podendo ser do tipo AB e AABB, onde a letra A indica o grupo funcional – NH e o B
o grupo - CO. O nome da poliamida alifática é caracterizado da terminação nylon
seguido de um ou dois números que representam o numero de átomos de carbono
que compõem a unidade repetida (KOHAN, 2003).
Este material pode ser indicado para todos os casos de pacientes
desdentados totais ou parciais, evidentemente observando os mesmos critérios para
indicação de uma prótese convencional quanto à higienização do paciente, tipo de
rebordo, dentes com problemas periodontais não tratados, entre outros
(FERNANDES, 2010).
A relevância deste trabalho baseia-se, principalmente, na necessidade de
conhecer melhor o conceito de Prótese Parcial Removível Flexível. Desta forma,
mostra-se necessário analisar as principais vantagens e desvantagens de sua
utilização, pois, apesar de estar sendo bem difundida no meio profissional
odontológico, ainda pouco se sabe quanto à sua técnica de confecção, indicações e
benefícios, além de existir poucas informações disponíveis na literatura sobre esse
tema.
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2 Objetivos
2.1 Geral
Discorrer sobre as vantagens e desvantagens da utilização e confecção das
Próteses Parciais Removíveis Flexíveis (PPRF).
2.2 Específicos
Mostrar por meio de um caso clínico a obtenção de modelos de estudo, a
confecção e a instalação de uma Prótese Parcial Removível Flexível (PPRF);
Observar a estética, a fonética, adaptação, retenção e estabilidade da Prótese
Parcial Removível Flexível (PPRF);
Conferir o conforto oferecido pela prótese a ser confeccionada para um
voluntário.
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3 Referencial Teórico
O sorriso é o espelho da alma. O ditado popular é sempre lembrado quando
sorrimos, em um contexto de felicidade ou serenidade, de bem estar psíquico e
físico. Mas com o passar dos anos se não existir um tratamento correto dos dentes o
sorriso pode se tornar um verdadeiro problema.
E o problema será maior ainda para as pessoas que perdem alguns dentes e
precisam repor esses dentes com próteses dentárias. A grande maioria da
população é usuária de próteses e podem apresentar algum problema na
mastigação. Por isso as novas tecnologias na fabricação de prótese removíveis
flexíveis estão procurando unir função e estética, confeccionando uma prótese que
seja funcional, que obedeça aos princípios biomecânicos e que esteticamente seja
bem aceita pelo paciente a fim de que ele possa ter uma vida social sem problemas
(BILARDO, 2010).
Existem inúmeras classes de próteses dentárias, cada uma com sua
indicação clínica especifica de acordo ao caso. Basicamente classificam-se em dois
grandes grupos: as Próteses Removíveis e as Próteses Fixas. As primeiras são
denominadas removíveis por poderem ser retiradas e recolocadas na boca do
paciente a qualquer momento que ele deseje. As segundas referem-se a todas
aquelas soluções protéticas tais como Implantes, Pontes, entre outros. Os quais
uma vez instalados/fixados na boca não poderão ser retirados. Geralmente são
usadas para substituir poucas perdas dentárias.
A Prótese Removível Total está indicada para pacientes totalmente
desdentados e a Parcial é aplicada em áreas onde faltam alguns dentes, mas
existem outros dentes que servirão de pilares; ou seja, resolve o problema do
parcialmente desdentado (SALVATORE, 2009).
As próteses parciais removíveis podem ser confeccionadas com diferentes
tipos de materiais: Acrílico, Cromo-Cobalto, e atualmente com um material
denominado “poliamida”, próteses conhecidas no mercado como “próteses flexíveis”.
São altamente estéticas nas próteses parciais, devido substituírem os desagradáveis
grampos metálicos das próteses de acrílico e de cromo-cobalto por grampos
praticamente imperceptíveis (efeito camaleão) (SEBASTIAN, 2009).
As próteses removíveis tradicionais possuem alguns fatores que prejudicam a
função e a estética, como os grampos de metal, que na maioria das vezes são
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visíveis. Se o paciente não possuir uma manutenção dos dentes pilares que
sustentam sua prótese removível de cromo-cobalto ele pode ser acometido de
problemas periodontais com consequente perda dos dentes pilares e perda da
prótese parcial removível.
A Odontologia busca um equilíbrio, fazendo prevalecer à funcionalidade, para
evitar problemas futuros que poderão comprometer não somente os dentes naturais,
mas também a articulação temporomandibular. Porém, não serão todos os pacientes
que terão acometimentos dessa natureza.
As próteses com o passar do tempo sofrem desgastes ou promovem
desgastes dentários e gengivais na maioria dos usuários, que precisam realizar
substituição periódica das próteses, algo em torno de cinco anos. Foi então
pensando nisso, que criaram uma prótese com características que agradam
pacientes e dentistas e que possuem características de biocompatibilidade,
espessura mínima, estética, estabilidade e podem ser confeccionadas em poucos
dias. Prótese essa que durante a mastigação não utiliza apenas os dentes pilares
para absorver as forças mastigatórias, mas sim distribuindo por toda a superfície da
prótese. .
É possível haver características desse gênero graças ao “nylon flexite”. O
nylon já utilizado em cirurgia (como exemplo para as válvulas cardíacas artificiais) é
hoje o único material que confere a uma prótese móvel, todos os requisitos
requeridos e então representa uma alternativa para pacientes que possuem próteses
parciais removíveis de cromo cobalto com grampos visíveis.
Essa nova tecnologia para realização da confecção de próteses removíveis
permite reabilitar as áreas de molares e pré-molares sem o uso de grampos
metálicos visíveis. A prótese parcial removível tradicional com grampos, que
ancoram a prótese nos dentes pilares, provoca uma inevitável tração, que
futuramente prejudicará o periodonto e com o tempo poderá ocasionar mobilidade
dentária (BILARDO, 2010).
Na prótese flexível, graças a sua extrema elasticidade, os grampos são feitos
do mesmo material, mais estético e menos visíveis em zonas anteriores (caninos e
incisivos). A prótese é de rápida adaptação e possui uma excelente estabilidade.
Outra vantagem das próteses de poliamida flexível sobre as próteses
convencionais de acrílico é que elas são mais confortáveis, devido poderem ser
19
realizadas em espessuras mais finas, e dessa forma tornam-se mais leves. Isto
favorece a adaptação da mesma, e permite ao paciente uma melhor fonética.
Existem diferentes poliamidas para a confecção de próteses flexíveis, e entre
outros aspectos, variam entre si em um aspecto fundamental: seu grau de
flexibilidade. O paciente precisa da opinião profissional do dentista, pois sabe que
uma prótese deve cumprir os princípios de estabilidade e suporte. Para isso, é
necessário um material “rígido” ou pelo menos “semi-rígido” .
Uma prótese “mole” ou muito flexível não apresenta nenhum benefício ao
paciente, muito pelo contrário, pode produzir problemas de reabsorção óssea e
danos nas gengivas. O aspecto semi-rígido da poliamida é o que possibilita a
principal vantagem.
As próteses flexíveis têm uma apropriada combinação de rigidez e
flexibilidade. A rigidez necessária para distribuir bem as forças exercidas na boca e
para poder ser realizados apoios oclusais (SEBASTIAN, 2009).
A opção pelas próteses flexíveis termoplásticas pode se transformar em
solução diante da realidade socioeconômica do país quando aumenta a
preocupação, inclusive entre autoridades, de oferecer à população um tratamento
que não seja oneroso e, ao mesmo tempo, corresponda às expectativas de saúde e
de estética.
Muitas vezes, deparamo-nos com a situação constrangedora de uma pessoa,
que, por não ter recursos financeiros para se submeter a um implante dentário,
apresenta falhas na dentição, fica com a saúde bucal comprometida e com a
autoestima prejudicada.
As próteses flexíveis termoplásticas são recomendadas não apenas para
pacientes com baixa renda, mas também para quem apresenta problemas ósseos,
idade mais avançada, próteses imediatas, pacientes especiais, pós-ortodontia,
provisório em diagnósticos de implante, mobilidade dentária, odontopediatria, entre
outras indicações do dia-a-dia clínico.
Acredita-se que compartilhamos da mesma responsabilidade, inerente à
profissão, de oferecer ao paciente que procura tratamento, todas as possibilidades
para que ele tenha retorno de perdas sofridas. Para que isso aconteça é necessário
ter conhecimento, com capacitação técnica, sobre este tipo de tratamento que lhe
possibilite recuperar a qualidade do sorriso.
É importante ter respostas originadas no próprio conhecimento e não apenas
20
no que ouve falar – muitas vezes, sem fundamentação científica. O paciente chega
ao consultório com uma perda, a falta involuntária de um ou mais dentes. Traz
consigo também tristeza, fragilidade, insegurança e até estado depressivo.
Além do aspecto saúde, como o resgate, por exemplo, da função de
mastigação, um tratamento especializado envolve também o aspecto psicológico.
Recupera-se uma perda de dente com o foco também no “sentir-se bem tanto
estética quanto emocionalmente”. E isso é possível se o profissional estiver ciente
da importância do seu papel nesta dupla “recuperação” – a física e a emocional. Ele
deve estar aberto ao diálogo com o seu paciente – ou futuro paciente – para
entender as suas dificuldades de fazer um tratamento, tanto as de fundo psicológico
como as que podem surgir devido a uma situação socioeconômica desfavorável ou a
imprevistos domésticos.
Desde a sua criação, em 1954, as próteses parciais removíveis
termoplásticas mantiveram escolha entre dentistas. Estas próteses, parciais ou
totais, atendem a todas as especificações da ADA (American Dental Association) e
são aceitas em todo o mundo por sua excelente biocompatibilidade e propriedades.
Como resultado: um paciente clinicamente atendido em suas necessidades gerais.
Planejamento e diagnóstico adequado, caso a caso, dentro da realidade de
cada um é o objetivo de uma proposta da odontologia voltada à recuperação de um
sorriso saudável e bonito (MALUCELLI, 2011).
3.1 O surgimento das Resinas Acrílicas Termoplásticas
A aparição das resinas acrílicas no campo dental em 1934 “Neohekolite” e em
1935 “Kallodent” em formato comercial termoplástico, foi fruto de uma busca por um
material que servisse para base das próteses, e que reunisse uma série de
requisitos, tanto estéticos quanto funcionais adequados para tal uso. Foi um avanço
sem precedentes. No entanto, não até 1937, quando apresentaram um formato de
pó-líquido, tal como se usa atualmente, que acabou por consolidá-las
definitivamente como material praticamente exclusivo para esse tipo de
reabilitações.
Foram muitos os materiais que se utilizaram como bases de próteses
dentárias, entre eles: ouro, vulcanite, porcelana, celuloide, resina formofenolicas, de
vinil, de estireno, etc. Todos eles apresentavam certos inconvenientes, o que
21
facilitou a implantação das resinas acrílicas em todo o mundo de uma maneira
quase imediata (FONOLLOSA, 2005).
3.2 Características ideais de um Material de base segundo Skinner
Desde 1937 até hoje, as resinas acrílicas tem sofrido muitas mudanças, e
todas para melhorar suas qualidades, tanto de manipulação e de estética, como de
funcionalidade. No entanto, já em 1946, Skinner apontou quais deveriam ser as
características ideais de um material de base para próteses dentárias. Estas eram
características ideais de um material de base segundo Skinner:
1) Elaboração simples, tanto em equipamentos como na técnica;
2) Dimensionalmente estável;
3) Reparação fácil;
4) Resistência e resiliência suficiente à temperatura bucal para resistir às forças
mastigatórias;
5) Resistência a impactos;
6) Impermeável a líquidos bucais;
7) Harmonia com os tecidos moles em cor e translucidez, com o uso prolongado;
8) Tolerável com os tecidos bucais e não ter gosto nem odor;
9) Ter pouco peso e condutividade térmica relativamente elevada;
10) Não deve amolecer á temperaturas elevadas com o propósito de poder
limpá-la a 1 C.
Contudo, sua ampla implantação também pôde afirmar que durante o período
onde havia outros materiais plásticos que, com maior ou menor êxito, tenham
apontado soluções melhores ou mais alternativas as próteses removíveis realizadas
com resinas acrílicas. Entre eles, vale destacar o poliuretano, o policarbonato, os
acetatos, e o nylon, cada um deles, evidentemente com suas características próprias
e também, com suas indicações adequadas para aplicar a determinados casos.
3.3 O Surgimento do Nylon
A etimologia do Nylon é que são sintetizados independentemente. Em Nova
York e em Londres foi desenvolvido em 1930 por cientistas de Eleuthére Irenée Du
Pont de Nemours, pelo químico americano Wallace Hume Carotheres. Geralmente
22
se fabrica polimerizando (polimerização de condensação) ácido adípico e
hexametildiamina um derivado das aminas. O ácido adípico é um derivado dos
fenóis e a hexametildiamina se consegue tratando cataliticamente o ácido adípico
com amoníaco e hidrogenando o produto resultante. O nylon enquadra-se dentro
das poliamidas e como tal, suas cadeias lineares estão formadas por ligações
peptídicas ou amídicas que explicam suas propriedades especiais, como sua
insolubilidade, elevado ponto de fusão e grande resistência mecânica, já que podem
saturar-se mutuamente por formação de pontes de hidrogênio. As fibras de nylon
são, dentre os plásticos, as que possuem maior resistência à tração, ao rasgo e a
abrasão e também tem uma grande capacidade de absorção de água e umidade
(FONOLOSSA, 2005).
3.4 Características da Prótese Parcial Removível Flexível
A matéria prima da Prótese Removível é derivada do óleo da mamona. É um
biopolímero 100% natural, indicado para uso medicinal, odontológico e veterinário.
Aprovado pelo órgão internacional de saúde (FDA - Food and Drugs Administration),
pela ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pelo Ministério da Saúde.
Algumas delas são: Resinas termoplásticas, emborrachada, semi-flexível e
flexível.
É um material ideal para a confecção de próteses parciais, desenvolvida a base
de uma resina de nylon termoplástico biocompatível, com propriedades físicas e
estéticas exclusivas. O nylon pertence à família das poliamidas, coisa que enaltece
suas propriedades elásticas.
Dr. Sergio Hiskin, em 2008 afirmou que: “Consiste em uma cadeia estável de
polímeros que não contém monômero, não se realiza pela mistura de ambos os
materiais iguais às de acrílico. No entanto não solta componentes reativos depois de
estar polimerizada e em uso. Assim se descarta por completo qualquer tipo de
reação alérgica.”.
Uma das grandes dúvidas sobre a funcionalidade das próteses macias e
flexíveis é que o conforto seja uma ilusão momentânea, pois várias experiências já
foram realizadas com materiais macios, e pode-se afirmar que, quanto mais dureza
o material apresenta, mais favorece suas propriedades de biocompatibilidade.
23
Dr. Mário João Ph. D em Prótese - do Jornal da ABORJ mostrou em um
trabalho no ano de 2005 a seguinte opinião: O nylon sofre uma sorpção exagerada,
e se deforma no ato mastigatório, causando afastamento gengival e provocando
reabsorção óssea exagerada. Mesmo como provisório ainda temos restrições.
Vários materiais para base de dentadura já foram testados, como porcelana,
alumínio, e muitos outros. A resina acrílica sem monômero prevalece como o
material que reúne as propriedades físico-químicas e biológicas mais favoráveis,
além de sua baixa complexidade. A praticidade e baixo custo são fatores muito
considerados. Embora o nylon seja um plástico aprimorado, não resolve o problema
funcional das próteses removíveis. Além da fadiga dos grampos de plástico, que
com o tempo, não resistem ao atrito da colocação e remoção diária da prótese,
também temos a pressão de mastigação.
Para os primeiros meses, a prótese se apresenta confortável e estética. Mas
em função do tempo, este material trará consequências desconhecidas.
Alguns autores buscaram imitar as condições bucais com resinas flexíveis, mas
não conseguiram êxito. “Além do que, a mucosa precisa de um material bom
condutor térmico, propriedade esta, não encontrada nas resinas de um modo geral.
A transferência imediata das variações térmicas é necessária para o estímulo da
mucosa bucal” (LACROIX, 2005).
Neste aspecto o metal se comporta satisfatoriamente. O cobalto-cromo com
baixo peso específico se presta muito bem para tal função, porém a estética fica
comprometida.
Existem as incertezas se este material, com algum tempo de uso, poderá levar
o paciente ao desastre gengival, ou se, quanto ao aspecto biológico vai produzir
odor desagradável.
Embora alguns periodontistas foram rápidos em dizer de alguns casos ou
situações em que a remoção de tecido ocorreu com o uso desses aparelhos, não
pode ser generalizado, pois outros especialistas alegam que o tratamento ocorreu
da maneira desejada.
No pequeno número de pacientes que possuem este tipo de prótese observa-
se que por um período prolongado, não aparecem danos ósseos ou reabsorção do
padrão tradicional de reabsorção do rebordo posterior, que é tão comum nas selas
usadas em próteses metal-base. Embora o custo seja maior, a satisfação dos
24
pacientes geralmente encontrados com elas, e o fato de que não vão quebrar, vale
qualquer despesa extra.
3.5 Os Materiais de Nylon e diversos Copolímeros fabricados pela Flexite®
Os materiais de nylon e diversos copolímeros fabricados pela Flexite® que com
uma ampla diversidade de produtos plásticos, todos com suas qualidades e
indicações especificas, buscam soluções para elaboração de próteses removíveis
flexíveis.
A Flexite® apresenta entre outros dois materiais de distinta natureza para
elaboração de próteses dentárias removíveis flexíveis: Flexite Plus® e Flexite
Supreme®, que basicamente são formados por nylon e distintos aditivos que em
diferentes proporções, confere dois graus diferentes de elasticidade ao material.
Trata-se de um nylon especial classificado por sua composição dentro dos
copoliamidas com suas propriedades físicas mais adequadas para seu uso na
fabricação de próteses dentais removíveis flexíveis, que nas poliamidas industriais.
Desta maneira a composição da Flexite Plus® oferece uma maior elasticidade que a
Flexite Supreme®.
Essa diferença nos graus de elasticidade representa uma grande vantagem
com respeito a outras técnicas já que permite eleger, em cada momento, o material
adequado para resolver os distintos casos que ofereçam as múltiplas possibilidades
em uma dentição parcialmente desdentada e portanto, otimizando os resultados.
Por exemplo, o material mais elástico, o Flexite Pus®, estará indicado, para
todos os casos com dentes pilares com grande divergência, sem paralelismo entre
si, ou quando anatomicamente são muito retentivos e quando se desenha um
conector maior muito reduzido. No entanto quando os dentes pilares são poucos
retentivos ou quando se necessita de um conector maior, mais amplo, estaria
indicado o material menos flexível. Efetivamente se os dentes pilares apresentam
inclinações divergentes entre si, melhor seria utilizar retentores mais elásticos que
facilitem a inserção e a desinserção mais cômoda ao paciente e o mais importante,
evita o desgaste dos dentes pilares a fim de obter um paralelismo adequado. No
entanto quando os dentes são anatomicamente pouco retentivos, necessitamos de
um grau menor de elasticidade para aumentar a retenção da prótese dentária
25
flexível. Portanto nesse caso pode-se contar com a Flexite Supreme® que não é tão
elástica (FONOLOSSA, 2005).
3.6. Classificação de Kennedy
Kennedy, em 1923, foi o primeiro a desenvolver uma classificação do arco
desdentado, relacionando os espaços protéticos com os dentes remanescentes. É
uma classificação pioneira e que melhor se adapta aos desdentados, não restando
nenhum caso que não possa ser incluído em suas classificações. Além disso, se
tornou uma classificação didática e de fácil aplicação. As posteriores classificações
não a superaram devido a sua simplicidade e abrangência.
“A classificação de Kennedy é a mais utilizada em todo o
mundo, tornando-se sinônimo da própria classificação; isto é,
quando nos referirmos a uma determinada classificação sem
citarmos o autor, estaremos nos referindo a de Kennedy.”
(Claudio Kliemann)
Kennedy elaborou sua classificação baseado na frequência de combinações
de arcos dentários desdentados de sua clínica particular, levantando assim quatro
classes, que deverão ser representadas em algarismos romanos:
Classe I: Ausência bilateral de dentes posteriores.
Fig. 1 – Desdentado posterior bilateral. Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 16.
26
Classe II: Ausência Unilateral de Dentes Posteriores
Fig. 2 – Desdentado posterior unilateral. Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 16.
Classe III: Ausência intercalar
Fig. 3 — Classe III, desdentado intercalar. Fonte : Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 16.
Classe IV: Ausência de Dentes Anteriores
Fig. 4 — Classe IV, desdentado anterior. Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 16.
27
A classificação de Kennedy (1923) é puramente topográfica e outros que
porventura ocorram deverão ser considerados como Modificações em sua respectiva
classe. Podemos citar como as principais modificações, representados com
algarismos arábicos:
Modificação 1 da Classe I: Além da ausência bilateral de dentes posteriores,
percebe-se a ausência de um novo elemento.
Modificação 2 da Classe I: Além da ausência bilateral de dentes posteriores,
percebe-se a ausência de dois novos elemento.
Fig. 5 — Modificação 1 da classe I de Kennedy (1923)Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 22.
Modificação 1 da Classe II: Além da ausência unilateral de dentes posteriores,
percebe-se a ausência de um novo elemento.
Modificação 2 da Classe II: Além da ausência unilateral de dentes posteriores,
percebe-se a ausência de dois novos elemento.
Fig. 6 — Modificação 2 da classe II de Kennedy (1923). Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 22.
28
Modificação 1 da Classe III – Além da ausência caracterizada pela classe III,
apresenta uma nova ausência intercalar.
Modificação 2 da Classe III – Além da ausência caracterizada pela classe III,
apresenta duas novas ausências intercalares.
Fig. 7 — Modificação 1 da classe III de Kennedy (1923). Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 18.
A Classe IV não apresenta modificações.
Fig. 8 — Classe IV não permite modificações. Fonte em: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 18
3.7 Regras de Applegate
Ao se utilizar as regras de Kennedy (1923), devem ser levadas em
consideração algumas regras. Applegate, em 1935, criou oito regras com o propósito
de metodizar essa classificação. São estas:
1. O espaço protético mais posterior é que determina a classificação;
2. Qualquer espaço protético adicional é classificado como modificações ou
subclasses;
29
3. O fator determinante da modificação é o numero de espaços protéticos e não a
sua extensão;
4. A classe IV não é passível de modificação. Um exemplo disso é se um paciente
apresentar ausência de dentes anteriores e espaços protéticos posteriores
adicionais, deverá ser classificado como Classe III com 1 modificação;
5. A classificação deve ser realizada após o preparo da boca para o recebimento da
prótese parcial. Procedimentos cirúrgicos e outros tipos de próteses poderão
influenciar na avaliação da classe;
6. Na ausência de terceiro molar, exceto em casos de reposição protética, a região
desdentada não deve ser considerada para efeito de classificação.
7. O terceiro molar deve apenas ser considerado para uma classificação quando
estiver presente e for utilizado com dente pilar ou base de suporte;
8. Na ausência de segundo molar, sem previsão de reposição protética (nos casos
de perda de seu antagonista), o espaço livre não deverá ser considerado para uma
classificação. Um exemplo é um caso Classe II modificação 1, sem necessidade da
reabilitação do segundo molar, automaticamente terá sua classificação como Classe
III.
30
4 Materiais e Métodos
4.1 Tipo de estudo
O presente trabalho constituiu-se um estudo de abordagem descritivo e
qualitativo, apresentando as características clínicas de um caso clínico envolvendo a
reabilitação oral, utilizando de uma prótese parcial flexível em um paciente oriundo
da Faculdade Católica Rainha do Sertão. O estudo foi desenvolvido no período de
Agosto a Dezembro de 2012. Foram demonstrados as fases clínicas e laboratoriais
por meio de fotografias.
4.2 Local da pesquisa
O trabalho foi realizado no Complexo Odontológico São João Calábria da
Faculdade Católica Rainha do Sertão, no curso de Odontologia, na disciplina Clínica
Integrada IV, na cidade de Quixadá- CE.
4.3 Seleção do paciente
Selecionou-se um paciente oriundo da demanda espontânea da Faculdade
Católica Rainha do Sertão, no Complexo Odontológico São João Calábria, no curso
de Odontologia, da disciplina Clínica Integrada IV, na cidade de Quixadá- Ce, e que
melhor enquadrou-se nos critérios de inclusão.
4.4 Critérios de Inclusão
Estar devidamente cadastrado como paciente do Complexo Odontológico São
João Calábria da FCRS;
Apresentar perda de dentes que necessitem de prótese parcial flexível por
necessidades orais estéticas e funcionais;
Ter disponibilidade de comparecimento à clínica para realização do
tratamento;
31
Concordar com o conteúdo exposto no Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e assiná-lo.
Possuir, no mínimo dois dentes pilares.
Ser desdentado na região anterior da arcada superior.
4.5 Critérios de Exclusão
Não concordar com os dados expostos no termo de consentimento livre e
esclarecido;
Negar-se a realizar todas as fotos que forem necessárias para a realização
desse estudo;
Estar em condição sistêmica alterada que impeça a realização do
procedimento.
Ser desdentado total.
4.6 Consentimento Pós - informação
Antes de efetivamente participar do estudo, o voluntário foi informado sobre a
natureza do mesmo e lhe foram fornecidas as informações completas e detalhadas
sobre os objetivos, métodos, benefícios previstos ou potenciais riscos, além do
incomodo que possa ocorrer. O voluntário após completa explanação sobre o ensaio
clínico expressou a sua participação voluntária assinando o Termo de consentimento
Livre e Esclarecido (Anexo B).
4.7 Direitos e Responsabilidades
O voluntário afirmou estar ciente que não houve qualquer forma de
ressarcimento e que ele esteve livre para se retirar a qualquer momento do estudo,
sem ser obrigado a fornecer o motivo de fazê-lo, sem que isso causasse qualquer
prejuízo ao atendimento em andamento da Clínica Integrada IV.
32
Além disso, o mesmo esteve ciente que suas informações pessoais foram
estritamente confidenciadas e só poderiam ser verificadas durante auditorias por
pessoas devidamente autorizadas. Quando da publicação dos resultados em
relatórios ou em revistas científicas, o anonimato do paciente permanecerá
garantido.
4.8 Da aprovação pelo comitê de ética em pesquisa (CEP)
Esta pesquisa foi elaborada com base nos princípios da Resolução n° 196\96
do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996), sobre pesquisa envolvendo seres
humanos que foi submetida à apreciação e autorização do Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) da Faculdade Católica Rainha do Sertão. A mesma foi aprovada no
dia 14/08/2012 e está registrada com o número de protocolo: 20120066
Neste trabalho foram obedecidos os referenciais básicos da bioética, tais como:
autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, assegurando os diretos e
deveres que dizem respeito à comunidade científica e aos sujeitos da pesquisa. As
informações coletadas serão resguardadas sob total anonimato, ficando as
informações obtidas sob a responsabilidade do pesquisador.
33
5. Apresentação do Caso clínico e sequência laboratorial
Paciente M.J.V. sexo feminino, 33 anos, compareceu ao Complexo
Odontológico da Faculdade Católica Rainha do Sertão, na disciplina de Clinica
Integrada IV, na cidade Quixadá-Ceará, para realizar atendimento odontológico. Em
sua anamnese, observamos que a paciente utilizava uma prótese parcial provisória,
que segundo ela, havia 15 anos de uso. Observou-se também que a paciente teve
perdas de dentes pré-molares e molares posteriormente à confecção de sua
prótese, que ficou desadaptada e com espaços vazios.
Diante do exposto, sugerimos a paciente participar como voluntária de nossa
pesquisa, visto que a mesma se enquadrava nos nossos critérios de inclusão. Após
a assinatura do termo de consentimento, demos início aos procedimentos para
confecção de uma prótese parcial removível flexível.
Fig. 9 e 10 - Paciente com prótese antiga. Fonte: FCRS, 2012.
Fig. 11 - Paciente desdentado. Visão frontal. Fonte: FCRS, 2012.
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Fig.12 – Moldagens superior e inferior. Fonte: FCRS, 2012.
Após obtermos o modelo vazado em gesso especial, recortamos e retiramos as
possíveis bolhas,
Fig.13 – Modelos Vazados e Recortados. Fonte: FCRS, 2012.
Encontramos um plano de inserção e fizemos a delineação de um modo que a
peça ficasse lacrada para não entrar alimentos.
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Fig.14 – Delineamento. Fonte: FCRS, 2012.
Deixamos a peça toda no paralelo colocando cera nas retenções abaixo da
linha do equador. Estudamos a peça para fazer os grampos, que foram colocados
aproximadamente 1 mm abaixo da linha do equador e 1mm acima das ameias. O
alívio periodontal dos dentes e das ameias foi feito com cera sete.
Fig.15 – Alívio periodontal dos dentes e ameias. Fonte: FCRS, 2012.
36
5.1 Reprodução dos modelos com alginato
1- Hidratamos o modelo durante 5 minutos;
Fig.16 – Hidratação do modelo para realização da duplicação. Fonte: FCRS, 2012.
2- Manipulamos o alginato na cuba corretamente.
Fig.17 – Alginato e cuba utilizados na reprodução dos modelos. Fonte: FCRS, 2012.
.
3- Seguramos o modelo com as mãos, passamos o alginato nos dentes e nas partes
onde existam possibilidades de haver bolhas e inserimos o modelo original.
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Fig.18 – Reprodução do modelo original. Fonte: FCRS, 2012.
4- Após o alginato secar, retiramos o modelo original e vazamos com gesso
especial.
Fig.19 – Vazando o molde reproduzido, com gesso especial Fonte: FCRS, 2012.
38
.
5- Recortamos o modelo reproduzido, desenhamos a peça, isolamos o modelo e
confeccionamos a placa de cera sem os grampos. Esta placa teve de ser trabalhada
no modelo duplicado para termos a certeza que o plano de inserção estava correto,
realizamos o plano de cera e na sessão seguinte realizamos o registro da mordida.
Fig. 22 – Confecção da Base de Prova. Fonte: FCRS, 2012.
Fig. 21 – Modelo reproduzido. Fonte:
FCRS, 2012 Fig. 20 – Vazando com gesso
especial. Fonte: FCRS, 2012
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Fig. 23 – Registro de Mordida. Fonte: FCRS, 2012.
Fig. 24 – Seleção da cor e escolha dos dentes. Fonte: FCRS, 2012.
6- Ao retornar com a mordida certa, colocamos o modelo reproduzido imediatamente
no articulador.
Fig. 25 e 26 – Montagem do modelo no articulador. Fonte: FCRS, 2012.
40
5.2 Montagem dos Dentes
1- Respeitamos a espessura de 1mm entre o dente e o modelo de gesso para que o
material possa escoar livremente na hora da injeção.
2- Antes da montagem dos dentes furamos todos os dentes em formato de T.
Primeiro furamos embaixo e depois mesial e distal para criar uma trava mecânica. O
material para prótese flexível precisa escoar por esses furos para criar uma trava. A
broca utilizada foi uma esférica pequena.
3- Após a montagem dos dentes, procedeu-se com a escultura da peça e em nova
sessão a prova dos dentes.
Fig. 29 e 30 – Após a montagem dos dentes. Fonte: FCRS, 2012.
Fig. 27 e 28 – Montagem dos dentes. Fonte: FCRS, 2012.
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Fig. 31 – Prova dos Dentes visão frontal. Fonte: FCRS, 2012.
Fig. 32 e 33 – Prova dos dentes visão lateral. Fonte: FCRS, 2012.
4- Colocamos a montagem no articulador e olhamos por dentro os locais que os
dentes não articulam para colocarmos os apoios oclusais.
Fig. 34 e 35 – Enceramento dos grampos e apoios. Fonte: FCRS, 2012.
42
5.3 Incluindo a Prótese flexível
1- Preparamos o modelo com motor de mão, desgastamos os dentes de gesso para
que não houvesse nenhuma retenção na hora de prepararmos a boneca.
Fig. 36 – Inclusão do modelo na mufla. Fonte: FCRS, 2012.
2- Passamos vaselina na mufla para obtermos uma desmuflagem fácil e eficaz.
3- Pegamos a parte da mufla que esta rebaixada, colocamos o gesso pedra,
esperamos o tempo certo de presa do gesso, em seguida colocamos o modelo no
gesso deixando que o furo de injeção fique em linha reta com a cera.
4- Colocamos o spru em “L” entre o furo de injeção e a peça, conectamos o spru no
centro da peça fazendo com que terminasse suavemente sobre a escultura.
Fig, 37 – Confecção e instalação do spru. Fonte: FCRS, 2012.
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5- Isolamos toda parte do gesso, e confeccionamos a boneca com gesso especial
deixando algumas retenções.
6- Encaixamos a outra parte da mufla.
7- Colocamos os parafusos e demos um pequeno aperto antes de preencher a mufla
com gesso por completo.
8- Adicionamos gesso pedra no restante da mufla.
Fig. 38 – Preparando a mufla, para realizar a lavagem. Fonte: FCRS, 2012.
9- Aguardamos o tempo de secagem do gesso, retiramos os parafusos e lavamos a
cera em água fervendo.
Fig. 39 – Mufla após iniciada a lavagem. Fonte: FCRS, 2012.
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Fig. 40 – Aspecto final após a lavagem. Fonte: FCRS, 2012.
5.4 Preparando a Injeção do material para prótese flexível
Fechamos a mufla corretamente verificando se não possuía algum resíduo
que impedisse o fechamento por completo. Em seguida colocamos os parafusos na
mufla e apertamos em forma de “X”.
1) A resina foi aquecida em embalagem resistente à alta temperatura tubo de
alumínio de 22 mm, em forno elétrico apropriado, sob temperatura de
aproximadamente 290º C.
Fig. 41 e 42 – Resina utilizada para confecção da Prótese Parcial Flexível. Fonte: FCRS, 2012.
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Fig. 43 – Tubo abastecido com a resina e lacrado. Fonte: FCRS, 2012.
2) Após ligar o forno a 290º C, aguardamos a sua estabilização.
Fig. 44 – Tubo introduzido dentro da castanha e levado ao forno. Fonte: FCRS, 2012.
3) O material para prótese flexível foi introduzido dentro do recipiente de alumínio e
fechamos, introduzimos o mesmo dentro do forno elétrico durante 20 minutos onde a
material passou do estado sólido para o pastoso.
4) Em seguida foi injetado dentro do molde de gesso especial, utilizando para tanto
prensa injetora apropriada.
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Fig. 45 – Injetando o material. Fonte: FCRS, 2012.
Fig. 46 – Material injetado na mufla. Fonte: FCRS, 2012.
5) Após aproximadamente 10 minutos de resfriamento a peça estava pronta para ser
retirada do molde e passar pelo processo de acabamento.
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Fig.47 - Demuflagem. Fonte: FCRS, 2012.
6) Dada a diferença entre equipamentos de diferentes marcas, aconselhamos
observar as especificações do fabricante do seu sistema injetor referente a
temperatura.
5.5 Acabamento e Polimento
1) Cortamos o spru em seguida desgastamos a peça com uma broca de tungstênio
para retirar as rebarbas da peça.
Fig.48 – Aspectos após demuflagem e início do acabamento e polimento. Fonte: FCRS, 2012.
2) A broca deve servir também para retirar as ondulações e deixar a peça plana e
lisa com aproximadamente 2,5 mm ( + ou – a espessura de uma cera 7).
3) Passamos lixa de ferro número 1000.
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4) Passamos a borracha Dedeco suavemente para tirar todos os riscos e alisar a
peça.
5) Polimos a peça com escova e Pedra Pomes.
6) Passamos a peça na politriz com escova de flanela, usamos branco de espanha
para dar o brilho.
Fig. 50 – Aspecto Final da PPRF, após polimento. Fonte: FCRS, 2012.
7) Na última sessão é feita a instalação da prótese parcial removível flexível e os
ajustes oclusais necessários.
Fig. 49 – Brocas utilizadas para o acabamento. Fonte: FCRS, 2012.
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Fig. 51, 52,53, 54 - Instalação da prótese. Aspecto final. Fonte: FCRS, 2012.
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6 Discussão
As próteses com o passar do tempo sofrem desgastes ou promovem
desgastes dentários e gengivais na maioria dos usuários, que precisam realizar
substituição periódica das próteses, algo em torno de cinco anos. Foi então
pensando nisso, que criaram uma prótese com características que agradam
pacientes e dentistas e que possuem características de biocompatibilidade,
espessura mínima, estética, estabilidade e podem ser confeccionadas em poucos
dias. Prótese essa que durante a mastigação não utiliza apenas os dentes pilares
para absorver as forças mastigatórias, mas sim distribuindo por toda a superfície da
prótese (BILARDO, 2010).
Existem diferentes poliamidas para a confecção de próteses flexíveis, e entre
outros aspectos, variam entre si em um aspecto fundamental: seu grau de
flexibilidade. O paciente precisa da opinião profissional do dentista, pois sabe que
uma prótese deve cumprir os princípios de estabilidade e suporte. Para isso, é
necessário um material “rígido” ou pelo menos “semi-rígido” .
Uma prótese “mole” ou muito flexível não apresenta nenhum benefício ao
paciente, muito pelo contrário, pode produzir problemas de reabsorção óssea e
danos nas gengivas. O aspecto semi-rígido da poliamida é o que possibilita a
principal vantagem.
As próteses flexíveis têm uma apropriada combinação de retenção e
flexibilidade. A rigidez necessária para distribuir bem as forças exercidas na boca e
para poder ser realizados apoios oclusais (SEBASTIAN, 2009).
Dr. Mário João Ph. D em Prótese - do Jornal da ABORJ mostrou em um
trabalho no ano de 2005 a seguinte opinião: O nylon sofre uma sorpção exagerada,
e se deforma no ato mastigatório, causando afastamento gengival e provocando
reabsorção óssea exagerada. Mesmo como provisório ainda temos restrições.
Vários materiais para base de dentadura já foram testados, como porcelana,
alumínio, e muitos outros. A resina acrílica sem monômero prevalece como o
material que reúne as propriedades físico-químicas e biológicas mais favoráveis,
além de sua baixa complexidade. A praticidade e baixo custo são fatores muito
considerados. Embora o nylon seja um plástico aprimorado, não resolve o problema
funcional das próteses removíveis. Além da fadiga dos grampos de plástico, que
51
com o tempo, não resistem ao atrito da colocação e remoção diária da prótese,
também temos a pressão de mastigação.
Para os primeiros meses, a prótese se apresenta confortável e estética. Mas
em função do tempo, este material trará consequências desconhecidas.
Alguns autores buscaram imitar as condições bucais com resinas flexíveis, mas
não conseguiram êxito. “Além do que, a mucosa precisa de um material bom
condutor térmico, propriedade esta, não encontrada nas resinas de um modo geral.
A transferência imediata das variações térmicas é necessária para o estímulo da
mucosa bucal” (LACROIX. 2005).
A Odontologia busca um equilíbrio, fazendo prevalecer à funcionalidade, para
evitar problemas futuros que poderão comprometer não somente os dentes naturais,
mas também a articulação temporomandibular. Porém, não serão todos os pacientes
que terão acometimentos dessa natureza (BILARDO, 2010).
52
7 Considerações Finais
A Prótese Parcial Removível Flexível junto com as outras próteses dentárias
vêm somar esforços para auxiliar na reabilitação oral de inúmeros pacientes que
sofrem perda precoce dos dentes ou que com o passar dos anos, necessitaram
utilizar prótese dentária, assim como pacientes que possuem um baixo poder
aquisitivo.
As Próteses Flexíveis tem uma excelente estética, retenção e estabilidade
que trazem para o paciente um conforto satisfatório. Podem ainda ser
confeccionadas em poucas sessões clínicas e os dentes pilares não necessitam de
desgastes para facilitar o encaixe dos grampos que são flexíveis, o que representa
uma vantagem em relação ás Próteses parciais removíveis convencionais.
53
REFERÊNCIAS
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Maria (Org). Multidisciplinaridade na Saúde Bucal. Porto Alegre: RGO, 2010 p.
25-31
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Acesso em 28 abril 2012 .
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APPLEGATE, O.C. The recionale of partial denture choice. J. Prosthet. Dent.
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BILARDO, Mariano, Protesi dentarie La sfida Del <<sintético>>, Il Mattino, Napoli,
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2005.
54
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KLIEMANN, Claudio; Oliveira, Wagner. Manual de Prótese Dentária. Livraria
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KOHAN, Melvin I. Steve A. Mestemacher, Rolando U, Pagilana, Kate Redmond.
Polyamides 2003 Ullmann’s Encyclopedia of Industrial Chemistry
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SEBASTIAN, Deflex a Prótese Flexível. Disponível em: <http:// www.
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